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Data: 16/12/2016
O cálice
Durante a iniciação o irmão Experto oferece ao Neófito um cálice cheio com duma
bebida de sabor amargo: a bebida da Memória, *Água Mnemosine.
Nesta fase do Ritual de Iniciação o Venerável Mestre pronuncia as sábias palavras:
“Senhor, ainda exigimos de vós um juramento de honra que deve ser prestado sobre a
taça sagrada. Se sois sincero, bebei sem receio, mas, se no fundo de vosso coração se
oculta alguma falsidade, não jureis! Afastai antes essa taça e temei o pronto e terrível
efeito dessa bebida. Consentis no juramento?”.
Este ritual não é trivial nem de pouco valor; Ao contrario, este momento tem um papel
fundamental em sua busca iniciática e este simples ato contém três símbolos entre os
mais importantes que um maçom deve recordar a fim de dar uma plena luz para sua
caminhada.
Estes símbolos são: cálice, bebida amarga e a cor verde.
Após as provas rituais outro cálice é oferecido ao candidato e o último antes de deixá-lo
fazer o juramento, ou seja, antes de se tornar um maçom. Desta vez é uma bebida
amarga, a memória: água Mnemosine. Se a primeira bebida tinha o gosto insípido da
vida profana e material em que o Espírito ainda não está acordado, a segunda traz a
amargura da vida do Iniciado, daquele que investiga, daquele que é atormentado pelo
desejo de saber, mas também pela profunda solidão que deverá aceitar para descobrir a
si mesmo. O choque deste sabor amargo desperta nele a memória de um mundo
passado, uma unidade primordial da qual existe apenas lembranças nas formas
adquiridas pelas virtudes que a iniciação propôs a ele a prática. Esta prática fará
renascer para uma vida mais espiritual, em que terá de subir a uma escala de valores
diferente e bem mais sólida do que aquelas da pura existência profana.
Um dia, o iniciado poderá ser considerado um adepto, ou seja, ele alcançará a
serenidade, só então ele poderá saborear a doçura da Ambrosia.
Mesmo que essas três fases nos renove aos três graus fundamentais da iniciação, o
símbolo ligado a esta bebida está contido na taça. O cálice mais conhecido por nós é
certamente o Graal da lenda Céltica, também conhecidas como o “ciclo de Artus”. Este
cálice escavado na Esmeralda tem contido o sangue de Cristo, que José de Arimatéia
trouxe a Grã-Bretanha, afim que a iniciação possa sobreviver e se perpetuar na busca de
cada um dos homens ao espírito desperto.
O que poucos percebem é que as provas da iniciação, mais enfaticamente aos goles da
bebida amarga, não ocorre naquela noite e sim durante a jornada maçônica com o na
forma de constante convívio com os irmãos tanto na vida profana quanto nas noites de
sessão ritualística. Podemos dizer que o ritual de ingresso na maçonaria é uma alegoria
do futuro que certamente virá, a profecia imutável. É certo que quase a totalidade bebe a
bebida amarga logo após a pergunta, “Quem Ajudará O Filho Da Viúva?”.