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Relatório Tribunal

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e-DOC C1F28CE1

Proc 1810/2013

Fls.: 181
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL Proc.1.810/13
SECRETARIA DE AUDITORIA ___________
SEGUNDA DIVISÃO DE AUDITORIA Rubrica

AUDITORIA INTEGRADA

GESTÃO DOS CENTROS OLÍMPICOS DO DISTRITO FEDERAL

FOTO

Brasília
2014
e-DOC C1F28CE1
Proc 1810/2013

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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL Proc.1.810/13
SECRETARIA DE AUDITORIA ___________
SEGUNDA DIVISÃO DE AUDITORIA Rubrica

Sinopse

A presente fiscalização tem como objeto a gestão dos Centros Olímpicos do


Distrito Federal, envolvendo questões inerentes à seleção das entidades, a execução
dos ajustes celebrados com as entidades parceiras, os controles exercidos pela
Secretaria de Esportes, os resultados obtidos pelo Programa, dentre outras.
O Programa Centros Olímpicos do Distrito Federal é desenvolvido pela
Secretaria de Estado do Esporte do DF em parcerias, por meio de convênios, com
entidades privadas sem fins lucrativos responsáveis pela operacionalização dos
centros esportivos.
Seu objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida e fortalecer
valores, com foco na política pública de inclusão social por meio do esporte,
oferecendo às crianças e adolescentes atividades sócio-recreativas, esportivas e de
lazer.
Até 2011, os Centros Olímpicos eram geridos por meio de contratos de gestão,
com base na Lei distrital nº 4.081/08, no entanto, tendo em conta que a declaração de
inconstitucionalidade da referida Lei no tocante à área de esportes, os ajustes foram
encerrados e posteriormente celebrados por meio de convênios com entidades sem
fins lucrativos.
Em 2013, o GDF mantinha nove Centros Olímpicos em funcionamento,
instalados em Brazlândia, Ceilândia, Estrutural, Gama, Recanto das Emas, Riacho
Fundo I, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião. Após a realização desta
fiscalização foram inaugurados os Centros Olímpicos do Setor “O” e Sobradinho.
Os Centros são operacionalizados pela Fundação Assis Chateaubriand – FAC;
Centro de Tradições Nordestinas – CTN; Instituto Amigos do Volei – IAV; Instituto de
Livre Iniciativa Social – LINS; Instituto para o Desenvolvimento da Criança e do
Adolescente pela Cultura e Esporte – IDECACE.
A estrutura básica do Centro Olímpico é composta de: prédio de administração,
ginásio coberto, quadra polivalente coberta, quadra polivalente descoberta, quadra
tênis, parque aquático, pista de atletismo, campo de futebol society, playground, campo
de areia e vestiários, e oferece aos usuários aulas de futebol, natação, iniciação
esportiva, ginástica artística entre outras modalidades, além de eventos especiais em
datas comemorativas, a exemplo do dia da criança, dia da leitura, entre outros.
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O que o Tribunal buscou avaliar?

O Objetivo Geral da Auditoria é examinar a regularidade das despesas e os


resultados da gestão dos Centros Olímpicos do Distrito Federal. Para tanto, foram
definidos os seguintes objetivos específicos:
Questão 01: A seleção das entidades, a execução dos convênios e as
prestações de contas atendem a legislação?
Questão 02: A SESP possui objetivos, metas e indicadores que permitem o
acompanhamento da gestão e dos resultados alcançados pelos
Centros Olímpicos?
Questão 03: As ações de manutenção garantem as boas condições de uso das
instalações esportivas?
Questão 04: Os Centros Esportivos oferecem segurança e acessibilidade aos
usuários?

O que o Tribunal constatou?

A Secretaria de Esporte do DF tem-se utilizado do Edital de Chamamento


Público para a seleção de entidades privadas sem fins lucrativos para a gestão e a
operacionalização dos Centros Olímpicos. Foram constatadas falhas nos
procedimentos adotados para a seleção das entidades convenentes, principalmente
pela ausência de análise técnico-financeira dos custos envolvidos nos Planos de
Trabalho, definição de prazos inexequíveis para a apresentação das propostas e
celebração de convênio com entidade sem experiência e com objeto social
incompatível com o do convênio.
No tocante à execução dos convênios, foram constatadas falhas no controle
e distribuição de uniformes e materiais esportivos, nos gastos com publicidade e no
repasse de recursos para entidade inadimplente.
Quanto às prestações de contas, foram verificadas irregularidades
relacionadas, principalmente, com: a) direcionamento na escolha de fornecedores
pelas convenentes; b) apresentação de notas fiscais genéricas, sem detalhamento de
gastos; c) superfaturamento de preços de revistas em quadrinhos (gibis) e de pesquisa
de satisfação.
A Secretaria de Estado do Esporte não estabeleceu indicadores e metas
específicas para aferição dos resultados do Programa, tornando impossível a
averiguação do cumprimento de seu objetivo, assim como sua eficácia e efetividade.
Entendeu-se que a manutenção nos Centros Olímpicos não tem
periodicidade definida, assim como não há planejamento prévio, sendo a sistemática
de manutenção pouco efetiva.
Por fim, constatou-se a necessidade de maior preocupação com presença
dos salva-vidas na área das piscinas, necessidade de adaptação em algumas
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instalações, e ainda, de melhoria das condições de acessibilidade para pessoas


portadoras de necessidades especiais.
Fato superveniente
Foi publicada em 1º de agosto do corrente exercício a Lei Federal nº 13.019/14,
que incorpora no ordenamento nacional o regime jurídico das parcerias voluntárias
entre a Administração Pública e as organizações da sociedade civil, que envolvam
regime de mútua cooperação e consecução de finalidades de interesse público.
Trata-se de um marco regulatório de abrangência nacional, com status de norma
geral, editada com fundamento no art. 22, VII 1, da Constituição Federal, e com o
objetivo2 de “aperfeiçoar o ambiente jurídico institucional das Organizações da Sociedade Civil
(OSCs) e aprimorar suas relações de parceria com o Estado. Ele irá estabelecer novas regras
as associações e fundações que atuam na promoção de direitos e nas atividades de saúde,
educação, cultura, ciência, tecnologia, desenvolvimento agrário, assistência social, moradia,
entre outras”, e “tornar as parcerias mais efetivas, com transparência na aplicação do dinheiro
público.”
O novo dispositivo legal traz substanciais inovações no ordenamento. Dentre
elas, destacam-se:
 Instrumentos jurídicos: instituição dos instrumentos jurídicos “Termo de
Colaboração” e “Termo de Fomento” (art. 16), que irão regular as relações entre
a Administração Pública e as OSCs. O “Termo de Convênio” passa a ser
utilizado apenas para formalizar a parceria entre entes federados (art.84);
 Seleção das entidades: chamamento público obrigatório, com hipóteses de
dispensa e inexigibilidade. Exigência de que a OSC possua, no mínimo, três
anos de existência, com cadastro ativo, e “experiência prévia na realização,
com efetividade, do objeto da parceria ou de natureza semelhante” (arts.24, 30 e
31);
 Contrapartida financeira: não será mais exigida a contrapartida financeira,
sendo facultada a econômica (art. 35, §1º);
 Fiscalização: criação de Comissões de Monitoramento e Avaliação nos órgãos
(art. 66, II) e instituição do Relatório Técnico de Monitoramento e Avaliação
(art.59, parágrafo único);
 Prestação de contas: previsão de regras diferenciadas (procedimento
simplificado) para parcerias de menor valor (até R$ 600.000,00) (art. 63) e
prazos de até 150 dias para análise pela Administração Pública (art. 71);
 Remuneração de custos indiretos: autorização para previsão de gastos com
despesas indiretas, limitadas a 15% do valor total da parceria (art. 47);

1
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...]
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do
art. 173, § 1°, III;
2
http://www.secretariageral.gov.br/atuacao/mrosc (video). (Disponível em 10/10/2014)
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 Capacidade operacional do órgão: ao decidir sobre a celebração de parcerias


com OCS, o gestor público deverá considerar a capacidade operacional do
órgão para instituir processos seletivos, avaliar propostas de parceria,
fiscalizar a execução e apreciar as prestações de contas (art. 8º);
 Continuidade dos ajustes em vigor: as parcerias existentes no momento da
entrada em vigor desta Lei permanecerão regidas pela legislação vigente ao
tempo de sua celebração (art. 83).
Com efeito, o novo dispositivo legal revoga, naquilo em que houver
incompatibilidade, os normativos que tratam da celebração de parcerias com entidades
sem fins lucrativos no âmbito do DF, em especial, a Instrução Normativa nº 01/2005 da
então Corregedoria Geral do DF.
Por conseguinte, considerando que diversas falhas de controle constatadas na
execução do presente procedimento fiscalizatório foram regulamentadas ou tratadas
pela nova legislação, as proposições de caráter pedagógico serão baseadas no novo
cenário normativo.
Ressalta-se, apenas, que a Lei nº 13.019/2014 entrou em vigor no dia 1º de
novembro de 20143 e que no bojo do processo nº 1828/13 foram propostas medidas de
caráter geral para todo o complexo administrativo distrital.

Quais foram as recomendações e determinações formuladas?


Entre as determinações e recomendações propostas à Secretaria de Estado do
Esporte do Distrito Federal, destacam-se:
 Dote a Unidade de Controle Interno com quantitativo adequado de
recursos humanos, de modo a garantir o cumprimento das obrigações
previstas no Decreto nº 34.195/13, em especial, no tocante ao
acompanhamento dos recursos transferidos a entidades privadas,
mantendo arquivado cópia dos pareceres com medidas preventivas e
corretivas para resguardar o patrimônio público;
 observar as disposições da nova Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo
regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferência
de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações
da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que trouxe novos
procedimentos para a celebração de “convênio”;
 abstenha-se de celebrar convênios com entidades privadas, com
organizações proponentes que não possuam no mínimo três anos de
existência prévia comprovada e experiência prévia na realização, com
efetividade, do objeto da parceria ou de natureza semelhante, de modo a
selecionar o parceiro mais apto a cumprir o objeto e zelar pelos princípios
da impessoalidade, transparência e publicidade;

3
Art.88. Essa Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua publicação oficial.
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 implemente rotinas sistematizadas de inspeção periódica da infraestrutura


dos Centros Olímpicos, de modo a identificar as demandas prioritárias;
 avalie, previamente à construção e inauguração de novas unidades dos
Centros Olímpicos, a existência de recursos orçamentários-financeiros
suficientes para garantir a adequação conservação do patrimônio público;
 exija no exame das prestações de contas das parcerias celebradas, que
não sejam aceitas notas fiscais com discriminação genérica ou sem
detalhamento dos gastos; e,
 proceda a fiscalização periódica da execução dos serviços de convênios,
de forma a verificar o cumprimento das obrigações da convenente.

Quais os benefícios esperados com a atuação do Tribunal?


Espera-se que, com a adoção das medidas propostas pelo Tribunal, que a
gestão das parcerias firmados pela Secretaria de Estado do Esporte do Distrito Federal
com organizações da sociedade civil seja realizada de modo a contribuir para o alcance
dos objetivos dos Centros Olímpicos e para a melhoria da prestação dos serviços à
população, bem como garantir tratamento isonômico às entidades interessadas;
conferir economicidade, implementar medidas de controle dos gastos públicos;
assegurar a efetiva realização do objeto do ajuste e viabilizar o uso amplo e seguro das
instalações esportivas.
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RELATÓRIO FINAL DE AUDITORIA


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RESUMO

A presente auditoria integrada foi realizada no âmbito da Secretaria de Estado do


Esporte, com o objetivo de examinar a regularidade das despesas e os resultados da
gestão dos Centros Olímpicos do Distrito Federal. Foram aplicadas as seguintes
técnicas de auditoria: exame documental, correlação das informações obtidas, visita in
loco e entrevistas. Os trabalhos desenvolvidos identificaram falhas relacionadas às
etapas de seleção, celebração, execução e prestação de contas dos convênios
firmados, tais como Prazo inexequível para apresentação dos Planos de Trabalho
(Achado 1), Editais de Chamamento Público com critérios subjetivos (Achado 02),
Ausência de análise técnico-financeira dos custos envolvidos no Plano de Trabalho
(Achado 03), Celebração de Convênio com entidade sem experiência e com objeto
social incompatível para a gestão do Centro Olímpico (Achado 04), Inobservância do
critério previsto no Edital de Chamamento para avaliação do corpo gerencial das
entidades (Achado 5), Gastos desarrazoados com publicidade (Achado 06), Controle
Inadequado de uniformes e materiais esportivos (Achado 07), Irregularidades nas
Prestações de Contas dos convênios (Achado 08), Ausência de Metas e de sistema de
monitoramento e avaliação do desempenho do Programa, com base nos indicadores
propostos (Achado 9), Não comprovação do quantitativo de alunos atendidos pelo
Programa Centros Olímpicos (Achado 10), Condições inadequadas das instalações
esportivas (Achado 11), Falhas na Segurança dos Centros Olímpicos (Achado 12), e
ainda, Falhas de acessibilidade às instalações (Achado 13). Pelas falhas e
irregularidades detectadas, foram propostas medidas para fortalecer os mecanismos de
controle, a audiência de gestores para fins de aplicação das sanções previstas no art.
182 do Regimento Interno do Tribunal, bem como medidas tendentes a reverter as
falhas constatadas pela fiscalização.
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Sumário
1 Introdução ........................................................................................................ 190
1.1 Apresentação ............................................................................................. 190
1.2 Identificação do Objeto............................................................................... 190
1.3 Contextualização ........................................................................................ 192
1.4 Objetivos .................................................................................................... 194
1.4.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 194
1.4.2 Objetivos Específicos .......................................................................... 194
1.5 Escopo ....................................................................................................... 194
1.6 Montante Fiscalizado................................................................................... 195
1.7 Metodologia ................................................................................................ 196
1.8 Critérios de Auditoria .................................................................................. 197
1.9 Avaliação de Controle Interno .................................................................... 198
2 Resultados da Auditoria ................................................................................... 203
2.1 Questão 1: A seleção das entidades, a execução dos convênios e as
prestações de contas atendem a legislação? ...................................................... 203
2.1.1 Achado 01: Prazo inexequível para apresentação dos Planos de Trabalho
203
2.1.2 Achado 02: Editais de Chamamento Público com critérios subjetivos . 207
2.1.3 Achado 03: Ausência de análise técnico-financeira dos custos envolvidos
nos Planos de Trabalho ................................................................................... 211
2.1.4 Achado 04: Celebração de convênio com entidade sem experiência e com
objeto social incompatível para a gestão do Centro Olímpico .......................... 215
2.1.5 Achado 05: Inobservância do critério previsto no Edital de Chamamento
para avaliação do corpo gerencial das entidades ............................................ 222
2.1.6 Achado 06: Gastos desarrazoados com publicidade ........................... 224
2.1.7 Achado 07: Controle inadequado de uniformes e de materiais esportivos
230
2.1.8 Achado 08: Irregularidades nas prestações de contas dos convênios 233
2.2 Questão 2: A SESP possui objetivos, metas e indicadores que permitem o
acompanhamento da gestão e dos resultados alcançados pelos Centros Olímpicos?
260
2.2.1 Achado 09: Ausência de metas e de sistema de monitoramento e avaliação
do desempenho do Programa, com base nos indicadores propostos .............. 260
2.2.2 Achado 10: Não comprovação do quantitativo de alunos atendidos pelo
Programa Centros Olímpicos ........................................................................... 265
2.3 Questão 3: As ações de manutenção garantem as boas condições de uso das
instalações esportivas? ....................................................................................... 268
2.3.1 Achado11: Condições inadequadas das instalações esportivas ......... 269
2.4 Questão 4: Os Centros Esportivos oferecem segurança e acessibilidade aos
usuários? ............................................................................................................. 273
2.4.1 Achado 12: Falhas de segurança nos Centros Olímpicos ................... 273
2.4.2 Achado 13: Falhas de acessibilidade às instalações ........................... 281
3 Conclusão ........................................................................................................ 283
4 Considerações Finais ....................................................................................... 284
5 Proposições ..................................................................................................... 284
6 ANEXO I - PLANO DE AÇÃO .......................................................................... 290
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1 Introdução

1.1 Apresentação

Tratam os autos da Auditoria Integrada nº 1.2007.13, realizada na Secretaria


de Esporte do DF (SESP), órgão da Administração Pública Direta do Governo do
Distrito Federal, para verificar a regularidade e os resultados da gestão dos Centros
Olímpicos do Distrito Federal, cuja operacionalização ocorre por meio de convênios
com entidades privadas sem fins lucrativos.
2. A execução da presente auditoria compreendeu o período de 22/05/2013 a
16/08/2013. Conforme previsto no Relatório de Levantamento Preliminar (fls. 22),
nesse período foram dedicados exclusivamente à realização da fiscalização cerca de
50 (cinquenta) dias úteis para análise dos processos, visitas dos centros olímpicos,
exames dos documentos obtidos, pesquisas de parâmetros comparativos, organização
dos papéis de trabalho e elaboração deste Relatório.

1.2 Identificação do Objeto

3. O objeto da fiscalização abrange o Programa Centros Olímpicos do Distrito


Federal, desenvolvido pela Secretaria de Estado do Esporte do DF em parcerias, por
meio de convênios, com entidades privadas sem fins lucrativos responsáveis pela
operacionalização dos centros esportivos.
4. Em 2013, segundo informações do sítio eletrônico da SESP, eram nove
Centros Olímpicos em funcionamento e três em fase de implantação ou término de
construção, conforme abaixo:
Quadro 01: Localização dos Centros Olímpicos

Centro Endereço
Olímpico
Brazlândia Bairro Vila São José, Quadra 35, AE 22
Ceilândia QNP 21, Parque da Vaquejada
Estrutural Área especial 02, Setor Norte
Gama Área Especial , Setor Central (ao lado do estádio
Bezerrão)
Recanto das Entrequadra 400/600
Emas
Riacho Fundo I QS 16 Lote F
Samambaia QS 119, Área Especial-Samambaia Sul
Santa Maria Quadra Central 3 AE 4
São Sebastião Quadra 2, Bairro São Bartolomeu
Ceilândia (QNO QNO 9 Conjunto 1 Lote 1
09)*
Sobradinho* Quadra 2 Área Especial (próximo ao Estádio Agostinho
Lima)
Planaltina* Área Especial – Setor Administrativo
Obs: (*) iniciaram as atividades após a realização desta fiscalização.
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5. A seguir, informações relacionadas aos convênios celebrados no período de


2011 a 2013:
Quadro 02: Convênios celebrados pela SESP para gestão dos Centros Olímpicos
Convênio Entidade CNPJ Vigência Valor (R$) (*)

19/08/11
02/2011 a 3.472.978,35
19/01/12
Fundação Assis Chateaubriand 03657848000186
01/02/12
01/2012 a 10.028.270,33
31/01/13
11/10/11
03/2011 Centro de Tradições Nordestinas 67007252000113 a 8.464.837,12
10/10/12
11/10/12
05/2012 Instituto Amigos do Volei – IAV 08258839000136 a 9.952.055,14
10/10/13
18/10/12
06/2012 Instituto SIFE do Brasil – ISB 05762101000113 a 2.572.100,40
23/10/13
Instituto para o Desenvolvimento
10/05/13
da Criança e do Adolescente
02/2013 07439731000187 a 3.480.361,60
pela Cultura e pelo Esporte -
10/05/14
IDECACE
13/05/13
Instituto de Livre Iniciativa
001/2013 2200010862012 a 2.789.242,10
Social - LINS
13/05/14

Fonte: Pesquisa textual no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). (*) Valor do Concedente.

Quadro 03: Lista dos Convênios por Centros Esportivos


Convênio Entidade Centros Olímpicos (Vilas Olímpicas)

Samambaia (Rei Pelé), São Sebastião,


02/2011
Ceilândia (Parque da Vaquejada)
Fundação Assis Chateaubriand Samambaia (Rei Pelé), São Sebastião,
01/2012 Ceilândia (Parque da Vaquejada) e Riacho
Fundo I

Recanto das Emas, Gama, Santa Maria e


03/2011 Centro de Tradições Nordestinas
Brazlândia

Recanto das Emas, Gama, Santa Maria e


05/2012 Instituto Amigos do Volei - IAV
Brazlândia.

06/2012 Instituto SIFE do Brasil - ISB Cidade Estrutural


Instituto para o
Desenvolvimento da Criança
02/2013 e do Adolescente pela Ceilândia – QNO
Cultura e pelo Esporte -
IDECACE
Instituto de Livre Iniciativa Sobradinho I
001/2013
Social - LINS

6. Os principais gestores diretamente vinculados ao objeto em exame e os


respectivos períodos de responsabilidade constam abaixo:
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Quadro 04: Principais Gestores da SESP


Identificação do CPF Cargo/Função Período
gestor
Célio Renê Trindade Vieira 539.448.101-63 Secretário de Estado 01/01/11 a 27/09/12
Julio Cesar Ribeiro 157.915.638-09
Secretário de Estado 27/09/12 a 04/04/14
Sidemeron Campos Silva 951.952.706-00
Subsecretaria de Administração de 03/10/11* a 27/10/11
Espaços Esportivos (SUBSAE)
Saulo Guedes Azevedo 854.095.701-97 Subsecretaria de Administração de 27/10/11 a 01/03/12
Espaços Esportivos (SUBSAE)
Iliobaldo Vivas da Silva 551.955.987-20 Subsecretaria de Administração de 01/03/12 a (em
Espaços Esportivos (SUBSAE) exercício)
Williana Jorge Oliveira 539.488.581-87 Chefe da Unidade de Administração 01/01/11 a 10/01/11
Geral – Respondendo
José Landim Rosa 822.012.851-87 Chefe da Unidade de Administração 11/01/11 a 20/09/11
Geral
Sérgio Neves Campos 376.005.911-20 Chefe da Unidade de Administração 21/09/11 a 22/09/11
Geral
Williana Jorge Oliveira 539.488.581-87 Chefe da Unidade de Administração 26/09/11 a 03/10/11
Geral – Respondendo
Marcelo dos Santos Martins 835.101.767-15 Chefe da Unidade de Administração 03/10/11 a 30/10/11
Geral
João Paulo Teixeira Santos 010.823.261-19 Chefe da Unidade de Administração 31/10/11 a 03/09/12
Geral
José Landim Rosa 822.012.851-87 Subsecretaria de Administração 13/09/12 a (em
Geral (SUAG) exercício)
Fonte: Sistema de Acompanhamento Processual do TCDF (SAP), DODF e sítio eletrônico da SESP
*Decreto nº 33.226/11 altera a data de entrada em vigor do Decreto nº 33.213/11 (altera Estrutura Administrativa da
SESP)

1.3 Contextualização

7. O Programa Centros Olímpicos tem o objetivo de contribuir para a melhoria


da qualidade de vida da comunidade atendida, sendo desenvolvido sob a forma de
parcerias4.
8. Baseado na política pública do GDF de inclusão social por meio do esporte,
a proposta do Programa oferece, prioritariamente, às crianças e adolescentes
alternativa diferente de vida usando atividades sócio-recreativas, esportivas e de lazer,
em que os valores como cooperação, solidariedade, pensamento crítico, auto estima,
propiciem enriquecimentos internos, transformando assim as expressões da sua
conduta. Os Centros também oferecem atividades a adultos, idosos e pessoas com
deficiências.
9. No Plano Plurianual 2012-20155, Anexo II da Lei nº 4.742, de 29.12.11,
previu o Programa Temático Esporte e Grandes Eventos Esportivos (6206) cujo
objetivo geral é garantir à sociedade brasiliense o acesso à prática esportiva e inserir
Brasília na rota dos grandes e mega eventos esportivos. A Ação (4035) Manutenção de
Centros Esportivos – (Centros Olímpicos/Vilas Olímpicas) insere-se no Programa
Temático mencionado.

4
http://www.esporte.df.gov.br/centros-olimpicos/informacoes-gerais.html
5
http://www.seplan.df.gov.br/planejamento-e-orcamento/plano-plurianual/ppa-2012-2015/cat_view/210-ppa/213-ppa-2012-2015/264-ppa-2012-2015.html
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10. O Anexo I do Decreto nº 34.1486, de 13.02.13, que alterou e consolidou os


indicadores dos programas do Plano Plurianual para o quadriênio 2012-2015, previu
para o Programa Temático Esporte e Grandes Eventos Esportivos (6206), os seguintes
indicadores que apresentam relação com o tema.
Quadro 05: Indicadores previstos Plano Plurianual (Quadriênio 2012-2015)
Desejado Em
Denominação Unidade de Índice Mais Apurado Periodici- Fonte da
do Indicador Medida Recente em dade de 1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano Informação
Apuração
Quantidade de Unidade 1.743 31/12/2010 Anual 1.800 1.950 2.150 2.250 SDPEL
Atletas
Assistidos
Pessoas Pessoa 51.064 31/12/2011 Anual 53.000 53.000 62.031 62.031 SEAE
atendidas nas
Unidades da
SESP
Espaços Unidade 05 31/12/2010 Anual 10 12 14 16 SESP
Esportivos
Disponibilizados
Espaços Unidade 05 31/12/2010 Anual 08 12 12 17 SESP
Esportivos
Mantidos

11. A Estrutura básica do Centro Olímpico é composta de: prédio de


administração, ginásio coberto, quadra polivalente coberta, quadra polivalente
descoberta, quadra tênis, parque aquático (duas piscinas semiolímpicas e uma infantil),
pista de atletismo, campo de futebol society, playground, campo de areia e Vestiários.
12. Até 2011, as Vilas Olímpicas (atuais Centros Olímpicos) eram geridas por
organizações sociais, por meio de contratos de gestão, com base na Lei Distrital nº
4.081/2008, que tornava as organizações sociais aptas a gerenciarem projetos do
governo em diferentes áreas de atuação, entre elas ação social, esporte e defesa do
consumidor. Como a lei criou normas divergentes das em vigor no âmbito federal, que
não previa a parceria da gestão nos setores mencionados, o MPDFT questionou a
validade da regra local.
13. O TJDFT, por meio da Adin 2009.002.012305-3, declarou a
inconstitucionalidade com efeito ex tunc e eficácia erga omnes da Lei Distrital nº
4081/08, notadamente quanto à possibilidade de qualificação de Organização Social e
consequente celebração de contratos de gestão no campo do esporte.
14. Nesse sentido, posteriormente, foram firmados convênios com entidades
sem fins lucrativos para implantação, através de apoio financeiro, de projeto
pedagógico de fomento às praticas esportivas formais e não formais focadas nos
segmentos: educação, participação e rendimento.
15. Os resultados das análises prévias permitiram evidenciar alguns pontos ou
áreas potencialmente significantes que foram considerados no exame realizado nos
presentes autos:
a) Seleção das entidades sem fins lucrativos pelos Editais de Chamamento público;
b) A análise pela SESP da capacidade das entidades selecionadas;
c) A análise dos Planos de Trabalho pela SESP;

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http://www.buriti.df.gov.br/ftp/diariooficial/2013/02_Fevereiro/DODF%20N%C2%BA%20033%2014-02-2013/Se%C3%A7% C3% A3o01-%20033.pdf
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d) A execução dos convênios, a fiscalização exercida pela SESP e a análise das


prestações de contas.
16. Destaca-se que, em atenção às Decisões nº 2093/13, 1077/13 e 2309/13,
foram apensados aos presentes autos os processos nº 33032/11, 30950/12 e 8296/13,
que tratam, em essência, da análise de pontos isolados acerca dos convênios
celebrados para gestão dos Centros Olímpicos, cujas apurações já constavam da
Matriz de Planejamento da auditoria.
17. Igualmente, identificaram-se outros processos referentes às fiscalizações em
Vilas Olímpicas (Centros Olímpicos), tais como:
a) Construção das Vilas Olímpicas - processos nos 23.740/07, 29.713/07,
1.456/08, 1.839/08, 17.418/08 e 39.608/08;
b) Análise de Contratos de Gestão - processos nos 34.767/09, 25.370/10,
35.383/10 e 35.405/10;
c) Prestações de Contas de Contratos de Gestão - processos nos 16.214/10,
14.402/11, 14.429/11 e 33.008/11.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral


18. O Objetivo Geral da Auditoria é examinar a regularidade das despesas e os
resultados da gestão dos Centros Olímpicos do Distrito Federal.
1.4.2 Objetivos Específicos

19. Os objetivos específicos foram definidos na forma de Questões de Auditoria,


conforme consta da Matriz de Planejamento (PT01 – fls. 09/11):
a) Questão 01: A seleção das entidades, a execução dos convênios e as
prestações de contas atendem a legislação?
b) Questão 02: A SESP possui objetivos, metas e indicadores que permitem o
acompanhamento da gestão e dos resultados alcançados pelos
Centros Olímpicos?
c) Questão 03: As ações de manutenção garantem as boas condições de uso
das instalações esportivas?
d) Questão 04: Os Centros Esportivos oferecem segurança e acessibilidade aos
usuários?

1.5 Escopo
20. O escopo desta Fiscalização alcançou a aplicação das Questões de
Auditoria aos convênios firmados pela Secretaria dos Esportes do DF nos Centros
Esportivos em funcionamento no exercício de 2013.
21. O exame compreendeu o período de 2011 a 2013, ou seja, a partir da data
em que foram firmados os primeiros convênios resultantes das seleções efetuadas por
meio de editais de chamamento público.
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1.6 Montante Fiscalizado


22. De acordo com a Secretaria do Esporte, foram empenhados, no período de
2011 a 2013, nos programas de trabalho vinculados à manutenção dos Centros
Olímpicos (Vilas Olímpicas), os valores discriminados no quadro a seguir:
Quadro 06: Valores empenhados no período por Natureza da Despesa
Exercíci Natureza da Despesa Valor (R$)
o
Programa de Trabalho (*)
335039 6.150.541,35
339030 394.459,68
27122400040351 – Manutenção das Vilas 3.885.054,31
2011 339039
Olímpicas
449052 53.573,4
Total 10.483.628,74
335039 18.359.418,51
27812620640351 – Manutenção de Centros 339030 686.180,26
2012
Esportivos – Vilas Olímpicas – Distrito Federal 339039 5.319.280,56
Total 24.364.879,33
335039 5.811.720,57
339030 1.756.886,25
2013 27812620640351– Manutenção de Centros 3.752.956,97
339039
(**) Esportivos– Distrito Federal
449052 439.130,00
Total 11.760.963,79
(*) 335039: Transferências a Entidades Privadas sem fins lucrativos; 339030: Aquisição de material de
consumo; 339039: Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica; 449052 – Aquisição de Equipamentos e Material
Permanente. (**) SIGGO, consulta em 22.03.13.

23. Os gastos alocados à natureza 335039 referem-se às transferências a


entidades sem fins lucrativos. Essas transferências foram efetuadas por meio dos
Convênios firmados após a seleção de entidades utilizando-se Edital de Chamamento
Público. Os montantes empenhados e os valores líquidos recebidos pelas entidades
conveniadas no período de 2011 a 2013, de acordo com o Sistema Integrado de
Gestão Governamental (SIGGO), constam dos Quadros a seguir:
Quadro 07: Valores Empenhados por Entidade Conveniada (Natureza 335039)
Entidade 2011 2012 2013 (*)
Instituto Amigos do Volei - IAV 691.960,94 2.162.213,79 2.162.213,79
Fundação Assis Chateaubriand 3.472.978,35 9.025.192,54 3.002.321,25
Centro de Tradições Nordestinas 1.985.602,06 5.905.961,98 -
Instituto SIFE do Brasil (LINS) - 1.266.050,20 647.185,53
Total (R$) 6.150.541,35 18.359.418,51 5.811.720,57
Fonte: SIGGO. (*) Consulta em 22.03.13. Foram emitidos empenhos em 03/05/2013 e em 24/07/2013 para o Instituto
IDECACE no valor total de R$2.346.464,20.

Quadro 08: Valores das Ordens Bancárias emitidas por Entidade Conveniada
Entidade 2011 2012 2013 (*)
Instituto Amigos do Vole - IAV 691.960,94 2.162.213,79 2.162.213,79
Fundação Assiss Chateaubriand 3.150.325,09 6.960.331,13 2.384.357,70
Centro de Tradições Nordestinas 1.985.602,06 5.749.487,28 -
Instituto SIFE do Brasil (LINS) - 643.025,10 643.025,10
Total (R$) 5.827.888,09 15.515.057,30 5.189.596,59
Fonte: SIGGO. (*) Consulta em 22.03.13. Foram emitidas ordens bancárias em 22/05/2013 e em 27/05/2013
para o Instituto IDECACE no valor total de R$ 1.564.430,80.
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24. Dentre as despesas que compõem o Programa de Trabalho de Manutenção


dos Centros Esportivos, além dos recursos transferidos a entidades privadas sem fins
lucrativos por meio de convênio (335039), merece destaque o montante gasto na
natureza 339039. Os principais gastos referem-se aos serviços de manutenção predial
nos Centros Olímpicos, conforme consta a seguir:
Quadro 09: Valores em destaque empenhados na Natureza da Despesa 339039
Exercício Credor Descrição do Serviço Valor (R$)
Serviço de manutenção predial nos 532.379,61
2011 Construtora Queiroz Garcia Ltda.
Centros Olímpicos
Serviço de manutenção predial nos 1.117.794,26
2012 Construtora Queiroz Garcia Ltda.
Centros Olímpicos
Serviço de manutenção predial nos 2.380.005,00
MC – Incorporação e Consultoria Ltda.
Centros Olímpicos
2013 (*)
Saga Serviços Terceirizados Ltda – Serviço de manutenção das piscinas e 345.737,84
ME tanques dos Centros Olímpicos
Fonte: SISCOEX. (*) Consulta em 22.03.13

25. O contrato de manutenção preventiva e corretiva dos Centros Olímpicos é


objeto do Processo n.º 9.349/2013, em vista da Representação n.º 08/2013-CF.

1.7 Metodologia
26. No âmbito da Secretaria de Esporte, documentos e informações foram
solicitados por meio das Notas de Auditoria nºs 01 a 03 (fls. 07, 32 e 43). As respostas às
solicitações constam das fls. 44/67. Visitas in loco foram realizadas para verificar a
execução do plano de trabalho, o controle dos bens e materiais, a manutenção das
instalações e a segurança dos usuários.
27. Foram analisados os processos de concessão de recursos financeiros e de
prestação de contas, conforme o quadro:
Quadro 10: Processos Examinados
Nº Prestação de
Centro Olímpico Convenente Concessão
Convênio Contas
Samambaia / Parque da Fundação Assis
002/2011 220.000.426/2011 220.000.426/2012
Vaquejada/São Sebastião Chateaubriand - FAC
Gama/ Brazlândia/ Recanto Centro de Tradições
003/2011 220.001.004/2011 220.001.004/2011
das Emas/ Santa Maria Nordestinas - CTN

Samambaia / Parque da
Fundação Assis
001/20123 Vaquejada/São 220.001.304/2011 220.001.304/2011
Chateaubriand - FAC
Sebastião/Riacho Fundo I

Gama/ Brazlândia/ Recanto Instituto Amigos do


005/2012 220.000.573/2012 220.000.999/2012
das Emas/ Santa Maria Volei - IAV

Instituto de Livre
006/2012 Estrutural 220.000.673/2012 220.000.998/2012
Iniciativa Social - LINS

Instituto de Livre
001/2013 Sobradinho I 220.001.086/2012 -
Iniciativa Social - LINS
Instituto para o
Desenvolvimento da
002/2013 Ceilândia - QNO 09 Criança e do 220.001.176/2012 -
Adolescente -
IDECACE
Fonte: SESP
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28. Foram examinados todos os processos de seleção das entidades sem fins
lucrativos que firmaram convênios no período de 2011 a 2013. Com relação aos
processos de prestação de contas, o exame limitou-se aos que já possuíam relatório
parcial ou final produzido pela Comissão de Avaliação de Prestação de Contas. Em
relação aos convênios nºs 001/2013 e 002/2013, estes ainda não deram início à
prestação de contas.
29. Os Centros Olímpicos visitados foram: Gama (01/07/2013), Recanto das
Emas (01/07/2013), Santa Maria (02/07/2013), Ceilândia – Parque da Vaquejada
(02/07/2013), Riacho Fundo I (02/07/2013) e Estrutural (03/07/2013). Os Centros
Olímpicos de Ceilândia – Setor O, e Sobradinho ainda não haviam iniciado suas
atividades. Não foram visitados os Centros Olímpicos de Brazlândia, Samambaia 7 e
São Sebastião.
30. Nas dependências dos Centros Olímpicos as visitas foram realizadas com o
acompanhamento do Diretor do Centro (SESP) e do Gerente Pedagógico
(convenente), ou dos substitutos imediato.
31. Todos os documentos gerados e obtidos durante a realização dos trabalhos
estão digitalizados e identificados nos respectivos papéis de trabalho vinculados ao
sistema eletrônico e-TCDF. A folha com a identificação de todos os papéis de trabalho
consta do PT01.

1.8 Critérios de Auditoria


32. Os critérios utilizados na presente auditoria foram extraídos dos normativos
aplicáveis às atividades desenvolvidas nas áreas administrativas da Secretaria de
Esporte, a saber:
Quadro 11: Legislação aplicável
Norma Objeto
Lei nº 4.320/1964 Dispõe sobre normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal
Lei n.º 8.666/1993. Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública.
Lei Distrital nº 2.105/1998 Dispõe sobre o Código de Edificações do DF
Lei Distrital nº 4.049/2007 Dispõe sobre a concessão de subvenção social e a auxílio para
investimentos a entidades com personalidade jurídica de direito privado e
dá outras providências.
Lei Distrital n.º 4.895/2012. Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para o exercício financeiro de
2013
Decreto n.° 19.915/1998 Regulamenta a Lei n.° 2.105/98, que trata do Código de Edificações do DF
Decreto nº 32.598/2010 Dispõe sobre normas de Planejamento, Orçamento, Finanças, Patrimônio
e Contabilidade do Distrito Federal, e dá outras providências.
Decreto nº 7.568/2011 Dispõe sobre as normas relativas às transferências de Recursos da União
mediante Convênios e contratos de Repasse.
Decreto nº 33.213/2011 (*) Dispõe sobre a estrutura administrativa da Secretaria de Estado de
Esporte do Distrito Federal, e dá outras providências.
Decreto n.º 34.094/2012 Regulamenta o art. 29 da Lei nº 4.895, de 26 de julho de 2012
Decreto nº 34.195/2013 Aprova o Regimento Interno da Secretaria de Estado de Esporte do Distrito
Federal.
Instrução Normativa/ CGDF nº Disciplina a celebração, o emprego de recursos e a correspondente

7
O Centro Olímpico de Samambaia foi visitado apenas para obter os relatórios gerenciais.
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01/2005 prestação de contas de convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos


congêneres, pelos órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta
do Distrito Federal tendo como objetivo a execução de programa, projeto
ou atividade de interesse recíproco, e dá outras providências.
Diretrizes Básicas dos Centros Dispõe sobre as diretrizes norteadoras de ações a serem desencadeadas
Olímpicos da SESP/DF nos Centros Olímpicos da SESP/DF para o quadriênio 2011 a 2014
(http://www.esporte.df.gov.br/images/co1.pdf)
NBR 9050 Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
os
(*) Alterado pelos Decretos n 33.226/2011, 33.411/2011 e 33.860/2012

33. Importante ressaltar que a Matriz de Planejamento, constante às fls. 09/11,


apresenta os critérios adotados para análise de cada item de verificação no âmbito de
cada uma das Questões de Auditoria.

1.9 Avaliação de Controle Interno


34. A Avaliação do Controle Interno e o Risco da Auditoria objetivam orientar a
extensão dos testes a serem realizados durante a Fiscalização.
35. Para atender esse objetivo, na fase de planejamento foram aplicados
questionários nas unidades diretamente vinculadas ao objeto da Fiscalização, em
conformidade com o Manual de Auditoria do TCDF (PT04).
36. Os questionamentos formulados consideram duas fases. Na primeira, as
respostas foram obtidas por meio de consultas aos sistemas internos do TCDF. Na
outra fase, as respostas foram oriundas de entrevistas com os titulares dos setores da
SESP que têm relação com o objeto da Fiscalização.
37. A aplicação dos questionários alcançou os principais setores cujas
atribuições estão diretamente vinculadas ao escopo da Auditoria. A análise das
respostas obtidas permitiu concluir pela inexistência de um “bom sistema de controle
interno que previna ou detecte, em tempo hábil, erros e irregularidades relevantes.”8
Portanto, de acordo com o Manual de Auditoria do TCDF, o Controle Interno da
Secretaria de Estado de Esporte pode ser classificado como “Fraco” para fins de
análise da extensão dos Testes de Auditoria.

Quadro 12: Consolidação dos Aspectos Avaliados – Fases Interna e Externa


Avaliação do Controle Interno Fraco Adequado Forte N/A Total
Quantidade de Itens de Avaliação 63 10 54 6 133
Percentual 47,37% 7,52% 40,60% 4,51% 100,00%
Fonte: Questionários aplicados in loco (PT04 – associado ao Sistema e-TCDF)

38. Para o estabelecimento do Risco Inerente levou-se em consideração a


materialidade dos valores envolvidos na Fiscalização, conforme pode ser constatado a
partir do comparativo disposto no Quadro a seguir:

8
Manual de Auditoria do TCDF, Título II, Capítulo IV, seção 4.9, pg. 2/4
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Quadro 13: Comparativo de Despesa Autorizada (SESP): Centros Olímpicos x Total de


Despesas
Exercício 2011 2012 2013 (*)
Despesa Autorizada com Manutenção dos
R$11.493.025,00 R$25.870.585,74 R$30.862.081,00
Centros Olímpicos (Vilas Olímpicas)
Total Despesa Autorizada na SESP (**) R$39.867.460,43 R$38.255.106,96 R$45.768.022,36
Percentual 28,83% 67,63% 67,43%
Fonte: SIGGO, Quadro de Detalhamento da Despesa. (*) Consulta em 04.03.13; (**) Excluídas
Despesas com Pessoal e Encargos

39. O Quadro demonstra que, excluídas as despesas com pessoal e encargos,


os gastos com os Centros Esportivos alcançaram, em 2012 e em 2013, percentual
superior a 67% da despesa autorizada para todas as atividades da Secretaria de
Esporte.
40. Considerando a materialidade dos valores envolvidos nos convênios
firmados, de acordo com o Manual de Auditoria do TCDF, o Risco Inerente do objeto da
Fiscalização pode ser considerado “Elevado”.
41. Nesse sentido, tendo-se em vista o Risco Inerente “Elevado” e o Risco de
Controle, relacionado à ineficácia dos mecanismos de controle interno, classificado no
nível “Fraco”, os Testes de Auditoria foram aplicados em grau considerado “Alto”,
conforme consta do Manual de Auditoria do TCDF.

Quadro 14: Análise da Extensão dos Testes de Auditoria


Risco Controle Grau de Testes de
Inerente Interno Auditoria
Fraco Alto
Elevado Adequado Moderado a alto
Forte Baixo a moderado
Fonte: Manual de Auditoria do TCDF
42. O cenário previamente demonstrado na fase de Levantamento Preliminar foi
corroborado pelos processos analisados e pelos resultados das visitas. As
irregularidades tratadas nestes autos estão vinculadas às falhas de procedimentos de
controle interno nas unidades da SESP que atuam ou deveriam atuar nos processos
relativos aos convênios firmados.
43. A fragilidade dos controles decorre, em parte, pela inexistência de corpo
funcional permanente que garanta a continuidade dos procedimentos. De acordo com a
publicação do DODF, de 21/02/2013, dos 213 servidores da Secretaria de Esporte,
apenas 52 são efetivos da carreira. Nos Centros Olímpicos, além dos empregados da
Convenente, não há servidores efetivos da SESP, todos são comissionados, inclusive o
Diretor (PT13, págs.34/37). Portanto, exercem cargos comissionados, sem vínculo com a
SESP, no mínimo, sete servidores por Centro Olímpico: Diretores, Gerentes
Administrativos, Chefes dos Núcleos de Apoio Administrativo, Chefes dos Núcleos de
Registro e Atendimento ao Público, Chefes dos Núcleos de Atividade e Lazer, Gerentes
de Apoio Social e Gerentes de Apoio Esportivo.
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44. Na SESP, a Gerência de Contratos e Convênios tem apenas 01 (uma)


servidora. De acordo com os processos examinados, essa Unidade não atuou nem na
seleção das entidades nem no exame das prestações de contas dos convênios
firmados (PT04).
45. A análise das Prestações de Contas é efetuada por uma Comissão de
servidores que não têm vínculo com a Gerência de Contratos e Convênios nem com o
Núcleo de Prestação de Contas. A maioria desses servidores não pertence ao quadro
efetivo da Secretaria.
46. Entrevistas e visitas efetuadas nos Centros Olímpicos demonstraram que as
demandas e informações inerentes ao funcionamento dos centros esportivos são
encaminhadas ao chamado Núcleo de Monitoramento e à Assessoria Especial, que
exerce a função de articulação e orientação aos gestores dos Centros Olímpicos com
vistas ao desenvolvimento do Projeto, e, ainda, pela elaboração de relatórios
periódicos.
47. Constatou-se ainda que, até 27.04.11, a servidora Ricarda Raquel Barbosa
Lima, que integra a Assessoria Especial, também configurava como sócia-presidente
do “Instituto Amigos do Volei”, anteriormente denominado de “Instituto Amigos do Volei
-Leila e Ricarda” (PT18, pág.230), que firmou o Convênio n.º 05 com a SESP em
11/10/2012, para a gestão dos Centros Olímpicos de Ceilândia, Recanto das Emas,
Gama e Santa Maria, recebendo recursos da ordem de R$8.648.855,14 (PT12, pág. 196),
contribuindo para a fragilidade do controle da convenente.
48. Por fim, a Unidade de Controle Interno - UCI da SESP tem apenas 01 (uma)
servidora responsável pelo setor (PT04). Em nenhum dos processos examinados
constatou-se Parecer da Unidade de Controle Interno.
49. Recentemente, o Decreto n.º 34.195, de 06 de março de 2013, que instituiu
o Regimento Interno da SESP, estabeleceu as competências da UCI nos seguintes
termos:
“Art. 8º À Unidade de Controle Interno, unidade orgânica de assessoramento,
diretamente subordinada ao Secretário de Estado de Esporte do Distrito Federal,
compete:
(...)
VIII – dar ciência aos órgãos centrais de controle interno dos atos ou fatos
inquinados ilegais ou irregulares, praticados por agentes públicos ou privados, na
utilização de recursos públicos;
IX – assegurar a observância da legislação geral e específica e das diretrizes
estabelecidas pelos órgãos diretivos do SICON/DF;
X – acompanhar a utilização de recursos transferidos a entidades privadas
por meio de convênios, acordos, termos de parceria e instrumentos
congêneres;
(...)
XIV – acompanhar o cumprimento das normas nas prestações de contas de
convênio;” (grifou-se)
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50. É fácil constatar que para o exercício das competências acima faz-se
necessário que a Unidade de Controle Interno disponha de recursos humanos
compatíveis, sob pena de inviabilizar a cumprimento de suas obrigações.
51. O Tribunal de Contas da União, em situação de natureza similar, apresentou
a seguinte determinação ao Ministério da Cultura (Acórdão n.º 6091/2009-Segunda
Câmara:
“(...) 1.6 Determinar à: 1.6.1 Assessoria Especial de Controle Interno do Ministério
da Cultura – AECI/GM/MinC que: 1.6.1.1 que promova o efetivo
acompanhamento da aplicação dos recursos de convênios firmados por esta
pasta, efetuando levantamento de situação das prestações de contas, de
modo a evitar que repasses sejam feitos para obras que não foram concluídas, ...”
(grifou-se)
52. Assim, as evidências acima, corroboradas pelos Achados tratados nesta
Auditoria, demonstram ausência de condições técnico-operacionais no âmbito da SESP
suficientes para garantir a regularidade e a imparcialidade na gestão e na aplicação
dos recursos por meio dos convênios firmados, comprometendo o alcance dos
objetivos da política pública. Nesse sentido, importante destacar entendimento do
Tribunal de Contas da União (Acórdão n.º 510/2011-Plenário):
“(...) 9.6 Determinar à Secretaria Executiva do Ministério do Esporte que: 9.6.1.
somente formalize convênios na medida em que disponha de condições
técnico-operacionais de acompanhar e orientar a concretização dos objetivos
previstos nas avenças, bem como de analisar, em prazo oportuno, todas as
respectivas prestações de contas...” (grifou-se)

A avaliação do Controle Interno no âmbito da Secretaria de Esporte demonstra


ausência de condições técnico-operacionais para garantir a regular aplicação de
recursos por meios dos convênios firmados, comprometendo o alcance dos objetivos
do Projeto Centros Olímpicos.

53. Cabe lembrar, ainda, que a recente publicação da Lei nº 13.019/14, que
estabeleceu o regime jurídico das parcerias voluntárias entre a administração pública e
as organizações da sociedade civil, trouxe inovações no cenário jurídico, dentre elas, a
obrigatoriedade de o órgão público manter uma estrutura de controle compatível para
realizar a fiscalização do ajuste, in verbis:
Art. 8º Ao decidir sobre a celebração de parcerias previstas nesta Lei, o
administrador público considerará, obrigatoriamente, a capacidade
operacional do órgão ou entidade da administração pública para instituir
processos seletivos, avaliará as propostas de parceria com o rigor técnico
necessário, fiscalizará a execução em tempo hábil e de modo eficaz e
apreciará as prestações de contas na forma e nos prazos determinados nesta
Lei e na legislação específica.
Parágrafo único. A administração pública adotará as medidas necessárias,
tanto na capacitação de pessoal, quanto no provimento dos recursos
materiais e tecnológicos necessários, para assegurar a capacidade técnica e
operacional de que trata o caput deste artigo.” (grifou-se)
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54. Nesse contexto, e considerando os vultosos valores envolvidos nas


parcerias celebradas pela SESP, propõe-se determinar à Secretaria de Estado de
Esporte que dote a Unidade de Controle Interno com quantitativo adequado de
recursos humanos, de modo a garantir o cumprimento das obrigações previstas no
Decreto nº 34.195/13, em especial, no tocante ao acompanhamento dos recursos
transferidos a entidades privados, mantendo arquivado cópia dos pareceres com
medidas preventivas e corretivas para resguardar o patrimônio público. (Sugestão II.a)
55. Sugere-se, ainda, alertar à Secretaria para que observe as disposições da
Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo regime jurídico das parcerias voluntárias,
envolvendo ou não transferência de recursos financeiros, entre a administração pública
e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que trouxe
novos procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante denominado “Termo
de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em especial, no tocante à obrigatoriedade de
o gestor, previamente à celebração dos ajustes, avaliar a capacidade operacional de o
órgão manter uma estrutura de controle adequada para seleção e fiscalização dos
ajustes (art. 8º).(Sugestão V.1.a)
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2 Resultados da Auditoria

2.1 Questão 1: A seleção das entidades, a execução dos convênios e as


prestações de contas atendem a legislação?

A Secretaria de Esporte do DF tem-se utilizado do Edital de Chamamento Público


para a seleção de entidades privadas sem fins lucrativos para a gestão e a operacionalização
dos Centros Olímpicos. Foram constatadas falhas nos procedimentos adotados para a seleção
das entidades convenentes, principalmente pela ausência de análise técnico-financeira dos
custos envolvidos nos Planos de Trabalho, definição de prazos inexequíveis para a
apresentação das propostas e celebração de convênio com entidade sem experiência e com
objeto social incompatível com o do convênio.
No tocante à execução dos convênios, foram constatadas falhas no controle e
distribuição de uniformes e materiais esportivos, nos gastos com publicidade e no repasse de
recursos para entidade inadimplente.
Quanto às prestações de contas, foram verificadas irregularidades relacionadas,
principalmente, com: a) direcionamento na escolha de fornecedores pelas convenentes; b)
apresentação de notas fiscais genéricas, sem detalhamento de gastos; c) superfaturamento de
preços de revistas em quadrinhos (gibis) e de pesquisa de satisfação.

2.1.1 Achado 01: Prazo inexequível para apresentação dos Planos de Trabalho

Critério: Concessão de, pelo menos, 8 dias úteis para apresentação do Plano de
Trabalho, a contar da divulgação do edital de chamamento público.
Análises e Evidências
56. No Distrito Federal, a transferência de recursos mediante convênios está
normatizada por meio da Instrução Normativa n.º 01/2005 da então Corregedoria Geral
do Distrito Federal, atual Secretaria de Transparência e Controle (IN 01/2005).
57. Apesar de a IN 01/2005 não exigir, a SESP tem publicado editais de
Chamamento Público para a seleção de entidades sem fins lucrativos que se propõem
a firmar convênio para a gestão dos Centros Olímpicos.
58. No âmbito da Administração Federal, a exigência de Edital de Chamamento
Público para a seleção de entidades sem fins lucrativos consta do art. 4º do Decreto n.º
6.170/2007, que dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da
União mediante convênios e contratos de repasse:
“Art. 4.º A celebração de convênio ou contrato de repasse com entidades privadas
sem fins lucrativos será precedida de chamamento público a ser realizado pelo
órgão ou entidade concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que
tornem mais eficaz o objeto do ajuste.” (grifou-se)
59. Não obstante a boa prática desenvolvida pela SESP, verificou-se que a
maior parte dos editais de Chamamento Público contemplaram prazos não uniformes e
inexequíveis, levando em conta a complexidade na elaboração detalhada de um Plano
de Trabalho, com previsão de todas as atividades que serão desenvolvidas no período
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de pelo menos um ano, seus custos e demais recursos envolvidos para cada atividade
prevista.
60. Apesar de o normativo distrital não estabelecer prazos para entrega de
documentação e de propostas, adotou-se como parâmetro, para a verificação da
exequibilidade, o prazo previsto no art. 4º, inc. V da Lei nº 10.520/2002 (Pregão), que
determina um prazo não inferior a 8 (oito) dias úteis a partir da publicação, por
representar um período razoável para a formulação dos Planos de Trabalho.
61. O quadro a seguir consolida os prazos concedidos pela SESP para a
elaboração dos Planos de Trabalho pelas entidades convenentes:
Quadro 15: Prazos concedidos para elaboração dos Planos de Trabalho
Dias N.º
Data Prazo Entidade
Processo Edital úteis Participantes Centro Olímpico Convênio
Publicação Proposta Selecionada
(*) da Seleção
02/2011 22/06/2011 27/06/2011 1
Rei Pelé, São
220.000.426/2011 - FAC 02/2011
Sebastião, Parque
02/2011-Retificação 28/06/2011 05/07/2011 6
Vaquejada

01/2012
220.001.304/2011 07/2011 06/01/2012 09/01/2012 1 1 FAC Rei Pelé, São
Sebastião, Parque
01/2012-Prorrogação
Vaquejada
Brazlândia, Gama,
220.001.004/2011 06/2011 21/09/2011 30/09/2011 7 1 CTN Recanto das Emas, 03/2011
Santa Maria

Brazlândia, Gama,
220.000.573/2012 21/2012 10/09/2012 24/09/2012 10 3 IAV 05/2012
Recanto das Emas,
Santa Maria

220.000.673/2012 23/2012 18/09/2012 04/10/2012 12 3 LINS 06/2012


Estrutural

220.001.176/2012 27/2012 20/12/2012 10/01/2013 12 1 IDECACE 02/2013

Ceilânida (Setor "O")

220.001.086/2012 25/2012 14/12/2012 17/12/2012 1 2 LINS 01/2013

Sobradinho
Fonte: PT12, págs. 4, 15, 24, 33, 91, 140, 159
(*) A contagem dos prazos exclui-se o dia do início e inclui-se o do vencimento, nos termos do art. 110
da Lei nº 8.666/1993.

62. Assim, constatou-se que os prazos para apresentação das propostas,


previstos nos Editais de Chamamento Público nºs 02/2011, 06/2011, 07/2011 e 25/2012
são inexequíveis, afrontando, por conseguinte, os Princípios da Publicidade e
Transparência.
Causas
63. Urgência não justificada nos autos. Falta de planejamento.
Efeitos

64. Restringe a participação de maior número de interessados. Propicia o


direcionamento na escolha de entidades. Contribui para a elaboração de Plano de
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Trabalho deficiente, concorrendo para baixa qualidade dos serviços prestados pelos
Centros Olímpicos.
Considerações do Auditado

65. A Secretaria de Estado de Esporte do Distrito Federal se manifestou acerca


do Achado em análise através do Ofício nº 614/2014 – GAB/SESP e anexo(fls. 158/159 e
Anexo II, vols. I e II). Segundo a documentação encaminhada, alega que embora a
Instrução Normativa nº 01/2005 não exija a utilização de chamamento público, com o
objetivo de garantir a lisura, transparência e competitividade do processo, optou por
realizá-lo.
66. Afirma, ainda acerca da supracitada norma (fls. 21, Anexo II, vol. II):
“(...) A legislação que trata do assunto neste Distrito Federal, já citada,
não prevê prazo mínimo entre a publicação do Chamamento e a
apresentação das propostas, mesmo porque, como já foi exposto,
não há obrigatoriedade de se realizar o Chamamento Público, e se
alguns prazos não foram superiores aos 8 (oito) dias ora
recomendados por esse TCDF, foi porque não dispunha esta Pasta
de prazo maior, entretanto, devemos ressaltar que ao agir desta
forma, esta Administração não feriu nenhum dispositivo legal.(...)”
67. Por fim, declara que tem por objetivo a adequação dos processos seletivos a
serem realizados às sugestões desta Corte. Para demonstrar a referida adequação
anexou aos autos cópias das duas últimas seleções realizadas pela SESP/DF,
utilizando o instrumento de chamamento público com prazo mínimo de 8 (oito) dias
entre a publicação de chamamento e a apresentação de propostas (fl. 22, Anexo II vol.I).
Posicionamento da equipe de auditoria

68. Preliminarmente, oportuno destacar que, em que pese a IN nº 01/05 não


exigir adoção de chamamento público, a utilização desse instrumento garante os
princípios da impessoalidade e da isonomia, além de permitir maior transparência e
publicidade do processo seletivo. Como destacado pela SESP/DF, a utilização de
chamamento público tem o intuito de garantir a lisura da seleção, mas não consta na
norma reguladora distrital a obrigatoriedade em sua utilização.
69. No entanto, a recente publicação da Lei nº 13.019/14, que estabeleceu o
regime jurídico das parcerias voluntárias entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil (OCS), trouxe substanciais9 alterações no
ordenamento jurídico que regulamenta a matéria. Trata-se de lei nacional10, que institui

9
Destaca-se, dentre eles, a instituição dos instrumentos jurídicos “Termo de Colaboração” e “Termo de
Fomento” (art. 16), que irão regular as relações entre a Administração Pública e as OSCs, em
substituição aos atuais Convênios, que passam a ser utilizado apenas para formalizar a parceria entre
entes federados (art.84);
10
Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências
de recursos financeiros, estabelecidas pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço
público, e suas subsidiárias, com organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação,
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normas gerais que alcançam as parcerias estabelecidas no âmbito distrital, tornado


obrigatória realização de chamamento público na seleção de entidades:
“Art. 24. Para a celebração das parcerias previstas nesta Lei, a administração
pública deverá realizar chamamento público para selecionar organizações da
sociedade civil que torne mais eficaz a execução do objeto.” (grifou-se)
70. Verifica-se que o novo ordenamento impõe o uso do chamamento público
para seleção de entidades interessadas em formalizar parcerias com a administração
pública, o que deverá ser observado pelos órgãos e entidades no âmbito distrital.
Ademais, as hipóteses de celebração direta de ajustes com entidades sem fins
lucrativos são restritas.
71. A partir deste novo marco legal, o chamamento público passa a ser
obrigatório em todas as parcerias realizadas com organizações da sociedade civil, em
cooperação, objetivando o interesse público. Embora não haja menção específica ao
prazo necessário entre a publicação do chamamento público e a apresentação das
propostas, é vedada a restrição da competitividade, conforme segue:
“art. 24, (...) § 2o É vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de
convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou
frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou
distinções em razão da naturalidade, da sede ou do domicílio dos
concorrentes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto da parceria.” (grifou-se)
72. Assim, levando em conta a complexidade e a responsabilidade envolvidas
na elaboração de um Plano de Trabalho, é de extrema relevância a adoção de um
prazo exequível, que garanta a competitividade e transparência ao procedimento de
seleção.
Proposições

73. Sugere-se ao egrégio Plenário alertar à Secretaria de Estado do Esporte do


Distrito Federal para que:
a) observe as disposições na nova Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo
regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferência
de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da
sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que trouxe novos
procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante denominado
“Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em especial, no tocante à:
1. obrigatoriedade de realização de chamamento público para
seleção das entidades sem fins lucrativos (art.24). (Sugestão
V.1.b)

para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de
colaboração com as organizações da sociedade civil; e institui o termo de colaboração e o termo de
fomento. (grifou-se)
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74. Propõe-se, ainda, determinar à SESP que estabeleça, no processo de


chamamento público, prazo mínimo de 8 dias úteis entre a publicação do edital de
chamamento e a entrega dos planos de trabalho, visando garantir a isonomia na
seleção. (Sugestão II.b)

Benefícios Esperados
75. Seleção de entidades por meio de avaliação da qualificação técnica e
operacional para a realização do serviço; tratamento isonômico às entidades
interessadas em firmar convênio com o Poder Público Distrital.

2.1.2 Achado 02: Editais de Chamamento Público com critérios subjetivos


Critério: Observância dos Princípios da Isonomia, da Impessoalidade e do Julgamento
Objetivo das Propostas.
Análise e Evidência
76. O exame dos editais de Chamamento Público da SESP para seleção de
entidades privadas sem fins lucrativos para a gestão e a operacionalização de Centros
Olímpicos demonstrou que foram atribuídas pontuações aos Planos de Trabalho com
base em critérios subjetivos de avaliação. Os Editais analisados apresentaram os
seguintes critérios de avaliação para as propostas:
Quadro 16: Critérios de Avalição constantes dos Editais
Critérios de Avaliação Pontuação
Qualificação do corpo gerencial do projeto, com a seguinte divisão de pontuação:
- Pós Graduação: um ponto
-Mestrado: dois pontos;
-Doutorado: três pontos.
Neste critério a pontuação será limitada pelos seguintes fatos:
0 a 09
a) a análise da qualificação do corpo gerencial se limitará a três membros/profissionais;
b) serão somados os pontos atribuídos individualmente a cada profissional, até o limite
de nove pontos.
c) Os títulos deverão ser de áreas relacionadas ao objeto do Projeto (esporte ou
educação)
Relação custo/benefício – quanto menor a relação, maior a pontuação. Será avaliado de
acordo com a tabela progressiva abaixo, de menor custo diário por beneficiado:
-menor custo: dez pontos;
-segundo menor custo: oito pontos; 0 a 10
-terceiro menor custo: seis pontos;
-quarto menor custo: quatro pontos;
-quinto menor custo: dois pontos.
Análise da proposta técnica para Gestão e Operacionalização, será analisada e
pontuada conforme quadro abaixo:
a) Enquadramento do projeto ao objeto deste Edital e às ações propostas: nota de 1 a 5. 0 a 15
b) Adequação da metodologia ao desenvolvimento da proposta: nota 1 a 5
c) Clareza e adequação do cronograma físico (metas, atividades, prazos); nota 1 a 5
Fonte: PT12, págs. 35, 93, 141 e 161

77. A subjetividade demonstra-se evidente no último critério de avaliação, cuja


pontuação variou de 0 a 15:
“Análise da proposta técnica para Gestão e Operacionalização, será analisada e
pontuada conforme quadro abaixo:
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a) Enquadramento do projeto ao objeto deste Edital e às ações propostas: nota de


1 a 5.
b) Adequação da metodologia ao desenvolvimento da proposta: nota 1 a 5
c) Clareza e adequação do cronograma físico (metas, atividades, prazos); nota 1 a
5”
78. A pontuação atribuída ao critério acima (15 pontos) representa percentual
superior a 44% do total de pontos possíveis na seleção das propostas (34 pontos).
Portanto, demonstra o alto grau de subjetividade na avaliação dos Planos de Trabalho.
79. Os processos que constam do Quadro a seguir não explicitam de forma
clara e objetiva o grau de enquadramento das propostas ao objeto do Edital, nem o
nível de adequação da metodologia ao desenvolvimento da proposta, e nem o método
de definição da clareza e da adequação do cronograma físico para se atribuir as
respectivas pontuações.
Quadro 17: Editais com critérios subjetivos de seleção
N.º Entidade Centro
Processo Edital Convênio Período Obs.
Participantes Selecionada Olímpico
Brazlândia, A LINS foi inabilitada na
Gama, Recanto 11/10/2012 a fase de documentação;
220.000.573/2012 21/2012 3 IAV 05/2012
das Emas, Santa 10/10/2013 IAV e INTERCULT foram
Maria classificadas na seleção.
Apenas a LINS foi
habilitada na fase de
18/10/2012 a
220.000.673/2012 23/2012 3 LINS Estrutural 06/2012 documentação. Foram
17/10/2013
inabilitadas a IDECACE e o
IPDE.
Retiraram o Edital o IPDE,
Esporte Mais, IDECACE,
LINS e IAV. Foram
13/05/2013 a
220.001.086/2012 25/2012 2 LINS Sobradinho 01/2013 habilitadas somente a
12/05/2014
IDECACE e a LINS. O
desempate foi por maior
contrapartida.
Retiraram o Edital a LINS e
Ceilânida 10/05/2013 a a IDECACE. Somente a
220.001.176/2012 27/2012 1 IDECACE 02/2013
(Setor "O") 09/05/2014 IDECACE apresentou a
Proposta.
Fonte:PT12 (págs. 25/170)

Editais de Chamamento Público fixaram critérios subjetivos para a seleção


entidades convenentes na proporção de 44% do total de pontos possíveis.

80. Os critérios subjetivos adotados poderiam influenciar as seleções de que


tratam os Processos n.º 220.00.573/2012 (Convênio n.º 05/2012-IAV) e
220.001.086/2013 (Convênio 01/2013-LINS) tendo em vista que, nos demais certames,
apenas uma entidade foi habilitada na fase de apresentação de documentação (Quadro
17).

81. No âmbito da esfera federal, o art. 5º do Decreto n.º 6.170/2007 determina


que “o chamamento público deverá estabelecer critérios objetivos visando à aferição da
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qualificação técnica e capacidade operacional do convenente para a gestão do convênio.”


(grifou-se).
82. A Lei n.º 8.666/93, por meio do artigo 44, aplicável aos Convênios por força
do art. 116 da mesma norma, veda a utilização de critérios subjetivos para julgamento
das propostas:
“Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os
critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar
as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso,
secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o
princípio da igualdade entre os licitantes.(...)
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios,
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e
entidades da Administração.”(grifou-se)
83. O estabelecimento de critérios objetivos nos procedimentos de seleção das
entidades tem o intuito de garantir a isonomia entre os participantes e, ao final, a
escolha da instituição com melhor qualificação técnica e operacional para execução
dos convênios.
84. Importante ressaltar, conforme consta da Representação n.º 02/2013-DA do
MPjTCDF (Processo nº 8.296/2013, apenso a estes autos), que “os critérios empregados
para aferição de vencedor de qualquer certame público devem ser pautados por critérios
estritamente objetivos. Segundo o MPjTCDF, O TCU, por meio do Acórdão n.º
8.430/2011 – 1ª Câmara , determinou que:
“o edital deve estabelecer, com necessária objetividade, a forma de comprovação
da aptidão para o desempenho de atividades pertinentes e compatíveis em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação.”
Causas
85. Não identificada.
Efeitos
86. Facilita a ocorrência de direcionamento na seleção das entidades
convenentes, com repercussão na qualidade dos serviços prestados pelos Centros
Olímpicos e no alcance das metas previstas.

Considerações do Auditado
87. No que tange ao Achado em análise, foram encaminhados por meio do
Ofício nº 614/2014 – GAB/SESP(fls. 158/159e anexo II, vols. I e II), as considerações da
Secretaria de Estado de Esporte do Distrito Federal:

“Como já exposto, esta Pasta tem buscado o aprimoramento nos seus


procedimentos, o que sem dúvida tem sido alcançado. A definição de critérios
que anulem totalmente a subjetividade é tarefa árdua, complexa e
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permanentemente perseguida. Por isto mesmo, temos contado com a


colaboração de outros Órgãos deste complexo Governo, como a Procuradoria
Geral do DF, a qual, com frequência, tem analisado nossos editais e tecido
comentários importantes, os quais buscam aperfeiçoá-lo e são sempre
acatados. Entendemos que isto faz parte de um constante processo de
crescimento e fortalecimento, pelo qual esta Pasta tem passado, face à pouca
experiência que detinha acerca do assunto.” (fl. 22, anexo II, vol. II)
88. Com o intuito de fixar critérios objetivos nos procedimentos de seleção de
entidades a SESP/DF afirma ter adequado seus processos de seleção, estabelecendo
em seus últimos editais11os seguintes termos:

Ref: Fls. 22/23, Anexo II, vol. I

89. Segundo a SESP/DF o critério de menor custo da proposta possui uma


influência na pontuação total de 45% em razão da sua grande relevância e
objetividade, os demais critérios representam, cada um, 18,33%. Acredita que esta
ponderação permite a adequada valoração de critérios conforme sua objetividade.
Assim, considera que a “fragilidade” apontada restou totalmente sanada.

Posicionamento da equipe de auditoria

90. As providências adotadas pela SESP/DF demonstram a intenção da pasta


em adequar o procedimento de chamamento público aos critérios determinados pela
legislação, passando a adotar critérios objetivos.

91. A pontuação atribuída percentualmente à análise da metodologia do projeto


passou de 44% para 18,33%, diminuindo consideravelmente a influência de um critério
com menor objetividade no resultado final da seleção.

92. Nesse sentido, o novo regime jurídico das parcerias voluntárias (Lei nº

11 s
Chamamentos públicos nº 33 e 34 (fls. 90/203, Anexo II volume I)
e-DOC C1F28CE1
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13.019/14), prevê que o edital de chamamento público especificará “os critérios


objetivos de seleção e julgamento das propostas, inclusive no que se refere à
metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos critérios estabelecidos,
se for o caso;” (art. 24, §1º, V).
Proposições

93. Sugere-se ao egrégio Plenário alertar à Secretaria de Estado do Esporte


para que:

a) observe as disposições da Lei nº 13.019/2014, que estabelece o novo


regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não
transferência de recursos financeiros, entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que
trouxe novos procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante
denominado “Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em
especial, no tocante à:
1. obrigatoriedade de o edital de chamamento especificar, dentre
outros, os critérios objetivos de seleção e julgamento das propostas,
inclusive no que se refere à metodologia de pontuação e ao peso
atribuído a cada um dos critérios estabelecidos, se for o caso (art. 24,
§1º, V). (Sugestão V.1.c)

Benefícios Esperados

94. Assegurar aos proponentes a transparência e a regularidade dos


procedimentos de seleção.

2.1.3 Achado 03: Ausência de análise técnico-financeira dos custos envolvidos


nos Planos de Trabalho

Critério: Adequação dos custos e dos quantitativos de materiais/serviços constantes


dos Planos de Trabalho (Acórdão TCU nº 2.261/05 – Plenário).
Análise e Evidência
95. Não constam dos processos examinados, relativos às seleções de entidades
para firmar os convênios com a SESP, parecer com análise detalhada das propostas
encaminhadas, tanto com relação à natureza do gasto, quanto com referência aos
quantitativos e custos a eles vinculados.
96. De acordo com o item 3.2 dos editais de Chamamento Público, caberia à
SESP efetuar exame dessa natureza (PT12, págs. 4, 15, 32, 90, 138 e 158).
“3.2 O Plano de Aplicação da entidade, previamente aprovado quando do
oferecimento da Proposta, será submetido à avaliação técnico-financeira
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quanto à adequação dos quantitativos sugeridos e sua compatibilidade com


os preços praticados no mercado.”(grifou-se)
97. Exigência desse tipo tem sido reiteradamente determinada pelo TCU,
conforme extrato do processo que deu origem ao Acórdão n.º 2.576/09-Plenário:
“Ademais, do Acórdão n.º 2261/2005-Plenário, em que foi apreciada a
consolidação de auditorias realizadas em convênios celebrados entre a União e
instituições de direito privado, destaca-se a seguinte determinação à autarquia (ata
n.º 49/2005, sessão extraordinária de 13/12/2005):
9.11. determinar ao [...] que:
9.11.1. façam constar do parecer técnico do plano de trabalho análises
detalhadas dos custos indicados nas propostas, com base em elementos de
convicção como cotações, tabelas de preços, publicações especializadas e
outras fontes disponíveis, de modo a certificar-se e a comprovar que tais
custos estão condizentes com os praticados no mercado da respectiva
região;” (grifou-se)
98. A falta de controle torna-se mais flagrante na medida em que a SESP deixou
de efetuar análise comparativa entre os mesmos itens de custos constantes de
diferentes Planos de Trabalhos de entidades selecionadas para gestão dos Centros
Olímpicos. O Quadro a seguir evidencia significativas diferenças de preços entre as
propostas de duas entidades que celebraram convênios com a SESP no mesmo
período:
Quadro 19: Comparativo de custos em convênios da SESP
Conv. 05/2012 Conv. 06/2012
Rubrica de Custo Dif. (%)
IAV LINS
Plataforma para Piscina 12 X 8 58.128,00 2.156,25 2595,79%
Bola de basquetebol Pro 7.4 250,00 110,00 127,27%
Bola para tênis de campo Profissional 35,00 7,00 400,00%
Tapete para GRD 15 X 15 4.900,00 1.500,00 226,67%
Halter (natação) E.v.a 45,00 79,80 77,33%
Bola de basquetebol Pro 6.4 240,00 110,00 118,18%
Raquete de tênis de mesa 30,00 350,00 1066,67%
Bola de handebol H 1 99,90 165,60 65,77%
Fonte: PT11, págs. 217/219 e 278/280.
99. Destaca-se que além de não constar dos autos o exame comparativo dos
preços inseridos nos planos de trabalho das duas entidades, também não há análise da
compatibilidade dos valores propostos com os praticados no mercado. Os Planos de
Trabalho não demonstram diferenças qualitativas nos itens comparados, suficientes
para justificar as divergências de preços.
100. Outro aspecto também não observado pela SESP, diz respeito à
necessidade de comparação dos custos propostos em cada um dos convênios em
relação ao total de alunos atendidos.
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Gastos com materiais esportivos chegam a apresentar diferenças superiores


a 2.500% entre convênios celebrados pela Secretaria de Esporte.

Causas
101. Deficiências nos procedimentos de controle interno. Omissão dos gestores
quanto à instrução e à capacitação dos servidores para proceder à análise detalhada
dos Planos de Trabalho.
Efeitos
102. Anuências irrestritas dos Planos de Trabalho com possibilidade de aquisição
de produtos/serviços com preços incompatíveis com os praticados no mercado.
Considerações do Auditado
103. A Secretaria de Estado de Esporte se manifestou em relação ao Achado em
12
análise reafirmando a iniciativa de adequar seus procedimentos, em especial:
“(...) esta Pasta tem se atentado minuciosamente quando da análise técnico-
financeira das propostas, deixando consignado em relatório, parecer acerca
da natureza do gasto e seus quantitativos e custos, evidenciando a
consonância plena entre a natureza dos gastos com o projeto desenvolvido
nos Centros Olímpicos.
Acerca dos apontamentos feitos referentes à diferença entre preços
propostos em diferentes ajustes, informamos: Quando da análise das
prestações de contas pela Comissão competente, a mesma certifica-se
acerca dos valores praticados pela entidade, comparando estes com valores
executados em outros ajustes por outras entidades, e caso constate que os
mesmos estão incompatíveis, sugerindo desajuste com valores de mercado,
propõe a GLOSA dos mesmos, o que é efetivada.”
104. Justifica que as diferenças apontadas pela equipe de auditoria entre os
valores de mercado, e os valores apresentados pelas convenentes não foram
executados. Declara ainda:
“ (...) apesar das diferenças apresentadas nos planos de trabalho propostos
pelas entidades, esta Pasta não aceita a execução de item algum em valor
incompatível com o mercado, e não poderia mesmo agir de outra forma, já
que o interesse maior é preservar o interesse público.”
105. Por fim, discorre sobre a etapa de análise das prestações de contas das
entidades convenentes, apresentando, de forma individualizada, quadro comparativo
entre os preços propostos nos planos de trabalho das entidades e os valores
constantes nas prestações de contas. Em geral, naqueles casos em que a SESP
detectou divergência de preços entre as instituições, houve a glosa dos valores (fls.
24/26, anexo II, vol. II).

12
Ofício nº 614/2014 – GAB/SESP (fls. 158/159 e anexo II, vols. I e II).
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Posicionamento da equipe de auditoria


106. Quanto às manifestações da SESP/DF, cumpre ressaltar que a fase de
análise do Plano de Trabalho e a fase de análise das prestações de contas ocorrem em
momentos distintos, e foram analisadas neste relatório separadamente. O achado em
questão discute a falta de análise do Plano de Trabalho e de seus custos.
107. Durante a etapa de execução desta fiscalização não foram detectados
procedimentos adotados pela jurisdicionada para checar a adequação dos custos
constantes no Plano de Trabalho.
108. Assim, em que pese as considerações encaminhadas pela Secretaria
afirmarem a existência de uma análise técnico-financeira, estas não constavam nos
processos pertinentes, assim como não foram acostados aos autos nesta oportunidade
documentos que as comprovassem.
109. Desta maneira, as informações encaminhadas não são suficientes para
refutar as evidências do Achado.
110. Acerca do assunto em comento, a Lei nº 13.019/14, que estabelece o regime
jurídico das parcerias voluntárias entre a administração pública e organizações da
sociedade civil (OCS), manteve a exigência, prevista em normativos infralegais, de
avaliação dos custos previstos no plano de trabalho, acompanhados de elementos de
comprovação, dispondo no seguinte sentido:
“Art. 22. Deverá constar do plano de trabalho, sem prejuízo da modalidade de
parceria adotada:(...)
V - elementos que demonstrem a compatibilidade dos custos com os preços
praticados no mercado ou com outras parcerias da mesma natureza, devendo
existir elementos indicativos da mensuração desses custos, tais como:
cotações, tabelas de preços de associações profissionais, publicações
especializadas ou quaisquer outras fontes de informação disponíveis ao
público;
(...)
Art. 35. A celebração e a formalização do termo de colaboração e do termo de
fomento dependerão da adoção das seguintes providências pela administração
pública: (...)
IV - aprovação do plano de trabalho, a ser apresentado nos termos desta Lei; ”
(grifou-se)
111. Assim, tendo em conta que a presente fiscalização constatou a inexistência
de procedimentos de controle relativos à análise do plano de trabalho das convenentes,
cabe ao jurisdicionado a adoção de medidas para adequação ao recente dispositivo
legal.
Proposições

112. Sugere-se ao egrégio Plenário alertar à Secretaria de Estado do Esporte


para que:
a) observe as disposições da Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo
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regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não


transferência de recursos financeiros, entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que
trouxe novos procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante
denominado “Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em
especial, no tocante à:
1. obrigatoriedade de constar do plano de trabalho elementos que
demonstrem a compatibilidade dos custos com os preços
praticados no mercado ou com outras parcerias da mesma
natureza (art. 22, V);(Sugestão V.1.d)
2. obrigatoriedade de aprovação do plano de trabalho pela
administração para celebração de novos ajustes (art. 35,
IV);(Sugestão V.1.e)
b) Propõe-se, ainda, determinar à SESP que, doravante, avalie a
adequação dos quantitativos e dos custos propostos nos planos de
trabalhos apresentados pelas entidades da sociedade civil, fazendo
constar dos autos o parecer técnico.(Sugestão III.a)
Benefícios Esperados
113. Contribuir para aprovação e execução de Planos de Trabalho com rubricas e
valores compatíveis entre si e com o mercado.

2.1.4 Achado 04: Celebração de convênio com entidade sem experiência e com
objeto social incompatível para a gestão do Centro Olímpico
Critério: Compatibilidade entre o objeto do convênio e os objetivos estatutários da
entidade e experiência da entidade no objeto do convênio.
Análise e Evidência
114. A entidade Centro de Tradições Nordestinas (CTN) foi selecionada, por meio
do Edital de Chamamento Público n.º 06/2011 (Processo n.º 220.001.004/2011), o que
resultou na assinatura do Convênio n.º 03/2011 (PT11, págs. 2/22; PT12, págs. 10/22 e
183/192).

115. De acordo com o Edital, a entidade seria selecionada para fins de (PT12, pág.
11):

“implantação, através de apoio financeiro, de projeto pedagógico de fomento às


práticas esportivas formais e não formais focadas nos segmentos educação,
participação e rendimento nos Centros Olímpicos do Distrito Federal, localizados
nas Regiões Administrativas do Gama, Brazlândia e Recanto das Emas.” (grifou-se)
116. Para tanto, a entidade, nos termos do item 9.2.1 – Documentação de
Habilitação, deveria comprovar que possuía “finalidades contratuais, regimentais ou
estatutárias relacionadas com o objetivo da subvenção social ou do auxílio para
investimentos” (sic). (PT12, pág. 20)
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117. E, ainda, estavam previstos os seguintes Critérios de Avaliação no Edital de


Chamamento Público (PT12, pág. 16):

“Convênio ou Cooperação Técnica com órgão da Administração Pública Federal,


Estadual, Distrital ou Municipal, com comprovação de aprovação da prestação de
contas, com objeto que guarde simetria ao do Projeto Centros Olímpicos (1 ponto a
cada contrato executado, até o limite de cinco contratos)(...)Números de pessoas
atendidas em Projetos análogos ao Centros Olímpicos (1 ponto a cada quinhentos
atendidos, até o limite de 5 pontos).” (Grifou-se)
118. Examinando-se o processo que trata da seleção (Processo n.º
220.001.004/2011), verificou-se que a entidade não apresentou documentos que
comprovem o enquadramento nos mencionados critérios. Os únicos documentos
apresentados foram: Declaração de Imunidade de Impostos Federais, Comprovante de
Inscrição e de Situação Cadastral, Declaração referente a atividades culturais e de
inclusão social, Declaração de renovação da condição de OSCIP e Declaração de
Título de Utilidade Pública Municipal (PT17, págs. 16/25).
119. Analisando-se o Estatuto da Entidade, constata-se que não há correlação
entre os objetivos da entidade e o objeto do Convênio (PT17, págs. 02/15):
“Artigo 3º - O CTN tem como objetivos precípuos e fundamentais atender as
necessidades e anseios da comunidade nordestina, mediante a prática das
seguintes ações:
a. Criar, instalar, ampliar, manter e fomentar atividades beneficentes, sociais,
assistenciais, recreativas, artísticas, educacionais, culturais, religiosas, cívicas e
afins.
b. Difundir o patrimônio nordestino cultural, étnico social, e bibliotecas;
c. Divulgar publicações, serviços, informações e dados produzidos através do CTN;
d. Realizar e incentivar programas de cooperação voluntária;
e. Criar e manter núcleos profissionalizantes, capacitando os participantes para o
mercado de trabalho;
f. Criar e manter cursos de alfabetização para adultos;
g. Captar recursos e patrocínio para os projetos e programas implementados pelo
CTN;
h. Criar e desenvolver produtos educativos e artísticos via internet;
i. Difundir o patrimônio cultural e as atividades sociais do CTN, por todos os meios
legalmente permitidos e devidamente autorizados através das emissoras de rádio e
televisão;
j. Organizar exposições, encontros e eventos de cunho cultural e social, bem como
palestras e workshops;
k. Implantar e desenvolver o projeto telesaudade e serviço de videoconferência bem
como o que mais demandar a comunidade nordestina.”
120. Examinando-se o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, constata-se que as
atividades cadastradas são incompatíveis com o objeto do Convênio (PT17, pág. 25).
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121. É temerário para o Poder Público a contratação com entidade sem


experiência, uma vez que recursos estatais são disponibilizados para a concretização
de um fim de interesse público.
122. Por ocasião da celebração de contratos de gestão no âmbito da SESP, o
Tribunal, por meio do item V.c da Decisão nº 4.417/2010, alertou a Secretaria de que “a
deficiente comprovação da qualificação técnico-operacional, administrativa e
econômico-financeira da contratada enseja reforço no acompanhamento da execução
do objeto”.
123. Nesse mesmo sentido, irregularidade dessa natureza já foi objeto de
determinação pelo TCU:
Acordão n.º 1403/2008 - Plenário "() 9.10. determinar (...) que se abstenham de
realizar transferências voluntárias a organizações não governamentais (ONGs) e a
organizações da sociedade civil de interesse publico (OSClPs) que não
contemplem em seus estatutos as atividades dos objetivos pretendidos pelo ajuste;
(...)"
124. Portanto, de acordo com os documentos acostados aos autos, não há
comprovação de que a CTN teria a experiência necessária para o desenvolvimento das
atividades previstas para a realização do convênio com a SESP e, tampouco, possui
objetivo estatutário compatível ao convênio.

Houve celebração de convênio com entidade sem experiência e com objeto


social incompatível para o desenvolvimento de atividades previstas para a
gestão dos Centros Olímpicos.

125. Apesar das irregularidades elencadas, a Comissão formada pelos servidores


Luiz Carlos Santana, Sidmeron Campos Silva e Sebastião da Costa Val, concluiu,
quanto à documentação da CTN, “estar presentes todos os documentos necessários e,
todos em dia.”(PT17, pág. 27)
126. Importante consignar que, objetivando garantir maior efetividade nas ações e
projetos desenvolvidos por entidades privadas sem fins lucrativos por meio de
convênios, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 6.170/2007, com redação dada
pelo Decreto nº 7.568/2011, vedou a celebração de convênios com entidades que “não
comprovem ter desenvolvido, durante os últimos três anos, atividades referentes à
matéria objeto do convênio.”
Causas
127. Ausência de análise rigorosa dos documentos anexos aos Planos de
Trabalho. Inobservância dos critérios previstos no Edital.
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Efeitos
128. Comprometimento da execução das atividades, pois o Convênio foi
interrompido antes do prazo estipulado. Os gastos previstos no Plano de Trabalho não
foram devidamente comprovados, o que resultou na sugestão da Comissão de
Avaliação da Prestação de Contas para a devolução de quantia superior a R$4
milhões, conforme tratado em Achado específico (PT17, pág. 115).
Considerações do Auditado
129. A SESP/DF manifestou-se13 em relação ao presente Achado destacando
que o CTN (Centro de Tradições Nordestinas) é uma instituição consagrada, sólida e
tradicional, com vasta experiência e patrimônio sólido, compatível com o projeto
desenvolvido no Distrito Federal.
130. Afirma ainda que o projeto utilizou o esporte para atingir objetivos diversos,
destacando-se pela amplitude, não abrangendo somente o esporte, mas o aspecto
social, cultural, de lazer, educacional, profissionalizante, entre outros, entendendo o
cidadão com um ser complexo com infinitas e diferenciadas necessidades.
131. Alega que o CTN atendia o que se esperava do parceiro para realização do
projeto, tendo este realizado inúmeros projetos similares. Afirma que os eventos
realizados pelo CTN alcançaram resultados relevantes, promovendo um diferencial na
vida dos cidadãos atendidos.
132. Reforça, ainda, a competência da entidade selecionada citando a declaração
de “utilidade pública” pelo Estado de São Paulo em 16/07/2008, reafirmando sua
experiência em relações com o poder público, conforme segue (fl. 30, anexo II, vol. II):
“No que tange ao objeto social e sua compatibilidade para a Gestão do Centro
Olímpico, ficou constatado a sua compatibilidade em face das atividades sociais e
culturais, que outrora já desempenhava a entidade supracitada, conforme, ainda,
pode se depreender do processo: 220.001.004/2011, às fls. 206, onde trata do
número conquistado com ações, obtemos o quantitativo de 250 (duzentos e
cinquenta), pessoas na atividade de oficina de capoeira. Em 1972, a Capoeira é
declarada "esporte" pelo Conselho Nacional de Desportos, e sua prática, como tal,
é regulamentada oficialmente, através da Confederação brasileira de Pugilismo.
Para os documentos que comprovem experiência anterior, a própria lei editada, já
mencionada neste, Lei n° 13.138 de 16 de julho de 2008, provam a experiência da
entidade, e ainda, Declaração emitida pela Prefeitura de São Paulo, na qual afirma
que a entidade "cumpriu as exigências da Lei Municipal n° 12.520, de 25 de
novembro de 1997, devidamente analisada por meio do processo n° 2010-
0.177.384-1, mantendo o mérito social e, consequentemente, o Título de Utilidade
Pública Municipal, nos termos do Decreto n° 36.654, de 21 de dezembro de 1996.
(...)

13
Ofício nº 614/2014 – GAB/SESP (fls. 158/159) e anexos II , vol. I e II
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O ato constitutivo da entidade compatibiliza com o objeto do convênio no âmbito


beneficente, social, assistencial, recreativo, artístico, educacional, cultural, religioso,
cívico e afins, conforme se pode depreender do Estatuto Social Consolidado.
Os objetivos do convênio são a implantação, através de apoio financeiro, de projeto
pedagógico de fomento as práticas esportivas formais e não formais, focadas nos
segmentos: educação, participação e rendimento nos Centros Olímpicos do Distrito
Federal.
O Edital de Chamamento prevê nos programas integrados de esporte e lazer o
"fomento a práticas que subsidiem programas intersetoriais das áreas do esporte e
do lazer, desenvolvidos nas regiões administrativas sedes dos Centros Olímpicos,
integrados com outras áreas da política social do Distrito Federal, como educação,
segurança, saúde, trabalho, juventude, cultura, meio ambiente, desenvolvimento
social, dentre outras".
Compreendemos melhor os fatos, ao analisar a correlação entre a definição dos
objetivos da entidade no art. 3°, item "a" do seu estatuto, "criar, instalar, ampliar,
manter, e fomentar atividades beneficentes, sociais, assistenciais, recreativas,
artísticas, educacionais, culturais, religiosas, cívicas e afins" e o objeto do ajuste,
pois desta forma, visualiza-se que objetivamente não há previsão estatutária de
atividade desportiva, mas em aspecto geral, há sim correlação entre os objetivos
das duas partes.
(...)
Da análise quanto a observância dos itens do edital, mostrou-se manifesta por meio
dos documentos situados nos autos 220.001.004/2011, compreendendo assim
habilitação jurídica, fiscal, por meio dos documentos: Cópia do estatuto social da
entidade, comprovante de regularidade do mandato de sua diretoria, comprovante
de existência e regular funcionamento da entidade há pelo menos 3 (três) anos,
comprovante de inscrição no CNPJ da entidade, Certidão Negativa de Tributos e de
Contribuições Federais e de Dívida Ativa da União, emitidas em conjunto pela
Receita Federal do Brasil e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Certidão
Negativa de Débito junto ao Distrito Federal, emitida pela Secretaria de Estado de
Fazenda, Certidão Negativa de Débito de Contribuições Previdenciárias e de
Terceiros, Certificado de Regularidade de Situação perante o FGTS, Certidão
Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), emitida pelo Tribunal Superior do
Trabalho, Certidões negativas da Justiça Federal, Declaração expressa do
proponente, de que não se encontra em mora e nem em débito junto a qualquer
órgão ou entidade da Administração Pública, Declaração expressa de que não
emprega menor de 18 (dezoito) anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre,
nem menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 (quatorze)
anos.
A entidade em seu Plano de Trabalho propõe executar fielmente os itens do edital,
conforme pode se constatar nas peças n° 135 a 137 dos autos: 220.001.004/2011:
 Programas Integrados de esporte e lazer;
 Desenvolvimento de programas sociais de esporte e de lazer;
 Avaliação de políticas e programas de esporte e lazer.
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Não houve prejuízo ao desenvolvimento das atividades, bem como não obteve o
convênio interrupção, ou cessação na execução do objeto, o que ocorreu, conforme
relatório final da comissão de execução e avaliação (...)” (grifou-se)
Posicionamento da equipe de auditoria
133. Em que pese as considerações do auditado, o CTN não atendia as
exigências do próprio edital de chamamento, conforme segue:
“Convênio ou Cooperação Técnica com órgão da Administração Pública Federal,
Estadual, Distrital ou Municipal, com comprovação de aprovação da prestação de
contas, com objeto que guarde simetria ao do Projeto Centros Olímpicos (1 ponto a
cada contrato executado, até o limite de cinco contratos)(...)Números de pessoas
atendidas em Projetos análogos ao Centros Olímpicos (1 ponto a cada quinhentos
atendidos, até o limite de 5 pontos).” (Grifou-se) PT 12 pág. 16
134. A compatibilidade entre os objetivos estatutários do CTN e os critérios
indicados no edital de chamamento deveria ser observada por ocasião da avaliação da
qualificação técnica da entidade convenente. Os documentos acostados ao Processo
GDF nº 220.001.004/2011 não são capazes de comprovar objetivamente a experiência
prévia necessária na gestão de Projetos Centros Olímpicos ou atividade simétrica.
135. Apesar de a SESP informar que a execução do ajuste transcorreu
normalmente, este ajuste foi interrompido quatro meses antes do prazo previsto. A
Comissão de Avaliação sugeriu a devolução de aproximadamente R$ 4 milhões,
indicando que a entidade não estava capacitada para a execução do projeto. Em
consulta a SESP/DF acerca das providencias adotadas para restituição ao erário, esta
informou-nos o desaparecimento de documentos importantes dos autos e a solicitação,
junto à Secretaria de Transparência e Controle, para a instauração de Tomada de
Contas Especial.
136. Segundo a jurisdicionada, tal procedimento não teve início em razão da
necessidade de reconstituição do processo14. Assim, torna-se importante alertar a
SESP/DF a existência de imagens digitalizadas do processo GDF nº 220.001.004/2011
nesta Corte, utilizadas para a realização desta fiscalização. Estas devem ser
solicitadas, para reconstrução do processo e devido prosseguimento da Tomada de
Contas Especial.
137. Acerca do tema, destaca-se, mais uma vez, que a Lei nº 13.019/14,
recentemente promulgada, estabelece requisitos mais rigorosos na celebração de
ajustes dessa natureza:
“Art. 24. Para a celebração das parcerias previstas nesta Lei, a administração
pública deverá realizar chamamento público para selecionar organizações da
sociedade civil que torne mais eficaz a execução do objeto.
§ 1o O edital do chamamento público especificará, no mínimo:(...)
VII - a exigência de que a organização da sociedade civil possua:

14
Ofício nº 753/2014-GAB/SESP (fls. 258/375 do Anexo II, vol. II).
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a) no mínimo, 3 (três) anos de existência, com cadastro ativo, comprovados


por meio de documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil, com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
b) experiência prévia na realização, com efetividade, do objeto da parceria ou
de natureza semelhante;
c) capacidade técnica e operacional para o desenvolvimento das atividades
previstas e o cumprimento das metas estabelecidas.
(...)
Art. 35. A celebração e a formalização do termo de colaboração e do termo de
fomento dependerão da adoção das seguintes providências pela
administração pública: (...)
III - demonstração de que os objetivos e finalidades institucionais e a
capacidade técnica e operacional da organização da sociedade civil foram
avaliados e são compatíveis com o objeto;(...)” grifou-se
138. Assim, considera-se que a observância dos requisitos acima são suficientes
para resguardar o erário na celebração de futuras parcerias.
139. Ressalta-se, ainda, que o novo ambiente normativo promoveu, também,
alterações na Lei nº 8.429/92, ao incluir no rol dos atos de improbidade administrativa
diversas condutas consideradas ilícitas, dentre elas, “celebrar parcerias da
administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.”(art. 77).
Proposições

140. Sugere-se ao egrégio Plenário alertar à Secretaria de Estado de Esporte do


Distrito Federal para que:
a) observe as disposições na nova Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo
regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não
transferência de recursos financeiros, entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que
trouxe novos procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante
denominado “Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em
especial, no tocante à:
1. obrigatoriedade de demonstração de que os objetivos e finalidades
institucionais e a capacidade técnica e operacional da entidade
privada foram avaliados pela administração e são compatíveis
com o objeto do ajuste (arts. 35, III, e 24, VII) (Sugestão V.1.f);
2. inclusão no rol de atos de improbidade administrativa, dentre
outros, da conduta de “celebrar parcerias da administração pública
com entidades privadas sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.” (art. 77,
XVIII)(Sugestão V.2);
b) Informe à Secretaria de Estado do Esporte que esta Corte possui
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imagens de parte dos documentos faltantes do Processo GDF nº


220.001.004/2011, que poderá contribuir para a reconstituição do referido
processo e para a continuidade do processo de Tomada de Contas
Especial (Sugestão VII)
Benefícios Esperados

141. Seleção de entidades por meio de avaliação da qualificação técnica e


operacional para a realização do serviço; tratamento isonômico às entidades
interessadas em firmar convênio com o Poder Público Distrital.

2.1.5 Achado 05: Inobservância do critério previsto no Edital de Chamamento


para avaliação do corpo gerencial das entidades
Critério: Princípio da vinculação ao instrumento convocatório
Análise e Evidência
142. Os editais de chamamento para celebração de convênios com a Secretaria
do Esporte, para fins de avaliação das entidades, atribuem pontos em função da
qualificação do corpo gerencial do projeto, formado por até 3 profissionais, sendo: 1
ponto para pós-graduação; 2 pontos para mestrado; 3 pontos para doutorado. Esses
pontos são somados individualmente até o limite de 9 pontos por entidade (PT12, págs.
04, 16, 34, 92, 141, 160, 224).

143. Os pontos atribuídos ao corpo gerencial representaram 20,45% do total de


pontos possíveis (44 pontos), isto é, podem ser determinantes para a escolha do
vencedor do chamamento.
144. De acordo com os Editais, os pontos devem ser atribuídos em decorrência
da comprovação da qualificação do “Corpo Gerencial”. Entende-se que o Corpo
Gerencial deve ser representado por pessoas envolvidas com o planejamento e
implantação do projeto, exigindo participação efetiva por meio da aplicação de
conhecimentos especializados em função da elaboração do plano de trabalho. Nesse
sentido, a entidade vencedora do certame passa a ter natureza intuitu personae, ou
seja, o convênio é celebrado em função das características pessoais e relevantes do
Corpo Gerencial, que deve participar ativamente da execução do convênio.
145. Houve a apensação de currículos de professores doutores, na grande
maioria professores universitários de diversas regiões do país, alguns professores de
Universidades Públicas com regime de dedicação exclusiva, isto é, impossibilitados de
prestar serviços a qualquer empresa ou entidade, seja ela pública ou privada, em razão
de seu contrato firmado com a Universidade.
146. Durante a análise dos processos de seleção não foi localizado nenhum
documento que comprovasse o vínculo das pessoas cujos certificados foram
apresentados como pertencentes ao Corpo Gerencial das entidades. A título de
exemplo, não foram comprovados vínculos com o corpo gerencial no IAV, dos
senhores Roberto Nóbrega, Ulisses de Araújo e Ronaldo Rodrigues da Silva; e na
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LINS, dos Srs. Adriano de Sales Coelho e Aneridis Aparecida Monteiro. (PT18, Págs.
4/18; Processo Apenso n.º 8.296/2013, Anexo II, fls. 461 e 492)

147. Além disso, também as visitas efetuadas não permitiram constatar a


participação, na gestão dos Centros Olímpicos, das pessoas cujos diplomas foram
anexados aos autos para comprovar qualificação a título de corpo gerencial. Ou seja,
os diplomas somente foram utilizados para a percepção dos pontos previstos nos
respectivos editais, o que põem em dúvida a credibilidade da entidade convenente,
gestora de recursos públicos.
148. Assim, resta claro a inobservância dos critérios de avaliação das entidades,
mediante a ausência de exame dos currículos apresentados pelas entidades e a falta
de cautela ao não verificar a vinculação entre os projetos e o Corpo Gerencial,
permitindo, assim, a atribuição de pontuações indevidas às entidades.

Causa

149. Omissão dos gestores quanto à implementação de critérios rigorosos de


análise dos Planos de Trabalho. Ausência de análise rigorosa dos currículos enviados
para comprovar a qualificação do Corpo Diretivo.

Efeito

150. Atribuição de pontuação indevida no processo de seleção de entidades.


Comprometimento do processo de seleção da entidade que melhor atenda ao interesse
público, repercutindo na qualidade dos serviços prestados pelos Centros Olímpicos.
Considerações do Auditado

151. A Secretaria de Esporte se manifestou (fl. 34, Anexo II, vol. I) afirmando que
realiza a apreciação dos currículos e títulos enviados para comprovar qualificação do
corpo diretivo, verificar o vínculo destes com a entidade, garantindo sua participação no
planejamento e implantação do projeto, por meio da aplicação de seus conhecimentos
especializados.
152. Salienta a redistribuição da pontuação entre os critérios definidos em Edital,
anteriormente tratada no Achado 2, e anexa aos autos cópia do Chamamento Público
nº 34/14, realizado recentemente pela pasta, com as modificações introduzidas (fls.
148/168, Anexo II, vol. I).

153. Neste, o quarto critério estabelecido (fl. 153, Anexo II, vol. I), dá a SESP/DF a
possibilidade de atribuir até 6 (seis) pontos em razão da qualificação dos dirigentes da
entidade:
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Qualificação dos dirigentes Pontuação


Será pontuada a entidade que, dentre os seus integrantes,
possuir profissionais com os seguintes títulos:
- Graduação: 1 ponto
- Pós-graduação: 2 pontos
- Mestrado e/ou Doutorado: 3 pontos
Nesse critério a pontuação será limitada pelos seguintes fatos:
a) a análise da qualificação dos dirigentes se limitará a três
membros/profissionais;
0a6
b) serão somados os pontos atribuídos individualmente a cada
profissional até o limite de seis pontos;
c) os títulos deverão ser na área de educação, esporte, serviço
social ou administração;
d) Os profissionais deverão fazer parte da atual diretoria da
entidade proponente, cuja vinculação deverá se comprovada
por meio de ata de eleição da diretoria registrada em
cartório.
Fonte: fl. 153, Anexo II vol. I

Posicionamento da equipe de auditoria


154. As medidas implantadas pela SESP/DF, apesar de corrigirem a falha, não
tem o condão de alterar as evidências constatadas durante a fiscalização.
155. A vinculação da pontuação referente à qualificação do corpo gerencial à
exigência de que os profissionais façam parte da diretoria da entidade evitará a
utilização indevida de diplomas, além de permitir a redução da influência do corpo
técnico no resultado final do processo seletivo.
156. Assim, ainda que a SESP/DF tenha realizado modificações a fim de sanar as
irregularidades apontadas, torna-se necessária a expedição de determinação ao órgão,
a fim de garantir a continuidade desses procedimentos.
Proposições
157. Sugere-se ao egrégio Plenário determinar à Secretaria de Estado do Esporte
que, caso promova a avaliação do corpo gerencial do projeto para fins de seleção de
entidades parceiras, exija que os profissionais façam parte da diretoria da entidade e
que participem efetivamente da execução do projeto, face à natureza intuitu personae
do ajuste. (Sugestão II.c)
Benefícios Esperados
158. Seleção de entidades por meio de avaliação da qualificação técnica,
realização de processos seletivos mais transparentes e obtenção de vencedores
realmente mais qualificados.

2.1.6 Achado 06: Gastos desarrazoados com publicidade


Critério:(i) Desproporcionalidade dos gastos com publicidade entre as entidades
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convenentes; (ii) Princípios da Isonomia e da Razoabilidade.


Análise e Evidência
159. A Secretaria de Esporte informou os gastos efetuados mensalmente com
publicidade e propaganda, inclusive relacionados à Contrapartida, pelas entidades
gestoras dos Centros Olímpicos, a partir de 2011, conforme consolidado no Quadro
abaixo:

Quadro 20: Gastos com Publicidade


Exercício FAC IAV LINS CTN (*)
2011 381.475,22 - - -
2012 1.390.723,03 4.000,00 - 947.135,85
2013 (**) 284.913,06 2.000,00 - -
Total (R$) 2.057.111,31 6.000,00 - 947.135,85
(*) Sugerida a devolução, devido à ausência de comprovação.
(**) Gastos até abril de 2013

Fonte: Resposta à Nota de Auditoria n.º 03 (Ofício nº 473/2013-SESP, fls. 43/44)

A Fundação Assis Chateaubriand repassou, através de dispensa de


licitação, a empresas do Grupo Diários Associados, da qual faz parte,
valor superior a R$2 milhões a título de Publicidade no período de
2011 a 2013.

160. A SESP não apresentou restrição a esse tipo de gasto quando da análise
dos Planos de Trabalho.

161. A ausência de restrição e de limitação de gastos dessa natureza permite, por


exemplo, inflar o volume de recursos destinados à contrapartida. Tal procedimento
prejudica a aplicação do princípio da isonomia e da razoabilidade entre os participantes
do processo seletivo, pois, nos Editais de Chamamento, há critérios de pontuação e de
desempate vinculados ao montante ofertado como contrapartida. O valor de
contrapartida ainda consta como critério de pontuação(PT12, págs. 04, 17, 36, 94, 143, 162 e
225).

162. A grande maioria dos anúncios tem por objetivo dar publicidade aos eventos
que ocorrem nos Centros Olímpicos, como palestras, datas comemorativas, festival
esportivo ou a experimentação de novas atividades, como os exemplos a seguir:
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Figura 01: Publicação das atividades dos Centros Olímpicos (FAC)

Fonte: PT19, págs.166 e 167


163. Em que pese se tratar de divulgação de um serviço à população, analisando
o Quadro 20, pode-se perceber a desproporção destes valores entre as entidades
convenentes.
164. Muitos desses gastos ocorrem por falha no acompanhamento do convênio.
Verificou-se, por exemplo, que, enquanto a entidade LINS publicou apenas um aviso
para contratação e formação de banco reserva de profissionais, a FAC faz publicar
diversos anúncios seguidos, e para vagas específicas como “professor de dança”, ou
“professor de capoeira”, o que se mostra desarrazoado e configuraria desperdício. Em
homenagem ao princípio da economicidade, deveria a FAC ter publicado um único
aviso, indicando os diversos cargos disponíveis e, ainda, os destinados à formação de
cadastro reserva de profissionais para atender as novas demandas. Seguem
demonstrativos dos anúncios publicados pela FAC:
Figura 02: Publicação para contratação de profissionais (FAC)

Fonte:PT19, págs. 169/171


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165. Além dos gastos desproporcionais, os recursos destinados à FAC para


cobertura de gastos com publicidade (fls. 44), tanto oriundos da SESP quanto referentes
à contrapartida, foram integralmente repassados às empresas do Grupo Diários
Associados, do qual faz parte a Convenente, conforme será tratado em ponto
específico.
166. No mesmo sentido, ressalta-se o caso dos recursos alocados pelo CTN a
título de publicidade, os quais sequer foram comprovados (PT17, pág. 109/110).
167. Ademais, examinando-se as prestações de contas e as informações
encaminhadas pela SESP, verifica-se que os gastos significativos com publicidade por
algumas entidades, principalmente a FAC, não proporcionou qualquer incremento em
metas ou melhoria nos resultados, quantitativo ou qualitativo, do objeto conveniado.
Pelo contrário, há entidades, por meio de outros convênios, que prestam atendimento
similar, em que pese a desproporcionalidade dos gastos com a rubrica em comento (fls.
44).

Causas
168. Ausência de critério nos gastos com publicidade. Deficiência na fiscalização
da execução do convênio.
Efeitos
169. Desperdício de recursos públicos.
Considerações do Auditado
170. A Secretaria informou que para firmar o convênio nº 02/2011 a Fundação
Assis Chateaubriand – FAC foi a única participante do processo seletivo, tendo em sua
proposta uma ampla ação de mídia, aprovada pela pasta em virtude do início de um
novo modelo de gestão dos Centros Esportivos (fls. 33/34, anexo II, vol. I).
171. Afirma que em razão do sucesso alcançado nesta primeira parceria, no
estabelecimento da segunda, convênio nº 01/2012, permaneceram as ações
publicitárias. Em virtude da ausência de outros proponentes no processo seletivo
acredita não haver infringido o princípio da isonomia.
172. Discursa acerca do alcance e liderança no mercado de comunicação
exercido pela FAC e os resultados positivos alcançados por suas ações publicitárias se
estenderam a todos os Centros Olímpicos, não só aos que estavam sob gerência da
FAC. Discursa acerca do cumprimento das metas pactuadas e o impacto positivo
destas ações para a população.
173. Em relação aos avisos referentes à contratação de pessoal, informa que
estes foram decorrentes da necessidade, conforme segue:
“ No que se refere às publicações para contratação de pessoal, estas
seguiram a necessidade do Convênio. A necessidade de busca de bons
profissionais e a volatilidade destes no mercado impediram a formação de um
banco de currículos, o que acabou por demandar reiterados processos de
contratação, conforme relatórios de movimentação de pessoal (Videanexo).
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Por outro lado, houve necessidade de preenchimento de diversos cargos com


diversos perfis. Para gerar mais eficiência ao processo de recrutamento,
foram incluídas informações específicas sobre o cargo, e colocar muitos
cargos em um mesmo anúncio poderia gerar a necessidade de aumentar seu
tamanho. Por isso, a Fundação optou por anúncios sucessivos e
individualizados para preenchimento de cargos determinados.
Ao contatar um professor de educação física para conduzir atividades
especificas é preciso contratar pessoas com experiência nestas áreas. Para
isso, um anúncio genérico de contratação de "professor de educação física"
se mostraria contraproducente. O profissional de educação física, apesar de
ter conhecimentos e habilidades para desenvolver atividades relativas a
qualquer modalidade esportiva, tende a ter um melhor desempenho e
motivação quando envolvido em uma atividade de sua especialização ou que
tenha tido maior experiência no passado. Esta informação passa a ser
portanto fundamental para um processo eficiente de recrutamento de
profissionais.
Como já explicitado, a rotatividade dos funcionários ocasionada pela falta de
profissionais qualificados dificultaram a formação de cadastro reserva. A
remuneração dos profissionais não é alta e o desafio de buscar profissionais
qualificados é grande.
Foram publicados anúncios juntos e anúncios separados. O anúncio estava
diretamente ligado à vaga disponível. Ainda assim não foi possível ter 100%
das vagas preenchidas em 100% do tempo.”

Posicionamento da equipe de auditoria


174. As informações encaminhadas não são suficientes para afastar o Achado
em comento.
175. A desproporção de gastos publicitários entre entidades encontra-se
evidenciada, conforme demonstrado no Quadro 20. Os gastos com publicidade, não
podem ser justificados pelo alcance de melhores resultados para todos os Centros
Olímpicos. A uma, porque se o incremento de campanhas publicitárias fosse condição
essencial para o sucesso do projeto, deveria a própria SESP exigir tal procedimento de
todas as entidades parceiras. A duas, porque as campanhas publicitárias consistiram
de ações pontuais focadas em projetos realizados nos Centros Olímpicos
administrados pela FAC, como é possível verificar na Figura 1: Publicação das
Atividades dos Centros Olímpicos.
176. Quanto à ausência de restrição ou limitação com gastos publicitários, não
houve posicionamento da Secretaria. Esta falta de limites pode comprometer a
isonomia do processo seletivo em virtude de o valor da contrapartida repercutir na
pontuação para a seleção de entidade, independente da quantidade de propostas
recebidas. Quanto à justificativa de que apenas a FAC participou do chamamento
público, diversas causas podem ter limitado a concorrência, como, por exemplo, o
prazo de 1 (um) dia útil entre a data de publicação do edital e o prazo para entrega das
propostas, assunto já abordado no Achado 1.
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177. No que tange ao excesso de anúncios destinados à contratação de


professores, embora a SESP/DF alegue a necessidade de publicação de vagas
pontuais, sem a criação de um cadastro reserva ou “banco de talentos”, esta estratégia
foi utilizada pela LINS e atendeu as demandas de profissionais de Educação Física da
entidade, garantindo maior eficiência na aplicação do recurso público.
178. Em que pese reconhecer que as entidades possuem autonomia na
elaboração de um plano de trabalho para gestão dos centros olímpicos, é forçoso
reconhecer que cabe ao gestor público, no caso a SESP, adotar medidas para garantir
a eficiência na aplicação dos recursos, avaliando de forma pormenorizada as ações
contempladas no plano de trabalho de modo a otimizar os gastos com publicidade, em
especial, no tocante aos anúncios para contratação de pessoal.
179. Nesse sentido, mais uma vez se socorre a Lei nº 13.019/14, que busca
aperfeiçoar o ambiente jurídico e institucional das relações de parcerias entre o Poder
Público e as organizações da sociedade civil, trazendo maior transparência e controle
na aplicação desses recursos. A nova legislação prevê a necessidade de que o plano
de trabalho contenha diagnóstico da realidade que será objeto das atividades da
parceria, devendo ser demonstrado o nexo entre essa realidade e as atividades ou
metas a serem atingidas.
Proposições
180. Sugere-se ao egrégio Plenário determinar à Secretaria de Estado do Esporte
do Distrito Federal que, ao avaliar as ações contempladas nos planos de trabalho
propostos pelas entidades parceiras, adote medidas para garantir a eficiência na
aplicação dos recursos, em especial, no tocante aos gastos com anúncios para
contratação de pessoal. (Sugestão II.d)
181. Propõe-se, ainda, alertar à SESP para que:
a) observe as disposições na nova Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo
regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferência
de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da
sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que trouxe novos
procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante denominado
“Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em especial, no tocante à
1. obrigatoriedade de que o plano de trabalho contenha
diagnóstico da realidade que será objeto das atividades da
parceria, devendo ser demonstrado o nexo entre essa
realidade e as atividades ou metas a serem atingidas (art.
22, I); (Sugestão V.1.g)
Benefícios Esperados
182. Implementação de medidas de controle dos gastos públicos.
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2.1.7 Achado 07: Controle inadequado de uniformes e de materiais esportivos


Critério: Comprovação da regular aplicação dos recursos públicos (art. 29 da IN
01/2005 - CGDF)
Análise e Evidência
183. Nas visitas efetuadas solicitou-se a comprovação por meio de documentos
que atestassem o recebimento e a conferência dos uniformes, a apresentação do local
próprio de guarda e os comprovantes de retirada, devidamente assinados pelos
responsáveis. Nenhum dos Centros apresentou os controles de recebimento e entrega.
184. Foram encontrados uniformes acondicionados em sacos plásticos nos mais
diversos lugares (sala do Diretor do Centro, banheiro para pessoas com deficiência,
chão da sala de materiais). A distribuição ocorre conforme a discricionariedade do
professor, onde este assina a retirada, sem a anuência do responsável pelo aluno,
permitindo-se concluir que não há controle sobre os materiais e uniformes adquiridos
com recursos públicos. Esse procedimento inviabiliza a verificação da efetividade da
entrega do quantitativo adquirido, mesmo por amostragem (PT19, págs. 39/42, 129/131,
149/151).
Figura 03: Estoque inadequado de uniformes- Ceilândia e Riacho Fundo I(02/07/2013)

Fonte: PT19

185. Em relação ao material esportivo, houve grande dificuldade dos


responsáveis em diagnosticar a origem dos mesmos. Não souberam informar se foram
adquiridos pela entidade convenente ou pela Secretaria do Esporte, assim como não
sabiam a localização exata de alguns itens solicitados. Demonstrou-se falta de controle
no recebimento e na distribuição do material. Em alguns centros, materiais similares
eram estocados em locais diversos, alguns de difícil acesso e outros, desorganizados.
Portanto, houve comprometimento na aplicação dos itens de verificação referentes ao
controle de materiais, pois não há controle de entrada e saída dos mesmos.(PT19, págs.
54/57).
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Figura 04 : Estoque inadequado de material esportivo – Estrutural (03/07/2013)

Fonte:PT19, págs. 54/57

Causas
186. Omissão dos gestores da SESP quanto à implementação de critérios
rigorosos para o acompanhamento e fiscalização do convênio. Deficiência nos
procedimentos de controles internos.
Efeitos
187. Impossibilidade de comprovação da regular aplicação do recurso público.
Possibilidade de desperdício e de extravio de materiais e de uniformes.
Subaproveitamento do material existente em função da dificuldade de localização.
Considerações do Auditado

188. Em relação aos materiais e uniformes dos Centros Olímpicos, a Secretaria


de Esporte do Distrito Federal afirmou (fls. 35/58, anexo II, vol. I) que o controle é realizado
em cada unidade pelos setores de almoxarifado e posteriormente enviado ao Núcleo
de Monitoramento dos Centros Olímpicos através do relatório mensal do Diretor. O
controle é feito através de planilhas, que compõem o relatório mensal.

189. A entrega do uniforme ao aluno é feita após a sexta aula, com o intuito de
verificar sua assiduidade às aulas. O aluno com idade igual ou superior a 16 anos retira
o uniforme e assina o termo de recebimento. Nos casos em que o aluno é menor de 16
anos, a retirada do uniforme só pode acontecer na presença de um responsável, que
assinará o termo de recebimento.
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190. O controle geral da quantidade de uniformes entregues e em estoque é


enviado pelo setor de almoxarifado à Direção do Centro Olímpico e incluso no Relatório
Mensal que é encaminhado ao Núcleo de Monitoramento.

191. O material esportivo, segundo a Secretaria, é organizado em local próprio e


controlado pelo setor de almoxarifado diariamente. Quando há necessidade de
empréstimos entre as unidades, a solicitação é feita ao Núcleo de Monitoramento onde
é feito o controle do empréstimo.

192. Assim, a Secretaria de Estado de Esporte alega zelo com os recursos


materiais, e que, a partir dos apontamentos tecidos por este Órgão de Controle,
passaram a dispender maior cuidado e esforço para com a questão, o que acreditam,
refletirá no fortalecimento do sistema.

193. A Secretaria anexou imagens e cópias dos formulários de controle citados


na resposta, assim como fotos demonstrando a organização dos mesmos. (fls. 36/58,
Anexo II).

Posicionamento da equipe de auditoria


194. A existência de fluxos de controle, termos de responsabilidade, guarda e
organização demonstrada pela Secretaria em muito difere da situação encontrada por
ocasião das visitas para execução desta auditoria (Figuras 03 e 04).
195. Não obstante, as medidas adotadas pela SESP não são suficientes para
afastar as evidências encontradas à época da fiscalização.
196. Em que pese a SESP/DF alegue ter tomado providências acerca do
recebimento, guarda e retirada de uniformes, e ainda adequação dos controles e
guarda do material esportivo, é importante destacar a necessidade que estes
procedimentos ocorram de forma contínua e padronizada em todos os centros
olímpicos.
Proposições
197. Sugere-se ao egrégio Plenário determinar à Secretaria de Estado de Esporte
do Distrito Federal que, doravante, nas parcerias voluntárias entre a administração
pública e entidades da sociedade civil, estabeleça formas de controle para o
recebimento, guarda e distribuição de uniformes e materiais esportivos, adquiridos ou
não por intermédio da referida parceria. (Sugestão III.b)
Benefícios Esperados
198. Implementação de medidas de controle dos gastos públicos.
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2.1.8 Achado 08: Irregularidades nas prestações de contas dos convênios

Critério: Observância dos dispositivos legais que tratam de prestação de contas de


convênios. Obrigações dos convenentes.

Análise e Evidência

Direcionamento na escolha de fornecedores

199. O art. 25, parágrafo único, da IN nº 01/2005 estabelece que as aquisições de


bens e serviços pelas entidades conveniadas sem fins lucrativos, e que não estão
sujeitas à Lei de Licitações, deverão observar procedimentos análogos aos prescritos
pela referida lei e os princípios da impessoalidade e economicidade:

“Art. 25. Quando o convenente integrar a administração pública, de qualquer esfera


do governo, deverá, obrigatoriamente, sujeitar-se às disposições da Lei nº 8.666, de
1993, especialmente naquilo que se refira à licitação e contrato.

Parágrafo único. O convenente que constituir entidade privada não sujeita à Lei nº
8.666, de 1993, deverá adotar, na execução das despesas com recursos recebidos
em transferências, procedimentos análogos aos estabelecidos pela referida Lei, os
quais deverão observar os princípios enunciados no art. 37 da Constituição
Federal.”

200. No âmbito federal, a Portaria Interministerial nº 507/2011, art. 57, estabelece


que “para a aquisição de bens e contratação de serviços, as entidades privadas sem fins
lucrativos deverão realizar, no mínimo, cotação prévia de preços no mercado, observados os
princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade.”

201. Não obstante o regramento acima, com os quais os convenentes estão


vinculados, a Fundação Assis Chateaubriand (FAC), por ocasião do Convênio nº
02/2011, contratou diretamente, sem procedimento de seleção ou de pesquisa de
preços, diversas empresas do Grupo Diários Associados15, com o qual está vinculada,
conforme demonstrado nos Quadros a seguir:

15
Este grupo é constituído pelas empresas Correio Braziliense; Jornal Aqui DF, Rádio Clube FM, TV
Brasília, D.A Logística S/A, D.A Press S/A, dentre outras (fonte: www.correiobraziliense.com.br).
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Quadro 22: Gastos com Dispensa de Licitação - Convênio n.º 02/2011 – FAC (Proc. 220.000.426/2011)
NF Emissão Credor Descrição da Despesa Valor (R$)
Meta 4: etapa 4.1 - Vila Digital. Produto 1: Projeto detalhado e hotsite DPFC desenvolvido com
1156 31/10/2011 Diários Associados Press S/A conteúdo inicial e hospedagem 81.725,00
Meta 1: etapa 1.1 Aulas e atividades nos Centros Esportivos. Produto 1: Criação da logomarca e
425450 11/11/2011 Diários Associados Press S/A identidade visual do projeto. 7.744,80
Meta 4: etapa 4.1 - Vila Digital. Produto 2: Hotsite desenvolvido com toda a estrutura prevista
1196 30/11/2011 Diários Associados Press S/A e hospedagem. 16.345,00
Meta 2, etapa 2.1 Produto 1: Planejamento e realização de seis (6) palestras de 2 horas cada
sobre assuntos pertinentes às comunidades, sendo duas (2) no Centro Olímpico de
Samambaia, duas (2) no Centro Olímpico de São Sebastião e duas (2) no Centro Olímpico da
562 15/12/2011 D.A. Logística S/A Ceilândia. 96.468,18
Meta 3, etapa 3.1 Produto 4: Planejamento e realização das etapas eliminatórias dos Jogos
563 15/12/2011 D.A. Logística S/A Esportivos Intercentros nos três (3) Centros Olímpicos. 422.857,92
Meta 3, etapa 3.1 Produto 5: Planejamento e realização dos Jogos Esportivos Intercentros nos
564 15/12/2011 D.A. Logística S/A três (3) Centros Olímpicos. 211.428,96
Meta 3, etapa 3.1 Produto 6: Criação, produção e veiculação (1 inserção de cada) de três (3)
anúncios de 1 página (5 col x 35 cm = 175 cm/col), cor, para incentivar a comunidade a
427720 15/12/2011 S/A Correio Braziliense participar dos jogos esportivos InterCentros, como atleta e como torcedor. 89.549,04
Meta1, etapa 1.1 Produto 3: Adaptação de anúncio 1 página (5 col x 35 cm = 175 cm/col, para
427719 15/12/2011 S/A Correio Braziliense formato de 1/2 página (5 col x 18 cm = 90 cm/col), cor. 2.812,34
Meta 3, etapa 3.1 Produto 7: Adaptação dos três anúncios de 1 página (5 col x 35 cm = 175
cm/col), para três anúncios de 1/2 página (5 col x 18 cm = 90 cm /col, cor, e veiculação dos
427721 15/12/2011 S/A Correio Braziliense mesmos ( 4 inserções de cada). 8.437,02
Meta 1: etapa 1.1 Produto 2: Criação e produção de um (1) anúncio de 1 página (5col x 35 cm =
175 cm/col), cor, para comunicar as atividades dos Centros e promover a inscrição da
427718 15/12/2011 S/A Correio Braziliense comunidade nas atividades esportivas oferecidas. 5.624,68
428309 21/12/2011 S/A Correio Braziliense Meta 3 etapa 3.1, produto 7: Veiculação dos três anúncios com 4 inserções de cada. 137.160,00
Meta 2, etapa 2.1 Produto 4: Criação, produção e veiculação de três (3) anúncios de uma (1)
página (5 col x 35 cm = 175 cm/col), cor, para mobilização da comunidade para inscrição e
428509 27/12/2011 S/A Correio Braziliense participação nas palestras. 89.549,04
Meta 2, etapa 2.1 Produto 5: Adaptação dos três anúncios de uma (1) página para três (3)
428510 27/12/2011 S/A Correio Braziliense anúncios de 1/2 página (5col x 18 cm = 90 cm/col), cor. 8.437,02
Meta 4, etapa 4.1 Produto 8: Criação, produção e veiculação com três (3) inserções, de um (1)
um anúncio de 1/2 página (5 col x 18 cm = 90 cm/col, cor, para estimular o acesso ao site do
428511 27/12/2011 S/A Correio Braziliense projeto. 40.598,30
Meta 2, etapa 2.1 Produto 3: Planejamento e realização de três (3) palestras de 2 horas cada
sobre assunto pertinente às comunidades, sendo uma (1) no Centro Olímpico de Samambaia,
569 27/12/2011 D.A. Logística S/A uma (1) no Centro Olímpico de São Sebastião e uma (1) no Centro Olímpico da Ceilândia. 218.286,97
570 27/12/2011 D.A. Logística S/A Meta 2, etapa 2.1 Produto 2: Criação, produção e distribuição de 9 mil Gibis. 260.293,70
Meta 3, etapa 3.1 Produto 5: Relatório Final para comprovação com todos os materiais
571 27/12/2011 D.A. Logística S/A produzidos e utilizados nos Jogos Esportivos InterCentros nos três (3) Centros Olímpicos. 211.428,97
Meta 4. Etapa 4.1. Vila Digital - Produto 3: Atualização de conteúdo DPFC dos três centros no
1253 11/01/2012 Diários Associados Press S/A mês de dezembro, e manutenção do produto digital. 16.345,00
Meta 4. Etapa 4.1. Vila Digital - Produto 3: Atualização de conteúdo DPFC dos três centros no
1280 31/01/2012 Diários Associados Press S/A mês de janeiro, e manutenção do produto digital. 16.345,00
Instrumento de 10/10/2011 S/A Correio Braziliense
Doação Meta 4. Etapa 4.1. Vila Digital - Produto 3: Atualização de conteúdo DPFC dos três centros no
(Contrapartida) mês de janeiro, e manutenção do produto digital. 393.700,00
Total (R$) 2.335.136,94
Fonte: PT16, págs. 27/180

202. A Secretaria de Esporte não apresentou restrições às contratações e as


mesmas irregularidades se repetiram no Convênio n° 01/2012, também com a
Fundação Assis Chateaubriand, conforme consta do Quadro a seguir:

Quadro 23: Gastos com Dispensa de Licitação - Convênio n.º 01/2012 – FAC (Proc. 220.001.304/2011)
NF Emissão Credor Descrição da Despesa Valor (R$)
Meta 2, etapa 3, produto 3: Adaptação, finalização de um (1) anúncio de 1 página (5 col x
436394 30/04/2012 S/A Correio Braziliense 35cm), cor, para o formato de 1/2 página (5 col x 18 cm), cor. 1.269,64
Produto 01, Meta 3 - etapa 1: Implementação de projeto pedagógico e socioeducativo nos
Centros Esportivos de Samambaia, São Sebastião, Ceilândia - Parque da Vaquejada e Riacho
Fundo I. Diagnóstico do produto digital ( estrutura, funconalidades e produtos/mapa para site
1400 30/04/2012 Diários Associados Press S.A de recomendações para estruturas de páginas e sessões internas e principal/capa do site) 57.481,70
Meta 2, etapa 3, produto 4: Criação, produção e finalização de um (1) anúncio no formato 5 col
436395 30/04/2012 S/A Correio Braziliense X 13 cm, para a contratação de pessoal. 1.650,29
Meta 2, etapa 3, produto 1: veiculação (2 inserções) de um (1) anúncio de 1 página (5 col x 35
cm), cor, para comunicar as atividades dos Centros e promover a inscrição da comunidade nas
436393 30/04/2012 S/A Correio Braziliense atividades esportivas oferecidas. No jornal AQUI-DF. 47.950,00
Produto 13. Meta 3 - etapa 1 - implantação de projeto pedagógico e socioeducativo nos
Centros Esportivos de Samambaia, São Sebastião, Ceilândia - Parque Vaquejada e Riacho
Fundo I. Proposta de trabalho - Levantamento, organização e atualização dos dados cadastrais
1401 30/04/2012 Diários Associados Press S.A dos quatro Centros Olímpicos. 143.000,00
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Quadro 23: Gastos com Dispensa de Licitação - Convênio n.º 01/2012 – FAC(Continuação)
NF Emissão Credor Descrição da Despesa Valor (R$)

Produto 10, Meta 5. Etapa 1: Implantação de projeto pedagógico e socioeducativo nos Centros
767 30/04/2012 D.A. Logística S/A Esportivos de Samambaia, São Sebastião, Ceilândia - Parque Vaquejada e Riacho Fundo I. 135.056,12
Meta 2, etapa 3, produto 5. Adaptação (texto) e finalização de um (1) anúncio no formato 5 col
437563 15/15/12 S/A Correio Braziliense x 13 cm, para a contratação de pessoal. 825,00
Meta 2, etapa 3, produto 2. Entrega do spot aprovado e finalizado para veiculação, para
comunicar as atividades dos Centros e promover a inscrição da comunidade nas atividades
437573 15/15/12 S/A Correio Braziliense esportivas oferecidas. 4.500,00
Meta 3, etapa 2, produto 6: Criação, produção e finalização de um (1) anúncio de 1/2 página (5
438052 24/05/2012 S/A Correio Braziliense col x 18 cm), cor, para estimular o acesso ao site do projeto. 2.539,27
Meta 3, etapa 3, produto 15: Criação, produção e finalização de um (1) anúncio de 1 página (5
438050 24/05/2012 S/A Correio Braziliense col x 35 cm), cor, para incentivar a participação nos jogos como atleta e torcedor. 3.987,15
Meta 5, etapa 3, produto 14: Criação, produção e finalização de um (1) spot de 30s, para
438051 24/05/2012 S/A Correio Braziliense incentivar a participação nos jogos como atleta e torcedor. 4.500,00
Meta 5, etapa 3, produto 16: Adaptação de um (1) anúncio de 1 página ( 5 col x 35 cm), cor,
para o formato de 1/2 página (5 col x 18 cm), cor. Para incentivar a participação nos jogos como
438052 24/05/2012 S/A Correio Braziliense atleta e torcedor. 1.269,64
Meta 2, etapa 3, produto 3: Veiculação de anúncio (4 inserções) no jornal AQUI DF, para
comunicar as atividades dos Centros e promover a inscrição da comunidade nas atividades
438053 24/05/2012 S/A Correio Braziliense esportivas oferecidas. 49.320,00
Proj Esporte e Cidadania Prod 02, Mt 3 Et 1. Entrega do site desenvolvido com toda a estrutura
1448 31/05/2012 Diários Associados Press S.A prevista e hospedagem. 28.740,83
Proj Esporte e Cidadania Prod 11, Mt 5 Et 1. Planejamento do Festival Esportivo, fase final com
816 31/05/2012 D.A. Logística S/A toda estrutura do evento nos quatro Centros Esportivos. 80.796,72
815 31/05/2012 D.A. Logística S/A Proj Esporte e Cidadania Prod 13, Mt 5 Et 3 Criação e impressão de 400 cartazes. 1.300,00
Meta 2, etapa 3, produto 3: Veiculação (03 inserções) de um (1) anúncio de 1/2 página (5 col x
18 cm), cor, para comunicar as atividades dos Centros e promover a inscrição nas atividades
439892 21/06/2012 S/A Correio Braziliense esportivas oferecidas. No jornal AQUI-DF 36.990,00
Proj Esporte e Cidadania Prod 19, Mt 9 - Et 1 Planejamento e realização do Circuito de
849 26/06/2012 D.A. Logística S/A experimentação esportiva nos quatro (4) Centros Olímpicos. 23.432,06
Meta 9, etapa 2, produto 24: Criação, produção e finalização de um (1) spot de 30??, para
440045 26/06/2012 S/A Correio Braziliense convidar os jovens a experimentarem as modalidades esportivas disponíveis. 4.500,00
Meta 9, etapa 2, produto 23: Criação, produção e finalização de um (1) anúncio de 1/2 página
(5 col x 18 cm), cor, para convidar os jovens a experimentarem as modalidades esportivas
440044 26/06/2012 S/A Correio Braziliense disponíveis. 6.939,27

848 26/06/2012 D.A. Logística S/A Proj Esporte e Cidadania Prod 12, Mt 5 Et 2: Planejamento e realização de cerimônia. 91.096,06
Proj Esporte e Cidadania 2012. Prod 03, Mt 3 Et 1. Atualização do site no mês de junho e
1490 27/06/2012 Diários Associados Press S.A manutenção do produto digital. 57.481,66
Proj Esporte e Cidadania Prod 10, Mt 5 - Et 1: Realização do Festival Esportivo fase local de
851 28/06/2012 D.A. Logística S/A acordo com o planejamento aprovado nos 4 Centros Olímpicos. 135.056,12
Meta 2, etapa 3, produto 01: Veiculação de anúncio ( 2 inserções) de 1 pág. (5col X 35cm), cor,
para comunicar as atividades dos Centros e promover a inscrição da comunidade nas
440195 29/06/2012 S/A Correio Braziliense atividades esportivas oferecidas. No jornal AQUI-DF. 47.950,00
860 12/07/2012 D.A. Logística S/A Proj Esporte e Cidadania. Prod 13. Met 5 Et 3. Impressão de panfletos 1.000,10
Meta 9, etapa 2, produto 24: Veiculação de spot (60 inserções) 30s, para convidar a
comunidade a conhecer as atividades do centro e os jovens a experimentarem algumas das
441772 23/07/2012 S/A Correio Braziliense modalidades esportivas disponíveis. Na CLUBE FM (segunda a sexta) 21.360,00
Meta 9, etapa 2, produto 23: Veiculação de anúncio (10 inserções) de 1/2 página ( 5col x 18
cm), cor, para convidar a comunidade a conhecer as atividades do centro e os jovens a
441773 23/07/2012 S/A Correio Braziliense experimentarem algumas das modalidades esportivas disponíveis. No jornal AQUI-DF. 123.300,00
Meta 3, etapa 2, produto 8: Veiculação (1 inserção) de anúncio de 1/2 página, cor, para
441896 25/07/2012 S/A Correio Braziliense estimular o acesso ao site do projeto no jornal AQUI-DF 12.330,00
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 12 Mt 5 Et 2 Realização da cerimônia de encerramento do
863 25/07/2012 D.A. Logística S/A Festival Esportivo. 60.922,11
Proj Esporte e Cidadania Prod 04 Mt 3 Et 1: Relatório descritivo DPFC com atualizações feitas
1517 25/07/2012 Diários Associados Press S.A no mês e n/gráficos de acessos ao site. 28.740,83
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 21 Mt 9 Et 3 Criação e impressão de 400 cartazes e quatro (4)
890 27/07/2012 D.A. Logística S/A faixas. 4.279,29
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 11 Mt 5 Et 1 Realização do Festival Esportivo fase final nos
892 30/07/2012 D.A. Logística S/A quatro (4) Centros Olímpicos. 182.783,52
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 20 Mt 9 Et 2 Criação, impressão e distribuição de cartazes e
893 31/07/2012 D.A. Logística S/A panfletos. 17.675,30
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 5 Mt 3 Et 1 Atualização do site com conteúdo sobre os quatro
1543 21/08/2012 Diários Associados Press S.A centros no mês de agosto. 28.740,83
Meta 3, etapa 2, produto 8: Veiculação (1 inserção) de anúncio de 1/2 página, cor, para
443971 28/08/2012 S/A Correio Braziliense estimular o acesso ao site do projeto no jornal AQUI-DF 12.330,00
Meta 6, etapa 2, produto 17: Criação de 16 mil gibis sobre os benefícios da prática de
443970 28/08/2012 S/A Correio Braziliense exercícios físicos e esporte para a melhoria da qualidade de vida e sobre as diferenças. 49.000,00
Total (R$) 1.510.093,51
Fonte: PT16, págs. 180/229

203. Esse procedimento demonstra favorecimento direto às empresas do Grupo


do qual faz parte a Fundação Assis Chateaubriand. Portanto, recursos foram
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transferidos diretamente a empresas, organizações com finalidades lucrativas, fato que


se afasta da essência dos convênios que é a satisfação do interesse comum dos
partícipes na realização do objeto acordado, o que permite exigir, no mínimo,
apresentação de cotação prévia dos preços dos serviços a serem executados por
terceiros.

A Fundação Assis Chateaubriand (FAC) repassou recursos às empresas do


Grupo Diários Associados, do qual faz parte, em montante superior a
R$3,8 milhões, em flagrante afronta ao Princípio da Impessoalidade.

204. A Fundação Assis Chateaubriand apresentou as seguintes justificativas para


as reiteradas contratações diretas (PT16, págs. 250/251):
“A possibilidade de contratação direta está prevista no Regulamento de
Contratação FUNDAÇÃO ASSIS CHATEAUBRIAND, publicado no DOU n.º 128,
de 07 de julho de 2010, p. 192, no qual, estabeleceu-se normas gerais sobre
licitações, contratos e negócios privados pertinentes a obras, serviços, inclusive
de publicidade, compras, alienações e locações, utilizando-se de recursos próprios
ou de outras fontes, inclusive de convênios com entes públicos ou privados,
nacionais ou internacionais.”(grifou-se)
205. O art. 5º do mencionado Regulamento da FAC assim dispõe (PT16, pág.251):
“Seção II – Das Contratações Diretas (...)
Art. 5º A Consulta prévia de preços, na forma descrita na seção anterior, é
dispensável:
V – na contratação realizada pela Fundação Assis Chateaubriand com as
empresas controladas pelo Condomínio Acionário das Emissoras e Diários
Associados para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de
serviços.” (grifou-se)
206. Referidos dispositivos legais têm aplicação aos recursos próprios daquela
entidade, não se aplicando aos recursos públicos repassados por meio de convênios,
que estão jungidos ao Princípio da Impessoalidade, dentre outros. Ademais, os
argumentos apresentados contrariam as obrigações da Convenente que constam dos
Convênios nºs 02/2011 e 01/2012 (PT12, pág. 173):
“II – São obrigações da CONVENENTE:
(...)
g) adotar, na contratação de serviços ou aquisição de bens vinculados à execução
deste Convênio, os procedimentos estipulados na Lei n.º 8.666/93, admitida a
modalidade de licitação prevista na Lei n.º 10.520, de 17 de julho de 2002, nos
casos em que especifica, ou, se constituir entidade privada não sujeita à Lei n.º
8.666/93, adotar, na execução das despesas com recursos recebidos em
transferências, procedimentos análogos aos estabelecidos pela referida Lei, os
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quais deverão observar os princípios enunciados no art. 37 da Constituição


Federal;” (grifou-se)
207. Observe-se que a FAC poderia ter utilizado procedimentos análogos aos
estipulados na Lei n.º 8.666/93, desde que obedecidos aos Princípios insculpidos no
art. 37 da Constituição Federal (Princípios da Publicidade, Impessoalidade e
Moralidade). No entanto, a FAC sequer realizou qualquer cotação prévia de preços.
Ainda, as contratações ocorreram diretamente com empresas do mesmo grupo do qual
faz parte a entidade (PT16, pág.251), configurando flagrante afronta ao Princípio da
Impessoalidade. Também, os serviços contratados referem-se a atividades diversas
cujas características são incompatíveis com as finalidades das empresas do grupo
Diários Associados, a exemplo do fornecimento de material esportivo, premiações,
alimentação, locação de equipamentos, dentre outros.(PT16, pág.245).

Notas Fiscais genéricas, sem detalhamento dos gastos


208. Diversas notas fiscais apresentadas por ocasião das prestações de contas
não discriminam de forma detalhada os respectivos gastos, impossibilitando atestar a
boa e regular aplicação do recurso público.
209. A título ilustrativo, consta da prestação de contas da FAC a NF 563, emitida
pela D.A Logística S/A no valor de R$ 422.857,92, tendo como descrição “Meta 3,
etapa 3.1 Produto 5: Planejamento e realização das etapas eliminatórias dos Jogos
Esportivos Intercentros nos três Centros Olímpicos.”
210. Não obstante o caráter genérico do gasto, a SESP não apresentou restrição
para a comprovação da despesa, tampouco exigiu a apresentação de planilha
discriminando os custos unitários que compõem a referida despesa.
211. Em situações dessa natureza, os documentos fiscais devem ser
impugnados, pois não é possível identificar em termos qualitativos e quantitativos as
despesas realizadas.
212. Tanto o TCDF, quanto o TCU, já se manifestaram em diversas
oportunidades para a necessidade de discriminação dos gastos, conforme se constata
nas Decisões a seguir:
Decisão TCDF n.º 2.719/2003: “(...)faça constar de seus processos de pagamento a
discriminação, com quantitativo e preços unitários, dos serviços contratados e materiais
adquiridos (original ou cópia autenticada das Notas Fiscais que contenham os elementos
discriminados);”

Acórdão nº 936/2007 – Plenário do TCU:"(...) determinar ao Ministério do Meio


Ambiente que: 9.3.5. recuse a apresentação de notas fiscais sem o nome do
convenente, emitida após o prazo autorizado ou com discriminação genérica, o que
infringe o art. 30 da IN/STN 01/97; 9.3.6. não permita termos de convênios incompletos,
sem número, data, número da nota de empenho ou outros dados, proceda com rigidez
na análise da prestação de contas, quanto a não apresentação de documentos ou
apresentação de documentos que demonstrem indícios de irregularidades; (...) 9.3.10.
atente, nas prestações de contas de convênios, para a existência de notas fiscais que
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não guardem relação com despesas vinculadas 30 cumprimento do objeto; (...)"

213. Nesse sentido, os documentos fiscais constantes do Quadro abaixo são


ilegítimos para comprovarem as despesas realizadas, em razão do caráter genérico e
da ausência de comprovação da efetividade dos gastos:
Quadro 24: Notas fiscais com descrição genérica e ausência de comprovação da efetividade do gasto
Entidade Processo Convênio NF Emissão Credor Descrição da Despesa Valor (R$)

Meta 2, etapa 2.1 Produto 1: Planejamento e


realização de seis (6) palestras de 2 horas cada
sobre assuntos pertinentes às comunidades,
sendo duas (2) no Centro Olímpico de
Samambaia, duas (2) no Centro Olímpico de
São Sebastião e duas (2) no Centro Olímpico
FAC 220.000.426/2011 02/2011 562 15/12/2011 D.A. Logística S/A da Ceilândia. 96.468,18
Meta 3, etapa 3.1 Produto 4: Planejamento e
realização das etapas eliminatórias dos Jogos
Esportivos Intercentros nos três (3) Centros
FAC 220.000.426/2011 02/2011 563 15/12/2011 D.A. Logística S/A Olímpicos. 422.857,92
Meta 3, etapa 3.1 Produto 5: Planejamento e
realização dos Jogos Esportivos Intercentros
FAC 220.000.426/2011 02/2011 564 15/12/2011 D.A. Logística S/A nos três (3) Centros Olímpicos. 211.428,96
Meta 2, etapa 2.1 Produto 3: Planejamento e
realização de três (3) palestras de 2 horas cada
sobre assunto pertinente às comunidades,
sendo uma (1) no Centro Olímpico de
Samambaia, uma (1) no Centro Olímpico de
São Sebastião e uma (1) no Centro Olímpico da
FAC 220.000.426/2011 02/2011 569 27/12/2011 D.A. Logística S/A Ceilândia. 218.286,97
Meta 3, etapa 3.1 Produto 5: Relatório Final
para comprovação com todos os materiais
produzidos e utilizados nos Jogos Esportivos
FAC 220.000.426/2011 02/2011 571 27/12/2011 D.A. Logística S/A InterCentros nos três (3) Centros Olímpicos. 211.428,97
Meta 4. Etapa 4.1. Vila Digital - Produto 3:
Atualização de conteúdo dos três centros no
mês de janeiro, e manutenção do produto
FAC 220.000.426/2011 02/2011 Contrapartida 10/10/2011 S/A Correio Braziliense digital. 393.700,00
Produto 10, Meta 5. Etapa 1: Implantação de
projeto pedagógico e socioeducativo nos
Centros Esportivos de Samambaia, São
Sebastião, Ceilândia - Parque Vaquejada e
FAC 220.001.304/2011 01/2012 767 30/04/2012 D.A. Logística S/A Riacho Fundo I. 135.056,12
Proj Esporte e Cidadania Prod 11, Mt 5 Et 1.
Planejamento do Festival Esportivo, fase final
com toda estrutura do evento nos quatro
FAC 220.001.304/2011 01/2012 816 31/05/2012 D.A. Logística S/A Centros Esportivos. 80.796,72
Proj Esporte e Cidadania Prod 19, Mt 9 - Et 1
Planejamento e realização do Circuito de
experimentação esportiva nos quatro (4)
FAC 220.001.304/2011 01/2012 849 26/06/2012 D.A. Logística S/A Centros Olímpicos. 23.432,06
Proj Esporte e Cidadania Prod 12, Mt 5 Et 2:
FAC 220.001.304/2011 01/2012 848 26/06/2012 D.A. Logística S/A Planejamento e realização de cerimônia. 91.096,06
Proj Esporte e Cidadania Prod 10, Mt 5 - Et 1:
Realização do Festival Esportivo fase local de
acordo com o planejamento aprovado nos 4
FAC 220.001.304/2011 01/2012 851 28/06/2012 D.A. Logística S/A Centros Olímpicos. 135.056,12
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 12 Mt 5 Et 2
Realização da cerimônia de encerramento do
FAC 220.001.304/2011 01/2012 863 25/07/2012 D.A. Logística S/A Festival Esportivo. 60.922,11
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 11 Mt 5 Et 1
Realização do Festival Esportivo fase final nos
FAC 220.001.304/2011 01/2012 892 30/07/2012 D.A. Logística S/A quatro (4) Centros Olímpicos. 182.783,52
Proj. Esporte e Cidadania. Prod 20 Mt 9 Et 2
Criação, impressão e distribuição de cartazes e
FAC 220.001.304/2011 01/2012 893 31/07/2012 D.A. Logística S/A panfletos. 17.675,30
Meta 6, etapa 2, produto 17: Criação de 16 mil
FAC 220.001.304/2011 01/2012 443970 28/08/2012 S/A Correio Braziliense gibis sobre os benefícios da prática de 49.000,00
Material de divulgação da oficina - O Jogo da
IAV 220.000.999/2012 05/2012 3606 26/11/2012 ARTCÓPIA Vida 2.000,00

IAV 220.000.999/2012 05/2012 424 27/11/2012 Comercial de Bebidas Reis Aluguel de cadeiras p/ cerimônia 2.000,00
Total (R$) 2.737.282,71

Fonte: PT16, págs. 2/229; PT18, fls. 256/257


e-DOC C1F28CE1
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Fls.: 239
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Pagamento em duplicidade de serviços

214. A nota fiscal nº 1401, no montante de R$143.000,00, emitida pela Diários


Associados Press S/A em 30/04/2012 (Processo n.º 220.001.304/2011, Convênio FAC
n.º 01/2012), refere-se a gastos com “Levantamento, organização e atualização dos dados
cadastrais”.

Fonte: PT 16, pág. 185


215. Organizar e manter atualizados os dados dos beneficiários e de seus
responsáveis trata-se de atividade administrativa inerente às atribuições do quadro de
pessoal do Centro Olímpico, que já está sendo remunerado mensalmente, não se
justificando, a priori, previsão em rubrica diversa, por caracterizar pagamento em
duplicidade. Ou seja, além de o Centro Esportivo ter uma estrutura de cargos
comissionados, remunerados para desenvolverem atividades gerenciais e
administrativas, a entidade Convenente também está dotada de estrutura
administrativa para o desempenho dessas atribuições, para a qual já está sendo
remunerada.
216. Por conseguinte, entende-se por indevida tal despesa.
e-DOC C1F28CE1
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Fls.: 240
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Superfaturamento de preços de revistas em quadrinhos (gibis)


217. O Plano de Trabalho da entidade FAC (Convênio n.º 02/2011) apresentou
custos com criação, produção e distribuição de 9.000 (nove mil) gibis no montante de
R$ 260.293,70(PT 11, pág. 33).
218. A SESP não apresentou restrição nem à natureza nem ao valor dos
referidos gastos.
219. Para fins de prestação de contas, a FAC apresentou a Nota Fiscal n.º 570,
em 27/12/11, no valor de R$260.293,70, referente à criação, produção e distribuição de
9 mil gibis(PT16, págs. 150). Portanto, o custo unitário do gibi, com 23 páginas, foi de R$
28,92, indicando superfaturamento na despesa.
220. No Convênio n.º 01/2012, a mesma entidade FAC apresentou a Nota Fiscal
n.º 443970, em 28/08/12, no valor de R$49.000,00, referente à criação de 16 mil gibis,
o que representa o custo unitário de R$3,06(PT16, pág. 229). Portanto, há uma diferença
de 841% entre o preço cobrado nos Convênios 02/2011 e 01/2012, ambos celebrados
com a FAC. Mesmo considerando o valor da elaboração e da distribuição que consta
do Plano de Trabalho (R$ 113.700,00), ainda evidencia-se uma diferença superior a
300% (PT11,págs. 114 e 133).
221. Não constam dos autos, seja de análise do Plano de Trabalho, seja da
prestação de contas, qualquer ressalva por parte da SESP quanto aos valores
cobrados pela convenente.
222. A título de comparação, considerando-se produções que também tratam de
atividade esportiva, o gibi de Maurício de Sousa “Neimar um garoto de talento”, de 68
páginas custa R$3,90. Outro gibi, “As melhores histórias de Pelezinho”, também de
Maurício de Sousa, no total de 66 páginas, tem o preço de R$3,90. Ainda, a publicação
“Ronaldinho: A Caixa de Pandoro” custa R$3,50 uma edição com 67 páginas (PT15).
Portanto, observe-se que o custo por página fica em torno de R$0,05 (cinco centavos).
No caso da FAC, o custo por página supera R$1,25.
223. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recentemente
republicou, em parceria com “Mauricio de Sousa Produções”, o gibi denominado “A Turma
da Mônica e o Ministério Público”. Segundo informações obtidas no MPDFT,
originalmente a história do gibi foi criada no âmbito do Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro em conjunto com a Secretaria de Educação do Estado. As publicações
por ambas as instituições não geraram custos, nem de criação nem de reprodução,
pois foram patrocinadas, no Rio de Janeiro, pelo Bradesco e, em Brasília, pela Rede
Globo, que utilizaram a contracapa como espaço de propaganda (PT15). Ainda,
segundo informações obtidas no MPDFT, a tiragem foi de 20.000 (vinte mil) unidades e
a Rede Globo pagou a quantia de R$19.045,00, ou seja, o custo de cada unidade foi de
R$0,95.
224. Outro parâmetro comparativo de preços consta do contrato firmado entre a
Região Administrativa de Águas Claras (RA-XX) e a empresa Middle Way Editorial
Ltda. para a confecção de 250 (duzentas e cinquenta mil) unidades de uma revista em
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Fls.: 241
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quadrinhos que tratou de educação ambiental por meio de incentivo à utilização do


parque ecológico. À época, questionou-se a natureza da despesa e o possível desvio
de finalidade. No entanto, quanto ao preço, observou-se que cada gibi, com 34
páginas, teve o custo de R$ 0,89 (oitenta e nove) centavos(PT15).
225. Por fim, objetivando aferir o custo de mercado, esta equipe de auditoria
solicitou cotação de preços à empresa especializada na confecção de gibis. Em
resposta, foi apresentada a cotação para o mesmo quantitativo fornecido pela FAC (25
mil unidades)16, com o preço unitário de R$1,05, referente à confecção de gibi com 24
páginas, incluindo todos os custos, inclusive de distribuição em cada um dos Centros
Olímpicos (PT15).
“Confecção de 25.000 (vinte e cinco mil) gibis, incluindo todos os custos, criação
dos personagens (quatro personagens principais), concepção do gibi, roteiro e
redação, ilustração, diagramação/editoração eletrônica, revisão, fechamento de
arquivo, impressão e entrega na Direção de quatro Centros Olímpicos situados no
Distrito Federal. (...)
“O projeto passará por pedagogo e revisor.”
226. Observe-se que os preços cobrados pela FAC, em ambos os Convênios,
demonstram significativo superfaturamento. A seguir, as diferenças apontadas nos
custos dos gibis:
Quadro 25: Parâmetros comparativos para aquisição de gibis

Fonte: PT15

227. Os valores cobrados pela FAC nos anos de 2011 e 2012 superam a média
dos parâmetros, em relação ao custo por página, com variação de 170% a 2560%17 .

A Fundação Assis Chateaubriand apresentou gastos com “Gibis” que superam


em até 2500% os parâmetros encontrados no mercado.

228. Cabe ainda destacar que as notas fiscais desses gastos (NF nºs 570 e
443970) não estão acompanhadas de documentos que comprovem que o quantitativo
de material ou serviço indicado foi efetivamente prestado ou distribuído. Não há
documentos, emitidos à época dos fatos, assinados por servidores dos Centros
Olímpicos, da FAC ou da SESP que atestem o recebimento e a distribuição dos gibis.
Os únicos documentos acostados aos autos são insuficientes para comprovar a
distribuição do quantitativo de 9 mil gibis, referentes à nota fiscal n.º 570 (PT15,

16
25 mil unidades, sendo 9 mil no Convênio 02/2011, e 16 mil no Convênio 01/2012.
17
Custo por página: Média dos Parâmetros (R$0,0473); FAC/2011(R$1,26); FAC/2012(R$0,13);
Diferenças: Dif./2011 = (1,26 - 0,0473) / 0,0473 = 2560%; Dif./2012 = (0,13 - 0,0473) / 0,0473=170%.
e-DOC C1F28CE1
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págs.101/102).
Também não constam dos autos comprovação da distribuição dos 16 mil
gibis que constam da nota fiscal n.º 443970.

Superfaturamento de preços e impropriedades técnicas dos serviços de ‘Pesquisa de


Satisfação’
229. Os Planos de Trabalho das entidades FAC (Convênio n.º 01/2012) e IAV
(Convênio n.º 05/2012) apresentaram custos com Pesquisas de Satisfação no
montante de R$390.000,00 (trezentos e noventa mil reais) e R$360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais), respectivamente (PT11, págs. 67 e 204).
230. Quando da análise dos Planos de Trabalho, a SESP não apresentou
restrições nem à natureza, nem ao valor dos referidos gastos.
231. O valor cobrado pela FAC (Convênio nº 01/2012), de acordo com o processo
de Prestação de Contas foi de R$358.800,00, e referiu-se à contratação da empresa
Datastore Mercadometria Coleta e Processamento de Dados Ltda. para aplicação,
durante a realização do Convênio, de 4900 (quatro mil e novecentos) questionários em
quatro Centros Olímpicos (Samambaia, São Sebastião, Ceilândia e Riacho Fundo I).
Portanto, o custo de 01 (um) questionário emitido a título de “Pesquisa de Satisfação” foi
de R$73,22 (setenta e três reais e vinte e dois centavos); (PT14, págs.191/194). De pronto,
observe-se que o critério de pagamento, por questionário aplicado, por desrespeitar
critérios estatísticos de amostragem, não representa a melhor forma de aplicação de
recursos públicos.
232. O Convênio n.º 05/2012 do IAV apresentou gastos com Pesquisa de
Satisfação no valor total de R$360.000,00. De acordo com o processo de Prestação de
Contas foram aplicados 2400 questionários (PT14, págs. 19 e 24).
233. Foram obtidos no mercado preços de serviços similares, prestados no
mesmo período, que indicam que os valores repassados nos Convênios firmados pela
SESP estão superfaturados.
234. O Edital do Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região teve como escopo a
aplicação de até 2.000 (dois mil) questionários a Advogados e Jurisdicionados em 04
(quatro) foros no Distrito Federal (Edifício Sede e Foro Brasília, Gama e Taguatinga), e
em 05 (cinco) foros no Estado do Tocantins (Araguaína, Palmas, Dianópolis, Guaraí e
Gurupi); (PT14, págs. 132/143).
235. O Conselho Nacional do Ministério Público contratou a realização de 5.000
(cinco mil) questionários com abrangência em todas as regiões do Brasil, incluindo
regiões metropolitanas, capitais e alguns municípios que deverá ter como público-alvo
cidadãos, homens e mulheres, prioritariamente urbanos a partir de 16 anos, servidores
públicos estaduais, municipais e federais, operadores do direito, cidadãos que já
tiveram contato com o Ministério Público e cidadãos que nunca tiveram contato com o
Ministério Público (PT14, págs. 79/131).
e-DOC C1F28CE1
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236. No caso do Tribunal Regional do Trabalho 17ª Região, o Edital teve como
objetivo a aplicação de 815 (oitocentos e quinze) questionários para avaliar o grau de
satisfação do usuário com os serviços prestados. Os questionários foram aplicados em
31 (trinta e uma) Varas localizadas em municípios do Estado do Espírito Santo (PT14,
págs. 25/78).

237. Por fim, o Edital da ANEEL refere-se à aplicação de 19.470 (dezenove mil,
quatrocentos e setenta) questionários, nas 27 (vinte e sete) Unidades da Federação,
distribuídos nas 63 (sessenta e três) áreas de concessão, com no mínimo 8 (oito)
questionários por município (PT14, págs. 144/190).
238. Comparando-se os Planos de Trabalho das entidades convenentes com os
editais adotados como parâmetros pode-se verificar a diferença de complexidade no
tratamento dos dados e a diversidade do grau de abrangência das localidades a serem
pesquisadas. Serviços mais complexos e mais abrangentes são prestados no mercado
por valores significativamente inferiores.
239. O preço cobrado pelo FAC, em 2012, supera a média dos parâmetros
adotados em torno de 150%. Em relação ao IAV, em 2013, este percentual foi de
411,70%. Os quadros a seguir demonstram as diferenças encontradas:
Quadro 26: Parâmetros comparativos para “Pesquisa de Satisfação”
Item/Parâmetros TRT10 (2011) CNMP (2011) TRT17 (2013) ANEEL (2013) FAC (2012) IAV(2013)
Qtd Questionários 2.000 5.000 815 19.470 4900 2400
Total Cobrado (R$) 39.748,00 204.000,00 29.999,00 385.000,00 358.800,00 360.000,00
Valor por Questionário (R$) 19,87 40,80 36,81 19,77 73,22 150,00
Fonte: PT14

Quadro 27: Estimativa de superfaturamento – Pesquisa de Satisfação


FAC (R$) Média (R$) Dif (%) IAV (R$) Média (R$) Dif (%)
73,22 29,31 149,79% 150,00 29,31 411,70%
Fonte: Quadro 26

O Instituto Amigos do Vôlei apresentou gastos com “Pesquisa de Satisfação”


que superam em 411% os parâmetros encontrados no mercado. Na Fundação
Assis Chateaubriand, essa diferença foi de aproximadamente 150%.

Irregularidade na liberação de parcelas do Convênio

240. Exame do Processo n.º 220.001.004/2011, referente à Prestação de Contas


do Convênio n.º 03/2011 (Centro de Tradições Nordestinas – CTN), demonstrou que
não obstante as diversas irregularidades apontadas nos autos (PT17, págs. 29/190) não
houve restrição à liberação de novas parcelas.
241. O Primeiro Relatório de Prestação de Contas do convênio em questão,
datado de 27/04/2012, apresentou restrições quanto à ausência de comprovação de
e-DOC C1F28CE1
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Fls.: 244
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diversos gastos pelo CTN (PT17, págs. 29/33). A seguir, algumas das irregularidades
apontadas:
“5. Falta licitação para contratação da empresa Marca Brasil Consultoria Ltda.; (...)
13. Falta resumo da folha de pagamento (...)
16. Falta comprovante de pagamento (...)
18. Falta licitação para contratação da empresa Sociedade São Paulo de
Investimento Desenvolvimento e Planejamento Ltda.(...)
24. Não existe nos recibos de pagamento de salário o desconto de 6% referente ao
vale-transporte de acordo com a CLT; (...)
29. Faltam os recibos de pagamento dos vales refeição e transporte de
dezembro/2011 e janeiro/2012, (...)
33. Detalhar e comprovar o custo do material didático (...)
34 Detalhar e comprovar os custos das palestras (...)
36. Faltam os originais de toda a prestação de contas, para verificação; (...)”
242. No entanto, em 09/05/2012, o então Chefe da Unidade de Administração
Geral, Sr. João Paulo Teixeira Santos, autorizou a liberação de recursos no valor de
R$2.154.483,72 (PT17, págs. 191/192).
243. Em 04/09/2012 houve a emissão de um novo Relatório da Comissão de
Avaliação de Prestação de Contas reiterando as irregularidades (PT17, págs. 194/197).
244. A Diretoria de Orçamento e Finanças sugeriu à Subsecretaria de
Administração Geral, em 14/09/2012, a suspensão de repasse financeiro ao CTN em
vista das irregularidades apontadas pela Comissão de Avaliação de Prestação de
Contas (PT17, págs. 202, 205/206).
245. Novamente, em 14/09/2012, apesar das restrições apresentadas tanto pela
Comissão de Avaliação de Prestação de Contas quanto por meio da Diretoria de
Orçamento e Finanças, o Subsecretário de Administração Geral, Sr. José Landim
Rosa, autorizou a liberação de recursos no valor de R$1.096.994,54 (PT17, pág. 204 e
208). Em 11/12/2012 e em 17/12/2012, houve autorização para o repasse de recursos
nos valores de R$500.000,00 e R$343.000,00, respectivamente (PT17, págs. 211 e 212).
246. De acordo com o Quadro a seguir, houve liberação de recursos no valor
total de R$ 3.595.003,56 após restrições apontadas em Relatórios da Comissão de
Avaliação de Prestação de Contas.
Quadro 28: Pagamentos efetuados ao CTN
Nota de Empenho Ordem Bancária Obs.
Número Data Valor Número Data Valor
2011NE00467 11/10/2011 1.985.602,06 2011OB51543 18/11/2011 1.985.602,06 1ª Parcela
2012NE00062 07/02/2012 2.154.483,72 2012OB04733 08/02/2012 2.154.483,72 2ª Parcela
2012NE00143 08/05/2012 2.154.483,72 2012OB21801 09/05/2012 2.154.483,72 3ª Parcela
2012NE00314 13/09/2012 1.096.994,54 2012OB45982 17/09/2012 1.096.994,54 4ª Parcela
2012NE00461 11/12/2012 500.000,00 2012OB65951 19/12/2012 343.525,30 Dif. 4ª Parcela
Fonte: SIGGO

247. Observe-se que, nos termos do art. 19, §4º da IN 01/2005, há vedação
expressa da liberação de recursos até a correção das impropriedades apontadas.
e-DOC C1F28CE1
Proc 1810/2013

Fls.: 245
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“§ 4° Nos casos a seguir especificados, a liberação das parcelas do convênio será


suspensa até a correção das impropriedades ocorridas:
I - quando não tiver sido comprovada a boa e regular aplicação da parcela
anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante
procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou
órgão concedente e/ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da
Administração Pública;
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não
justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas e práticas
atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
contratações e demais atos praticados na execução do convênio;
III - quando for descumprida, pelo convenente ou executor, qualquer cláusula ou
condição do convênio.”
248. Em razão das inúmeras irregularidades, o Relatório Final da Comissão de
Execução e Avaliação de Prestação de Contas, de 22/05/2013, apresentou a
proposição de devolução da quantia de R$4.591.360,63 (quatro milhões, quinhentos e
noventa e um mil, trezentos e sessenta reais e sessenta e três centavos). Observe-se
que, durante a celebração do Convênio foi repassado ao CTN o total de
R$8.682.225,00 (oito milhões, seiscentos e oitenta e dois mil, duzentos e vinte e cinco
reais) (PT17, pág. 114).
249. De acordo com os autos, a entidade Centro de Tradições Nordestinas não
foi encontrada no endereço cadastrado na SESP para tomar ciência das
irregularidades apontadas (PT17, págs. 189 e 190).
250. Expirados os prazos para adoção de medidas pertinentes, em vista da não
aprovação da prestação de contas, não se verificou nos autos a adoção de
providências urgentes pela SESP para fins de cobrança dos prejuízos apontados e
apuração de responsabilidades, nos termos do § 6º do art. 29 da IN 01/2005:
“Art. 29. A partir da data do recebimento da prestação de contas final, a unidade
concedente, com base nos documentos referidos no art. 26 e à vista do
pronunciamento da unidade técnica responsável pelo programa do órgão ou
entidade concedente, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para pronunciamento
sobre a aprovação ou não da prestação de contas apresentada, sendo 45 (quarenta
e cinco) dias para manifestação da referida unidade técnica e 15 (quinze) dias para
pronunciamento do ordenador de despesa.(...)
§ 6º Na hipótese de a prestação de contas não ser aprovada, e exauridas todas as
providências cabíveis, o ordenador de despesas determinará o registro do fato no
Cadastro de Convênios do SIGGO e adotará providências aplicáveis ao caso, que
incluem a instauração de sindicância, processo administrativo disciplinar ou tomada
de contas especial e o encaminhando do processo à Procuradoria-Geral do Distrito
Federal para cobrança judicial, sob pena de responsabilidade.” (grifou-se)
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Liberação de recursos superiores a R$ 3,5 milhões para o Centro de


Tradições Nordestinas, apesar da ausência de comprovação de gastos e
de restrições apontadas pelo corpo técnico da Secretaria.

Causas
251. Omissão dos gestores da SESP quanto à implementação de critérios
rigorosos para o acompanhamento e fiscalização do convênio. Não observação, por
parte dos gestores da SESP, dos alertas ofertados pela área técnica. Fragilidade nos
procedimentos do sistema de controle interno. Não observação por parte dos gestores
da SESP dos alertas ofertados pela área técnica.
Efeitos
252. Aprovação indevida de prestações de contas, tendo em vista a falta de
comprovação da regularidade na aplicação dos recursos públicos. Ocorrência de
prejuízo ao erário diante da não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos
recebidos.
253. Ocorrência de prejuízo ao erário diante da não comprovação da boa e
regular aplicação dos recursos recebidos.

Considerações do Auditado

254. A Secretaria de Estado do Esporte do Distrito Federal manifestou-se, no que


tange ao Achado em análise, abordando-o por subitem, sendo estes:
 Direcionamento na escolha de fornecedores;
 Notas Fiscais genéricas, sem detalhamento dos gastos;
 Pagamento em duplicidade de serviços;
 Superfaturamento de preços de revistas em quadrinhos (gibis);
 Superfaturamento de preços e impropriedades técnicas dos serviços de
pesquisa de satisfação;
 Irregularidade na liberação de parcelas do Convênio.

 Direcionamento na escolha de fornecedores (fls. 59/63, anexo II, vol. I)

255. A SESP/DF consultou a convenente Fundação Assis Chateaubriand – FAC,


e acostou suas considerações aos autos. Nesta, afirma que a FAC possui regulamento
próprio de contratação que não prevê cotação de preços quando for possível a
execução do contrato por uma das empresas de seu condomínio acionário, sendo essa
a maneira mais eficaz de realizá-la.
256. Ampara-se, para isso, no art. 24, item VIII da Lei nº 8.666/199318. Acredita
que a melhor proposta não é a de menor custo, mas, no caso de convênios, aquela que
atinge as metas e objetivos estabelecidos no plano de trabalho com melhor eficiência.

18
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços
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257. No tocante às empresas do Condomínio Acionário da FAC, a cotação de


preços “se mostraria desnecessária e contraproducente”. Desnecessária pois todas as
empresas são líderes de mercado e contraproducente porque existe o risco de que o
serviço não seja realizado com qualidade.
258. Afirma que os valores não podem ser comparados com outras unidades da
Federação em razão das diferentes características e situações mercadológicas
diferentes. Em razão da qualidade dos serviços, da liderança no mercado e da
confiabilidade no resultado a contratação direta se torna a solução mais eficaz.

259. Conclui que a cotação de preços neste caso é inviável, tendo como alicerce
jurídico a IN nº 507/2011, conforme segue:

“Art. 58. A cotação prévia de preços prevista no art. 11 do Decreto no


6.170, de 25 de julho de 2007, será realizada por intermédio do SICONV,
conforme os seguintes procedimentos:

§ 1º A cotação prévia de preços no SICONV ser á


desnecessária:

II - quando, em razão da natureza do objeto, não houver pluralidade de


opções, devendo comprovar tão-só os preços que aquele próprio
fornecedor já praticou com outros demandantes.” (grifos constantes do
original)

260. A Secretaria se manifesta também afirmando a inexistência de princípios


“absolutos”, e que cada situação deve ser avaliada em seu caso concreto. Acredita que a
FAC apoie os princípios da transparência, moralidade e razoabilidade e publicidade,
embora o princípio da impessoalidade não tenha sido atendido neste caso. Cita
situações no Direito Público em que o princípio da impessoalidade é superado.
261. Quanto à garantia de economicidade:

“E, outrossim, há que se frisar que as contratações diretas


realizadas pela Fundação, sem exceção, ou se fizeram por
preços praticados no mercado ou, quando houve cotação prévia
de preços, culminaram na contratação de empresa que executou
o serviço com o menor preço global, ou seja, valorizou-se
também a economicidade nos processos de contratação.”
262. Por fim, a Secretaria afirma que não aceitará mais tal procedimento, em
virtude de tomar conhecimento do posicionamento desta Corte, e que por ocasião da
análise da prestação de contas os valores serão glosados assegurando que não haja
prejuízo ao erário.

prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse
fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com
o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
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Fls.: 248
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 Notas Fiscais genéricas, sem detalhamento dos gastos (fl. 63, anexo II, vol. I)

263. A SESP/DF afirma que as notas fiscais eletrônicas seguem modelo padrão
estipulado pela Secretaria da Fazenda do Distrito Federal, possuindo corpo limitado e
específico para inserção de caracteres para descrição dos serviços.
264. Assim, em razão do pouco espaço a Secretaria afirma haver determinado
que sejam anexados às Notas Fiscais detalhamentos dos itens.
 Pagamento em duplicidade de serviços ( fls. 63/64, anexo II, vol. I)

265. Em relação a este tópico, a Secretaria discorda acerca da cobrança em


duplicidade, a saber (fls. 63/64, anexo II, vol. I):
“ Esclarecemos que a Nota Fiscal n.° 1401 refere-se ao
pagamento de uma empresa contratada para fazer um sistema de
cadastramento dos usuários dos Centros Olímpicos, não se
confundindo com a atividade administrativa.
O objetivo da implementação de um sistema informatizado,
foi de remodelar o processo de cadastro de alunos, com a
otimização de etapas e redução de resultados documentais, além
de estruturar um sistema informatizado com fim de automatização
do processo e à redução de documentos físicos, otimizando a
pesquisa e o acesso, apontando critérios de atualização do
processo e permitindo a produção de relatórios e estatísticas.
Este serviço não existia nos Centros Olímpicos e foi necessário a
contratação de uma empresa para prestá-lo, conforme previsto
em plano de trabalho.
Ademais, a meta 07, etapa 01, objeto em questão, não prevê
apenas a organização e a manutenção dos dados dos
beneficiários e de seus responsáveis, mas também, o
levantamento e a atualização dos dados cadastrais dos usuários
dos Centros Olímpicos de Ceilândia (Parque da Vaquejada),
Riacho Fundo I, Samambaia e São Sebastião, que serão usados
na coleta de dados que permite a armazenagem e
compartilhamento de todas as informações cadastrais dos
Centros Olímpicos que a entidade administra.
Conforme se depreende dos documentos de prestação de
contas da FAC, o pagamento em questão fora realizado de forma
legal, tendo em vista que a contratação para realização das
atividades em foco fora efetuada de acordo com a legislação
pertinente a matéria, visto que a citada meta está prevista no
plano de trabalho apresentado pela Fundação Assis
Chateaubriand – FAC, que foi analisado e aprovado por esta
Secretaria de Estado do Esporte.
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Fls.: 249
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Não entendemos que o pagamento tenha sido realizado em


duplicidade, pois conforme regimento interno desta Secretaria, no
que concerne às atribuições dos cargos em comissão, não está
previsto para nenhum desses cargos, a atribuição de criação de
sistema de gestão de alunos para serem implantados nos
Centros Olímpicos das cidades, como também, não está previsto
no plano de trabalho, que a Fundação Assis Chateaubriand –
FAC, contrataria colaboradores cujas funções fossem inerentes a
área de informática com capacidade para a criação dos sistema
em questão. Portanto, para que fique provado que houve
pagamento em duplicidade, necessário se faz a comprovação de
que existe algum cargo em comissão exercido e, algum dos
Centros Olímpicos geridos pela FAC, cujas atribuições sejam as
citadas acima, bem como, no quadro de colaboradores da FAC,
contratados para gestão do convênio em tela, algum cargo que
prevê tal conhecimento.

 Superfaturamento de preços de revistas em quadrinhos (gibis) ( fls. 64/66, anexo II,


vol. I)

266. No que tange ao tópico em análise, a jurisdicionada discorda da análise


realizada pela equipe de auditoria (fls. 64/66 Anexo II, vol. I).
267. Inicialmente salienta as diferenças existentes entre os convênios nº 02/2011
e nº 01/2012, que justificariam as diferenças de custo encontradas. Retifica o custo por
exemplar no convênio nº 01/2012 de R$ 3,06 (três reais e seis centavos) apontado
neste relatório de auditoria para o valor de R$ 6,31 (seis reais e trinta e um centavos)
afirmando que foi considerado somente o valor da primeira Nota Fiscal emitida. O valor
de R$ 28,92 (vinte e oito reais e noventa e dois centavos) praticado no convênio
01/2012 não foi alterado.
268. Confirma o alto custo na produção de Histórias em Quadrinhos – HQs,
afirmando um custo mais elevado na primeira edição em virtude da necessidade de
criação “a partir do zero”. A edição do ano seguinte já havia absorvido os custos de
criação da revista.
“No ano de 2012, parte dos custos já havia sido absorvida quando da
criação do conceito da revista, da criação da marca, do projeto gráfico
e dos personagens principais, o que explica a significativa redução dos
valores praticados no Convênio de 2012. Ainda assim em 2012 foi
desenvolvido novo roteiro, conteúdo, ilustração, colorização,
diagramação e revisão além da criação de 3 (três) novos personagens
principais. Além disso, a tiragem impressa no segundo ano foi superior
a do primeiro ano, gerando custo unitário de impressão menor”.
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269. Em relação às comparações de preços realizadas por esta equipe


explicitadas no tópico “Análises e Evidências”, a SESP/DF encaminhou as seguintes
considerações:
“ Nessa linha, temos que a comparação feita com gibis que
estão à disposição no mercado é incabível. Estes gibis são
reproduções de personagens já criados, com histórias produzidas em
série por roteiristas contratados, sem necessidade de "customização"
para uma necessidade específica, em suma, são produtos que não tem
custo de criação e desenvolvimento, somente de roteiro e adaptação.
E, ainda, há que se considerar que os Gibis comerciais ainda vendem
espaços comerciais, bastando verificar que em sua contracapa é
comum vermos anúncios publicitários, o que indubitavelmente reduz o
seu custo de produção.
Outra comparação não pertinente foi feita com gibis que
tiveram, segundo o próprio relatório, "custo zero" de criação e
reprodução, pois foram explorados economicamente por
entidades/empresas que "utilizaram a contracapa como espaço de
propaganda". Ora, se a Fundação tivesse "vendido" espaço publicitário
nos gibis, possivelmente teria reduzido os custos, mas cumpre
ressaltar que o Convênio não abria nenhuma possibilidade de captação
de recursos privados para aplicação no objeto do Convênio mediante
divulgação da marca e produtos dos parceiros.
Por fim, houve a comparação de um gibi com tiragem de 250.000
(duzentos e cinquenta mil) exemplares com um gibi customizado, com
tiragem de apenas 16.000 (dezesseis mil) exemplares,
desconsiderando-se por completo o ganho de escala no cálculo do
custo por exemplar.
A título exemplificativo, caso a tiragem dos gibis confeccionados para o
Convênio possuíssem a tiragem que foi utilizada como parâmetro, os
valores sofreriam uma substancial redução justamente em função do
ganho de escala, como se evidencia pela tabela abaixo.

Gibi do Gibi do Gibi do


Neymar Ronaldinho Pelezinho Gibi RAXX FAC (2011) FAC (2012)

Qtde. de impressões de Gibis 250.000 250.000 250.000 250.000 250.000 250.000

Custo para 250 mil Gibis 975.000,00 875.000,00 975.000,00 222.500,00 346.000,00 191.000,00

Numero de páginas 68 68 68 34 24 24

Preço unitário 3,90 3,50 3,90 0,89 1,38 0,76

Custo por página 0,06 0,05 0,06 0,03 0,06 0,03


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Fls.: 251
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Como se verifica, caso o gibi produzido para o Convênio tivesse a


tiragem utilizada como parâmetro comparativo, o ganho de escala seria
tamanho que o custo do gibi produzido pela Fundação seria o menor
entre todos.
Em suma, as comparações feitas que sugeriram sobrepreço, abrangem
situações absolutamente incomparáveis, pois se referem a contextos
distintos dos ocorridos nos dois Convênios, onde os custos em 2011
eram bastante superiores aos de 2012, bem como equiparou-se um
gibi feito de forma customizada e para uma destinação específica com
gibis sem custo de criação de personagens, que utilizaram recursos
captados no mercado privado ou que possuíam tiragem
substancialmente superior, com evidente ganho de escala.
Por fim, uma "pesquisa" realizada sugeriu a possibilidade de execução
dos gibis por cerca de R$26.000,00 (vinte e seis mil reais). Muito
embora seja desconhecida a qualidade com que seria produzido o
referido gibi, há que se considerar a potencial inexequibilidade da
referida proposta. Somente o custo de impressão para 25 (vinte e
cinco) mil unidades seria de R$12.000,00 (doze mil reais). Verificando
este custo inicial, facilmente aferível no mercado, sobrariam
R$14.000,00 (quatorze mil reais) para criação de 7(sete) personagens
principais, e 44 (quarenta e quatro) personagens secundários, além do
custo de concepção do gibi, roteiro, redação, ilustração,
diagramação/editoração e revisão, impostos e ganho da empresa.
O valor sugerido pela "pesquisa" portanto, é de exequibilidade
questionável considerando somente os custos de impressão. E,
outrossim, caso fosse realmente confeccionado, considerando o valor
remanescente após deduzido o custo de impressão, é indubitável que a
qualidade seria bastante inferior. Em suma, é possível confeccionar os
referidos gibis com praticamente qualquer valor acima do custo de
impressão, devendo ser levado em consideração a qualidade dos
personagens e do roteiro, a confiabilidade e prazo na entrega, etc.”

 Superfaturamento de preços e impropriedades técnicas dos serviços de


pesquisa de satisfação (fls. 66/68, Anexo II, vol. I):

270. A SESP/DF afirma que a empresa DATASTORE foi a vencedora de um


processo de cotação de preços realizado pela FAC apresentando o menor custo
unitário de valor por entrevista. Esta pesquisa não se limitou aos frequentadores dos
Centros Olímpicos e familiares, mas potenciais frequentadores, educadores e
comunidade local. Foram realizadas 4.900 (quatro mil e novecentas) entrevistas
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pessoais abrangendo aspectos quantitativos e qualitativos nas modalidades:


satisfação, desempenho e opinião.
271. Detalha ainda o público-alvo, as localidades pesquisadas, a margem de erro
da pesquisa realizada e ainda os cálculos realizados para determinação do número de
sujeitos.
272. Em relação à alegação de impossibilidade da aplicação do questionário pela
FAC, segue manifestação do jurisdicionado (fls. 66/68, Anexo II, vol. I):
“ Quanto à alegação de impossibilidade do questionário ter sido
aplicado pela Fundação, cumpre esclarecer que a finalidade do mesmo
não era avaliar a qualidade do trabalho da Fundação, mas fazer um
efetivo levantamento das atividades desenvolvidas e o reflexo na
comunidade, verificar o índice de satisfação não somente para avaliar o
serviço, mas para reavaliar a estratégia de atuação, corrigir falhas e
distorções, aprimorar e adequar as atividades para o cumprimento mais
eficiente do Plano de Trabalho (anexo). A pesquisa realizada resultou
em 9 (nove) relatórios (anexo) que tiveram, por objetivo, uma melhor
condução de processos de definição de estratégias.
Neste sentido, impõe-se destacar que a avaliação do atingimento dos
objetivos do Convênio não se faz por meio de simples pesquisa de
satisfação, mas com a avaliação efetiva do cumprimento das metas
estabelecidas quando da elaboração do Termo de Referência ou do
Plano de Trabalho, seguindo critérios de avaliação de políticas públicas
de uma maneira global, considerando que o próprio Convênio é um
instrumento dentro de um projeto maior levado a cabo pela
Administração, sendo a pesquisa uma das ferramentas utilizadas.”

 Irregularidade na liberação de parcelas do Convênio (fls. 68/69, anexo II, vol. I)

273. A Secretaria afirma que a execução do ajuste estava ocorrendo como


esperado até a fase de prestação de contas parciais, onde diagnosticou-se que não
refletiam os trabalhos realizados. A SESP/DF apurou o ocorrido paralelamente à
continuidade da execução do convênio, acreditando que os problemas seriam sanados.
274. Em relação aos pagamentos, segue a manifestação da jurisdicionada (fls.
68/69, anexo II, vol. I):

“Ao repassar parcelas já previstas em Cronograma de Desembolso,


esta Pasta buscou garantir a continuidade dos serviços prestados à
comunidade. Considerando que o fato se deu no decorrer da execução
do ajuste, esperávamos que as falhas detectadas fossem sanadas até
a fase da apresentação da prestação de conta final.
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Tão logo esta Secretaria percebeu a gravidade da questão, ou


seja, que a deficiência na comprovação da utilização dos recursos
públicos poderia comprometer a aprovação das contas, decidiu pela
suspensão das atividades desenvolvidas pela entidade.
Dai em diante, a Pasta teve a intenção de limitar seus repasses de
recursos para fins de pagamento de pessoal, até mesmo para evitar
demandas e desdobramentos maiores, que poderia vir atingir esta
Administração.
De fato a entidade não foi competente em comprovar
adequadamente o bom emprego dos recursos públicos, o que não
elimina, no entanto, o trabalho louvável desenvolvido pela mesma, nos
termos já relatado pela competente comissão de avaliação, constante
dos autos, afastando sim a ocorrência de prejuízo.
Esta Pasta sempre agiu visando preservar o interesse público e
garantir à sociedade seus direitos e exercício da cidadania, por meio da
prestação de serviços que lhe cabia.
Acreditamos que possíveis valores não aplicados em conformidade
com as normas que regem a administração pública são passíveis de
restituição por parte da entidade responsável, por meio dos
procedimentos pertinentes”

Posicionamento da equipe de auditoria

275. Preliminarmente, oportuno lembrar que o achado em análise baseou-se nas


seguintes evidências: direcionamento na escolha dos fornecedores; notas fiscais
genéricas e sem detalhamento dos gastos; pagamento em duplicidade de serviços;
superfaturamento de preços de revistas em quadrinhos (gibis), superfaturamento de
preços e impropriedades técnicas dos serviços de ‘pesquisa de satisfação’;
irregularidade na liberação de parcelas do Convênio. Assim, cada um desses itens serão
analisados separadamente.

Direcionamento na escolha dos fornecedores

276. Em que pese a Secretaria manifestar-se pela eficácia da compra direta em


detrimento à cotação prévia de preços, privilegiando o condomínio acionário que a FAC
faz parte, com base em seu próprio regimento interno, esta prática está em desacordo
com a legislação vigente à época, IN 01/2005, art. 25.
277. Independente da expressão mercadológica do Grupo Diários Associados,
foram realizadas contratações de diversos produtos e serviços, não se restringindo
apenas as aquisições publicitárias, como é possível verificar nos Quadros 22 e 23.
Assim, a representatividade ou expressão do veículo de informação não foram fatores
determinantes para a escolha deste tipo de contratação.
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278. A afirmação de que estas contratações respeitaram o princípio da


economicidade não estão suportadas em documentos comprobatórios, tanto à época da
análise dos processos, como na presente manifestação da jurisdicionada.
279. A contratação de produtos e serviços diretamente de empresas do grupo
empresarial do qual a FAC é integrante é totalmente ilegal, afrontando os princípios da
impessoalidade, da moralidade, da transparência, da razoabilidade, da isonomia, da
publicidade, dentre outros. É cediço que os princípios não são absolutos e devem ser
objeto de ponderação. Mas, in casu, não se comprovou quais foram as razões de
interesse público que levaram à contratação direta de diversas empresas do nominado
grupo empresarial. A alegação de que o grupo possui os menores preços e os melhores
produtos não se sustenta, pois, caso contrário, todas as demais parcerias celebradas
pela SESP seriam consideradas ineficientes e antieconômicas.
280. O dispositivo contido no regulamento de contratação da FAC, que permite a
dispensa de cotação de preços nas contratações entre empresas do Condomínio
Acionário das Emissoras e Diários Associados, destina-se apenas aos recursos
próprios daquela entidade, não se aplicando aos recursos públicos repassados por
meio de parcerias com a SESP.
281. Desse modo, entende-se que a entidade parceira está obrigada a comprovar
a compatibilidade dos preços contratados com os praticados no mercado, cabendo à
SESP, por ocasião da análise das prestações de contas dos recursos aplicados, exigir
a comprovação de que os preços contratados estão compatíveis com o mercado.
282. Mais uma vez se socorre a Lei nº 13.019/14, que busca aperfeiçoar o
ambiente jurídico e institucional das relações de parcerias entre o Poder Público e as
organizações da sociedade civil. Acerca do assunto em análise, a nova legislação
estabelece que:
Art. 43. As contratações de bens e serviços pelas organizações da
sociedade civil, feitas com o uso de recursos transferidos pela administração
pública, deverão observar os princípios da legalidade, da moralidade, da boa-
fé, da probidade, da impessoalidade, da economicidade, da eficiência, da
isonomia, da publicidade, da razoabilidade e do julgamento objetivo e a busca
permanente de qualidade e durabilidade, de acordo com o regulamento de
compras e contratações aprovado para a consecução do objeto da parceria.

§ 1o O processamento das compras e contratações poderá ser efetuado


por meio de sistema eletrônico disponibilizado pela administração pública às
organizações da sociedade civil, aberto ao público via internet, que permita
aos interessados formular propostas.

§ 2o O sistema eletrônico de que trata o § 1o conterá ferramenta de


notificação dos fornecedores do ramo da contratação que constem do
cadastro de que trata o art. 34 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

Notas Fiscais Genéricas

283. A discriminação detalhada dos gastos, indicando o uso do recurso público, é


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imprescindível para a análise da prestação de contas. Documentos de caráter genérico,


que não permitem a comprovação da efetividade dos gastos, devem ser impugnados.
284. As notas fiscais examinadas durante a realização desta fiscalização possuíam
grandes espaços em branco (fl. 111), o que seria suficiente para realizar tal descrição,
portanto, descabida a alegação da SESP. Nos casos em isto não for possível, faz-se
necessário a anexação de documentos que comprovem a devida utilização do recurso.
285. A título de ilustração, cabe resgatar do Quadro 24 a Nota Fiscal nº 563,
emitida em 15/12/11, pela D.A. Logística S/A, empresa participante do Grupo Diários
Associados, no valor de R$ 422.857,92, com a seguinte discriminação: “Meta 3, etapa
3.1 Produto 4: Planejamento e realização das etapas eliminatórias dos Jogos
Esportivos Intercentros nos três (3) Centros Olímpicos”. A ausência de informações
fiscais, ou de planilhas de custos em anexo, impedem avaliar a regularidade dos gastos
realizados, pois não é possível identificar a natureza da despesa e menos ainda os
respectivos valores.
286. Assim, as alegações apresentadas não foram capazes de reverter às
evidências coletadas, devendo a SESP exigir da entidade convenente que apresente a
discriminação de todos os gastos realizados.

Pagamento em duplicidade de serviços

287. A Secretaria alega que os gastos objeto da Nota Fiscal nº 1401 dizem
respeito “ao pagamento de uma empresa contratada para fazer um sistema de
cadastramento dos usuários dos Centros Olímpicos, não se confundindo com a
atividade administrativa.”
288. Não foram acostados aos autos documentos comprobatórios acerca da
implantação do sistema, tal como, manual do usuário, projeto lógico do sistema, ou,
ainda, algum termo de recebimento dos códigos fontes do software. Também não
consta do Plano de Trabalho proposto pela entidade a aquisição de tal sistema,
Segundo a Nota Fiscal DA Press nº 1401, tal aquisição corresponde a Meta 3, etapa 1
do Convênio 01/2012, processo GDF nº 220.001.304/2011 (PT 11), conforme segue:
META 3 – COMEMORAR DATAS ESPECIAIS
Etapa 1:
Eventos Comemorativos
Realização de eventos para comemoração de datas importantes para os centros
olímpicos.
Inclui trabalho pedagógico para reflexão sobre as datas, atividades recreativas e
de lazer para todas as comunidades atendidas pelos centros.
1) Dia das Crianças (12/10):
Organização de programação especial de atividades esportivas e recreativas em
comemoração ao dia das crianças.
2) Aniversário dos Centros (Riacho Fundo – 03/04; 16/10 – Samambaia, 16/12 –
São Sebastião e Ceilândia)
Realização de atividades de lazer no dia do aniversário de cada centro olímpico.
Fonte: PT 11, fl. 121

289. O proposto no Plano de Trabalho não abrange cadastramento de alunos ou


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aquisição de quaisquer sistema informatizado. As atividades administrativas e


gerenciais dos Centros Olímpicos são realizadas por uma estrutura de cargos
comissionados, como o levantamento, organização e atualização dos dados cadastrais
dos alunos, serviço descrito na Nota Fiscal nº 1401- Diários Associados Press, no valor
de R$ 143.000,00.
290. Assim, as alegações apresentadas não foram capazes de reverter às
evidências coletadas.
Superfaturamento de preços de revistas em quadrinhos (gibis)
291. Conforme retratado no Achado, a FAC apresentou nota fiscal no valor de R$
260.293,70 referente à criação, produção e distribuição de 9 mil gibis, indicando um
custo unitário de R$ 28,92.
292. No processo de prestação de contas da entidade não consta orçamentos ou
pesquisas de preços que comprovem a compatibilidade com o preço de mercado, uma
vez que os serviços foram contratados diretamente junto à D.A Logística S/A (vide
descrição no Quadro 22), empresa do mesmo conglomerado empresarial.

293. Assim, para fins de exame da regularidade da despesa, a equipe de


fiscalização promoveu a comparação do mencionado valor unitário com as seguintes
publicações:
 História em quadrinhos – FAC convênio 01/2012;
 Gibis comerciais “Neimar um garoto de talento”, “As melhores histórias de
Pelézinho” e “Ronaldinho: A caixa de Pandoro”;
 Gibi: “A turma da Mônica e o Ministério Público”;
 Revistinha ambiental da RA XX;
 Cotação de preço realizada pela equipe de auditoria.
294. A Secretaria alega a impossibilidade de realização das referidas
comparações, em razão da falta de similaridade entre os produtos comparados.
295. As alegações da SESP mostram-se, a princípio, razoáveis, visto que os
parâmetros utilizados não possuíam total identidade com a despesa em análise.
296. No entanto, percebe-se que a jurisdicionada não apresentou documento
algum que comprovasse a adequação da despesa realizada com os valores de
mercado, limitando-se, apenas, a desconstruir as comparações realizadas pela
fiscalização.
297. Assim, em respeito ao dever de prestação de contas, não se pode esquecer
que cabe àquele que recebe recurso público comprovar a sua regular aplicação. Com
efeito, compete ao órgão fiscalizador analisar os atos praticados.
298. Nesse sentido, tendo em conta que ainda não houve a comprovação da
regularidade da despesa com a criação e produção de gibis pela FAC, entende-se que
persistem as evidências do achado.
299. Ademais, conforme já relatado, não foram localizados documentos que
comprovem a efetiva distribuição do material. Sobre o assunto, a jurisdicionada limitou-
se a encaminhar algumas fotos de entrega a alunos, mas não apresentou relatório da
distribuição.
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Fls.: 257
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Superfaturamento de preços e impropriedades técnicas dos serviços de ‘pesquisa de


satisfação’

300. A jurisdicionada esclareceu os procedimentos e margem de erro das


pesquisas realizadas, informações que atenderam aos questionamentos realizados por
ocasião do Relatório Prévio de Auditoria.
301. Em relação ao superfaturamento não houve manifestação da Secretaria.
Assim, ante a ausência de justificativas, mantém-se o posicionamento da equipe de
auditoria, conforme registrado no tópico “Análises e Evidências”.

Irregularidade na liberação de parcelas do Convênio

302. A Secretaria informou que “buscou garantir a continuidade dos serviços


prestados à comunidade”, e, ainda, que esperava que as falhas detectadas fossem
sanadas até a fase de apresentação da prestação de contas final.
303. A não comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente
recebida enseja a suspensão da liberação das demais parcelas até a correção das
impropriedades ocorridas, conforme disposto no §4º do art. 19 da IN 01/2005. Como se
pode observar, trata-se de medida de cautela, passível de adoção enquanto a entidade
busca comprovar a correta aplicação dos recursos recebidos. No mesmo sentido
dispõe o art. 33 da referida Instrução Normativa, aplicável à época dos fatos:
“Art. 33.Constatada irregularidade ou inadimplência na apresentação da
Prestação de Contas Parcial, coordenador de despesas suspenderá
imediatamente a liberação de recursos e notificará formalmente o
convenente, concedendo-lhe prazo, não superior a 30 (trinta) dias, para sanar
a irregularidade ou cumprir a obrigação.
Parágrafo único. Decorrido o prazo da notificação, sem que a irregularidade
tenha sido sanada ou adimplida a obrigação, o ordenador de despesas
registrará a inadimplência no SIGGO, comunicando, imediatamente, a
circunstância ao órgão de controle interno e, sob pena de responsabilidade
solidária, levará o fato ao conhecimento da autoridade competente para a
instauração de Tomada de Contas Especial.” (grifou-se)
304. Nesse sentido, a manifestação apresentada apenas corrobora a omissão
dos gestores em adotar medidas para resguardar o patrimônio público, devendo,
assim, serem responsabilizados pela grave inobservância de norma legal.
305. A nova legislação das parcerias voluntárias estabeleceu vedações no
mesmo sentido19.

19
Art. 48. As parcelas dos recursos transferidos no âmbito da parceria serão liberadas em estrita
conformidade com o cronograma de desembolso aprovado, exceto nos casos a seguir, nos quais ficarão
retidas até o saneamento das impropriedades:
I - quando houver fundados indícios de não ter ocorrido boa e regular aplicação da parcela anteriormente
recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive quando aferidos em procedimentos de fiscalização
local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão repassador dos recursos e pelos órgãos de
controle interno e externo da administração pública;
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no
cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais da
administração pública nas contratações e demais atos praticados na execução da parceria ou o
inadimplemento da organização da sociedade civil com relação a outras cláusulas básicas;
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Fls.: 258
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306. Em relação às providências para fins de cobrança dos prejuízos apontados


após a prestação de contas final, a Secretaria informou a solicitação de instauração de
Tomada de Contas Especial, que aguarda a reconstituição do Processo GDF nº
220.001.004/201120.
Tabela 01: Descrição da Irregularidade
Período de
Descrição da irregularidade Prejuízo
ocorrência
Irregularidade na liberação de parcelas do convênio. O gestor
A data de liberação
liberou recursos para entidade convenente, após a constatação
de recursos
de problemas na prestação de contas, infringindo o disposto na
foram09/05/2012,
Instrução Normativa n⁰ 01/2005, art. 19, §4. Ainda, a não
24/09/2012, R$ 4.591.360,63
adoção de providências para fins de cobrança dos prejuízos
11/12/2012 e
apontados e apuração de responsabilidades, nos termos do
17/12/2012.
art.29, §6 da supracitada norma.

Responsáveis indicados
307. Aponta-se como responsáveis pela ocorrência dessa irregularidade:
Tabela 02: Responsáveis: Irregularidade na liberação de Parcelas do convênio

Período no Prejuízo
Responsável Cargo Conduta Nexo Causal
Cargo imputado
Ação culposa na modalidade
A não observância
negligência ao liberar recursos
dos relatórios
Chefe da para entidade convenente,
31/10/2011 acerca da R$
João Paulo Unidade de após a constatação de
a prestação de
Teixeira Administração problemas na prestação de 2.154.483,72
03/09/2012 contas da entidade
Geral contas, infringindo o disposto
para a liberação de
na Instrução Normativa
novos recursos.
01/2005, art. 19, §4.
A não observância
dos relatórios
Ação culposa na modalidade
acerca da
negligência ao liberar recursos
prestação de
para entidade convenente,
contas da entidade
após a constatação de
para a liberação de
problemas na prestação de
novos recursos, e
contas, infringindo o disposto
Subsecretario ainda, a inércia
na Instrução Normativa R$
José Landim de 13/09/2012 administrativa em
01/2005, art. 19, §4. Ainda,
Rosa Administração a (...) promover ações 2.436.876,91
omissão em adotar
Geral (SUAG) visando o
providências para fins de
ressarcimento dos
cobrança dos prejuízos
recursos ao erário
apontados e apuração de
após Relatório
responsabilidades, nos termos
Final de prestação
do art.29, §6 da supracitada
de contas
norma.
apontando
prejuízo.

III - quando a organização da sociedade civil deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pela
administração pública ou pelos órgãos de controle interno ou externo.

20
A SESP/DF informou que diversos documentos despareceram do processo, tendo sido instaurada um
Comissão para reconstrução.
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Proposições

308. Sugere-se ao egrégio Plenário:


I. Alertar à Secretaria de Estado do Esporte para que:
a. observe as disposições na nova Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo
regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não
transferência de recursos financeiros, entre a administração pública e as
organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que
trouxe novos procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante
denominado “Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em
especial, no tocante à:
i. obrigatoriedade da organização da sociedade civil
possuir regulamento de compras e contratações, próprio ou
de terceiro, aprovado pela administração pública celebrante,
em que se estabeleça, no mínimo, a observância dos
princípios da legalidade, da moralidade, da boa-fé, da
probidade, da impessoalidade, da economicidade, da
eficiência, da isonomia, da publicidade, da razoabilidade e
do julgamento objetivo e a busca permanente de qualidade
e durabilidade, bem como utilizar um sistema eletrônico que
permita aos interessados formular propostas e processar as
compras e contratações (arts. 34, VIII, e 43) (Sugestão
V.a.viii);

ii.
inclusão no rol de atos de improbidade administrativa,
dentre outros, da conduta de “agir negligentemente na
celebração, fiscalização e análise de prestações de contas
de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas.” (art. 77, XX)(Sugestão V.c);
II. determinar à Secretaria de Estado do Esporte que, no prazo de 90 (noventa)
dias, adote as seguintes medidas, dando conhecimento ao Tribunal dos
resultados alcançados:
a. exija que a Fundação Assis Chateaubriand apresente planilha detalhada das
despesas relativas às notas fiscais indicadas no Quadro 24 do presente
relatório e promova o reexame das respectivas prestações de contas;
(Sugestão IV.b)
b. promova, junto à entidade convenente, o ressarcimento ao erário do valor de
R$ 143.000,00 (cento e quarenta e três mil reais) referente ao pagamento em
duplicidade de serviços à Diários Associados Press S/A, Nota Fiscal nº 1401,
emitida em 30/04/2012, relacionada ao convênio 02/2012- Fundação Assis
Chateaubriand (Sugestão IV.e);
c. exija que a Fundação Assis Chateaubriand apresente orçamentos
comparativos e/ou tabelas de composição de custos que comprovem a
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regularidade dos valores gastos com a criação e produção dos gibis relativos
à Nota Fiscal nº 570 da D.A. Logística S/A e documentos que comprovem a
efetiva distribuição da publicação, bem como promova o reexame da
respectiva prestação de contas (Sugestão IV.c);
d. requeira à Fundação Assis Chateaubriand e ao Instituto Amigos do Volei que
apresentem orçamentos comparativos e/ou tabela de composição de custos
que comprovem a regularidade dos valores gastos com a pesquisa de
satisfação (Sugestão IV.d).
III. Determine à SESP que, doravante:
a. no exame das prestações de contas das parcerias celebradas, não sejam
aceitas notas fiscais com discriminação genérica ou sem detalhamento
dos gastos, a fim de assegurar a transparência e o controle dos recursos
públicos (Sugestão III.c);
b. exija das entidades parceiras a comprovação de que as despesas
realizadas estão compatíveis com os preços praticados pelo mercado
(Sugestão III.d);
c. proíba que entidades parceiras realizem contratação direta de empresas
controlados pelo mesmo grupo empresarial, uma vez que tal
procedimento não encontra amparo legal. (Sugestão III.e)
IV. autorize a audiência dos responsáveis indicados na Tabela nº 02, com
fundamento no art. 182, §5º, da Resolução nº 38/1990, para que apresentem, no
prazo de 30 dias, razões de justificativa pelas irregularidades ali apontadas,
tendo em vista a possibilidade de aplicação da sanção prevista no art. 57, inciso
II da Lei Complementar nº 01/1994 (Sugestão VI);
Benefícios Esperados

309. Garantir a transparência, a regularidade e a otimização dos recursos


públicos repassados. Ressarcimento de valores pagos indevidamente.

2.2 Questão 2: A SESP possui objetivos, metas e indicadores que permitem o


acompanhamento da gestão e dos resultados alcançados pelos Centros
Olímpicos?
A Secretaria de Estado de Esporte do Distrito Federal não estabeleceu os indicadores e
metas específicas para aferição dos resultados do Programa Centros Olímpicos. Com a
ausência destes instrumentos de gestão e de controle, tornou-se impossível a averiguação do
cumprimento do objetivo do programa, assim como sua eficácia e efetividade. Não há, também,
sistemática de monitoramento e de avaliação do desempenho do Programa.

2.2.1 Achado 09: Ausência de metas e de sistema de monitoramento e avaliação


do desempenho do Programa, com base nos indicadores propostos
Critério: Definição prévia de objetivos, indicadores e metas do Programa e de sistema
de monitoramento e avaliação dos resultados alcançados.
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Análise e Evidência
310. A Secretaria de Estado de Esporte do Distrito Federal encaminhou
documentos e informações acerca dos objetivos, metas e indicadores adotados pelo
Projeto Centro Olímpicos, onde são estipulados cinco objetivos estratégicos (PT13, págs.
3/6):

 Incentivar a melhoria do desenvolvimento escolar;


 Melhorar as condições de saúde e capacidade física dos participantes;
 Fortalecer a autoestima dos participantes;
 Satisfação com os serviços prestados;
 Estimular mudanças comportamentais e fortalecer a cidadania.
311. Estes objetivos estratégicos seriam avaliados, conforme sugerido pela SESP
em seu Projeto, através dos indicadores a seguir listados: análise da frequência;
análise da relação peso/estatura dos alunos ativos (que seria mensurada
mensalmente); cálculo do percentual de melhora nas aptidões físicas dentre os alunos
participantes; e, finalmente, a realização de uma pesquisa objetivando aferir a melhora
da autoestima dos alunos.
312. Na análise dos processos de celebração dos convênios não constam, tanto
nos editais de chamamento quanto nos planos de trabalho, o estabelecimento de
nenhum destes indicadores. Ainda, durante as visitas técnicas realizadas nos Centros
Olímpicos e na SESP não foi constatada a utilização destes ou de quaisquer outros
indicadores que tivessem por objetivo avaliar qualitativamente os resultados
alcançados ou o atingimento do objetivo pretendido.
313. A ausência de metas e de sistema de monitoramento dos indicadores
resultou na impossibilidade de avaliação da gestão dos Centros Olímpicos e do
desempenho do Projeto em relação aos objetivos estratégicos propostos. Assim, não é
possível verificar a melhora do desempenho escolar, das condições de saúde, da
capacidade física ou da autoestima dos participantes, pontos abordados no Projeto
Centros Olímpicos.
314. Sabe-se que o sucesso de qualquer política pública passa obrigatoriamente
pela definição clara dos objetivos pretendidos, das estratégias de implementação e dos
mecanismos de monitoramento e avaliação, de modo que resultados das ações
propostas possam ser periodicamente mensurados para fins de correção e
aperfeiçoamento das tomadas de decisão, buscando a eficiência e eficácia do
programa.
315. Não obstante, as evidências apontam que não houve supervisão estatal na
formulação, monitoramento e avaliação do Projeto Centros Olímpicos, comprometendo
o alcance dos objetivos pretendidos.
316. A fragilidade na definição de metas, entendido como tal a projeção de um
resultado a ser atingido em período de tempo, conforme o indicador previamente
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definido, verifica-se, também, nos planos de trabalho das entidades convenentes,


conforme exemplos discriminados no quadro a seguir:
Quadro 29: Etapas previstas como Metas nos Planos de Trabalho dos convênios firmados
METAS Convênio 01/12-FAC Convênio 05/12-IAV Convênio 06/12 - LINS
1 Gestão do Projeto Gestão Técnica do projeto Gestão Técnica do projeto
2 Realizar atividades Esportivas Gestão Pedagógica Gestão Pedagógica
3 Interagir com a comunidade Cursos Vale Transporte
4 Comemorar datas especiais Realizar eventos Comemorativos Auxílio Alimentação
5 Realizar Festival de Esportivo Realizar Evento - Festival Material Esportivo
Realizar pesquisa de satisfação e
6 Sensibilizar para as diferenças opinião Uniforme
Realizar pesquisa de satisfação e
7 opinião Qualificação Social Realizar eventos Comemorativos
Experimentar modalidades
8 Qualificação social esportivas Realizar eventos Esportivos
Experimentar modalidades Participação em eventos
9 esportivas Formação de Atletas Esportivos Externos
10 - Material Esportivo Qualificação Social
11 - Uniforme Formação de Atletas
Fonte: PT11, págs. 63, 157, 273.

317. Os dados acima apontam a fragilidade na implementação da política pública.


O pagamento de vale transporte e de auxílio alimentação, o fornecimento de uniforme
ou a compra de material esportivo não podem ser entendidos como “meta”, mas,
apenas, atividades e custos envolvidos na implementação da proposta.
318. Este equívoco, tanto por parte da Secretaria do Esporte quanto das
convenentes na elaboração do Plano de Trabalho, corrobora a ausência de análise
detalhada do plano de trabalho e desconhecimento das ferramentas para
gerenciamento de programas sociais.
319. O TCU, em situações análogas, prolatou o Acórdão nº 1934/2009 – Plenário:

“(...) 9.7. determinar... observe com maior rigor as disposições contidas no art.
2ºda IN/STN 1/1997 c/c art.21 da Portaria Interministerial MP/MF/CGU
nº127/2008, primando pelo correto preenchimento do plano de trabalho
aprovado, especialmente quanto ao estabelecimento de metas, fases ou
etapas previstas para a consecução do objeto a ser executado, não admitindo
a celebração de convênios cujos planos de trabalho não se encontrem
devidamente formulados, (...)
Causas

320. Omissão dos gestores quanto à definição nos Editais de Chamamento


Público das metas e dos indicadores necessários para mensurar os resultados da
política adotada. Ausência de capacitação dos servidores responsáveis. Fragilidade
dos mecanismos de controle interno do Órgão.
Efeitos

321. Ineficiência da política pública. Desperdício de recurso público.


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Considerações do Auditado

322. No que tange ao Achado em análise, foram encaminhadas por meio do


Ofício nº 614/2014-GAB/SESP (fls. 158/159 e anexo II, vol. I e II), as seguintes
considerações:
“Os objetivos perseguidos são previstos nos Editais dos Chamamentos (ver
Editais de Chamamentos n°s 33 e 34, anexos), os quais serão utilizados como
parâmetro para avaliação das políticas públicas e programas de esporte
referente às ações desenvolvidas nos Centros Olímpicos, como vetores de
análise e impacto gerados.
As ações desenvolvidas nos Centros Olímpicos são catalogadas, monitoradas
e avaliadas pelo Núcleo de Monitoramento e Avaliação. Tal resultado é
banizador nas tomadas de decisões. (vide Relatório anexo)”

323. O citado relatório foi anexado aos autos (fls. 324/354 anexo II, vol.II), trazendo
informações sobre:
 Matrículas ativas;
 Alunos “cortados”;
 Alunos frequentes;
 Matriculas novas;
 Alunos reintegrados;
 Alunos em pré-matrícula;
 Alunos ausentes.
324. Em relação ao cumprimento das metas estipuladas nos Planos de Trabalho
aprovados pela Secretaria, não houve manifestação da SESP/DF.
Posicionamento da equipe de auditoria

325. Em que pese a importância dos controles do quantitativo de alunos


atendidos pelos Centros Olímpicos, a sistemática de avaliação e monitoramento tratada
neste achado se refere a projeto implementado pela Secretaria de Esporte, enquanto
política pública de inclusão social que busca o desenvolvimento de valores sociais,
dentre outros.
326. Nos documentos apresentados pela Secretaria de Estado do Esporte não há
referências ou análises acerca do desempenho do Projeto frente aos objetivos
estratégicos definidos, tais como incentivar a melhoria do desempenho escolar e das
condições de saúde dos participantes.
327. Destaca-se, entretanto, que os últimos editais de chamamento público
realizados pela SESP contemplam objetivos e indicadores passíveis de mensuração da
política pública, dentre eles, “incentivar a melhoria do desempenho escolar”, “melhorar
as condições de saúde e capacidade física dos participantes” e “contribuir para o
desenvolvimento do atleta do Programa Futuro Campeão” (fls. 118/119, anexo II, vol. I).
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328. Assim, pode-se reconhecer uma melhoria nos procedimentos, mas, ainda,
faz-se necessária a implantação de mecanismos de monitoramento e avaliação. Não é
demais lembrar que a definição de objetivos e metas estratégicas é imprescindível para
que se direcione as ações do projeto para o alcance dos resultados da política pública.
329. Nesse sentido, é essencial que a SESP promova o aperfeiçoamento da
gestão do Projeto Centros Olímpicos, de modo a elaborar relatórios gerenciais que
permitam avaliar os objetivos, metas, indicadores e ações pretendidos, e os
mecanismos de monitoramento e avaliação para fins de eventual correção do programa
e da tomada de decisão.
330. Quanto às metas previstas nos planos de trabalhos das entidades parceiras,
cumpre-nos, novamente, remeter à Lei nº 13.019/2014, que estabelece os requisitos do
plano de trabalho, conforme segue:
“Art. 22. Deverá constar do plano de trabalho, sem prejuízo da modalidade de parceria
adotada:
I - diagnóstico da realidade que será objeto das atividades da parceria, devendo ser
demonstrado o nexo entre essa realidade e as atividades ou metas a serem atingidas;
II - descrição pormenorizada de metas quantitativas e mensuráveis a serem atingidas e
de atividades a serem executadas, devendo estar claro, preciso e detalhado o que se
pretende realizar ou obter, bem como quais serão os meios utilizados para tanto;
III - prazo para a execução das atividades e o cumprimento das metas;
IV - definição dos indicadores, qualitativos e quantitativos, a serem utilizados para a
aferição do cumprimento das metas;(...)” (grifou-se)
Proposições

331. Sugere-se ao egrégio Plenário alertar à Secretaria de Estado do Esporte


que:
a) observe as disposições na nova Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo
regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferência
de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da
sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que trouxe novos
procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante denominado
“Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em especial, no tocante à:
1. descrição pormenorizada de metas quantitativas e
mensuráveis a serem atingidas e de atividades a serem
executadas, devendo estar claro, preciso e detalhado o que
se pretende realizar ou obter, bem como quais serão os
meios utilizados para tanto (art. 22, II).(Sugestão V.d)
2. determinação do prazo para a execução das atividades e o
cumprimento das metas (art. 22, III); (Sugestão V.e)
3. definição dos indicadores, qualitativos e quantitativos, a
serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas
(art. 22, IV). (Sugestão V.f)
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332. Propõe-se, ainda, determinar à SESP que, implemente indicadores


gerenciais que permitam o monitoramento e avaliação dos objetivos, metas e
resultados do Projeto Centros Olímpicos, de modo a propiciar o adequado
gerenciamento da política pública e permitir a correção e aperfeiçoamento do
programa. (Sugestão II.m)
333. Por fim, determine à SESP/DF que elabore e encaminhe ao Tribunal plano
de ação, conforme modelo apresentado no Anexo I do Relatório Final de Auditoria, com
o objetivo de implantar a medida descrita no parágrafo acima contendo cronograma
completo de ações, bem como a sequência de procedimentos que serão executados,
constando prazo e a unidade/setor responsável pela implementação. (Sugestão IV.a)
Benefícios Esperados
334. Possibilitar a avaliação da gestão e da política pública estabelecida com a
parceria.

2.2.2 Achado 10: Não comprovação do quantitativo de alunos atendidos pelo


Programa Centros Olímpicos

Critério: Controle no quantitativo de alunos atendidos

Análise e Evidência
335. Durante as visitas efetuadas constatou-se o baixo índice de frequência às
atividades nos Centros Olímpicos (PT19, págs. 152/163), fato corroborado em relatórios
acostados aos processos examinados (PT18, págs. 142/143).

“Na modalidade de Futsal, no horário de 15:25 às 16:25, faixa etária de 09 a 11


anos, são previstos 25 alunos. Para esta modalidade foram inscritos 07 e
estavam presentes 05 alunos;
(...)
Em relação ao número de alunos matriculados e presentes nas modalidades
esportivas oferecidas pelo Centro Olímpico do Recanto das Emas, de modo
geral, a comissão entende que é muito pequeno em relação ao previsto.”

336. Em consequência dessa observação, foram solicitadas à SESP informações


relativas ao quantitativo de alunos efetivamente atendidos, mensalmente, por
modalidade, em cada um dos Centros Olímpicos (fls. 43).

337. Comparando-se a resposta da Secretaria (fls. 45/67; PT13, págs. 38/330) com os
quantitativos de alunos matriculados nos Centros, conforme registros obtidos por
ocasião das visitas às Unidades, verificou-se divergência significativa, na forma do
quadro a seguir:
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Quadro 30: Comparativo entre quantitativos de alunos “Matriculados e “Informados” pela SESP -
Atividades Esportivas
abr/13 mai/13 jun/13
Centro Olímpico
Informado Matriculado Diferença Informado Matriculado Diferença Informado Matriculado Diferença
Riacho Fundo I 2.932 1.360 115,59% 3.120 1.509 106,76% 3.260 1.720 89,53%
Recanto das Emas 4.321 2.163 99,77% 4.642 3.193 45,38% 4.884 2.598 87,99%
Gama 5.276 2.143 146,20% 5.465 2.561 113,39% 5.557 2.572 116,06%
Santa Maria 3.860 1.684 129,22% 4.349 2.332 86,49% 4.641 2.691 72,46%
Estrutural 3.250 1.323 145,65% 3.547 1.748 102,92% 3.629 1.855 95,63%
Ceilândia 5.572 2.200 153,27% 5.843 2.624 122,68% 5.978 2.601 129,83%
Samambaia 6.765 2.653 154,99% 6.869 3.015 127,83% 7.038 3.363 109,28%
Média 4.568 1.932 134,96% 4.834 2.426 100,78% 4.998 2.486 100,11%
Fonte: Fls. 45/67; PT13, págs. 38/330

338. O gráfico a seguir demonstra o comparativo, pela média de atendimentos


nos meses de abril, maio e junho de 2013, relacionando os dados citados no parágrafo
anterior:

Figura 05: Comparativo de atendimentos (Informado e Matriculado)

7,000
6,000
5,000
4,000
3,000
Informado
2,000
1,000 Matriculado

Fonte:Fls. 45/67, PT13, págs. 38/330

Informações acerca dos quantitativos de alunos efetivamente atendidos,


encaminhadas pela Secretaria de Esporte, divergem em até 150%em relação ao
número encontrado nos Centros Olímpicos.

339. O controle do quantitativo de alunos atendidos pelos Centros Olímpicos é


fundamental para avaliação do gasto público alocado ao Programa.

340. Nesse sentido, as entidades convenentes, ao elaborarem os Programas de


Trabalho, estabelecem uma quantidade estimada de alunos a serem atendidos. O IAV,
a título de exemplo, estabeleceu um quantitativo estimado de 18.715 alunos. Em
consequência, houve previsão da aquisição e do fornecimento de 16.800 camisetas (PT
11, pág. 220). Com efeito, os convênios celebrados indicam que a SESP está arcando
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com custos baseados em quantitativos fixados nos Planos de Trabalho que não
correspondem à realidade.

341. Estes gastos estão refletidos no quantitativo de uniformes e de materiais


comprados acima da demanda real, nas estruturas de aulas dimensionadas para uma
maior quantidade de alunos, e, consequentemente, em todos os custos que se
realizaram proporcionalmente à demanda, como as palestras e os cursos de inglês e
de informática, configurando, ao final, ineficiência na aplicação dos recursos.
Causa
342. Deficiência no controle das metas fixadas. Fragilidade dos mecanismos de
controle interno. Falta de transparência na execução da política pública.
Efeitos
343. Falta de confiabilidade nas informações gerenciais. Não atendimento dos
alunos, conforme avençado nos convênios. Ociosidade de professores. Aumento de
custos da Administração Pública.
Considerações do Auditado

344. O Sr. Secretário de Esporte, por meio do Ofício nº 614/2014-GAB/SESP (fls.


158/159) e anexo II , vols. I e II, encaminhou a seguinte manifestação sobre o Achado:

“Juntamos, ao presente, o banco de dados, gravado em CD, na forma de anexo,


o qual, acreditamos esclarecer, de forma inconteste, os questionamentos.”

345. O CD foi acostado aos autos à fl. 355 do anexo II, vol. II, e neste consta as
lista de alunos matriculados por Centro Olímpico, subdivididos ainda por atividade
realizada, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2013.

Posicionamento da equipe de auditoria


346. As informações comparadas neste Achado foram as fornecidas pela SESP e
as colhidas nos Centros Olímpicos durante a realização dos trabalhos de campo desta
auditoria21.
347. Foram solicitados aos Centros Olímpicos o número de alunos matriculados
nos meses de abril, maio e junho de 2013, e posteriormente realizou-se a comparação
dos dados fornecidos pelos gerentes locais com os dados enviados pela
SESP/DF(Figura 5).
348. Em sua manifestação a Secretaria de Estado de Esporte do DF enviou-nos
dados referentes aos alunos matriculados nos Centros Olímpicos nos meses de
janeiro, fevereiro e março de 2013. Em razão da divergência de períodos não é
possível a verificação das informações prestadas pelo gestor.

21
Vide figura 5
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349. Ademais, a constatação da fiscalização demonstra que há falhas em


informações gerenciais essenciais para o sucesso do Projeto.
350. A implementação de qualquer indicador gerencial do Projeto passa,
necessariamente, pela existência de informações fidedignas acerca dos alunos
matriculados nos Centros Olímpicos.
351. Nesse sentido, o fato de, à época do trabalho de campo, a SESP possuir
dados divergentes dos gestores dos Centros, demonstra que a jurisdicionada deve
adotar medidas com vistas a melhorar o controle acerca das informações gerenciais,
de modo a permitir o adequado monitoramento e avaliação dos programa, bem como
dos custos envolvidos em cada uma das parcerias.
Proposições
352. Sugere-se ao egrégio Plenário determinar à Secretaria de Estado do Esporte
que:
a. adote medidas com vistas a garantir um controle fidedigno acerca do
quantitativo de alunos matriculados nos Centros Olímpicos, de modo a permitir
o adequado monitoramento e avaliação do programa, bem como o
gerenciamento dos custos envolvidos em cada uma das parcerias (Sugestão
II.n);
b. elabore e encaminhe ao Tribunal plano de ação, conforme modelo apresentado
no Anexo I do Relatório Final de Auditoria, com o objetivo de implantar a medida
descrita no parágrafo supra contendo cronograma completo de ações, bem
como a sequência de procedimentos que serão executados, constando prazo e
a unidade/setor responsável pela implementação (Sugestão IV.a);
353. Sugere-se, ainda, determinar à Secretaria de Estado do Esporte que,
doravante, avalie, nas prestações de contas parciais, se o quantitativo de alunos
atendidos pelas entidades parceiras está compatível com o previsto nos planos de
trabalho e com os registros da SESP, reavaliando, em caso de divergências, os gastos
com materiais e serviços que são proporcionais ao número de usuários, a exemplo de
cursos, materiais e uniformes (Sugestão III.f).

Benefícios Esperados

354. Otimizar os custos de acordo com estimativas de atendimento confiáveis.

2.3 Questão 3: As ações de manutenção garantem as boas condições de uso


das instalações esportivas?
A manutenção das instalações dos Centros Olímpicos visitados não tem
periodicidade definida e carece de planejamento prévio. A sistemática de manutenção, de
responsabilidade da SESP, mostra-se pouco efetiva, pois foram constatadas diversas
impropriedades nas instalações. A pista de atletismo construída no Centro Olímpico Parque da
Vaquejada (Ceilândia) para atender aos padrões da Confederação Brasileira de Atletismo, ao
custo de 2 milhões de reais, encontra-se em estado de deterioração, comprometendo a
realização de atividades.
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2.3.1 Achado 11: Condições inadequadas das instalações esportivas


Critério: Boas condições de uso das instalações.
Análise e Evidência
355. Foram visitados 6 (seis) Centros Olímpicos do Distrito Federal geridos
através de convênios entre entidades sem fins lucrativos e a Secretaria do Esporte. A
manutenção destes Centros Olímpicos é de responsabilidade da Secretaria, cabendo a
uma comissão gestora, subordinada à Subsecretaria de Administração de Espaços
Esportivos (SUBSAE), intermediar a relação entre convenente e concedente.
356. A sistemática de manutenção das instalações consiste no envio mensal de
relatório pelos Diretores dos Centros à supracitada Subsecretaria, onde constam todos
os reparos necessários e itens de manutenção a serem repostos (PT19, págs. 46/48,
91/95).
357. As evidências indicam que a sistemática não está sendo efetiva, haja vista
as falhas verificadas in loco na manutenção e conservação dos bens:
Quadro 36: Condições inadequadas das instalações esportivas
Problemas encontrados nas instalações/Constatações Centros Olímpicos

Recanto das Emas, Gama, Parque da Vaquejada,


Ausência de chuveiro/torneiras nos vestiários.
Estrutural e Gama.
Banheiros sem condições de uso. Gama e Ceilândia.

Fiação elétrica exposta, risco iminente. Recanto das Emas e Gama.

Santa Maria, Recanto das Emas, Estrutural e


Traves danificadas
Ceilândia.

Campo de areia com mato Recanto das Emas e Gama.

Caixa de areia de saltos com mato Recanto das Emas.

Pista de saltos sem tábua de impulsão Parque da Vaquejada (Ceilândia) e Santa Maria.

Pista de Atletismo danificada ou deteriorando Parque da Vaquejada (Ceilândia) e Santa Maria.

Falta grelhas de drenagem em pista de atletismo Parque da Vaquejada (Ceilândia).

Falta aro na tabela de basquetebol Gama.

Piscina interditada / inadequada Gama e Riacho Fundo I.

Falta cadeado na piscina Riacho Fundo I.

22
Interdição de banheiros para PCD Parque da Vaquejada (Ceilândia).

Ausência de acesso para PCD. Gama.

Gama, Recanto da Emas, Parque da Vaquejada,


Estacionamentos sem demarcação de vagas para PCD.
Santa Maria e Riacho Fundo I.

Fonte: Registros fotográficos obtidos nas visitas (PT19)

22
Pessoas com Deficiência.
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358. Questão relevante diz respeito à ausência de manutenção da pista de


atletismo do Centro Olímpico denominado “Parque da Vaquejada”, situado na Quadra
QNP 21 da Ceilândia. Trata-se de um dos Centros Olímpicos mais completos em termo
de estrutura esportiva, o único com pista de atletismo que teria as medidas oficiais.

359. Em vista efetuada em 02/07/2013, constatou-se ausência de Planos de


Manutenção para a pista de atletismo. Em consequência, observou-se que está se
iniciando um processo de ondulação devido ao deslocamento do material sintético da
base da pista. Em alguns locais, o material sintético está se deteriorando. Nos setores
de saltos em distância e triplo, não há tábua de impulsão. Por fim, não foi colocada
grelha de drenagem nas áreas de acesso aos setores de saltos e não há borda na raia
01 da pista (PT19, págs. 21/32).

Figura 06: “Pista de Atletismo deteriorando”, “Falta grelha drenagem” e “Falta tábua de impulsão” (Ceilândia 02/07/13)

Fonte: PT19

360. Apesar de o Caderno de Especificações da Obra estabelecer que a


construção deveria atender ao padrão e às normas aprovadas pela IAAF (Associação
Internacional das Federações) e pela CBAt (Confederação Brasileira de
Atletismo)(PT10, pág.51), a situação encontrada demonstra que a pista pode não atender
as exigências para a realização de competições oficiais. A título de exemplo:

(i) Não há setores de lançamento de disco e do martelo (PT19, pág. 14/20);


(ii) As pistas de saltos triplo e distância foram construídas em local incompatível (área
interna à pista) com a disposição prevista para pistas oficiais, conforme Confederação
Brasileira de Atletismo (PT10, pág. 03, 51; PT19, pág. 28/32 );
(iii) Não há grades para separar a arquibancada da raia “08” da pista (PT19, pág. 09/13);
(iv) Há curta distância entre a arquibancada e a raia “08” (cerca de 1,58m), o que pode
prejudicar a segurança do atleta nas competições. A título de comparação, na pista do CIEF
essa distância é de cerca de 10 (dez) metros (P19, págs. 09/13);
(v) Não há setor apropriado para os atletas fazerem aquecimento para corridas;
(vi) Não há local para depósito de material esportivo próximo à pista de atletismo, a
exemplo do colchão para salto em altura.
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Figura 07: Falta setor de lançamentos de dardo e Irregularidade na localização da arquibancada (Ceilândia) (02/07/2013)

Fonte: PT19

361. O volume de recursos destinados à construção da pista de atletismo do


Parque da Vaquejada foi vultoso, conforme tratado no Processo TCDF n.º 17.418/2008
(R$2.173.273,21). De acordo com aqueles autos, a pista de atletismo teria que
obedecer às medidas oficiais estabelecidas pela Confederação Brasileira de Atletismo.

362. Assim, diante do alto investimento realizado na construção dos Centros


Olímpicos, e envolvidos na execução do Projeto, é de extrema relevância o
estabelecimento de uma sistemática eficiente para manutenção das instalações,
visando resguardar o patrimônio público e a saúde e segurança dos usuários.

Causas

363. Ausência de planos de manutenção preventivo nos equipamentos


esportivos. Inexistência de normativo que defina responsabilidades, procedimentos e
prazos da atividade de manutenção. Construção da pista de atletismo em desacordo
com o Projeto Básico.

Efeitos

364. Comprometimento da saúde e segurança dos usuários. Submodalidades do


Atletismo não são exercidas em sua plenitude. Deterioração das instalações, podendo
resultar no incremento de custos e no risco de perda total de alguns equipamentos em
um curto período de tempo.

Considerações do Auditado

365. No que tange ao Achado em análise, foram encaminhadas por meio do


Ofício nº 614/2014-GAB/SESP (fls. 158/159 e anexo II, vol. I e II), as seguintes
considerações (fl. 76, anexo II, vol. I):
“Esta Pasta tem promovido rotineiro e diário levantamento acerca da
necessidade de reparos e/ou manutenção nos próprios desta Pasta.
Considerando os numerosos Centros Olímpicos e sua grandiosidade, trata-se
de ação que muito tem requerido desta Secretaria.
Apesar dos escassos recursos orçamentários-financeiros, esta Administração
tem buscado prover tais bens patrimoniais de suas necessidades, de forma a
mantê-los em condições adequadas para funcionamento.
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Atualmente, esta Pasta, em esforços conjuntos com a NOVACAP, pretende


realizar uma contratação ampla, que favoreça o continuo, adequado e
necessário tratamento de tais bens imóveis, o que tem encontrado dificuldades
no aspecto orçamentário-financeiro.
No que tange à acessibilidade, todos os Centros Olímpicos têm vagas
exclusivas para pessoas com deficiência. Algumas ainda não foram sinalizadas
com pintura, mas há reserva garantida pela colocação de cones.”

366. Em relação à construção da pista de atletismo em desacordo com o Projeto


Básico, não houve manifestação da Secretaria de Estado do Esporte.

Posicionamento da equipe de auditoria

367. Depreende-se da manifestação que a Secretaria reconhece a necessidade


de promover contínua e adequada manutenção nos prédios administrados pela Pasta,
afirmando a intenção de realizar contratação para realizá-la. Ademais, confirma a
ausência de sinalização adequada para garantir à acessibilidade.
368. Assim, não foram trazidos aos autos fatos novos ou documentações que
alterassem as evidências anteriormente coletadas.
369. Quanto à construção da pista de atletismo do Parque da Vaquejada sem
atender as exigências oficiais, registra-se que tramita nesta Corte o processo nº
17.418/2008, que tem por objeto verificar se os serviços executados atenderam às
especificações constantes dos editais e projetos, nos aspectos de quantidade e
qualidade, dentre outros.
370. Cabe ressaltar que a dificuldade encontrada pela SESP no tocante à
obtenção de recursos orçamentários-financeiros para promover a adequada
manutenção das instalações vai de encontro à decisão da pasta em promover a
inauguração de novos Centros Olímpicos, sendo que em 2014 foram instalados mais
dois novos Centros: Sobradinho e Ceilândia – Setor “O”.
371. Mostra-se extremamente temerário ao patrimônio público a construção e
inauguração de novas unidades, sem que haja recursos orçamentários-financeiros que
garantam a adequada manutenção do bem público. É sabido que, se não houver
investimentos de conservação nessas unidades, haverá o desgaste natural dos
imóveis, comprometendo, até mesmo, a continuidade de todo o programa.
Proposições
372. Sugere-se ao egrégio Plenário determinar à Secretaria de Estado do Esporte
que:

I. implemente rotinas sistematizadas de inspeção periódica da


infraestrutura dos Centros Olímpicos, de modo a identificar as
demandas prioritárias; (Sugestão II.e)
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II. elabore e implemente um plano de manutenção preventivo e corretivo


de todas as instalações esportivas destinadas ao projeto Centros
Olímpicos, visando à segurança dos usuários e à adequada
conservação do patrimônio público; (Sugestão II.f)
III. avalie, previamente à construção e inauguração de novas unidades dos
Centros Olímpicos, a existência de recursos orçamentários-financeiros
suficientes para garantir a adequação conservação do patrimônio
público;(Sugestão II.g)
373. Determinar à SESP, ainda, que elabore e encaminhe ao Tribunal plano de
ação, no prazo de noventa dias, conforme modelo apresentado no Anexo I do Relatório
Final de Auditoria, para implementação das medidas descritas nos itens I e II supra,
contendo cronograma completo de ações, bem como a sequência de procedimentos
que serão executados, constando prazo e a unidade/setor responsável pela
implementação (Sugestão IV.a).

Benefícios Esperados

374. Instalações esportivas em satisfatórias condições de uso permanentemente;


redução dos custos de manutenção.

2.4 Questão 4: Os Centros Esportivos oferecem segurança e acessibilidade


aos usuários?
Como ponto positivo, observou-se que em todos os centros esportivos adotam-se
procedimentos para evitar saída de crianças desacompanhadas dos responsáveis. No entanto,
observou-se necessidade de aprimoramento e padronização dos procedimentos de matrícula.
Constatou-se a necessidade de maior preocupação com presença dos salva-vidas na área das
piscinas e a necessidade de adaptação da piscina do Centro Olímpico do Gama para a
realização de atividades esportivas. Verificou-se que é preciso melhorar as condições de
acessibilidade para as pessoas portadoras de necessidades especiais que utilizam os centros
esportivos. Por fim, é preciso que a Secretaria de Educação providencie a realização de
vistorias do Corpo de Bombeiros para permitir o uso seguro das instalações.

2.4.1 Achado 12: Falhas de segurança nos Centros Olímpicos


Critério: Diretrizes do Programa Centros Olímpicos; Normas de Segurança (Decreto
n.º 21.361, de 20/07/2000; Norma Técnica n.º 009/2002-CBMDF; Lei n.º 1.709, de
13/10/1997); Planos de Trabalho das entidades convenentes.

Análise e Evidência

Procedimento de matrícula não padronizado


375. Nos Centros Olímpicos Ceilândia – Parque da Vaquejada, Gama, Recanto
das Emas, Santa Maria, Estrutural, Gama, Setor “O” e Riacho Fundo I as vagas
disponíveis para as atividades esportivas são fixadas em painéis nas paredes ou nos
portões dos Centros Olímpicos, o que ocorre no primeiro dia útil do mês. Os usuários
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chegam ao centro esportivo de madrugada para garantir a vaga, pois o procedimento


de matrícula obedece a prioridade por ordem de chegada.
376. Foram constatadas reclamações acerca do procedimento de matrícula no
Centro Olímpico do Gama23.

“(...) Quero deixar a minha reclamação registrada, pois fui informada no centro
olímpico do Gama que as inscrições para as vagas de voleibol para a minha filha de
09 anos seriam feitas no dia 01.02.2013, cheguei lá por volta das 05:50 da manhã e
o "guardinha" por volta das 06:50 ligou para alguém e esta pessoa informou que
não haveriam inscrições para nenhuma modalidade e nenhuma idade na data de
hoje que todas seriam no dia 05.02.2013. Ressalto que isso é uma falta de respeito,
pois no cartaz que estava lá pregado, havia uma informação diferente. Ressalto que
isso é uma tremenda falta de respeito, pois tive que acordar de madrugada, deixar
a minha filha na casa dos "outros" e correr risco de ser assaltada ficando em uma
fila na madrugada. Peço que este órgão tenha mais respeito para com o cidadão,
pois somos trabalhadores pagadores de impostos e merecemos o mínimo de
respeito. (...)”. (grifou-se)

377. Na Escola de Esporte do Complexo Poliesportivo Ayrton Senna, a SESP já


adota o procedimento de sorteio quando a demanda por vaga demonstra-se superior à
capacidade instalada24. Portanto, não se visualizam motivos para adoção de
procedimento diverso.

378. Considerando-se que um dos principais objetivos para a instalação dos


Centros Olímpicos é a diminuição da exposição dos jovens aos riscos da Comunidade,
entende-se que este seria minimizado com a utilização de sorteios para o
preenchimento destas vagas.

Piscina construída sem critérios de segurança

Análise e Evidência
379. Durante a visita realizada no Centro Olímpico do Gama foi constatado que a
piscina utilizada para aulas de natação possui 2,20m de profundidade, impossibilitando
que pessoas que não saibam nadar utilizem a mesma. Foi afixado na entrada do
centro esportivo o seguinte aviso: (PT19, págs. 84/90).

23
http://www.gamacidadao.com.br/participe-cidadao/fala-cidadao. Consulta em 06/08/2013.
24
http://www.df.gov.br/noticias/item/5117-gdf-abre-vagas-para-escola-de-esporte.html. Consulta em 06/08/2013.
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Figura 08: Piscina sem critério de segurança

Fonte: PT19

380. A Coordenação do Centro Olímpico do Gama alega ter solicitado diversas


vezes a plataforma de polipropileno que elevaria o fundo da piscina, aumentando assim
suas possibilidades de utilização, mas não foi atendida, ainda que conste do Plano de
Trabalho a aquisição de tal equipamento.

381. Alerta-se que, conforme tratado no Achado 03, há necessidade de


justificativa da significativa diferença percentual entre os preços das plataformas para
piscina que constam dos Planos de Trabalho das entidades IAV e LINS.

Falta de laudo de vistoria do CBMDF que comprove a segurança das instalações e


equipamentos.
382. Nas visitas efetuadas nos Centros Olímpicos não foram obtidos documentos
comprobatórios de Autorização de Funcionamento e os Laudos de Vistoria do Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).

383. Portanto, não há comprovação de que os Centros Olímpicos possuem os


equipamentos e a estrutura exigida para permitir a segurança dos usuários que estão
sendo atendidos.

384. O Decreto n.º 21.361/2000 aprovou o Regulamento de Segurança Contra


Incêndio e Pânico do Distrito Federal. Referida Norma estabelece os requisitos
mínimos exigíveis nas edificações e no exercício de atividades com vista à proteção
das pessoas e dos bens públicos e privados.

385. Os Laudos de Vistoria permitiriam aferir o cumprimento da referida norma e


de outros regulamentos e exigências do CBMDF para atestar a regularidade do
funcionamento dos Centros Olímpicos, inclusive quando da realização de atividades
eventuais que estimulem a concentração de público superior a 200 (duzentas) pessoas
(Norma Técnica n.º 009/2002-CBMDF).
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Ausência de salva-vidas e de equipamentos para segurança


386. Piscinas dos Centros Olímpicos foram encontradas sem a vigilância de
salva-vidas durante as atividades esportivas. Em alguns Centros Olímpicos esses
profissionais foram encontrados em quantitativo inferior ao previsto nos Planos de
Trabalho.

387. De acordo com os Planos de Trabalho, as entidades apropriaram e


repassaram à SESP custos referentes à locação de 03 (três) salva-vidas com carga
horária semanal de 40 (quarenta) horas.

388. O Quadro a seguir demonstra as divergências entre os quantitativos de


salva-vidas encontrados nos dias das visitas e os efetivamente pagos com recursos da
SESP.

Quadro 38: Quantidade de salva-vidas encontrados nos Centros Esportivos


Quantitativo de salva-vidas
Data da Visita Centro Olímpico
Previsto e Pago Encontrado
03/07/2013 Estrutural 3 1
16/07/2013 Santa Maria 3 0
16/07/2013 Gama 3 1
Fonte: PT11, págs. 166, 276

389. Nos dias das visitas foram encontrados Centros Esportivos em que as
piscinas não estavam sob vigilância de salva-vidas, apesar de o Plano de Trabalho
prever a carga horária semanal de 40 (quarenta) horas para esses profissionais.

390. As grades que cercam as piscinas de todos os Centros Olímpicos, exceto o


do Gama, não impedem o acesso das crianças, o que demonstra a necessidade de
que os salva-vidas estejam sempre presentes no local, mesmo quando não estiverem
sendo realizadas atividades aquáticas, pois há o risco de acesso não autorizado de
alunos de outras modalidades esportivas (PT19, págs. 58/59, 127/128, 132/135).

391. A Lei n.º 1.709, de 13 de outubro de 1997, trata da obrigatoriedade de


vigilância nas piscinas públicas, inclusive quanto à exigência de salva-vidas habilitados
e de equipamentos de segurança.

392. Nos Centros Olímpicos visitados não foram encontrados os equipamentos


exigidos por meio do art. 1º da Lei n.º 1.709/1997:

“Art. 1º As piscinas de uso público ou coletivo, quando em funcionamento, deverão


estar sob a vigilância de salva-vidas habilitados, na proporção de um para cada
trezentos metros quadrados.
§ 1º Nenhuma piscina pública poderá ser utilizada, sem prejuízo de outras
providências necessárias, sem estar dotada dos seguintes equipamentos:
I - cadeira própria de salva-vidas, com altura mínima de um metro e meio;
II - boias presas por cordas;
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III - varas compridas;


IV - cilindro de oxigênio com capacidade mínima de 1,5 m3 (um metro cúbico e
quinhentos decímetros cúbicos).”

393. De acordo com o Ministério da Saúde, em média, seis crianças de até 14


anos morrem afogadas mensalmente em piscinas do País (PT20, págs. 3 e 5).
394. Estudos da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, e dados
complementares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal25, demonstram o número
de mortes por afogamento no Distrito Federal de 2006 a 2013 (PT20, págs. 12, 18):

Quadro 39: Número de Afogamentos ocorridos no DF

Ano N.º (%)


2006 54 19%
2007 50 18%
2008 49 17%
2009 49 17%
2010 23 8%
2011 23 8%
2012 26 9%
2013(*) 8 3%
Total 282 100%
(*) Até 15/03/2013
Fonte: Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático e CBMDF (PT20)

395. De acordo como CBMDF, mais de 70% das mortes por afogamento ocorrem
com crianças abaixo dos 12 anos, e representa a segunda causa de morte entre
crianças de 5 e 9 anos de idade, só perdendo para doenças infecciosas.
396. Os Estudos registram que os afogamentos em piscinas representam
cerca de 52% de todos os casos de óbito de crianças até 9 anos de idade. (PT20,
pág. 18).

397. Além da perda irreparável para a família em decorrência dos óbitos, segundo
as pesquisas, as estimativas de custos mostram que o Brasil gasta anualmente cerca
de 228 milhões de dólares com os atendimentos médicos e demais gastos
relacionados. O SUS registra, mensalmente, custos em torno de R$1,2 milhão para
atendimentos relacionados a afogamentos (PT20, pág. 15).
398. Ademais, no Brasil, reiteradas Decisões Judiciais têm condenado instituições
públicas e privadas à indenização, por danos morais, às famílias de crianças mortas
em piscinas (PT20, págs. 27/38).

25
http://globotv.globo.com/rede-globo/dftv-1a-edicao/v/afogamento-e-a-segunda-maior-causa-de-morte-de-criancas-
no-df/2461456/
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399. A título de exemplo, o Distrito Federal foi obrigado a indenizar família de


criança morta em piscina, conforme consta da sentença do juiz da 4ª Vara da Fazenda
Pública do DFO (Processo: 2006.01.1.037615-3) (PT20, págs. 28/29).
400. Para o juiz, a responsabilidade estatal não pode ser afastada. O ente público
tem a obrigação de adotar os cuidados necessários, como a colocação de grades de
proteção na piscina e manutenção de vigilância do local, “até porque é sabido que
crianças têm uma forte atração por água e a possibilidade de afogamento era algo totalmente
previsível.” (PT20, pág. 28)

Em média 6 (seis) crianças de até 14 anos morrem afogadas por mês em


atividades em piscinas no País, segundo dados do Ministério da Saúde.

Causa
401. Utilização de diferentes critérios para disponibilização das vagas aos
usuários dos Centros Olímpicos. Falha na coordenação das atividades.

402. Falta de planejamento na construção de instalação esportiva.

403. Não realização das vistorias do CBMDF.

404. Falha na fiscalização da execução dos serviços do convênio. Os servidores


que acompanharam as visitas desconheciam o quantitativo de salva-vidas que
constavam dos Planos de Trabalho. Deficiências na vigilância das piscinas.

Efeito
405. Nos casos em que se estabeleceu o critério de ordem de chegada, há um
aumento da exposição dos alunos aos riscos.

406. Restrição de uso e perda da função principal, haja vista que as aulas de
natação, preferencialmente, consistem em ensinar a nadar. Uso restrito das instalações
para todos os esportes aquáticos.

407. Possível falta de equipamentos e de estrutura mínima necessária para


garantir a segurança física dos usuários dos Centros Olímpicos.

408. Possibilidade de ocorrência de afogamentos, o que tem ocorrido nas


piscinas das unidades escolares do Brasil.
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Considerações do Auditado
409. Na documentação encaminhada pela Secretaria, em anexo ao Ofício nº
614/2014-GAB/SESP (fls. 158/159 e anexos II, vol. I e II), houve manifestação acerca de
todos os tópicos discutidos neste achado.
410. Em relação ao tópico “Procedimento de matrícula inadequado”, a Secretaria
alega, na parte que interessa (fls. 76/77, anexo II, vol. I):
“ Desde o início dos trabalhos não foi relatado nenhuma experiência que tenha
colocado em risco a segurança do candidato a aluno (a), nas dependências dos
Centros Olímpicos. De acordo com a disponibilidade de vagas é oportunizado para
que novos sejam matriculados assim que a vaga esteja disponível, sem qualquer
violação dos direitos.
O quadro de vagas disponibilizadas a cada mês é uma maneira de garantirmos
que as pessoas que se interessem em realizar uma atividade esportiva sejam
atendidas, uma vez que se este mês não houver disponibilidade na modalidade
desejada, poderá fazer outra modalidade e no mês seguinte poderão tentar
novamente.
No ato da pré-matrícula, o interessado irá receber a lista de documentos
necessários para a prática esportiva, e deixará a sua vaga reservada por um
período de 20 dias, tempo que ele deve retornar com os documentos, efetivar sua
matrícula e dar início às aulas, podendo este prazo ser estendido se comprovado o
motivo da necessidade, como por exemplo agendamento para o exame médico e
atestado médico.
O procedimento de sorteio foi utilizado na inauguração dos Centros Olímpicos,
pois a procura era muito grande, pelo fato de ser a primeira oportunidade das
pessoas praticarem uma atividade esportiva em um local apropriado.
No Centro Olímpico do Setor 0, a procura é permanentemente grande em todas
as modalidades, portanto, quando houve possibilidade de abrirmos vagas foi
realizado o sorteio. Mas já temos relatos de reclamação em relação aos sorteios.
Desta forma será realizado uma pesquisa nos onze Centros Olímpicos com o
intuito de verificar com a comunidade o seu desejo quanto a forma de ingresso nos
Centros Olímpicos se por sorteio ou conforme tem ocorrido até o momento.”
411. Em relação ao tema “Piscina construída sem critérios de segurança”, a
jurisdicionada alegou não ser responsável pela construção dos Centros Olímpicos, e
que há previsão para colocação de plataformas na piscina do Gama.
412. Sobre o tópico “Falta de laudo de vistoria do CBMDF que comprove a
segurança das instalações e equipamentos”, a secretaria informou que está em fase de
providências.
413. Em relação a “Ausência de salva-vidas e de equipamentos para segurança”,
a jurisdicionada manifestou-se conforme segue:
“Com relação à segurança nas piscinas, todas dispõem de serviço de salva-vidas 100%
do horário em que as mesmas estão liberadas para atividades.
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Nos demais horários, o vigilante do Centro Olímpico está orientado a não permitir
nenhum acesso às mesmas”

414. Complementarmente, anexa aos autos as escalas de trabalho dos salva-


vidas dos centros olímpicos (fls. 31/39 do Anexo II, vol. I).

Posicionamento da equipe de auditoria

415. Em relação ao procedimento de matrícula, a solução apresentada pelo


gestor consultando a população acerca do procedimento mais adequado nos parece
satisfatória.
416. Independente da construção e entrega de um equipamento esportivo
inadequado, a piscina do Gama precisa ser adequada para utilização, sendo através de
reforma ou da colocação de plataformas que reduzam sua profundidade. A
responsabilidade pela administração e utilização segura das instalações dos Centro
Olímpicos é da Secretaria de Esporte do DF.

417. Quanto às providências para vistoria e emissão do laudo pelo Corpo de


Bombeiros - CBMDF, por objetivar a garantia da segurança da população, deve ser
providenciado com a maior celeridade possível.

418. Em que pese a SESP/DF afirmar a presença de salva-vidas 100% do tempo


que os Centros Olímpicos estão em funcionamento, esta afirmação diverge da situação
encontrada durante a realização dos trabalhos de campo desta auditoria ( Quadro 38).

419. Assim, as informações encaminhadas não são suficientes para afastar as


evidências apontadas pela fiscalização no trabalho de campo.

Proposições

420. Sugere-se ao egrégio Plenário determinar à Secretaria de Estado que:

a) adote procedimentos para ampliar e permitir o uso seguro das


piscinas dos centros esportivos, tais como colocação de
plataformas ou reformas para adequação da profundidade da
piscina (Sugestão II.h);
b) proceda a fiscalização periódica da execução dos serviços de
convênios, em especial da frequência dos funcionários
responsáveis pela segurança dos usuários das piscinas, de forma
a verificar o cumprimento das obrigações da convenente
(Sugestão II.i);
c) solicite às convenentes que orientem os profissionais contratados
quanto à necessidade de vigilância ampla e irrestrita das piscinas
durante o horário de funcionamento do Centro Olímpico
(Sugestão II.j);
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d) adote medidas para a realização de vistorias nos Centros


Olímpicos pelo Corpo de Bombeiro Militar do DF, de modo a obter
Autorização de Funcionamento e Laudos de Vistorias das
instalações (Sugestão II.k).
421. Por fim, sugere-se que o Tribunal determine à SESP/DF que elabore e
encaminhe ao Tribunal, no prazo de 90 dias, plano de ação, conforme modelo
apresentado no Anexo I do Relatório Final de Auditoria, com o objetivo de implantar as
medidas descritas nos itens “a” e “d” supra, contendo cronograma completo de ações,
bem como a sequência de procedimentos que serão executados, constando prazo e a
unidade/setor responsável pela implementação. (Sugestão IV.a)

Benefícios Esperados

422. Assegurar o uso amplo e seguro das instalações esportivas; melhor controlar
o cumprimento das obrigações das entidades convenentes.

2.4.2 Achado 13: Falhas de acessibilidade às instalações


Critério: Instalações acessíveis para pessoas com deficiência.
Análise e Evidência
423. As visitas efetuadas nos centros esportivos tiveram como objetivo, quanto à
verificação do item “Acessibilidade”, examinar os seguintes questionamentos:

Quadro 37: Itens de verificação quanto à acessibilidade


Acessibilidade
O estacionamento do C.O possui vagas exclusivas para pessoas com deficiência?
Há turma específica para atender pessoas com deficiência?
Os pessoas com deficiência estão integrados em turma regular?
Nas instalações há calçadas e rampas de acesso para pessoas com deficiência?
Há banheiros adaptados para pessoas com deficiência?
Há rampa de acesso/equipamentos que permitam o uso das piscinas por pessoas com deficiência?
Fonte:PT09i

424. Constatou-se que em todos os centros esportivos há necessidade de


demarcação de vagas exclusivas para pessoas com deficiência. Apenas na Estrutural
constatou-se a demarcação prevista nas normas de acessibilidade.

425. No centro esportivo do Gama constatou-se que não há calçada de acesso


para os deficientes à Secretaria do Centro Olímpico (PT19, págs. 60/62). Ainda, os
deficientes precisam percorrer um caminho longo para ter acesso à pista de Atletismo e
quadras esportivas. Por fim, constatou-se também que não há acessibilidade para os
cursos de informática e de inglês, pois são realizados na parte superior do Ginásio,
cujo acesso restringe-se ao uso de escadas.
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Causas
426. Inobservância de normas de acessibilidade na construção do Centro
Esportivo.

Efeitos
427. Restrição à mobilidade e à participação de pessoas com deficiência nas
atividades desenvolvidas no Centro Esportivo.

Considerações do Auditado
428. A Secretaria de Estado do Esporte se posicionou no que tange ao Achado
em questão26 afirmando haver realizado visita in loco acerca das constatações da
presente auditoria e afirmou a existência de vagas exclusivas para deficientes em todos
os Centros Olímpicos, garantidos pela colocação de cones até a realização das
pinturas necessárias (fls. 82/88, anexo II, vol. I).

429. Informam a alteração do local para realização de cursos profissionalizantes


no Centro Olímpico do Gama, garantindo assim o acesso aos portadores de
deficiência. Afirmam ainda que nunca houve restrição da participação de portadores de
deficiência nos Centros Olímpicos.
430. Acrescentam ainda haver solicitado à NOVACAP e à AGEFIS que procedam
às ações necessárias para o levantamento de todas as pendências para realização de
procedimento licitatório, com o objetivo de sanar todas as falhas relacionadas à
acessibilidade27.
Posicionamento da equipe de auditoria
431. Em que pese a alegação da Secretaria da existência de vagas destinadas às
pessoas com deficiência, estas continuam sem demarcação conforme relatado. Quanto
às demais falhas, apesar das providências informadas, elas ainda não foram corrigidas.
432. Em relação aos cursos de inglês e informática sem garantia de
acessibilidade, é importante lembrar que seja garantido em todos os Centros Olímpicos
o fácil acesso aos portadores de deficiências.
Proposições

433. Sugere-se ao egrégio Plenário determinar à Secretaria de Estado do Esporte


que:

a) providencie as alterações necessárias para a adequação das instalações dos


Centros Olímpicos às normas de acessibilidade, garantindo o acesso às
pessoas com deficiência (Sugestão II.l).

26
Ofício nº 614/2014 – GAB-SESP (158/159) e anexos II e III
27
Documentos acostados aos autos fls. 356/357 do anexo III.
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b) elabore e encaminhe ao Tribunal plano de ação, no prazo de 90 dias, conforme


modelo apresentado no Anexo I do Relatório Final de Auditoria, com o objetivo
de implantar a medida descrita no item acima contendo cronograma completo de
ações, bem como a sequência de procedimentos que serão executados,
constando prazo e a unidade/setor responsável pela implementação. (Sugestão
IV.i)
Benefícios Esperados
434. Garantia de acesso às pessoas com deficiência.

3 Conclusão

435. A presente auditoria visou examinar a regularidade das despesas e os


resultados da gestão dos Centros Olímpicos do Distrito Federal, havendo o trabalho se
desdobrado em quatro questões de auditoria.
436. Na primeira questão, foram constatadas falhas nos procedimentos adotados
para a seleção de entidades convenentes, principalmente pela ausência de análise
técnico-financeira dos custos envolvidos no Plano de Trabalho, definição de prazos
inexequíveis para a apresentação das propostas e celebração de convênio com
entidade sem experiência e com objeto social incompatível com o do convênio.
437. Ainda nesta questão, foram constatadas discrepâncias nos gastos com
publicidade entre as convenentes e no repasse de recursos para entidade
inadimplente.
438. Em relação à segunda questão, a Secretaria de Estado do Esporte não
estabeleceu indicadores e as metas específicas para aferição dos resultados do
Programa, tornando impossível a averiguação do cumprimento de seu objetivo, assim
como sua eficácia e efetividade.
439. Na terceira questão, entendeu-se que a manutenção nos Centros Olímpicos
não tem periodicidade definida, assim como não há planejamento prévio, sendo a
sistemática de manutenção pouco efetiva.
440. Por fim, na quarta questão, constatou-se a necessidade de maior
preocupação com presença dos salva-vidas na área das piscinas, necessidade de
adaptação de algumas instalações, e ainda, de melhoria das condições de
acessibilidade para pessoas com deficiência.
441. Conclui-se, portanto, pela existência de falhas na gestão dos convênios
firmados pela Secretaria de Estado do Esporte do Distrito Federal com instituições
privadas sem fins lucrativos para implantação do Programa “Centros Olímpicos”.
442. Por fim, os processos nos 30.950/2012, 33.032/2011 e 8.296/2013 podem
ser desapensados, uma vez que não há providências a serem adotadas em relação
aos mesmos, os quais foram utilizados para subsidiar o planejamento da presente
fiscalização.
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4 Considerações Finais
443. No presente Relatório de Auditoria, foram propostas responsabilizações
conforme a tabela a seguir:

TABELA DE RESPONSÁVEIS
Data de
Sanção / Valor do Ref.
Nº Nome Completo CPF ou CNPJ constituição
Débito¹ débito (§)²
do débito
Multa, 320
1 João Paulo Teixeira 010.823.261-19 N/A N/A
art. 57, II
Multa, 320
2 José Landim Rosa 822.012.851-87 N/A N/A
art. 57, II
¹Quando sanção, indicar se é multa ou inabilitação e o respectivo fundamento legal (artigo da LOTCDF),
por exemplo: “multa (art. 57, II)”, colocando N/A nas demais colunas. Em caso de débito, apenas
escrever “débito”, preenchendo as demais colunas.
²Indicar o parágrafo do Relatório referente à matriz de responsabilização preenchida para o responsável.

5 Proposições

444. Ante o exposto, Sugere-se ao egrégio Plenário:


I) tomar conhecimento:
a. do presente Relatório de Auditoria, de fls. 181/292;
b. dos documentos acostados às fls. 150/159 e anexo II.
II) determinar à Secretaria de Estado do Esporte do Distrito Federal que:
a. dote a Unidade de Controle Interno com quantitativo adequado de
recursos humanos, de modo a garantir o cumprimento das
obrigações previstas no Decreto nº 34.195/13, em especial, no
tocante ao acompanhamento dos recursos transferidos a entidades
privadas, mantendo arquivado cópia dos pareceres com as
medidas propostas para resguardar o patrimônio público;
b. estabeleça, no processo de chamamento público, prazo mínimo de
8 dias úteis entre a publicação do edital de chamamento e a
entrega dos planos de trabalho, visando garantir a isonomia na
seleção (Achado 1);
c. exija, caso promova a avaliação do corpo gerencial em editais de
chamamento público, que os profissionais façam parte da diretoria
da entidade e que participem efetivamente da execução do projeto,
face à natureza intuitu personae do ajuste (Achado 5);
d. avalie as ações contempladas nos planos de trabalho propostos
pelas entidades parceiras e adote medidas para garantir a
eficiência na aplicação dos recursos, em especial, no tocante aos
gastos com anúncios para contratação de pessoal (Achado 6);
e. implemente rotinas sistematizadas de inspeção periódica da
infraestrutura dos Centros Olímpicos, de modo a identificar as
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demandas prioritárias; (Achado 11);


f. elabore e implemente um plano de manutenção preventivo e
corretivo de todas as instalações esportivas destinadas ao projeto
Centros Olímpicos, visando à segurança dos usuários e à
adequada conservação do patrimônio público; (Achado 11);
g. avalie previamente à construção e inauguração de novas unidades
dos Centros Olímpicos a existência de recursos orçamentários-
financeiros suficientes para garantir a adequação conservação do
patrimônio público (Achado 11);
h. adote procedimentos para ampliar e permitir o uso seguro das
piscinas dos centros esportivos, tais como colocação de
plataformas ou reformas para adequação da profundidade da
piscina (Achado 12);
i. proceda à fiscalização periódica da execução dos serviços de
convênios, em especial da frequência dos funcionários
responsáveis pela segurança dos usuários das piscinas, de forma a
verificar o cumprimento das obrigações da convenente (Achado
12);
j. solicite às convenentes que orientem os profissionais contratados
quanto à necessidade de vigilância ampla e irrestrita das piscinas
durante o horário de funcionamento do Centro Olímpico (Achado
12);
k. adote medidas para a realização de vistorias nos Centros
Olímpicos pelo Corpo de Bombeiro Militar do DF, de modo a obter
Autorização de Funcionamento e Laudos de Vistorias das
instalações (Achado 12);
l. providencie as alterações necessárias para a adequação das
instalações dos Centros Olímpicos às normas de acessibilidade,
garantindo o acesso à população portadora de deficiência (Achado
13);
m. implemente indicadores gerenciais que permitam o monitoramento
e avaliação dos objetivos, metas e resultados do Projeto Centros
Olímpicos, de modo a propiciar o adequado gerenciamento da
política pública e permitir a correção e aperfeiçoamento do
programa (Achado 9);
n. adote medidas com vistas a garantir um controle fidedigno acerca
do quantitativo de alunos matriculados nos Centros Olímpicos, de
modo a permitir o adequado monitoramento e avaliação dos
programa, bem como o gerenciamento dos custos envolvidos em
cada uma das parcerias (Achado 10);
III) determinar, ainda, à Secretaria de Estado do Esporte do DF, que,
doravante:
a. avalie a adequação dos quantitativos e dos custos propostos nos
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planos de trabalhos apresentados pelas entidades da sociedade


civil, fazendo constar dos autos o parecer técnico (Achado 3);
b. estabeleça nas parcerias voluntárias entre a administração pública
e entidades da sociedade civil formas de controle para o
recebimento, guarda e distribuição de uniformes e materiais
esportivos, adquiridos ou não por intermédio da referida parceria
(Achado 7);
c. no exame das prestações de contas das parcerias celebradas, não
sejam aceitas notas fiscais com discriminação genérica ou sem
detalhamento dos gastos, a fim de assegurar a transparência e o
controle dos recursos públicos (Achado 8);
d. exija das entidades parceiras a comprovação de que as despesas
realizadas estão compatíveis com os preços praticados pelo
mercado (Achado 8);
e. proíba que entidades parceiras realizem contratação direta de
empresas controladas pelo mesmo grupo empresarial, uma vez
que tal procedimento não encontra amparo legal (Achado 8);
f. avalie, nas prestações de contas parciais, se o quantitativo de
alunos atendidos pelas entidades parceiras está compatível com o
previsto nos planos de trabalho e com os registros da SESP,
reavaliando, em caso de divergências, os gastos com materiais e
serviços que são proporcionais ao número de usuários, a exemplo
de cursos, materiais e uniformes (Achado 10);
IV) determinar à SESP, ainda, que, no prazo de 90 (noventa dias),
adote as seguintes medidas, dando ciência ao Tribunal dos
resultados alcançados:

a) elabore e encaminhe ao Tribunal plano de ação, conforme


modelo apresentado no Anexo I do Relatório Final de
Auditoria, com o objetivo de implantar as medidas descritas
nos itens II.e, II.f, II.h, II.k, II.l, II.m e II.n supra contendo
cronograma completo de ações, bem como a sequência de
procedimentos que serão executados, constando prazo e a
unidade/setor responsável pela implementação (Achados
9, 10, 11, 12 e 13);
b) exija que a Fundação Assis Chateaubriand apresente
planilha detalhada das despesas relativas às notas fiscais
indicadas no Quadro 24 do presente relatório e promova o
reexame das respectivas prestações de contas (Achado 8);
c) exija que a Fundação Assis Chateaubriand apresente
orçamentos comparativos e/ou tabelas de composição de
custos que comprovem a regularidade dos valores gastos
com a criação e produção dos gibis relativos à Nota Fiscal
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nº 570 da D.A. Logística S/A e documentos que comprovem


a efetiva distribuição da publicação, bem como promova o
reexame da respectiva prestação de contas (Achado 8);
d) requeira à Fundação Assis Chateaubriand e ao Instituto
Amigos do Volei que apresentem orçamentos comparativos
e/ou tabela de composição de custos que comprovem a
regularidade dos valores gastos com a pesquisa de
satisfação (Achado 8);
e) promova, junto à entidade convenente, o ressarcimento ao
erário do valor de R$ 143.000,00 (cento e quarenta e três
mil reais) referente ao pagamento em duplicidade de
serviços à Diários Associados Press S/A, Nota Fiscal nº
1401, emitida em 30/04/2012, relacionada ao convênio
02/2012- Fundação Assis Chateaubriand (Achado 8).

V) alertar à Secretaria de Estado do Esporte do Distrito Federal que


observe as disposições da Lei nº 13.019/14, que estabelece o novo regime
jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferência de
recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da
sociedade civil, em regime de mútua cooperação, que trouxe novos
procedimentos para a celebração de “convênio”, doravante denominado
“Termo de Colaboração” ou “Termo de Fomento”, em especial, no tocante
à:
a. obrigatoriedade de:
i. o gestor, previamente à celebração dos ajustes,
avaliar a capacidade operacional de o órgão manter
uma estrutura de controle adequada para seleção e
fiscalização dos ajustes (art. 8º);
ii. realização de chamamento público para seleção das
entidades sem fins lucrativos (art.24). (Achado 1)
iii. o edital de chamamento especificar, dentre outros,
os critérios objetivos de seleção e julgamento das
propostas, inclusive no que se refere à metodologia
de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos
critérios estabelecidos, se for o caso (art. 24, §1º, V).
(Achado 2);
iv. constar do plano de trabalho elementos que
demonstrem a compatibilidade dos custos com os
preços praticados no mercado ou com outras
parcerias da mesma natureza (art. 22, V)(Achado
3);
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v. aprovação do plano de trabalho pela administração


para celebração de novos ajustes (art. 35, IV)
(Achado 3);
vi. demonstração de que os objetivos e finalidades
institucionais e a capacidade técnica e operacional
da entidade privada foram avaliados pela
administração e são compatíveis com o objeto do
ajuste (arts. 35, III, e 24, VII) (Achado 4);
vii. que o plano de trabalho contenha diagnóstico da
realidade que será objeto das atividades da parceria,
devendo ser demonstrado o nexo entre essa
realidade e as atividades ou metas a serem atingidas
(art. 22, I) (Achado 6);
viii. a organização da sociedade civil
possuir regulamento de compras e contratações,
próprio ou de terceiro, aprovado pela administração
pública celebrante, em que se estabeleça, no
mínimo, a observância dos princípios da legalidade,
da moralidade, da boa-fé, da probidade, da
impessoalidade, da economicidade, da eficiência, da
isonomia, da publicidade, da razoabilidade e do
julgamento objetivo e a busca permanente de
qualidade e durabilidade, bem como utilizar um
sistema eletrônico que permita aos interessados
formular propostas e processar as compras e
contratações (arts. 34, VIII, e 43) (Achado 8);
b. inclusão no rol de atos de improbidade administrativa,
dentre outros, da conduta de “celebrar parcerias da
administração pública com entidades privadas sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie.” (art. 77, XVIII)(Achado 4 e 8);
c. inclusão no rol de atos de improbidade administrativa,
dentre outros, da conduta de “agir negligentemente na
celebração, fiscalização e análise de prestações de contas
de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas.” (art. 77, XX)(Achado 8);
d. descrição pormenorizada de metas quantitativas e
mensuráveis a serem atingidas e de atividades a serem
executadas, devendo estar claro, preciso e detalhado o que
se pretende realizar ou obter, bem como quais serão os
meios utilizados para tanto (art. 22, II)(Achado 9);
e. determinação do prazo para a execução das atividades e o
cumprimento das metas (art. 22, III);
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f. definição dos indicadores, qualitativos e quantitativos, a


serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas
(Achado 9);
VI) autorizar a audiência dos responsáveis indicados na Tabela 02, com
fundamento no art. 182, §5º, da Resolução nº 38/1990, para que
apresentem, no prazo de 30 dias, razões de justificativa pelas
irregularidades ali apontadas, tendo em vista a possibilidade de
aplicação da sanção prevista no art. 57, inciso IV da Lei
Complementar nº 01/1994. (Achado 8);
VII) informar à Secretaria de Estado de Esporte que esta Corte possui
imagens de parte dos documentos faltantes do Processo GDF nº
220.001.004/2011, que poderá contribuir para a reconstituição do
referido processo e para a continuidade do processo de Tomada de
Contas Especial (Achado 4);
VIII) dar ciência do presente Relatório de Auditoria, do Relatório/Voto do
Relator e da Decisão que vier a ser tomada à Secretaria de Estado
do Esporte do Distrito Federal;
IX) autorizar:
a. o arquivamento dos processos em apenso n os 30.950/2012,
33.032/2011 e 8.296/2013;
b. o retorno dos autos à Secretaria de Auditoria para adoção das
providências de praxe.
e-DOC C1F28CE1
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6 ANEXO I - PLANO DE AÇÃO

Medidas a serem
adotadas para
Determinações e Recomendações do TCDF cumprimento das Data prevista para Setor
(Itens da Decisão) proposições* a implementação* Responsável

(Ações)
II ) determinar à Secretaria de Estado de Esporte do
Distrito Federal que:
e) implemente rotinas sistematizadas de inspeção
periódica da infraestrutura dos Centros
Olímpicos, de modo a identificar as demandas
prioritárias; (Achado 11);
f) elabore e implemente um plano de manutenção
preventivo e corretivo de todas as instalações
esportivas destinadas ao projeto Centros
Olímpicos, visando à segurança dos usuários e
à adequada conservação do patrimônio
público; (Achado 11);
h) adote procedimentos para ampliar e permitir o
uso seguro das piscinas dos centros
esportivos, tais como colocação de plataformas
ou reformas para adequação da profundidade
da piscina, dando conhecimento ao Tribunal,
no prazo de 90 (noventa) dias, das
providências adotadas (Achado 12);
k) adote medidas para a realização de vistorias
nos Centros Olímpicos pelo Corpo de Bombeiro
Militar do DF, de modo a obter Autorização de
Funcionamento e Laudos de Vistorias das
instalações (Achado 12);
l) providencie as alterações necessárias para a
adequação das instalações dos Centros
Olímpicos às normas de acessibilidade,
garantindo o acesso à população portadora de
deficiência (Achado 13);
m) implemente indicadores gerenciais que
permitam o monitoramento e avaliação dos
objetivos, metas e resultados do Projeto
Centros Olímpicos, de modo a propiciar o
adequado gerenciamento da política pública e
permitir a correção e aperfeiçoamento do
programa (Achado 9);
n) adote medidas com vistas a garantir um
controle fidedigno acerca do quantitativo de
alunos matriculados nos Centros Olímpicos, de
modo a permitir o adequado monitoramento e
avaliação dos programa, bem como o
gerenciamento dos custos envolvidos em cada
uma das parcerias (Achado 10).
e-DOC C1F28CE1
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PROCESSO N.º: _1810/2013_____________ TIPO DA AUDITORIA:(____) AOP (__X_) AI (___) AR


CHECKLIST – AVALIAÇÂO DE ADERÊNCIA AOS CRITÉRIOS DE QUALIDADE
ETAPA: EXECUÇÃO DA AUDITORIA – RELATÓRIO FINAL

Coordenador Diretor Gabinete


ITENS A VERIFICAR
N N N
S O I S O I S O I
A A A
2.2 Matriz de Planejamento

Referências (seção 4.12.11 do MA). Referência aos PTs que comprovam a


2.2.12
execução dos procedimentos listados na Matriz de Planejamento.

3 EXECUÇÃO

3.1 Matriz de achados (seção 5.3 do MA e item 4.1 do MAO)


3.1.1 Achados de auditoria (seção 5.3.1. do MA e 4.1.1. do MAO).

3.1.2 Os Achados estão adequados às questões de auditoria?

3.1.3 Critérios (seção 5.3.2 do MA, NAGs 4111.1 e 4111.3.1).

Análises e evidências, referenciando os papéis de trabalho que as documentam (seção


3.1.4
5.3.3. do MA e 4.1.2. do MAO, NAGs 4111.3.2).

3.1.5 Causas (seção 5.3.4. do MA e 4.1.3. do MAO, NAGs 4111.2 e 4111.3.3).

3.1.6 Efeitos (seção 5.3.5. do MA e 4.1.4. do MAO, NAGs 4111.2 e 4111.3.4).

3.1.7 Proposições / Recomendações (seção 5.3.6 do MA e 4.1.6. do MAO e NAGs 4111.3.7)

3.1.8 Benefícios esperados (seção 5.3.7. do MA e 4.1.7. do MAO).

3.1.9 Referências (seção 5.3.8 do MA).

3.1.10 Boas práticas (item 4.1.5. do MAO).

Data de elaboração, autoria, revisão (Coordenador) e supervisão (Diretor) (seção 3.5, d e


3.1.11
Anexo VII do MA e item III, a, 1 da Decisão TCDF nº 41/2009).

Matriz de Responsabilização (seção 5.5. do MA) – Somente se houver


3.2
proposta tendente à responsabilização nas proposições do Relatório.
3.2.1 Achados de auditoria (seção 5.5.1 do MA).

3.2.2 Irregularidade (seção 5.5.2 do MA).

3.2.3 Data (ou período) de ocorrência do fato (seção 5.5.3 do MA).

3.2.4 Responsável(eis) (seção 5.5.4 do MA).

3.2.5 Período de exercício no cargo (seção 5.5.5 do MA).

3.2.6 Conduta (seção 5.5.6 do MA).

3.2.7 Nexo de causalidade (seção 5.5.7 do MA).

3.2.8 Excludente(s) de culpabilidade (seção 5.5.8 do MA).

3.2.9 Proposta de encaminhamento (seção 5.5.9 do MA).

Data de elaboração, autoria, revisão (Coordenador) e supervisão (Diretor) (seção 3.5, d e


3.2.10
Anexo VIII do MA).

S: Satisfatórios/ O: Oportunidade de melhoria / I: Insatisfatório ou Inexistente / NA: Não Aplicável.


Obs (3.1.10) e (3.2.8) – Esses itens não podem ser marcados como “não aderentes” (Insatisfatórios), pois o não preenchimento indica a ausência de
boas práticas ou de excludentes de culpabilidade.
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ITENS A VERIFICAR N N N
S O I S O I S O I
A A A
4 RELATÓRIO
Estrutura do Relatório (item 6.2 do MA;item 5 do MAO e item III, a,
4.1
2 da Decisão TCDF nº 41/2009)
4.1.1 Sinopse - Sumário Executivo Preliminar(Padrão SEAUD).

4.1.2 Resumo (seção 6.3.1 do MA e item 5.2 do MAO).

4.1.3 Sumário (seção 6.3.2 do MA e item 5.1 do MAO).

4.2 Introdução
4.2.1 Apresentação (seção 6.3 c/c 4.2.a do MA e item 5.3 do MAO).
Período de realização da auditoria – execução dos trabalhos de campo (seção 4.2,
4.2.2
“a” e NAGs 4706.2).
4.2.3 Identificação do objeto (seção 6.3 c/c 4.2.b do MA).

4.2.4 Contextualização (seção 6.3 c/c 4.2.c do MA e item 5.3.1 do MAO).


Definição do Objetivo Geral de Auditoria (seção 6.3 c/c 4.5 do MA, item 5.3.2
4.2.5
do MAO).
Definição dos Objetivos Específicos da Auditoria (seção 6.3 c/c 4.6 MA, item
4.2.6
5.3.2 do MAO).
Delimitação do Escopo dos trabalhos (seção 6.3 c/c 4.7 MA e item 5.3.2 do
4.2.7 MAO): Abrangência; Período em exame e, se aplicável, extensão dos
procedimentos.
4.2.8 Montante Fiscalizado (Padrão SEAUD).

4.2.9 Metodologia (seção 6.3.3.a do MA; item 5.3.3 do MAO).

4.2.10 Critérios (seção 6.3.3.b c/c 5.3.2 do MA).


Resultado da avaliação dos sistemas de controle interno (seção 6.3 c/c 4.8 do
4.2.11
MA).
4.3 Desenvolvimento do relatório (Resultados da Auditoria)
Questões de auditoria de acordo com a matriz de planejamento (seção 6.3 do MA
4.3.1 e item 5.4 do MAO). Obs.: Se realizada alguma alteração na execução,
necessário reapresentar a Matriz de Planejamento atualizada.
Questões de auditoria objetivamente respondidas em no máximo 2 parágrafos
4.3.2
(Seção 6.3.4 do MA 2011).
Achados de auditoria contendo todos os elementos (critério, análises e
4.3.3
evidências, causas, efeitos) (seção 6.3 do MA e item 5 do MAO).
Achados de auditoria sustentados por evidências pertinentes, suficientes e
4.3.4 adequadas (seção 5.3.3 do MA; item 5 do MAO; item 3.5.1 da INTOSAI; NAGs
1113).
As proposições são claras, razoáveis e respeitam a discricionariedade do gestor.
4.3.5
(Somente no Relatório Final).
As proposições guardam coerência lógica e tentam, prioritariamente, solucionar
4.3.6 as suas causas. (seção 5.3.6 do MA; item 5.7 do MAO e art. 3º, I, f da Resolução
TCDF nº 194/09) (Somente no Relatório Final).
Proposta de encaminhamento do Relatório Prévio ao gestorpara considerações.
4.3.7
(seção 6.2 do MA, item 5.5 do MAO, NAGs, 4111.3.5 e 4713).
Quando apresentadas considerações pelo gestor, o relatório final deve mencioná-
4.3.8 las em tópico específico. (seções 6.2 e 6.3.4 do MA; item 5.5 do MAO; art. 3º, I,
g da Resolução nº 194/09, item 4713.2 das NAGs)
S: Satisfatórios/ O: Oportunidade de melhoria / I: Insatisfatório ou inexistente / NA: Não Aplicável.
Obs. (4.3.5 e 4.3.6) - Na Secretaria de Auditoria, o Relatório Prévio é encaminhado aos gestores para consideração sem as proposições.
(4.3.8) – A ser avaliado na etapa de Relatório Final de Auditoria.
e-DOC C1F28CE1
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ITENS A VERIFICAR N N N
S O I S O I S O I
A A A
4.4 Conclusão do relatório
Conexão lógica entre os achados e a conclusão (seção 6.3.5 do MA; item 5.6 do
4.4.1
MAO e art. 3º, I, f da Resolução TCDF nº 194/09)
4.4.2 Conexão lógica entre as respostas às questões de auditoria e a conclusão.
Recomendação específica para que o gestor elabore e apresente, em prazo
determinado pelo Tribunal, plano de ação para implementar as proposições
4.4.3
apontadas, naquilo que não couber o cumprimento imediato (seções 6.3.7.1 e
6.3.7.2 do MA e item 6 do MAO)
Recomendação para que seja indicado responsável por prestar as informações ao
4.4.5 Tribunal durante o monitoramento do Plano de Ação (seção 6.3.7.2, “e” do MA e
item 6 do MAO)
4.5 Forma de redação (item 6.3 do MA)
Clareza e objetividade (seção 6.1, “a” e “e”, do MA, item III, a, 2 da Decisão
4.5.1
TCDF nº 41/2009, NAGs 3600 e 4703.1)
4.5.2 Concisão - parágrafos preferencialmente curtos (seção 6.1, “f” MA)

4.6 Outras verificações do relatório


Observância do cronograma de execução dos trabalhos e de elaboração do
4.6.1 relatório (seção 4.13 do MA; item 3.6 do MAO, art. 1º, §2º, da Portaria nº
33/2008 e art. 3º, I, b da Resolução nº 194/09).
Registro da data de elaboração, autoria, revisão (Coordenador) e supervisão
4.6.2
(Diretor) (seções 2.6.1; 3.5, “b” e “d” e 6.4 do MA).

5 PAPÉIS DE TRABALHO
Evidências documentadas nos papéis de trabalho (seções 3.3, a do MA; item 5 do
5.1
MAO e art. 3º, I, e da Resolução 194/09, NAGs 1113)
Elaboração que permita a outros auditores chegarem às mesmas conclusões
5.2 (seção 3.3 do MA; item 3.5.7 da INTOSAI; art. 3º, I, de e da Resolução TCDF nº
194/09, item III, a, 3 da Decisão TCDF nº 41/2009 e NAGs 4706.1)
Codificação e referenciação (seções 3.6 e 3.7 do MA e item III, a, 3 da Decisão
5.3
TCDF nº 41/2009)
Indicação da auditoria, órgão/entidade, objeto de fiscalização, autor, data (seção
5.4
3.5 do MA e item III, a, 3 da Decisão TCDF nº 41/2009)
Registro da aplicação das técnicas previstas no programa de auditoria/matriz de
5.5 planejamento (seções 3.2 e 3.3 do MA; itens 3.5 e 3.6 do MAO e item III, a, 3 da
Decisão TCDF nº 41/2009)
Guarda em meio físico ou eletrônico (pasta corrente ou pasta permanente) dos
5.6 documentos e informações oriundos da auditoria (seção 3.10 do MA e item III, a,
3 da Decisão TCDF nº 41/2009).
Anexação dos papéis de trabalho ao Sistema Processual no campo adequado
5.7
(seção 3.10 do MA e item III, b da Decisão TCDF nº 41/2009)

TOTAL DOS ITENS


S: Satisfatórios/ O: Oportunidade de melhoria / I: Insatisfatório / NA: Não Aplicável.
Obs. (4.4.1 a 4.4.5) A ser avaliado na etapa de Relatório Final de Auditoria.
e-DOC C1F28CE1
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Aderência da etapa de Execução – Relatório Final

Total (a) Itens (b) Nota


(c) Pontuação: Aderência
de Avaliáveis máxima possível Assinatura
(c) / (b)
Itens (S + O + I) (a) x 2
Coordenador
59
de equipe

Diretor 59

Gabinete 59
e-DOC C1F28CE1
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Informação no: 33/2014–SEAUD/DIAUD2

Brasília 11, de novembro de 2014.

Processo nº: 1.810/2013


Jurisdicionada: Secretaria de Estado de Esporte do Distrito Federal- SE
Assunto: Auditoria Integrada
Montante em exame: R$ 11.760.963,79
Ementa: Auditoria Integrada n.º 1.2007.13 para verificar a regularidade
das despesas e os resultados da gestão dos Centros Olímpicos
do Distrito Federal, através de convênios firmados entre a
Secretaria de Estado de Esporte e as entidades sem fins
lucrativos: Fundação Assis Chateaubriand – FAC; Centro de
Tradições Nordestinas – CTN; Instituto Amigos do Volei – IAV;
Instituto de Livre Iniciativa Social – LINS; Instituto para o
Desenvolvimento da Criança e do Adolescente pela Cultura e
Esporte – IDECACE. Relatório Final de Auditoria. Proposições.
Audiência.

Senhor Diretor,

Em conformidade com o disposto no item 6 do Manual de Auditoria do


TCDF, versão atualizada de 2011, apresentamos, às fls. 181/290, a versão final do
relatório da auditoria realizada no âmbito da Secretaria de Esporte para examinar a
regularidade e os resultados da gestão dos Centros Olímpicos do Distrito Federal, cuja
operacionalização ocorre por meio de convênios com entidades privadas sem fins
lucrativos.
2. Informa-se que, por meio da Decisão n.º 183/2014 (fl. 144), foi
autorizado o encaminhamento a versão prévia do Relatório de Auditoria aos gestores,
para conhecimento e manifestação em relação aos achados de auditoria.
3. A remessa à Secretaria de Estado do Esporte se deu por meio do
Ofício n.º 337/2014-GP, recebido em 19/02/2014, havendo o órgão encaminhado suas
considerações ao Tribunal por meio do Ofício n.º 614/2014, fls. 158/159. Os
argumentos apresentados foram registrados, em cada achado, no tópico intitulado
“Considerações do Auditado” e não foram capazes de modificar o conteúdo da versão
prévia do relatório, exceto no tocante ao Achado 11 (Não alcance das metas de
qualificação fixadas nos convênios), permanecendo o conteúdo dos demais achados
inalterados, sendo, no entanto renumerados. Os motivos do não acolhimento pela
equipe de auditoria constam do tópico “Posicionamento da Equipe”.
e-DOC C1F28CE1
Proc 1810/2013

Fls.: 296
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4. No que tange à exclusão do Achado 11 da versão prévia do relatório,


registra-se que houve uma comparação equivocada do quantitativo de alunos, uma vez
a análise realizada levou em consideração o período ‘mensal’, enquanto o plano de
trabalho foi elaborado para um período ‘semestral’, o que modificou substancialmente
os resultados do exame.
5. Por fim, cabe ressaltar recente inovação nos relatórios de auditoria: a
inclusão de SINOPSE, que disponibilizará aos dirigentes e gestores, em rápida leitura,
uma visão panorâmica dos objetivos da fiscalização e dos resultados alcançados.
6. Ante o exposto, encaminhamos o Relatório Final de Auditoria para fins
de apreciação pela Corte.

À superior consideração.

Tarsila Firmino Ely Tramontin Batista


Auditor de Controle Externo – 1445-7

Senhor Secretário de Auditoria,


Pondo-me de acordo com os termos do Relatório Final de
Auditoria, submeto os presentes autos à consideração de Vossa
Senhoria.
2ª Divisão de Auditoria, 28 de novembro de 2014.

Agnaldo Moreira Marques


Diretor

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