8º Ano - Volume 1 PDF
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Ciências
Unidade: Terra e Universo 5
1. Astronomia, a mais antiga das ciências 5
1.1 Um breve histórico da Astronomia 5
1.2 Geocentrismo versus Heliocentrismo 10
1.3 Calendários 15
2. A evolução dos instrumentos astronômicos 21
2.1 Instrumentos astronômicos antigos 21
2.2 Instrumentos astronômicos modernos 25
VOLUME 2
VOLUME 3
Quem somos? De onde viemos? Como tudo começou? O mundo pode acabar? Existe vida em outro
lugar do Universo ou apenas na Terra?
Com certeza, você já ouviu essas e várias outras perguntas, que são comuns entre os homens desde que
olharam para o céu pela primeira vez.
Para tentar respondê-las, eles recorreram à Astronomia, a mais velha de todas as ciências e a que
desempenhou o mais importante papel em toda a história da humanidade.
Nessa busca incansável por respostas, é possível observar, por exemplo, que alguns fenômenos celestes
se repetem de forma regular, como o nascer e o pôr do sol, as fases da Lua, o movimento aparente das
estrelas e das constelações. Também foram observadas pequenas variações nesses fenômenos ao longo dos
dias e das noites e a cada época do ano.
As especulações sobre os mistérios do Universo remontam aos tempos pré-históricos; por isso, a Astronomia é, provavelmente,
a ciência natural mais antiga, com suas origens em práticas religiosas pré-históricas.
Disponível em: <http://enigmadaciencia.blogspot.com.br>. Acesso em: 26 set. 2014.
O s registros mais antigos que envolvem Astronomia datam aproximadamente de 4000 anos a.C. e se
devem aos babilônios, os egípcios, aos assírios e aos chineses. Estudar os astros, naquela época, tinha como
objetivo medir o tempo e, assim, prever a melhor época para o plantio e a colheita ou mesmo para fazer
previsões para o futuro, identificando objetos celestes, como deuses e espíritos, relacionando-os às chuvas,
às estações do ano, às secas e às marés. Acredita-se que os primeiros astrônomos eram sacerdotes.
Acompanhe, na linha do tempo a seguir, os principais registros e descobertas astronômicas.
6
2000 a.C.
3000 a.C. Egito,
4000 a.C. Egito, China, Mesopotâmia,
2697 a.C.
Egito e América Mesopotâmia e Inglaterra,
China Século VI a.C. 330 a.C. 280 a.C. 240 a.C. 130 a.C.
Central América Central Babilônia
...
As mais antigas Primeiros Data do mais . Primeiros . Pitágoras: a Aristóteles Aristarco de Eratóstenes de Hipócrates:
observações materiais antigo calendários Terra tem forma publica “Sobre Samos: a Terra Cyrene: medida primeiro
astronômicas já escritos sobre documento lunares. esférica. os céus”, obra gira em torno precisa da catálogo estelar
registradas, Astronomia. preservado . Primeiros . Tales de Mileto: contendo todas do Sol. Ele circunferência e primeiros
Ciências
importantes para o relatando um desenhos das mediu a altura as suas teorias também foi o da Terra. mapas
desenvolvimento da eclipse solar. constelações. das pirâmides astronômicas. primeiro a estelares.
agricultura. .Movimento pelo determinar a
aparente do Sol, comprimento distância
da Lua e dos 5 de suas relativa entre o
planetas sombras e do Sol e a Terra.
conhecidos. ângulo em
. Criação do relação ao Sol.
Zodíaco.
Acervo CNEC
Astronomia, a mais antiga das ciências
15 de outubro de 17 de fevereiro
45 a.C. 140 d.C. 1543 1608 1609 1611 1633
1542 de 1600
... ...
Introdução do Ptolomeu: Nicolau O Papa Giordano Lippershey, um Kepler provou, Galileu observa Galileu é
calendário solar Teoria Copérnico: Gregório XIII Bruno foi fabricante de através de as manchas forçado a negar
juliano. Geocêntrica. Teoria introduz o condenado à óculos cálculos solares. suas teorias.
Heliocêntrica. calendário morte na holandês, matemáticos,
Gregoriano. fogueira depois inventa o que o Sol ocupa
de 8 anos de primeiro o centro do
prisão, sob as telescópio. Sistema Solar.
acusações de Galileu usa pela Elaborou as Leis
blasfêmia , primeira vez um das Órbitas.
conduta imoral telescópio, que
e heresia ele mesmo
Acervo CNEC
por desafiar a construiu e
doutrina oficial chamou de
da Igreja sobre perspicillium , e
a origem e a descobre os
estrutura do quatro maiores
universo. satélites
de Júpiter, as
crateras da Lua
Astronomia, a mais antiga das ciências
Ciências
e se assombra
com o número
de estrelas da
Via Láctea.
7
8
4 de outubro de
1687 1705 1827 1905 1916 1937 1957 1 58 1959
... ...
Isaac Newton publica Halley prevê 15 de outubro: Albert Einstein: Albert Einstein Construção do União Soviética: Primeiro O satélite
Philosophiae que um cometa o imperador D. Teoria da propõe uma primeiro Sputnik, satélite artificial soviético Lunik I
Naturalis Principia (que mais tarde Pedro I cria o Relatvidade. nova teoria radiotelescópio. primeiro dos Estados passa pela Lua.
Mathematica , seria chamado Imperial sobre a satélite Unidos O satélite
Ciências
Galileu.
Acervo CNEC
9
10 Ciências
Astronomia, a mais antiga das ciências
Outras evidências de conhecimento astronômico muito antigas foram deixadas através de monumentos,
como o de Newgrange, construído em 3200 a.C., e Stonehenge, na Inglaterra, um enigma tão grande quanto
ao das pirâmides do Egito. As pedras azuis que formam esse colosso são encontradas a 400 km do local,
o que nos leva a crer que atravessaram o mar para chegar a Stonehenge. Algumas delas pesam 50 toneladas
e têm em torno de 5 m de altura. Acredita-se que esse monumento foi construído entre os anos de 2800
e 1100 a.C. Há referências que os Druidas, membros de uma tribo Celta, tenham usado Stonehenge para
suas cerimônias, porém eles não foram os construtores desse magnífico monumento de pedras.
Newgrange, monumento de pedras construído em torno Stonehenge: altar de pedras, possivelmente utilizado em
de 3200 a.C.: nos solstícios de inverno, o Sol ilumina o cerimônias em homenagem ao Sol ou mesmo um portal para
corredor e a câmara central. seres de outro planeta. Nesse monumento, algumas pedras
Disponível em: <http://travelsurround.com>.
estão alinhadas com o nascer e o pôr do sol, no início do verão
Acesso em: 26 set. 2014.
e do inverno.
Disponível em: <http://blogs.kcl.ac.uk>. Acesso em: 29 set. 2014.
Pesquise, em livros ou na Internet, o que Kepler constatou sobre a proximidade dos planetas em
relação ao Sol.
Nicolau Copérnico
Disponível em: <http://mathisencorollary.blogspot.com>. Acesso em: 29 set. 2014.
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Além de assuntos como a queda livre dos corpos, movimento do pêndulo, etc., Galileu fez uma série de
observações em relação à Astronomia. Nessa época, começo do século XVII, o holandês Hans Lippershey
(fabricante de óculos) inventou um instrumento composto por lentes que melhorava a capacidade de
visão. Galileu Galilei, sabendo dessa invenção, por volta de 1610, construiu o seu primeiro telescópio que
aumentava, em torno de três vezes, o tamanho da imagem dos corpos. Ele fabricou aparelhos para “olhar”
o que os navios traziam, aperfeiçoou a sua “luneta” e, com este instrumento simples, descobriu a existência
de crateras e de montanhas na Lua, de manchas solares, a rotação do Sol em torno de si mesmo, os anéis
do planeta Saturno, os satélites do planeta Júpiter, que a Via Láctea é formada por um número incontável
de estrelas, a esfericidade do planeta Vênus, e que este refletia a luz do Sol.
A) C)
B)
Graças à sua luneta, Galileu pôde observar as manchas solares (A), os anéis de Saturno (B) e os satélites do planeta Júpiter (C).
Disponível em: (A) <www.nasa.gov>. (B) <www.howdoeslooklike.com>. (C) <http://10minuteastronomy.files.wordpress.com>. Acesso em: 28 set. 2014.
Galileu defendeu o Sistema Heliocêntrico de Copérnico: o Sol era o centro, e a Terra girava ao seu
redor, o que foi considerado uma ofensa à Igreja Católica, e Galileu foi submetido à Inquisição (tribunal
religioso que perseguia e, às vezes, até matava aqueles que tinham ideias contrárias às crenças da Igreja).
Para evitar que fosse queimado vivo, Galileu foi obrigado a negar as suas ideias a respeito do Sol como
centro do Sistema Solar. Galileu foi submetido a extensos interrogatórios acompanhados de torturas.
Vestido como penitente, foi obrigado a recitar e a assinar uma confissão negando suas ideias perante o
Conselho da Igreja Católica.
Mesmo assim, Galileu foi condenado à prisão em sua própria casa até a data de sua morte, em 1642.
Somente em 31 de outubro de 1992, o Papa João Paulo II reviu o posicionamento da Igreja Católica
diante da condenação imposta a Galileu há 359 anos, qualificando-o como “físico genial”. O modelo
heliocêntrico proposto por ele teve aceitação científica devido às suas descobertas astronômicas associadas
à maneira apaixonada e convicta como defendeu suas opiniões.
No ano em que Galileu morreu, nasceu na Inglaterra outro gênio da ciência: Isaac Newton, cujo pai
faleceu dois meses antes de seu nascimento. Newton foi criado pelos avós maternos, devido ao segundo
casamento de sua mãe.
Ciências 13
Astronomia, a mais antiga das ciências
Em 1665, aos 23 anos, Isaac Newton completou os seus estudos em Física e em Matemática. Quando
Newton estava no quarto ano da Universidade, um surto de peste bubônica (peste negra) atingiu Londres, e
ele voltou à casa de seus avós, no campo, lá permanecendo durante 18 meses. Esse período foi considerado
por Newton como o mais importante de sua vida, pois foi quando ele realizou inúmeras descobertas em
Matemática e em Física. Isaac Newton também desenvolveu trabalhos em parceria com Edmond Halley,
calculando a órbita do cometa que recebe o seu nome.
Em 1686, Newton apresentava a primeira edição, em latim, da sua obra mais importante, Philosophiae
Naturalis Principia Mathematica (Princípios Matemáticos de Filosofia Natural). Ele morreu aos 84 anos
de idade. A Inglaterra deu-lhe um tratamento de herói nacional, sepultado com reis, rainhas e outros
heróis ingleses na Abadia de Westminster, em Londres. Em seu epitáfio, está escrito: Nature and nature’s
laws lay hid in night. God said: “Let Newton be!”. And all was light. (A natureza e suas leis jazem ocultas na
noite. Deus disse: “Que Newton exista!”. E tudo se fez luz).
Isaac Newton: “Se consegui enxergar mais longe, foi porque me apoiei em
ombros de gigantes.”, afirmava em referência a Galileu, Kepler e Copérnico.
Exercícios de sala
1
Qual teoria explica a posição da Terra e do Sol proposta pelo cão? Explique sua resposta.
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2 Complete este organograma com o nome dos filósofos e dos cientistas estudados, período em que
viveram e suas principais ideias e descobertas na Astronomia e na Ciência.
Galileu
Ptolomeu Tycho Brahe
Galilei
Primeiro a
propor
o Sistema
Heliocêntrico
3 Ninguém sabe ainda qual o tamanho do Universo. Mesmo antes de ser inventado o telescópio, os seres
humanos já tentavam explicar o movimento dos astros no céu. Uns colocavam a Terra no centro do
Universo, outros, o Sol.
Assim sendo, relacione corretamente estas colunas.
A sequência correta é:
a) 1 – 1 – 1 – 2 – 2. d) 1 – 2 – 2 – 1 – 1.
b) 2 – 1 – 2 – 2 – 1. e) 1 – 2 – 1 – 2 – 1.
c) 2 – 2 – 2 – 1 – 1.
4 A curiosidade humana sobre a origem do Universo certamente é muito antiga. Porém, apenas no último
século, o homem desenvolveu teorias e tecnologias sofisticadas para investigar a imensidão desse
Universo.
Relacione corretamente os nomes dos astrônomos às afirmativas que os seguem:
1) Aristarco de Samos
2) Galileu Galilei
3) Tycho Brahe
4) Isaac Newton
5) Copérnico
( ) Antecipou em quase 2 mil anos as ideias de Nicolau Copérnico ao propor o Sol como centro do
Universo.
( ) Escreveu um livro no qual tirou a Terra do centro do Universo.
( ) Enunciou a lei da Gravitação Universal após observar a queda dos corpos.
A sequência correta é:
a) 1 – 2 – 3 – 4 – 5. d) 3 – 2 – 1 – 4 – 5.
b) 5 – 4 – 3 – 2 – 1. e) 2 – 3 – 1 – 5 – 4.
c) 3 – 2 – 1 – 5 – 4.
5 Por que o livro de Copérnico entrou para a lista dos livros proibidos pela Igreja em 1616?
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1.3 Calendários
Você é o autor
Procure imaginar o caos que seria se, de repente, todos os meios que temos à disposição para marcar o
tempo deixassem de existir. Qual seria a data de seu aniversário? Quando seriam suas férias? E quando elas
iriam acabar? Qual seria o início de suas aulas? Quando chegaria o sábado ou o domingo? Em que época
plantar?
Com a ajuda de seu professor de Língua Portuguesa, elabore um texto, em primeira pessoa, em que você
narre um belo dia em que você acorde e perceba que os calendários deixaram de existir. Capriche no seu
texto!
Em algum momento você já se perguntou qual é o significado de tempo?
Saiba mais
Para Albert Einstein, o tempo, como o conhecemos, não passa de uma invenção do homem. Além disso,
espaço e tempo são modos pelos quais o homem pensa o mundo, e não condições sob as quais ele vive.
Uma das formas de se contar o tempo é através do uso do calendário. Mas qual é a importância do
calendário? Você sabe por que o inventaram?
Saiba mais
A palavra calendário vem do latim calendarium, que, por sua vez, é
derivado de calendae, primeiro dia do mês romano, em que as contas
deveriam ser pagas. Além disso, essa palavra significava “livro de
l
Març
o
S S D
Abri
S T Q
QS
S
contas” ou “registro”, o qual era utilizado no tempo dos romanos pelos
QQ
Feve
reiro
Q S S D
S T agiotas (pessoas que emprestavam dinheiro a juros elevados), que
T Q
registravam os nomes de seus devedores.
30
DS
29
iro
Jane S 29
Q S sto
Ago
DS
T Q
30
o
31
D S T
QQ
S S
O calendário é considerado um sistema de contagem de tempo
Julh S S
30
31
Ju n h o
S D S T
QQ relativamente
29
30
longo (maior que um dia), ao contrário dos primeiros
QS
29
DS
T Q que
31
eram destinados a fornecer indicações astronômicas ou
Maio S
QS
astrológicas (dia e mês). Porém, a marcação do tempo teve e
31
30
T Q
29
DS
29
30
31
29
30
tem uma importância bastante significativa na vida do homem.
Principais calendários
Calendário egípcio
Baseia-se no ano solar. É um calendário cujo ano possui 365 dias, 12 meses de 30 dias mais 5 dias de
festas após as colheitas.
Calendário grego
Baseia-se nos movimentos solares e lunares.
Calendário babilônico
Sem número de dias fixos no ano, que era dividido em 12 meses lunares de 29 ou 30 dias. Para acertar
a data das estações do ano, adicionava-se um 13o mês ao ano, a cada 3 anos. Também dividia-se o mês em
semanas de 7 dias.
Calendário romano
O primeiro calendário romano não possuía nenhuma base astronômica e é atribuído a Rômulo, o
fundador lendário de Roma. Esse calendário constava de 304 dias, divididos em 10 meses, de março a
dezembro. Os quatro primeiros meses tinham nomes próprios dedicados aos deuses da mitologia romana;
os outros seis meses eram designados por números ordinais, conforme podemos observar nesta tabela:
Calendário Juliano
Tinha, em média, 365,25 dias. Isso dava um erro de 3 dias a cada 400 anos. Então, decidiu-se que
o ano seria de 365 dias e que, para ajustar o ano solar ao ano civil, cuja diferença era de 6 horas, seria
acrescentado um dia a cada quatro anos (ano bissexto).
Saiba mais
A sugestão de inserir um dia a mais a cada 4 anos foi feita pelo astrônomo Sosígenes de Alexandria ao
imperador Júlio César no ano 46 a.C. Por isso, esse calendário passou a se chamar calendário juliano (em
homenagem a esse imperador).
Calendário gregoriano
Usado atualmente. Foi adotado em 1582 pelo Papa Gregório XIII, com
o objetivo de se determinar corretamente a época da Páscoa.
Na época em que o Papa Gregório XIII fez a reforma no calendário, ele
percebeu que havia um atraso de 10 dias em relação às estações do ano. Por
causa disso, do dia 4 de outubro de 1582 pula-se para o dia 15 de outubro.
O calendário gregoriano é o que utilizamos atualmente.
Imagine-se indo dormir em uma quinta-feira,
dia 4, e acordando numa sexta-feira, dia 15.
Ao corrigir o calendário, o Papa Gregório
eliminou 10 dias.
Disponível em: <htt://macquirelatory.com>.
Acesso em: 02 out. 2014.
A divisão do calendário
As semanas de 7 dias são baseadas nas fases da Lua. Podemos observar que entre as fases de quarto
crescente e cheia, por exemplo, passam-se 7 dias.
Outro motivo foram os astros visíveis no céu a olho nu. Na Antiguidade, podiam ser vistos 7 astros no
céu (e alguns não eram estrelas): Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Os nomes dos dias
da semana foram dados em homenagem a cada um desses astros.
Os meses, inicialmente, tinham 28 ou 29 dias, mas isso dificultava um agrupamento coerente. Com
o desenvolvimento dos meios de comunicação, a veiculação dos calendários ficou mais prática, o que
facilitou, também, a padronização deles. Assim, os meses deixaram de ter exatamente o mesmo número
de dias das fases lunares para que o ano ficasse com 12 meses.
18 Ciências
Astronomia, a mais antiga das ciências
Saiba mais
A Páscoa é calculada com base no calendário lunar, que é mantido pela Igreja Católica e, por isso, a data
muda de um ano para o outro.
O dia solar, o mês lunar (lunação) e o ano são os períodos astronômicos naturais utilizados em qualquer
calendário. Embora pareça fácil montar um calendário utilizando esses ciclos, não é uma tarefa simples,
pois eles não combinam entre si. Para compreender a relação entre cada um desses ciclos astronômicos, é
necessário conhecer melhor cada um deles.
O dia solar é o intervalo de tempo de duas passagens consecutivas do Sol pelo meridiano local e tem
duração de, aproximadamente, 24 horas (o que corresponde ao nosso dia civil).
O mês lunar é o intervalo de tempo que a Lua leva para dar uma volta completa na Terra. Tem duração
de, aproximadamente, 29 dias e 12 horas.
O ano solar ou ano trópico é o período necessário para que todas as estações do ano voltem a se repetir
e coincide com uma volta completa da Terra ao redor do Sol.
O ano solar é o período entre dois inícios consecutivos de uma mesma estação.
Disponível em: <http://www.forhappykids.com>. (Adaptado) Acesso em: 02 out. 2014.
A duração exata do ano solar é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos, que é o tempo que a
Terra gasta para dar uma volta completa ao redor do Sol. Por causa disso, existe o ano bissexto, ou seja,
a cada 4 anos, o ano tem duração de 366 dias. Se não houvesse o ano bissexto, o início das estações seria
atrasado: o verão começaria no inverno em 720 anos!
Exercícios de sala
6 Nos finais de ano, é comum sermos presenteados com folhinhas e agendas, que marcam as datas do
ano seguinte. Por que esse presente tem importância para nós?
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Ciências 19
Astronomia, a mais antiga das ciências
7 Por que se criou o ano bissexto? Essa criação ocorreu em que período da história?
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Agora, responda:
a) Que diferença você observa entre eles? Qual é o motivo dessa diferença?
b) Como é denominado o calendário que utilizamos hoje?
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Exercícios propostos
9 Procure informar-se a respeito do período da Inquisição e o porquê de os cientistas da época serem
chamados de bruxos. Produza um pequeno texto em seu caderno sobre isso.
10 Não houve preocupação com as consequências da revolução copernicana senão depois de Giordano
Bruno ter extraído dela certas consequências filosóficas. Bem depressa, Giordano Bruno afirmava a
infinidade do mundo. Rejeitava, pois, por completo, a noção de “centro do Universo”. O Sol, perdido o
lugar privilegiado que Copérnico lhe atribuía, era um sol entre outros sóis, uma estrela entre estrelas.
DELUMEAU, J. A civilização do renascimento. Lisboa: Editorial Estampa, 1994. p. 147 (Adaptado).
O texto refere-se à importância dos pronunciamentos de Giordano Bruno para a constituição da noção
moderna de Universo. Diferencie a teoria geocêntrica da teoria heliocêntrica.
11 Giordano Bruno, Galileu Galilei e Kepler continuaram os estudos iniciados por Nicolau Copérnico, tão
revolucionários e fundamentais para a ciência moderna. Galileu (1564–1642), por exemplo:
a) tinha profundo conhecimento de Matemática, mas não se interessava por Astronomia.
b) utilizou-se do telescópio para consolidar hipóteses de pesquisas desenvolvidas por Copérnico.
c) foi condenado à morte pelo Tribunal da Inquisição por ser considerado herege.
d) rompeu com as tradições filosóficas aristotélicas, modernizando o pensamento ocidental.
e) junto com Kepler, firmou-se na Universidade de Pisa, como um dos professores mais representativos
desse local.
Quais das afirmativas anteriores estão incorretas? Indique-as e corrija os erros encontrados. Se
necessário, pesquise em livros ou na Internet.
20 Ciências
Astronomia, a mais antiga das ciências
12 Galileu estava iniciando uma verdadeira revolução na Astronomia com tantas descobertas. Ele apontou
sua luneta para Saturno e viu, segundo sua própria descrição, “orelhas” nesse planeta. Sim, a luneta
de Galileu era bem fraquinha. Mais adiante, outro astrônomo descobriu que, na verdade, as orelhas de
Saturno eram:
a) luas.
b) anéis.
c) colares.
d) asteroides.
e) sóis.
13 A Astronomia é uma ciência muito antiga. Ela surgiu do esforço de muitos povos que tentaram explicar o
fascinante espetáculo do céu. Além dos babilônios, dos chineses, dos egípcios e dos gregos, surgiram
Ptolomeu, Aristóteles, Copérnico, Tycho Brahe, Galileu, Kepler, Newton, etc.
Agora, responda:
a) Qual desses astrônomos viveu antes de Cristo?
b) Qual desses astrônomos foi condenado pela Inquisição Católica à prisão domiciliar perpétua?
c) Qual astrônomo recebeu tratamento de herói nacional e foi sepultado com reis, rainhas e heróis
ingleses?
“O mundo permanecia na escuridão. Deus disse: ‘Faça-se Newton’, e tudo foi luz.”
Com esse verso, um poeta inglês homenageia Sir Isaac Newton, o brilhante cientista que formulou
leis físicas em vários campos e publicou, em 1686, o livro Principia, em que apresentou
a) as leis para as órbitas dos planetas.
b) o sistema Geocêntrico.
c) a Lei da Gravitação Universal.
d) o sistema Heliocêntrico.
e) as leis sobre a Nuvem de Oort.
Acervo CNEC
Ciências 21
A evolução dos instrumentos astronômicos
O que você faria se estivesse perdido no meio de uma mata procurando achar uma saída antes do
anoitecer? E se já fosse noite e o céu estivesse sem nuvens?
Anote suas respostas em seu caderno e, ao final da atividade, compare-as com as respostas de seus
colegas de classe.
Durante séculos, os olhos e o cérebro humanos certamente foram os únicos instrumentos astronômicos
a serem utilizados pelo homem para entender o mundo em que viviam.
Nada além do cérebro ou dos olhos foi necessário para que o homem pudesse classificar as estrelas
em constelações, ou mesmo sem o uso de qualquer instrumento artificial para classificá-las segundo seu
brilho. Foi também sem o uso de qualquer instrumento que conseguiram separar os planetas das estrelas
fixas.
Práxis
Construindo um relógio de Sol
Material necessário
• Retângulo de cartolina branca de 30 cm x 15 cm.
• Transferidor, fita adesiva, tesoura, compasso, lápis.
Modo de fazer
1) Com o auxílio do compasso, desenhe, no retângulo de cartolina, uma semicircunferência de raio de 10 cm.
2) Divida a semicircunferência com o auxílio do transferidor em ângulos de 15°. Em cada marca, coloque os
números de 6 a 18, correspondentes às horas.
3) Faça um triângulo de ângulo de 30° com base de 10 cm e um encaixe de 1 cm por 2 cm, com um corte de
0,5 cm.
4) Coloque o mostrador no encaixe e cole a cartolina com fita adesiva.
1 o) 3 o) corte de
5 cm 0,5 cm
1 cm
2 cm
10 cm
10 cm 10 cm
Sul Solo
12 plano
2 o) 13 12 11 4 o) 13 11
14 10 14 10
15 9 15 9
16 8 16 8
17 17 7
7
18 6 18 6
Norte
5) Observe a sombra projetada no papel. Através dela é possível saber, aproximadamente, a hora do local.
Baseando-se no funcionamento da
clepsidra, foi criado o relógio de azeite.
Nele, o líquido – o azeite – baixa de nível
ao ser consumido por combustão. Esse
relógio era composto por uma lamparina
de estanho, com um depósito para o
azeite, em cuja face externa havia uma
graduação. À medida que a chama da
lamparina consumia o azeite, este descia
de nível, e a pessoa podia saber o tempo
que se passou.
Saiba mais
Além dos instrumentos de medida de tempo, o homem criou, ainda,
instrumentos como o astrolábio, o quadrante e o sextante, úteis nas navegações
e em construções civis.
O astrolábio foi bastante utilizado na Idade Média para medir a altura dos
astros acima da linha do horizonte e, assim, permitir a localização em alto-mar.
Também era útil para resolver problemas como calcular a altura de um edifício
ou a profundidade de um poço.
Era formado por um disco de latão graduado, um anel de suspensão e uma
espécie de ponteiro.
Astrolábio. Atualmente, é um
instrumento obsoleto.
Disponível em: <www.geodus.com>.
Acesso em: 09 out. 2014.
Sextante
Disponível em: <http://sextantblog.files.wordpress.com>.
Acesso em: 09 out. 2014.
24 Ciências
A evolução dos instrumentos astronômicos
Não importa onde você esteja na Terra; ao segurar uma bússola, ela vai
apontar sempre para o Polo Norte. Imagine que você está no meio de um oceano,
olhando em todas as direções e tudo o que consegue ver é água. O tempo está
nublado e você não consegue ver o Sol. Como você poderia saber que caminho
seguir sem olhar pra uma bússola?
Atualmente, existe uma grande
variedade de formatos, cores e
tamanhos de bússolas.
Disponível em: <www.smi-seminare.de>.
Acesso em: 19 out. 2014.
A bússola é um instrumento utilizado para orientação. É formada, em geral, por uma agulha
magnetizada, que flutua dentro de uma caixinha transparente, além de uma das extremidades pintada de
vermelho, que aponta sempre para o norte, funcionando como um ímã que se orienta segundo o campo
magnético da Terra.
Antes da existência dos satélites GPS e de outras tecnologias de navegação, sem dúvida nenhuma, a
bússola oferecia uma maneira fácil e acessível de se orientar. O planeta Terra tem um campo magnético
que funciona como se fosse um grande ímã. É sabido que polos opostos se atraem; então, quando se
coloca uma bússola magnética (que traz um ímã em si) em qualquer local do planeta, o ponteiro que
representa o norte aponta para a região cuja polaridade o atrai.
Exercícios de sala
1 Relacione o nome dos instrumentos usados na Astronomia e suas respectivas funções:
1) Luneta 3) Bússola
2) Sextante 4) Quadrante
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Ciências 25
A evolução dos instrumentos astronômicos
Atualmente, existem vários recursos para aqueles que desejam observar o céu. Pode-se usar desde
um binóculo ou mesmo uma luneta de fabricação caseira até telescópios de última geração, ou avaliar
informações e fotos de sondas ou estações espaciais.
Os binóculos proporcionam a observação de objetos poucos luminosos. Muitos cometas e supernovas
foram descobertos com o uso de binóculo, que é excelente na observação de eclipses, aglomerados de
estrelas, nebulosas, estrelas de pouco brilho. Além disso, é possível observar, com o auxílio de um binóculo:
• as crateras, as planícies (regiões escuras) e as grandes cordilheiras da Lua;
• a penumbra, o limite de sombra e as diferentes tonalidades e colorações durante um eclipse;
• as manchas solares;
• os satélites de Júpiter;
• as estrelas afastadas;
• os aglomerados de estrelas e nebulosas, como as Plêiades, as Híades, as Nebulosas de Órion e a
Galáxia de Andrômeda;
• a Via Láctea: estrelas, aglomerados de estrelas, etc.
As lunetas são instrumentos ópticos que revolucionaram a Astronomia. Com elas, podem-se observar
corpos que estão a grandes distâncias, sendo úteis para o estudo de astros (luneta astronômica) ou para
observação da superfície terrestre (luneta terrestre).
Saiba mais
Nunca olhe diretamente para o Sol através de telescópio, luneta ou mesmo binóculo, pois isso pode causar
cegueira permanente. Não é seguro observá-lo usando um filtro de cor escura em um desses instrumentos.
O correto é projetar a imagem do Sol em uma tela branca, colocada atrás da lente ocular.
Um pouco de História
Um modo inteiramente novo de ver o mundo foi descoberto em 1608. O holandês Hans Lippershey,
um fabricante de lentes, construiu e patenteou o primeiro instrumento para observação de objetos a
distância. Esse instrumento era composto por lentes e foi chamado de perspicillium, que significa
“instrumento para se olhar através”. A construção desse tubo com lentes era para fins bélicos e não para a
observação dos astros.
Em 1609, Galileu Galilei soube da invenção e construiu várias versões do aparelho, chamando-o de
telescópio (do grego: aquele que pode ver a distância). Galileu apontou sua invenção para o céu noturno,
sendo considerado o primeiro homem a usar o telescópio (luneta) para investigações astronômicas. Com
sua luneta, ele pôde observar diversos fenômenos, como manchas solares, crateras da Lua, fases de Vênus,
satélites de Júpiter, estrelas da Via Láctea e evidências fortes do sistema heliocêntrico. Mais tarde, Johannes
Kepler descreveu a óptica das lentes e utilizou um novo tipo de aparelho: o telescópio com duas lentes
convexas.
Usando seu telescópio, Galileu observou incontáveis estrelas que não eram vistas a olho nu. Nessa
época, a Bíblia era a chave do mundo científico. Segundo ela, as estrelas foram criadas por Deus para
fornecer iluminação para a humanidade. Portanto, não era possível que houvesse estrelas invisíveis ao olho
humano, como Galileu afirmou após olhar o céu com seu telescópio, pois, dessa forma, as estrelas não
poderiam ser obras de Deus. Galileu foi, então, chamado a Roma para se explicar.
26 Ciências
A evolução dos instrumentos astronômicos
Saiba mais
TELESCÓPIOS FAMOSOS
• Hubble (Brasópolis, Brasil): maior telescópio brasileiro. Recebeu este nome em homenagem ao astrônomo
Edwin Hubble (1889–1953), que abriu um novo capítulo na observação do espaço, permitindo que fosse
possível “enxergar” os objetos astronômicos mais distantes.
• Kepler Mission (NASA): lançado em 2009, o telescópio “caçador de planetas” da NASA busca especificamente
outros planetas que tenham características parecidas com a Terra. Para isso, Kepler procura variações
características na luz de estrelas que indicam que há planetas orbitando-as. Os astrônomos esperam que ele
encontre planetas cujas temperaturas possibilitem a existência de água líquida.
Ciências 27
A evolução dos instrumentos astronômicos
das nuvens de gases e poeiras cósmicas que Radiotelescópio ALMA. Das 66 antenas do radiotelescópio, 25 são
tapam os olhos dos telescópios ópticos e, europeias, 25, americanas, e 16, japonesas.
assim, estudar sua formação.
Além do ALMA, o Square Kilometer Array (SKA) é uma das promessas para captar as ondas de rádios
que poderão ser emitidas por corpos celestes, e sua sensibilidade de captação é 50 vezes maior do que
qualquer outro telescópio.
O SKA deve ficar pronto em 2017 e estará espalhado pela Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e por
outros países africanos, como Moçambique e, talvez, Angola.
As sondas espaciais não levam pessoas. São criadas para conduzir experimentos científicos e coletar
informações sobre o Sistema Solar.
28 Ciências
A evolução dos instrumentos astronômicos
Saiba mais
Por ser um dos elementos fundamentais para o surgimento da vida, a água é um grande alvo de explorações
espaciais.
A sonda SOHO, sigla de Observatório Solar e Heliosférico (Solar and Heliospheric Observatory), tem
como missão estudar o Sol. Está a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, onde seus 650 kg de instrumentos
permitirão maiores informações sobre o Sol.
SOHO
Disponível em: <www.nasa.gov>. Acesso em: 19 out. 2014.
Ciências 29
A evolução dos instrumentos astronômicos
As naves Voyager (viajante) 1 e 2 foram lançadas em 1977 rumo a Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Elas devem mandar informações para a Terra, num período de 20 a 30 anos. Cada Voyager leva um disco
fonográfico de cobre banhado a ouro, dentro de um invólucro com instruções sobre como reproduzi-lo,
em linguagem simbólica. Foram gravadas 115 imagens, e o restante é gravação em áudio, contendo
saudações em 55 idiomas, sucessos musicais de várias localidades da Terra na época, choro de um bebê,
informações sobre nosso material genético e até o canto de uma baleia. Vagando pelo espaço sideral, esse
disco pode durar mais tempo que a própria Terra.
Voyager 2
Disponível em: <www.nasa.gov>. Acesso em: 19 out. 2014.
Mir foi uma estação espacial que operou na órbita baixa da Terra entre 1986 e 2001 e serviu como
um laboratório de pesquisa de microgravidade, em que as equipes realizaram experimentos envolvendo
biologia, física, astronomia, meteorologia e sistemas de naves espaciais, com o objetivo de se desenvolverem
tecnologias necessárias para a ocupação humana permanente do espaço. Foi a primeira estação de pesquisa
continuamente habitada em órbita e estabeleceu o recorde da mais longa presença humana contínua no
espaço, com 3 644 dias. Esse recorde foi rompido em 23 de outubro de 2010, quando foi superado pela
Estação Espacial Internacional.
Em 1973, os Estados Unidos colocaram em órbita sua primeira e única estação espacial, denominada
Skylab I, cujo objetivo era desenvolver pesquisas sobre os efeitos de voos de longa duração ao espaço no
corpo humano. Porém, ela foi danificada durante o lançamento ao atingir a temperatura interna de 52 °C.
Sua queda ocorreu na Austrália em 1979, quando uma intensa tempestade solar afetou sua órbita.
A Estação Espacial Internacional (EEI ou International Space Station – ISS, em inglês) é a maior
obra de Engenharia da história, cuja montagem iniciou-se em 1998 e acabou oficialmente em 8 de junho
de 2011. Atualmente, 15 países participam das experiências científicas na EEI: Estados Unidos, Rússia,
Canadá, Japão e, através da Agência Espacial Europeia (ESA), Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha,
Itália, Países Baixos, Noruega, Espanha, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido.
O ambiente de microgravidade da Estação Espacial tem contribuído para o estudo de doenças por
envelhecimento, como a osteoporose, da anemia e das técnicas médicas contra a difusão de vírus, como o HIV.
Disponível em: <www.dlr.de>. Acesso em: 19 out. 2014.
Os Estados Unidos são responsáveis pelo suporte à vida, pelo controle da temperatura, pelos sistemas
de comunicação e de dados, além de três módulos de conexão. A Rússia contribui com módulos de
pesquisa e o módulo de equipamentos que dão suporte à vida, além de plataformas para a instalação dos
painéis solares e transporte de tripulantes, como a nave Soyuz.
Saiba mais
O Brasil assinou um acordo exclusivo e direto com a NASA para produzir hardware e, em troca, ter
acesso aos equipamentos norte-americanos, além da permissão para enviar um astronauta à Estação, o
que aconteceu em 2006, quando o brasileiro Marcos Pontes esteve na Estação, onde permaneceu por uma
semana, transportado por um foguete russo.
Contudo, o Brasil, atualmente, está fora do projeto de construção da EEI, devido ao não cumprimento do
contrato assinado. Após quase dez anos de participação, o País deixou de integrar a lista de fabricantes da
Estação.
A Estação Espacial também permitirá que os cientistas tenham mais tempo para fazer seus testes com
baixa gravidade, maior potência para os aparelhos e mais espaço para desenvolver as suas atividades. A
previsão é que a EEI encerre suas atividades em 2024.
Ciências 31
A evolução dos instrumentos astronômicos
Exercícios de sala
3 Observe esta imagem:
Os satélites precisam de energia elétrica para funcionar, assim como os equipamentos elétricos e
eletrônicos que temos em nossa casa. Se eles tivessem apenas baterias para fornecer a energia de que
necessitam, logo parariam de funcionar.
Baseando-se nessas informações, responda:
a) Como resolver esse problema?
b) Para que servem os satélites?
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4 Descubra do que se trata cada um destes itens e, depois, escreva os nomes nos espaços a seguir.
a) Parte da Estação Espacial que fabrica energia elétrica para fazer funcionar os equipamentos e as
máquinas.
b) Apoio em forma de coluna dorsal para acoplar as outras partes da EEI.
c) Lugar onde os astronautas fazem suas refeições, dormem, tomam banho, etc.
d) Parte da EE que serve como passagem de um módulo a outro.
e) Local de trabalho da tripulação da EEI.
f) Remove o calor da EE para que não fique muito quente para os humanos.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
a)
20 21 22 23 24 25 26
b)
27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44
c)
45 46
d)
47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64
e)
65 66 67 68 69 70 71 72 73 74
f)
32 Ciências
A evolução dos instrumentos astronômicos
Utilize a numeração anterior para completar, com as letras adequadas, a frase a seguir:
38 73 19 59 69 24 25 71 73 6 9 15 4 68 38 13
73 30 47 66 45 34 11 73 37 57 68 1 50 51 69 70 15
39 41 42 59 66 71 2 5 29 34 1 8 21 74 73 72 73 74
33 30 47 54 42 8 19 1 3 21 5 73 74 59 30 29 8
73 47 8 21 35 36 37 38 29 3 9 73 65 21 3
Exercícios propostos
5 A necessidade de orientação no espaço terrestre esteve presente na humanidade desde as sociedades
primitivas. A observação de corpos celestes foi a base para a elaboração de técnicas simples de localização,
muito usadas desde a Antiguidade. Embora tais técnicas não tenham sido totalmente abandonadas,
atualmente dispõe-se de sofisticada tecnologia, sendo possível a uma pessoa, com um instrumento do
tamanho de um telefone celular, obter, quase que instantaneamente, a latitude e a longitude do ponto
onde se encontra.
Sobre os recursos utilizados pelo homem para se localizar no espaço terrestre e o seu conhecimento
acerca da posição e da movimentação da Terra no Sistema Solar, julgue estas afirmativas.
I) O gnômon é o mais antigo instrumento de observação, consta apenas de uma vareta fincada no chão,
onde se observa a posição da sombra provocada pelos raios solares.
II) O astrolábio e o sextante eram úteis na época das Grandes Navegações para medir a altura ou a
distância do astro no zênite.
III) O uso da constelação do Cruzeiro do Sul como forma de localização só é possível no Hemisfério Sul.
IV) O radiotelescópio observa as ondas de rádio emitidas por fontes de rádio, através de antenas
parabólicas de grandes dimensões.
6 Nas recentes expedições espaciais que chegaram ao solo de Marte e através dos sinais fornecidos por
diferentes sondas e formas de análise, vem sendo investigada a possibilidade da existência de água
naquele planeta. A motivação principal dessas investigações que ocupam frequentemente o noticiário
sobre Marte, deve-se ao fato de que a presença de água nesse planeta indicaria a
a) existência de um solo rico em nutrientes e com potencial para a agricultura.
b) existência de ventos, com possibilidade de erosão e formação de canais.
c) possibilidade de existir ou de ter existido alguma forma de vida semelhante à da Terra.
d) possibilidade de extração de água, visando ao seu aproveitamento futuro na Terra.
e) viabilidade, em um futuro próximo, do estabelecimento de colônias humanas em Marte.
8 A sonda Galileo terminou sua tarefa de capturar imagens do planeta Júpiter quando, em 29 de setembro de
2009, foi lançada em direção a esse planeta depois de orbitá-lo por um intervalo de tempo correspondente
a 8 anos terrestres. Responda:
a) As sondas espaciais são tripuladas?
b) Qual é a sua utilidade?
c) O que a sonda Cassini descobriu em Encelado?
d) Qual é a curiosidade nas fotos que a sonda Viking mandou sobre a Europa, uma das luas de Júpiter?
9 A Estação Espacial Internacional é uma grande nave tripulada que estará em órbita a 335 – 460 km da
Terra. Ela é usada como laboratório permanente. Uma tripulação de seis astronautas trabalhará por 90
dias e, depois, será substituída por outro grupo. A NASA pretende realizar, assim, quatro viagens anuais.
Veja as partes mais importantes da Estação Espacial:
• A armação é uma estrutura metálica localizada na parte externa da Estação.
• As placas fotovoltaicas são painéis que coletam a luz do Sol e a utilizam para produzir eletricidade,
fornecendo energia aos equipamentos.
• Os módulos de laboratório contêm a maioria dos equipamentos de laboratórios nos quais os
astronautas trabalham.
• Os nós unem um módulo a outro e são utilizados como se fossem um túnel.
• O módulo habitacional serve de moradia, local onde eles cozinham, comem, dormem, tomam banho,
fazem exercícios e relaxam.
• O radiador remove o calor da EE. A energia elétrica transformada nas placas fotovoltaicas é convertida
em calor e precisa ser removida para que a Estação não se aqueça demasiadamente.
Veja este desenho da Estação Espacial e use a legenda para colori-la.
Armação
Radiadores
Placas
Fotovoltaicas
Módulo de Laboratórios
Nó
Módulo Habitacional
Placas de energia solar
Módulo habitacional
Nós
Módulo dos laboratórios
Armação
Radiadores
Agora, responda, de acordo com os dados da EEI.
a) Que partes da Estação Espacial necessitarão de energia elétrica para que os seus equipamentos
funcionem?
b) Onde os astronautas irão:
• trabalhar?
• descansar?
c) Que parte da EEI é responsável em retirar o calor gerado para que a temperatura seja agradável?
d) Se você fosse responsável em colocar uma Estação Espacial em órbita, que parte mandaria primeiro
para o espaço?
PADARIA
ABERTO
.
Pois não, R$ 1,09
Pedrinho!
Obrigada
e até
logo.
No dia seguinte...
Mas ontem eu
Sr. Manoel, R$ 1,17
quero 4 pães Aqui estão também comprei
de novo. seus pães, 4 pães e paguei
Pedrinho! R$ 1,09.
Por que o
preço subiu?
Se você fosse o operador do caixa da padaria, como você explicaria a Pedrinho a diferença no valor dos
pães de um dia para o outro? Em seu caderno, continue o diálogo entre o caixa (você) e Pedrinho. Depois,
leia seu texto para seus colegas de classe.
Ciências 35
A importância de se realizarem medidas
S e você já foi a uma padaria deve saber que, de modo geral, pede-se a quantidade de pães em unidades
(por exemplo, 4 pães), mas o valor que paga por eles pode ser diferente de um dia para o outro, pois,
dificilmente, os pães têm exatamente o mesmo peso.
Desde 2006, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial)
exige que o pão francês seja vendido por quilo, para que, assim, você pague efetivamente a quantidade
de pão que é levada para casa. Antes, você poderia pagar o mesmo valor por um pão grande ou por um
pequeno, devido à dificuldade de fazer todos os pães com, exatamente, o mesmo peso.
Além desse, vários outros exemplos de medidas estão presentes no nosso dia a dia: compramos 1 litro
de refrigerante, percorremos 5 quilômetros para chegar à escola, um jogo de futebol dura 90 minutos, a
temperatura máxima para hoje é de 35 oC. Vamos, agora, entender melhor o que significam essas medidas.
Exercícios de sala
1 Medir é algo comum em nosso cotidiano. Cite duas situações do seu dia a dia em que você precisa utilizar
medidas.
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Imagine que você precise medir o tamanho do seu Material Didático, mas sem utilizar uma régua ou
algo semelhante. O que você faria?
Você pode utilizar palmos ou a sua lapiseira, por exemplo, e descobrir que o seu Material Didático mede
duas lapiseiras. O que você fez foi comparar o tamanho da lapiseira ao do seu Material. Agora, compare
o seu raciocínio com o de seus colegas de classe. Observe como cada amigo realizou a mesma medida. Se
a lapiseira de cada um deles for maior ou menor, o tamanho será diferente, pois estamos utilizando uma
medida improvisada.
Esse exemplo e tantos outros, como medir o tamanho da sala em passos, serve para você ter noção do
que é medir. Portanto medir significa comparar duas grandezas, utilizando uma delas como padrão. No
caso anterior, as grandezas são o tamanho do Material Didático e o da lapiseira, sendo que a grandeza que
você utilizou como padrão foi o tamanho da lapiseira.
Assim, para realizar uma medida precisa, é importante a escolha de padrões conhecidos e invariáveis.
Hoje, esses padrões são internacionalmente conhecidos e aceitos, ainda que, em alguns lugares, medidas
diferentes sejam utilizadas.
Desde a Antiguidade, as pessoas necessitam realizar medidas que permitam a troca de produtos
entre as populações – como o excesso da produção agrícola. As primeiras unidades de medida utilizavam
o corpo humano como referência: polegadas, palmos, pés e braços eram importantes para medidas de
comprimento e de área. Outras unidades também eram derivadas do corpo humano, como o côvado,
a unidade mais utilizada no Egito Antigo, que corresponde à distância do cotovelo até a ponta do dedo
médio; e a jarda, a distância entre o nariz e a ponta do polegar, com o braço esticado.
36 Ciências
A importância de se realizarem medidas
A Jarda
O côvado
O Palmo
A Polegada
O Pé
Algumas formas de medidas em que o homem utiliza partes de seu corpo como instrumento de medida.
Acervo CNEC
Durante a Idade Média, cada senhor feudal possuía padrões de medida próprios que, geralmente,
variavam para a compra e venda de mercadorias, facilitando a exploração dentro dos feudos. Na Inglaterra,
a unidade de medida era o tamanho do pé do rei da época. Quando o rei mudava, a medida também
mudava. Para facilitar, a medida era marcada na entrada das igrejas ou nas portas dos castelos, para que a
população soubesse qual era a medida utilizada na época.
Na Idade Moderna, observa-se também o uso de padrões de medidas diferentes entre as nações e, até
mesmo, dentro de um único país. Na França, por exemplo, a unidade mais comum de comprimento na
época era o pied-de-roi (pé de rei). No entanto, o pé de rei da cidade de Paris valia 0,9 da medida utilizada
na região de Lorraine e 1,1 da utilizada em Bordeaux.
No final do século XVIII, a Academia Francesa de Ciências criou a primeira padronização para as
medidas, criando padrões imutáveis e que pudessem ser utilizados por todos, tornando-se um sistema
universal. Para isso, determinou-se que a décima milionésima parte da distância entre o Polo Norte e o
Equador seria a unidade padrão de comprimento, a qual foi denominada metro.
O livro conta a história da viagem que dois cientistas franceses fizeram para
definir a medida do metro e releva um segredo que permaneceu por mais de 200
anos oculto: o erro relacionado à convenção do metro.
Ciências 37
A importância de se realizarem medidas
A partir daí, adotou-se o metro para se determinar, também, a unidade padrão de volume e de massa.
O litro corresponde ao volume de um cubo com 10 centímetros de lado, enquanto que um quilograma
corresponde à massa de 1 litro de água pura a 4 oC.
No século XIX, novas unidades padrões foram propostas: o segundo, para a medida de tempo; o
ampère, para a medida de eletricidade; kelvin, para a temperatura; e a candela, para a intensidade
luminosa. Essas unidades padrão foram agrupadas em 1960, formando o chamado Sistema Internacional
de Unidades (SI), do qual também faz parte, atualmente, o mol, a unidade de medida de quantidade
de substância. Obviamente, existem diversas outras unidades de medição, mas como elas são deduzidas a
partir das primeiras, elas são consideradas unidades derivadas.
Exercícios de sala
2 Agora que você já conhece algumas medidas antigas, faça o que se pede.
a) Determine qual seria, em centímetros, a sua medida em parda, palmo, pé e côvado.
b) Compare as medidas que você obteve com as de seus amigos.
c) Explique por que essas medidas não são mais utilizadas nos dias de hoje.
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De acordo com o SI, as unidades de medida são divididas em unidades de base e em unidades
derivadas. As unidades de base são o metro, o quilograma, o segundo, o ampère, o kelvin, o mol e a
candela. As unidades derivadas são aquelas formadas a partir da combinação das unidades de base a partir
de várias combinações matemáticas. Elas podem ter nomes e símbolos especiais, mas, ainda assim, são
consideradas unidades derivadas.
Além disso, existem vários prefixos que permitem a formação dos múltiplos decimais das unidades do
SI. Os principais estão apresentados nesta tabela.
A) B)
Alguns instrumentos utilizados para realizar medidas de comprimento: trena (A) e paquímetro (B).
Disponíveis em: (A) <www.orso.biz>.(B) <http://astrosurf.com>. Acesso em: 29 ago. 2014.
Além do metro, utilizamos, no dia a dia, os múltiplos quilômetro (km) e centímetro (cm), que
equivalem, respectivamente, a 103 metros e 10-2 metros.
• Unidade de massa
A unidade base para a medida de massa é o quilograma, cujo símbolo é kg, sendo que, muitas vezes,
utiliza-se apenas o termo quilo. A definição de quilograma permanece a mesma desde 1889: equivale à
massa do protótipo internacional do quilograma, formado por 90% de platina e 10% de irídio.
Preste atenção no seguinte: o quilograma é a unidade de massa, e não de peso. A massa é uma unidade
base, enquanto que o peso é uma unidade derivada, formado devido à atuação da gravidade sobre a massa
de um corpo. Cuidado para não confundir essas duas unidades de medida!
O quilograma é a única unidade base cujo nome possui um prefixo. Para se formarem os nomes
múltiplos, utilizam-se os prefixos à palavra “grama” (símbolo g), como miligrama (mg), que equivale à
10-6 kg. Outra unidade múltipla do quilograma é a tonelada (t), que equivale a 103 kg.
Ciências 39
A importância de se realizarem medidas
• Unidade de tempo
O segundo, cujo símbolo é s, é a unidade base para as medidas de tempo.
Inicialmente, o segundo equivalia à fração 1/86 400 do dia solar médio. No
entanto, como a definição do dia solar médio não era exata, buscou-se uma nova
explicação. Por isso, o segundo foi, posteriormente, definido como o tempo gasto
para que a radiação emitida pelo Césio-133 vibre 9.192.631.770 vezes.
Apesar de o segundo ser a unidade base, é comum utilizarmos, ainda, para a
determinação de tempo, o minuto (min), que equivale a 60 segundos, e a hora
(h), que corresponde a 60 minutos ou 3 600 segundos.
Cronômetro: instrumento
utilizado para medir o
tempo.
Disponível em: <http://bernetblog.ch>.
Acesso em: 29 ago. 2014.
Práxis
Construindo uma ampulheta
Você, certamente, conhece uma ampulheta, um dos mais antigos instrumentos
utilizados para medir o tempo.
Agora, que tal construir a sua própria ampulheta?
Material necessário
• duas garrafas de refrigerante iguais (pode ser de 200 ou de 600 mL)
• areia colorida (você encontra em casas de artesanato)
• tampa de uma garrafa
• um prego
• martelo
• fita adesiva larga
Modo de fazer
1. Inicialmente, coloque a areia colorida em uma das garrafas. Você decide a
quantidade que deseja colocar, mas deixe um espaço vazio nessa garrafa.
2. Em seguida, faça um furo na tampa da garrafa, utilizando o prego e o martelo.
Disponível em: <http://img.alibaba.com>.
Acesso em: 22 out. 2014. Cuidado para não se machucar.
3. Por fim, coloque essa tampa na garrafa com a areia e junte as duas garrafas
pelo gargalo, prendendo-as com a fita adesiva.
4. Está pronta a sua ampulheta: é só colocar a garrafa cheia para cima e observar a areia descer.
5. Observe sua ampulheta e, utilizando um relógio ou um cronômetro, marque o tempo que sua ampulheta é
capaz de medir, e compare-a com a dos seus amigos.
6. Agora, utilize sua ampulheta para brincar: que tal marcar o tempo para brincar de mímica com seus amigos?
• Unidade de temperatura
A unidade base de temperatura é o Kelvin, cujo símbolo é K. O nome foi dado em homenagem ao
físico escocês William Thomson, mais conhecido como Lord Kelvin, responsável por desenvolver a escala
Kelvin de temperatura.
A) B)
Instrumentos utilizados para medir a temperatura: termômetro comum, feito com mercúrio (A), e termômetro digital (B).
Disponível em: (A) <http://dic.academic.ru>.(B) <http://image.made-in-china.com>. Acesso em: 23 out. 2014.
40 Ciências
A importância de se realizarem medidas
Para nós, a escala Kelvin não é comum, pois utilizamos a escala Celsius. Tanto a escala Kelvin quanto
a escala Celsius são divididas em 100 partes iguais, ou seja, são escalas centígradas. Em virtude disso, não
se pode ler o termo “30 oC” como “30 graus centígrados”. O correto é “30 graus Celsius”.
Na escala Celsius, a água congela a 0 oC; na escala Kelvin, a 273,15 K. Portanto, baseando-se nisso,
pode-se, facilmente, converter uma medida em outra, utilizando-se a fórmula: TK = ToC + 273.
Saiba mais
Nossa temperatura corporal normal é, em média, de 36 oC a 36,5 oC. Esse valor pode sofrer pequenas
oscilações, principalmente se considerarmos diferentes locais para a verificação da temperatura. Em uma
pessoa saudável, independentemente da temperatura ambiente, o organismo mantém essa temperatura
estável, à custa de alterações na perda e na geração de calor.
Em algumas situações anormais, pode ocorrer um aumento da temperatura corpórea, o que é chamado de
febre, que, na verdade, é um mecanismo de proteção do organismo ao tentar eliminar agentes estranhos. No
entanto, apesar de ser uma defesa do organismo, febres muito altas (acima de 41 oC) podem ser prejudiciais
e causar, até mesmo, convulsões e mortes.
Atenção!
Todo valor deve ser acompanhado pela unidade, que vem separada
por um espaço. Além disso, o símbolo nunca vem no plural. Exemplo:
Aquela mesa mede 10 m. (certo)
Aquela mesa mede10ms. (errado)
x 3,6
Saiba mais
No dia a dia, dificilmente representamos a velocidade utilizando a unidade citada na m/s km/h
tabela (m/s). Geralmente, ela vem na forma de km/h. Para converter m/s para km/h, basta
multiplicar o valor por 3,6. Para realizar a conversão ao contrário, divide-se por 3,6.
÷ 3,6
Algumas unidades derivadas possuem nomes específicos, como se vê demonstrado nesta tabela.
Você viu apenas algumas das unidades derivadas. Conforme necessário, elas lhe serão apresentadas
com maiores detalhes.
Unidade Equivalência
Libra 0,45359 kg
Hectare (ha) 10 000 m2
Alqueire paulista 2,42 ha
Alqueire mineiro 4,84 ha
Arroba (@) 15 kg
Saca 60 kg
Saiba mais
Você já se perguntou como foi determinada a numeração dos calçados? Tudo começou em 1305, quando
o rei Eduardo I, da Inglaterra, determinou que uma polegada equivaleria a três grãos secos e alinhados de
cevada. Os sapateiros passaram a utilizá-la, mas essa medida não deu certo. Assim, um calçado tamanho 37
equivalia a 37 grãos de cevada.
Atualmente, o Brasil utiliza, também, uma unidade métrica chamada ponto, que pode mudar entre
diferentes locais. O ponto francês, adotado pelo nosso país e por grande parte da Europa, equivale a dois
terços de um centímetro (cerca de 0,66 centímetros).
42 Ciências
A importância de se realizarem medidas
Exercícios de sala
3 Transforme estas medidas para as unidades base de cada grandeza. Lembre-se de utilizar corretamente
os símbolos.
a) 20 cm.
b) 12 km.
c) 200 g.
d) 35 min.
e) 15 oC.
f) 20 ton.
g) 17,5 h.
h) 45 °C.
i) 1 semana.
j) 2h26min.
4 De acordo com o SI, a unidade utilizada para as medidas de volume é o metro cúbico (m3). No entanto,
no nosso dia a dia, o mais utilizado é o litro (L) ou o mililitro (mL). Sabendo que 1 m3 equivale a 1000 L e
que 1 cm3 equivale a 1 mL, indique quanto vale cada medida a seguir, em litros ou mililitros (utilize o que
for mais conveniente).
a) 2 m3
b) 200 cm3
c) 1 500 cm3
5 O Guinness Book registra que, no chute mais rápido de uma partida de futebol, a bola atingiu 129 km/h.
Já no tênis, o recorde é de, aproximadamente, 66 m/s. Determine em qual esporte a bola atinge maior
velocidade.
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Exercícios propostos
6 Felipe perguntou para sua amiga Marcinha qual era a temperatura ambiente. Ela, para brincar com o
amigo, respondeu que a temperatura era 300 K. Ajude Felipe a determinar essa temperatura na escala
Celsius.
7 João foi comprar uma caixa d’água, e o vendedor informou-lhe que a caixa tem formato de um
paralelepípedo, com 1 m de largura, 2 m de comprimento e 1 m de altura. No entanto, o vendedor
não informou qual a capacidade dessa caixa. Sabendo que a fórmula para o cálculo do volume de um
paralelepípedo é o produto entre a largura, o comprimento e a altura, ajude João a descobrir qual a
capacidade, em litros, dessa caixa d’água.
8 A bula de um xarope informa que, a cada 8 horas, deve-se tomar uma colher de sopa do medicamento.
Sabendo que o volume total do medicamento é de 150 cm3 e que cada colher equivale a 10 mL, quantos
dias esse xarope irá durar?
9 Mariana perguntou as horas para uma amiga, que lhe respondeu: "são 8 horas e 82 minutos". Afinal, que
horas são?
Ciências 43
A importância de se realizarem medidas
10 O termo polegada (símbolo: ” – aspas) foi inicialmente utilizado para designar a largura de um polegar
humano, medido na base da unha. Atualmente, é padronizado que uma polegada equivale a 2,54 cm. No
entanto, essa unidade, atualmente, é mais utilizada para designar a medida dos televisores. Para isso,
mede-se a diagonal da televisão e realiza-se a conversão. Faça a medida da diagonal da televisão da sua
casa e determine quantas polegadas ela possui.
12 Um caminhão consegue transportar 3,9 toneladas de carga. Sabendo que uma laranja pesa 130 gramas,
quantas laranjas o caminhão pode carregar?
a) 30.
b) 300.
c) 3 000.
d) 30 000.
Exercícios de aprofundamento
14 Em uma enchente, um jornalista viu uma menina com uma lata de refrigerante de 350 ml. Perguntando
à menina o que ela estava fazendo, ela respondeu que estava tirando a água para secar a enchente.
Sabendo que o volume da enchente era de 70 000 m3, quantas viagens a menina teria que fazer para
secar toda a água?
15 Imagine que seu professor solicitou que você determinasse o volume de uma pedra, fornecendo apenas
um copo graduado em volumes para que chegasse à medida solicitada. Como você faria?
44 Ciências
A Química e a sua influência histórica
Olhe ao seu redor. O que você vê? Possivelmente, mesa, cadeira, livros e vários outros objetos, sendo que
todos eles estão cercados de ar, que você não consegue ver, mas, obviamente, sabe que está presente e o
quão importante ele é para os seres vivos. Tudo isso é matéria, o objeto de estudo da Química.
Você se lembra...
Tudo que possui massa e ocupa lugar no espaço é matéria!
Conseguimos perceber que o nosso dia a dia tem muito mais relação com a Química do que imaginamos.
Os impactos ambientais estudados nas séries anteriores, por exemplo, são, em sua maioria, decorrentes da
liberação descontrolada de algumas substâncias químicas. No entanto, deve-se tomar o cuidado para não
relacionar a simples presença da Química a algo ruim: lembre-se de que tudo à nossa volta é composto
de química.
Tudo que está presente no nosso dia a dia é formado por matéria e, por isso, é objeto de estudo da Química.
Acervo CNEC
Você se lembra...
Substância química (ou somente substância) é uma pequena porção da matéria que possui apenas
moléculas iguais, como a água, e cujas propriedades são bem definidas e características.
Uma substância é chamada de simples quando é formada por um único tipo de elemento químico (gás
ozônio ou gás oxigênio, por exemplo). Quando uma substância é formada por mais de um tipo de elemento
químico, ela é chamada de composta (dióxido de carbono ou água, por exemplo).
Ciências 45
A Química e a sua influência histórica
Além disso, sob o ponto de vista da Química, uma substância pura é aquela formada por apenas um tipo
de substância – seja ela simples ou composta, enquanto que uma mistura possui duas ou mais substâncias
reunidas (“misturadas”), sem que elas reajam entre si.
Agora que você já entendeu que a Química está presente no nosso cotidiano, é importante compreender
qual o contexto histórico dessa ciência e como o homem tentou explicar os fenômenos químicos observados
por ele ao longo da história.
Na Pré-história, quando o homem começou a observar o fogo e, depois, a tirar proveito da sua ação para se
aquecer e para cozinhar os alimentos, pode-se dizer que, indiretamente, é uma das primeiras observações do
homem sobre as transformações químicas que ocorrem na natureza. Observa-se, então, o início da química
de forma prática, sem que existam teorias e, obviamente, sem a existência da palavra “química”.
O uso do fogo é uma das primeiras observações do homem sobre as transformações químicas.
Disponível em: <www.arthursclipart.org>. Acesso em: 14 nov. 2014.
Ao longo da história, vários outros acontecimentos mostram a utilização da química pelo homem, como a
utilização de tintas para fazer pinturas nas paredes das cavernas, produção de armas a partir da manipulação
dos metais e a produção das moedas.
Pintura rupestre na Caverna de Altamira, na Espanha: uma das formas de utilização da química pelo homem pré-histórico.
Disponível em: <www.portaldarte.com.br>. Acesso em: 14 out. 2014.
46 Ciências
A Química e a sua influência histórica
No final da Pré-história e no início da Idade Antiga, o homem passou a tentar explicar os fenômenos
naturais e as origens das coisas através dos mitos, uma narrativa fantasiosa que retrata a visão de mundo
de um povo. Os filósofos, por sua vez, tentavam explicar a natureza. Ao redor de 600 a.C., Tales de Mileto
afirmava que o elemento básico da matéria era a água; enquanto que, para Anaxímenes, era o ar; para
Heráclito, o fogo; para Xenófanes, a terra. Já Empédocles, acreditava que esses quatro elementos – água,
ar, fogo e terra – eram os primordiais.
A palavra átomo surgiu com os filósofos gregos Leucipo e Demócrito, por volta de 400 a.C. Ambos
acreditavam que a matéria era uma concentração de minúsculas partículas, denominadas átomos, que,
em grego, significa “que não pode ser dividido”. Entretanto, essas ideias foram severamente atacadas por
Aristóteles, que aperfeiçoou a ideia de Empédocles, acrescentando um quinto elemento, o éter, responsável
pela formação dos espaços celestes, incluindo o Sol e a Lua.
Devido à sua autoridade e ao seu brilhante pensamento, as ideias de Aristóteles foram facilmente aceitas
e, assim, o desenvolvimento da teoria atômica foi retardado. Além disso, suas ideias formaram as bases
filosóficas adotadas pela alquimia, o próximo período da história da Química.
no entanto, só surgiu efetivamente entre os séculos XVI e XVII, quando os cientistas começaram a se
desvencilhar das ideias da alquimia, buscando explicar a realidade pela razão. Para isso, passaram a utilizar
o método científico, baseado em observação, coleta de dados e criação de hipóteses, as quais deveriam ser
confirmadas por experimentações.
Exercícios de sala
1 Explique os dois principais objetivos dos alquimistas.
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Assim como os seres vivos recebem um nome e uma classificação conhecidos universalmente, com os
elementos químicos acontece o mesmo. Estudando e observando semelhanças e diferenças entre eles, os
cientistas perceberam que era possível criar sistemas de organização, tornando o seu estudo mais prático
e eficiente.
Você se lembra...
O SISTEMA BINOMIAL DE LINEU
Cada ser vivo recebe um nome científico, composto por duas palavras, sendo que a primeira designa o
gênero, e a segunda é o epíteto específico. A linguagem escolhida para dar os nomes científicos aos seres vivos
foi o latim, devido ao fato de essa ser uma linguagem “morta” e que não sofrerá mais nenhuma modificação.
Assim, em qualquer parte do mundo, ao falarmos em Canis familiaris, por exemplo, os cientistas saberão
que se trata do cão doméstico.
Mas não pense que os elementos sempre tiveram os nomes e as classificações que conhecemos e que
utilizamos atualmente.
Na Idade Média, os alquimistas já empregavam símbolos na representação das várias substâncias que
eles utilizavam. Os hieróglifos egípcios foram as primeiras tentativas dos alquimistas de se representar os
elementos químicos. Depois, eles fizeram uso da numerologia, e chegaram, ainda, a associar os elementos
químicos aos astros conhecidos na época. No entanto, essa simbologia não era muito adequada, pois
apenas os próprios alquimistas é que tinham conhecimento do que significavam tantos símbolos.
Estanho Terra
Ouro
Enxofre Fogo
Ferro
No início do século XVIII, John Dalton propôs uma nova simbologia para representar os elementos
químicos, em substituição aos antigos símbolos alquimistas.
Na simbologia de Dalton, os átomos eram representados por círculos contendo linhas, pontos ou
letras.
O sistema de simbologia dos elementos químicos que hoje ainda utilizamos foi criado pelo químico
sueco Jacob Berzelius em 1808. Ele determinou que a representação dos elementos químicos seria as
iniciais dos seus nomes em latim, e, em alguns casos, poderiam ser utilizadas as duas primeiras letras do
nome do elemento, sendo a primeira sempre maiúscula, e a segunda, sempre minúscula. Observe, nesta
tabela, a origem latina dos nomes de alguns elementos:
Como você pôde observar, existem alguns casos em que são utilizadas, no lugar da segunda letra, a
terceira, a quarta, ou até mesmo a sexta letra do nome em latim do elemento.
Existem, ainda, elementos cujo nome se origina de outras línguas, que não o latim:
Exercícios de sala
2 (Olimpíada Brasileira de Química Junior) O ouro é um metal amarelo brilhante, dúctil, maleável,
condutor de eletricidade e de calor, resistente à corrosão e é o mais inerte de todos os metais. É um metal
de transição, pertence ao grupo 11 da Tabela Periódica. Por sua resistência aos agentes atmosféricos
e pela dificuldade de ser encontrado, foi eleito como padrão de riqueza desde os tempos mais remotos.
Os alquimistas tinham como meta realizar a transmutação de outros elementos em ouro, chamado de “a
pedra filosofal”. O ouro, metal nobre, apresenta como símbolo químico:
a) Ou. b) Au. c) Or. d) Ag.
Ciências 49
A Química e a sua influência histórica
B erzelius foi, também, um dos precursores da classificação dos elementos químicos. Ele sugeriu que
os elementos fossem divididos em dois grupos: os metais e os metaloides.
Um pouco mais tarde, houve a necessidade de agrupar os elementos químicos de acordo com as suas
semelhanças e seus comportamentos. Pensando dessa forma, o químico alemão Johan Wolfgang Döbereiner,
em 1829, agrupou os elementos com propriedades semelhantes em trincas, que ele denominou tríades.
Saiba mais
De fato, os elementos de número atômico inferior a 40 seguem o modelo do parafuso telúrico.
Em 1866, o cientista e músico inglês John Newlands arranjou os elementos em ordem crescente de
massa atômica, mas, ao mesmo tempo, de forma semelhante às notas musicais. Observou, dessa forma,
que a cada oito elementos as propriedades se repetiam, ou seja, as propriedades químicas do primeiro e do
oitavo elementos eram semelhantes. Pronto! Estava elaborada a lei das oitavas de Newlands.
Disponível em: <www.explicatorium.com>.
Acesso em: 14 nov. 2014.
H Li Be B C N O
F Na Mg Al Si P S
Cl K Ca Cr Ti Mn Fe
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
Dó
Representação das oitavas de Newlands.
Assim como as notas musicais se repetem,
as semelhanças entre os elementos químicos
são observadas periodicamente.
Acervo CNEC
John Newlands.
50 Ciências
A Química e a sua influência histórica
Período Grupo
I II III IV V VI VII VIII
1 H
2 Li Be B C N O F
3 Na Mg Al Si P S Cl
4 K Ca Ti V Cr Mn Fe – Co
– Ni
5 Cu Zn As Se Br
6 Rb Sr Zr Nb Ma Ru – Rh
– Pd
7 Ag Cd In Sn Sb Te I
8 Cs Ba
9
10 Ta W Os – Ir
– Pt
11 Au Hg Ti Pb Bi
12 Th U
Podemos observar, nessa tabela, a existência de espaços vazios, os quais Mendeleev justificou dizendo
que, no futuro, seriam descobertos novos elementos que ocupariam esses espaços.
A classificação periódica de Mendeleev foi utilizada por quase 50 anos. No entanto, em 1913, o físico
britânico Henry G. J. Moseley concluiu, através de experimentos, que as propriedades dos elementos
químicos eram dadas, na verdade, pelo seu número atômico, representado pela letra Z. Esse número é
representado na parte inferior esquerda do símbolo atômico, como se observa a seguir:
6C 79Au
Na Tabela Periódica atual, os elementos estão dispostos em ordem crescente de número atômico,
formando os períodos nas linhas horizontais e as colunas nas linhas verticais.
1 Com massas atômicas referidas ao isótopo 12 do Carbono 18
1 1 2 2
12
( C = 12,000)
He
HÊLIO
HIDROGÊNIO
1.007 94(7) 2 13 14 15 16 17 4,002 602(2)
3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 9 2 10 2
1 2 3 4 5 6 7 8
BORO
LÍTIO
FLÚOR
NEÔNIO
OXIGÊNIO
CARBONO
BERÍLIO
Li Be B C N O F Ne
NITROGÊNIO
6.941(2) 9.012 182(3) 10.811(7) 12,0107(8) 14.0067(2) 15.9994(3) 18.998 4032(5) 20.1797(6)
11 2 12 2 ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO 13 2 14 2 15 2 16 2 17 2 18 2
8 8 8 8 8 8 8 8
1 2 3 4 5 6 7 8
SILÍCIO
CLORO
SÓDIO
ARGÔNIO
ALUMÍNIO
ENXOFRE
FÓSFORO
Na Mg AI Si P S CI Ar
MAGNÉSIO
22.989 770(2) 24.305(6) 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 26.981 538(2) 28.0855(3) 30,973 761(2) 32.065(5) 35.453(2) 39.948(1)
19 2 20 2 21 2 22 2 23 2 24 2 25 2 26 2 27 2 28 2 29 2 30 2 31 2 32 2 33 2 34 2 35 2 36 2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
8 8 9 10 11 13 13 14 15 16 18 18 18 18 18
1
18 18 18
1 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 3 4 5 6 7 8
GÁLIO
ZINCO
BROMO
CÁLCIO
SELÊNIO
ARSÊNIO
FERRO
COBRE
K Ca
NÍQUEL
GERMÂNIO
TITÂNIO
CRIPTÔNIO
CROMIO
Ga Ge As Se Br Kr
POTÁSSIO
Ni Cu Zn
VANÁDIO
Sc Ti V Cr Mn Fe Co
COBALTO
ESCÂNDIO
MANGANÊS
39.0983(1) 40.078(4) 44.955 910(8) 47.867(1) 50.9415(1) 51.9961(6) 54.938 049(9) 55.845(2) 58.933 200(9) 58.6934(2) 63.546(3) 65.409(4) 69.723(1) 72,64(1) 74.921 60(2) 78.96(3) 79.904(1) 83.798(2)
37 2 38 2 39 40 2 41 2 42 2 43 2 44 2 45 2 46 2 47 2 48 2 49 2 50 2 51 2 52 2 53 2 54 2
2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
18 18 18
8 8 9 10 12 13 13 15 16 18 18 18 18 18 18 18 18 18
IÔDO
ÍNDIO
2
ÍTRIO
1 1 1 2 5
CÁDMIO
2 2 1 6
RÓDIO
1 4
PRATA
TELÚRIO
NIÓBIO
2 3
XENÔNIO
2
ESTANHO
7
PALÁDIO
8
Pd Ag Cd
RUTÊNIO
ANTIMÔNIO
Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh
RUBÍDIO
In Sn Sb Te I Xe
ZIRCÔNIO
TECNÉCIO
Rb Sr
ESTRÔNCIO
MOLIBDÊNIO
85.4678(3) 87.62(1) 88.905 85(2) 91.224(2) 92.906(2) 95.94(2) 98 101.07(2) 102.905 50(2) 106.42(1) 107.8682(2) 112.411(8) 114.818(3) 118.710(7) 121.760(1) 127.60(3) 126.904 47(3) 131.293(6)
2 2 71 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
55 56 8
72 2 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
18 8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
18 18 18
18 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32
32 32
8 8 TÁLIO
CÉSIO
BÁRIO
18
IRÍDIO
OURO
18
RÊNIO
17 18 18 18 18
ÓSMIO
15
ASTATO
9 11 12 13 14 18
CHUMBO
HÂFNIO
BISMUTO
POLÔNIO
10
RADÔNIO
LUTÉCIO
Cs Ba Lu
PLATINA
Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg TI Pb Bi Po At 18
Rn
TANTÁLIO
1 2 2
MERCÚRIO
2 2 2 2 2 2 2 1 1 3 4 5 6 8
TUNGSTÊNIO
7
132.905 45(2) 137.327(7) 174,967(1) 178.49(2) 180.9479(1) 183.84(1) 186.207(1) 190.23(3) 192.217(3) 195.078(2) 196.966 55(2) 200.59(2) 204.3833(2) 207.2(1) 208.980 38(2) [209] [210] [222]
87 2 88 2 103 2 104 105 2 106 2 107 2 108 2 109 2 110 2 111 2 114 116
8 8 2 112 2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
32 32 18 18
32 32 32 32 32 32 32 32 32 32
18 18
RÁDIO
32 32 32 32 32 32 32 32 32
HÁSSIO
FRÂNCIO
Fr Ra
DÚBNIO
32
BÓHRIO
Fl Lv
FLEROVIUM
LIVERMORIUM
AMETAIS
8 8
Lr Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn METAIS
LAURÊNCIO
9 15 16 17
MEITNÉRIO
11 12 13 14
SEABÓRGIO
1 2 10 18
ROENTGENIUM
2 2 2 2
RUTHERFÓRDIO
DARMSTADTIUM
2 2 2 2 2
[233] [226] [262] [261] [262] [266] [264] [277] [268] [271] [272] [273] 2
NÚMERO ATÔMICO 57 2 58 2 59 2 60 2 61 2 62 2 63 2 64 2 65 2 66 2 67 2 68 2 69 2 70 2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
18 20 21 22 23 24 25 25 27 28 29 30 31 32
9 8 8 8 8 8 8 9 8 8 8 8 8 8
ÉRBIO
CÉRIO
TÉRBIO
A Química e a sua influência histórica
HÓLMIO
ITÉRBIO
TÚLIO
Ciências
La Ce Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb
SAMÁRIO
EURÓPIO
LANTÂNIO
NEODÍMIO
Pr 2 2 2 2 2 2 2 2 2
PROMÉCIO
2 2 2 2 2
GADOLÍNIO
DISPRÓSIO
PRASEODÍMIO
138,9055(2) 140,116(1) 140,907 65(2) 144,24(3) [145] 150,36(3) 151,964(1) 157,325(3) 158,925 34(2) 162,500(1) 164,930 32(2) 167,259(3) 168,934 21(2) 173,04(3)
Símbolo 89 2 90 2 91 2 92 2 93 2 94 2 95 2 96 2 97 2 98 2 99 2 100 2 101 2 102 2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32
18 18 20 21 22 24 24 25 27 28 29 30 30 31
TÓRIO
CÚRIO
NOME DO ELEMENTO
URÂNIO
FÉRMIO
ACTÍNIO
NOBÉLIO
Massa atômica
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No
AMÉRICO
PLUTÔNIO
NEPTÚNIO
EINSTÊNIO
9 10 9 9 9 8 9 9 8 8 8 8 9 8
BERQUÉLIO
CALIFÓRNIO
MENDELÉVIO
PROTACTÍNIO
() - Número de Massa
- Notas:
- A IUPAC 2009 aproxima os pesos atômicos a quatro algarismos significativos. (Tabela publicada em Química Pura e Aplicada 83, 359-396 (2011); doi: 10.1351/PAC-REP-10-09-14).
A incerteza do último digito na aproximação do peso atômico está listado entre parênteses após o valor.
Na ausência dos parênteses, a incerteza é de um no último digito. Um intervalo entre parênteses fornece os limites inferiores e superiores dos pesos atômicos padrão para o elemento.
Nenhum valor é listado para elementos que carecem de isótopos em abundância isotópica em fontes terrestres naturais. Veja PAC para maiores detalhes.
- Reivindicações pela descoberta de todos os elementos remanescentes na última linha da tabela nomearam esses elementos pelo seu número atômico (113, 115, 117 e 118) e para
eles ainda não foram dadas atribuições pela IUPAC e IUPAP Joint Working Party, ou seja, não foram autenticados.
Para atualizações desta tabela, veja: iupac.org/reports/periodic_table/. Essa versão é de 1o de junho de 2012.
51
52 Ciências
A Química e a sua influência histórica
São 18 famílias ou colunas e 7 períodos ou linhas. Os elementos que compõem uma mesma família
apresentam características semelhantes.
Atenção!
A Tabela Periódica é uma ferramenta importantíssima no estudo da
Química. No entanto, você não precisa decorá-la. O importante é que
você saiba como consultá-la e utilizá-la corretamente.
Exercícios de sala
3 (Olimpíada Brasileira de Química Junior) A seguir, são feitas algumas afirmações sobre a tabela de
classificação dos elementos químicos organizada pelo químico russo Dimitri Ivanovich Mendeleev.
I) Previa a existência de elementos ainda não descobertos.
II) Considerava diferentes propriedades físicas e químicas associadas aos elementos.
III) Seguia o princípio da periodicidade de propriedades em função dos pesos atômicos.
Quais dessas afirmativas estão de acordo com a proposta de Mendeleev?
a) I e II apenas.
b) I e III apenas.
c) II e III apenas.
d) I, II e III.
4 Observe, a seguir, o emprego de alguns elementos químicos em objetos comumente utilizados em nosso
dia a dia:
Elementos Utilização
Ferro Pregos, cadeiras, rodas de automóveis, edifícios
Cobre Moedas e fios condutores
Carbono Grafite de lápis
Hélio Balões
Argônio Lâmpadas incandescentes
Silício Calculadoras
Cálcio Gesso
Magnésio Leite de magnésia (antiácido e laxante)
Flúor Água potável e cremes dentais
Qual é o símbolo de cada um desses elementos? A que período e coluna eles pertencem?
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Exercícios propostos
5 Imagine que você se tornou um famoso alquimista da modernidade. Escolha dez elementos químicos da
Tabela Periódica atual e proponha uma nova simbologia ou representação para eles.
6 Podemos dizer que tudo à nossa volta é química, pois tudo envolve o arranjo entre átomos, que se
transformam em diferentes substâncias. Alguns dos elementos químicos que você conhece têm grande
utilidade na Medicina. É o caso do Tálio, do Mercúrio, do Irídio, do Titânio, do Selênio, do Lítio e do
Nitrogênio.
Ciências 53
A Química e a sua influência histórica
8 (Olimpíada Brasileira de Química Junior) Uma forma de se testar a veracidade de uma pedra de
diamante é tentando riscá-lo com uma barra de metal contendo um pequeno cristal de diamante verdadeiro
fixo na sua ponta. Caso o diamante seja verdadeiro, não será possível observar o aparecimento de um
risco sobre ele. Nesse caso, embora possa conter um pequeno teor de impurezas, basicamente, a pedra
é constituída por átomos de
a) Ag.
b) Au.
c) C.
d) Ca.
9 A Tabela Periódica passou por várias mudanças até chegar ao modelo atual. Relembre o que você
aprendeu, associando a Coluna I à Coluna II:
COLUNA I
1) Colocou os elementos em ordem crescente de peso atômico e verificou que a cada 8 elementos havia
repetição de propriedades semelhantes.
2) Para ele, os elementos formavam grupos de 3, devido à semelhança de suas propriedades.
3) Colocou os elementos em ordem crescente de peso atômico sobre um parafuso, de modo que, se
traçássemos uma linha vertical, os elementos de propriedades semelhantes estariam todos sobre esta
linha.
4) Concluiu, através de experimentos, que as propriedades dos elementos químicos eram dadas pelo
seu número atômico.
5) Afirmava que as propriedades dos elementos repetiam-se periodicamente, de acordo com a sua
massa atômica.
COLUNA II
a) ( ) Döbereiner
b) ( ) Newlands
c) ( ) Chancourtois
d) ( ) Mendeleev
e) ( ) Moseley
10 (Olimpíada Brasileira de Química Junior) Uma pesquisa revelou sinais de contaminação por arsênio
no solo e na água utilizada por moradores do Quadrilátero Ferrífero que abrange as cidades de Ouro
Preto, Santa Bárbara, Nova Lima e outras cidades históricas, em Minas Gerais. O arsênio (Z = 33) está
entre os elementos químicos mais nocivos à saúde humana, como o mercúrio (Z = 80), o chumbo (Z = 82)
e o cádmio (Z = 48). Em concentrações elevadas (acima de 10 microgramas por litro de água potável),
o arsênio pode causar vários tipos de cânceres, além de abalos ao sistema nervoso, malformação
neurológica e abortos. O arsênio pode ser liberado na natureza por meio de causas naturais, como o
contato da água de rios e nascentes com rochas que apresentam elevada concentração do metal. Porém,
no caso do Quadrilátero Ferrífero, a contaminação estaria relacionada à intensa mineração de ouro
explorada nos últimos 300 anos.
Disponível em: <www.unicamp.br>. (Adaptado) Acesso em: 07 de set. 2010.
Práxis
Procedimento
1) Coloque água no vidro até a metade.
2) Pese o conjunto vidro + água e o comprimido ainda não dissolvido. Essa será a massa inicial do sistema.
3) Dissolva o comprimido na água e feche, imediatamente, o vidro (para evitar a perda do gás formado).
4) Aguarde o final da efervescência e pese, novamente, o conjunto. Essa será a massa final do sistema.
Resultados e discussão
1) O que você observou com relação à massa inicial e final do sistema?
2) Discuta com seus colegas por que isso ocorreu.
Muitos químicos e historiadores consideram que a Química Moderna teve início com os trabalhos de
Antoine Laurent Lavoisier, um francês que, no final do século XVIII, enunciou o que é hoje chamado
de lei da conservação das massas ou lei de Lavoisier. Essa lei, amplamente conhecida, afirma que, na
natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Em termos químicos, significa que, em um
ambiente fechado, a massa total antes de uma reação química é igual à massa total após essa reação,
conforme se observa a seguir.
Massa = 4g Massa = 4g
Nessa mesma época, outro cientista francês, Joseph Louis Proust, realizou uma série de experiências
baseadas em pesagens e elaborou a chamada lei das proporções constantes ou lei de Proust, segundo
a qual uma substância composta é formada a partir de substâncias mais simples, que sempre estarão na
mesma proporção em massa.
A Lei das Proporções Constantes fica fácil de entender quando consideramos situações do dia a dia,
como, por exemplo, uma receita de bolo.
Leia este texto.
BOLO DE FUBÁ
INGREDIENTES
• 3 ovos inteiros
• 2 xícaras de chá de açúcar
• 2 xícaras de chá de fubá
• 3 colheres de sopa rasa de farinha de trigo
• 1/2 copo (americano) de óleo
• 1 copo de leite
• 1 colher de sopa de fermento em pó
MODO DE PREPARO
• Misture todos os ingredientes, bata tudo no liquidificador.
• Coloque em uma forma previamente untada e enfarinhada.
• Leve ao forno quente por cerca de 40 minutos.
RENDIMENTO: 30 PORÇÕES
Se você e seus colegas de classe desejassem fazer um bolo para 90 pessoas, como vocês procederiam?
Reúna-se em grupos, elaborem uma resposta e discutam com o restante da classe.
Por exemplo, o dióxido de carbono, o grande vilão do aquecimento global, é formado sempre na
proporção de 3 gramas de carbono e 8 gramas de oxigênio, formando 11 gramas de dióxido de carbono.
Para aumentar a quantidade de dióxido de carbono, deve-se sempre manter a proporção de carbono e de
oxigênio.
Considere, novamente, a formação do gás metano citada anteriormente. Se, ao invés de 4 g de metano,
forem formados 12 g, pode-se deduzir a quantidade de hidrogênio e de carbono necessárias para produzir
esses 12 g, mantendo-se a proporção de 1 hidrogênio para 3 carbonos, simplificadamente representada
como proporção de 1 para 3 (25% de hidrogênio e 75% de carbono). Logo, conclui-se que serão necessários
3 g de hidrogênio e 9 g de carbono, mantendo-se, assim, a proporção de 1 para 3.
Essas duas leis, chamadas de leis ponderais, conseguiram explicar o comportamento da matéria, mas
os cientistas ainda não possuíam dados suficientes a respeito da constituição microscópica da matéria
que justificassem os dados observados e, então, passaram a buscar tais explicações. Por isso, ao longo do
tempo e com as pesquisas realizadas, os cientistas fizeram observações e elaboraram modelos para explicar
a constituição da matéria.
56 Ciências
Átomo: um constituinte da matéria
Com esses estudos, Thomson propôs, no início do século XX, um novo modelo para o átomo, que,
segundo ele, era maciço e esférico, formado por uma massa de cargas positivas com os elétrons dispersos,
formando o átomo eletricamente neutro. O próprio Thomson afirmou que, de acordo com o seu modelo, o
átomo seria semelhante a um “pudim de passas”.
Ciências 57
Átomo: um constituinte da matéria
semelhantes ao núcleo e, ao passarem muito próximas Experimento de Rutherford: a maioria das partículas
α não altera sua trajetória (A), algumas desviam (B),
dele, desviavam. e outras são ricocheteadas (C).
Reunindo esses dados, Rutherford propôs o seu modelo Acervo CNEC
−
+ −
Ernest Rutherford e o seu modelo atômico: os elétrons, com carga negativa, girando ao redor do
núcleo, com carga positiva.
Disponível em: (A) <http://wal.nbed.nb.ca>. Acesso em: 15 nov. 2014 e (B) Acervo CNEC
58 Ciências
Átomo: um constituinte da matéria
Exercícios de sala
1 A eletrólise da água consiste em decompor a molécula de água em hidrogênio e oxigênio utilizando uma
corrente elétrica, de acordo com esta reação química:
Caso sejam decompostos 9 gramas de água, será formado apenas 1 grama de hidrogênio. De acordo
com os dados apresentados e com seus conhecimentos, responda:
a) Qual a massa de oxigênio formada? Justifique sua resposta, indicando qual cientista propôs essa
explicação.
b) Caso sejam decompostos 27 gramas de água, quantos gramas de hidrogênio e de oxigênio serão
formados? Justifique seu raciocínio e indique o cientista que propôs essa explicação.
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2 Ao longo do tempo, a teoria atômica sofreu modificações. A coluna I apresenta o nome dos principais
cientistas sobre o assunto, e a coluna II, a descrição dos modelos atômicos. Relacione-as.
Coluna I Coluna II
O átomo possui partículas de carga negativa, os elétrons, dispersos em uma massa
A) Dalton ( )
carregada positivamente, semelhante a um pudim de passas.
O átomo é minúsculo e indivisível, semelhante a uma bola de bilhar, e não pode ser
B) Thomson ( )
criado ou destruído.
O átomo possui um núcleo com cargas positivas, ao redor do qual giram os
C) Rutherford ( )
elétrons, carregados negativamente.
3 (Olimpíada Brasileira de Química Jr.) Em uma aula sobre a evolução dos modelos atômicos, um
professor levou os alunos para o pátio da escola. Ele organizou uma roda de ciranda, em forma circular
e pediu que um aluno ficasse no centro dela.
Pelos dados apresentados, a intenção do professor com o uso dessa analogia está relacionada à
apresentação do modelo de:
a) Dalton.
b) Leucipo.
c) Rutherford-Bohr.
d) Thomson.
4 Ao longo da história da ciência, o homem sempre buscou explicações para as coisas que o rodeiam e,
assim, a evolução tecnológica acompanha a evolução do pensamento. Um exemplo disso é a evolução
dos modelos atômicos, que buscam explicar do que são feitas as coisas.
Com base nos modelos atômicos existentes, assinale a alternativa correta.
a) Para Dalton, o átomo é uma massa de carga positiva, na qual estão presentes os elétrons, de carga
negativa.
b) Para Thomson, o átomo é formado por um núcleo com cargas positivas, ao redor do qual os elétrons
giram.
c) Para Rutherford, o átomo é indivisível e indestrutível, semelhante a uma bola de bilhar.
d) Para Leucipo e Demócrito, o átomo é divisível e possui cargas elétricas positivas e negativas.
Ciências 59
Átomo: um constituinte da matéria
Atenção!
A massa do próton não é 1 grama (1 g), mas sim 1 unidade (u),
que equivale a 1,7 . 10-24 g.
Os prótons e os nêutrons localizam-se no núcleo, onde se mantêm agrupados por uma força de
atração muito forte. Os elétrons localizam-se na eletrosfera, ou seja, ao redor do núcleo. Em um átomo
eletricamente neutro, a carga elétrica do núcleo é igual à carga elétrica da eletrosfera, ou seja, o número de
prótons é igual ao número de elétrons.
número de prótons = número de elétrons
O número de prótons, elétrons e nêutrons de cada átomo é importante para “identificá-lo”, assim
como a combinação de números forma o RG ou o CPF, únicos para cada pessoa, e o nome científico das
espécies.
Saiba mais
Em seu estado normal, o átomo é eletricamente neutro, pois o número de prótons do núcleo (partículas
positivas) é igual ao número de elétrons na eletrosfera (partículas negativas).
Em algumas situações, um átomo pode perder ou ganhar elétrons, pois podem ser facilmente desligados
da atmosfera, devido à sua ligação com o núcleo ser mais frouxa do que a dos prótons. Nessa situação de
perda ou ganho de elétrons, ocorre a formação de íons.
60 Ciências
Átomo: um constituinte da matéria
Quando um átomo perde elétrons, ele fica com a quantidade de prótons maior que a de elétrons e, portanto,
forma-se um íon positivo, também chamado de cátion.
Quando um átomo ganha elétrons, a quantidade de elétrons torna-se maior que a de prótons, formando
um íon negativo, que também recebe o nome de ânion.
Para representar um íon, deve-se colocar a sua carga elétrica na parte superior do átomo, à direita,
indicando se a carga elétrica é positiva ou negativa, conforme se observa a seguir.
A2+ B-
A representa um cátion; B, um ânion.
Por exemplo, o hidrogênio possui 1 próton em seu núcleo e, consequentemente, seu número atômico
é 1; o oxigênio possui 8 prótons em seu núcleo, que também corresponde ao seu número atômico.
Além disso, nos átomos sem carga elétrica (ou eletricamente neutros), o número de prótons será igual
ao número de elétrons – é exatamente isso que garante a ausência de carga elétrica. Assim, o oxigênio,
além de possuir número atômico igual a 8, bem como 8 prótons, possui 8 elétrons. No entanto, o número
de nêutrons nem sempre é igual ao número de prótons – ele pode ser igual ou maior.
A partir do número atômico, podemos deduzir, também, o conceito de elemento químico, isto é,
um grupo de átomos que possui o mesmo número de prótons em seu núcleo e, consequentemente, o
mesmo número atômico. Portanto, todo átomo que possui 8 prótons em seu núcleo, obrigatoriamente
corresponde ao oxigênio.
Busca
Outra característica importante dos átomos é o número de massa, representado pela letra A. Como
a massa dos elétrons é desprezível, considera-se que a massa do átomo está totalmente concentrada no
núcleo e, portanto, a massa é a soma do número de prótons (Z) e de nêutrons (N) presentes nesse núcleo.
Esses dois conceitos – número atômico e número de massa – são representados da seguinte forma em
um átomo hipotético X:
A
X
Z
A partir desses conceitos, pode-se determinar número atômico, número de massa, número de prótons,
número de elétrons e número de nêutrons de um elemento.
O alumínio, por exemplo, possui número atômico (Z) igual a 13, e a massa (A) igual a 27. A partir
desses dados, pode-se concluir que o alumínio possui 13 prótons e 13 elétrons, pois o número atômico
equivale ao número de prótons e, considerando um elemento eletricamente neutro, a quantidade de
Ciências 61
Átomo: um constituinte da matéria
prótons é igual à de elétrons. Além disso, determina-se a quantidade de nêutrons utilizando-se a massa,
pois o número de prótons mais o de nêutrons equivale ao número de massa. Logo, o alumínio possui 14
nêutrons.
Exercício resolvido
Considere este elemento químico hipotético X.
23
X
11
A partir dos dados fornecidos, determine o número:
a) atômico (Z). d) de elétrons.
b) de massa (A). e) de nêutrons.
c) de prótons.
Resolução
a) O número atômico é sempre representado subscrito. Nesse caso, Z = 11.
b) O número de massa é sempre representado sobrescrito em relação ao átomo. Nesse caso, A = 23.
c) O número de prótons é igual ao número atômico. Portanto, esse átomo possui 11 prótons.
d) Num átomo eletricamente neutro, o número de elétrons é igual ao número de prótons. Portanto, esse
átomo possui 11 elétrons.
e) O número de nêutrons é obtido a partir da massa, pois A = número de prótons (Z) + número de
nêutrons (N). Nesse caso, 23 = 11 + N. Logo, esse átomo possui 12 nêutrons.
Exercícios de sala
5 A partir dos dados fornecidos, determine o número de elétrons, de prótons e de nêutrons de cada elemento
químico. Considere cada elemento como eletricamente neutro.
a) O cloro possui número atômico 17 e massa 35.
b) O ferro possui número atômico 26 e massa 56.
c) O potássio possui número atômico 19 e massa 39.
d) O sódio possui número atômico 11 e massa 23.
6 A seguir são fornecidos o número de prótons e de nêutrons de alguns elementos químicos. Considerando
um átomo eletricamente neutro, determine o número de elétrons, o número atômico e a massa de cada
um deles.
a) O carbono possui 6 prótons e 6 nêutrons.
b) O cálcio possui 20 prótons e 20 nêutrons.
c) O ouro possui 79 prótons e 118 nêutrons.
d) O fósforo possui 15 prótons e 16 nêutrons.
V ocê já aprendeu vários conceitos relacionados aos átomos e talvez já tenha observado que existem
alguns deles com o mesmo número atômico ou de massa ou, até mesmo, de nêutrons. Essas situações
específicas constituem determinados conceitos químicos que você irá compreender melhor agora.
Isótopos
Observe estes átomos, genericamente representados pela letra X.
16 17 18
X X X
8 8 8
Busca
Como nos isótopos o número atômico é o mesmo, conclui-se que o número de prótons e de elétrons
seja o mesmo. Logo, a diferença no número da massa desses átomos deve-se à alteração na quantidade de
nêutrons.
Saiba mais
Alguns isótopos são radioativos e, por emitirem radiação, podem ser facilmente localizados utilizando-
se detectores especiais. Em virtude disso, eles são utilizados na medicina, como ocorre com o iodo-131,
utilizado no diagnóstico de doenças na glândula tireoide, que é uma glândula localizada na região do pescoço,
responsável pela produção de hormônios relacionados ao metabolismo.
O iodo é utilizado para detecção de doenças da tireoide, pois os hormônios produzidos por essa glândula
possuem esse elemento químico em sua composição.
Isóbaros
Observe, agora, estes outros átomos:
40 40
X Y
20 18
Com certeza você deve ter observado duas características importantes nesses átomos. A primeira
característica é que eles possuem números atômicos diferentes (ZX = 20; ZY = 18) e, portanto, pertencem
a diferentes elementos químicos. A outra característica é que ambos possuem a mesma massa atômica
(A = 40). Em virtude de apresentarem a mesma massa atômica, esses átomos são chamados de isóbaros
(iso = mesmo; baros = peso).
Busca
Na imagem anterior, X representa o cálcio, importante para a construção dos ossos e dos dentes e para
a contração dos músculos, enquanto Y representa o argônio, utilizado nas lâmpadas comuns.
Isótonos
Agora, preste atenção nestes átomos:
11 12
A B
5 6
Aparentemente, não há nada em comum entre eles. Mas, observando mais atentamente, percebemos
que o número de nêutrons (n) de ambos é o mesmo: nA = 11 – 5 = 6; nB = 12 – 6 = 6. Esses átomos são
chamados de isótonos, exatamente por apresentarem a mesma quantidade de nêutrons.
Ciências 63
Átomo: um constituinte da matéria
Busca
Perceba que os átomos A e B possuem números atômicos diferentes e, portanto, representam elementos
químicos diferentes. Nesse caso, A é o boro e B, o carbono.
Esta tabela resume as principais características dos isótopos, isóbaros e isótonos.
Exercícios de sala
7 Esta tabela possui a representação de alguns elementos químicos. Complete-a, indicando o número
atômico (Z), o número de massa (A) e o número de prótons (p), elétrons (e) e nêutrons (n).
3 56 40 14 56 12 39 4
A B C D E F G H
1 26 20 6 25 6 19 2
n
Agora, de acordo com os dados que você completou na tabela, responda: Quais elementos são:
a) isótopos?
b) isóbaros?
c) isótonos?
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_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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Exercícios propostos
9 A queima do carvão é representada pela seguinte reação química:
carvão + oxigênio → dióxido de carbono
Baseando-se nessa reação, um cientista realizou dois experimentos (A e B), medindo a massa de
algumas das substâncias, conforme se vê nesta tabela:
Determine os valores x, y e z e cite o nome das leis que permitiram a determinação deles.
10 (Olimpíada Brasileira de Química Junior) Rutherford, em seu experimento, bombardeou uma delgada
lâmina de ouro com partículas alfa. Nessa experiência, ele demonstrou que
a) o volume nuclear é muito pequeno em relação ao volume do átomo.
b) os elétrons têm carga elétrica negativa.
c) há muito espaço vazio na matéria.
d) os átomos dos elementos químicos possuem elétrons.
11 (Olimpíada Brasileira de Química Junior) Sobre a teoria de Dalton, assinale cada uma destas opções
como Verdadeiras (V) ou Falsas (F):
( ) Átomos são partículas discretas de matéria que não podem ser divididas por qualquer processo
químico conhecido.
( ) Átomos de elementos químicos diferentes têm propriedades diferentes.
( ) A teoria de Dalton foi substituída pela de Thomson.
( ) Átomos do mesmo elemento químico são semelhantes entre si e têm a mesma massa.
12 (Olimpíada Brasileira de Química Junior) Dois cientistas, Tíbio e Perônio, discutem acerca do átomo
de ouro. Tíbio falou para Perônio: “O átomo de ouro é uma esfera maciça, indivisível, indestrutível,
intransformável e neutra”. Já o cientista Perônio discordou: “Não! Você está errado, Tíbio, o átomo de
ouro é divisível sim!!! Ele é composto por partículas menores de carga negativa, as quais estão alojadas
na massa positiva do átomo, semelhante a um pudim com passas”.
10x - 12 9x + 10
A B
4x - 8 3x + 17
15 Esta cruzadinha é formada por alguns conceitos científicos que você aprendeu até agora. Preencha-a
para descobrir a palavra-chave.
1) Antiga ciência que buscava encontrar a pedra filosofal e o elixir da longa vida.
2) Partículas subatômicas com carga elétrica negativa.
3) Átomos que possuem a mesma massa atômica.
4) Local do átomo onde os elétrons se localizam distribuídos em camadas.
5) Cientista que propôs o primeiro modelo para o átomo, semelhante a uma bola de bilhar.
6) Partículas subatômicas com carga elétrica positiva.
7) Local do átomo em que se localiza toda a sua massa atômica.
8) Partículas subatômicas sem carta elétrica.
1
2
3
4
5
6
7
8
Agora, dê a definição da palavra-chave que você encontrou e uma utilização prática da sua
característica.
66 Ciências
Fotossíntese: a transformação energética mais espetacular da natureza
Se o Sol morresse...
Imagine que a principal fonte de luz e calor da Terra se apagasse subitamente. Um possível sobrevivente,
um dia após o acontecido, olhando para o céu sem nuvens, com certeza iria vê-lo de forma diferente da qual
o vemos agora.
Discuta com seus colegas de sala:
a) Existiriam o dia e a noite? E as fases da Lua? E as estações do ano?
b) Cite outros problemas que surgiriam e que poderiam impedir a sobrevivência na Terra.
c) E as plantas? Elas teriam a sua existência ameaçada?
Saiba mais
Daqui a cinco bilhões de anos, nosso astro rei deverá sofrer transformações radicais, e as reservas
de hidrogênio presentes em seu núcleo deverão estar esgotadas. O Sol deverá aumentar de tamanho e
se transformar em uma gigante bola vermelha. A temperatura deverá chegar a, aproximadamente, 2 000
°C, destruindo qualquer forma de vida no nosso planeta. Posteriormente, ele se esfriará lentamente e se
transformará em uma estrela anã branca.
Podemos considerar o Sol como a fonte primária de energia para os seres vivos, porque, direta ou
indiretamente, os processos energéticos dos seres vivos dependem da energia solar.
A vida na Terra depende da energia luminosa do Sol, captada no processo de fotossíntese (transformação
da energia luminosa em energia química). As células vegetais captam a luz e a utilizam para converter água
e CO2 em glicose, amido e outras moléculas orgânicas ricas em energia. Nesse processo, há liberação de
oxigênio para o ar. Células animais e vegetais “quebram” essas substâncias orgânicas para aproveitar a
energia nelas contida, utilizando o gás oxigênio. Ocorre liberação de CO2 e de água, fechando o ciclo.
Portanto, quando comemos um pedaço de pão e utilizamos sua energia para realizar qualquer atividade,
devemos nos lembrar de que essa energia, um dia, foi captada por plantas de trigo, e armazenada em
moléculas de amido, ingredientes básicos do pão.
Você se lembra...
Procariontes são os seres vivos cujas células possuem material genético disperso no citoplasma, ou seja,
não apresentam núcleo individualizado. São procariontes todos os integrantes do reino Monera (bactérias e
cianobactérias).
Já os eucariontes são aqueles cujas células possuem núcleo verdadeiro, ou seja, um núcleo individualizado
ou separado do citoplasma, envolto por uma estrutura chamada membrana nuclear. São os integrantes dos
reinos Protista, Fungi, Plantae e Animalia.
Isso indica que o organismo fotossintetizante utiliza o CO2 (gás carbônico) e a H2O (água), absorve
energia luminosa por meio da clorofila e produz glicose (carboidrato, principal fonte de energia dos seres
vivos) e O2 (gás oxigênio).
De acordo com o habitat do organismo fotossintetizante (algas ou vegetais), o CO2 pode ser retirado
da água ou do solo. A água também pode ser retirada do ambiente aquático ou do solo.
Saiba mais
As células vegetais apresentam um tipo característico de organelas, os plastos. Essas organelas acumulam
substâncias e são classificadas de acordo com a natureza da substância armazenada. Os leucoplastos,
por exemplo, armazenam amido, lipídios ou proteínas. Os cloroplastos, mais numerosos e importantes,
possuem o pigmento verde clorofila. Neles ocorrem as reações da fotossíntese.
Práxis
Observando a fotossíntese
Objetivo
Comprovar a produção de gases durante o processo de fotossíntese
Você precisará de
• um vidro de boca larga ou béquer de 200 ml
• um ramo da planta aquática elódea
• um funil
• um tubo de ensaio
• uma fonte de luz (lanterna ou suporte com lâmpada)
• solução de bicarbonato de sódio
Procedimentos
1) Coloque a elódea no béquer e cubra-a com o funil, colocando-o de cabeça para baixo.
2) Coloque a solução de bicarbonato de sódio no béquer, tomando cuidado para que ela não cubra também
a haste do funil e não forme bolhas.
3) Preencha o tubo de ensaio com a solução de bicarbonato de sódio e acomode-o à
haste do funil, tomando cuidado para que não entrem bolhas de ar no tubo.
4) Aproxime o experimento o mais próximo possível da fonte de luz ou coloque-o
em um local em que ele receba a luz do Sol (conforme o esquema ao lado).
Resultados e discussões
1) O que aconteceu na água devido à presença da elódea?
2) Por que a fotossíntese ocorre durante o dia?
3) Quais são os produtos da fotossíntese?
4) Por que dizemos que as plantas são sequestradoras de carbono?
Acervo CNEC
Exercícios de sala
1 A fotossíntese é um dos mais importantes fenômenos que ocorrem na natureza, pois todos os seres vivos
dependem, direta ou indiretamente, desse processo. Justifique essa afirmação.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
O processo fotossintético pode ser estudado pela análise das reações químicas que ocorrem nos
cloroplastos. Simplificadamente, a fotossíntese pode ser dividida em:
H 2O CO2
O2 glicose
Exercícios de sala
2 Observe bem esta figura e responda ao que se pede a seguir:
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
água e ____________________________________
sais minerais
____________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
4 Observe este experimento. Os dois conjuntos são idênticos. Depois de montado, o conjunto 1 ficou em
local bem iluminado, e o conjunto 2, no escuro, coberto por uma caixa de papelão.
Existem certos parâmetros que, ao sofrerem variações, fazem variar, também, a intensidade da fotossíntese.
São fatores que interferem na atividade fotossintética:
I) Os cloroplastos: organelas onde ocorrem as reações da fotossíntese. Quanto maior o número de
cloroplastos, maior a atividade fotossintética do vegetal.
II) Quantidade de clorofila nas células: como a clorofila é a responsável pela captação da energia
luminosa, a sua falta reduz a intensidade da fotossíntese.
III) Concentração de CO2 no ar: o dióxido de carbono é o principal “ingrediente” da etapa química da
fotossíntese. Sem CO2, não há fotossíntese. Aumentando a concentração desse gás, eleva-se a intensidade
do processo.
IV) Temperatura: todos os animais sobrevivem graças a reações que ocorrem no interior de seus corpos.
A esse conjunto de reações químicas, damos o nome de metabolismo. Essas reações só ocorrem se a
temperatura estiver em uma faixa ideal (por exemplo, na espécie humana, a temperatura ideal é a de
37 °C). Com as plantas não é diferente. Elas também dependem de uma temperatura ideal para que
suas reações químicas (inclusive a fotossíntese) ocorram da melhor forma possível. Existe, portanto, uma
temperatura ótima para o processo fotossintético, que, obviamente, não é a mesma para todos os vegetais.
V) Intensidade luminosa: uma planta no escuro não realiza fotossíntese. Aumentando a intensidade
luminosa, a intensidade da fotossíntese aumenta.
VI) A cor da luz que incide sobre a planta também é capaz de interferir na atividade fotossintética. As
maiores taxas de fotossíntese ocorrem quando a planta é iluminada com luzes azul ou vermelha, mas há
pouca atividade fotossintética quando iluminamos a planta com luz verde. Afinal, as plantas são verdes
porque refletem a luz verde e não porque a absorvem.
Ciências 71
Fotossíntese: a transformação energética mais espetacular da natureza
Exercícios propostos
5 Todos nós sabemos que uma planta, ao se arrancada do solo, morre. A partir do que estudamos sobre
fotossíntese, explique a razão pela qual isso acontece.
6 A clorofila é um pigmento essencial para o processo de fotossíntese. Esse pigmento pode ser encontrado,
predominantemente:
a) no tronco de uma árvore. c) nas folhas. e) nos frutos.
b) nas raízes. d) nas flores.
7 (PUC-SP-Adaptada)
As plantas apresentam a propriedade de utilizar a energia luminosa para a síntese de alimento. Esse
processo, chamado de (I) , ocorre em uma organela especial chamada de (II) , graças à
presença de um pigmento (III) , capaz de captar a energia luminosa para a síntese de alimento.
As indicações I, II e III são, respectivamente:
a) respiração, clorofila, fotossíntese. d) fotossíntese, clorofila, cloroplasto.
b) respiração, fotossíntese, clorofila. e) cloroplasto, fotossíntese, clorofila.
c) fotossíntese, cloroplasto, clorofila.
A B
9 A velocidade da fotossíntese:
I) depende da temperatura.
II) não depende da concentração de CO2.
III) pode ser afetada em baixa intensidade luminosa.
Exercícios de aprofundamento
10 De acordo com uma crença popular bastante conhecida, não convém que uma pessoa durma em um
quarto fechado com plantas, pois estas, durante a noite, roubam todo o oxigênio disponível. Baseando-
se em argumentos biológicos, julgue essa crença como verdadeira ou falsa e justifique a sua resposta.
72 Ciências
A matéria e o grande ciclo da vida
Você se lembra...
A matéria tem fluxo cíclico, pois sai do nível trófico dos produtores e retorna a ele após sofrer a ação dos
decompositores.
Conforme você já estudou, os elementos que fazem parte da natureza tendem a circular na biosfera, do
ambiente aos organismos e destes novamente ao ambiente. A essas vias mais ou menos circulares damos
o nome de ciclos biogeoquímicos. Nesses ciclos, os decompositores apresentam papel fundamental na
reciclagem da matéria orgânica morta.
Dentre todos os ciclos, destacam-se os da água, do carbono e do oxigênio e o do nitrogênio.
Mesmo ocupando a maior parte do nosso planeta, A ONU e outras entidades governamentais preveem
que se o descaso com os recursos hídricos continuarem a metade da população mundial não terá acesso à
água limpa a partir de 2025, e o esgotamento da potencialidade dos recursos hídricos ocorrerá por volta de
2053. Em outras palavras, faltará água para a humanidade.
Você concorda com a afirmação de que “a água do mundo está acabando”? Redija um parágrafo
expressando sua opinião. Depois, leia-o para seus colegas de classe, escute a opinião deles e discutam
sobre o assunto.
A água é uma substância vital para o homem, já que cerca de 75% de seu corpo é constituído dela.
Cerca de 70% da superfície terrestre é coberta por água no estado líquido, mas ela também pode ser
encontrada na natureza nos estados sólido e gasoso. Além disso, é considerada solvente universal pela sua
capacidade de dissolver a maioria das substâncias.
A energia proveniente do Sol faz com que a água presente na superfície terrestre evapore e vá para
a atmosfera, quando ocorre a formação das nuvens e a consequente precipitação na forma de chuva,
granizo ou até mesmo neve. Parte dessa água vai para o ambiente, voltando aos rios, oceanos ou mesmo
infiltrando-se no solo, indo abastecer os lençóis subterrâneos de água. A esse processo, damos o nome de
ciclo curto ou pequeno ciclo da água.
Durante o ciclo da água na natureza, uma parte dessa substância é absorvida pelos seres vivos e participa
do metabolismo deles, sendo, depois, devolvida para o ambiente. As raízes das plantas absorvem a água
da chuva infiltrada no solo e utilizam-na no processo de fotossíntese e outros processos metabólicos. As
plantas devolvem a água para o meio ambiente através dos processos de respiração e transpiração. Esse fato
contribui para a manutenção da umidade do ar.
Os animais adquirem água por meio da ingestão direta ou pela alimentação. A água é fundamental
como veículo de transporte de substâncias através do sangue, da urina e do suor, sendo devolvida ao
ambiente pelas fezes, pela urina e pelo suor (transpiração).
A água é liberada pelos animais através da respiração, da transpiração, da excreção e das fezes. Os
decompositores também são responsáveis por devolvê-la ao ambiente. Quando os seres vivos participam
do ciclo da água, dizemos que ocorreu o ciclo longo ou o grande ciclo da água.
Ciências 73
A matéria e o grande ciclo da vida
Nuvens
(condensação)
Nuvens Absorção
(condensação) GRANDE CICLO e ingestão
NEVE
GRANIZO CHUVA
Preciptação
PEQUENO
Evaporação CICLO
lag
o
Transpiração
respiração
excreção
Mar
Água infiltrada no solo
O ciclo da água na natureza: esse bem precioso circula no ambiente (pequeno ciclo) e nos organismos vivos (grande ciclo).
Acervo CNEC
Exercícios de sala
1 De acordo com esta imagem e com seus conhecimentos, faça o que se pede nos itens de a a e:
a) Escreva o nome do ciclo representado nessa figura e complete os quadros, indicando os processos
indicados pelas setas.
b) Qual elemento da figura deveria ser retirado para representar o ciclo curto desse elemento?
c) De que forma os animais participam do ciclo representado na figura?
d) “A água em nosso planeta irá acabar”. Você concorda ou não com essa frase? Justifique sua resposta.
74 Ciências
A matéria e o grande ciclo da vida
e) O homem pode chegar a ter 70% do seu corpo constituído por água e, para que o organismo funcione
bem, é necessário manter essa quantidade constante. Diga quais são as possíveis formas para se
conseguir obter água para o corpo e quais são as formas pelas quais é possível perdê-la para o ambiente.
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2 “Uma gota de água do oceano pode ser um dia a gota de água que retiramos de um rio para beber.” O
que o autor desta frase quis dizer?
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Na atmosfera terrestre, temos 78% de gás nitrogênio, 21% de gás oxigênio e 1% de gases diversos, como,
por exemplo, o dióxido de carbono e o ozônio.
A manutenção das taxas de oxigênio e de carbono depende de dois processos opostos: a fotossíntese e
a respiração.
O carbono encontra-se unido ao oxigênio na forma de dióxido de carbono, que é um componente-chave
na regulação da temperatura do planeta. Se há uma grande remoção de CO2 da atmosfera, a Terra se esfria;
se ocorre o contrário, a atmosfera se aquece demasiadamente, provocando uma alteração na temperatura
global.
Os átomos de carbono também podem ser retidos entre as rochas sedimentares e formar os combustíveis
fósseis, como, por exemplo, o petróleo, o carvão mineral e o gás natural. O CO2 será, então, liberado, a
partir da queima desses combustíveis fósseis.
Através da fotossíntese, o CO2 é retirado do ambiente pelos produtores. Se, por um lado, o fenômeno
da fotossíntese retira o CO2 da atmosfera, por outro é o responsável pela origem do gás oxigênio (O2)
em nossa atmosfera. O oxigênio atmosférico, na forma de O2, é captado por plantas e animais durante o
processo de respiração.
Acredita-se que a origem do O2 na atmosfera só foi possível com o aparecimento dos organismos
fotossintetizantes no planeta Terra, sendo o evento seguinte na evolução biológica o surgimento dos
organismos aeróbicos, que utilizam o O2 na respiração celular.
Esse gás é renovado graças às algas marinhas, consideradas pulmões do mundo. Se não fosse assim, não
haveria oxigênio suficiente para os demais seres vivos do planeta.
Os ciclos do carbono e do oxigênio estão, portanto, interligados: enquanto a fotossíntese consome
dióxido de carbono e libera gás oxigênio, a respiração consome oxigênio e libera dióxido de carbono.
Ciências 75
A matéria e o grande ciclo da vida
Gás carbônico
Oxigênio
Exercícios de sala
3 Analise esta figura e responda ao que se pede em a e b.
Acervo CNEC
a) Identifique o ciclo representado pela figura e complete os quadros com os processos e os elementos
químicos pertencentes ao ciclo.
b) De quais formas os elementos químicos envolvidos nesse ciclo podem ser devolvidos ao meio
ambiente pelos seres vivos?
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76 Ciências
A matéria e o grande ciclo da vida
4 Considere este esquema que representa parte dos ciclos do carbono e do oxigênio nos ecossistemas
escolha o correto:
Processo 1 Processo 2
COMPOSTOS
OXIGÊNIO OXIGÊNIO
ORGÂNICOS
a) 1 é realizado por animais, tanto na presença, quanto na ausência de luz.
b) 2 é realizado por animais e vegetais, apenas na presença de luz.
c) 1 é realizado por animais e vegetais, apenas na presença de luz.
d) 2 é realizado por animais e vegetais, tanto na presença, quanto na ausência de luz.
e) 1 é realizado por animais, apenas na presença de luz.
Como já foi dito, a atmosfera terrestre apresenta, aproximadamente, 78% de gás nitrogênio, gás incolor,
inodoro e, principalmente, inerte em condições ambientais. O nitrogênio atmosférico é uma molécula
estável, que não reage facilmente com os outros elementos e, assim, não pode ser absorvido e utilizado
diretamente como nutriente por plantas e animais.
Apenas algumas bactérias conseguem utilizar o nitrogênio atmosférico e, somente após uma série de
transformações, este se torna disponível para os outros organismos: os compostos nitrogenados formados
são absorvidos pelos vegetais e transferidos aos animais por intermédio das cadeias alimentares.
A transformação do nitrogênio atmosférico não ocorre de forma direta. Por isso, o ciclo do nitrogênio
é dividido em etapas.
Fixação
Apenas algumas bactérias são capazes de realizar a fixação, processo em que o N2 atmosférico é
convertido em amônia (NH3).
Um exemplo de bactérias fixadoras são as bactérias do gênero Rhizobium, que vivem nas raízes de plantas
leguminosas (que formam vagem, como feijão e ervilha) formando nódulos, e ambas estabelecem entre
si uma relação de benefício mútuo – as bactérias têm abrigo e proteção, enquanto fornecem compostos
nitrogenados para as leguminosas.
Saiba mais
Amonização
Uma parte da amônia encontrada no solo (proveniente das excretas de animais ou da decomposição de
plantas e animais mortos), ao sofrer a ação dos decompositores, também pode originar amônia e esta, por
sua vez, entrar no ciclo do nitrogênio.
Nitrificação
Nessa etapa, que pode ser dividida em duas fases, a amônia é convertida em nitrato.
Ciências 77
A matéria e o grande ciclo da vida
Nitrosação
Durante a nitrosação, bactérias nitrosas obtêm a energia necessária para seu metabolismo através da
oxidação da amônia, transformando-a em nitrito.
Nitratação
Nessa fase, o nitrito é convertido em nitrato pelas chamadas bactérias nítricas. A partir desse momento,
o nitrogênio pode, finalmente, ser incorporado às cadeias alimentares através dos produtores.
Desnitrificação
No solo, existem bactérias do gênero Pseudomonas, cuja espécie mais importante é a Pseudomonas
denitrificans. Elas convertem o nitrito em nitrogênio, devolvem-no à atmosfera e fecham o ciclo.
Fixação
Nitogênio na atmofera
(N2)
Plantas
Bactérias
Assimilação desnitri-
ficantes
Bactérias Nitratos
(NO3-)
fixadoras de N2 nos
nódulos de raízes Decompositores
(fungos e bactérias
de leguminosas aeróbicas e anaeróbicas)
Bactérias
nitrificantes
Amonização Nitrificação
Amônia Nitritos
(NH4+) (NO2-)
Saiba mais
Por que as plantas precisam de fertilizantes?
A fixação de nitrogênio por bactérias não consegue suprir os gastos da agricultura. Para que uma planta
cresça saudável, ela necessita de diversos elementos químicos. Aqueles necessários em maiores quantidades
são chamados de macronutrientes. Entre eles, destacam-se:
• Carbono, hidrogênio e oxigênio. Disponíveis no ar e na água, portanto em quantidade abundante.
• Nitrogênio, fósforo e potássio. Encontrados na maioria dos fertilizantes disponíveis no comércio. No passado,
os agricultores espalhavam peixes mortos em plantações de milho para suprir a necessidade de nitrogênio
das plantas durante seu desenvolvimento.
Na natureza, o nitrogênio, o fósforo e o potássio frequentemente vêm da decomposição de plantas mortas.
Se faltar qualquer um dos macronutrientes no solo ou se for de difícil obtenção, isso será um fator limitante
do crescimento do vegetal.
A ciclagem do nitrogênio, por exemplo, a partir de plantas mortas para as plantas vivas, é frequentemente a
única fonte de obtê-lo no solo. Para fazer as plantas crescerem mais depressa é preciso fornecer rapidamente
os elementos de que elas necessitam: o nitrogênio, o fósforo e o potássio. Esse é o objetivo do fertilizante
NPK, que disponibiliza para as plantas esses nutrientes.
A produção de fertilizantes é um mercado em expansão no espaço agrícola rural, devido à degradação dos
solos e à necessidade de aumentar a produção de alimento.
Exercícios de sala
5 78% das partículas da atmosfera terrestre são representadas pelo gás nitrogênio (N2). Esse composto
químico está envolvido em um ciclo biogeoquímico denominado ciclo do nitrogênio. Sobre esse ciclo,
responda:
a) Por que o nitrogênio, na forma em que é encontrado na atmosfera, não pode ser absorvido por plantas
e animais e utilizado imediatamente como nutriente?
b) Quais os organismos responsáveis por fixar o nitrogênio no solo? Onde são facilmente encontrados?
c) Que nome é dado à forma do nitrogênio capaz de ser absorvida pelas plantas?
d) Qual o nome do processo que gera o composto descrito no item anterior? Que organismos realizam
esse processo?
Tendo em vista o fluxo cíclico da matéria, é um equívoco dizer que a água está acabando. O ciclo da
água é fechado, ou seja, não se perde nem se ganha água. Desse modo, podemos dizer que o volume de
água existente hoje no planeta Terra é o mesmo existente há milhões de anos e assim permanecerá daqui
a milhões de anos.
A grande questão está na qualidade de água. Devido às negativas ações antrópicas, a água potável, de
qualidade, é encontrada em quantidade cada vez menor. Além disso, com o crescimento populacional, o
consumo (e também o desperdício) aumenta assustadoramente.
A ONU prevê que, se o descaso com os recursos hídricos continuar, metade da população mundial
não terá acesso à água limpa a partir de 2025, e o esgotamento da potencialidade dos recursos hídricos
ocorrerá por volta de 2053. Assim, devemos ser mais conscientes em relação ao uso racional desse recurso,
desenvolver atividades relacionadas à educação ambiental, cobrar do governo maior fiscalização para
acabar com a poluição das nossas bacias e aquíferos, etc.
Apesar de nosso país ser o mais rico em água doce, detentor de aproximadamente 12% das reservas
mundiais, conta com uma grande desigualdade na distribuição desse recurso.
O homem interfere negativamente no ciclo da água nas seguintes situações: usa a água doce dos rios
para irrigação, desmata as nascentes, destrói a mata ciliar, polui as águas da superfície e do subsolo. Além
disso, ao asfaltar as ruas de uma cidade, diminui o volume de água a ser captado pelo lençol freático, o que
aumenta o escoamento e eleva o risco de enchentes.
Ciências 79
A matéria e o grande ciclo da vida
Exercícios de sala
6 O aquecimento global é assunto polêmico e tem sido associado à intensificação do efeito estufa. Várias
atividades humanas, entre elas a queima de combustíveis fósseis pelos meios de transporte, podem ser
mencionadas como causadoras desse problema. Analise os gráficos a seguir para resolver as questões
propostas.
Gráfico A Gráfico B
Temperatura média global (ºC)
Concentração de CO2 na
15,5
350
atmosfera (ppm)
15 330
310
14,5
290
a) Qual a relação existente entre os gráficos A e B? Como eles estariam relacionados ao efeito estufa?
b) Por que a intensificação do efeito estufa é considerada prejudicial para a vida na Terra?
c) Indique outra atividade humana que também pode contribuir para a intensificação do efeito estufa.
Justifique sua resposta.
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7 Analise a seguinte frase: “As monoculturas, muito realizadas no País, geram condições para o esgotamento
do solo. Dessa forma, os produtores rurais são obrigados a utilizar cada vez mais fertilizantes, na tentativa
de melhorar o crescimento das plantas.”
a) O “esgotamento do solo” refere-se a quê?
b) De que são compostos os fertilizantes?
c) Quais os prejuízos que os fertilizantes podem provocar no ambiente?
d) Qual a melhor forma de os agricultores evitarem o esgotamento do solo gerado pelas monoculturas?
80 Ciências
A matéria e o grande ciclo da vida
Exercícios propostos
8 Analise este esquema, referente ao ciclo da água.
ATMOSFERA
I II
III
VEGETAL ANIMAL
V IV
SOLO
9 A falta de água doce no planeta será, possivelmente, um dos mais graves problemas deste século.
É previsto que, nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce disponível para cada habitante
será drasticamente reduzida. Por meio dos seus diferentes usos e consumos, as atividades humanas
interferem no ciclo da água, alterando
a) a quantidade total, mas não a qualidade desse recurso disponível no planeta.
b) sua qualidade e a quantidade disponível para o consumo das populações.
c) a qualidade desse recurso, disponível apenas no subsolo terrestre.
d) apenas a disponibilidade de água superficial existente nos rios e nos lagos.
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível no planeta.
10 Na atmosfera que constitui o planeta Terra, o carbono encontra-se unido ao oxigênio na forma de um
gás denominado dióxido de carbono (CO2). Em relação ao ciclo do carbono na natureza, analise estas
afirmativas:
I) O carbono provém da atmosfera e é incorporado diretamente aos seres vivos.
II) Os depósitos de carbono fósseis, como carvão e petróleo, são inesgotáveis, uma vez que vão sendo
supridos por todos os organismos que morrem.
III) Um dos fatores que tem aumentado muito a liberação de CO2 na atmosfera é a queima das florestas.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.
12 Analise estas afirmativas e use (V) para o que for Verdadeiro e (F) para o que for Falso.
( ) A nitrificação é o processo de conversão de nitrito, presente no solo, em nitrogênio gasoso (N2).
( ) As bactérias do gênero Rhizobium estão presentes em algumas espécies vegetais e têm a
capacidade de produzir nitrogênio.
( ) O reflorestamento é um processo importante na regulação do ciclo do carbono, pois aumenta a
concentração desse composto na atmosfera.
( ) O nitrogênio atmosférico (N2) é incorporado em moléculas orgânicas através da absorção foliar.
( ) No ciclo do oxigênio, o O2 é produzido como produto resultante da fotossíntese.
Ciências 81
A matéria e o grande ciclo da vida
13
14 Encontre, no caça-palavras a seguir, palavras relacionadas aos desequilíbrios e aos fenômenos naturais
referentes aos ciclos biogeoquímicos. Divirta-se!
Banco de palavras: meio ambiente – floresta – petróleo – desmatamento – ecologia – chuva – natureza
– poluição – oceano – aquecimento – oxigênio – gás carbônico – ozônio – efeito estufa
C O S T I F K Y A N D U W I P S E N H O P T Ç N A
D A Z G B H C B I T R E T Ç I E T L M G Y S S W P
F M U O H T F H A J I E C U P J T H D A Q Z X E R
L R J Y N G K F U B K A S Q Y R R G X Ç J O U M M
O C A S T I S D M V B R R S H F P O K M A Ç S E E
R P M I A J O E G N A T U R E Z A L G M Y D I B I
E Y T S Q R A R F Ç N X J G T N C O D E I P K K O
S S O L U Ç T K F K R W G F J Z M Y L C O O V A A
T N E F E I T O E S T U F A K Z B I Ç H U L P N M
A Q P V C J C L I H T S L P N T E D M U P U B C B
J M T Y I W P J O R P A B C X J D E Ç J N I H M I
K R U T M L E J L Ç R N I A C L N C Y M B Ç R E E
M S D J E K T P O I K H L R P S S O H W C A N N N
O C E A N O R L G Y F D L B E O B L M G O O E T T
L W I G T Y O N I R G U N O K Y G O Z X T E Q E E
C E A U O T L J A L I M V N R E M G Ç B K J S W H
N H T O R F E K P N L O X I G E N I O L N K H M W
Ç P U L K M O T R E K P Ç C L I M A U K N Z T B W
U N G V X Y O P L U G A S C A R B O N I C O K L Z
B T A F A D E S M A T A M E N T O U Y R D E A T S
Exercícios de aprofundamento
15 Amazônia: pulmão do mundo
Durante muito tempo, permaneceu a ideia de que a Floresta Amazônica seria a principal produtora
de O2. Porém, hoje, sabemos que a Amazônia tem, sim, um papel fundamental na absorção de CO2 e na
liberação de O2, mas que não é a principal responsável por esse processo.
Qual é o verdadeiro papel da Floresta Amazônica? Quais seriam, na verdade, os pulmões do mundo?
82 Ciências
Dias quentes e dias frios
Você já deve ter passado por uma situação em que sua mãe colocou a mão em sua testa e disse: “Acho que
você está com febre.” Só depois verificou sua temperatura utilizando um termômetro. Isso é possível graças
à sensação de calor ou de frio que podemos perceber através da pele, mais especificamente, pelo tato. No
entanto, nem sempre a “determinação” da temperatura pelo tato é correta, pois essa sensação pode variar
de pessoa para pessoa. Além disso, consideramos frio o corpo cuja temperatura está abaixo da nossa e
quente aquele cuja temperatura está acima da nossa. Para verificar esse fato, realize o experimento a seguir.
Práxis
Quente ou frio?
Pegue três recipientes iguais (de mesmo material e tamanho). Em um deles, coloque água da torneira;
em outro, água quente do chuveiro; no último, água bem gelada (se necessário, acrescente alguns cubos de
gelo). Coloque-os à sua frente, de modo que o recipiente com a água da torneira fique no meio. Na sequência,
coloque sua mão direita no recipiente da direita; e a mão esquerda, no recipiente da esquerda, conforme
mostra a Figura 1.
Figura 1 Figura 2
Água fria Água da torneira Água quente Água fria Água da torneira Água quente
Acervo CNEC
Após cerca de um minuto, retire as duas mãos dos respectivos recipientes e coloque-as na água da
torneira (recipiente do meio).
Agora que essa atividade foi realizada, discuta, com seus colegas e com o seu professor, se a sensação
ao colocar suas mãos na água da torneira foi a mesma, tanto na mão direita quanto na esquerda. Procure,
juntos, encontrar explicações para os resultados obtidos.
Como você já sabe, uma das consequências da virtual superioridade do Homo sapiens é o uso desenfreado
dos recursos naturais, o que gera vários desequilíbrios ecológicos. Entre tantos problemas, na atualidade,
o aquecimento global é um dos mais discutidos e comentados, provavelmente porque suas implicações
provocam efeitos prejudiciais ao homem: chuvas em excesso, seca em demasia, um absurdo aquecimento
da temperatura e, em contrapartida, invernos mais rigorosos (que chegam a provocar, até mesmo, mortes
em virtude do frio intenso) e mais duradouros, os quais também são consequência do desequilíbrio
climático promovido pelo homem.
Ciências 83
Dias quentes e dias frios
Além disso, você certamente já passou por algumas situações no dia a dia
relacionadas às definições de calor, de temperatura – quente e frio, ainda que
não saiba a explicação para os fatos vivenciados ou não conheça os conceitos
referentes a isso. Por exemplo, por que sentimos muito mais calor em um
dia quente se vestirmos uma roupa preta, ao invés de uma roupa branca? Por
que nos dias frios sentimos muito mais frio nos pés, nas mãos, nas orelhas e
no nariz? Por que um copo de água gelada que esquecemos sobre a pia ficará
natural após algum tempo?
Para conseguir responder a essas e a outras perguntas, vamos fazer uma viagem pela
Ciência e estudar um pouco sobre calor, temperatura e outros conceitos relacionados a
esse assunto.
O aquecimento global é um dos desequilíbrios
ambientais mais discutidos da atualidade.
Disponível em: <http://blogout.justout.com>.
Acesso em: 11 nov. 2014.
Pense na seguinte situação: você pegou um suco bem gelado, colocou-o em um copo, deixou-o sobre
a mesa e foi navegar na Internet. Após algum tempo, quando resolveu tomar o suco, percebeu que estava
“quente”, ou seja, com uma temperatura próxima à do ambiente.
Em trios, elaborem um parágrafo explicando o que aconteceu. Depois disso, leiam-no para o restante da
turma e comparem as suas ideias.
Você se lembra...
Para compreender o que é agitação térmica, é importante lembrar um conceito que você estudou nos
anos anteriores: como as moléculas presentes em um corpo comportam-se nos diferentes estados físicos
da matéria (sólido, líquido e gasoso). No estado sólido, as partículas possuem pouco movimento; no estado
líquido, possuem maior movimento; e, no estado gasoso, possuem movimento desordenado e intenso.
84 Ciências
Dias quentes e dias frios
Esse movimento das moléculas é a chamada agitação térmica, que determina a temperatura de um
corpo.
Como você já viu anteriormente, a unidade do SI para a temperatura é o Kelvin, mas, no Brasil,
utilizamos principalmente a escala Celsius para determiná-la. No entanto, se você já foi para os Estados
Unidos, deve ter estranhado um pouco, pois eles utilizam outra escala para medi-la: a escala Fahrenheit.
Para compreender a relação entre as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin, realize a atividade a seguir, na
qual você utilizará conceitos matemáticos.
Que tal integrar Ciências e Matemática para determinar a relação entre as escalas Celsius, Fahrenheit e
Kelvin?
Utilizando as propriedades de proporcionalidade entre segmentos e as informações apresentadas,
determine a relação entre as diferentes escalas. Lembre-se de que, usando termômetros idênticos (exceto
pela graduação), quando o equilíbrio térmico é atingido, o nível do líquido é o mesmo em todos.
Para chegar a essa relação, compare de cada segmento nos diferentes termômetros, de forma semelhante
ao que foi feito para a escala Celsius. Na sequência, compare cada segmento equivalente nas diferentes
escalas.
Temperatura de
100 373 212 ebulição da água
100 - 0
TC TK TF
TC - 0
Temperatura de
0 273 32
fusão da água
Escala Escala Escala
Celsius (ºC) Kelvin (K) Fahrenheit (ºF)
Saiba mais
A propriedade de dilatação dos corpos é, também, muito utilizada pelos engenheiros nas construções: uma
estrada de ferro, por exemplo, tem pequenos espaços entre os trilhos para permitir que estes se dilatem em
dias de muito Sol; as pontes também possuem pequenos vãos que proporcionam sua dilatação.
A maioria dos termômetros usados em casa para medir a temperatura corpórea possui mercúrio em
seu interior, o qual se localiza em um reservatório na parte inferior, denominado bulbo. Quando colocados
em contato com o corpo humano, entram em equilíbrio térmico com esse corpo, adquirindo, assim, a sua
temperatura (geralmente entre 35 oC e 42 oC), que será marcada pela coluna de mercúrio e visualizada
através do vidro graduado.
Existem outros tipos de termômetros: alguns têm álcool em seu interior, o qual é tingido com corantes
(geralmente vermelho) para facilitar a visualização; outros são capazes de registrar as temperaturas máxima
e mínima em determinado intervalo de tempo, como os utilizados em estações meteorológicas.
Essa definição de caloria nos ajuda a entender outro conceito extremamente importante relacionado à
sobrevivência do homem e de outros animais: o calor específico, isto é, a quantidade de calor para elevar
em 1 oC a temperatura de 1 g de uma substância qualquer. Perceba que cada material possui um calor
específico, e a caloria é referente apenas à variação da água.
Saiba mais
Você já se perguntou por que a água foi escolhida como referência na medida da caloria? Quando surgiu
a ideia da caloria, em meados do século XVIII, os equipamentos utilizados nos experimentos não conseguiam
fornecer energia para que a maioria das substâncias mudasse de estado físico. A água, encontrada naturalmente
nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso), era uma substância bastante acessível e os equipamentos
conseguiam fornecer energia suficiente para se realizar a análise energética do seu aquecimento, por isso ela
foi adotada como referência na definição da caloria.
No nosso dia a dia, frequentemente utilizamos a palavra caloria para indicar o valor energético dos
alimentos – a quantidade de calor que cada alimento libera em nosso organismo após ser quebrado pelas
células. Entretanto, se observarmos melhor os rótulos dos alimentos, perceberemos que, na verdade, as
tabelas nutricionais expressam a quantidade de “kcal”, ou seja, de quilocalorias. Sendo assim, quando
lemos que uma maçã de tamanho médio tem cerca de 65 calorias, ela possui, de fato, 65 000 calorias! Por
isso, agora você já sabe: ao se referir aos alimentos, lembre-se de que eles possuem milhares de calorias,
portanto, é melhor utilizar o termo quilocalorias, e não apenas calorias.
Até agora você já estudou a diferença entre temperatura e calor e também aprendeu que existe uma
tendência de que dois corpos de temperaturas diferentes atinjam temperaturas diferentes. Mas, como
ocorre a transferência de calor entre esses corpos?
As trocas de calor entre dois corpos podem ocorrer de três formas: por condução, por convecção e por
irradiação.
• Condução
Se esquecermos a ponta de uma colher de metal dentro de uma panela, após algum tempo, o seu cabo
estará tão quente que não conseguiremos segurá-lo, mesmo que ele não esteja em contato com a panela. Se
colocarmos chá bem quente em uma xícara, toda ela se esquentará após algum tempo, mesmo nas regiões
que não estão em contato com o líquido quente.
86 Ciências
Dias quentes e dias frios
Esses são apenas alguns exemplos que você pode observar no seu dia a dia, decorrentes da condução,
um processo de transferência de calor em um corpo, que ocorre de molécula a molécula, sem que elas
sejam transportadas junto com o calor.
Como você já sabe, os metais são bons condutores de calor, enquanto que o isopor, os tecidos, a madeira
e os papéis, por exemplo, são maus condutores. Por essa razão, são usados agasalhos como isolantes
térmicos: eles impedem que o calor do corpo seja perdido para a atmosfera e, consequentemente, traz
uma sensação de aquecimento. O mesmo vale para as pessoas que vivem nos desertos: ainda que pareça
contraditório, elas utilizam roupas de lã grossas e pesadas para evitar que o calor excessivo entre em
contato com a pele, o que as protege do calor.
Práxis
Verificando a eficácia dos agasalhos
Você vai precisar de:
• Dois cubos de gelo
• Quatro pires
• Duas batatas pequenas recém-cozidas
• Quatro pedaços de flanela (por possuir tem efeito semelhante ao do agasalho).
Procedimento:
1) Inicialmente, faça a atividade com o gelo: enrole um cubo de gelo em uma flanela e deixe o outro desenrolado.
Coloque-os sobre o pires e aguarde cerca de 10 minutos.
2) Enquanto isso, monte a atividade com as batatas, de maneira semelhante (tome cuidado para não se
queimar!): enrole uma batata em uma flanela e deixe a outra desenrolada. Coloque-as no pires e aguarde
cerca de 10 minutos.
Resultados e discussão
Enquanto aguarda o tempo para verificar o resultado, discuta com seus colegas o que você espera encontrar
ao final. Após o tempo de espera, verifique os resultados obtidos e identifique a função dos agasalhos.
• Convecção
Você sabe por que os condicionadores de ar devem ser instalados na parte superior de um ambiente?
A explicação baseia-se no processo de convecção, que corresponde à transmissão do calor em decorrência
da movimentação das camadas do meio. O ar mais frio, liberado pelo ar condicionado, é mais denso e
pesado e tende a descer, enquanto que o ar mais quente, que se localiza próximo ao chão, é menos denso
e mais leve e tende a subir, formando as chamadas correntes de convecção. Quando o ar frio desce, ele
ganha calor, dando continuidade ao ciclo de trocas de camadas de ar.
Para visualizar a convecção, pode-se aquecer a água com um pouco de serragem: a água do fundo
da panela se aquece e sobe; a água da superfície, com uma temperatura menor, desce. A serragem tem a
função de facilitar a observação do movimento.
• Irradiação
Ao passar ao lado de um forno quente sente-se o calor, ainda que não se toque nele. Isso ocorre graças
à irradiação, fenômeno de transferência de calor através do espaço, ou seja, sem a necessidade de algum
material para conduzir esse calor.
Nesse caso, o corpo que emite o calor é denominado emissor ou radiador; o corpo que o recebe,
receptor; e a energia, energia radiante. Esse tipo de energia, na verdade, é transmitida através de ondas
eletromagnéticas (semelhante às ondas de rádio e à luz) e, por não necessitar de material para a sua
transmissão, também é emitida no vácuo, a uma velocidade de 300 000 km/s.
Um exemplo de irradiação imprescindível à vida é o calor do Sol, que se propaga por irradiação no
vácuo. A energia radiante do Sol que chega à Terra é importante, pois é utilizada pelas plantas para a
realização da fotossíntese, processo de produção de matéria orgânica em que são utilizados dióxido de
carbono, água e energia solar.
Ciências 87
Dias quentes e dias frios
Nas estufas para o cultivo de plantas também se utiliza a irradiação solar: o vidro permite a entrada do
calor do Sol, que é irradiado sob outras formas de ondas, as quais não conseguem atravessar novamente
o vidro. Com isso, o calor se mantém dentro da estufa. De forma análoga ocorre o efeito estufa do nosso
planeta, permitindo a existência de vida.
Saiba mais
A garrafa térmica, amplamente utilizada no dia a dia, tem por finalidade evitar as trocas de calor entre o
líquido e o meio externo, mantendo frios os líquidos frios e quentes os líquidos quentes.
Para conseguir manter a temperatura do líquido, ela é formada por uma “garrafa” de vidro com duas
paredes espelhadas. O vidro é um mau condutor de calor e, entre as paredes, existe o vácuo, que impede a
condução e a convecção. As paredes espelhadas, por sua vez, impedem a irradiação.
Com essas características, a garrafa térmica é capaz de manter a temperatura do líquido. No entanto,
como a vedação através da tampa não é perfeita, ocorrem pequenas trocas, e o líquido tem sua temperatura
alterada após um intervalo de tempo maior.
Exercícios de sala
1 (Olimpíada Brasileira de Física) Atualmente, é muito comum pedir um refrigerante com muitos cubos
de gelo e fatias de limão ou laranja. Alguns minutos depois de ter recebido o refrigerante com gelo, você
poderia dizer que
a) o conjunto está na mesma temperatura.
b) o gelo está com uma temperatura menor que a do refrigerante.
c) o gelo fornece energia ao refrigerante e vai se derretendo.
d) a temperatura do refrigerante é menor do que a do gelo.
e) nenhuma das respostas anteriores está correta.
No início do capítulo, perguntamos por que, nos dias frios, se sentir muito mais frio nos pés, nas mãos,
nas orelhas e no nariz. Utilizando os conhecimentos já adquiridos até o momento, você saberia dizer por que
isso ocorre?
Com a ajuda de mais um colega de classe, elabore um parágrafo argumentativo, explicando o motivo de
tal fenômeno.
O frio é mais intenso nas extremidades do corpo em virtude das trocas de calor do nosso corpo com o
ambiente. Para entender melhor isso, é importante ressaltar que todos os vertebrados, independentemente
do grupo a que pertençam – peixes, anfíbios, répteis, aves ou mamíferos – trocam calor com o ambiente,
devido ao princípio do equilíbrio térmico já estudado anteriormente. Por isso, quando o animal possui
temperatura acima daquela do ambiente, a tendência é perder calor para ele. Ao contrário, quando a
temperatura do corpo é abaixo da do ambiente, a tendência é ganhar calor.
No entanto, os vertebrados se dividem em dois grupos ao que diz respeito à regulação da temperatura
corpórea: os endotérmicos e os ectotérmicos. Os endotérmicos, popularmente conhecidos como
“animais de sangue quente”, têm capacidade de controlar a temperatura do corpo, independentemente da
temperatura do ambiente. Já os ectotérmicos, popularmente chamados de “animais de sangue frio”, não
têm esse controle e, por isso, sua temperatura varia de acordo com a do ambiente. Aves e mamíferos são
endotérmicos; peixes, anfíbios e répteis, ectotérmicos.
Os endotérmicos, através de mudanças no funcionamento do organismo, têm capacidade de produzir
mais calor quando a temperatura ambiente está baixa, para compensar uma maior perda de calor, e
Ciências 89
Dias quentes e dias frios
produzir menos calor quando a temperatura ambiente está alta, pois as perdas são menores. A produção
de calor nos animais é diretamente relacionada ao que chamamos de metabolismo, o qual inclui, entre
outros fatores, a quebra de nutrientes através da respiração celular. No inverno, para produzir mais calor,
mais nutrientes são quebrados: isso explica por que sentimos mais fome no inverno.
Além disso, ainda considerando os endotérmicos, as trocas de calor não ocorrem da mesma forma
em todo o corpo, pois há uma relação direta entre superfície e transferência de calor. Quanto maior a
superfície, maiores são as trocas; quanto menor a superfície, menores elas são. As partes do nosso corpo
que possuem maior superfície em relação ao volume de tecido são as mãos, os pés, as orelhas e o nariz, que
irão perder maior calor para o ambiente e, por isso, sentiremos mais frio nessas regiões.
Para você compreender melhor a relação entre a superfície e o volume de tecido, imagine dois corpos
cúbicos denominados de A e B. O cubo A possui 1 cm de lado, enquanto que o cubo B, 10 cm. A
superfície de um cubo é calculada pela fórmula 6l 2, e o volume, l 3. Com isso, temos:
Corpo A Corpo B
B = 10 cm
= 1cm SB = 6 . 2 = 6 . 102 = 600 cm2
SA = 6 . 2 = 6 . 12 = 6 cm2 VB = 3 = 3 = 1 000 cm3
VA = 3 = 3 = 1 cm3
Através desses cálculos, é possível perceber que, no cubo pequeno, a superfície é maior que o volume;
já no cubo grande, o volume é muito maior. Ainda que não exista um animal ou uma região do corpo
com formas regulares, o cubo pequeno representa as partes do nosso corpo com maior superfície e que,
consequentemente, perdem mais calor para o ambiente, gerando a sensação de frio.
Essa relação, porém, não é válida apenas para diferentes partes de um mesmo organismo. Podemos
comparar, também, animais endotérmicos de tamanhos diferentes, como um rato e um elefante. O rato
possui uma superfície muito grande em relação ao seu volume de tecido e, por isso, perde mais calor para
o ambiente que o elefante. Para compensar, o rato possui um metabolismo maior que o do elefante.
A) B)
Em virtude da diferença de superfície em relação à área corporal total, o rato perde maior calor para o
ambiente do que o elefante.
Além disso, se considerarmos dois animais endotérmicos de mesmo tamanho que possuam a relação
entre superfície e volume corporais semelhante, ainda assim as trocas de calor podem ser distintas. Isso
ocorre graças às adaptações que os animais possuem para viver em diferentes ambientes. Os ursos polares,
90 Ciências
Dias quentes e dias frios
por exemplo, perdem menos calor para o ambiente, pois possuem extremidades (mãos, pés e focinho)
reduzidas, além de uma espessa camada de tecido adiposo, que age como isolante térmico, pois a gordura
não é boa condutora de calor.
Exercícios de sala
5 Classifique os animais a seguir em endotérmicos ou ectotérmicos.
a) b)
c) d)
e)
Disponível em: <www.hdwallpapers.in>.
Acesso em: 11 nov. 2014.
Ciências 91
Dias quentes e dias frios
Qual cão apresentará maior metabolismo: o pequeno ou o grande? Explique sua resposta.
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No século XVIII, o físico americano Benjamin Franklin realizou uma experiência: colocou tecidos
de cores diferentes sobre a neve em um dia ensolarado. Após algumas horas, ele observou que, sob o
tecido preto, havia uma maior quantidade de água em comparação às outras cores, sendo que a menor
quantidade de água estava sob o tecido branco. Com essa experiência, o cientista concluiu que as cores
escuras absorvem mais calor que as cores claras.
Isso ocorre porque as cores dos corpos dependem da capacidade de absorção ou reflexão da luz que
incide sobre eles. Um corpo preto tem por característica absorver os raios luminosos que nele incidem, e o
branco, de refleti-los. Como a luz é um tipo de energia, podemos dizer que, quando está frio, utilizamos
roupas escuras para que haja maior absorção de luz e, por isso, maior absorção de energia, gerando a
sensação térmica de calor. Quando está calor, utilizamos roupas mais claras para que haja pouca absorção
de energia, de modo que não esquentemos ainda mais.
De modo geral, considera-se que a cor branca é formada por uma mistura de várias luzes monocromáticas,
sendo que as sete principais são: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta (as sete cores do
arco-íris). A cor de um corpo é determinada pela seleção das cores que são refletidas ao receber luz branca
(como a do Sol). Assim, um corpo azul reflete a luz azul e absorve as demais cores; um corpo branco reflete
todas as cores, e um corpo preto absorve todas, sem refletir nenhuma. Por isso muitas vezes falamos que
o preto é a ausência de cores.
Pesquisando na Internet, é possível encontrar vários modelos para a construção de aquecedores solares
caseiros. Em todos eles, uma das instruções é pintar o material utilizado – como garrafas PET e caixas de
leite – de preto. Explique o motivo dessa recomendação.
92 Ciências
Dias quentes e dias frios
Você é o autor
7 Elabore uma tirinha que demonstre a relação entre corpos claros e corpos escuros com a absorção de
luz. Para isso, utilize a sua criatividade e aplique os conhecimentos científicos que você adquiriu.
Exercícios de sala
8 (Olimpíada Paulista de Física) Em um dia de muito frio, encontro cinco blusas exatamente iguais,
exceto pela cor. Para melhor me aquecer, devo escolher a
a) mais clara. c) mais colorida. e) xadrez.
b) mais escura. d) menos colorida.
T odo tipo de energia – não apenas o calor – é capaz de fazer algo acontecer ou funcionar e, por isso,
dizemos que a energia possui capacidade de realizar trabalho. Na Ciência, definimos trabalho como a
medida da energia que é transferida para um corpo, provocando deslocamento (se não há deslocamento,
não há trabalho). Essa grandeza é representada pela letra W (do inglês, work) ou pela letra grega τ (tau).
A energia transformada em trabalho pode ser utilizada para o funcionamento de uma máquina, ou
seja, para o funcionamento de um conjunto que utiliza a energia a fim de realizar uma tarefa de forma
mais eficiente ou mais rápida.
Quando a energia térmica do vapor é convertida em energia mecânica, ou seja, quando o vapor de água
coloca um corpo em movimento, dizemos que entra em funcionamento a máquina térmica. A Revolução
Industrial, que se iniciou no século XVIII na Inglaterra, usou intensamente esse tipo de energia para o
funcionamento da máquina a vapor, importante para alavancar a evolução tecnológica e também para
conduzir as mudanças culturais dessa época.
O modelo básico do motor a vapor se baseia no movimento provocado pelo vapor de água, que é
produzido a partir da queima de algum tipo de combustível – como carvão, óleo ou madeira – em uma
fornalha para produzir o calor responsável pela evaporação da água localizada na caldeira. O vapor de
água ocupa mais espaço do que a água no estado líquido e, por isso, aumenta a pressão no recipiente que
o contém, provocando o movimento do pistão ou êmbolo. Esse movimento, por sua vez, corresponde à
transformação da energia térmica em energia mecânica e foi, também, a base do sistema utilizado pelos
automóveis entre o fim do século XIX e o começo do século XX.
τ
máquinas térmicas.
Máquina
Atualmente, são poucas as máquinas a vapor encontradas, mas térmica
alguns locais utilizam amplamente a eletricidade proveniente de usinas (Trabalho)
Imagine que você suba todos os dias uma mesma escada para chegar à sua casa: em um dia, você pode
gastar 10 segundos; em outro, 30. Apesar da diferença significativa de tempo, o trabalho que você realiza
nos dois dias será o mesmo. No entanto, você fez um esforço maior quando conseguiu subir as escadas em
menos tempo e, por isso, dizemos que, nesse dia, a potência que você dedicou para realizar esse trabalho
foi maior, ainda que o trabalho seja o mesmo.
Em Ciência, define-se potência como a quantidade de energia concedida por uma fonte em determinado
tempo. Como você já viu, nas máquinas térmicas, parte do calor realiza trabalho e uma parte é perdida
– o que ocorre em qualquer sistema físico. Portanto, quanto maior a quantidade de calor efetivamente
utilizado em um menor intervalo de tempo, maior a potência. Os cientistas buscam conseguir reduzir a
energia perdida de modo a melhorar o rendimento e a potência das máquinas. No SI, a unidade utilizada
para a potência é o watt (símbolo: W), que equivale a J/s.
Quando compramos um aparelho elétrico, o seu consumo de energia por intervalo de tempo vem
escrito no manual e está, geralmente, em W. Por exemplo, um chuveiro elétrico de 5 400 W, consome
5 400 J de energia por segundo, o que o torna o vilão do consumo de energia nas nossas casas.
Exercícios de sala
9 Duas máquinas a vapor percorrem um espaço de 100 km. A máquina A faz o percurso em 1 hora, a
máquina B, em 2 horas. Sobre esse assunto, resolva as questões a seguir.
a) Qual máquina realizou maior trabalho? Explique sua resposta.
b) Qual a velocidade média de ambas as máquinas?
c) Explique brevemente o funcionamento de uma máquina a vapor.
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Dias quentes e dias frios
Exercícios propostos
10 (Olimpíada Brasileira de Física) Um termômetro com escala linear, porém arbitrária (indicada como X),
marca 10º X no ponto de fusão do gelo e 200 °X no ponto de ebulição da água. Qual é a leitura deste
termômetro no ponto de ebulição do álcool etílico (Te = 78 °C)?
a) 100 °X.
b) 158 °X.
c) 165 °X.
d) 175 °X.
e) 190 °X.
11 Nos dias de calor, é comum observarmos que os carros que permanecem fechados sob o sol ficam com
a temperatura muito acima da temperatura ambiente. Explique por que isso ocorre.
12 No manual de instruções de sua geladeira nova, a dona de casa leu que as prateleiras não devem ser
forradas com plástico ou outro material. Qual o motivo dessa recomendação?
13 Quando a carne vai ser consumida em algumas horas (ou poucos dias), ela pode ser armazenada
na geladeira. No entanto, enquanto os legumes são armazenados na gaveta na parte mais baixa da
geladeira, as carnes devem estar na prateleira mais alta. Explique por quê.
14 (Olimpíada Paulista de Física) Das várias inovações tecnológicas que apareceram(...), nenhuma é
mais claramente associada com a Revolução Industrial do que a máquina a vapor. A mecanização da
produção, tanto nos setores de manufatura como nos setores agrícolas da economia inglesa, tornou-se
sinônimo de progresso. Quando o escocês James Watt patenteou a primeira máquina a vapor realmente
eficiente, em 1769, ele inaugurou uma nova etapa na história da tecnologia.
Marcelo Gleiser, A dança do universo. São Paulo: 1997, Cia das Letras, pp. 214-215.
Exercícios de aprofundamento
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Citologia – Ecologia. São Paulo: Moderna, 1997. 502 p.
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96 Ciências
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