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EDUCADORES MUSICAIS-completo PDF

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EDUCADORES MUSICAIS

MÉTODOS ATIVOS
ÉMILE-JACQUES DALCROZE
(1865-1950)
DALCROZE
 Propor trabalho sistemático de
educação musical baseado no
movimento corporal e na habilidade
de escuta.
 Música, escuta e movimento corporal
estivessem estritamente ligados e
interdependentes.
 Promover a educação das massas.
DALCROZE
 Emile Henri Jaques – Viena
06/07/1865 filho de negociante de
classe média e professora em escola
Pestalozzi.(a educação deve consistir
em providenciar oportunidades para a
criança fazer descobertas)
 1871 – aulas de piano
 1875 – Mudança para Geneva
DALCROZE
 1881 – COMPOSIÇÃO – 1ª ÓPERA
 Alto senso de humor – gostava de
circo e trabalhou como ator e
comediante.
 Estudou música com o compositor e
professor Mathis Lussy
DALCROZE
 O treinamento possui três áreas:
 Ritmica ou euritmia – treina o corpo
em ritmo e dinâmica.
 Solfejo – treina o ouvido, olho e voz
em melodia e harmonia.
 Improvisação – coloca todos os
elementos juntos, e acordo com a
invenção do aluno – em movimento,
com a voz, no instrumento.
DALCROZE
DALCROZE
 O sistema é baseado no senso de
sinestesia, que relaciona informação
entre a mente e o corpo.(kines =
movimento; thesia = consciência;) O
ensino deste sentido com o propósito
de ensinar música, é o coração do
trabalho de Dalcroze.
 Desenvolver a unidade rítmica entre o
olho, ouvido, mente e corpo
DALCROZE
 O papel do professor é o de estimular, de
incentivar o aluno a efetuar experiências
que o levem a aprender através do ensaio-
e-erro.
 Levar a criança a viver a dimensão
temporal da música.
 O termo rítmica refere-se menos à música
(ritmo) e mais à atividade motora,
envolvendo o corpo humano todo,
estimulado por qualquer tipo de música;
DALCROZE
 O estudo da Rítmica deve partir do
gesto – marcha (tensão/distensão,
contração/descontração, regularidade
na alternância;
 Depois da marcha, a corrida, o salto,
a oscilação dos braços, o movimento
do corpo;
 Há um gesto para cada som, e um
som para cada gesto;
DALCROZE
 Cada um dos elementos musicais –
acentuação, fraseado, dinâmica,
pulso, andamento, métrica – pode ser
estudado através do movimento.
 Os movimentos usados na euritmia
são improvisados pelos próprios
alunos;
 “Mostrem-me o que vocês estão
ouvindo”;
DALCROZE
 Sempre que possível usem a
demonstração ao invés da narrativa
oral;
 Uma das principais tarefas do
professor é ensinar o aluno a estudar,
a criar bons hábitos para sua prática
diária;
 Manter o interesse por meio da
criatividade e da ludicidade.
OBJETIVOS DO TREINO DE
EURITMIA
 1. Desenvolvimento da atenção;
 2. Mudança da atenção para a
concentração;
 3. Integração social;
 4. Resposta expressiva para nuances
de sentimento sonoro;
EURITMIA
 Movimento no lugar: bater palma,
balançar, girar, reger, inclinar-se,
movimentar-se, falar, cantar.
 Movimento no espaço: andar,
correr, rastejar, saltar, deslizar,
galopar.
 Ouvido interno – internalização:
memória das sensações musculares;
 1. Bater palmas, mover o corpo no
espaço, falar ou cantar, ou qualquer
combinação destes três;
 2. Pensar em palmas, mover-se no
espaço, pensar melodicamente, ou
qualquer combinação;
 3. Inibir ou eliminar partes do movimento
e partes do som, mas sentir e ouvir
internamente em tempo e espaço
apropriado;
 4. Inibir todo som externo e
movimento, mas sentir e ouvir dentro
do corpo;
 5. Tentar substituir as atividades
silentes externalizando partes do
padrão original de movimento e som;
 6. Apresentar padrões originais
externamente;
SOLFEJO
 Consiste de muitos exercícios
sequenciais para o estudo teórico e
prático das escalas, modos,
intervalos, melodias, harmonias,
modulações, contra-ponto e
improvisação vocal. Desta forma os
alunos escolhem frases, dinâmicas,
acentos e outros elementos de
expressão musical.
IMPROVISAÇÃO
 Tem como objetivo produzir maneiras
habilidosas de usar materiais de
movimento (ritmo) e materiais sonoros
(altura, escala, harmonia) de maneira
imaginativa, espontânea, e combinações
expressivas pessoais para criar música.
As ferramentas para improvisação
podem ser movimento, fala, história,
canção, percussão, cordas, madeiras,
piano ou qualquer destas combinações.
EDGAR WILLEMS (1890-1978)
BIOGRAFIA
 Nasceu na Bélgica e radicou-se na
Suiça, foi aluno de Émile-Jacques
Dalcroze e Lydia Malan.
 1925 – com 35 anos procurou o
Conservatório de Geneve para estudar
música;
 1928 – ensinava Filosofia e Psicologia da
Música;
 1968 – Associação Internacional de
Professores de Educação Musical Método
Willems.
Princípios Básicos
 Relações psicológicas entre a música
e o ser humano;
 Não utilizar recursos extra-musicais
no ensino da música;
 Enfatizar a necessidade do trabalho
prático antes do ensino musical
propriamente dito.
Relações Psicológicas
 RITMO – vida fisiológica – Ação

 MELODIA – vida afetiva –


sensibilidade

 HARMONIA – vida mental -


conhecimento
Características do Método
 Ligação entre a música e o ser
humano;
 Acessível a todos;
 Elementos inspirados na música:
 Material auditivo variado;
 Batimentos;
 Canções;
 Vocabulário de termos musicais sem
teoria.
Características do Método
 Baseia-se na escala diatônica. Utiliza
3 símbolos:
 Nome das notas (do,re, mi...)
 Algarismos Romanos para os graus
(quantitativos) I, II, III etc.
 Algarismos Arábicos ordinais para os
intervalos (qualitativo) 1ª, 2ª, 3ª
 Marcação dos compassos: 2 e 4
pendular; 3 rotativa;
Características do Método
 Movimentos corporais naturais: andar, correr,
saltar, galopar, etc.
 Desenvolvimento auditivo;
 As canções de intervalo;
 A leitura por relatividade antes da leitura
absoluta (claves);
 Ditado baseado na memória musical, na
audição interior, no automatismo do nome das
notas e no conhecimento dos valores métricos
 A improvisação rítmica e melódica;
Mínimo de teoria para o
máximo de prática interiorizada
 1º VIVER os fenômenos musicais;
 2º SENTI-LOS sensorialmente e
afetivamente;
 SABER o que vive e mais tarde VIVER
CONSCIENTEMENTE;

 MÚSICA ANTES DO INSTRUMENTO


 Quando fazemos algo, mesmo que
pequeno, a gente deve fazer bem,
bonito e verdadeiro;

 A melodia sempre foi e sempre será o


elemento mais característico da
Música;
TRABALHAR A CANÇÃO
 O professor canta para os alunos
escutarem;
 O professor canta frase por frase e os
alunos repetem;
 Cantar a melodia em la,la,la...
 Cantar a melodia marcando o pulso, o
rítmo, o 1º tempo, divisão e
subdivisão do tempo;
TRABALHAR A CANÇÃO
 Cantar em grupo: cada um canta
uma frase da canção;
 Cantar uma frase e silenciar na outra
– exercícios de audição interior;
 Cantar a música e bater o ritmo ou a
pulsação;
 Cantar e andar em direções
diferentes para cada frase da canção;
TRABALHAR A CANÇÃO
 Cantar e fazer um ostinato rítmico –
dado pelo professor ou criado pelo
aluno;
 Cantar e tocar no metalofone as
seqüências das notas das canções;
 Utilizar movimentos corporais sugeridos
no texto;
 Exercitando a dinâmica;
 Acompanhar a canção com
instrumentos de percussão;
 “Os maus músicos não podem
ouvir o que tocam; os
medíocres poderiam ouvir mas
não escutam; os músicos
medianos ouvem o que
tocaram; apenas os bons
músicos ouvem o que irão
tocar”.
AUDIÇÃO
 Ouvir – escutar sons com material diversificado;
 Reconhecer reproduzir sons, intervalos, melodias,
acordes;
 Classificar, emparelhar, ordenar sons;
 Exercitar o movimento sonoro (ascendente e
descendente com suas variantes)
 Exercitar a altura do som (grave e agudo);
 A canção;
 Ordenação dos sons da escala;
 Ordenação das notas;
 Improvisação melódica
Movimento sonoro e a altura do
som
 Vendo – escutam e respondem;
 Reproduzindo com a mão, cantando;
 Sem ver – respondem se subiu,
desceu ou ficou igual;
 Sem ver – reproduzem o movimento
com as mãos;
 Empregando variações;
 Inventando motivos;
Educação – Ser Humano - Música

“A MÚSICA favorece o
impulso da vida interior; a
MÚSICA sensibiliza o
homem para a vida; a
MÚSICA equilibra nossas
forças interiores”.
ZOLTÁN KODÁLY

HUNGRIA 1882

NACIONALISTA
 Filho de músicos amadores
 Tocava piano e violino
 Cantava coro catedral
 Pesquisou material folclórico com
Bártok – ritmos e sons novos
 Quatro fases: coleta de material,
transcrição, classificação e
publicação.
FILOSOFIA
 Todo mundo que é capaz de aprender
a linguagem gramatical é capaz de
aprender música;
 Cantar é o melhor fundamento para a
musicalidade;
 A educação musical para ser mais
efetiva deve começar com a criança
bem pequena;
FILOSOFIA
 As canções folclóricas constituem o
melhor veículo para o início do
aprendizado musical;
 Devemos usar somente música do mais
elevado valor artístico, tanto folclórica
como composta para ensinar;
 Música deve ser o coração do currículo,
usada como base para a educação
PRINCIPAIS OBJETIVOS
 Desenvolver amplamente a musicalidade
presente em cada criança;
 Fazer com que a criança conheça a
linguagem musical: capaz de ler,
escrever, criar com o vocabulário
musical;
 Fazer com que a criança conheça sua
herança musical por meio de canções
folclóricas;
PRINCIPAIS OBJETIVOS
 Mostrar para as crianças a arte
musical do mundo, para que através
da execução, do ouvir, estudar e
analisar obras primas elas possam
amar e apreciar música, baseado no
conhecimento musical;
PRINCÍPIOS DO MÉTODO

Palavras rítmicas
Manossolfa
Solfejo relativo
Seqüências melódicas
Palavras rítmicas
Palavras rítmicas
 Devem ser associadas ao ritmo das
palavras das canções, assumindo,
assim, significado rítmico;
 Seqüências rítmicas baseadas na
maior ocorrência das canções
folclóricas;
Manossolfa
Manossolfa
 Sinais manuais para a representação
das funções dos graus da escala para
ajudar na memória tonal;
 Usa-se primeiro a terça-menor (sol-
mi) depois três notas (la, sol, mi),
tetratônica (sol, mi, re, do) e
pentatônica (la,sol, mi,re,do)
Solfejo Relativo
 Dó móvel, inicialmente sem uso de
claves;
 Esse procedimento levará o aluno a
ler com facilidade em qualquer clave
e em qualquer tonalidade ou modo,
com maior segurança e melhor
afinação;
 Dó é o centro de todas as tonalidades
maiores e lá é o centro das menores;
Sequências melódicas
 Sons movem do agudo para o grave;
 Sons movem do grave para o agudo;
 Podem ser repetidos;
 Se movem por passos, pulos ou
saltos;
Trabalhando com a FORMA
 Música tem padrões;
 Padrões são organizados em frases;
 Muitas vezes duas frases são iguais;
 Outras vezes as duas frases são diferentes;
 Frases similares;
 Frases com idéia de pergunta (incompleta) e
resposta (completa)
 Frases iguais, deferentes e similares são
organizadas em formas;
 Formas comuns em canções são: AABA, AABB,
ABAC;
Ingredientes necessários
 Escolher cuidadosamente canções
folclóricas e música artística de boa
qualidade;
 Sala de aula normal;
 Entonação segura, pois para cantar o
melhor é usar modelos vocais;
 Ter sempre um diapasão A=440, e
ter uma boa percepção de altura;
 Falar pouco e não ficar dando muita
explicação, fazer e cantar sempre.
Não falar nada que pode ser
demonstrado pelo professor ou
descoberto pelos alunos;
 Ter sempre em mente “eu posso
fazer isto”para desenvolver uma
auto-imagem positiva;
CARL ORFF (1895-1981)
BIOGRAFIA
 Nasceu em Munique 10-07-1895
 Estudou piano, órgão, e violoncelo
 Compôs pequenas canções quando jovem;
 Mestre de capela na Alemanha – compondo,
regendo;
 Em 1924 fundou uma escola de ginástica,
música e dança com Dorothea Schuler
 Faleceu em Munique 29-03-1981
Filosofia
 O ensino de música para crianças
precisa estar conectado com o
movimento, dança e a palavra de
forma ativa;
 Encoraja crianças a terem
experiências com a música;
 Música folclórica de todas as culturas;
 Aprender pelo fazer;
Filosofia

“Diga-me, Eu esqueço...
Mostre-me, Eu me
lembro...
Envolva-me, Eu
entendo”
ORFF
 Pianista, violoncelista, cantor, mestre de capela,
prolífico e conhecido compositor (Carmina Burana).
Inúmeros títulos, condecorações, reconhecimento
internacional, institutos Orff em diferentes países.

 Princípio básico de sua proposta: integração entre


música, movimento e linguagem, através de músicas
cantadas, dançadas e tocadas pelas próprias crianças.

 O ritmo é a base na qual se assenta a melodia. O


ritmo vem do movimento e a melodia nasce do ritmo
das falas.

 Parte de pequenas frases e canções, simples e


compreensíveis às crianças.

 Prática da improvisação, tanto vocal quanto


instrumental.
ORFF
 Instrumental Orff: xilofones (soprano, alto, tenor e baixo,
com placas removíveis), metalofone, jogos de sinos, bumbo,
pandeireta, triângulos, prato, címbalo, clavas, castanhola,
chocalho, maracá; flauta doce e outros de percussão.

 As crianças a partir de 4 anos já podem tocar xilofone,


geralmente iniciando em ostinato, acompanhando o professor
que toca a melodia. Futuramente ele poderá executar a
melodia por si só.

 Tocam em grupo, desde o início, o que motiva

 https://www.youtube.com/watch?v=h17V1mdU1hY
 https://www.youtube.com/watch?v=0AlLtakikyM

 Cinco volumes de Orff-Schulwerk, mais de 1000 obras


didáticas para o ensino escolar de música. Músicas:
folclóricas, de diferentes culturas, barrocas, renascentistas.
Para cantar, tocar e se movimentar.
TÉCNICAS:

 Palavras, frases, cantilenas, parlendas,


pregões, rimas, falas ritmadas, poemas e
canções infantis como base para: aprender e
tocar células rítmicas, padrões rítmicos,
improvisações melódicas e atividades
corporais.

 Falar parlendas, poemas, pregões


ritmicamente:
• andando pela sala
• falando/tocando em diferentes andamentos e
intensidade
• criando movimentos corporais
• fazendo acompanhamento (com
clavas, palmas, instrumentos, etc.)
• na pulsação
• no ritmo
• com ostinato
• criar uma melodia
• cantar em 3a menor (sol 3 – mi 3)
• em diferentes vozes
• exercitando o ouvindo interno, sem
falar, apenas tocando o ritmo
METODOLOGIA
 Envolvimento do aluno com processos
criativos advindos da prática e não da
teoria;
 Expressão e ritmo natural das
crianças;
 Escala bitônica – sol-mi;
 Forma básica de acompanhamento –
bordão-ostinato;
 Imitação – “Jogos de eco”; uso das
baquetas; clavas;
Metodologia
 Usar o ritmo das palavras;
 Música elementar;
 Orff-Schulwerk;
 Belga Jos Wuytack;
 Aprender fazendo;
 Melodia é ensinada começando com
intervalos simples;
 Improvisação;
 Uso dos instrumentos Orff
Instrumentos Orff
Instrumentos melódicos e
harmônicos:
 Voz;
 Flauta-doce;
 Jogos de Sino – soprano e contralto;
 Xilofone soprano, contralto e baixo;
 Metalofone soprano, contralto e
baixo;
 Uso do corpo – percussão corporal;
 Pequena percussão:
 AGUDO: clavas, guizos, pratos,
triângulo;
 Médio Agudo: Agogô, pau-de-chuva,
ovinhos, tamborim;
 Médio Grave: blocos de madeira,
tambor;
 Grave: bumbo, surdo, zabumba;
Para saber mais:
 http://www.awpm.pt/
 http://www.aosa2.org
 http://www.orffcanada.ca/
 http://www.abraorff.org.br/
 http://www.jog.com.br/loja/parceiros.htm
 http://www.orffporto.org
 BOURSCHEIDT, Luís. Cadernos de
educação Musical 1. Ed.deartes, UFPR,
2007.
ORFF
 TÉCNICAS:
 Movimento corporal: diferentes passos, danças,
rodas (com danças folclóricas de diferentes
países), experiência de movimentação no
espaço, do próprio corpo em espaço e do corpo
em relação ao grupo
 Pergunta e resposta rítmica
 Eco musical
 Começa com musicas binárias e usando
semínimas, colcheias e mínimas e pequenos
motivos melódicos, de três a cinco tons,
ampliando para modos menor, pentatônico,
música contemporânea...
 Improvisação: melódica (vocal ou instrumental),
rítmica (métrica ou amétrica), idiomática
(criação de texto, invenção de palavras),
improvisação de movimentos, criação de uma
ORFF

 “A prática de movimentos, as atividades


rítmicas e o aprendizado da melodia
ocorrem simultaneamente: o movimento ou
gesto pode ser traduzido em ritmo ou som
[zuz, truz, truz]; de modo inverso, um som
ou ritmo pode gerar um gesto, movimento
ou dança [ora chega, chega, chega]”
(BONA, in ILARI; MATEIRO, 2011, p. 141).
SHINICHI

SUZUKI
(1898-1998)
Educação para o
#TALENTO

Japão, 1898-1998
SUZUKI
 https://www.youtube.com/watch?v=u1dzQlCWLvY

 Infância:
 Pai era, dono da maior fábrica de instrumentos de
cordas do Japão da época.
 Cresceu em meio aos violinos, construindo
instrumentos.
 Aprendeu a tocar sozinha após ouvir gravação.

 Violinista, professor, concertista, educador.


Em 1955 ele realiza um concerto com 1.500
crianças tocando juntas. A gravação ganha o
mundo. A partir de então diversos
educadores vão conhecer de perto o método.
Indicado ao prêmio Nobel da Paz.
SUZUKI
 Criado no contexto da II Guerra Mundial
 Filosofia educacional para desenvolver o
talento e formar seres humanos completos
e felizes.
 Compreende o ser humano de forma
integral, buscando recuperar nas crianças a
confiança em si mesmas e desenvolver
nelas a persistência para vencer as crises.

“A educação do talento é muito mais do que


isso [ensinar a criança a tocar violino]. É uma
forma de vida, um veículo para um novo
conceito de educação, uma nova filosofia.
Pablo Casals disse que vez que se todos os
 Método criado em 1930, inicialmente
para ensino do violino para crianças.
Porém seu método ganhou amplitude
internacional e foi adaptado para diversos
instrumentos (flauta, piano, viola,
violoncelo, violão, etc).
 Talento para ele= não é herança
genética. É consequência de estudo
sistemático. É um produto cultural.
 Toda criança tem o potencia aprender,
desde que seu ambiente e instrução
sejam apropriados.
 O ambiente para aprendizado tem que ser
criado “artificialmente”.
 Portanto, não é uma educação para prodígio
e sim para todos.

 Instrumentos adaptados à anatomia infantil.


 Dez volumes para violino: começa com peças
conhecidas das crianças e peças eruditas
fáceis, em tonalidades fáceis. Cada volume
acrescenta novas tonalidades, níveis de
dificuldades e formas musicais, indo até
concertos completos, básicos de um repertório
para violino solo.
 Livro “Educação é amor” e outros 3 livros que
abordam sobre educação, música, talento e
infância.
SUZUKI

 Abordagem da língua materna: assim como os bebês


aprendem a falar desde muito cedo devido a – audição,
repetição de um modelo, atitude de incentivo dos pais,
prática diária – crianças pequenas também seria capazes de
aprender uma nova linguagem, a musical, a partir desses
mesmo princípios e incentivos

“Toda criança, potencialmente, tem capacidade para


aprender música, do mesmo modo que tem para
aprender a língua do seu país, a língua mãe. Todas as
crianças japonesas falam japonês. Esse pensamento
foi como um relâmpago numa noite escura...se elas
falam tão fácil e fluentemente o japonês, deve haver
algum segredo no seu aprendizado” (Suzuki).
O ambiente e a cultura influenciam
sobremaneira na formação da criança. Ela só
desenvolve aquilo que tem no ambiente. E
quanto está inserido naturalmente nele,
naturalmente ela aprende.

 Papel importante da mãe! A criança aprende


porque a mãe lhe dá bons exemplos!

 Os pais participam das aulas e da prática diária


em casa, dos ensaios e apresentações. Sempre
num clima de motivação, para superação das
dificuldades que implicam aprender a tocar
bem um instrumento.
SUZUKI
 Fase preparatória: intenso estímulo
auditivo. A criança, antes de pegar um
instrumento e tocar, passou alguns
meses ouvindo várias vezes as peças
que vai tocar e vendo a mãe tocando.

 A mãe, então, precisa também


aprender a tocar; e tocando tem que
dar bons exemplos de postura, treino,
som...Vão a aula juntos e aprendem a
mesma peça.
 A criança aprende pelo ouvir e repetir: portanto
deve ouvir as gravações das peças (do cd que
acompanha cada livro) que está estudando,
assim aprenderá pela repetição e memorização.
 A repetição tem aportes na filosofia Soto-Zen
(Budista) que acredita que a repetição não é
apenas útil para se que alcance algo, mas
que ela mesmo tem valor em si mesma, por
produzir habilidades de concentração e
dedicação.

 Ele diz que criança gosta de repetição, que


quem não gosta são os adultos).
 Contato positivo: o clima tem que ser de
aceitação do erros e incentivo, sem
julgamento.

 Oferecimento de oportunidades de tocar


em público.

 Toca de ouvido, memorizado. Não precisa


saber ler partitura (inicialmente) para tocar
bem. (Por volta do quarto volume e dos
seis/sete anos de idade que é inserida a
partitura).
 Prática instrumental diária, acompanhada
dos pais, que devem ser criativos e
sensíveis para suscitar novas maneiras de
melhorar o aprendizado.

 Um passo de cada vez, um conceito apenas


a cada aula; e não ensinar tudo, deixar o
aluno aprender sozinho algumas coisas.

 Saúde precisa estar bem, positividade


sempre, busca de tranquilidade interior;
respirar bem.
 Mesmo que estejam num livro adiantado,
vez ou outra devem repetir as peças
anteriormente aprendidas.

 A coletividade é importante: ouvir outras


crianças tocando e tocar com outras
crianças
IDEIA CENTRAL
• Europa e América do Norte,
meados dos anos 1950.
• Contexto da música
contemporânea e
eletroacústica.
• Aula de música como uma
oficina de experimentação.
• Criação

• George Self, John Paynter, Murray Schafer,


Boris Porena, etc.
• Exploração de diferentes sons
• Escuta ativa
MURRAY
SCHAFER

#PAISAGEM
SONORA

Canadá, 1933-1998
SCHAFER
 Pianista, compositor, pesquisador, professor
(universitário), escritor...

 Não delimitou um método. Ele defende uma não


linearidade. As propostas de atividades não são
conectadas e nem apontadas como específicas faixas
etárias específicas. Mas sua filosofia de educação é bem
fundamentada.

 Livros:
 “A afinação do mundo”
 “O ouvido pensante” (Em “O rinoceronte em sala de
aula” mostra princípios ideológicos para um professor.
Nele compreende-se sua visão de educação)

 Suas propostas de atividades podem ser aplicados até


mesmo por leigos em música.
SCHAFER
Conceitos-chave:

 Soundscape/ Paisagem Sonora: o mundo está


poluído sonoramente (culpa da industrialização);
chama-nos para uma ecologia acústica e uma
limpeza dos ouvidos – ouvir mais sons da
natureza, dos animais; conscientização em busca
de leis de regulamentação.

 Exploração criativa dos sons.

 Percepção auditiva.

 Capacidade criativa.
SCHAFER

 Conceitos-chave:

 Desenvolver o potencial criativo: para as crianças


fazerem música por elas mesmas.

 Tratar a paisagem sonora mundial como uma


composição musical, da qual o homem é o principal
compositor.

 Confluência das artes: descobrir um ponto de união


entre todas as artes, para que se desenvolvam
harmoniosamente, sem hierarquia.

 Explorar bem o som antes de registra-lo


graficamente e tocar algum instrumento
SCHAFER
Explorar cada um separadamente: (se possível, gravar)

o som mais agudo que consegue fazer


o mais grave
o mais leve
o mais forte
o mais suave
o mais áspero
o mais engraçado
o mais triste
o mais aborrecido
SCHAFER
 EXEMPLOS de atividades:

 Passe alguns minutos em silêncio, ouvindo os sons


ao redor. Anote-os.

 Brincar, montar, desmontar, descobrir, criar, juntar,


organizar diferentes fontes sonoras.

 Explorar ao máximo as propriedades do som nos


instrumentos. Tentar grafá-los de diferentes
formas. Tentar reger de diferentes formas.

 Gravar o áudio de diferentes lugares/paisagens


sonoras. Anotar os sons. Perceber suas
características. Tentar reproduzi-los.
SCHAFER
 EXEMPLOS de atividades:

 Experimente passar uma folha de papel pela classe sem


fazer nenhum baralho.

 Tentar tirar timbres diferentes de um mesmo


instrumento.

 Criar sons com texturas: “qual o som mais opaco que


você consegue fazer?”

 Tentar contar uma história bíblica, um noticiário, um


conto de fadas bem conhecido, sem palavras, só com
efeitos sonoros.

 Desenhe linhas, pontos e formas e tente sonorizar essa


pintura.

 Tente sonorizar/musicar uma obra de arte abstrata.


JOHN
PAYNTER

#ESTRUTURAS
DO SOM

Inglaterra, 1931-
PAYNTER

 Compositor e professor, criou um novo currículo


nacional para o ensino de música nas escolas inglesas,
antes firmada no fazer musical vocal e instrumental, na
teoria musical, história da música e no repertório
erudito.

 Propõe um ensino musical com exploração e criação a


partir de diferentes fontes sonoras.

 Não ignora a música e os instrumentos tradicionais.


Eles são usados também em sala de aula, mas de uma
forma criativa.

 Seus livros publicados contém relatos das aulas para


contexto escolar (ensino fundamental e médio),
PAYNTER
 “Hear and Now: An Introduction to Modern
Music in schools”
 “Sound and Structure”
 “Sound and silence”

 Seus livros geralmente são estruturados em


“Projetos”, divididos tematicamente, para
serem desenvolvidos em várias aulas.

 Entende a educação não de forma linear,


mas em rede, onde um conceito pode puxar
o outro, e um tipo de atividade puxa outro e
assim as relações são construídas, na
experiência, de forma criativa.
PAYNTER

Princípios:

criatividade, experimentação, liberdade,


descoberta.

o foco principal: ouvir atentamente os


sons ao redor, compreendendo
esteticamente cada som, de forma ampla
e criativa.

experiências de execução e criação com


sons diversos.
PAYNTER

Atividades de:

Audição (seleção de sons)

Reprodução (imitação de sons)

Avaliação (gravação e apreciação de


sons)

Criação (improvisação e composição de


peças), individual e em grupo
PAYNTER
EXEMPLOS:

 Ouvir e identificar os sons de determinado ambiente.


Escolher um e tentar imitá-lo, com a maior precisão
possível, usando a voz. Gravar e comparar com o
original.

 Ouvir durante 30 segundos os sons ao redor. Imitar a


sequencia ouvida. Representar graficamente os sons
ouvidos, “anotando” as características dos sons, o tempo
que eles apareceram.

 Explorar sons de madeira, tocá-los em conjunto e criar


uma composição (improvisação) com eles. Grafar a
composição.

 Construir instrumentos musicais novos e criar peças


musicais para eles (em grupo ou individualmente).
PAYNTER
 EXEMPLOS:

 Gravar sons de um determinado ambiente (mercado, escola,


rua, etc.), analisar e escrever as células rítmicas e as alturas
concretas de fragmentos melódicos a fim de criar peças de
colagem sonora.

 Para alunos que tocam instrumentos: tirar sons inesperados


do instrumento.

 Para alunos de cordas: ouvir um quarteto de cordas clássico,


anotando as suas características sonoras típicas. Após isso,
compor, em grupo, uma peça de quarteto de cordas que fuja
de todas essas características típicas.

 Criar uma melodia que não seja “melodiosa”.

 Criar uma peça para tambor que não seja “rítmica”.

 Criar uma peça utilizando as vozes como instrumentos de


percussão.
PAYNTER

#ATIVIDADE:
1) Criar uma composição que represente uma pirâmide – e fazer a notação
dela.

2) Escolher uma quadrinha ou ditado popular e criar uma composição –


explorar o máximo formas diferentes de falar essa quadrinha. Criar uma
composição misturando sons do corpo, voz, instrumentos, como quiser,
que revele a frase.

“O fazer artístico sempre refletiu a visão de mundo de


uma determinada época e, usualmente, tem buscado
novos materiais, novas ideias, novas maneiras de
organização e experimentação. Para Paynter [e outros
educadores da segunda geração], o século XX assistiu a
um aumento da responsabilidade individual e a uma
diminuição do autoritarismo e, desse modo, pôs à prova
dogmas e situações eternizadas. Segundo ele, a grande
marca do século foi a valorização da experiência
Princípios gerais para uma educação
musical ativa
• Música se aprende brincando, tocando e
cantando.

• Música se aprende se forem


respeitadas: a liberdade, a criatividade,
e as diferentes formas de cada criança.

• Vivenciando a música, a criança passa a


amá-la e aceita que ela faça parte de
sua vida.
Princípios gerais para uma educação
musical ativa
 Música se aprende com movimento.

 Música se aprende explorando e vivenciando


uma variedade rica de: sons, timbres,
instrumentos, músicas, referências

 Todos podem aprender música.

 Música não é só música. Música é vida.

 Primeiro fazer, depois entender.


Princípios gerais para uma educação
musical ativa

Todos os grandes conceitos da música podem


ser aprendidos quando criança e de forma
lúdica.

Não há limite para a criatividade.

A criança aprende pela audição, pelo exemplo e


pela repetição: é preciso cercá-la de rico e
variado ambiente musical. Assim ser cria um
bom músico.
Princípios gerais para uma educação musical
ativa
 Um mesmo conceito pode ser trabalho de
n formas.

 Um professor de música ativo: conhece


diferentes técnicas, tem ousadia, é
sensível, alegre, dinâmico, se diverte em
sala de aula, senta no chão, dá boas
referências aos alunos, respeita cada
criança com suas
 particularidades, sabe adaptar e
improvisar, sabe o porquê de cada prática.
Referências bibliográficas
CAMPOS, Moema C. A Educação Musical e o novo paradigma. Rio de Janeiro:
Enelivros, 2000.

FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios: um ensaio sobre


música e educação. 2 ed. São Paulo: Editora UNESP, 2008.

ILARI, Beatriz; MATEIRO, Teresa (org). Pedagogias em educação musical.


Curitiba: Ibpex, 2011.

PAZ, Emerlinda. Pedagogia Musical Brasileira no século XX: metodologias e


tendências. 2 ed. Brasília: Editora MusiMed, 2013.

PAYNTER, J. Hear and now: an introduction of modern music in schools.


London: Universal Edition, 1972.

__________. Sound and structure. London: Cambridge University Press, 1992.

PENNA, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. Editora Loyola.

SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. Trad. Marisa Trench Fonterrada,


Magda R. Gomes da Silva, Maria Lucia Pascoal. São Paulo: Fundação Editora
UNESP, 1991.

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