2016 EduardoFelipeFelten PDF
2016 EduardoFelipeFelten PDF
2016 EduardoFelipeFelten PDF
INSTITUTO DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS E LÍNGUAS CLÁSSICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA
BRASÍLIA-DF
2016
Eduardo Felipe Felten
BRASÍLIA-DF
2016
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS E LÍNGUAS CLÁSSICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof.ª Dr.ª Enilde Faulstich
Presidente – UnB/LIP
________________________________________
Prof.ª Dr.ª Michelle Machado de Oliveira Vilarinho
Membro efetivo – UnB/LIP
________________________________________
Prof.ª Dr.ª Sandra Patrícia de Faria do Nascimento
Membro efetivo externo - SEEDF
________________________________________
Prof.ª Dr.ª Rozana Reigota Naves
Suplente – UnB/LIP
BRASÍLIA-DF
2016
DEDICATÓRIA
À Virgem Imaculada, Mãe de Jesus e minha, que em tempo algum deixou-me a mercê quando
supliquei a sua intercessão poderosa por forças, inspiração e muito amor para cumprir a minha
missão acadêmica. Neste momento oportuno, tenho a honra e a graça de proclamar: Totus tuus
Mariae!
Clotilde Müller Felten, quem me educou no amor e no acalento de mãe, onde encontro refúgio
e segurança. Verdadeiramente, é a personificação do amor de Deus.
Adelar Felten, quem me auxiliou e motivou para chegar onde estou, onde encontro segurança
e compreensão em seu amor de pai. Verdadeiramente, é a personificação do amor de Deus.
Lisiane Felten, com seu afeto generoso, obtive inspiração nos estudos e apoio nos frágeis
momentos da vida, com a sua generosidade que só encontramos no amor entre irmãos.
Gabriel Felten de Oliveira que, em meio ao conturbado período de conclusão desta pesquisa,
chegou em minha vida como um raio de esperança, amor e fortaleza.
Enilde Faulstich que, com muita cordialidade, sabedoria e eficiência soube transferir seu
brilhante conhecimento como orientadora e amiga durante o processo desta pesquisa.
Patrícia Tuxi que, com grande amizade, conhecimento e ternura esteve comigo em todos os
momentos precisos com importantes contribuições e necessários abraços.
Falk Moreira, Messias Ramos, Daniela Prometi e Fátima Félix, importantes pesquisadores
Surdos que me auxiliaram com disponibilidade e amor à Libras no processo de criação e
validação dos sinais-termo desta pesquisa.
Eleandro Philippsen, Émile Cardoso e Thayza Matos, importantes amigos, professores e
exímios pesquisadores com os quais pude recorrer na necessidade e digamos, dionisíacos
momentos juntos em meio ao desvario processo acadêmico, além de me presentearem com
caras contribuições para esta pesquisa.
Dayane Augusta que, com seu conhecimento histórico e dispendioso tempo, se dispôs a
dialogar com as definições dos verbetes desta pesquisa como exímia consultora.
Aos familiares que estão distantes, especialmente a minha amada avó, Julia Ribeiro Felten,
tios, tias e primos.
Àqueles que estão por perto e que, alegremente, compartilharam comigo deste processo
acadêmico e contribuíram com boas risadas, desengonçadas brincadeiras e taças sempre cheias.
Aos amados avós que já se foram Danilo Felten, João Müller e Maria Müller, que me
ajudaram no processo educacional e no reconhecimento da importância da família.
Enfim, a todos que, de alguma forma, contribuíram direta ou indiretamente para que o objetivo
deste trabalho fosse alcançado.
“É evidente que, se uma pessoa aprendeu a língua de sinais como primeira língua, seu
cérebro/mente a fixará, e a usará pelo resto da vida, ainda que a audição e a fala sejam
plenamente disponíveis e perfeitas. A língua de sinais, convenci-me, era uma língua
fundamental do cérebro” (Oliver Sacks, 2010).
RESUMO
This dissertation presents a model of a Systemic Bilingual Portuguese - Libras Glossary of some
terms belonging to Brazilian History, developed within the research line in Lexicon and
Terminology. The goal is to systematize the terms of Portuguese and to create corresponding
term-signs in Brazilian Sign Language - Libras, which may represent concepts and meanings,
following the principles of lexical and terminological theories. We have chosen the semantic
field of History of Brazil for the study of concepts, term-sign formation, and training and
validation of existing and new lexical units, because is a field of knowledge not yet investigated.
The methodology follows the qualitative research, based on data collection which is guided by
four procedures: a) listing the most common terms used in the teaching of Brazilian History in
three historical periods: Portuguese America, Empire and Republic; b) creating corresponding
term-signs; c) evaluate the term-signs according to the properties of the Brazilian Sign
Language and d) validating the term-signs with the Deaf students. The Systemic Bilingual
Portuguese – Libras Glossary of some periods of the History of Brazil was designed for Deaf
and hearing teachers, for translators and interpreters, as well as Deaf and hearing students. The
glossary developed, is designed to explain, in Libras, concepts and complex meanings, related
to the Brazilian History. We hope that this model can provide support for the development of
appropriate teaching materials that incorporate visual resources of Libras and written
Portuguese on educational activities. In addition, we wish to offer suitable conditions for the
design of concepts and meanings for the target audience, immersed in basic science education
process, through satisfactory and efficient language.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 17
OBJETO DE ESTUDO .................................................................................................. 19
JUSTIFICATIVA DA DISSERTAÇÃO ............................................................................. 20
OBJETIVOS ................................................................................................................ 21
DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................................. 22
CONCEITUAIS DA HISTÓRIA.......................................................................... 29
1.3. AVALIAÇÃO DE DICIONÁRIOS QUE COMPÕEM O VOCABULÁRIO DE
HISTÓRIA ..................................................................................................... 34
1.3.1 AVALIAÇÃO DO NOVO DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DO BRASIL
ILUSTRADO (MELHORAMENTOS, 1971) ............................................... 38
1.3.2 AVALIAÇÃO DO DICIONÁRIO DO BRASIL JOANINO: (1808 – 1821)
(VAINFAS, 2008) ........................................................................................ 45
1.3.3 AVALIAÇÃO DO DICIONÁRIO DE CIÊNCIA HUMANAS (DORTIER,
2010) ............................................................................................................ 52
1.3.4 AVALIAÇÃO DO DICIONÁRIO DE NOMES, TERMOS E CONCEITOS
Este assunto será melhor explorado no capítulo 4. Ainda neste capítulo, registramos o
postulado formulado por esta pesquisa para explicar o modo como o morfema especificador serve
como argumento predicador em Unidades Terminológicas Complexas sinalizadas. E, por
último, discutimos a relevância da terminologia na Educação de Surdos.
No capítulo 5, apresentamos a estrutura dos glossários em Português e em Libras.
Veremos os elementos lexicográficos que nortearam a estruturação do glossário no Português
como língua-fonte e na Libras como língua-alvo, além de apresentar o percurso inverso por se
tratar de um glossário bilíngue. Apresentamos, além disso, as instruções de como consultar a
obra e fornecer informações sobre a macro e microestrutura dos verbetes nas línguas
envolvidas. Os glossários em Português e em Libras estarão disponíveis no apêndice deste
trabalho. Por apresentar modalidade linguística diferente das línguas orais, o modelo do
glossário em Libras estará disponível em dispositivo móvel para computador, com os vídeos e
a estrutura próprios.
Por último, apresentamos as considerações finais e as referências bibliográficas.
Acrescentamos, ainda, que as figuras cuja referência é Felten (2016) foram criadas para os fins
desta dissertação.
OBJETO DE ESTUDO
JUSTIFICATIVA DA DISSERTAÇÃO
Cultural, como segunda graduação pela Universidade Estadual de Goiás - UEG, os quais
contribuíram para ampliar o interesse na educação dos alunos Surdos na perspectiva das
Ciências Humanas. Hoje, conforme Theodoro (2007, p. 49), “tudo muda, a cada momento, no
mundo contemporâneo” e, para que a pessoa em sua diversidade entenda que o hoje é o
resultado de uma sucessão de fatos e crie condições para que se aprofunde na consciência de si
e do outro, faz-se necessário que o homem adquira consciência histórica, aquisição
desenvolvida e alcançada nas aulas de História Geral e História do Brasil na Educação Básica.
Dessa forma, o sujeito Surdo, inserido no contexto social e cultural brasileiro, deve ter
o direito e as condições conforme a sua necessidade de entender esse processo e adquirir
igualmente consciência histórica. Por sua vez, estudos da Libras, empreendidos na graduação
em Letras/Libras oferecida pela Universidade Federal de Santa Catarina – USFC, deram-me a
oportunidade de ser licenciado para o ensino da Libras como primeira língua (L1) e segunda
língua (L2).
No desenvolver da profissão, identificamos que a ausência de sinais-termo
correspondentes da História do Brasil torna-se um obstáculo para o entendimento da História
pelo aluno Surdo na sala de aula regular e tarda o seu acesso à Universidade, tendo em vista
que a História do Brasil é conteúdo exigido nos processos seletivos, como no Exame Nacional
do Ensino Médio (ENEM), um dos mais importantes programas do Governo Nacional de acesso
ao ensino superior.
Uma possível solução para este problema é a elaboração de material com conteúdo que
esteja em consonância com a educação básica e que forneça, acima de tudo, direito à
aprendizagem e acessibilidade aos alunos Surdos, matriculados nas variadas redes de ensino no
Brasil. Isso será possível, porque o glossário tem como objetivo principal promover um léxico
especializado que esteja disponível para ser consultado e que sirva de apoio para os alunos, os
professores e intérpretes, além de ser um material que promova o conhecimento e acesso à
informação.
OBJETIVOS
DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
Para a História, a narrativa é o produto final de uma investigação, constituída por meio
de um método, ou seja, o produto que o historiador entrega de sua pesquisa que, segundo Rüsen
(2010), é expresso por repercussões temporais das casualidades do mundo humano. Por
intermédio da narrativa, a História pretende não apenas narrar as modificações temporais, mas
explicá-las. Analogamente, a concepção de narrativa para a História possui o mesmo valor
semântico que a Linguística. A interseção entre as duas ciências se encontra no texto. Assim,
podemos representar o ponto em que se encontram as duas ciências. Vejamos:
organização temporal das análises das fontes que resultará numa narrativa habitualmente
exposta por um texto. É a partir deste resultado que entra em exercício as análises do linguista.
Até aqui, refletimos sobre o processo de construção da narrativa histórica no âmbito
teórico a considerar os princípios da pesquisa histórica, suas formas e funções. A partir daqui,
vamos para além dos fundamentos da História para vermos a estruturação dos textos, bem como
os elementos e expressões linguísticas escolhidas pelo historiador para compor o discurso
histórico.
O discurso histórico manifestado pelo texto comporta a capacidade de interpretação
textual e a própria mentalização do mundo por parte daquele que o escreve. É importante
considerarmos que as fontes históricas não falam por si, o que requer um especialista que as
interprete, que veja aquilo que um sujeito comum é incapaz de conceber sem o mínimo de
conhecimento sobre a razão histórica e os princípios da pesquisa. Além deste fato, muitos
historiadores do pós-segunda guerra como Eric Hobsbawm, Michel de Certeau, Carlo
Ginzburg, das décadas de 70 e 80, e outros mais recentes como Hayden White e Leandro Karnal
problematizam a questão da narrativa histórica, reconhecendo elementos de ficcionalização em
oposição à perspectiva positivista de uma construção que se orienta sob a égide da objetividade
e neutralidade.
Quanto à imparcialidade do investigador, Hayden White (1994 apud MOSCATELI,
2003, p. 06), por exemplo, cita quatro modos fundamentais de implicação ideológica, isto é, o
anarquismo, o conservadorismo, o radicalismo e o liberalismo, doutrinas que, no processo de
construção de uma narrativa histórica, interferem na maneira pelos quais os pesquisadores
constroem e explicam os acontecimentos históricos. Isso significa que as definições dos termos
que compõe o modelo de glossário proposto por esta pesquisa, não estão baseados nas
implicações ideológicas apresentadas por White (1994), entretanto, devemos considerar que
também não estão imunes, uma vez que as definições são criadas a partir de bibliografia
especializada de historiadores que possuem narrativas fundamentalmente ideológicas. Além do
mais, não cabe a esta pesquisa de cunho linguístico entrar nos méritos dessas questões. Tais
impasses ficam na responsabilidade dos historiadores e das suas reflexões sobre História. Do
ponto de vista linguístico, essas implicações inerentes à História, refletem na composição
conceitual dos termos coletados para esta pesquisa, conceitos obtidos da historiografia que
constrói a História do Brasil.
Um exemplo a respeito dessas implicações encontramos na definição do termo
Proclamação da República. Alguns historiadores defendem que a proclamação da República
em 1889 se deu devido à decadência do império. Outros, no entanto, advogam a perspectiva de
28
um golpe articulado por militares liderados por Deodoro da Fonseca. Observamos, com o
exemplo acima descrito, que as definições dos termos da História do Brasil são provenientes de
uma “cadeia narrativa de sentenças históricas” (RÜSEN, 2010, p. 46) que acompanham uma
lógica do pensamento histórico munido por intencionalidades independentes no passado e no
presente, isto é, tanto de quem cria um elemento num determinado tempo no passado, o que
poderá se tornar uma fonte histórica, quanto daquele que a interpreta no tempo presente e que
possa orientar a vida humana atual.
Por uma questão metodológica, as definições do glossário proposto, conforme
desenvolvemos, foram retiradas de bibliografia especializada de historiadores que, seriamente,
narram a História do nosso país, a saber, Lilia Moritz Schwarcs (2010, 2013), Heloisa Murgel
Starling (2015), Angélica Madeira (2005), Mary del Priori (2010), Renato Venâncio (2010),
Ronaldo Vainfas (2008), Gilberto Cotrim (2012). A partir dessas narrativas mais recentes que
reinterpretam a História do Brasil, que compreendem os períodos da América Portuguesa,
Império e República, que organizamos a terminologia dessa área do conhecimento. Nesse
sentido, portanto, os termos carregam conceitos que são produtos de um longo processo da
constituição da nação e da identidade do povo brasileiro. Por essa razão, podemos dizer que os
termos são implicações de uma profunda reflexão dos fatores extralinguísticos, abstraídos e
postos numa lógica história racional demonstradas por Sérgio Buarque de Holanda (1936) e
Gilberto Freyre (1933) em Raízes do Brasil e Casa Grande e Senzala, por exemplo.
A linguagem da história surge para nomear os próprios eventos históricos,
acontecimentos que só podem ser expostos a partir de seus rastros discursivos (DOSSE, 2012).
Ao observarmos fatos históricos como eventos ocorridos pontualmente em um determinado
período histórico, para que esses mesmos eventos possam se cristalizar e se fixar, é necessário
o emprego da linguagem. De acordo com Dosse (ibid., p. 166), a “(...) relação essencial entre
linguagem e acontecimento – histórico – se constitui pela problematização das correntes
etnometodologicas, do interacionismo e, é claro, pela abordagem hermenêutica1”. Essas três
correntes ajudam a lançar bases de uma semântica histórica. Verificamos, portanto, que os
termos recorrentes, encontrados nas provas de História do Brasil no ENEM, abrangem valor
semântico histórico e abarcam a relação essencial entre linguagem e eventos históricos.
______________
1
A hermenêutica é a arte e o método de interpretar significados expressos textualmente. Como disciplina, a
hermenêutica estuda e sistematiza os processos para construção e justificação dos sentidos de um texto ou de um
análogo ao texto (artefatos, cultura material, ritual, organização). Disponível em <
https://ensaiosenotas.wordpress.com/2014/11/20/o-circulo-hermeneutico-para-leituras-criticas/>. Acesso em 01
fev.2016.
29
É fato que a história brasileira está a ser repensada, reconstruída e refletida atualmente.
Exemplo clássico são os estudos sobre o descobrimento do Brasil em que alguns historiadores
defendem não mais um “descobrimento”, mas um “achamento” que conota intencionalidade
das terras de além-mar. Hoje, essa concepção é problematizada pelos professores de História
do Brasil na Educação Básica. Com a história propiciamente repensada, os conceitos sobre os
fatos e eventos vão se renovando e, juntamente com eles, outros termos são gerados para definir
esses conceitos. Isso evidencia que a História passa pela perspectiva linguística para se
estabelecer como ciência não apenas por modelos cientificistas, mas pelos caminhos cognitivos
de abstração e expressões por meio da linguagem. As relações entre a lexicologia e os conceitos
da História, serão discutidas no próximo subitem.
historiador fala sobre a reconstrução dos fatos, depara com determinadas ideologias que são
inerentes as suas posições políticas e sociais. Essa constatação foi motivada por meio das
análises historiográficas para as definições dos termos do glossário proposto.
O termo, conforme dissemos na Introdução (FAULSTICH, 2012), é uma “palavra
simples, composta, símbolo ou fórmula que designam conceitos”2 de determinadas áreas
especializadas, também chamado de unidade terminológica. Ainda, segundo a autora, para
distinguirmos um termo do léxico comum, é necessário observarmos a “forma linguística que
representa uma dada noção” (FAULSTICH, 1997, p. 47) numa área do conhecimento científico
ou técnico. Inferimos, pois, que os termos da História são provenientes das construções
discursivas, resultantes de uma profunda reflexão que passa por todo processo investigativo,
perpassa pela operação intelectual reflexiva, faz correspondência com as estruturas mentais da
língua e se constituem em unidades semânticas.
A Linguística recolherá os produtos de um processo sistêmico mental, constituído por
um sistema de significação. Nesse sentido, a Linguística empreende um estudo científico de
produtos, que estão registrados em um edito, uma lei, um decreto, uma declaração de guerra,
uma carta, um relato de naufrágio ou de descobertas de além-mar, documentado com palavras.
Para G. Matoré (1953 apud ROBIN, 1973, p. 41), a lexicologia na história “tem por objetivo o
vocabulário das sociedades passadas”.
Todo processo de elaboração linguística é da ordem do conhecimento passa pelo
cognitivo. O percurso mental produz um vocábulo que na História está impregnado de sentido
e significado conceitual com função de demonstrar um determinado evento histórico vivido
pela sociedade. Esse vocábulo para a teoria de Saussure é o signo linguístico entendido como
uma “entidade psíquica de duas faces” (SAUSSURE, 2012, p. 106). Na Libras, as duas faces
são definidas por Saussure pela união entre conceito e imagem acústica. O conceito é a
representação mental que prepara um objeto para receber a definição. A imagem acústica é a
representação natural de nível psíquico da palavra, ou seja, a projeção mental da imagem/ideia
da palavra ou do sinal produzido. Como demonstração há o vocábulo engenho, que tem como
imagem acústica a ideia característica mental e conceito de propriedade onde se produzia
açúcar. Para Richards e Ogden (1972 apud CARVALHO, 2003, p. 33a), há um terceiro
elemento na constituição do signo de Saussure: a coisa significada conforme a Figura 3.
______________
2
FAULSTICH, E. Nota Lexical. Centro de Estudos Lexicais e Terminológicos – Centro Lexterm. Disponível
em http://www.centrolexterm.com.br/#!notas-lexicais/c22tu . Acesso em 07 mar. 2016.
31
Fonte: Pedro Américo: Óleo sobre a tela, 415 cm × 760 cm, Museu Paulista da USP (1888).
um glossário lista uma quantidade menor” (FAULSTICH, 2010, p. 178). Outros autores como
Haensch et al (1982, p. 145) inferem que
Título:
Autor:
Editora:
Edição:
Data:
Local de publicação:
36
Volume (s):
Epígrafe:
1. Sobre o autor
a) os objetivos da obra?
3.4. A utilização de negrito, de itálico e de outros recursos gráficos está de acordo com
o equilíbrio visual da obra?
4. Sobre o conteúdo
a) categoria gramatical?
b) gênero?
c) sinonímia?
d) variante(s) da entrada?
e) variante(s) da definição?
j) equivalente(s)?
k) formação da palavra?
l) indicação de pronúncia?
m) origem e etimologia?
n) divisão silábica?
o) nomenclatura científica?
q) fontes?
r) notas?
38
1. Sobre o autor
Não. A obra Novo Dicionário de História do Brasil Ilustrado é uma edição de 1971, cuja
organização geral se deu pelo Departamento Editorial das Edições Melhoramentos de São Paulo
e teve como colaboradores alguns historiadores como Myriam Ellis, Laima Mesgravis e Odilon
Nogueira de Matos e contou com o auxílio do dicionarista Ubiratan Rosa, autor de alguns
dicionários como Dicionário Rideel – Língua Portuguesa e Dicionário Rideel Português-
Espanhol-Português.
a) os objetivos da obra?
Sim. O dicionário apresenta um caminho pelo qual o consulente poderá percorrer para chegar
ao objetivo alcançado, conforme apontado na Apresentação da obra. A Editora Melhoramentos
40
informa sobre os verbetes dos termos, não nomes, da seguinte maneira (MELHORAMENTOS,
1971, p. 07):
Por ser um dicionário de História, não biográfico, mas com grande número de verbetes de
nomes próprios, a obra apresenta informações que esclarecem o leitor sobre envolver os
personagens da História do Brasil e a maneira do consulente procurá-lo (ibid., 1971, p. 07):
Não poucas vêzes um personagem importante da História aparece, com seu nome, em
verbête pequeno, como no caso, por exemplo, de Martim Afonso de Sousa. Seu
verbête biográfico é relativamente curto. Isto se explica pelo fato de Martim Afonso
de Sousa figurar em outros verbêtes de temas da História do Brasil. Finalmente, nem
sempre o verbête é consignado segundo o último nome do personagem. Exemplo:
Alves, Antônio de. Adotou-se o critério de registrar ambos os nomes por que é mais
conhecida a figura histórica, no caso, Castro Alves, Antônio de. Neste particular deve
o consulente procurar o personagem sempre pelo sobrenome mais conhecido.
Há, ao final do dicionário, uma tábua de temas correlatos com bibliografia específica e
indicação de temas que se interrelacionam.
3.4. A utilização de negrito, de itálico e de outros recursos gráficos está de acordo com o
equilíbrio visual da obra?
O Nôvo Dicionário de História do Brasil possui os caracteres e fonte das letras adequados para
a leitura, bem como a distribuição uniforme nas margens do texto.
Embora a obra seja grande, com capa dura e apresente folhas amarelados por conta do tempo,
o formato e a organização interna da obra permitem ao consulente manuseio prático e fácil,
porque está dividido em ordem alfabética e o tamanho dos caracteres são adequados para a
leitura dos verbetes. Além disso, a obra possui bom estado de uso.
O dicionário é médio, com brochura de acabamento em capa de papelão, o que garante sua
durabilidade. O miolo é composto de papel com gramatura maior a outros materiais mais
42
comumente utilizados em obras de mesma natureza, com aparência amarelada devido ao tempo
de publicação.
A obra possui índice de pranchas, que são as listas dos autores e páginas onde as imagens
históricas e mapas se encontram, entretanto, não há lista de abreviaturas. Os editores preferiram
utilizar abreviaturas dos itens remissivos como V. (ver, veja, vide) e seguidas das suas
referências no corpo do texto.
A obra encontra-se esgotada na Editora e não está disponível em livrarias para venda.
Entretanto, pode ser encontrada em bibliotecas que possuam acervos com publicações mais
antigas.
4. Sobre o conteúdo
Sim, apresentamos entradas de nomes próprios e termos da História do Brasil. A natureza desta
questão está esclarecida na Apresentação do dicionário.
a) categoria gramatical?
b) gênero?
Não contém gênero gramatical.
c) sinonímia?
43
Não há sinonímias.
Foram encontradas algumas variantes como BANDEIRAIRAS (p. 77) para os termos
BANDEIRAS E ESTRADAS (p. 250) e BLOQUEIO (p. 100) para o termo BLOQUEIO
CONTINENTAL (p. 100).
Não há contexto.
j) equivalente (s)?
k) formação da palavra?
l) indicação de pronúncia?
m) origem e etimologia?
n) divisão silábica?
o) nomenclatura científica?
A obra é composta de nomenclatura que contempla a área da História do Brasil por se tratar de
um dicionário terminológico.
q) fontes?
r) notas?
Não há notas.
O Nôvo Dicionário de História do Brasil Ilustrado é composto por artigos que explicam as
entradas, mas que não se caracterizam como uma definição. No exemplo do verbete Noite das
Garrafadas, tendo em vista que “as definições são, por regra, constituídas de um enunciado de
uma frase só” (FAULSTICH, 2011, p 195).
Os artigos dos verbetes do dicionário fornecem acesso descomplicado ao consulente que está
inserido no contexto das séries finais da Educação Básica, consulentes do Ensino Superior e
outros que queiram consultar a obra.
1. Sobre o autor
Não. Vainfas é elaborador de outras duas obras que compõe o léxico da História do Brasil, o
Dicionário do Brasil Colonial: 1500-1808 (2000) e o Dicionário do Brasil Imperial: 1822-1889
(2002). Lúcia Bastos Pereira das Neves participou apenas desta edição sob análise.
Ronaldo Vainfas é professor da Universidade Federal Fluminense - UFF e Lúcia Bastos Pereira
das Neves é professora de História Moderna na Universidade Estadual do Rio de Janeiro -
UERJ.
a) os objetivos da obra?
O Dicionário do Brasil Joanino objetivou, em primeiro plano, lançar uma edição comemorativa
da Chegada de D. João e da Família Real ao Rio de Janeiro e, em segundo plano, alcançar
professores e pesquisadores da História do Brasil.
Não há bibliografia justificada pelos organizadores. Ao final da obra, há os créditos das imagens
utilizadas no dicionário.
A tipologia empregada foi Times New Roman 10. O tamanho da fonte, o espaçamento entre
letras e linhas facilitam a leitura dos verbetes. Como os organizadores justificam que a obra é
destinada para pesquisadores, professores de história e todos os interessados na História
Brasileira, consideramos a família tipográfica adequada.
Nas vastas explicações dos 150 verbetes da obra, encontramos informações como documentos
históricos na palavra entrada Abertura dos Portos (2008, p. 19), pinturas de Debret (2008, p.
159) em Fazenda de Santa Cruz ou imagens históricas de Antônio de Domingos Siqueira na
entrada Rio de Janeiro (2008, p. 393), o que o caracteriza como dicionário ilustrado, conforme
podemos verificar a posição da imagem histórica como ilustração do verbete Transmigração
da corte (VAINFAS; NEVES, 2008, p. 426-427).
3.4. A utilização de negrito, de itálico e de outros recursos gráficos está de acordo com o
equilíbrio visual da obra?
Sobre a apresentação material da obra observamos que as utilizações dos recursos gráficos estão
de acordo com a obra proposta, todavia, as definições dos verbetes não possuem distribuição
uniforme entre as margens do texto, o que não propicia bordas nítidas e limpas. Além disso, o
tamanho da letra das remissivas e da bibliografia, como podemos notar no final do verbete, são
48
menores que a fonte dos outros campos do verbete, o que pode passar despercebido pelo
consulente.
Não.
O dicionário é médio, com brochura de acabamento em capa mole, atributos que garantem sua
durabilidade.
Os autores não apresentam uma lista de abreviações e de símbolos. Quando há esses recursos,
os autores selecionados para a explicação da palavra-entrada justificam no corpo do texto.
Sim. A obra pode ser encontrada em bibliotecas e, algumas edições, estão disponíveis em
livrarias para venda.
4. Sobre o conteúdo
A referência a áreas de especialidade corresponde aos nomes próprios e aos termos da História
do Brasil. A natureza desta questão está esclarecida na Introdução do dicionário.
a) categoria gramatical?
b) gênero?
c) sinonímia?
Embora o Dicionário não apresente informações sobre variantes conforme a estrutura canônica
lexicográfica, alguns verbetes apresentam variantes no corpo do texto das definições, como no
caso da entrada Reino Unido (p. 386) que possui o mesmo valor semântico do termo Reino
50
Unido de Portugal e Algarves (p. 386), encontrado na definição. O mesmo acontece com a
entrada Cortes Portuguesas (p. 110) que possui como variante o termo Cortes Gerais e
Extraordinárias da Nação Portuguesa (p. 110).
j) equivalente(s)?
k) formação da palavra?
l) indicação de pronúncia?
m) origem e etimologia?
n) divisão silábica?
o) nomenclatura científica?
51
q) fontes?
Não mencionado.
r) notas?
Não mencionado.
De um lado, os pontos negativos da obra são: i) verbetes extensos sem explicação dos critérios
de seleção dos termos; ii) falta de informações consistentes sobre a utilização da obra; iii)
ausência de lexicógrafos para compor a obra; iv) margens dos verbetes não justificadas; v)
caracteres das remissivas e da bibliografia menos que os outros campos do verbete; vi) grande
número de verbetes de nomes de personagens.
Por outro lado, a proposta do Dicionário do Brasil Joanino em promover uma obra em
comemoração aos 200 anos da chegada da Família Real portuguesa no Brasil é primorosa.
Apesar de ter muitos nomes num dicionário terminológico, os personagens escolhidos e
justificados pela Comissão de Elaboração são pouco conhecidos, o que faz com que o público
conheça esses agentes. Diante do que apresentamos, recomendamos a edição e a publicação da
obra, por ser importante para os estudos da História do Brasil.
1. Sobre o autor
A profissão exercida na época da publicação da obra em análise não foi mencionada na obra.
a) os objetivos da obra?
O dicionário sob análise pretende, segundo Dortier, estar aberto não exclusivamente aos
conceitos, aos autores e às teorias tradicionais das ciências humanas, mas também ao que é
novo. E acrescenta no prefácio da obra que (2010)
O autor não especifica para que público que se dirige o conteúdo do Dicionário de Ciências
Humanas. Dortier, em seu prefácio, aponta o público em geral, e não especifica os possíveis
consulentes da obra.
______________
3
Disponível em < https://fr.wikipedia.org/wiki/Jean-Fran%C3%A7ois_Dortier>. Acesso em 28 jan. 2016.
54
A família tipográfica da obra é Times New Roman, fonte 11, espaçamento simples entre as
linhas do texto do verbete. Outras informações, como as informações complementares da
definição que estão em outra seção, a família tipográfica muda para Arial, fonte 11 e
espaçamento simples entre as linhas, como na informação complementar sobre
“Representação e realidade: ‘Quantos objetos há em cima da mesa’” (p. 521) referente ao
termo Pulsão (p. 520 -522).
3.4. A utilização de negrito, de itálico e de outros recursos gráficos está de acordo com o
equilíbrio visual da obra?
A obra analisada não possui características de um dicionário de língua. Por ser um dicionário
de terminologia, a obra contempla apenas a Língua Portuguesa.
Não.
O dicionário é médio, com brochura de acabamento em capa dura, atributos que garantem sua
durabilidade.
A obra possui ampla divulgação entre pesquisadores, professores, estudantes e aos que se
interessam pela área das Ciências Humanas.
4. Sobre o conteúdo
dos Estados Unidos. E palavras derivadas como Taylorismo (Id., Ibid., p. 605) de Charles
Teylor e Fordismo, (Id., Ibid., p. 222) de Henry Ford.
Não há campo no verbete que faça referência a áreas de especialidade. O autor situa o
consulente na área técnica dos termos do dicionário, dividindo-os em suas respectivas áreas das
Ciências Humanas no corpo do texto explicativo. Percebemos que os conceitos do termo
Funcionanismo (DORTIER, 2010, p. 232-234) se diferem de acordo com a concepção da área
de especialidade, razão pela qual o autor optou por esclarecer o conteúdo do termo e dividi-lo
em subáreas.
a) categoria gramatical?
b) gênero?
c) sinonímia?
A indicação da área, conforme o prefácio da obra, contempla todas as áreas das Ciências
Humanas.
j) equivalente (s)?
k) formação da palavra?
l) indicação de pronúncia?
m) origem e etimologia?
n) divisão silábica?
o) nomenclatura científica?
Isso quer dizer que não se inicia o que deveria ser a definição com o termo remissivo Classe
Social, indicada no final do verbete logo após a Bibliografia. Além disso, o autor remete ao
nome Mendras – sociólogo francês – e a Estratificação social que se enquadram como
remissivas sistemáticas. Para mais, Dortier não remete a termos, por exemplo, grupo social,
burguesia ou luta de classe para citar alguns que estão indicados no esclarecimento do termo
exemplificado.
Além do mais, as remissivas são marcadas com uma pequena seta e em negrito, o que pode
confundir o consulente. Seria mais adequado, as remissivas serem marcadas dentro do verbete
com V. (Ver ou Veja) ou com Cf. (Conferir), conforme aponta Faulstich (2011, p. 194).
q) fontes?
r) notas?
Não há notas nos verbetes da obra. O que encontramos, durante a análise, foram informações
complementares que estão em seção separada do verbete como “Dois casos de afasia”
(DORTIER, 2010, p. 7) referente ao verbete cuja entrada é AFASIA (Id., Ibid., p. 7).
Não. Há explicações extensas como podemos observar no verbete do temo Classe Média. Usar
o termo definição não é adequado, tendo em vista o modelo canônico da definição, conforme
aponta Faulstich (2014).
A linguagem utilizada pelos organizadores alcança alguns usuários e não o grande público, de
maneira generalizada como declara o autor. Dortier poderia indicar de forma detalhada o
59
público a que destina a obra como pesquisadores, professores ou estudantes da área das Ciências
Humanas, por exemplo.
1. Sobre o autor
Não. Azevedo é elaborador de dicionário e publicou outra obra conhecida como Dicionário
Histórico de Religiões.
A obra contou com a revisão de Paulo Geiger, editor executivo das Enciclopédias Delta-
Larousse, Delta Universa, Barsa, Mirador International e dos dicionários Koogan-Larousse,
Caldas Aulete, Aurélio e Aurélio Digital4.
Antonio Carlos do Amaral Azevedo, autor da obra, é formado em História, bem como seu
revisor, Rodrigo Lacerda.
a) os objetivos da obra?
Nos agradecimentos, é definido o objetivo seguinte para a obra: “(...) estabelecer uma fórmula
inovadora e acessível da compreensão histórica, visando a atender à curiosidade e ao interesse
não só de estudantes e professores, como ainda dos mais diversificados segmentos da
sociedade” (AZEVEDO, 2012, p. 13).
Conforme mencionado, o autor menciona que o público para o qual o conteúdo se dirige são
estudantes, professores e diversos segmentos da sociedade.
Sobre a bibliografia de onde foi extraído o corpus, o autor justifica da seguinte maneira: “As
características do dicionário e o seu universo tornaram inviáveis o registro das obras, jornais,
revistas especializadas, artigos consultados para a feitura dos verbetes” (AZEVEDO, 2012, p.
14).
Não é mencionado.
Não. O prefácio da 4ª edição, a que está em análise, foi redigida pelos editores. O prefácio da
2ª edição foi escrito pelo Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da UGF
e Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Arno Wehling, e os propósitos da
2ª e 3ª edição foram escritos pelo próprio autor da obra.
Conforme as informações sobre o livro (última página, após os termos da seção “Z”), as
tipologias empregadas foram a Meta Bold para a entrada e a LeMonde Livre no corpo dos
verbetes, em corpo 8,5/10. O tamanho da fonte, o espaçamento entre letras e linhas, e a
impressão nítida, sem manchas ou falhas, são elementos que facilitam leitura. Logo, a família
tipográfica é adequada.
3.4. A utilização de negrito, de itálico e de outros recursos gráficos está de acordo com o
equilíbrio visual da obra?
Sim. Ao iniciar cada letra da ordem alfabética, o dicionário indica a letra inicial ao lado direito
da folha, em fonte aumentada e em negrito. As palavras-entradas estão em negrito e em
caractere maiúsculo maior que a do verbete. Além disso, o autor apresenta uma padronização
62
na estrutura do verbete, o que dá equilíbrio visual a obra. Ademais, o autor pontua algumas
observações sobre o uso do itálico e das aspas (AZEVEDO, 2012, p. 14).
Sim. A obra é em formato impresso e possui tamanho médio, o que permite manuseio prático
e fácil.
Sim. A obra está em brochura, o papel do miolo é do tipo offset e a capa é do tipo cartão, o que
garante a sua durabilidade.
Sim. A obra está disponível para venda em livrarias e pode ser encontrada em bibliotecas
escolares e universitárias.
4. Sobre o conteúdo
As entradas contemplam apenas a língua escrita e não há registros do uso da língua oral na
composição dos verbetes. Além disso, não há classificações de neologismo. Embora não há
registro de palavras derivadas, encontramos os termos Islamismo (AZEVEDO, 2012, p. 261)
que deriva de Islã (Id., Ibid., p. 261), por exemplo.
a) categoria gramatical?
b) gênero?
c) sinonímia?
Há poucas variantes na obra. Quando há, ela está em parêntese como no termo CRACK (DA
BOLSA) (Id., Ibid., p. 131).
j) equivalente (s)?
k) formação da palavra?
l) indicação de pronúncia?
Não se indica pronúncia. Os autores partem do princípio que os leitores conhecem a pronúncia
das palavras do português.
m) origem e etimologia?
n) divisão silábica?
o) nomenclatura científica?
65
Além disso, observamos que parte das explicações dos termos que compõe o corpus do
dicionário seguem a ordem hierárquica dos termos que podem ter estatuto de hiperônimo e
hipônimo, porém, não estabelece relações remissivas entre esses termos. Isto significa que a
primeira palavra utilizada (“termo”) poderia ser utilizada como remissiva com estatuto de
hiperônimo entendido como termo geral ou genérico. Assim, sugerimos que as remissivas
pudessem estar organizadas no final do verbete com o indicativo ‘Ver’.
q) fontes?
Não mencionado.
r) notas?
Não apresenta.
Não. Embora o autor mencione que os verbetes estão redigidos de maneira concisa, há
explicações extensas que falam sobre o termo para a constituição do verbete. Usar o termo
definição não é adequado, tendo em vista o modelo canônico da definição o que é e para que
serve?, conforme Faulstich (2014).
A linguagem utilizada pelos organizadores alcança alguns usuários e não o grande público, de
maneira generalizada como aponta o autor. Dortier (2010) poderia indicar de forma detalhada
66
o público a que destina a obra como pesquisadores, professores ou estudantes da área das
Ciências Humanas, por exemplo.
Sim, embora seja necessária uma revisão que contemple os preceitos técnicos da lexicografia
como a posição das remissivas nos verbetes, recomendamos a edição e a publicação da obra.
sofrer os ecos do Congresso de Milão de 1880, com a proibição do uso da língua de sinais na
educação, grande perda para a Comunidade Surda.
Na Figura 8, a seguir, apresentamos o documento oficial de fundação do INES em 1857.
Fonte: http://www.ines.gov.br/uploads/institucional/Doc-INES-01.jpg
Em 1875, Flausino José da Gama, aluno do ainda ISM produziu uma obra com estampas
que compõe a então conhecida como “linguagem dos signaes” intitulada Iconographia dos
Signaes dos Surdos-Mudos. A obra objetivava divulgar os sinais aos professores, pais e outros
que se interessassem pela forma de comunicação dos surdos. Toda iconografia apresentada na
obra foi de autoria do autor. O trabalho de Flausino da Gama é considerado uma das primeiras
obras lexicográficas da Língua de Sinais no Brasil ainda no século XIX. Na Figura 9, a seguir,
apresentamos um recorte de uma das estampas inseridas na obra.
71
Em 1946, o norte americano padre Eugênio Oates veio ao Brasil para um trabalho
missionário, e logo se interessou pelos “problemas” dos Surdos. Em 1988, o padre produziu
uma obra chamada na apresentação de “dicionário de mímica”, embora seja intitulada de
“Linguagem das Mãos”. O objetivo da obra, segundo Oates (1988), era difundir “gestos” e
“mímica” dos “surdos-mudos” para expressar novas ideias com mais ênfase e clareza. Além
disso, a obra é composta por “gestos” que não pertencem ao Brasil, mas que visam completar
e dar exatidão ao pensamento, conforme apresenta o padre Vicente de Paulo Penido Burnier,
na apresentação da obra. Na Figura 10, a seguir, apresentamos um recorte de uma das estampas
inseridas na obra.
72
Fonte: OATES, Eugênio. Linguagem das Mãos. Editora Santuário: São Paulo, 1988. p. 133.
Apresentamos nas Figuras 11 e 12, a seguir, alguns desses materiais elaborados entre as
décadas de 1990 e primeira década de 2000 para ensino de Libras.
Figura 13 – Dicionário da Língua Brasileira de Sinais INES versão 2008 (LIRAS; FELIPE).
Fonte: http://www.acessobrasil.org.br/libras/
75
Fonte: http://www.glossario.libras.ufsc.br/exibirsinal/exibirsinal/id/218
Para que o glossário seja efetivamente bilíngue, é importante que os campos existentes
no verbete estejam contemplados nas duas línguas envolvidas como no verbete da Figura 16 do
Dicionário técnico-bilíngue Inglês-Português da subárea do check list (SILVA, 2009). Neste
exemplo, a palavra-entrada parte do inglês (língua-fonte) e o equivalente está no português
(língua-alvo) incluindo as definições nas duas línguas. Assim, tanto os consulentes que
pesquisam a obra a partir do Inglês quanto os que pesquisam a partir do Português terão acesso
à informação conforme a necessidade e interesse.
77
Fonte: http://www.glossario.libras.ufsc.br/pesquisalibras.
Por essa estrutura, o consulente Surdo consegue acessar o verbete a partir da entrada em
Libras. Ao consultar outras entradas, é possível ampliar o conceito da UL inicialmente
consultada. No dicionário do INES (LIRA; FELIPE, 2008), sobre o qual já nos referimos na
Figura 14, só é possível acessar o verbete pela busca em português, pela ordem alfabética que
abre uma lista de palavras e que leva a ULS equivalente. Os demais campos abertos dessa
consulta como o contexto e a classe gramatical estão em Língua Portuguesa e o exemplo,
supostamente em Língua de Sinais, está registrado por meio de notações léxicas da Língua
Portuguesa. Essa estrutura não caracteriza uma obra bilíngue.
Ao pesquisar nesta obra os termos selecionados nesta pesquisa, identificamos dois
verbetes em comum: nação e símbolo.
______________
5
Disponível em: <http://inep.gov.br/web/enem/edicoes-anteriores/provas-e-gabaritos>. Acesso em: março de
2015.
83
______________
6
O AntConc é um software que constrói concordâncias automaticamente, além de fornecer outras informações
como listar a frequência de palavras em um texto. Disponível em
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordanciador>. Acesso em: 26 mar. 2015.
84
UTs FREQUÊNCIA
América Portuguesa
Colônia 1
Colonização portuguesa 4
Coroa portuguesa 2
Colônia de exploração 1
Engenho 2
Expansão marítima 1
Brasil Império
Abolição da escravatura 3
Primeiro reinado 1
Monarquia 7
Independência do Brasil 3
Período regencial 1
Rei de Portugal 1
Brasil República
Guerra de Canudos 1
Messianismo 1
Potências do eixo 1
Potências aliadas 1
Proclamação da república 1
Segunda guerra mundial 1
O mesmo recurso poderá ser utilizado para a remissiva. Sempre que o verbete remeter
a outro termo, o consulente poderá acessá-lo em Libras, ao clicar no auxílio do verbete
movimento histórico, conforme a Figura 23, por exemplo, e percorrer todo o caminho para
compreender as relações lexicais entre os itens remissivos disponíveis.
Figura 23 – Glossário Sistêmico de Termos da História do Brasil: exemplo de uso do item remissivo em Libras.
Após os termos recorrentes terem sido selecionados dos cadernos das provas de Ciências
Humanas e suas Tecnologias do Enem, o corpus será separado no tempo histórico da América
Portuguesa, Brasil Império e Brasil República.
Os verbetes estarão organizados em ordem alfabética do Português e obedecerão à
seguinte estrutura de acordo com Faulstich (2014)7, para a produção das definições: entrada =
categoria gramatical + gênero + definição + fonte da def. + contexto + fonte do contexto ± nota
± fonte da nota ± sinônimo ± remissiva. Os campos marcados com o sinal “+” são campos
definidos, ou seja, são elementos básicos para compor um verbete e de preenchimento
obrigatório. Os campos acima marcados com os sinais “±” podem compor ou não o verbete;
isso depende do objetivo da obra em que o lexicógrafo o empreenderá.
À vista disso, os verbetes que compõem o glossário elaborado por esta pesquisa referem-
se a noções sobre eventos e fatos históricos do Brasil e, segundo considerações significativas
entre lexicologia e a História do Brasil, inferimos que os campos acima apresentados
contemplam a tipologia de um glossário bilíngue Português – Libras, conforme o ponto de vista
linguístico teórico. Na estrutura da ficha terminológica, decidimos não utilizar o campo dos
equivalentes, pois o glossário em Língua de Sinais Brasileira partirá da macroestrutura do
verbete em Português, a contemplar a modalidade linguística da língua.
Como já explicitamos antes, as remissivas precisam ser consideradas. Como
objetivamos um glossário sistêmico, o campo da remissiva tornou-se obrigatório e deixou de
ser facultativo. Decidimos, igualmente, sobre o campo da nota, dado que a área da História
possui conteúdo abrangente de cunho extralinguístico em relação aos seus fatos e eventos e, por
______________
7
Centro de Estudos Lexicais e Terminológicos - Centro Lexterm, Brasília, 2014 - Trabalho entregue em
laboratórios de Lexicologia e Terminologia, turma Pós-Graduação.
90
FICHA TERMINOLÓGICA
Nº
entr.
cat.
gên
var.
sin.
def.
fonte def.
cont.
fonte cont.
REMISSIVAS
hiper.
hip.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
nota
fonte nota
A constituição morfológica dos sinais-termo criados por esta pesquisa segue a proposta
‘fonomorfológica’ de Faria-Nascimento (2009) na construção das UTS, que consiste na análise
dos parâmetros isoladamente e combinados. Esse estudo é orientado pelos parâmetros
fonológicos da Libras, a saber, Configuração de Mão (CM), Movimento (M) e Ponto de
Articulação (PA), considerados primários. E dos outros dois parâmetros considerados
secundários, Orientação da Palma da Mão (OP) e as Expressões Não Manuais (Expressões
Faciais e Corporais).
Para a autora, além de considerar a análise mais básica dos parâmetros fonológicos de
Libras, é importante reconhecer que um parâmetro, além de possuir um traço distintivo (aquilo
que difere; por exemplo, a ULS TRABALHAR de VÍDEO é o Movimento), “traz em si um
significado que é acrescido à unidade lexical à qual é adicionada” (FARIA-NASCIMENTO,
2013, p. 85). Por possuir o traço distintivo e a informação semântica do parâmetro acrescido à
ULS, é que podemos categorizar os parâmetros como ‘fonomorfológicos’ e não apenas
fonológicos, pois, a partir do instante em que a mão ativa e mão passiva estão prontas para
articular determinada unidade lexical, os articuladores da Libras se mostram previamente
motivados.
Falamos até aqui sobre ULS e UTS. É necessário que façamos distinção entre os termos
para que possamos apresentar o propósito desta pesquisa. Por ser uma investigação que visa,
entre outros objetivos, a criação de sinais-termo, há de se considerar o fenômeno que distingue
a UL da UT, ou vice-versa.
Os estudos de formação de sinais-termo são provenientes de análises comparativas com
a Língua Portuguesa. Com base nos estudos morfológicos do Português de Zanotto (1986);
Câmara Jr (1970); Fiorin (2005); Payne (1997), entre outros, observamos que a formação de
palavras consiste, basicamente, na combinação de morfemas. Pesquisadores como Faria-
Nascimento (2009); Bernardino (2012); Quadros e Karnopp (2004) e Ferreira-Brito (1995) têm
aberto espaço para investigação desse mesmo fenômeno.
96
No âmbito intangível, podemos dizer que o processo de criação de UTS não se distingue
do da ULS, conforme aponta Lara (1999 apud FARIA-NASCIMENTO, 2009, p. 59). A UTS
se forma por impulsos tecnológicos, técnicos, comerciais, científicos, acadêmicos, etc., quando
se apresenta a necessidade de delimitar com total precisão os objetos ou os conceitos de uma
teoria, um método ou um procedimento, e a ULS se forma “no cerne da comunidade linguística
como efeito da divisão social do trabalho e como resultado de interesses históricos da
97
comunidade, pelo que está sempre definido no contexto social” (LARA, 1999 apud FARIA-
NASCIMENTO, 2009, p. 59).
Conforme a autora, a criação de sinais se dá, basicamente, a partir de formativos que
podem ser presos ou livres: na primeira posição fica o formativo que tem estatuto morfológico
com valor de base realizado pela mão passiva ao qual é agregado outro morfema. O morfema-
base é articulado pela mão passiva e o morfema especificador é articulado pela mão ativa
(FARIA-NASCIMENTO, 2009, pp. 95 - 96). A seguir, apresentamos o Construto da formação
de uma UT segundo Faria-Nascimento (2009):
UT = Bp + Mesp
j. PERÍODO REGENCIAL
k. SEGUNDO REINADO
l. NACIONALISMO
m. ABDICAÇÃO
Outro dado que podemos inferir sobre a criação de sinais-termo por composição é o
exemplo de EXPANSÃO MARÍTIMA conforme a Figura 30.
O sinal-termo é composto por três ULs que são: EMBARCAÇÃO (A), MOVIMENTO
DO MAR classificador (B) e CONQUISTAR (C). Neste caso, o classificador funciona como
UL autônoma. Por haver característica composicional, esse sinal-termo fecha como uma
Unidade Terminológica Complexa Sinalizada (UTCS).
No que se refere ao processo de formação por derivação, toda combinação AB é
composta de afixos, isto é, morfemas presos (morfemas especificadores) à mesma raiz ou
morfema-base. Para Faria-Nascimento (2009, p. 96), “o termo equivale à ‘base-livre’ que é,
grande parte das vezes, constituída de uma UL ou de uma UT na LSB, que passa a ser base para
a construção de novos termos, associado a um ‘morfema-preso’”. Para tanto, a autora explica
103
que o processo derivacional em Libras se dá por “uma estrutura-base que equivale ao morfema-
base; à base presa ou radicais é constituída, normalmente, por CM, OP e PA” (FARIA-
NASCIMENTO, 2009, p. 97).
O produto, como a autora chama o sinal formado, é o “resultado de derivações prefixais,
ou seja, à base associa-se a outra mão com CM, OP, PA e os demais parâmetros: Mov., EF e
EC para constituir a nova UL ou UT” (FARIA-NASCIMENTO, 2009, p. 97). Nas análises da
formação de UT por nós empreendidas, verificamos o processo derivacional nos sinais-termos
de: COLÔNIA, na Figura 31; COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO na Figura 32; COLÔNIA DE
POVOAMENTO na Figura 33; CONQUISTA na Figura 34 e OCUPAÇÃO na Figura 35.
Neste construto, observamos que há uma base mais genérica representada por A,
predicada por BCD. No caso, os especificadores CD são palavras possíveis que não aparecem
no texto usual, por isso estão marcados em vermelho, no entanto, dão valor semântico para a
UTC formada na área de especialidade, uma vez que as expansões marítimas ocorridas na
Europa, conforme o conhecimento histórico, ocorreram em um determinado período (C) e
foram empreendidas por portugueses (D) ou espanhóis.
Faulstich (2003, passim) explica ainda que os termos ausentes na UTC, ou “casa vazia”,
como a autora determina, são marcados por um zero (Ø). Esse zero indica que naquele lugar na
UTC existe um formativo in absência. Na Figura 37, os especificadores marcados C e D
indicam que ali é o local de um formativo apagado, assim, exemplificamos a seguinte marcação:
‘expansão marítima-ØØ’.
Assim, a partir da aplicação do constructo apresentado acima, acreditamos ser possível
comprovar as regras postuladas por Faulstich, no sentido de descrever a formação das UTCs
107
sinalizadas nos sinais-termo da História do Brasil, além de oferecer ao público que se destina
esta pesquisa conhecimento linguístico substancial e elementar.
A partir dos estudos apresentados sobre as UTCS, foi possível criar um novo postulado.
De acordo com os dados encontrados nesta pesquisa, postulamos, pois, que a mão ativa ou
morfema especificador será sempre o argumento que predica a mão dominante ou morfema
preso, visto que a base depende de argumentos na criação de sinais-termo em Libras. Para mais,
ao analisarmos as UTCS, partimos do pressuposto de que em Libras se predica por unidades
fonomorfológicas que vão compor a UTC.
As análises direcionais em Libras estão relacionadas aos estudos do Movimento (M)
como parâmetro, conforme as observações de Ferreira - Brito (1990), ao mostrar que o M pode
estar nas mãos, punhos e antebraço, além de categorizar os movimentos direcionais em
unidirecionais, bidirecionais ou multidirecionais. Klima e Bellugi (1979 apud QUADROS &
KARNOPP, 2004, p. 54) falam sobre a direcionalidade como um elemento de uma vasta rede
de formas e direções no parâmetro complexo do Movimento e pontuam os movimentos
direcionais no espaço. No Quadro a seguir, mostramos a direcionalidade dentro das categorias
do parâmetro movimento em Libras, segundo Ferreira-Brito (1995 apud QUADROS &
KARNOPP, 2004, p. 56):
TIPO
Contorno ou forma geométrica: retilíneo, helicoidal, circular, semi-circular, sinuoso,
angular, pontual;
Interação: alternado, de aproximação, de separação, de inserção, cruzado; Contato: de
ligação, de agarrar, de deslizamento, de toque, de esfregar, de riscar, de escovar ou de
pincelar;
Torcedura do pulso: rotação, com refreamento; dobramento do pulso: para cima, para baixo;
Interno das mãos: abertura, fechamento, curvamento e dobramento (simultâneo/ gradativo);
DIRECIONALIDADE
Direcional
- Unidirecional: para cima, para baixo, para direita, para esquerda, para dentro, para fora,
para o centro, para lateral inferior esquerda, para lateral inferior direita, para lateral superior
esquerda, para lateral superior direita, para específico ponto referencial;
- Bidirecional: para cima e baixo, para esquerda e direita, para dentro e fora, para laterais
opostas – superior direita e inferior esquerda;
Não-direcional.
MANEIRA
Qualidade, tensão e velocidade
- contínuo;
- de retenção;
- refreado;
FREQUÊNCIA
108
Repetição
- simples;
- repetido;
Fonte: Quadros e Karnopp (apud Ferreira-Brito, 2004; p. 56a)
No exemplo acima, temos uma UTCS formada por três outras ULS: EMBARCAÇÃO
(A), MOVIMENTO DO MAR classificador (B) e CONQUISTA (C). As viagens marítimas
eram realizadas por embarcações como caravelas, naus e galeões para conquista de outros
territórios ou obtenção de mercadorias como as especiarias. A UL autônoma “C” da UTCS em
questão, apresenta uma visão prototípica no consciente dos falantes da língua, pois as
Expansões Marítimas do século XV e XVI, por uma questão conceitual, fora o período da
descoberta das Américas e das conquistas europeias. Assim, a base A possui valor +geral, opera
um significado mais abrangente em Libras e sustenta um predicado BC mais abrangente.
109
Na figura 39, temos uma UTC sinalizada formada por três outras UL sinalizadas:
PRIMEIRO/UM (A), COROA prototípica (B) e PERÍODO (C). O Primeiro Reinado é
caracterizado como um período da história do Brasil (1822-1831) que se iniciou com a
proclamação da Independência e findou-se com a Abdicação de D. Pedro I. Percebemos que a
UTCS possui a base (A) que possui valor +geral, opera um significado mais abrangente em
Libras e sustenta predicados +específicos COROA e PERÍODO (BC). A UL B está
linguisticamente reconstruída por não ser o sinal original.
Na figura 40, há uma UTCS formada por quatro outras ULS: PRIMEIRO/UM (A),
COROA (B), TRÊS (C) e PERÍODO (D). O Período Regencial é caracterizado como um
período da história do Brasil (1831-1840) que se iniciou com a Abdicação de D. Pedro I e o
governo do império brasileiro ficou a cargo de representantes do Imperador que não possuía
110
idade suficiente para gozar das competências da realeza. Ademais, pode ser entendido como
um contínuo do Primeiro Reinado. À vista disso, a UTCS possui base A com valor +geral do
conceito; B reopera no conceito de A; C reopera no conceito de AB; D reopera no conceito de
BC e fecha o conceito complexo. A base +geral A possui CM com formação ambígua e depois
aglutinado.
Em Libras, o elemento C, segundo o morfema especificador, pode ser modificado e
obedecer ao valor semântico da UTCS caso seja inserido um novo predicador como na UTC
‘Período Regencial Inglês’. Nesse período regencial no Reino Unido, o Rei George III foi
considerado inapto a reinar e seu filho, o Príncipe de Gales, governou como Príncipe Regente
– a 1820, se tornando posteriormente George IV, com a morte de seu pai. Na UTCS apresentada
pela Figura 40, será necessário o acréscimo do argumento predicativo REINO UNIDO para
reoperar o conceito.
Na figura 41, temos uma UTCS formada por três outras ULS: SEGUNDO/DOIS (A),
COROA (B), e PERÍODO (C). O Segundo Reinado é caracterizado pelo período da história do
Brasil entre 1840 e 1889 governado pelo imperador D. Pedro II, e finalizado com a Proclamação
da República. À vista disso, a UTCS possui a base A que possui valor +geral do conceito; B
reopera no conceito de A; C reopera no conceito de AB e fecha o conceito complexo.
As UTCS representadas pelas Figuras 39 e 41 podem sustentar outro argumento
predicador como a UTC no Português ‘Primeiro Reinado da Dinastia de Aviz’ com o reinado
de D. João I, “o de Boa Memória” entre 1385 e 1433; ou ainda ‘Segundo Reinado da Dinastia
de Bragança’ com o reinado de D. Afonso VI, “O Vitorioso”. Os argumentos predicadores
111
Na Figura acima, temos uma UTCS formada por quatro outras ULS: TERRITÓRIO (A),
CONSCIÊNCIA (B), BANDEIRA (C) e EMPONDERAMENTO/ATITUDE (D). O
nacionalismo é entendido como uma corrente de pensamento e um sistema de atitudes e
representações que exaltam os valores nacionais, à qual se pertence de maneira prioritária, em
função de se seu território. À vista disso, a UTCS possui uma sequência conceitual em que a
base A possui valor +geral do conceito; B reopera no conceito de A; C reopera no conceito de
AB; D reopera no conceito de CD e fecha o conceito complexo.
O exemplo acima explorado, embora o termo no Português não seja uma UTC, em
Libras tem o conceito funcionando de maneira sequencial, reoperando os demais conforme
apresentado, compondo um formativo complexo. Assim sendo, é notável que uma UTS em
Português pode não o ser em Libras ou o inverso.
No exemplo acima (Figura 43), temos uma UTCS formada por três outras ULS:
COROA (B) e ENTREGA coroa (D). A Abdicação é entendida como a renúncia do governo
imperial por D. Pedro I. Nesta UTCS aferimos que há uma composição dos elementos A e B
para formar o C. À vista disso, a UTCS possui uma composição conceitual em que a base A
possui valor +geral (genérico) do conceito; B significa A no sentido de tirar a Coroa; C reopera
no conceito de AB de tal forma que constitui um significado apenas de Coroa tirada; D reopera
no conceito de BC e fecha o conceito complexo. A direção “para frente” de D é que completa
o conceito de renúncia, já que o ato de retirar a coroa não encerra o conceito, por isso, o
elemento direcional é fundamental para a sequência de combinações na formação de UTCS.
Podemos observar, no Quadro 6 a seguir, que a UTS EXPANSÃO MARÍTIMA aparece
em duas teorias: a formação de UTS por composição e a formação de UTCS conforme as
análises desta pesquisa. Dessa forma, a análise está dividida em 3 grupos, conforme os Quadros
5, 6 e 7:
Quadro 6 - Relação de UTS segundo a formação de palavras de Marchand (1969) e de sinais de Faria-
Nascimento(2009)
FORMAÇÃO DE SINAIS-TERMO
Derivação
COMPOSIÇÃO
Marchand (1969) / Faria-
Marchand (1969)
Nascimento (2009)
América Portuguesa Expansão Marítima
Brasil Imperial
Brasil República
Colônia de Exploração
Colônia de Povoamento
Conquista
Ocupação
Colônia
Abdicação
Nacionalismo
Primeiro Reinado
Período Regencial
Segundo Reinado
113
Quadro 7 – Relação de UTCS segundo a formação Quadro 8 – Relação de UTCS segundo a formação
de sinais-termo pelo processo de derivação. de sinais-termo pelo processo de composição.
Predicação Predicação
de UTCS de UTCS
Felten (2016) Felten (2016)
Primeiro Reinado Expansão Marítima
Período Regencial
Segundo Reinado
Nacionalismo
Abdicação
O modelo teórico que apresentamos neste Capítulo postula que, na formação de uma
UTCS, sua forma e o conteúdo conceitual estão enquadrados no funcionamento da gramática
de Libras.
O estudo comparativo motivado pelo construto de Faulstich (2003, passim) nos mostrou
que há regras na formação de UTCS no que tange aos traços conceituais essenciais para
determinar traços importantes como a posição em que as unidades predicativas sinalizadas serão
designadas.
Esse assunto, objeto de nossas pesquisas, não está concluído nesta proposta, contudo,
funciona, em princípio, para mostrar que a formação UTCS possui regras intricadas e que há
muito a ser investigado a respeito da terminologia em Libras. A seguir, veremos como o estudo
empreendido pela terminologia em Libras serve para o conhecimento científico na Educação
de Surdos.
De acordo com Krieger (2011), nos últimos vinte anos, a produção lexicográfica, em
âmbito internacional, ampliou-se de forma significativa. Entre essas produções, encontram-se
dicionários e glossários técnico-científicos que atendem as variadas áreas do conhecimento
humano. O léxico especializado adota a metodologia de cumprir objetivos aplicados, segundo
a autora. Os estudos terminológicos se destacam pela terminografia que atenda interesses
práticos da área ou do conhecimento científico em seus campos temáticos.
Podemos dizer, dessa forma, que o objetivo, dentre outros, de obras lexicográficas de
natureza terminológica é fornecer informações para a amplificação das atividades essenciais à
sociedade de forma prática, a obter esclarecimentos sobre a linguagem por meio de termos
utilizados em áreas específicas ou do conhecimento científico. Por esse motivo, o glossário de
alguns termos que compõem o léxico da História do Brasil tornar-se-á uma ferramenta que
proporcionará aos estudantes Surdos construir conceitos e aplicá-los em diferentes contextos
como explicar a relação entre Portugal e sua colônia na América, antes que esse território se
tornasse Brasil.
Além disso, o consulente poderá agregar informações significativas em seu processo de
aprendizagem sobre a História do nosso país, a fim de apreender e compreender, de maneira
efetiva, a realidade em que estiver estudando. A terminologia investigada e organizada em
forma de glossário fará com que o mesmo possa ser consultado por professores de História e
115
professores de Surdos, além de poder contribuir com metodologia de trabalho que contemple o
vocabulário específico que domina o léxico de Libras.
Um Surdo, por exemplo, ao usar o termo em suas relações com professores, intérpretes
ou seus pares, precisa ter segurança quanto ao significado do vocábulo e às diferenças entre o
léxico comum utilizado regularmente, ou seja, saber a diferença entre uma UTS e uma UTCS,
por exemplo, só assim o sujeito terá certeza de que compreendeu o que significa “X” ou “Y” e
a correlação que essas unidades estabelecem com o conteúdo lecionado em sala de aula.
Dentre tantas atribuições inerentes aos dicionários e glossários, uma outra é o uso
consciente e crítico dessas obras. Se o aluno Surdo contar com obras bilíngues que atendam às
suas necessidades específicas, a lexicografia estará proporcionando conhecimento
sistematizado sobre o léxico e proporcionará função relevante no conhecimento escolar sobre a
língua de sinais, o Português e o conhecimento intrínseco ao léxico. Essas são atribuições
didáticas correspondentes ao uso da lexicografia que compõe o vocabulário de especialidade.
O vocabulário da História do Brasil, organizado por esta pesquisa, está em consonância
com a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), quando determina em seu Art. 9º que os componentes obrigatórios
devem ser tratados em uma ou mais áreas do conhecimento para compor o currículo. O item C
do Art. determina que o ensino da História do Brasil leva em conta as contribuições das
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes
indígena, africana e europeia.
Essa determinação regula as Diretrizes Curriculares Nacionais que definem a formação
básica comum e da parte diversificada da educação básica que, em 2013, publicou novas
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. As diretrizes “estabelecem a base
nacional comum, responsável por orientar a organização, articulação, o desenvolvimento e a
avaliação das propostas pedagógicas de todas as redes de ensino brasileiras” (BRASIL, 2013,
p. 4).
No entanto, nos últimos anos, a perspectiva da base nacional comum está a sofrer
transformações para a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que objetiva estabelecer o
que os estudantes brasileiros precisam aprender, desde a educação infantil até o final do ensino
médio. Para que a BNCC alcance a equidade na formação dos estudantes brasileiros, o
Ministério da Educação (MEC) disponibilizou o documento prévio com as diretrizes e convidou
a sociedade brasileira para discussões e contribuições para a construção do documento. Por
meio do sítio disponibilizado pelo MEC, professores e outros agentes sociais comuns podem
ter acesso a esse documento, que ficou para consulta pública até o dia 15 de março de 2015,
116
meio pelo qual todos os interessados puderam fazer observações sobre o texto preliminar. O
texto para consulta está disponível por meio de cadastro, e o usuário avaliou questões relativas
aos objetivos dos procedimentos de pesquisa das séries finais do Ensino Fundamental, por
exemplo, conforme apresentamos na Figura 44:
Figura 44 – Versão preliminar da BNCC da Disciplina História para os anos finais do Ensino Fundamental.
Fonte: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/contribua?ac=AC_CIH.
______________
8
O AntConc é um software que constrói concordâncias automaticamente, além de fornecer outras informações
como listar a frequência de palavras em um texto. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordanciador>. Acesso em 26 mar. 2015.
119
comunidade Surda escolar; v) registro dos termos e dos sinais-termo em um glossário sistêmico
bilíngue que atenda às necessidades linguísticas do público-alvo.
Podemos dizer, dessa forma, que o objetivo, dentre outros, de obras terminográficas é
fornecer informações para a amplificação das atividades essenciais à sociedade de forma
prática, a obter esclarecimentos sobre a linguagem por meio de termos utilizados em áreas
específicas ou do conhecimento científico. Por esse motivo, o glossário de alguns termos que
compõe o léxico da História do Brasil tornar-se-á uma ferramenta que proporcionará aos
estudantes Surdos construir conceitos e aplicá-los em diferentes contextos como explicar a
relação entre Portugal e sua colônia na América, antes que esse território se tornasse Brasil.
grandes navegações s.f. Viagens marítimas de longa distância realizadas pelos europeus,
principalmente portugueses e espanhóis. COTRIM, 2013. Portugal foi o primeiro país a
empreender as Grandes Navegações no século XV. COTRIM, 2013. Nota: A principal
embarcação marítima utilizada nas Grandes Navegações foi a Caravela. Desenvolvida pelos
portugueses, era um navio de estrutura leve movido pelo vento; sua principal característica era
a vela de formato triangular, que podia ser ajustada em várias direções para captar a força eólica
(do vento). Assim, qualquer que fosse o sentido do vento, a caravela podia navegar na direção
desejada pelo piloto. COTRIM, 2013. Ver expansão marítima;
ao lado para ter acesso ao conteúdo em Libras. Os vídeos que contemplam a língua de sinais
estarão legendados em Português para atender as duas línguas envolvidas. Na Figura 46 a
seguir, mostramos o modo como será a organização da macroestrutura do glossário em Libras.
Para o acesso aos itens das Observações para manejo do glossário, o consulente deverá
clicar em cima do item desejado. A seguir, na Figura 47, apresentamos o modo como estará
disponível o acesso ao conteúdo em Libras:
Nos três campos temáticos em que estão divididos os verbetes, o consulente poderá
obter o sinal-termo de cada um, a saber, AMÉRICA PORTUGUESA, BRASIL IMPERIAL e
BRASIL REPÚBLICA. Para isso, estará disponível a janela com a informação em Libras com
legenda em português, conforme a Figura 52. Além disso, na imagem ilustrativa haverá uma
pequena janela que indica ‘vídeo’ para que o consulente, ao clicar, tenha acesso a outra janela
maior , na qual haverá informações técnicas sobre a imagem, como nos apresenta a Figura 51.
125
6.1 APRESENTAÇÃO
______________
9
“Termo da Língua Língua de Sinais Brasileira que representa conceitos com características de linguagem
especializadas, próprias de classe de objetos, de relações ou de entidades”. Disponível em
www.centrolexterm.com.br.
129
O glossário proposto será disponibilizado em site eletrônico onde estará acessível para
aqueles que se interessarem em consultar os sinais-termo da História do Brasil, como via de
socialização do conhecimento produzido.
O banco de dados que será exportado para o site eletrônico continuará sendo alimentado
com novos verbetes e reformulado conforme as necessidades do usuário, o que possibilitará a
consulta ao glossário de forma dinâmica em razão dos hiperlinks que ligam diferentes lexemas,
constituindo uma rede informativa que complementam os conceitos apresentados pelos
verbetes.
O objetivo, entre outros, é fornecer informações importantes para a compreensão das
atividades essenciais da sociedade de forma prática, assim como registrar um léxico composto
por termos utilizados em áreas específicas do conhecimento científico. Esperamos que o
glossário, se torne uma ferramenta que proporcione consulta e aplicação em diferentes
contextos da vida quotidiana e escolar.
grandes navegações s.f. Viagens marítimas de longa distância realizadas pelos europeus,
principalmente portugueses e espanhóis. COTRIM, 2013. Portugal foi o primeiro país a
empreender as Grandes Navegações no século XV. COTRIM, 2013. Nota: A principal
embarcação marítima utilizada nas Grandes Navegações foi a Caravela. Desenvolvida pelos
portugueses, era um navio de estrutura leve movido pelo vento; sua principal característica era
a vela de formato triangular, que podia ser ajustada em várias direções para captar a força eólica
(do vento). Assim, qualquer que fosse o sentido do vento, a caravela podia navegar na direção
desejada pelo piloto. COTRIM, 2013. Ver expansão marítima.
130
6.2.3 entrada: Unidade linguística que possui conteúdo semântico da expressão terminológica na
linguagem de especialidade. É o termo propriamente dito, o termo principal. Neste glossário,
vem em negrito e em caracteres minúsculos.
6.2.4 categoria gramatical: Indicativo da classe gramatical ou da estruturação sintático-semântica
do termo. Pode ser s. = substantivo ou n.=nome; v = verbo; utc = unidade terminológica
complexa.
6.2.5 gênero: Indicativo do gênero a que pertence o termo na língua descrita, como m = masculino
ou f = feminino.
6.2.6 variante: Formas concorrentes com a entrada. As variantes correspondem a uma das
alternativas de denominação para um mesmo referente.
6.2.7 sinônimo: Formas coocorrentes no discurso da linguagem de especialidade cujo significado é
idêntico ao do termo da entrada.
6.2.8 definição: A definição é um sistema de distinções recíprocas que servem para descrever
conceitos pertinentes aos termos.
6.2.9 fonte da definição: Registro do nome do autor, da obra, data etc. de onde foi compilada a
definição.
6.2.10 contexto: fragmento de texto no qual o tempo principal aparece registrado, transcrito com o fim
de demonstrar como é usado na linguagem de especialidade.
6.2.11 fonte do contexto: Registro do autor, obra, data etc. de onde foi extraída a frase contextual,
também chamada de abonação.
6.2.12 remissivas: Sistema de relação de complementaridade entre termos. Os termos remissivos se
relacionam de maneiras diversas , dependendo da contiguidade de sentido. Podem ser: termos
hiperônimos e termos conexos.
6.2.13 nota: Comentário prático, linguístico ou enciclopédico, que serve para complementar as
informações da definição.
6.2.14 fonte da nota: Registro do autor, obra, data etc. de onde foi extraído o comentário prático,
linguístico ou enciclopédico, que serve para complementações da definição.
6.3 A TERMINOLOGIA
C
colônia s.f. var. colônia portuguesa. sin. terra de santa cruz. Território ocupado por Portugal
fora de seus domínios. Adapt de HOUAISS, 2010; BRITANNICA, 2015. A primeira atividade
econômica do Brasil colonial foi a extração do pau-brasil. BRITANNICA, 2015. Ver território.
colônia de exploração s.f. Uso dos recursos naturais da colônia para benefício da metrópole.
Adapt. de INFOESCOLA, 2015. Um exemplo de colônia de exploração é o Brasil, pois a Coroa
Portuguesa, percebendo o potencial de lucro dos recursos naturais brasileiros e a mão-de-
obra indígena. INFOESCOLA, 2015. Ver metrópole; colônia.
na colonização a explicação para a realidade brasileira. Foi dessa preocupação com que
surgiram algumas das principais obras que definiram a forma como pensamos a colonização do
Brasil. Dentre elas, Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, foi um primeiro marco,
contestando as teorias de superioridade racial branca, e vendo com olhar benevolente o processo
colonizador. Também Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, procurou estabelecer o
caráter nacional, considerando a cordialidade do homem brasileiro fruto da colonização
realizada por um povo, os portugueses, acostumado à miscigenação e sem preocupações
racistas. Outra abordagem, entretanto, presente na obra de Caio Prado, A formação do Brasil
contemporâneo, considerava a colonização o fundamento para explicar os problemas sociais e
as desigualdades do país. SILVA, 2013. Ver expansão marítima; ocupação; colônia de
exploração.
coroa portuguesa s.f. Var. coroa de portugal. Referente a realeza de Portugal. Criado pelo
autor. Ninguém poderia retirar pau-brasil sem permissão da coroa portuguesa. DUARTE,
2015. Ver realeza.
E
engenho s.m. Propriedade onde se produzia açúcar. COTRIM, 2013. Na região de São Vicente,
os primeiros colonos iniciaram o cultivo de cana-de-açúcar e instalaram o primeiro engenho
do Brasil. COTRIM, 2013. Nota: Quanto a localização dos engenhos, podiam ser à beira-mar
(mais antigos e valorizados) ou na mata (em geral menores, menos valorizados e com custos
mais elevados). Havia engenhos reais, movidos pela força da água e que produziam açúcar e
aguardente, e os trapiches (ou engenhocas), movidos por tração animal e produtores de
aguardente. Ver propriedade.
expansão marítima s.f. Var. expansionismo; expansão colonial; expansão territorial; expansão
europeia. Viagens marítimas realizadas pelos europeus a fim de estabelecer colônias nos
territórios além dos limites do mundo conhecido. Adapt de FILHO, 2014; COTRIM, 2013. A
partir do século XV, sob a liderança de portugueses e espanhóis, os europeus começam um
processo de intensa globalização, a chamada Expansão Marítima. BRASILESCOLA, 2015.
Nota: O Rei de Portugal D. Manuel encarregou Cabral de tomar posse das terras que encontrasse
pelo caminho. Por isso, Cabral ordenou aos pilotos da sua esquadra que se afastassem do litoral
africano, velejando cada vez mais em direção ao Ocidente. Na tarde do dia 22 de abril de 1500,
uma quarta-feira, a esquadra de Cabral avistou um monte verde-azulado de formas
arredondadas ao qual deram o nome de Monte Pascal, pois era semana da Páscoa. BOULOS
JÚNIOR, 2012. Ver grandes navegações; colônia; território.
G
grandes navegações s.f. Viagens marítimas de longa distância realizadas pelos europeus,
principalmente portugueses e espanhóis. COTRIM, 2013. Portugal foi o primeiro país a
empreender as Grandes Navegações no século XV. COTRIM, 2013. Nota: A principal
embarcação marítima utilizada nas Grandes Navegações foi a Caravela. Desenvolvida pelos
portugueses, era um navio de estrutura leve movido pelo vento; sua principal característica era
a vela de formato triangular, que podia ser ajustada em várias direções para captar a força eólica
(do vento). Assim, qualquer que fosse o sentido do vento, a caravela podia navegar na direção
desejada pelo piloto. COTRIM, 2013. Ver expansão marítima;
134
H
herdeiro s.m. Pessoa que passa a ter ou sofrer algo, por transmissão, doação ou força das
contingências. HOUAISS, 2010. Era uma regra dos aristocratas ter "um herdeiro de reserva",
algo que fazia muito sentido em épocas de alta mortalidade infantil. G1, 2015. Ver monarquia
hereditária; secessão real.
I
instituições de governo s.f. pl. var. administração pública. Administração que representa, em
certo sentido, a condição necessária para que os nossos poderes políticos possam afirmar-se,
estabilizar-se e manter-se. BOBBIO, 1998. ‘A governabilidade de uma democracia depende do
relacionamento entre a autoridade de suas instituições de Governo e da força das suas
instituições de oposição’ (Huntington). BOBBIO, 1998. Ver governo; política.
J
juíz s.m. Magistrado que tem o poder de julgar. SANTOS, 2001. Se o inquérito for arquivado
pelo juiz, não poderá ser desarquivado, a não ser se aparecerem novas provas e será
devidamente reanalisado. SANTOS, 2001. Ver magistrado; juízo.
juízo s.m. sin. julgamento. Exercício oficial das funções de um juíz. SANTOS, 2001. Toda e
qualquer ação de natureza civil pleiteada em juízo é uma Ação Cível. SANTOS, 2001. Nota:
É o juiz quem dirige todo o processo. Ele deverá garantir igualdade de tratamento às partes,
zelar pela rápida solução do litígio, prevenir ou reprimir atos contrários à dignidade da Justiça.
O juiz tem garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e a da irredutibilidade de vencimentos.
SANTOS, 2001. Ver juiz.
M
magistrado s.m. Ver juíz.
monarquia hereditária s.f. Sucessão do monarca após a sua morte por seu filho, filha ou outro
parente. Adapt. de BRITANNICA, 2015. Quando o rei ou a rainha de uma monarquia
hereditária morre ou abdica, a coroa geralmente é passada à próxima geração, ou seja, para
seu filho ou filha, observando alguma ordem de antiguidade. WIKIPEDIA, 2015. Nota:
Os monarcas quase sempre têm reinado vitalício, ou seja, ficam no cargo até morrer. Além
disso, a maioria das monarquias é hereditária. As monarquias já foram muito comuns em todo
o mundo, mas hoje em dia são poucas. BRITANNICA, 2015. Ver sucessão; monarca.
135
N
nação s.f. 1. Estado politicamente organizado constituído pelo povo, por território e regime
político. Adapt. de OSBORNE, 2015. 2. Indivíduos que compartilham os mesmos interesses,
símbolos e representações de ideais nacionais. Adapt. de DIC. DE SOCIOLOGIA, 2015.
Apesar de algumas das heranças coloniais concorrerem para a unidade da nação, podemos
dizer que a nacionalidade foi uma conquista do império independente. SCHWARCZ;
THOMAZ, 2014. Nota: Já ao findar o século XVIII, várias teorias tinham surgido tentando
definir que elementos ou fatores poderiam determinar uma nacionalidade, predominando a ideia
de que pertencer a uma nação era a vontade de viver comum, ter consciência de sua pátria.
AZEVEDO, 1999. Ver regime político; território; símbolo; representação.
O
ocupação s.f. 1. Apropriação das terras encontradas durante a expansão marítima portuguesa.
2. Ato de invadir uma propriedade. Adapt de BOULOS JÚNIOR, 2012; HOUAISS, 2010. Até
o ano de 1530, a ocupação portuguesa ainda era bastante tímida, somente no ano de 1531, o
monarca português Dom João III enviou Martin Afonso de Souza ao Brasil nomeado capitão-
mor da esquadra e das terras coloniais, visando efetivar a exploração mineral e vegetal da
região e a distribuição das sesmarias (lotes de terras). BRASILESCOLA, 2015. Ver expansão
marítima; grandes navegações.
P
propriedade s.f. Território pertencente ao um indivíduo ou nação. Adapt de HOUAISS, 2010.
Após a chegada de Colombo à América, os reis da Espanha apressaram-se em garantir seus
direitos de propriedade sobre a nova terra. Adapt de COTRIM, 2013. Ver colônia; território;
nação.
R
realeza s.f. Excelência do rei. Adapt. de HOUAISS, 2010. Ficava permitida a importação ‘de
todos e quaisquer gêneros, fazendas e mercadorias transportadas ou em navios estrangeiros
das potências que se conservavam em paz e harmonia com a minha realeza’. Adapt de
SCHWARCZ, 2015. Ver rei de portugal.
rei s.m. sin. monarca. Soberano governante de uma monarquia. Adapt de MICHAELIS, 2009.
O famoso ditado ‘rei morte, rei posto’ tinha o sentido político importante de manter a
continuidade da dignidade real, que sobrevivia à morte humana de um rei, mas, não de sua
dinastia e linhagem. HERMANN, 2008. Nota: D. João VI decretou em 28 de janeiro de 1818,
anunciando a data de sua aclamação como Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos
136
regime político s.m. Conjunto das instituições que regulam a luta pelo poder e o seu exercício,
bem como a prática dos valores que animam tais instituições. BOBBIO, 1998. O Interesse
nacional assim entendido pode definir, por outro lado, comportamentos diversos, segundo a
situação histórica concreta, a força do Estado em questão, sua estrutura econômica e seu
regime político. BOBBIO, 1998. Ver instituições de governo; monarquia.
rei de portugal s.m. Soberano real governante de Portugal. Adapt de VAINFAS, 2000.. Quem
teria matado o rei de Portugal? Em 1826, os dois maiores interessados no desaparecimento de
D. João VI eram sua mulher, a rainha Carlota Joaquina e o seu filho mais novo, o Príncipe D.
Miguel. Adapt de GOMES, 2010. Ver monarca; realeza; monarquia; monarquia hereditária.
S
sucessão real s.m. Transmissão de direitos, encargos ou bens após a morte da realeza a seu
herdeiro. Adapt de HOUAISS, 2010. A filha do príncipe William da Inglaterra e de sua esposa
Kate, é a quarta na linha da sucessão real. Adapt de G1, 2015. Ver rei; realeza; monarquia;
monarquia hereditária.
T
território s.m. Extensão terrestre, espaço aéreo e as aguas territoriais de uma nação. Adapt de
SANDRONI, 1999. A palavra “crioulo” (créole, creole e criollo) tem a ver diretamente com
esse processo de expansão dos europeus pelo mundo e com o estabelecimento de colônias nos
territórios d’além mar. TRAJANO FILHO, 2014. Ver colônia; propriedade; nação;
nacionalismo.
6.5.2 . Brasil Imperial
A
abdicação de d. Pedro I s.f. Renúncia de D. Pedro I ao governo Imperial do Brasil.
MELHORAMENTOS, 1971. No dia 7, por volta das três da manhã, a carta de abdicação de
D. Pedro I era entregue para ser lida publicamente. Adapt. de SCHWARCZ, 2015. Nota: D.
Pedro abdicou melhor do que reinou. Altivo, afirmou que a decisão estava tomada e encerrou
o episódio: “entre mim e o Brasil tudo está acabado e para sempre”. Voltava ele então para
Portugal, ao lado da esposa, onde reassumiu seu antigo título português e acrescentou o
“defensor perpétuo do Brasil”. Agora era hora de cuidar da vida da monarquia em Portugal e
do lugar de sua filha, d. Maria da Glória. SCHWARCZ, 2015. Ver primeiro reinado; governo;
império.
B
barões do café s.m. Cafeicultores da aristocracia rural brasileira do Segundo Reinado. GOMES,
2013. Os barões do café vivem com um luxo que não é respeitável, pois tem origem na senzala
do negro e no chicote do feitor. GOMES, 2013. Ver segundo reinado.
Brasil imperial s.m. var. brasil império; brasil monarquia. Período da história do Brasil que se
iniciou com a Independência, em 7 de setembro de 1822, e terminou com a proclamação da
República, em 15 de novembro de 1889. BRITANNICA, 2015. Durante os 67 anos do Brasil
imperial (1822-1889), o país passou por tantas revoltas internas que é um milagre que tenha
mantido a unidade do seu vasto território - e não tenha se fragmentado como ocorreu com a
América espanhola. SUPERINTERESSANTE, 2002. Nota: Na maior parte desse período, o
Brasil foi governado por imperadores, D. Pedro I e D. Pedro II, também chamados de
“monarcas”. Havia um parlamento, formado por deputados e senadores, para discutir e
aprovar leis, entre outras funções. E o Brasil passou a ter uma Constituição. Por isso, costuma-
se dizer que o Brasil Império foi uma “monarquia parlamentar constitucional”. Adapt de
BRITANNICA, 2015. Ver período histórico; independência do brasil; proclamação da
república.
C
capital s.m. sin. dinheiro; patrimônio. Bens, dinheiro ou patrimônio possuídos por um indivíduo
ou Estado. Adapt. de SOUSA, 2005. Num sistema capitalista, o capital é suprido ou pelo único
proprietário de uma empresa ou pelos acionistas, no caso de uma companhia de sociedade
anônima. WRIGTH, 2013. Ver bens de consumo; lucro; comércio.
comércio s.m. Troca de valores ou de produtos visando o lucro. SANDRONI, 1999. Cada país,
entretanto, continua livre para determinar as formas de comércio com as demais nações.
SANDRONI, 1999. Nota: Os atos de comércio promovem a transferência de mercadorias entre
os indivíduos, deslocando-se de regiões onde são abundantes para outras onde não existem em
quantidade suficiente para satisfazer o consumo. SANDRONI, 2010. Ver lucro; consumo; bens
de consumo; capital.
consumo s.m. Utilização, aplicação, uso ou gasto de um bem ou serviço por um indivíduo.
Adapt. de SANDRONI, 1999. O objetivo-base de toda a atividade econômica é alcançar o
maior nível possível de consumo. Sousa, 2005. Nota: Numa sociedade em que a divisão social
e técnica é relativamente complexa, a apropriação e a transformação dos elementos da natureza
são separadas, no tempo e no espaço, de seu uso para a satisfação de necessidades humanas.
Por exemplo: a maçã colhida na Argentina pode vir a ser consumida só no Brasil. SANDRONI,
1999. Ver bens de consumo.
corrente de pensamento s.f. Sin. corrente filosófica. Linha de pensamento comum que se
constroem para criar e propagar novas ideias. Adapt. de HOUAISS, 2010. O idealismo
139
E
escravidão s.f. Sujeição de uma pessoa e sua vontade à autoridade de uma outra pessoa. PINSK,
2010. A fonte legal da escravidão moderna era o direito romano, mantido durante a Idade
Média, que fazia distinção tênue entre escravidão e servidão. VAINFAS, 2000. Nota: No
Brasil, o processo de colonização, iniciado nos anos 1530, foi marcado pelo apresamento e a
utilização dos índios como mão-de-obra – então chamados de “negros da terra” ou “negros
brasis” (...). A substituição da escravidão indígena pela africana, que preponderou desde o
século XVII em várias áreas agroexportadoras, foi explicada por diversos ângulos. VAINFAS,
2000. Ver abolição da escravatura.
I
imperador s.m. Ver rei; monarca.
independência do Brasil s.m. Movimento colonial elitista para a ruptura com Portugal. DEL
PRIORI, 2010. A independência do Brasil pode ser definida como um movimento bastante
elitista, quase uma disputa entre aristocratas portugueses. DEL PRIORI, 2010. Nota: Para
compreendermos a especificidade de nosso processo de independência, é necessário
lembrarmos que o processo conviveu com outros projetos alternativos, pois, há muito, uma
parte da elite colonial aspirava à ruptura com Portugal. Tais propostas de independência,
contudo, tinham uma forte marca regional, como fica claro na denominação de duas delas: a
Inconfidência Mineira e a Revolução Pernambucana (ocorrida em 1817). Adapt. de DEL
PRIORI, 2010. Ver movimento histórico; movimento de ruptura.
L
lei áurea s.f. Lei assinada que estabelece a abolição da escravatura no Brasil. TERRA, 2012. A
mobilização internacional para denunciar e combater o trabalho escravo começou quatro
décadas após a assinatura da Lei Áurea. EM DISCUSSÃO, 2011. Ver lei; escravidão; abolição
da escravatura.
lucro s.m. Rendimento atribuído aos bens vendidos. SANDRONI, 1999. As funções
econômicas são expressões matemáticas responsáveis por representar situações envolvendo as
movimentações financeiras de uma empresa, com base no custo, na receita e no lucro. BRASIL
ESCOLA. Ver rendimento; capital; comércio; bens de consumo.
M
manufatura s.f. Técnica de produção artesanal fabril desempenhado por operários.
SANDRONI, 1999. A manufatura sucedeu o artesanato como forma de produção e
140
mudança histórica s.f. Mudanças que envolvem os níveis econômicos, culturais, políticos ,
etc. DORTIER, 2010. O mundo está vivendo uma importante mudança histórica mundial.
Adapt. de ONIC RIO, 2011. Nota: “O mundo muda”. A proposição é verdadeira, mas oca. As
dificuldades começam quando queremos saber exatamente o que muda e quais são as diferentes
causas da mudança. Essas mudanças são podem variar de forma progressiva, por ciclos, por
saltos, etc. Adapt. de DORTIER, 2010.
O
operário s.m. pl. Pessoa que trabalhava nas fábricas por longas jornadas em condições nada
saudáveis e recebiam muito pouco por isso. Adapt de BRITANNICA, 2015. As más condições
de trabalho deram origem a conflitos entre operários e empresários, não só na Inglaterra como
em outras regiões da Europa onde se desenvolveu o sistema fabril. COTRIM, 2013. Ver
fábrica; jornada de trabalho.
P
período regencial s.m. Período da história do Brasil em que o governo esteve a cargo de
representantes do imperador. Adapt de EDIÇÕES MELHORAMENTOS, 1971. Mas é certo
também que inspiração federalista que iria sacudir o Brasil ao longo do período regencial e
consequências desse debate apareceriam durante o processo de independência. SCHWARCZ,
2015. Nota: Após a Abdicação de D. Pedro I na madrugada de 07 de abril de 1831, D. Pedro II,
com apenas 5 anos e 4 meses de idade, embora imediatamente aclamado imperador, não pôde
assumir a chefia do governo. Destarte, deveria a Assembleia Geral, composta do Senado do
Império e da Câmara dos Deputados eleger uma regência, integrada por três membros.
MELHORAMENTOS, 1971. Ver período histórico; governo; imperador.
primeiro reinado s.m. Período da história do Brasil (1822-1831) que se iniciou com a
Proclamação da Independência e findou-se com a Abdicação de D. Pedro I.
MELHORAMENTOS, 1971. No Primeiro Reinado, o Brasil se envolveu em um conflito
internacional, a Guerra da Cisplatina, na região que deu origem ao Uruguai. BRITANNICA,
2015. Ver período histórico; independência do brasil; abdicação.
141
R
representação s.f. Manifestação de uma ideia ou objeto soba forma de uma imagem, de um
símbolo ou de um sinal abstrato. DORTIER, 2010. No sentido mais amplo, a representação
designa qualquer realidade (objeto, sinal, imagem) que mantenha uma relação de
correspondência com outra realidade, e que a substitua. DORTIER, 2010. Nota: a bandeira
americana é a representação de um pais. O sinal ‘+’ é a representação simbólica de uma
operação matemática. No sentido mais amplo, a representação de um objeto ou de uma ideia é
sua cópia sob a forma de uma imagem, de um símbolo ou de um sinal abstrato. DORTIER,
2010. Ver ideia; imagem; símbolo; sinal abstrato.
S
segundo reinado s.m. Período da história do Brasil (1840-1889) governado pelo imperador D.
Pedro II e se finalizou com a Proclamação da República. MELHORAMENTOS, 1971. Na
ausência da família, caberia às elites brasileiras prepará-lo para assumir o trono aos 14 anos
e servir ao Estado no longo e relativamente estável Segundo Reinado, entre 1840 e 1889, ano
da Proclamação da República. GOMES, 2010. Nota: O reinado de dom Pedro II foi o governo
mais longo da história do Brasil: 49 anos. Dom Pedro II tornou-se imperador aos 14 anos de
idade e reinou até os 63. BRITANNICA, 2015. Ver período histórico; governo; imperador;
proclamação da república.
símbolo s.m. Ser, objeto ou imagem a que se atribui certo significado. HOUAISS, 2010. Assim,
o símbolo da Lua, expresso sob a forma de uma palavra, de uma imagem ou de um esquema,
designa o astro da noite, mas também a feminilidade, a fertilidade ou os sonhos. DORTIER,
2010. Nota: em um sentido mais completamente diferente, o símbolo designa com frequência
uma imagem ou objeto que possui um valor sagrado e metafórico, como quando se diz: ‘A
pomba branca é o símbolo da paz’ ou ‘o uniforme é o símbolo da autoridade’. Simbolismo
também se refere a uma corrente literária e artística nascida na França no final do século XIX
com poetas como Stéphane Mallarmé e Charles Baudelaire. DORTIER, 2010. Ver
representação; imagem; imagem mental.
sinal abstrato s.m. Representação de tudo aquilo que é interpretado em um dado momento.
Adapt. de DORTIER, 2010. No limite, uma nuvem em forma de coelho torna-se signo para
quem a vê assim. DORTIER, 2010. Nota: O signo é definido de forma bastante ampla. Esta
definição está de acordo com Charles W. Morris em que defende o signo ou sinal abstrato,
aquilo que é interpretado em um momento específico. DORTIER, 2010. Ver representação;
símbolo; imagem.
T
técnica de produção s.f. Processo mecânico ou manual pelo qual o homem atua na produção.
Adapt. de SANDRONI, 1999. Uma técnica de produção é uma particular combinação dos
142
A
ação tática s.f. Ações de combate necessária à execução de uma operação militar, podendo a
tropa que a empreender combater ou não. MINISTÉRIO DA DEFESA, 2007. As ações táticas
fundamentam-se na necessidade de neutralizar o poder de combate superior das forças
convencionais. VISACRO, 2009. Ver ações de combate.
aliança s.f. 1. Acordo entre indivíduos, governos ou nações; 2. Acordo entre Alemanha, Itália
e Japão que constituiu as Potências do Eixo; 3. Acordo entre Inglaterra, Estados Unidos e União
Soviética que resultou que constituiu as Potências Aliadas. Adapt de HOUAISS, 2010;
COTRIM, 2013. Adapt de HOUAISS, 2010; COTRIM, 2013. Essa política de alianças
culminaria com a assinatura do Pacto Tripartite entre as três nações em 1940 e a formação
definitiva do chamado Eixo. COTRIM, 2013. Nota: Além da Inglaterra, Estados Unidos e
União Soviética, participou a China, em menor escala, e a França, invadida e ocupada pelos
alemães durante quase todo o conflito. Adapt de COTRIM, 2013. Nota: A partir de 1941, o
governo brasileiro começou a fazer acordos internacionais para apoiar os Aliados (...). Além da
Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética, participou a China, em menor escala, e a França,
invadida e ocupada pelos alemães durante quase todo o conflito. Adapt de COTRIM, 2013. Ver
governo; nação; segunda guerra mundial; potências do eixo; potências aliadas.
arraial s.m. Pequenos núcleos de povoação estáveis e bem organizados . Adapt de HOLANDA,
1995. Depois, atacaram novamente os paulistas no arraial da Ponta do Morro, atual
Tiradentes. Adapt. de BRITANNICA, 2015. Ver guerra de canudos.
144
B
Brasil republicano s.m. var. brasil república. Período da história do Brasil que se iniciou em
1889 com a instituição do governo provisório, adquirindo conotações diversas conforme o
contexto conceitual do período em que se insere até se reformular no molde da República atual.
Adapt de COTRIM, 2013; BOBBIO, 1998. Como, pois, o Brasil republicano conserva um bem
nacional com as armas da Monarquia! Convém derrubá-lo! GOMES, 2013. Ver período
histórico; república; governo provisório.
D
ditadura militar s.m. Período da história do Brasil em que o controle político do país ficou sob
a direção geral das Forças Armadas. Adapt de COTRIM, 2013. Mas na posse do primeiro
presidente civil, após 21 anos de ditadura militar, em 1985, ninguém poderia nos adiantar
como seria o caminho para reimplantar a democracia no Brasil. SCHWARCZ, 2015. Nota:
As Forças Armadas tinham uma linna história de envolvimento na vida pública nacional, eram
politicamente heterogêneas, incluíam diferenças de armas, geração e carreira, possuíam
interesses próprios e capacidade de promovê-los, mas nunca haviam exercido o poder de
maneira duradoura. SCHWARCS, 2015. Ver período histórico; governo; forças armadas.
E
estado s.m. Nação organizada politicamente. INFOPÉDIA, 2015. Também as divisões
geográficas da era moderna, que criaram países e Estado distintos, foram feitas a partir da
lógica da colonização e do “descobrimento”, a qual obviamente não respeitou as fronteiras
existentes. SCHWARCZ, 2013. Nota: Uma definição de Estado contemporâneo envolve
numerosos problemas, derivados principalmente da dificuldade de analisar exaustivamente as
múltiplas relações que se criaram entre o Estado e o complexo social e de captar, depois, os
seus efeitos sobre a racionalidade interna do sistema político. Uma abordagem que se revela
particularmente útil na investigação referente aos problemas subjacentes ao desenvolvimento
do Estado contemporâneo é a da análise da difícil coexistência das formas do Estado de direito
com os conteúdos do Estado social. Ver nação; política.
F
fascismo s.m. Corrente de pensamento político e ideológico da metade do século XX, cuja ideia
central é a de que o indivíduo deve ser subjugado às necessidades do Estado. Adapt de
WRIGHT, 2013. Entre nós, a força do fascismo anunciou-se de maneira clara a partir de 1932,
com a criação da Ação Integralista Brasileira (AIB). SCHWARCZ, 2015. Nota: A crença
central do fascismo é de que o Estado deveria ser dirigido por um líder forte que personificasse
a vontade da nação. Surgiu em oposição ao comunismo e adotou estilos totalitários de
propaganda, organização e violência. WRIGHT, 2013. Ver corrente de pensamento; política;
estado;
uma essência material e temporal íntegro que, como todos sabemos por sua obviedade, uma vez
realizado como acontecimento, não pode ser alterado. REZK, 2002. Ver período histórico.
forças armadas s.f. pl. Instituições nacionais constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica. MINISTÉRIO DA DEFESA, 2007. Muitas invenções usadas pelas forças aéreas
para aperfeiçoar as aeronaves e armas foram depois incorporadas à aviação civil (não
militar). BRITANNICA, 2015.
G
guerra s.f. Conflito, normalmente entre países, envolvendo o emprego de suas forças armadas.
Adapt de MINISTÉRIO DA DEFESA, 2007. Guerras internacionais são travadas entre países
ou grupos de países. BRITANNICA, 2015. Ver estado; forças armadas; guerra civil.
guerra civil s.f. Conflito travado entre grupos de um mesmo país. Adapt de BRITANNICA,
2015. Guerras civis são as que ocorrem entre duas facções de um mesmo país. BRITANNICA,
2015. Ver guerra; forças armadas.
guerra de canudos s.f. Conflito travado entre o Exército da República e o arraial de Canudos
(1896 - 1897) contra as revoltas dos sertanejos, seu líder Antônio Conselheiro e seus ideais
messiânicos. Adapt de COTRIM, 2013. A Guerra de Canudos é tida como um dos principais
conflitos que marcam o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime
republicano no Brasil. BRASIL ESCOLA, 2015. Nota: Foram organizadas quatro expedições
armadas para combater Conselheiro e seus seguidores. (...) A primeira expedição, em 1896,
liderada pelo tenente Manuel Pires Ferreira, foi derrotada. A segunda, em janeiro de 1897, com
centenas de homens sob o comando do major Febrônio de Brito, também fracassou. Na terceira
expedição, também malsucedida, morreu o coronel da tropa, Antônio Moreira César. A partir
de junho de 1897, a quarta expedição reuniu entre 6 mil e 10 mil soldados. O conflito durou até
5 de outubro, quando a vila de Canudos foi derrotada e destruída pelo general Artur Oscar de
Andrade Guimarães. Nesse conflito os líderes de Canudos foram mortos, inclusive Antônio
Conselheiro. No dia seguinte, os casebres que ainda estavam de pé foram incendiados.
COTRIM, 2013. Ver guerra civil; forças armadas; república; messianismo; arraial.
M
messianismo s.m. Corrente de pensamento de um grupo de pessoas difundida por um líder
político-religioso, considerado capaz de conduzir determinada coletividade, pautada na justiça
e felicidade. Adapt de COTRIM, 2013. Na Primeira República, os dois principais movimentos
146
P
política s.f. Ciência das formas de governo, organização do Estado e organização social. Adapt
de BOBBIO, 1998. O maior desafio é fazer com que os jovens de baixa renda tenham espaço
na discussão política. CARTA NA ESCOLA, 2014. Nota: Derivado do adjetivo originado de
pólis (politikós), que significa tudo o que se refere à cidade e, consequentemente, o que é
urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social, o termo Política se expandiu graças à
influência da grande obra de Aristóteles, intitulada Política, que deve ser considerada como o
primeiro tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado, e sobre as várias formas de
Governo, com a significação mais comum de arte ou ciência do Governo, isto é, de reflexão,
não importa se com intenções meramente descritivas ou também normativas, dois aspectos
dificilmente discrimináveis, sobre as coisas da cidade. BOBBIO, 1998. Ver estado; governo.
período histórico s.m. Dimensão temporal decorrida entre dois acontecimentos históricos ou
mesmo duas épocas, de maior ou menor duração. Adapt de INFOPÉDIA, 2003. Ao longo do
período histórico da ditadura, nos anos imediatamente anteriores e posteriores ao golpe de
1964, foram registrados por volta de 1100 assassinatos. Adapt. de SCHWARCZ, 2015. Ver
fato histórico.
potências aliadas s.m. Aliança constituída e liderada por Inglaterra, Estados Unidos e União
Soviética. COTRIM, 2013. Foi só então que se formaram com maior clareza os dois grandes
blocos antagônicos: o grupo de países que apoiavam as potências do Eixo e o grupo de países
que apoiavam as chamadas potências Aliadas. Adapt de COTRIM, 2013. Nota: A partir de
1941, o governo brasileiro começou a fazer acordos internacionais para apoiar os Aliados (...).
A Alemanha logo reagiu à cooperação do Brasil com os Aliados. Entre fevereiro e agosto de
1942, submarinos alemães torpearam e afundaram nove navios brasileiros, matando mais de
600 pessoas. A agressão militar nazista provocou indignação nacional (...). Em 31 de março de
1942, o governo brasileiro declarou guerra às potências do Eixo. Em 1944, partiram para lutar
na Itália (...). COTRIM, 2013. Ver aliança; nação; segunda guerra mundial.
potências do eixo s.m. Aliança dos países fascistas que lutaram ao lado da Alemanha durante
a Segunda Guerra Mundial. WRIGHT, 2013. Em 10 de junho de 1940, a Itália entrou na guerra
como uma potência do Eixo. BRITANNICA, 2015. Nota: O termo foi usado num acordo
(outubro de 1936) entre Hitler e Mussolini, proclamando a criação de um eixo Roma-Berlim
“em torno do qual todos os países europeus também puderam reunir”. WRIGHT, 2013. Ver
aliança; nação; segunda guerra mundial; fascismo.
proclamação da república s.f. Movimento militar elitista que pôs fim à monarquia e instaurou
a República. COTRIM, 2013; SCHWARCZ, 2015. A proclamação da República foi resultado
147
R
regime militar s.m. Ver ditadura militar.
república s.f. Forma de Governo em que as pessoas elegem ou escolhem seus governantes.
BRITANNICA, 2015. O novo governo foi organizado pelos grupos sociais que promoveram a
República, entre militares, cafeicultores e profissionais liberais. COTRIM, 2013. Nota: O
significado do termo República evolve e muda profundamente com o tempo (a censura ocorre
na época da revolução democrática), adquirindo conotações diversas, conforme o contexto
conceptual em que se insere. BOBBIO, 1998. Ver governo.
S
segunda guerra mundial s.f. 1. Guerra disputada entre as Potências do Eixo e os Aliados,
incluindo a Grã-Bretanha, a União Soviética e os Estados Unidos. WRIGHT, 2013. 2.
Confrontos bélicos que envolveu cerca de 58 países de várias regiões do planeta entre os anos
1939 e 1945. COTRIM, 2013. A Segunda Guerra produziu números assustadores de
brutalidade, numa escala nunca antes registrada. COTRIM, 2013. É quase desnecessário
demonstrar que a Segunda Guerra Mundial foi global. Praticamente todos os Estados
independentes do mundo se envolveram, quisessem ou não, embora as repúblicas da América
Latina só participassem de forma mais nominal. As colônias das potências imperiais não
tiveram escolha. Com exceção da futura República da Irlanda e de Suécia, Suíça, Portugal,
Turquia e Espanha, e talvez do Afeganistão, fora da Europa, quase todo o globo foi beligerante
ou ocupado, ou as duas coisas juntas. HOBSBAWM, 1995. Ver guerra; potências do eixo;
aliados.
148
AMÉRICO, Pedro. Óleo sobre a tela. Fala do Trono. 1872. 288 × 205 cm (113.4 × 80.7 in).
Museu Imperial do Brasil: Rio de Janeiro, Brasil.
Referências do Corpus
Referências Linguísticas
______. Para gostar de ler um dicionário. In: RAMOS, C. M. A. et al (Org.). Pelos caminhos
da dialetologia e da sociolinguística: entrelaçando saberes e vidas. São Luis: Ed. da UFMA,
2010. p.166-185. ISBN 978-85-7862-143-8.
Brasil. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível em:
<http://escola.britannica.com.br/article/480842/Brasil>. Acesso em: 27 jul. 2015.
Colônia. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível
em: <http://escola.britannica.com.br/article/481016/colonia>. Acesso em: 21 jul. 2015.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral – I. São Paulo: Saraiva, 2013a.
______. História Global: Brasil e geral – II. São Paulo: Saraiva, 2013b.
______. História global: Brasil e geral III. São Paulo: Saraiva, 2013c.
DEL PRIORE, Mary. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2010.
Estado. In: Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto:
Porto Editora, 2003-2015. Disponível em: <http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/Estado>. Acesso em: 28 jul. 2015.
Guerra. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível em:
<http://escola.britannica.com.br/article/482828/guerra>. Acesso em: 26 jul. 2015.
Monarquia. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível
em: <http://escola.britannica.com.br/article/481938/monarquia>. Acesso em: 22 jul. 2015.
Período (História). In: Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto
Editora, 2003-2015. Disponível em: <http://www.infopedia.pt/$periodo-(historia)>. Acesso
em: 27 jul. 2015.
República. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível
em: <http://escola.britannica.com.br/article/482353/republica>. Acesso em: 26 jul. 2015.
REZK, Antônio. Miniz Bandeira e o governo João Goulart. In: Revista Novos Rumos. Ano 17.
nº 38, 2002. p. 12.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller, 1999.
SANTOS, Washington dos. Dicionário jurídico brasileiro. Belo Horizonte: Del Rey, 2001.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2013. p.
67.
TERRA, Antonia. 13 de maio de 1888. In: Dicionário de datas da história do Brasil. Circe
Bittencourt (Org.). São Paulo: Contexto, 2012.
Trabalho. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível
em: <http://escola.britannica.com.br/article/481691/trabalho>. Acesso em: 27 jul. 2015.
VAIFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial (1500 – 1808). Rio de Janeiro: Objetiva,
2000.
WRIGHT, Edmund. Dicionário de história do mundo. Belo Horizonte: Autêntica Editora,
2013.
151
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2003. p. 84.
Brasil Império. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015.
Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/483127/Brasil-Imperio>. Acesso em:
28 jul. 2015.
Colônia. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível
em: <http://escola.britannica.com.br/article/481016/colonia>. Acesso em: 21 jul. 2015.
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral – 2. São Paulo: Saraiva, 2013b. p. 15.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 55.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 61.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 64.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 73.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 100.
______. História global: Brasil e geral – 2. São Paulo: Saraiva, 2013b. p. 117.
______. História global: Brasil e geral – 2. São Paulo: Saraiva, 2013b. p. 121.
______. História global: Brasil e geral – I. São Paulo: Saraiva, 2013a. p. 249.
152
______. História global: Brasil e geral – I. São Paulo: Saraiva, 2013a. p. 252.
DEL PRIORE, Mary. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2010.
______. Dicionário de ciências humanas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. p.
588.
______. Dicionário de ciências humanas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. p.
589.
Força aérea. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015.
Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/480549/forca-aerea>. Acesso em: 24
jul. 2015.
GOMES, Laurentino. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco
por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 264.
______. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro
ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2010. p. 281-282.
Guerra dos Emboabas. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015.
Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/483227/Guerra-dos-Emboabas>.
Acesso em: 26 jul. 2015.
Guerra. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível em:
<http://escola.britannica.com.br/article/482828/guerra>. Acesso em: 26 jul. 2015.
Guerra. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível em:
<http://escola.britannica.com.br/article/482828/guerra>. Acesso em: 26 jul. 2015.
HERMANN, Jaqueline. Aclamação. In: VAINFAS, Ronaldo; NEVES, Lúcia Bastos Pereira
das (Orgs). Dicionário do Brasil Joanino: (1808-1821). Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 28.
MANOEL, Ivan A. O Movimento Histórico: produto da (des) razão. (Um ensaio sobre a
filosofia católica da história) 1800 – 1960. Revista Nucleus. v. 1, n 1. Out./Abr. 2003. p. 103-
123.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. Lisboa: Dom Quixote, 1978. p. 129.
OLIVEIRA, Tory. Voto jovem. Revista Carta na Escola, vol. 90, setembro de 2014. p. 15.
PRESSE, France. Novo bebê real será 'herdeiro de reserva'; saiba mais. G1 online. Disponível em
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/05/novo-bebe-real-sera-herdeiro-de-reserva-saiba-mais.html>.
Acesso em: 22 jul. 2015.
Presse, FRANCE. VEJA COMO FICA A LINHA DE SUCESSÃO DA COROA INGLESA COM O
NOVO BEBÊ REAL. CADERNO MUNDO. G1 ONLINE. DISPONÍVEL EM:
<HTTP://G1.GLOBO.COM/MUNDO/NOTICIA/2015/05/VEJA-COMO-FICA-LINHA-DE-
SUCESSAO-DA-COROA-INGLESA-COM-O-NOVO-BEBE-REAL.HTML>. ACESSO EM: 22 JUL.
2015.
REZK, Antônio. Miniz Bandeira e o governo João Goulart. In: Revista Novos Rumos. Ano 17.
nº 38, 2002. p. 12.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 1999. p. 110.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 1999. p. 365.
SANTOS, Washington dos. Dicionário jurídico brasileiro. Belo Horizonte: Del Rey, 2001. p.
24.
154
SCHWARCZ, Lilia Moritz. A longa viagem da biblioteca dos reis: do terremoto de Lisboa à
independência do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 184.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 43.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 173.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 241.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 242.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 315.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 367.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 462-463.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 502.
Segunda Guerra Mundial. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica,
2015. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/482882/Segunda-Guerra-
Mundial>. Acesso em: 26 jul. 2015.
TERRA Notícias Online. Brasil. Lei Áurea: o final de uma luta que começou bem antes de
1888. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/brasil/lei-aurea-o-final-de-uma-luta-
quecomecoubemantesde1888,b326e15ffd0f5410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html>.
Acesso em: 27 jul. 2015.
UNIC RIO. Mundo passa por mudança histórica equivalente à 1989, diz Ban. Reportagem
publicada em 29 mar. 2011. Disponível em: <http://unicrio.org.br/mundo-passa-por-mudanca-
historica-equivalente-a-de-1989-diz-ban/>. Acesso em: 23 maio 2015.
VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500 – 1808). Rio de Janeiro:
Objetiva, 2000. p. 205.
155
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania. 7º ano. São Paulo: FTD,
2012. p. 194.
Brasil Império. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015.
Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/483127/Brasil-Imperio>. Acesso em:
27 jul. 2015.
Brasil Império. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015.
Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/483127/Brasil-Imperio>. Acesso em:
28 jul. 2015.
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral – 2. São Paulo: Saraiva, 2013b. p. 15.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 53 e 127.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 100-101.
______. História global: Brasil e geral - 3. São Paulo: Saraiva, 2013c. p. 127.
______. História global: Brasil e geral – 1. São Paulo: Saraiva, 2013a. p. 248.
DEL PRIORE, Mary. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2010. p.
164.
______. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010. p. 211.
Deodoro da Fonseca. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015.
Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/483248/Deodoro-da-Fonseca>.
Acesso em: 26 jul. 2015.
156
______. Dicionário de ciências humanas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. p.
588.
______. Dicionário de ciências humanas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. p.
589.
HERMANN, Jaqueline. Aclamação. In: VAINFAS, Ronaldo; NEVES, Lúcia Bastos Pereira
das (Orgs). Dicionário do Brasil Joanino: (1808-1821). Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. p. 27.
HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914 – 1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995. p. 31-32.
Monarquia. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível
em: <http://escola.britannica.com.br/article/481938/monarquia>. Acesso em: 22 jul. 2015.
REZK, Antônio. Miniz Bandeira e o governo João Goulart. In: Revista Novos Rumos. Ano 17.
nº 38, 2002. p. 12.
SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 1999. p. 110.
______. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Best Seller, 1999. p. 126.
SANTOS, Washington dos. Dicionário jurídico brasileiro. Belo Horizonte: Del Rey, 2001. p.
134.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
p. 242.
______. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 449.
SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2013. p.
68.
VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500 – 1808). Rio de Janeiro:
Objetiva, 2000. p. 206.
Estudar a História do Brasil é uma barreira para os Surdos, porque faltam sinais
específicos para os termos correspondentes e recorrentes. Por isso, é fundamental que os
profissionais que atuam na educação de Surdos escolham procedimentos metodológicos
adequados para ensinar a História que está imbricada em todas as Ciências. “A história
brasileira é fruto de cinco séculos” (DELPRIORI; VENANCIO, 2010, p. 302),
consequentemente, há muito a ser investigado nessas memórias tanto na História propriamente
dita, paralela a outras ciências com que dialoga, como a Linguística. Assim, o referencial quanto
à narrativa histórica do povo brasileiro é extenso e, por se tratar de uma ciência humana,
diariamente há novas descobertas, que superam teorias, reconstroem narrativas. No entanto, na
terminologia de Libras, ainda há muito o que ser estudado.
Todo o percurso desta pesquisa procurou contribuir para um diálogo provocativo
interdisciplinar entre campos científicos. Os estudos conceituais da História do Brasil são
relevantes propósitos formativos e garantem traços gerais na constituição do sujeito como
agente histórico na práxis humana. Esses propósitos são propagados, sobretudo, na Educação
Básica, que tem como princípio a equidade. Contudo, esta realidade está longe de ser
considerada na prática. Esta pesquisa propõe, principalmente, diminuir as distâncias entre as
oportunidades desiguais do direito de aprendizado entre Surdos e Não-Surdos por meio de
material verdadeiramente bilíngue.
Procuramos, por meio de acessibilidade, atender as necessidades dos Surdos que
precisam utilizar a Libras como L1 e o Português como L2, línguas oficiais do Brasil, além de
promover a conscientização sobre as peculiaridades linguísticas na escolarização. Para tanto, é
fundamental que na escolarização haja motivação didática e pedagógica capaz de considerar as
diversas linguagens. Por isso, esta pesquisa buscou o desenvolvimento linguístico mediante o
Português em primeiro lugar, devido à disponibilidade das fontes conceituais da História do
Brasil e de Libras em segundo lugar, para chegar à compreensão dos conceitos complexos da
história brasileira e, então, alcançarmos sinais-termo adequadamente correspondentes.
Para o desenvolvimento do projeto desta pesquisa, foram empregadas novas tecnologias
para que o conteúdo produzido se apresentasse acessível aos Surdos e Não-Surdos, porque está
melhor relacionada a peculiaridade da língua, ou seja, a perspectiva visual. Muitos materiais
que levam a denominação “dicionário” de Libras apresentam método apenas escrito, em
Português, com descrição imagística do que vem a ser um sinal em Libras. Por isso, os recursos
158
BASTUJI, J. Aspects de la Néologie Sémantique. In: Langages. Nº 36, vol. 8. p. 6-19. Paris,
1974.
BRANDÃO, Flávia. Dicionário ilustrado de Libras. Língua Brasileira de Sinais. São Paulo:
Global Editora, 2011.
DEL PRIORI, Mary; VENANCIO, Renato. Uma breve história do Brasil. São Paulo:
Editora Planeta do Brasil, 2010.
DUBOIS, Jean; [et. al.]. Dicionário de linguística. São Paulo: Cultrix, 2014.
______. A organização dos morfemas livres e presos em LSB: reflexões preliminares. In:
QUADROS, Ronice Müller de; STUMPF, Marianne Rossi; MEITE, Tarcísio de Arantes
(Orgs.). Estudos da língua brasileira de sinais. Florianópolis: Insular, 2013.
______. Características conceituais que distinguem o que é de para que serve nas definições
de terminologias científica e técnica. In: ENCONTRO INTERMEDIÁRIO DO GRUPO DE
TRABALHO DE LEXICOLOGIA, LEXICOGRAFIA E TERMINOLOGIA DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM LETRAS E
LINGUÍSTICA (ANPOLL), ATAS..., 2013a. Disponível em:
<http://www.centrolexterm.com.br/#!artigos2014/cdbb>. Acesso em: 20 jan. 2015.
______.Terminologia científica: o que é e como se faz. Rev. de Letras, v. 19, nº 44, 1/2-
jan/dez 1997.
______. Uma abordagem fonológica dos sinais da LSCB. In: Espaço: Informativo Técnico-
Científico do INES. Rio de Janeiro, vol. 1, nº 1, p. 20 – 43, 1990.
FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à Linguística. V. I. Objetos teóricos. 4. ed. São Paulo:
Contexto, 2005.
FINLEY, Moses I. O uso e o abuso da história. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
GAMA, Flausino José da. Iconographia dos signaes dos surdos-mudos. Typographia
Universal de E. & H. Laemmert: Rio de Janeiro, 1875.
GOMES, Partícia V. Nunes. Aquisição lexical e uso do dicionário escolar em sala de aula. In:
CARVALHO, Orlene Lúcia de Sabóia; BAGNO, Marcos (Orgs). Dicionários escolares:
políticas, formas & usos. São Paulo: Parábola Editorial, 2011.
NUNES, José Horta. Dicionários no Brasil: análise e história. Campinas-SP: Pontes Editores
– São Paulo : Fapesp – São José do Rio Preto, SP: Paperp, 2006.
OATES, Eugênio. Linguagem das Mãos. Editora Santuário: São Paulo, 1988.
PAYNE, T. E. Describing morphosyntax: a guide for field linguists. New York: Cambridge
University Press, 1997
PROMETI, D. Glossário bilíngue da Língua de Sinais Brasileira: criação de sinais dos termos
da música. Dissertação. PPGL – UnB: 2013.
REY, Alain. A Terminologia entre a experiência da realidade e o comando dos signos. In:
ISQUERDO, Aparecida Negri; ALVES, Ieda Maria (Orgs.). As ciências do léxico:
lexicologia, lexicografia, termonologia, volume III. Campo Grande, MS: Ed. UFMS. São
Paulo: Humanitas, 2007.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. 28. ed. São Paulo: Cultrix, 2012.
SILVA, Maria C. Parreira da. Reflexões sobre o verbete dos dicionários bilíngues para fins
pedagógicos. In: ISQUERDO, Aparecida Negri; FINATTO, Maria José Bocorny (Orgs.). As
ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia – Vol. IV. Campo Grande, MS: Ed.
UFMS; Porto Alegre: Editora da URGRS, 2010. p. 329-349.
VERDELHO, Telmo. Dicionários portugueses, breve história. In: NUNES, José Horta;
PETTER, Margarida (Orgs). História do saber lexical e constituição de um léxico
brasileiro. São Paulo: Humanidades/Pontes, 2002.
APÊNDICE I