Estatística Fácil - Antônio Arnot Crespo - 03
Estatística Fácil - Antônio Arnot Crespo - 03
Estatística Fácil - Antônio Arnot Crespo - 03
-
Cap.3 — Séries Estatísticas 31
(Chív\kr,
5.1. As percentagens .9
Consideremos a série:
1? grau 19.286
2° grau 1.681
3? grau 234
Total 21.201
d_ Dados fictícios.
4
-_-_ o / 2 5 •)-
32 ESTATÍSTICA FÁCIL
Com esses dados, podemos formar uma nova coluna na série em estudo:
CATEGORIA N° DE ALUNOS
Os valores dessa nova coluna nos dizem que, de cada 100 alunos da cidade A,
91 estão matriculados no 1? grau, 8, aproximadamente, no 2? grau e 1 no 3? grau.
og_enn re o da percentagemé de grande valia quando é nosso intuito destacar
participação da parte no todo.
Consideremos, agora, a série:
N° DE ALUNOS
CATEGORIA
CIDADE A CIDADE B
5
Cap. 3 — Séries Estatísticas 33
5
CIDADE A CIDADE B
CATEGORIA
N° DE ALUNOS N? DE ALUNOS
o que nos permite dizer que, comparativamente, contam, praticamente, com o mes-
mo número de alunos em cada grau.
4
NOTAS: 4
Do mesmo modo que tomamos 100 para base de comparação, também podemos tomar um
outro número qualquer, entre os quais destacamos o número 1. É claro que, supondo o to-
tal igual a 1, os dados relativos das parcelas serão todos menores que 1.
Em geral, quando usamos 100 para base, os dados são arredondados até a primeira casa
decimal; e quando tomamos 1 or base são arredondados até a terceira casa decimal.
' 4, t) •-) _
--
1 Ao 3
N? DE DADOS RELATIVOS
ESCOLAS
ev, ALUNOS
POR 1 POR 100
34 ESTATÍSTICA FÁCIL
Os trAiss,s são razões entre duas gr@ndry2s ais_que uma não inclui a outra.
5.3. Os coeficientes
733.986 - 683.816
A •-• TEE - X 100 = 0,0683 X 100 = 6,83 = 6,8%
733.986
436.127 - 412.457
B TEE - X 100 = 0,0542 X 100 -= 5,42 = 5,4%
436.127
Calcule a taxa de aprovação de um professor de uma classe de 45 alunos, sabendo que obtive-
ram aprovação 36 alunos.
TAE = n° de aprovação x 100
X .... =80%
n° matricula final
C < f o 7a.
36 ESTATÍSTICA FÁCIL
exercícios
ALUNOS
SÉRIES
MATRICULADOS
-= k 1? 546
2' 328
4 5"‘ 30 280
4? 120
O, (1 3
Total 1.274
- MAT RiCULAS
SÉRIES
MARÇO NOVEMBRO &-voI< -
f- 1? 480 475 5 4 /0 4
,v-s-r-ra- //l'i 2? 458 456 a.
436 430
420 420
VALOR
MESES
(US$ milhões)
Janeiro 33,3
Fevereiro 54,1
Março 44,5
Abril 52,9
Total 184,8
Dados fictícios.
Cap. 3 — Séries Estatísticas 37
4. São Paulo tinha, em 1989, uma população projetada de 32.361.700 habitantes. Sabendo que
sua área terrestre é de 248.256 km2 , calcule a sua densidade demográfica.
( )Considerando que Minas Gerais, em 1_9/38, apresentou (dados fornecidos pelo IBGE):
população projetada: 15.345.800 habitantes; Q. _ i s-.
superfície: 586.624 km2;
nascimentos: 337.859;
casamentos: 110.473.
Calcule: 33- -
o índice da densidade demográfica;
'2 5 - -'5 5- 5? CO
a taxa de natalidade;
a taxa de nupcialidade. _-4-2---
0$4't — tLikoc
o
s a c-i.uK cidades
di fá -g5
ma frota de 40 ca_minhões, transportando, cada erfif8 toneladas, i - duas A
B. Na cidade A são descarregados 65% desses caminf homens, trabalhando 7 ho-
ras. Os caminhões restantes seguem para a cidade B, onde 4 homens gastam 5 horas para o
seu descarregamento. Em que cidade se obteve melhor produtividade?
1° B 49 44 35 03 06 05 01 40 04
1° C 49 42 42 00 00 00 00 42 00
1° E 47 35 27 00 08 03 05 30 05
1° F 47 40 33 06 01 00 01 33 07
Calcule:
a taxa de evasão, por classe;
a taxa de evasão total;
a taxa de aprovação, por classe;
a taxa de aprovação geral;
a taxa de recuperação, por classe;
a taxa de recuperação geral;
a taxa de reprovação na recuperação geral;
a taxa de aprovação, sem a recuperação;
a taxa de retidos, sem a recuperação.
Gráficos Estatísticos
0. GRÁFICO ESTATÍSTICO
()DIAGRAMAS
Este tipo de gráfico se utiliza da linha poligonal para representar a série esta-
tística.
O gráfico em linha constitui uma aplicação do processo de representação das
funções num sistema de coordenadas cartesianas.
Como sabemos, nesse sistema fazemos uso de duas retas perpendiculares; as
retas são os eixos coordenados e o ponto de intersecção, a origem. O eixo horizontal
é denominado eixo das abscissas (ou eixo dos x) e o vertical, eixo das ordenadas (ou
eixo dos y).
Para tornar bem clara a explanação, consideremos a seguinte série:
PRODUÇÃO DE VEÍCULOS DE
AUTOPROPULSÃO
BRASIL — 1984-89
QUANTIDADES
ANOS
(1.000 unidades)
1984 865
1985 967
1986 1.056
1987 920
1988 1.069
1989 513
FONTE: ANFAVEA.
CONSTRUÇÃO DE VEÍCULOS DE
mil AUTOPROPULSÃO
unidades BRASIL — 1984-89
1.200
1.000
800
600
400
200
o
1984 85 86 87 88 89
FONTE: ANFAVEA.
FIGURA 4.1
NOTAS:
No exemplo dado, o zero foi indicado no eixo vertical, mas, por razões óbvias, não foi indi-
cado no eixo horizontal. Observe que o zero, de modo geral, deverá ser indicado sempre
que possível, especialmente no eixo vertical. Se, por alguma razão, for impossível tal indica-
ção e se essa omissão puder levar o observador a conclusões errôneas, é prudente chamar
a atenção para a omissão por um dos meios indicados nas Figuras 4.2, 4.3 e 4.4:
R$
1 00
R$
100 R$
99 99 geie 100
99
98
97 \r' 97 nage
98 98
96 96 IEEE 97
96
1.11.
1986 87 88 89 90 O
1986 87 88 89 90 1986 87 88 89 90
Com o intuito de melhorar o aspecto visual, podemos sombrear ou hachurar o gráfico. As-
sim, o gráfico da Figura 4.3 toma o seguinte aspecto:
R$
100
99
98
97 \r'
96
1986 87 88 89 90
FIGURA 4.5
Cap. 4 — Gráficos Estatísticos 41
— exportação
--- importação
FIGURA 4.6
em colunakou em barras
a. Gráfico em colunas
CONSTRUÇÃO DE AERONAVES
BRASIL — 1984-89
ANOS UNIDADES
1984 184
1985 171
1986 167
1987 203
1988 199
1989 197
FONTE: EMBRAER
42 ESTATÍSTICA FÁCIL
CONSTRUÇÃO DE AERONAVES
Unidades
BRASIL — 1984-89
250
200
150
100
50
o
1984 85 86 87 88 89
FONTE: EMBRAER.
FIGURA 4.7
b. Gráfico em barras
PRODUÇÃO DE ALHO
BRASIL — 1988
QUANTIDADES
ESTADOS
(t)
FONTE: IBGE.
PRODUÇÃO DE ALHO
BRASIL — 1988
Santa
Catarina
Minas
Gerais
Rio Grande
do Sul
Goiás
São Paulo
o 2 4 6 8 10 12 14
FONTE: IBGE toneladas
FIGURA 4.8
Cap. 4 — Gráficos Estatísticos 43
NOTAS:
Sempre que os dizeres a serem inscritos são extensos, devemos dar preferência ao gráfico
em barras (séries geográficas e especificas). Porém, se ainda assim preferirmos o gráfico
em colunas, os dizeres deverão ser dispostos de baixo para cima, nunca ao contrário.
A ordem a ser observada é a cronológica, se a série for histórica, e a decrescente, se for
geográfica ou categórica.
A distância entre as colunas (ou barras), por questões estéticas, não deverá ser menor que
a metade nem maior que os dois terços da largura (ou da altura) dos retângulos.
BALANÇA COMERCIAL
US$ milhão
BRASIL — 1984-88
40.000
30.000
20.000
10.000
o
1984 1985 1986 1987 1988
O exportação
FONTE: Ministério da Economia. E importação
FIGURA 4.9
Os setores são tais que suas áreas são respectivamente proporcionais aos dados
da série.
Obtemos cada setor por meio de uma regra de três simples e direta, lembrando
que o total da série corresponde a 3600
Exemplo:
Dada a série:
REBANHOS BRASILEIROS
1988
QUANTIDADE
ESPÉCIE
(milhões de cabeças)
Bovinos 140
Suínos 32
Ovinos 20
Caprinos 11
Total 203
FONTE: IBGE.
temos:
203— 360°1
1140 — xi x1 = 248,2 x1 = 248°
REBANHOS BRASILEIROS
1988
bovinos
o
. . suínos
......... ovinos
caprinos
FONTE: IBGE.
FIGURA 4.10
Cap. 4 — Gráficos Estatísticos 45
NOTAS:
O gráfico em setores só deve ser empregado quando há, no máximo, sete dados.
Se a série já apresenta os dados percentuais, obtemos os respectivos valores em graus multi-
plicando o valor percentual por 3,6.
3. GRÁFICO POLAR
É o gráfico ideal para representar séries temporais cíclicas, isto é, séries tempo-
rais que apresentam em seu desenvolvimento determinada periodicidade, como, por
exemplo, a variação da precipitação pluviométrica ao longo do ano ou da tempera-
tura ao longo do dia, a arrecadação da Zona Azul durante a semana, o consumo
de energia elétrica durante o mês ou o ano, o número de passageiros de uma linha
de ônibus ao longo da semana etc.
O gráfico polar faz uso do sistema de coordenadas polares.
Exemplo:
Dada a série:
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
MUNICíPIO DE RECIFE — 1989
PRECIPITAÇÃO
MESES
(mm)
Janeiro 174,8
Fevereiro 36,9
Março 83,9
Abril 462,7
Maio 418,1
Junho 418,4
Julho 538,7
Agosto 323,8
Setembro 39,7
Outubro 66,1
Novembro 83,3
Dezembro 201,2
FONTE: IBGE.
PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
MUNICÍPIO DE RECIFE - 1989
OUT.
SET.
DEZ.
JAN.
JUNWP ref
FEV.
SA MAR.
MAR.
FONTE: IBGE.
FIGURA 4.11
4. CARTOGRAMA
Exemplo:
Dada a série:
POPULAÇÃO ÁREA
ESTADO DENSIDADE
(hab.) (km2)
FONTE: IBGE
NOTA:
Quando os números absolutos a serem representados forem muito grandes, no lugar de pontos
podemos empregar hachuras.
48 ESTATíSTICA FÁCIL
5. PICTOGRAMA
Exemplo:
Para a série:
POPULAÇÃO DO BRASIL
1950-80
HABITANTES
ANOS
(milhares)
1950 51.944
1960 70.191
1970 93.139
1980 119.071
FONTE: IBGE,
POPULAÇÃO DO BRASIL
1950-80
1950
XXXXX;
1960
kXXXXXX
1970
XXXXXXXXX)
1980
;k*XXXXXXXXX
Cada símbolo representa 10.000.000 de habitantes.
FONTE: IBGE.
FIGURA 4.14
Cap. 4 — Gráficos Estatísticos 49
Alta velocidade
Em nove anos, os carros a álcool
formam 94% da frota nacional 31 647
1987
9 645
1979 FONTE: Anfavea
Veja, 29 jun. 1988.
FIGURA 4.15
A gangorra do petróleo
Mesmo que não estoure uma guerra no Golfo
Pérsico, o petróleo continuará bem mais caro
que antes da invasão do Kuwait. A previsão é
de que, sem a guerra, o preço em 1991 se
estabilizará em torno dos 30 dólares o barril ro
(em agosto o petróleo estava na casa dos 21 G "!--,'-
-n o. %._
dólares). A seguir, quem ganha e quem perde o" ...o.
) o- o
com o aumento do petróleo e a diferença, para Ç.,- r*
mais ou para menos, em bilhões de dólares
GANHAM
4,9 3 .1,9
22.
5
(.0 PERDEM
— o 0.--,
c- o
(o.00
0 -3.0-
(p . .?:,
(3-. 0-
.--,
..,
FONTE: ONU
Veja, 14 nov. 1990
FIGURA 4.16
50 ESTATÍSTICA FÁCIL
FIGURA 4.17
COMÉRCIO EXTERIOR
BRASIL — 1979-88
QUANTIDA E (1.000 t)
ANOS
EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO
ENTREGA DE GASOLINAS
CHEGADA DE VISITANTES PARA CONSUMO
BRASIL — 1983-86 BRASIL — 1985-88
NÚMERO QUANTIDADE
ANOS ANOS
(milhares) (1.000 m3)
a. b.
PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHA CONSUMO DE BORRACHA NA INDÚSTRIA
BRASIL — 1988 BRASIL — 1988
QUANTIDADE QUANTIDADE
REGIÃO ESPECIFICAÇÃO
(1.000 dúzias) (t)
a. b.
PRODUÇÃO DE LAMINADOS
ÁREA TERRESTRE NÃO-PLANOS
BRASIL BRASIL — 1988
DEPENDÉNCIAS ADMINISTRATIVAS
ANOS
FEDERAIS ESTADUAIS PARTICULARES
FONTE: IBGE.
a. b.
PREÇO DO DÓLAR PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
MERCADO PARALELO MUNICíPIO DE SÃO PAULO — 1989
NOVEMBRO — 1990
PRECIPITAÇÃO
DIAS MESES
CRUZEIROS (mm)
FONTE: IBGE
7. Procure, em jornais e revistas especializadas, dois exemplos de cada um dos gráficos estudados.
Distribuição de
Freqüência
1. TABELA PRIMITIVA
ROL
TABELA 5.1
166 160 161 150 162 160 165 167 164 160
162 161 168 163 156 173 160 155 164 168
155 152 163 160 155 155 169 151 170 164
154 161 156 172 153 157 156 158 158 161
TABELA 5.2
ISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIA
Mas o processo dado é ainda inconveniente, já que exige muito espaço, mesmo
quando o número de valores da variável (n) é de tamanho razoável. Sendo possível,
a solução mais aceitável, pela própria natureza da variável contínua, é o agrupamen-
to dos valores em vários intervalos.
,„“a --1--
56 ESTATÍSTICA FÁCIL
Assim, se um dos intervalos for, por exemplo, 154 H 158*, em vez de dizermos
que a estatura de 1 aluno é de 154 cm; de 4 alunos, 155 cm; de 3 alunos, 156 cm;
de 1 aluno, 157 cm, diremos que nove alunos têm estaturas entre 154, inclusive,
158 cm.
Deste modo, estaremos agrupando os valores da variável em intervalos, sendo
que, em Estatística, preferimos chamar os intervalos de classes.
Chamando de freqüência de uma classe o número de valores da variável per-
tencentes à classe, os dados da Tabela 5.3 podem ser dispostos como na Tabela 5.4,
denominada distribuição de freqüência com intervalos de classe:
TABELA 5.4
ESTATURAS DE 40 ALUNOS
DO COLÉGIO A
ESTATURAS
FREQÜÊNCIAS
(cm)
150 H 154 4
154 H 158 9
158 H 162 11
162 166 8
166 H 170 5
170 H 174 3
Total 40
NOTAS:
Se nosso intuito é, desde o início, a obtenção de uma distribuição de freqüência com inter-
valos de classe, basta, a partir da Tabela 5.1, fazermos uma tabulação, como segue, onde
cada traço corresponde a um valor:
TABELA 5.5
ESTATURAS
(cm) TABULAÇÃ O FREQÜÊNCIAS
150 H 154 r] 4
154 H 158 1Z Li 9
158 H 162 7ZI 11
162 H 166 7 i- 8
166 H 170 7 5
170 H 174 L 3
Total 40
Quando os dados estão organizados em uma distribuição de freqüência, são comumente de-
nominados dados agrupados.
3.1. Classe
. Limites de classe
NOTA:
Os intervalos de classe devem ser escritos, de acordo com a Resolução 886/66 do IBGE,
em termos de desta quantidade até menos aquela, empregando, para isso, o símbolo H (in-
clusão de 17, e exclusão de L,). Assim, o indivíduo com uma estatura de 158 cm está incluí-
do na terceira classe (i = 3) e não na segunda.
58 STATiSTICA FÁCIL
Ela é obtida pela diferença entre os limites superior e inferior dessa classe e
indicada por hi. Assim: \ Z\
h2 = L2 — e2 h2 = 158 — 154 = 4 h2 = 4 cm
NOTA:
É evidente que, se as classes possuem o mesmo intervalo, verificamos a relação:
AT
hi
Em nosso exemplo:
24
=6
4
=9,
Amplitude amostrai
Ponto médio de uma classe (xi) é, como o próprio nome indica, o ponto
que divide o intervalo de classe em duas partes iguais.
Para obtermos o ponto médio de uma classe, calculamos a semi-soma dos limi-
tes da classe (média aritmét.ca):
x2 —
P2 + L2 154+ 158 _ 156 x2 = 156 cm
2 2
NOTA:
É evidente que:
E fi = n
i =1
TABELA 5.6
ESTATURAS DE 40 ALUNOS
DO COLÉGIO A
ESTATURAS
fi
(cm)
1 150 H 154 4
2 154 H 158 9
3 158 H 162 11
4 162 H 166 8
5 166 H 170 5
6 170 H 174 3
E fi = 40
* Consulte o Apêndice — Instrumental Matemático, para uma revisão dos assuntos Seqüência e Somató-
rio (p. 186).