TCC Gisa
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TCC Gisa
CURSO DE FÍSICA
RIO DE JANEIRO
2016
FRANKLIN MARINHO DE CASTRO
Rio de Janeiro
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter completado mais uma fase das muitas que
ainda completarei em minha vida.
Agradeço aos meus avós Miracema Jaime da Costa e Joppert Barreto da costa pelo
apoio e ajuda na luta de ver concluída mais essa fase da minha vida.
Aos meus colegas de turma que estiveram ao meu lado, me estimulando e dando
forças a prosseguir na jornada de estudos na FTESM.
Albert Einstein
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar as contribuições das experiências para o
ensino-aprendizado das teorias físicas assim como da compreensão dos fenômenos físicos,
fazer a análise de grau de interesse de alunos do ensino médio por meio de pesquisas com
colégios que utilizam ou deveriam utilizar a introdução de experiências no auxílio das aulas
teóricas de acordo com o conteúdo programático da disciplina. Para atingir esses objetivos
foram utilizados questionários preenchidos, por alunos do ensino médio de colégios
particulares e públicos em que o professor utilize experiências para o ensino e que não use
experimentos, alunos que foram voluntários para participar da pesquisa preenchendo os
questionários. Essas perguntas visam determinar o conhecimento prévio dos alunos em
relação ao conteúdo a ser trabalhado, saber o interesse sobre o assunto, as dificuldades em
aprender física e relacionar os assuntos com o seu cotidiano. Serão utilizados questionamentos
também para verificar em quais pontos a pesquisa pode melhorar, quais os pontos positivos e
negativos e verificar por quais vertentes esse trabalho deve se seguir. Espera-se com esse
trabalho ajudar a verificar se a experiência e um dos caminhos para a solução do ensino da
Física.
1 INTRODUÇÃO 08
2 DESENVOLVIMENTO 10
2.1 História da Física 10
2.2 História da Física no Brasil 10
2.3 Leis 11
2.4 Embasamento teórico 12
3 DADOS 20
3.1 Dados obtidos 20
3.2 Analise de dados 20
3.2.1 Você gosta de estudar física? 20
3.2.2 Você acha o ensino de física importante? 22
3.2.3 você percebe uma relação entre a Física ensinada na escola, o cotidiano e as 25
nossas tecnologias?
3.2.4 Você já realizou algum experimento na disciplina física? 27
3.2.5 Qual a principal dificuldade você sente para aprender física? 30
3.2.6 Qual a importância de um laboratório de Física para a aprendizagem? 32
4 CONCLUSÃO 34
5 REFERENCIAS 36
8
1 INTRODUÇÃO
1
Neyla Lima Carneiro é graduada em Física pela UECE e engenharia civil na UNIFOR - Universidade de
Fortaleza.
9
O método bibliográfico de pesquisa foi adotado neste estudo, uma vez que ele é o tipo
de investigação em que se recuperam as informações dos conteúdos científicos a respeito da
importância da experimentação para o ensino de Física.
10
2 DESENVOLVIMENTO
Após essa ascensão, o estudo das ciências e filosofias teve um grande declínio, assim
como a educação em geral e durante a idade media, após a queda do império romano, viveu
um período chamado “idade das trevas” que durou até o renascimento onde vários
acontecimentos mudaram a maneira de pensar da sociedade europeia. Havendo um grande
avanço das ciências e tecnologias. Fazendo uma grande revolução no mundo da ciência e na
forma de ensinar, que perdura ate hoje.
Neste período, foram instaladas algumas características que hoje podem ser
observadas na educação moderna, tais como: os espaços especializados para o ensino (salas
de aula) e o aprendizado seriado.
11
Durante duzentos anos, a instrução do povo brasileiro esteve entregue aos padres da
companhia de Jesus. Em 1759 com a expulsão dos mesmos, pelo Marquês de pombal, a
educação do Brasil sofreu uma desestruturada e sofreu um período de caos. Com falta de
professores só melhorando esse quadro com a vinda da família real para o Brasil. (ROSA;
ROSA, 2012)
Em virtude de como foi feita a colonização, o início dos estudos teve grande influência
das ciências humanas. Entretanto, as invasões holandesas no Nordeste influenciaram a
promoção do avanço e consolidação do ensino das ciências físicas no Brasil, pois elas
trouxeram homens da ciência que instalaram várias frentes de estudo, onde podemos ver ainda
hoje grandes núcleos de pesquisa e pós-graduação em universidades do Nordeste.
(RODRIGUES, 2004)
Outro fator que influenciou o ensino de ciências no Brasil foi a chegada da família real
e a abertura dos portos às nações estrangeiras. Além disso, D. João VI criou inúmeras
instituições de estudo de ciências que conjuntamente com a criação das primeiras escolas de
ensino superior – Academias Médico Cirúrgica (Rio de Janeiro e Bahia), ajudaram a
impulsionar os estudos científicos e atender as necessidades da Corte Portuguesa.
A criação do colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, serviu de modelo para as demais
escolas e introduziu os estudos seriados que contemplava as ciências físicas e naturais.
2.3 Leis
Na segunda metade do século XX, a Lei 4.024/61 que mantém o ensino de física nas
três séries da escola secundária e a Lei 5.692/71 que trata das influências das teorias de Jean
Piaget no ensino de física, demonstram uma preocupação da sociedade com os problemas
ambientais e as implicações sociais do desenvolvimento científico. A visão de Ciência/Física
também está associada aos problemas ambientais influenciados pelo contexto econômico,
político e social. (RODRIGUES, 2004).
De acordo com Lev Vygotsky cada ser humano tem a capacidade de aprender por
intermédio do seu contexto histórico/cultural, ou seja, quando o aluno visualiza algum objeto,
fenômeno, o mesmo deve ser capaz de relacionar o conhecimento adquirido com os fatos
vivenciados em seu cotidiano.
Aos poucos o ensino de física conquista seu espaço e altera o conceito de ensino de
física, procurando valorizar o educando em todos os aspectos: físicos, psíquicos, social e
cultural. Com os experimentos servindo como suporte para a ação didática, visando à
aquisição de conhecimento.
O experimento coloca o estudante numa situação de reflexão, ou seja, tudo que existe
na natureza, nas relações humanas e no cotidiano são associadas ao fato ocorrido, assim
ocorrem alguns processos de interação entre a aprendizagem e a sociogênese de cada
indivíduo.
Para Vygotsky, o modo mais favorável para que o aprendizado seja ativado é
comparando a disciplina a ser ministrada com o contexto histórico em que o indivíduo vive,
facilitando assim a interpretação do fato e ativando a função cerebral da assimilação. Em
outras palavras, a sociogênese é a maneira do individuo observar a sua importância em que
está inserido no mundo social.
14
Outro relevante ponto que pode ser levado em conta é a demonstração fenomenológica
e que o mesmo proporcionará o surgimento do sentido investigativo e abrirá oportunidades
para novas conclusões na área, pois a física é uma ciência indefinida formada por teoria e
teses algumas ainda não inteiramente comprovadas.
Por meio da experiência, o aluno pode reparar a ação de maneira que ele passa a criar
um raciocínio lógico da natureza, onde a capacidade de interpretar a ciências (em específico a
16
Ao defrontar-se pela primeira vez com o estudo da física, espera-se que o aluno faça
equivalência com as experiências construídas a partir de suas vivências, na maioria dos casos
conquistada através de diversas ocasiões vividas em seu cotidiano, por isso é fundamental que
o licenciado em física, ao assumir uma sala, tenha noção do conhecimento científico que cada
educando possui, para que possa fazer interação entre o ambiente científico e sócio cultural,
propondo assim uma formulação da sua proposta pedagógica.
De acordo com a análise do Dr. Alberto Gaspar e Dra. Isabel Monteiro (2005) no
artigo sobre atividades experimentais de demonstrações em sala de aula, o professor tem
papel crucial para o desenvolvimento do aluno como o meio ensino-aprendizagem; em
18
Vygotsky analisa que é por meio da experiência que o indivíduo aprende, mas além do
uso das experiências o orientador do experimento tem que usar como recurso situações
problema para despertar visões investigativas no ato da experiência, onde sejam inseridos
conceitos definindo, demonstrando o significado do estudo, tornando o aparato eficaz.
3 DADOS
Foram entrevistados 25 alunos do terceiro ano do ensino médio para cada instituição
analisada, totalizando assim, 100 alunos.
Vale ressaltar que à medida que se obteve acesso aos questionários dos alunos, foi
descoberto que as duas escolas da rede pública de ensino possuíam laboratórios, porém
nenhuma os utilizava. O que cabe uma nova pesquisa e um novo questionamento: por que os
professores não utilizam os laboratórios?
SIM Não
Para a primeira questão do questionário: “Você gosta de estudar física?” 47% dos
alunos responderam sim e 53% não. Vale destacar que o colégio que mais contribuiu com esse
percentual de 47% foi o único em que o laboratório era realmente utilizado, com 20 respostas
positivas, totalizando 80% dos alunos apenas desse colégio.
22
Outro dado a se destacar, é que um dos colégios da rede pública de ensino obteve 14
respostas para o sim (ainda se tratando da primeira pergunta), taxa percentual de
aproximadamente 60%. Uma justificativa que foi muito repetida, foi o fato do desinteresse na
disciplina ser justificado pelos cálculos e as formulas envolvidas, 16% dos entrevistados
responderam essa explicação.
Entre as respostas negativas, as justificativas que merecem destaque são: “A física que
mostram para mim parece ser chata, com isso vem à falta de interesse e é por isso que eu não
gosto de estudar física”. E outra justificativa é: “Tenho dificuldade em trabalhar com formulas
e o tempo semanal e insuficiente para que eu possa aprender”.
Para a segunda pergunta: “Você acha o ensino de física importante?” 83% dos
estudantes responderam que sim tendo 17% de respostas contrárias. Entre esses percentuais, o
colégio da rede particular com laboratório e um dos colégios da rede pública obtiveram os
mesmo percentuais 22 alunos consideravam importante o ensino de física, isso representa
90% dos alunos dessas escolas. Em todas as escolas, o percentual individual de cada escola
24
foi maior 70% dos perguntados acham o ensino importante. As justificativas que mais se
repetiram (13% do total de alunos) responderam que a importância era para concursos e
vestibulares.
Dentre as justificativas que merecem destaque: “Sim, Pois quero fazer engenharia”.
“Sim, por que diversas áreas da tecnologia são necessárias à física”. “Sim, desenvolve
raciocínio lógico para situações diárias”. “Sim, por conta principalmente de concursos e por
conta de explicar as coisas do cotidiano”. “Muito, alem de desenvolver as capacidades
cognitivas a física também mostra ao individuo como o universo funciona”.
A única justificativa negativa foi: “Não, já existe a matemática e ela já está ai para
isso”.
3.2.3 Você percebe uma relação entre a física ensinada na escola, o cotidiano e as
tecnologias?
JUSTIFICATIVA: PERCENTUAL:
25
Outros. 40%
26
Na terceira indagação: “Você percebe uma relação entre a física ensinada na escola, o
cotidiano e as tecnologias?” 80% disseram que sim e 20% marcaram o não”. Nessa estatística,
as instituições de ensino com laboratório se sobressaíram também com mais que 90% de
alunos percebendo essa relação. No geral todos os colégios apresentaram índices maiores que
70 % identificando esta relação. Vale a resalva que mais de 40% de alunos enxergam a física
presente ao nosso redor, percebem a física em suas rotinas.
As Respostas que se destacaram são: “Sim, já que a física estuda todos (ou quase
todos) os fenômenos físicos do mundo, apesar da física ensinada nas escolas não ser precisa,
já que não leva em conta a resistência do ar”. “Sim. em jogos, por exemplo, a física e muito
importante para a realidade nos jogos”. “Sim, situações práticas que envolvem as leis da
física, como as leis de Newton, gravitação e trabalho”. “Sim, somente quando estou em um
dos trens que vão se encontrar a 203 e 107 quilômetros por hora, e preciso saber em que
momento eles se encontram” percebe-se uma ponta de ironia nessa resposta. Outras respostas:
27
“Intrinsecamente relacionadas. A física nada mais e que uma explicação de como a matéria
funciona”. “Percebo, existem alguns professores capazes de conciliar o nosso dia-a-dia com a
física”.
JUSTIFICATIVA:
Outros. 40%
28
descreveram que a escola oferece esse tipo de atividade. A maior justificativa (70%) para a
não realização da experimentação foi a falta de oportunidade e a ausência de pedido do
professor.
3.2.5 Qual a principal dificuldade que você sente para aprender física?
CONTAS
PERGUNTA
A quinta pergunta do questionário: “Qual a principal dificuldade que você sente para
aprender física?” não é uma pergunta que a resposta seria sim ou não, deixando bem aberto
para explorar o que pensam os alunos, e três tipos de justificativas merecem destaque por
mais se repetirem, respostas com as palavras: fórmulas, contas/cálculos/matemática e
enunciado. Tiveram um percentual de 38%, 20% e 12% respectivamente.
Argumentações de destaque: “Quando o professor é bom flui perfeito, mas como não é
o caso, muitas das vezes acabo entendendo, não por que ele explicou, mas sim por que eu
peguei em casa e me esforcei”. “Na física sou ótima, mas quando envolve trigonometria sinto
dificuldade”. “Não tenho dificuldade em física, odeio matemática e tenho dificuldade nessa
matéria”. “Nas transformações de grandezas”. “Em não ver nada da matéria em meu
cotidiano”. “Desenvolver os problemas com as respectivas formulas, que nem sempre estão
aparentes”. “Não consigo trabalhar com fórmulas e o tempo com o professor de física é
insuficiente”.
Destaca-se como comentários: “Não sei, na minha escola tem, porém nunca foi
usado”. “Verificar que na prática a teoria pode não se aplicar perfeitamente, por questões
humanas”. “Para quem quiser se formar em petróleo e gás é muito importante aprendermos a
Física e fazermos experimentos”. “Extrema, assim podemos conciliar Física e cotidiano”. “A
importância é que com o laboratório a física fica mais divertida, mas dinâmica, os alunos
ficam mais interessados com a matéria”. “O laboratório é importante para podermos ver na
prática, aquilo que aprendemos em teoria na sala. É importante para ver que as aulas não são
inúteis”.
4 CONCLUSÃO
32
Um dado que deve ser levado em conta na pesquisa, é que 67 alunos nunca realizaram
nenhuma experiência na disciplina, seja em sala de aula, seja em uma feira de ciências, com
apenas 37 alunos de um total de 100, já tendo realizado qualquer experiência. Outro fator que
se deve levar em consideração, é que 10 alunos do colégio (A) que possui laboratório e o
utiliza regularmente, responderam que nunca realizaram experimentos.
meramente teóricas, com fórmulas prontas, conceitos e leis desarticuladas, longe da realidade
dos alunos.
Deve-se qualificar melhor os professores com as universidades incluindo mais
disciplinas que envolvam o uso de experiências nos curso de formação inicial, para melhor
preparar no uso deste recurso, espera-se que a utilização de atividades experimentais aliadas a
um reforço nas interpretações e leituras de textos, possa despertar um maior interesse e
consequentemente um melhor desempenho na disciplina, isso levaria os alunos a novas
descobertas e que as mesmas ajudem na sua inserção em um mundo cada vez globalizado que
precisa do entendimento e da aplicação desta ciência tão fascinante chamada física.
34
5 REFERÊNCIAS:
CARNEIRO, Neyla Lima. A Prática Docente Nas Escolas Públicas, Considerando o Uso
do Laboratório Didático de Física. 2007. 90 f. Trabalho Conclusão de Curso (graduação de
Licenciatura Plena em Física) Universidade Estadual do Ceara, Fortaleza, 2007.
CIMA, Rodrigo Cardoso, Causas Pelas Quais os Alunos Reduzem o Interesse Pela Física
na Transição do Ensino Fundamental Para o Médio na Perspectiva da Supervisão
Escolar de Escolas Particulares de Porto Alegre e Região Metropolitana. 2014. 124 f.
Dissertação de Mestrado da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade
de Física – Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências e Matemática. Rio Grande
do Sul, 2014.
COELHO, Rafael Otto. O Que Leva o Aluno a Gostar (ou não) da Aula de Física?, 1999.
11f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Especialização em Educação) Universidade
Federal de Pelotas, Rio Grande do Sul, 1999.
PENA, F. L. A. Por Que, Apesar do Grande Avanço da Pesquisa Acadêmica Sobre Ensino
de Física no Brasil, Ainda há Pouca Aplicação dos Resultados em Sala de Aula? Revista
Brasileira de Ensino de Física, v.26, n. 4, p. 293-295, 2004.
35
ROSA, Cleci Werner Da; ROSA, Álvaro Becker DA O Ensino de Ciências (Física) no
Brasil: da História às Novas Orientações Educacionais. Revista ibero-americana de
educação ISSN: 1681-5653 Nº58/2 – 15/02/12.
VIEIRA, Cássio Leite. Instituto Ciência Hoje. 2015. 196p. Disponível em http://mesonpi.
cat.cbpf.br/escola2015/downloads/material/historia_da_fisica.pdf. Acesso 02.04.2016.