Simulados de LP
Simulados de LP
Simulados de LP
1
SIMULADO 2
Mas o mercúrio é famoso pela capacidade O ator que fazia o papel de Cristo no
de passar despercebido. Uma sé-rie de estudos espetáculo de Nova Jerusalém ficou tão
recentes sugere que o metal potencialmente compenetrado da magnitude da tarefa que, de
mortífero está em toda parte — e é mais perigoso ano para ano, mais exigia de si mes-mo, tanto na
do que a maioria das pessoas acredita. representação como na vida rotineira.
Não que pretendesse copiar o modelo
Jeffrey Kluger. IstoÉ. nº 1927, 27/06/2006, p.114-115. divino, mas sentia necessidade de aper-feiçoar-
se moralmente, jamais se permitindo a prática de
A tese defendida no texto está expressa no ações menos nobres. E exagerou em contenção e
trecho: silêncio.
(A) as substâncias tóxicas, em aterros, Sua vida tornou-se complicada, pois os
contaminam o lençol freático. amigos de bar o estranhavam, os cole-gas de
(B) o chumbo da gasolina ressurge com a trabalho no escritório da Empetur (Empresa
ação do tempo. Pernambucana de Turismo) pas-saram a olhá-lo
(C) o mercúrio apresenta alto teor de com espanto, e em casa a mulher reclamava do
periculosidade para a natureza. seu alheamento.
(D) o total controle dos venenos ambientais é No sexto ano de encenação do drama
impossível. sacro, estava irreconhecível. Emagrecera,
tinha expressão sombria no olhar, e repetia
maquinalmente as palavras tradicionais. Seu
D8 desempenho deixou a desejar.
Os filhos podem dormir com os pais? Foi advertido pela Empetur e pela crítica:
(Fragmento) devia ser durante o ano um homem alegre,
descontraído, para tornar-se perfeito intérprete
Maria Tereza – Se é eventual, tudo bem. da Paixão na hora certa. Além do mais, até
Quando é sistemático, prejudica a intimidade do a chegada a Jerusalém, Jesus era jovial e
casal. De qualquer forma, é importante perceber costumava ir a festas.
as motivações sub-jacentes ao pedido e descobrir Ele não atendeu às ponderações, acabou
outras maneiras aceitáveis de atendê-las. Por destituído do papel, abandonou a família, e dizem
vezes, a criança está com medo, insegura, ou que se alimenta de gafanhotos no agreste.
sente que tem poucas oportunidades de con-tato
ANDRADE, Carlos Drummond de. Histórias para o
com os pais. Podem ser criados recursos próprios
Rei.2ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 56.
para lidar com seus medos e inseguranças,
fazendo ela se sentir mais competente.
Qual é a informação principal no texto
Posternak – Este hábito é bem freqüente.
“Necessidade de alegria”?
Tem a ver com comodismo – é mais rápido
(A) A arte de representar exige
atender ao pedido dos filhos que agüentar
compenetração.
birra no meio da madrugada; e com culpa –
(B) O ator pode exagerar em contenção e
“coitadinho, eu saio quando ainda dorme e volto
silêncio.
quando já está dormin-do”. O que falta são limites
(C) O ator precisa ser alegre.
claros e concretos. A criança que “sacaneia”
(D) É necessário aperfeiçoar-se.
os pais para dormir também o faz para comer,
escolher roupa ou aceitar as saídas familiares.
2
SIMULADO 2
atropelado e, sem graça, gaguejou dizendo ao pouquinho narigudas.
soldado: Eu não sei como me sentiria se fosse gorda,
— Ora essa, o parente é seu. ou magricela, ou nariguda, ou dentuça, ou tudo
junto. Talvez sofresse, odiasse comprar roupas,
Revista Seleções. Rir é o melhor remédio. 12/98, p.91. não fosse a festas... Não mesmo! Bobagem!
Minha mãe sempre diz que beleza é “um conceito
No texto, o traço de humor está no fato de: muito rela-tivo”. O que pode ser bonito pra uns,
(A) o cabo e um soldado terem dobrado a pode não ser pra outros. Ela também fala sem-
esquina. pre que existem coisas muito mais importantes
(B) o cabo ter ido verificar do que se tratava. que tornam uma mulher atraente: inteligência e
(C) todos terem olhado para o cabo. charme, por exemplo. Acho que minha mãe está
(D) ter sido um burro a vítima do coberta de razão!
atropelamento. Pois bem, eu sou Clara. Com um pouco de
tudo e muito de nada.
D19
A chuva
A chuva derrubou as pontes. A chuva
transbordou os rios. A chuva molhou os
transeuntes. A chuva encharcou as praças. A
chuva enferrujou as máquinas. A chuva
enfureceu as marés. A chuva e seu cheiro de
terra. A chuva com sua cabeleira. A chuva
esburacou as pedras. A chuva alagou a favela. A
chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A
chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho
prateado. A chuva de retas paralelas sobre a
terra curva. A chuva destroçou os guarda-chuvas.
A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o
incêndio. A chuva caiu. A chuva derramou-se. A
chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o
pára-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva
tocou a sirene. A chuva com a sua crina. A chuva
encheu a piscina. A chuva com as gotas grossas.
A chuva de pingos pretos. A chuva açoitando as
plantas. A chuva senhora da lama. A chuva sem
pena. A chuva apenas. A chuva empenou os
móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva
corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A
chuva e seu ruído de vidro. A chuva inchou o
brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva
multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A
chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A
chuva molhou os cigarros. A chuva mijou no
telhado. A chuva regou o gramado. A chuva
arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A
chuva secou ao sol.