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GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Fundada em 08 de janeiro de 1928 da E.’. V.’..

AUG.’. E RESP.’. LOJ.’. SIMB.’. THEMIS Nº 157


Fundada em 24 de julho de 1998 da E.’. V.’..

Trabalho do Ir.’. Leonardo Redaelli – A.’.M.’.


Matrícula 18546 – Iniciado em 6 de novembro de 2015

Data: 16/12/2016

O cálice

Durante a iniciação o irmão Experto oferece ao Neófito um cálice cheio com duma
bebida de sabor amargo: a bebida da Memória, *Água Mnemosine.
Nesta fase do Ritual de Iniciação o Venerável Mestre pronuncia as sábias palavras:
“Senhor, ainda exigimos de vós um juramento de honra que deve ser prestado sobre a
taça sagrada. Se sois sincero, bebei sem receio, mas, se no fundo de vosso coração se
oculta alguma falsidade, não jureis! Afastai antes essa taça e temei o pronto e terrível
efeito dessa bebida. Consentis no juramento?”.
Este ritual não é trivial nem de pouco valor; Ao contrario, este momento tem um papel
fundamental em sua busca iniciática e este simples ato contém três símbolos entre os
mais importantes que um maçom deve recordar a fim de dar uma plena luz para sua
caminhada.
Estes símbolos são: cálice, bebida amarga e a cor verde.

No decorrer do Ritual de Iniciação o Experto dá para o Neófito a bebida, a poção do


esquecimento (Oblivion), um sabor agradável, para que por esquecer seus passados
vícios possa se despersonalizar e morrer para sua vida passada (profana). Isto não é
destruir as peculiaridades de seu caráter ou mudar o seu destino, mas para dominar suas
inclinações a fim de capturar a essência do seu ser e de viver em conformidade com o
determinismo. Por isso é bom para renascer para uma outra vida, mais consciente. Na
mitologia grega, quando a alma tinha o submundo (inferno) que ela estava enfrentando
cinco rios, mas ela cruzou um. Estes rios foram Aqueronte (dor); Flegetonte (queimar);
Cócito (lamentação); Estige ou Styx (horrível); Lethe ou Lete (esquecimento). Se a
alma atravessar o Lethe é que a ela foi dada a reencarnação para uma outra vida. Mas se
o rio pode ter diferentes aspectos é que ele representa a própria existência e suas
diversas formas de viver. Descendo as montanhas, ventos através dos vales, perdendo-
se em lagos ou mares, o rio simboliza a existência humana e fluir com a sucessão de
desejos, sentimentos, intenções, e a variedade de seus desvios. No RITO ANTIGO E
PRIMITIVO MEMPHIS-MISRAIM Que só reproduz esta tradição mitológica, consiste
de marcar por este gesto o recomeço, por isso é chamado de neófito.

Após as provas rituais outro cálice é oferecido ao candidato e o último antes de deixá-lo
fazer o juramento, ou seja, antes de se tornar um maçom. Desta vez é uma bebida
amarga, a memória: água Mnemosine. Se a primeira bebida tinha o gosto insípido da
vida profana e material em que o Espírito ainda não está acordado, a segunda traz a
amargura da vida do Iniciado, daquele que investiga, daquele que é atormentado pelo
desejo de saber, mas também pela profunda solidão que deverá aceitar para descobrir a
si mesmo. O choque deste sabor amargo desperta nele a memória de um mundo
passado, uma unidade primordial da qual existe apenas lembranças nas formas
adquiridas pelas virtudes que a iniciação propôs a ele a prática. Esta prática fará
renascer para uma vida mais espiritual, em que terá de subir a uma escala de valores
diferente e bem mais sólida do que aquelas da pura existência profana.
Um dia, o iniciado poderá ser considerado um adepto, ou seja, ele alcançará a
serenidade, só então ele poderá saborear a doçura da Ambrosia.
Mesmo que essas três fases nos renove aos três graus fundamentais da iniciação, o
símbolo ligado a esta bebida está contido na taça. O cálice mais conhecido por nós é
certamente o Graal da lenda Céltica, também conhecidas como o “ciclo de Artus”. Este
cálice escavado na Esmeralda tem contido o sangue de Cristo, que José de Arimatéia
trouxe a Grã-Bretanha, afim que a iniciação possa sobreviver e se perpetuar na busca de
cada um dos homens ao espírito desperto.

Disse o alquimista Fulcanelli (1839 - 1923), em suas Mansões Filosofais(1930): "O


graal – é sem duvida da o mistério mais elevado da cavalearia mística e da maçonaria,
que é uma degenerência da cavalearia mística; ele é o véu do Fogo criador, o Deus
absconditus na palavra INRI, gravada sobre a cabeça de Jesus na Cruz. Os egípcios
também possuíam esse atributo: Serápis muitas vezes é representado com o mesmo
objeto sobre sua cabeça, objeto que nas margens do Nilo, chama-se Gardal. Era nesse
Gardal que os sacerdotes conservavam o fogo material. Do mesmo modo com as
sacerdotisas nele conservavam o fogo celeste de Phtah. Ora, esse Deus Fogo, esse Deus
Amor encarna-se eternamente em cada ser, já que tudo o que existe no universo tem sua
centelha vital. Ele é o Cordeiro imolado desde o começo do mundo, que a igreja católica
oferece a seus fiéis sob as espécies da Eucaristia fechada no Cibório, como o
sacramento do Amor. O cibório assim como o Graal e as crateras sagradas de todas as
religiões, representa o órgão feminino da geração e corresponde ao vaso cosmogônico
de Platão, à taça de Hermes e de Salomão, à urna dos antigos mistérios. O Gardal dos
egípcios é, portanto, a chave do Graal. Em suma, trata-se da mesma palavra. Com efeito
de deformação em deformação, Gardal tornou-se Graal. O sangue que ferve no cálice
sagrado é a fermentação ígnea da vida ou do misto gerador. Não poderíamos senão
deplorar a cegueira daqueles que se obstinariam em ver nesse símbolo, despojado de
seus véus até a nudez, apenas uma profanação do divino. O pão e o vinho do sacrifício
místico correspondem ao espírito ou ao fogo na matéria que, por sua união, produzem a
vida. Aqui está o porquê cristãos manuais de iniciação, chamados evangelhos, eles
dizem alegoricamente a Cristo: Eu sou a Vida; Eu sou o pão vivo; Eu vim para
incendiar as coisas, e envolto em o sinal exotérico doce de alimento por excelência”.

O rito do cálice é o último evento antes do neófito pronunciar o juramento da iniciação


maçônica e que a luz lhe seja dada com um “Fiat Lux”. Esse momento é o mais
importante e seu esoterismo não é estudado o suficiente. O verde é a cor da esmeralda e
consequentemente, a do Graal. Ele também é a do plano "astral", o intermediário entre o
físico e os planos superiores, espirituais. Na tradição oriental, o sistema de energia que
rege o ser humano, o verde é a cor do quarto chakra entre os sete costumeiramente
estudados, que é o do coração, chamado “Anahata”. Situa-se entre os três últimos e os
três primeiros centros energéticos, é o chakra da fusão entre a matéria e a mente. Verde
é a cor dos corpos em decomposição, mas também o renascimento da natureza, assim
como a disposição zodiacal do processo alquímico situa em Touro o trabalho interior
para a matéria, pouco antes da calcinação. Nós Sabemos que o planeta Vênus é aquele
que tem como atributo a cor verde e está na casa do signo de Touro; é então que no
signo de cor verde o movimento lento e constante começa a produzir as primícias vitais.
O verde representa assim uma fase transitória de evolução; A mesma transição é
confiada ao cálice da amargura. Deve-se notar isto da liturgia católica, o verde é
empregado pelos ornamentos sacerdotais do segundo ao sexto Domingo após a Epifania
e a todos os Domingos depois do Pentecostes (pontos de clivagem); isto é,
antecipadamente, a espera dos dois pivôs do catolicismo: a Páscoa e o Natal.
Se, portanto, a cor verde representa o trabalho interior de nascimento e renascimento,
como a transmutação da matéria em espírito (substituição da matéria pelo espírito), isto
é, pelo fogo criador, parece bastante lógico e natural, que a luz central sobre nosso altar
e sobre a mesa do venerável mestre seja a chama de uma candela verde, simbolizando
ao mesmo tempo a água do rio da vida, o nascimento, a decomposição da morte, e o
plano intermediário da harmonia na qual tende o Iniciado.

O que poucos percebem é que as provas da iniciação, mais enfaticamente aos goles da
bebida amarga, não ocorre naquela noite e sim durante a jornada maçônica com o na
forma de constante convívio com os irmãos tanto na vida profana quanto nas noites de
sessão ritualística. Podemos dizer que o ritual de ingresso na maçonaria é uma alegoria
do futuro que certamente virá, a profecia imutável. É certo que quase a totalidade bebe a
bebida amarga logo após a pergunta, “Quem Ajudará O Filho Da Viúva?”.

*Era aquela que preserva do esquecimento. Seria a divindade da enumeração


vivificadora frente aos perigos da infinitude, frente aos perigos do esquecimento que na
cosmogonia grega aparece como um rio, o Lete, um rio a cruzar a morada dos mortos (o
de "letal" esquecimento), o Tártaro, e de onde "as almas bebiam sua água quando
estavam prestes a reencarnarem-se, e por isso esqueciam sua existência”.

*Os zoroastras, também eram conhecido como mazdeos.


*Titurel é um fragmentado romance germanico escrito por Wolfram von Eschenbach,
após 1217.

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