Marketing Farmaceutico, o Propagandista e o Medicamento Genérico No Composto de Produtos Da Indústria Farmacêutica No Rio de Janeiro e Sao Paulo
Marketing Farmaceutico, o Propagandista e o Medicamento Genérico No Composto de Produtos Da Indústria Farmacêutica No Rio de Janeiro e Sao Paulo
Marketing Farmaceutico, o Propagandista e o Medicamento Genérico No Composto de Produtos Da Indústria Farmacêutica No Rio de Janeiro e Sao Paulo
JOSÉ BEKER
beker@wb.com.br
UNESA
universidade.rj@globo.com
universidade.rj@globo.com
universidade.rj@glob
universidade.rj@globo.com
universidade.rj@globo.com
universidade.rj@glob
Resumo:O presente artigo é resultado de uma pesquisa junto ao segmento de marketing farmacêutico e
analisou a importância do marketing e do propagandista, no tempo atual, com a entrada do medicamento
genérico no mercado farmacêutico. Foram abordados conceitos da classificação dos medicamentos
existentes hoje no mercado, no que tange a sua procedência, bem como a importância desses produtos na
prescrição médica e adesão ao tratamento para os pacientes brasileiros. O papel do marketing, no sentido
de planejar e delinear estratégias de atuação junto à classe médica, posicionando o propagandista como
ferramenta crucial de comunicação, foi analisado de acordo com o século passado (antes da entrada do
genérico) e o século atual (com a entrada do genérico e a efetividade da atuação da ANVISA junto às
indústrias farmacêuticas).
1
Biodisponibilidade é uma medida da extensão de uma droga terapeuticamente ativa que atinge a circulação
sistêmica e está disponível no local de ação.
2
Bioequivalência é um termo utilizado para avaliar a equivalência biológica esperada in vivo de duas
preparações diferentes de um medicamento.
fundamentos da homeopatia. (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA 2008)
Grandes investimentos foram lançados por parte dos laboratórios para influenciar
a prescrição e escolha de cada terapia, o que justifica em um todo o treinamento dado aos
profissionais propagandistas e a execução da propaganda médica. Investimentos em
comunicação mercadológica tornam-se fundamentais para a geração de lucros. Dentre esses
destacam-se os congressos, eventos exclusivos, revistas médicas, promoção, internet.
O ciclo de demanda dos produtos, que era direcionado quase que exclusivamente
pela indústria farmacêutica, passou a ser discutido pelo governo e determinado pelo médico e
paciente possuidor de liberdade de compra.
Uma das exigências para ingressar nesse mercado, é que o candidato já possua
nível superior completo e alguns laboratórios exigem que tal formação seja na área de saúde,
como farmácia e biomedicina.
O pesquisador optou por dividir o trabalho em duas etapas, sendo que na primeira
foram analisados aspectos estratégicos com funcionários das empresas envolvidas: Medley,
EMS, Aché. Não houve coleta de dados através de formulário tabulado de entrevista, mas de
conversa informal sobre a experiência profissional de cada indivíduo e o impacto sofrido com
a chegada dos genéricos. Uma breve pesquisa realizada com o setor de marketing do
Laboratório Aché pôde demonstrar a evolução do material estratégico utilizado junto aos
médicos e das ferramentas de marketing empregadas nesse cenário. Em uma segunda etapa,
com o objetivo de avaliar detalhadamente o cenário financeiro, político e estrutural da saúde
do país, foram pesquisados sites que forneciam informações governamentais ou estratégicas.
As marcas da Novamed de produtos Over the Counter (OTC), por não necessitarem de
receita, exigem estrutura de marketing dirigida ao consumidor. A empresa compreende uma
linha de produtos divididos nas categorias: antigripal, vitamina C, antiácido, contusão e
regulador menstrual.
A Medley foi uma das primeiras empresas do País em seu segmento a adotar a Diretriz
do GRI (Global Reporting Initiative) para o relatório de Responsabilidade Social,
comprovando a sua preocupação em zelar pela transparência de suas ações perante todos os
seus públicos, valorizando projetos sociais, e à política de Recursos Humanos, que se
preocupa com o crescimento interno e o desenvolvimento pessoal e profissional de seus
colaboradores.
O Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. é uma empresa que possui 100% de capital
nacional e que ao longo de sua trajetória vem se consolidando como uma empresa dinâmica
ao estabelecer parcerias comerciais estratégicas, dentro e fora do País, e pelo contínuo
desenvolvimento de produtos e serviços, de modo a atender às necessidades dos profissionais
de saúde e dos consumidores, proporcionando saúde e bem-estar à população.
Mesmo sem ter ações negociadas em Bolsa de Valores, o ache adota normas rígidas
bem como modernos procedimentos de gestão, como auditorias independentes, Código de
Conduta Ética e Ouvidoria, com o objetivo de demonstrar transparência a seus acionistas.
As empresas que foram pesquisadas para a produção desse trabalho científico são
indústrias do ramo farmacêutico, que fabricam e comercializam medicamentos no Brasil. As
empresas atuam no processamento de medicamentos (tanto da linha genérica quanto os
remédios de marca) e também atuam na pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos
para melhor atendimento ao seu público-alvo. A comercialização ocorre de forma indireta
tendo em vista que a Medley, EMS e Aché não vendem seus produtos diretamente ao seu
consumidor final.
Os preços praticados pelas Empresas são controlados indiretamente pela Lei dos
Genéricos no Brasil, tendo em vista que são produtos de concorrência direta e devem estar
nos mesmos padrões de qualidade e eficiência química. Normalmente, os preços de produtos
das Empresas estão dentro de uma margem de custo entre 40% e 60% mais baratos do que os
produtos de referencia comercializados no país.
A comercialização dos produtos destas empresas ocorre com a venda para os grandes
distribuidores de produtos farmacêuticos em todo o país, posteriormente estes distribuidores
revendem para outros responsáveis pela revenda a estabelecimentos de pequeno e médio
porte. Outra forma de negócio é a venda para as grandes farmácias e drogarias existentes no
mercado que têm o papel de revender tais produtos para o consumidor final.
Não se pode pensar mais em processos comerciais sem pensar no Marketing como
meio de disseminar e vender idéias sobre uma determinada empresa farmacêutica, um produto
através da comercialização de uma nova molécula ou serviço médico mediado com
medicação fornecida por laboratórios singulares reconhecidos pela população.
Esta Pesquisa levou em consideração a indústria farmacêutica e o papel do
propagandista, a divulgação destes medicamentos com o intuito do médico prescrever
determinado medicamento ou outro, vai ao encontro das informações citadas acima, onde se
deve atender as expectativas e necessidades do médico, que sempre varia de médico a médico.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com 110 médicos e um total
de 30 propagandistas e gerentes selecionados Distritais e Regionais -GDs e GRs , utilizando
questionário estruturado e fechado. Este questionário é um instrumento de coleta de dados
constituído por uma série ordenada de perguntas, que foram respondidas por escrito e sem a
presença do entrevistador. Foram entrevistados propagandistas e gerentes de diferentes
especialidades, dentro do grupo atendido pelos Laboratórios da Aché, Medley e EMS.
Foram coletados dados primários que não foram antes coletados, estando ainda em
posse dos pesquisados e que foram coletados com o propósito de atender às necessidades
específicas da pesquisa em andamento. As fontes básicas de dados primários foram
respectivamente: pesquisado, pessoas que possuem informações sobre o pesquisado e
situações similares. Os dados secundários foram coletados, tabulados, ordenados e, às vezes,
até analisados, com propósito diverso ao de entender às necessidades da pesquisa em
andamento, e que foram catalogados à disposição dos interessados. As fontes básicas de dados
secundários se restringiram as próprias empresas do escopo da Pesquisa, publicações,
governos, instituições não governamentais e serviços padronizados de informações de
marketing de saúde. Considerando o elenco de informações obtidas, este estudo se pautou em
dados primários e secundários.
O impacto dos genéricos nesse mercado alavancou uma mudança de atuação dos
setores de marketing dessa indústria, que passaram a criar novas ferramentas de apoio e novas
estratégias de comunicação através do propagandista farmacêutico. Tornou-se necessário
reposicionar, através da comunicação gerada pelo propagandista, toda a relevância dos
medicamentos presentes no mercado a fim de promover as prescrições médicas e
consequentemente manter ou aumentar os números em vendas.
Pode-se, então, traduzir a entrada dos genéricos no mercado nacional como uma
redução drástica dos lucros das indústrias já posicionadas nesta época, mas também frisar o
ganho que a sociedade teve com o acesso à saúde, a melhora de sua qualidade de vida, a
acessibilidade ao tratamento completo, ao novo leque de opções de medicamentos para
prescrição e para compra final, além do crescente mercado de trabalho e dos investimentos
que o país adquiriu para gerir esse novo segmento.
REFERÊNCIAS
ABIFARMA; Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica; Realidade da Indústria
farmacêutica no Brasil, 1996; Disponível em: http://www.abifarma.com.br
Acesso em 01 abr.2012: 21h
COBRA, Marcos. Administração de Vendas. 4ª edição. São Paulo, Editora Atlas, 1994.
COBRA, Marcos. Marketing Básico. 4ª edição. São Paulo, Editora Atlas, 1997.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. Título original: como se fa una tesi di láurea. 16
ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
FURTADO, José Maria. Vai doer um pouquinho. Exame, 12 de julho de 2000. p.106-8.
JORNAL VALOR ECONÔMICO. Disponível em: http://www.valor.com.br
Acesso em: 04 abr. 2012: 23h
KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 10ª edição. São Paulo, Prentice Hall, 2000.
KOTLER, Philip. KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª edição. Sao Paulo,
Prentice Hall, 2006
KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: Como Criar, Conquistar e Dominar
Mercados.14ª ed. São Paulo, Editora Futura,1999.