Trajetos Escolares No Ensino Secundário - Efeitos Das Origens Sociais e Expectativas Dos Estudantes PDF
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Orientador:
Co-orientadora:
CEA-Universidade de Lisboa
Setembro, 2012
Departamento de Sociologia
Orientador:
Co-orientadora:
CEA-Universidade de Lisboa
Setembro, 2012
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
AGRADECIMENTOS
Por fim, agradeço todo o apoio e orientação recebido do professor Doutor Fernando
Luís Machado, e da Professora Doutora Luísa Canto e Castro Loura.
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
RESUMO
O presente trabalho tem como objeto de estudo os trajetos sociais e escolares de uma
amostra de 6836 jovens de 568 escolas que foram inquiridos pelo Observatório de Trajetos
dos Estudantes do Ensino Secundário (OTES) ao longo de cinco anos, através da aplicação de
três inquéritos por questionários distintos, em momentos considerados chave no seu trajeto
escolar e profissional.
ABSTRACT
This work’s main objective is to study school paths from a sample of 6836 youths from
568 schools, which participated in the first cohort of the Observatory of the Paths of
Secondary Education Students (OTES) thought five years, through the application of three
separate questionnaires, which were responded in key moments of their educational and
professional paths.
The trajectories will be reconstructed systematically, and the covered period will be the
entry into the education system, with admission into pre-school to post-secondary events, like
the admission into higher education, or joining the workforce.
ÍNDICE
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
ÍNDICE DE QUADROS
ÍNDICE DE FIGURAS
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
INTRODUÇÃO
Com o final da segunda Guerra Mundial observou-se nos países ocidentais uma
transição de uma sociedade industrial para uma sociedade reflexiva (Beck, 1992). Este
processo teve um carácter racional e pragmático, em que o conhecimento teórico e prático
passaram a ser um lugar-comum em todas as esferas da vida social. As sociedades modernas
reforçaram a sua índole meritocrática, e o trabalho, o esforço, as capacidades técnicas e
teóricas passaram a ser ainda mais marcantes como meios poderosos de ascensão social (Bell,
1973). Com a massificação do acesso ao ensino e à informação, as classes médias vivem um
período de grande crescimento e prosperidade.
A tecnologia ganhou um papel ainda mais importante para a sociedade, e a mesma não
pode ser entendida sem as suas ferramentas tecnológicas (Castells, 1996). As sociedades são
organizadas de acordo com processos humanos estruturados historicamente e determinados
por relações de produção, experiência e poder. As economias globais passaram a estar
organizadas por redes globais de gestão de capitais com a tecnologia como meio de ligação, e
o trabalho passou a ser individualizado, com uma maior enfase no conhecimento tecnológico
e científico. As pessoas estão cada vez mais perto umas das outras, mas relacionam-se menos
já que a tecnologia passou a ser o interlocutor entre os contactos.
Em épocas mais recentes, o anterior volume comercial que imperava nas dinâmicas
globais foi substituído por uma óptica mundial de prestação de serviços que articulam
ligações entre soluções e necessidades (Reich, 1996). Emergem, deste modo, as economias
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
que melhor consigam proporcionar estes serviços, passando a educação a ter um aspeto
predominante no desenvolvimento dos mesmos. O ator social ganha novo protagonismo.
Nos últimos anos a educação é uma prioridade para o governo português. Prova disso
foi o recente estabelecimento do ensino secundário enquanto escolaridade mínima obrigatória
para toda a população. Tendo em consideração esta realidade, a análise dos trajetos escolares
neste nível de ensino ganha uma relevância especial.
Para este estudo foi elaborada uma análise de trajetos escolares a partir de dados
longitudinais, uma realidade relativamente pouco explorada em Portugal, devido à dificuldade
em encontrar informação com essas características. Para este trabalho foram utilizados os
dados do Observatório de Trajetos dos Estudantes do Ensino Secundário (OTES), que, desde
2007, aplicou questionários de âmbito nacional aos jovens que frequentam o ensino
secundário ou equivalente.
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
No segundo capítulo irá ser abordada a temática das desigualdades sociais, mais
propriamente das desigualdades em meio escolar. Serão analisadas as principais perspetivas
de estudo desta problemática, assim como o contributo de diversos autores para a reflexão
sobre a mesma, com um destaque para as contribuições de Pierre Bourdieu.
Por fim, serão feitas algumas notas conclusivas, onde se procurará fazer uma leitura
mais integrada dos resultados apresentados, contrapondo-os com os aspetos teóricos
apresentados nos dois primeiros capítulos.
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Desde a sua existência, a escola encontrou-se numa posição privilegiada como meio de
formação e dinamização social das sociedades. Nos dias de hoje, os estabelecimentos
escolares são cada vez mais elementos chave face aos novos desafios que ganham contornos
de uma maior complexidade nas sociedades modernas do século XXI.
Os fatores da educação nos indivíduos e sociedade têm sido um dos grandes pilares de
investigação nas ciências sociais. Várias pesquisas demonstraram os fatores que a
escolarização tem nos indivíduos e na sociedade. Estes estudos dividem-se primordialmente
em três tipologias: os impactes ao nível do individuo (monetários e não monetários); os ao
nível macroeconómico; e os ao nível social e político.
Um dos principais reflexos da educação é o efeito direto que esta tem no aumento da
produtividade. Maiores índices de escolarização espelham-se normalmente num leque mais
vasto de ferramentas profissionais por parte dos indivíduos, como por exemplo a facilidade
em lidar com tecnologias de informação e comunicação ou os conhecimentos técnicos na área
profissional em que se inserem. Tendencialmente, índices mais altos de produtividade
refletem-se em recompensas monetárias mais elevadas – leia-se vencimentos mais elevados
(Card, 1999; Harmon et al., 2003), melhores condições de trabalho, acesso a seguros de
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saúde, e bens materiais de trabalho, como gabinetes privados, carros, e habitações (Duncan,
1976; Lucas, 1977).
Ainda a este nível, maiores índices de escolarização contribuem para uma menor
permeabilidade ao desemprego, visto que quanto mais habilitado é um individuo, menor é a
probabilidade de se encontrar numa situação de desemprego e consequente exclusão social.
Nos países industrializados o desemprego é uma forma complexa de exclusão social, já que o
emprego é também uma – senão a maior – forma de inclusão social. Segundo Costa,
[…] estar desempregado não é só estar privado de rendimentos. Também é perder um dos
vínculos mais importantes de ligação à sociedade, à rede de relações interpessoais que o
emprego proporciona e, ainda, ao sentimento que o mesmo advém de participar na vida
económica do país […] (Costa, 1998:56).
Por fim, outro dos aspetos positivos para os indivíduos é também o aumento de índices
de poupança, com os indivíduos mais escolarizados a tenderem a fazer uma gestão mais
racional e sensata das suas despesas (Bernheim et al., 2001).
Os fatores não monetários da escolarização para os indivíduos ao nível das suas vidas
pessoais também são consideráveis. Este fator reflete-se ao nível de maiores redes sociais,
índices de saúde e aumento da esperança média de vida (Grossman, 2000), com Kenkel
(1991) a demonstrar que indivíduos com níveis de escolarização mais elevados tendem a ter
estilos de vida mais ativos e saudáveis.
Ao nível económico, a educação também apresenta fatores consideráveis para cada país.
Estes impactes podem ser verificados de três formas distintas: o aumento do nível do capital
humano da população ativa; o aumento da inovação e conhecimento tecnológico; e o aumento
da competitividade interna e externa. Por fim, a educação contribui de forma importante para
a difusão e apreensão do conhecimento adquirido na implementação de novas tecnologias. Ao
contribuir para o aumento da classe média, o processo de escolarização permite o aumento
dos níveis de civismo e participação política característicos desta classe. Este é um fator
importantíssimo para a estabilidade de uma nação e o seu consequente crescimento
económico.
Ao nível fiscal, melhores salários significam mais impostos recolhidos pelo Estado,
assim como menores índices de pobreza e exclusão social (Costa, 1998), e ao mesmo tempo
um menor investimento do mesmo para combater estes problemas sociais através de
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alunos o mais cedo possível, para que as suas mentes sejam capazes de integrarem a
mudança e de questionarem permanentemente aquilo que aprendem” (Michel, 1999:87).
Segue-se, a este período, uma massificação lenta do acesso à escolarização base no país.
Esta foi uma massificação marcada por falhanços em políticas de educação por parte de
governos republicanos, seguidos por um regime ditatorial que só em 1950 – após mais de 100
anos sobre o estabelecimento da escolaridade obrigatória – conseguiu verdadeiramente
universalizar o acesso ao ensino básico em Portugal. Foi conseguido ainda em 1964 aumentar
a antiga escolaridade obrigatória de quatro para seis anos. Não tão positivo foi o facto de que
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embora o ensino básico se tenha uniformizado por toda a população portuguesa, o mesmo não
acontecia no que diz respeito ao ensino secundário onde ainda se verificavam grandes
desigualdades de classe no acesso a este nível de ensino.
Nos finais dos anos oitenta o sistema educativo português apresenta-se com marcas
vinculativas de país subdesenvolvido, com um baixo nível de cobertura da população. Em
1986 promulga-se a lei de bases do sistema educativo e o ensino obrigatório passa a ser de
nove anos. Também foi aplicada uma reforma curricular, foram criadas as escolas
profissionais, e o ensino superior privado. A escola abre ainda mais as portas a novos
interlocutores, o que inclui os pais, as empresas, associações e organizações locais (Almeida e
Vieira, 2006). A criação destes laços de solidariedade entre interlocutores torna-se num
elemento fundamental, como uma forma de adaptação da sociedade à crise do Estado-
providência. (Michel, 1999).
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Quanto mais escassos são os recursos em questão, mais fácil é o seu domínio, e mais
fácil é o aparecimento de desigualdades no acesso e distribuição dos mesmos. É possível
constatar esse fenómeno, por exemplo, na análise das sociedades feudais, onde uma minoria
controlava os já por si escassos meios de produção, provocando assim desigualdades de
acesso às mesmas, e consequentemente uma forte estratificação social.
O tópico das desigualdades sociais tem sido alvo de estudo ao longo dos anos pela
sociologia, assumindo-se como uma das suas grandes áreas de estudo. Vários autores ao
longo dos anos contribuíram com as suas próprias noções de classe e formas de construir
classes sociais, ou posições de classe aos indivíduos, partindo para tal de características como
a posse de poder, de possibilidades profissionais e educacionais, tipos e níveis de consumo,
etc. Destes autores destacam-se alguns dos fundadores da sociologia, como Marx (1978), ou
autores mais contemporâneos, como Bourdieu (1979a), Wright (1979) ou os portugueses
Costa, Almeida e Machado (1994).
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II.2. DESIGUALDADES EM MEIO ESCOLAR
Um mecanismo que contribui de modo relevante para este fenómeno é a ligação entre a
categoria social da família e o sucesso escolar dos jovens. Este mecanismo reflete-se nos
restantes aspetos da vida, ou seja, o sucesso escolar irá repercutir-se no futuro em outros
aspetos, tal como o acesso a mais oportunidades de vida conforme foi referido anteriormente.
As explicações da forma como as desigualdades sociais condicionam o sucesso escolar podem
ser agrupadas segundo diferentes perspetivas, que enfatizam o papel de diversos fatores no
processo de escolarização.
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Embora todas estas abordagens às desigualdades na escola sejam úteis no estudo deste
fenómeno, é importante reter que os factos sociais são multidimensionais e um determinado
fenómeno social depende de múltiplos fatores. Mas, em todas as abordagens, é possível
observar uma forte influência das classes sociais enquanto variável explicativa.
A origem de classe pode então ter um papel preponderante no insucesso escolar, isso
acontece porque:
[…] para a instituição escolar parece ser mais fácil transmitir saberes e competências
aos meios sociais onde esses saberes já existem, sob a forma de capital escolar e cultural, do
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que aos meios sociais destes desprovidos. É por tender a privilegiar os favorecidos e a excluir
os favorecidos que se diz que a escola contribui ela própria para a reprodução das
desigualdades sociais […] (Almeida, 1995:124).
Ainda nos dias de hoje Bourdieu (1972) apresenta-se como uma das grandes referências
nos estudos centrados nas desigualdades em meio escolar. Essa aceitação deve-se ao facto do
autor ter tido o mérito de apresentar uma teoria original e bem fundamentada para a
explicação do problema das desigualdades sociais na escola.
A teoria de Bourdieu surgiu numa fase em que as teorias que explicavam estes
fenómenos eram claramente marcadas por um otimismo não fundamentado, segundo o qual se
acreditava que a escola contribuía de uma forma natural – devido ao seu carácter democrático
e universal - para o estabelecimento de igualdade de oportunidades para todos os jovens. A
proposta de Bourdieu contribuiu para uma inversão total deste paradigma. Para o autor, a
escola perde o papel que lhe fora atribuído, passando a ser uma das principais instituições que
perpetuam e legitimam os privilégios sociais das classes dominantes.
Bourdieu apoia a sua teoria no estruturalismo crítico marxista. Para o autor, o poder é
visto como uma relação estrutural fundamental, e a história é marcada por uma luta de classes
pelos recursos disponíveis (Bourdieu, 1972). Isto é, quanto mais recursos determinada classe
social possuir, maior é a influência que poderá exercer sobre as outras classes, através do
controlo do acesso aos ditos recursos. Marx também considera que esta dominação no campo
económico tem ligações com todas as outras esferas da vida social, já que a posse de recursos
económicos pode mais facilmente permitir o acesso dos indivíduos à educação, e também, por
exemplo, cargos políticos.
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Destes três tipos de capital, é o capital cultural sob a sua forma incorporada1 que dá
maiores vantagens em contexto escolar. São seus componentes o nível de cultura geral, o
domínio da linguagem e o nível de informação relativo ao sistema de ensino e
comportamentos esperados em ambiente escolar. A posse de capital cultural demonstra ter
grandes vantagens, pois permite um maior grau de assimilação dos conteúdos programáticos.
Ao nível da avaliação escolar este capital trás largas vantagens, já que possibilita que os
jovens se comportem e falem da forma esperada, sendo curiosos, interessados e disciplinados
(Bourdieu, 1979b).
Segundo Bourdieu, os grupos sociais adquirem experiência sobre o que podem ou não
fazer tendo em conta os seus recursos, assim como, a forma como o podem fazer. Por
exemplo, uma família de classes populares investe pouco na educação dos seus filhos, já que
por falta de capital social, económico e cultural, o retorno do investimento escolar é
considerado reduzido, e apenas se materializa a longo prazo. Tendo em conta as suas
1
O autor identifica três estados do capital cultural (Bourdieu, 1979b): o estado incorporado; o estado
objetivado; e o estado institucionalizado. O estado incorporado é composto por elementos como os
gostos pessoais, o domínio da língua e as informações sobre o meio escolar. O estado objectivado é
composto por bens culturais, como, por exemplo, livros, obras de arte, e outros bens económicos. Por
fim, o estado institucionalizado é materializado através de diplomas escolares.
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circunstâncias, as famílias tendem a optar por trajetos escolares mais curtos, com vista a uma
integração rápida no mercado de trabalho (Bourdieu, 1979a).
Por fim, as classes elevadas, compostas por elites económicas e culturais, investem de
uma forma menos acentuada na formação dos seus filhos, já que, por um lado, o sucesso
escolar é considerado como sendo algo de natural para eles, e, por outro, já ocupam posições
dominantes da sociedade, não estando dependentes deste sucesso para subir na vida, servindo
o mesmo para, em muitos casos, legitimar o elevado capital económico. É de ressalvar, no
entanto, que o habitus de uma família ou de um indivíduo não pode ser deduzido diretamente
do habitus de classe, já que, embora esta influência tenha uma importância relevante, cada
indivíduo é resultante de múltiplas e contraditórias influências sociais (Percheron, 1981;
Lahire, 1997 e 1999; Charlot, 2000).
Ao nível da escola (Bourdieu, 1979a), esta não é uma instituição imparcial, já que
reproduz as crenças e os valores dos grupos dominantes, que são apresentados como valores
universais. Na definição do seu currículo, métodos de ensino e formas de avaliação a escola
corre o risco de contribuir ativamente para a reprodução das desigualdades existentes na
sociedade.
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Depois de abordadas algumas das teorias das desigualdades na escola e as formas como
estas condicionam o desempenho e o trajeto escolar, e sem nunca esquecer o caráter
multidimensional deste fenómeno, passar-se-á a expor o objeto e objetivo deste trabalho,
assim como os procedimentos metodológicos utilizados na elaboração do mesmo.
Durante o processo de recolha de informação levada a cabo pelo OTES, cada um dos
indivíduos foi inquirido em três momentos considerados chave do seu trajeto escolar. As
trajetórias escolares resultantes da recolha irão ser reconstituídas sistematicamente,
procurando deste modo abranger desde o período que vai da entrada no 1.º ciclo do ensino
básico, ou eventual frequência do ensino pré-escolar – informação recolhida no primeiro
momento de inquirição – ao pós-secundário, sendo abrangidos os casos de inserção
profissional e/ou entrada no ensino superior. Nestes trajetos, os momentos considerados mais
importantes serão a entrada no 10.º ano, a saída do 12.º ano e um momento “follow-up”, 14
meses depois da data esperada para a conclusão do ensino secundário, de modo a verificar a
decisão de prosseguimento ou não de estudos.
Tendo em vista estes elementos, e um pouco à imagem do trabalho realizado por Lopes
(2005), foram consideradas as variáveis instrumentais que:
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introduzam características individuais, como o sexo, a idade, e variáveis de
desempenho escolar;
sejam vinculativas do nível cultural e económico dos contextos de origem dos
estudantes, como a categoria socioprofissional da família (Costa, 1999) e o grau de
habilitações mais elevado no agregado familiar;
tenham um carácter simbólico, relativo às representações e expectativas face ao
trajeto escolar e profissional, trabalhadas ao longo do tempo;
sejam sinalizadoras do “efeito escola”, nomeadamente o curso e a modalidade
de ensino e formação.
Tendo em conta que o objeto e o objetivo deste estudo são os trajetos escolares e as
expectativas dos jovens do ensino secundário em Portugal Continental foi elaborado o
seguinte modelo conceptual.
Trajetos:Vividos e
Projectados
A análise da figura permite constatar que irá ser testada a relação entre uma série de
elementos, que tem a capacidade de influenciar a construção dos trajetos dos inquiridos. Num
primeiro momento, procurar-se-á apreender quais são as características individuais,
socioeconómicas e de desempenho escolar dos inquiridos, de modo a se analisar numa
segunda fase, quais foram os seus trajetos. Por fim, o presente estudo procurará analisar os
trajetos projetados, e verificar de que modo, evoluíram ao longo do tempo, e que elementos é
que os influenciam.
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estrutura é o de fornecer ferramentas de diagnóstico, monitorização e avaliação que apoiem a
tomada de decisão dos responsáveis pelos agentes da comunidade educativa, quer estes sejam
decisores políticos, direções de estabelecimentos de ensino, professores ou associações de
pais.
Os dados utilizados no decorrer deste trabalho foram recolhidos através da aplicação de
três inquéritos por questionário a uma mesma geração de alunos que entrou no 10.º ano ou
equivalente no ano lectivo de 2007/08. Estes questionários foram aplicados aos jovens em três
momentos distintos do seu percurso. O primeiro, intitulado "Estudantes à entrada do
secundário" foi aplicado aos alunos matriculados no 10.º ano ou equivalente, no ano lectivo
de 2007/08. O segundo, "Estudantes à saída do secundário", foi aplicado à coorte inicial,
assim como aos restantes alunos matriculados no 12.º ano ou equivalente no ano lectivo de
2009/10. Por fim, o último inquérito, "Jovens no pós-secundário", foi aplicado aos jovens da
coorte inicial 14 meses após a conclusão esperada do 12.º ano. É importante ressalvar que a
escolha deste período temporal deve-se a duas questões fundamentais: por um lado, permite
obter alguma consistência nas situações pós-secundárias dos jovens, por outro, permite
abarcar o período de matrículas no secundário, uma situação por vezes ainda vivida pelos
inquiridos no terceiro momento de inquirição.
Todos os processos de inquirição foram conduzidos pela equipa do OTES com o apoio
importante das escolas. Os questionários foram aplicados de forma indireta, e foram
respondidos on-line através de uma área virtual (em contexto escolar nos dois primeiros
momentos de inquirição e o terceiro enviado por correio electrónico pela equipa do OTES).
Cada um dos inquéritos por questionário foi construído tendo como referência várias
experiências semelhantes, quer seja a nível nacional – o Observatório de Entrada na Vida
Ativa (OEVA, 2002 e 2004), o Observatório Permanente do Ensino Secundário (OPES, 2000,
2001a e 2001b; São Pedro, 2001 e 2002), e o Sistema de Observação de Percursos de Inserção
dos Diplomados do Ensino Superior (ODES, 2002a e 2002b) - quer seja a nível internacional
– School Leavers Survey (1999), Youth in Transition Survey (YITS, 2006), Educational
Longitudinal Study of 2002 (ELS, 2002), Youth Cohorte Study (YCS, 2002), Longitudinal
Survey of Australian Youth (LSAY, 2006), Generation 92 – Centre d’Etudes et de
Recherches sur les Qualifications (CEREQ, 1992).
Todos os questionários se dividem em temáticas consideradas importantes nos
tradicionais estudos acerca da educação. A primeira destas dimensões é composta pelas
origens socioecónomicas, onde se procura identificar a partir do emprego, situação na
profissão, níveis de escolaridade dos pais, as origens socioeconómicas dos inquiridos. O
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escola, diferença que se torna mais evidente ao nível do ensino superior (Almeida e Vieira,
2006). Este é também um fator que estará certamente aliado ao facto da maioria dos alunos
que aceitaram responder ao terceiro momento de inquirição serem de cursos científico-
humanísticos, uma modalidade de ensino e formação tradicionalmente frequentada pelas
raparigas, que tem como objetivo o prosseguimento de estudos para o ensino superior
(Almeida, 2005). Um outro aspeto que poderá justificar este desnível de respostas poderá
reportar-se à tradicional dispersão no que diz respeito à participação cívica segundo o género,
em que as raparigas tendem tradicionalmente a ser mais participativas e civicamente mais
ativas no momento de resposta a questionários (fator preponderante para a resposta ao terceiro
momento de inquirição). No caso das outras variáveis verifica-se que as características dos
alunos não variam muito entre os dois momentos de inquirição (Ver anexo D – Quadro 1).
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
2
χ² significativo (p≤0,001).
3
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo, é assinalado com (-).
4
As modalidades de ensino e formação representadas na tabela são: Cursos Científico-Humanísticos
(CCH); Cursos Tecnológicos (CT); Ensino Artístico Especializado (EAE); Cursos de Educação e
Formação (CEF); Cursos Profissionais (CP).
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estereotipização comparativamente às orientações de formações dos inquiridos, com as
raparigas a escolher predominantemente trajetos de escolarização voltados para o
prosseguimento de estudos, em contraposição com os rapazes que optam mais frequentemente
por trajetos escolares que permitam uma inserção mais rápida no mercado de trabalho,
fenómeno observável com regularidade tanto em estudos centrados em torno do ensino
secundário (Alves, 1998; Fernandes, 2008; Duarte et al., 2008; Silva, 1999), como sobre o
ensino superior (Almeida et al. 2003; Martins, Mauritti e Costa, 2005).
A distribuição dos jovens segundo a idade5 permite observar que existe uma forte
incidência de jovens com idades iguais ou inferiores a 19 anos (76,8%) (Quadro 1). Da leitura
dos valores por modalidade de ensino, constata-se que a maior parte dos jovens que
frequentaram cursos científico-humanísticos no seu trajeto escolar tinham idades iguais ou
inferiores a 19 anos (90,0%), um fenómeno que indica, à partida, terem realizado um trajeto
escolar sem marcas de insucesso. O mesmo fenómeno sucede, embora com menor incidência,
no caso do ensino artístico especializado (77,8%). No caso dos cursos profissionalmente
qualificantes as distribuições das idades não são tão homogéneas. De facto, nos cursos de
educação e formação (63,6%) e nos cursos profissionais (61,1%) a maioria dos jovens tem
idades iguais ou superiores a 22 anos, apresentando ambos os cursos uma distribuição inversa
de idades, elemento consonante com a diversidade de perfis e projetos de vida que compõem
os trajetos dos estudantes do ensino profissional (Fernandes, 2008), assim como com as
características das próprias modalidades de ensino e formação.
Como tem vindo a ser demonstrado, é irrefutável o contributo das condições de origem
dos jovens na construção dos seus trajetos escolares. Destas características, destacam-se as
habilitações dos seus pais, assim como as suas categorias socioeconómicas de origem.
Analisando o nível de escolaridade dominante na família6, uma das primeiras leituras que se
podem retirar é que são os alunos dos cursos científico-humanísticos e dos cursos de ensino
artístico especializado que têm famílias com níveis de escolarização mais elevado (Quadro 2).
5
Para esta tabela foi considerada a idade dos jovens no momento da aplicação do último questionário
de coorte do OTES/GEPE (2011)
6
Indicador construído a partir da combinação das variáveis relativas ao nível de escolaridade de cada
um dos dois responsáveis identificados pelo aluno. Para cada caso foi atribuído o nível de
escolaridade do elemento detentor de maior capital escolar (Martins, Mauritti e Costa, 2005;
Mauritti, 2002; Duarte, et al., 2008). Nos casos em que só foi identificado um dos responsáveis, foi
atribuído o nível de escolaridade identificado.
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Em ambos os casos, os jovens têm uma maior proporção de famílias cujo elemento mais
escolarizado tem pelo menos o ensino secundário concluído.
Origens socioprofissionais
Empresários, Dirigentes e Profissionais Liberais 34,1+ 22,2 44,8 37,5 24,0+ 31,6
Profissionais Técnicos e de Enquadramento 23,5 +
8,9 -
20,7 - 8,0 - 19,7
Trabalhadores Independentes 5,5 4,4 6,9 - 7,8 + 5,9
Empregados Executantes 29,6- 47,3- 27,6 50,0 44,7+ 33,5
Operários 7,3- 17,2- - 12,5 15,5- 9,3
Total 100 100 100 100 100 100
Fonte: Questionários OTES/GEPE 2007/08; 2009/10 e 2011.
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χ² significativo (p≤0,001).
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Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
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A comparação da origem socioprofissional9 dos jovens com a modalidade de ensino e
formação frequentada permite verificar que quem frequentou cursos científico-humanísticos e
cursos do ensino artístico especializado tem uma maior probabilidade de pertencer às
categorias dos “Empresários, Dirigentes e Profissionais Liberais” (34,1% para os CCH e
44,8% para os EAE) e “Profissionais Técnicos e de Enquadramento” (23,5% e 20,7%,
respetivamente). Para as restantes modalidades, a maioria é originária de classes populares,
como os “Operários”, e os “Empregados Executantes”.10 Outro aspeto em destaque é o facto
de, comparativamente com as outras categorias socioprofissionais, os filhos de
“Trabalhadores Independentes” terem mais tendência para a escolha de cursos profissionais
do que os restantes (7,8%).
Estes resultados demonstram que as famílias com mais recursos pretendem que os seus
filhos optem por trajetos escolares voltados para o prosseguimento de estudos, enquanto as
restantes tendem a incentivar percursos escolares que permitam apostas em percursos
profissionais análogos aos seus.
9
A tipologia de classificação de posição de classe utilizada neste trabalho corresponde a uma
adaptação matriz de determinação de lugares de classe sugerida pelo trabalho conjunto de Almeida
(1986), e Costa (1999). Estas categorias sintetizam as combinações possíveis entre a situação na
profissão e a profissão (enquadrada no respectivo Grande Grupo Profissional (IEFP, 1994), dos
responsáveis pelos jovens no momento de frequência do ensino secundário. Depois de encontrada a
categoria socioprofissional de cada um destes elementos ambas foram combinadas de modo a
prevalecer a categoria socioprofissional mais favorável de ambos. Nos casos em que foi apenas
identificado um dos responsáveis foi utilizada a categoria encontrada para o mesmo. Embora a
análise original desta tipologia seja composta por sete categorias, a pouca representatividade de
jovens provenientes das categorias dos “Agricultores Independentes” e dos “Assalariados
Agrícolas” foram agregadas às posições de classe mais próximas, que são os “Trabalhadores
Independentes” e os “Operários”, respetivamente. Estas combinações deram origem às 5 categorias
socioprofissionais apresentadas no Quadro 2.
10
No caso dos CEF a percentagem elevada de casos deve-se ao número relativamente baixo de jovens
que frequentaram estes cursos e aceitaram responder aos questionários OTES – “Jovens no pós-
secundário”, e que ao mesmo tempo responderam às questões relativas à profissão e situação na
profissão de pelo menos um elemento responsável (n=8).No entanto com o fim de obter alguma
informação considerada valiosa, tendo em conta as especificidades desta modalidade de ensino e
formação este número reduzido de casos foi aceite.
26
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
11
A variável “tipo de certificação” resulta da recodificação/agregação das modalidades de ensino e
formação dos estudantes, tendo como base o tipo de certificação associado a cada uma dessas.
Foram criadas duas categorias: (1) cursos científico-humanísticos (cursos com certificação escolar);
(2) cursos profissionalmente qualificantes (cursos com certificação escolar e profissional – cursos
tecnológicos, curso de artes visuais e audiovisuais do ensino artístico especializado, cursos de
educação e formação e cursos profissionais).
12
χ² significativo (p≤0,001).
13
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
27
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
O desempenho escolar engloba várias dimensões de análise que não apenas as
classificações. Neste campo, o número de negativas, as retenções e a interrupção dos estudos
também apresentam contributos muito importantes para a análise destes fenómenos. No
sentido de encontrar um indicador que sintetize todas estas dimensões, foram desenvolvidas
duas análises de clusters (Two Step Cluster)14 de modo a construir um indicador único para
cada uma das fases em análise dos trajetos escolares dos inquiridos.
Quanto ao trajeto dos jovens durante o ensino básico, assiste-se a um número elevado
de trajetos de desempenho escolar elevado (63,8%), verificando-se mais tarde uma redução
acentuada no ensino secundário (14,2%) (Quadro 4). No ensino básico, são os cursos
científico-humanísticos que apresentam uma proporção mais elevada de estudantes com
trajetos de desempenho escolar elevado (77,9%), este número ganha uma maior relevância
quando comparado com os resultados dos jovens de cursos cursos profissionais (21,7%). Esta
é uma tendência que não se repete ao nível do ensino secundário, em que os trajetos de
desempenho mediano representam o perfil de desempenho mais representado para todas as
modalidades de ensino e formação presentes neste trabalho.
14
Para mais informações relativas a este tipo de análise ver Maroco (2007) e Hair e Black (2000)
15
χ² significativo (p≤0,001).
16
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
28
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
17
χ ² significativo (p≤0,001).
29
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Logo à partida é notório o efeito que os recursos culturais de um agregado familiar têm
no desempenho escolar (Quadro 6). No caso dos jovens que obtiveram trajetos de
desempenho escolar não linear, identificou-se que, na maioria dos casos, estes são
provenientes de famílias em que o membro mais qualificado não obteve habilitações acima do
3.º ciclo do ensino básico. No caso dos perfis de desempenho elevado, é notório o elevado
nível de qualificações do agregado familiar, principalmente no ensino secundário, em que
47,6% dos casos de trajetos de desempenho de excelência são provenientes de famílias em
que pelo menos um dos pais possui formação de nível superior.
18
χ² significativo (p≤0,001).
19
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
30
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
20
χ² significativo (p≤0,001).
21
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
31
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Para testar de que forma esses elementos influenciam os percursos dos inquiridos, foi
elaborada uma matriz de trajeto escolar, que tem o seu início na frequência do ensino pré-
escolar e culmina com a inserção profissional ou a formação pós-secundária destes jovens.
A figura 2 permite observar a composição dos trajetos escolares dos jovens que
responderam aos três momentos de inquirição. A leitura da primeira secção, dedicada ao
período compreendido entre o momento de entrada no ensino pré-escolar e o final do 3.º ciclo
do ensino básico, permite verificar que a maioria frequentou o ensino pré-escolar (81,5%) e o
ensino regular (95,0%) durante o seu trajeto pelo ensino básico. Outros indicadores relativos
ao ensino básico demonstram que 22,3% dos jovens ficaram retidos, apenas 3,3%
interromperam os estudos, e que na maioria dos casos mudam pouco de escola (7,5%) e de
curso (7,7%).
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
No pós-secundário, a análise dos dados permite observar que na maioria dos casos os
jovens prosseguiram os seus estudos (72,7%), e que 20,2% trabalham.
No caso dos que estudam, constata-se que uma larga maioria (91,7%) encontra-se a
fazê-lo no ensino superior ou politécnico, e os restantes dividem-se por outas opções
formativas. Destacam-se também 3,5% de jovens que, mesmo passado 14 meses após a data
esperada para a conclusão do ensino secundário, ainda se encontram a frequentá-lo,
acumulando deste modo, pelo menos, dois anos letivos de retenção.
Quando analisados estes trajetos no seu conjunto, é possível observar, pelo menos no
caso desta amostra, uma relativa linearidade de trajetos. Na maioria dos casos os jovens
passam pelo ensino pré-escolar, pelo ensino regular, por um curso científico-humanístico,
33
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
para depois prosseguirem os seus estudos num curso universitário ou politécnico. Esta é uma
realidade para 50,9% dos jovens (3480 dos inquiridos).
O ensino secundário é pautado por uma dualidade de funções: por um lado, prepara os
alunos para o prosseguimento de estudos, enquanto, por outro, para uma inserção mais
imediata no mercado de trabalho, contando para tal com a especificidade dos cursos
profissionalmente qualificantes. Em ambos os casos, está presente o caráter transitório e de
preparação do ensino secundário, e é claro o seu papel na diminuição das desigualdades
sociais. Neste sentido, foram comparados alguns indicadores de trajeto e desempenho escolar
como as atividades realizadas pelos inquiridos no período após a conclusão do ensino
secundário. Deste modo, é possível observar que influências têm estas características nos
processos de transição escolar e profissional dos jovens.
Relativamente ao ensino secundário, são desde já visíveis algumas das vicissitudes das
especificidades de cada modalidade de ensino e formação (Quadro 8). Enquanto os jovens de
cursos científico-humanísticos só estudam quase na sua totalidade (88,0%) os dos cursos
profissionais já trabalham ou procuram emprego na sua maioria. Este é um aspeto que reforça,
por um lado, o caráter de preparação de prosseguimento de estudos da primeira modalidade de
ensino, e a preparação para a integração do mercado de trabalho da segunda.
Como já foi referido, a maioria dos inquiridos conseguiu, ao longo do seu trajeto,
resultados escolares bastante positivos. A comparação dos seus resultados escolares com a
atividade que estão a realizar no pós-secundário permite observar alguns dados relevantes.
34
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Trabalha ou
Estuda e Outras
Estuda procura Total
Trabalha situações
emprego
Modalidade ou tipo de ensino do ensino
básico
Regular 74,7+ 18,5- 5,2 1,6- 100
Outros 35,4 -
51,6 -
7,4 5,6 - 100
Modalidade do ensino secundário
Cursos Científico-Humanísticos 88,0+ 6,3- 4,6- 1,1- 100
Cursos Tecnológicos 55,1 -
34,9 +
7,6 2,4 100
Cursos de Ensino Artístico Especializado 77,7 11,1 5,6 5,6 100
Cursos de Educação e Formação 36,4 54,5 9,1 - 100
Cursos Profissionais 28,5 -
60,5 +
7,1 +
3,9 + 100
Perfil de desempenho escolar no ensino
secundário
Trajetos de desempenho não linear 29,8- 57,0+ 8,1 5,0+ 100
Trajetos de desempenho mediano 74,6+ 18,4- 5,3 1,7- 100
Trajetos de desempenho elevado 92,7+ 3,8- 3,2 0,3 100
Fonte: Questionários OTES/GEPE 2007/08; 2009/10 e 2011.
22
χ ² significativo (p≤0,001).
23
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Quadro 9 – Tipo de certificação frequentado no ensino secundário, segundo a
formação realizada no pós-secundário24,25 (%)
Deste modo, o termo representação social é referido inicialmente por Moscovici (1978)
que o define como uma modalidade de conhecimento particular e como um corpús organizado
de conhecimento. O autor entende ainda representação social como uma atividade psíquica,
ou seja, é através desta que o indivíduo torna inteligível a realidade física e social que o rodeia
e se insere num grupo. O referido autor refere-se ao processo de construção das
representações sociais assente em dois processos – a objetivação e a ancoragem, ou seja,
24
χ ² significativo (p≤0,001).
25
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Como já foi referido, as representações e expectativas dos indivíduos são influenciadas
tanto pelas suas caraterísticas pessoais, como pelo meio envolvente. As expectativas
relativamente a qualquer realidade social advêm igualmente da imagem individual
(representação social) que cada um tem sobre essa mesma realidade. A psicologia social tem
como um dos seus enfoques teóricos exatamente a temática das expectativas dos indivíduos.
No entanto, a sociologia é relevante neste contexto, uma vez que um indivíduo não existe
isoladamente, mas vive enquanto ator coletivo numa sociedade e as suas imagens são fruto
das suas construções e representações sociais.
Deste modo, procurou-se verificar de que forma é que expectativas de percurso escolar
foram influenciadas pelo sexo, assim como pelos contextos de origem dos inquiridos. Neste
sentido, constata-se que, as raparigas têm expectativas escolares um pouco mais elevadas,
(78,5% face a 71,4% e 84,7% face a 77,7%, quando se olha para as expectativas à entrada do
ensino secundário), nos dois momentos de inquirição, havendo para os dois grupos alguma
clarificação relativa ao seu trajeto escolar (Quadro 10).
Quanto maior é o capital cultural da família mais os jovens afirmam querer prosseguir
os seus estudos no ensino superior, este é um fenómeno que é bastante claro, principalmente
para as famílias que possuem pelo menos um elemento com o ensino secundário. O mesmo
fenómeno sucede para os jovens provenientes de famílias de “Profissionais Técnicos e de
Enquadramento” e “Empresários, Dirigentes e Profissionais Liberais”. No sentido inverso,
são os jovens de famílias com menos recursos escolares e económicos que mais afirmam
querer deixar de estudar depois de concluírem o 12.º ano ou equivalente.
38
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
26
χ ² significativo (p≤0,001).
27
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
39
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
É importante referir, no entanto que, do primeiro para o segundo momento de inquirição
as diferenças socioculturais e económicas deixam de ser tão expressivas no campo das
expectativas escolares. Ao nível das perceções que os jovens têm relativamente ao que as
famílias pensam relativamente à escola, têm alguma influência face às expectativas dos seus
educandos. De um modo geral os jovens consideram que a sua família quer que prossigam os
estudos (80,9%), seguido dos casos em que pretendem que acabem o ensino secundário e vão
trabalhar (8,2%) (Ver anexo D – Quadro 6).
No caso das famílias que pretendem que os jovens prossigam os estudos, constata-se
que, na maioria, as expectativas vão no mesmo sentido (89,9%), sucedendo o mesmo no caso
em que as famílias não ligam muito à escola (80,9%) (Ver anexo D – Quadro 7). Nos casos
em que as famílias não vêem com bom olhos a permanência dos seus filhos na escola, ou não
querem que estes prossigam os estudos, verifica-se um número mais elevado de intenções de
não prosseguimento dos mesmos no pós-secundário. Principalmente nos casos em que as
famílias pretendem que os jovens terminem o ensino secundário e vão trabalhar (46,1%
pretendem não prosseguir os estudos, e 17,1% não sabem o que fazer).
40
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
prosseguimento de estudos para uma formação pós-secundária. O mesmo sucede para 61,0%
daqueles que no primeiro momento de inquirição não sabiam o que iriam fazer no futuro.
A forma como a família vê a escola – questão colocada no 10.º ano - também pareceu
influenciar de algum modo as expectativas dos inquiridos face aos seus trajetos escolares, o
mesmo sucedendo face às realidades observadas no pós-secundário (Quadro 12).
28
χ ² significativo (p≤0,001).
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Quadro 12 – Forma como a família vê a escola, segundo as expectativas de trajeto
escolar à entrada do ensino secundário29,30 (%)
Em ambas as situações a posição da família face à escola parece ter efeitos práticos nas
ações e espectativas dos jovens. Nos casos em que a família pretende que os jovens acabem o
ensino secundário e vão trabalhar, 46,1% deles pensa mesmo fazê-lo, e mais tarde 66,6% dos
jovens cuja família tem essa opinião estão a trabalhar. No sentido inverso, verifica-se que,
quando as famílias pretendem que os seus filhos prossigam os estudos, esta é uma realidade
que se verifica realmente.
29
χ ² significativo (p≤0,001).
30
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo é assinalado com (-).
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
NOTAS CONCLUSIVAS
O presente estudo teve como principal objetivo realizar uma análise de quais as
dimensões que mais contribuem na definição dos trajetos escolares dos jovens ao longo do
ensino secundário ou equivalente, assim como verificar se as representações e expectativas
face ao mesmo variam ao longo do tempo em que o frequentam.
De acordo com outros estudos (Almeida, 2005, Almeida e Vieira, 2006), as raparigas
compõem grande parte da amostra. Quando é considerada a modalidade de ensino e formação
frequentada, as variações encontradas ainda são mais expressivas. Principalmente nos
científico-humanísticos, e cursos de ensino artístico e especializado, sendo esta diferença
menos expressiva nos cursos de educação e formação e nos cursos profissionais.
Ao nível das origens sociais observou-se que um número considerável dos inquiridos é
proveniente de famílias de categorias socioprofissionais privilegiadas, e que têm pelo menos
um dos responsáveis com o ensino secundário completo ou mais.
Quanto ao desempenho escolar dos inquiridos uma das principais conclusões foi que o
insucesso escolar tem uma expressão muito reduzida tanto ao nível do ensino básico como ao
nível do ensino secundário. Esta dimensão de análise varia quando foi tida em consideração a
modalidade de ensino e formação dos inquiridos. Neste âmbito verificou-se que os que
frequentaram cursos cursos científico-humanísticos e cursos de ensino artístico especializado
têm tendência a obter melhores classificações, os que frequentaram cursos profissionais,
cursos de educação e formação e cursos tecnológicos obtiveram classificações medianas. Foi
também observável uma relação entre o nível de escolaridade dominante na família e a
origem socioprofissional, assim como os resultados escolares obtidos.
Um aspeto também relevante foi o facto que ao longo do tempo os inquiridos com
trajetos de desempenho não linear e mediano no ensino básico conseguiram subir as suas
classificações no ensino secundário. Num sentido inverso, mais de dois terços dos que
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
obtiveram perfis de trajeto de desempenho escolar elevado no ensino básico não conseguiram
manter o mesmo nível depois da sua transição para o ensino secundário.
No pós-secundário, a análise dos dados permite observar que na maioria dos casos os
jovens prosseguiu os seus estudos para uma formação de nível superior. Destes, constata-se
que a quase totalidade obteve um trajeto de desempenho escolar mediano ou elevado.
As expectativas dos inquiridos face ao seu trajeto escolar também variam ao longo do
tempo. Por um lado, são aqueles que pretendiam prosseguir os seus estudos que mantiveram
as suas expectativas de formação, enquanto por outro, a maioria dos que afirmaram querer
abandonar os estudos antes de concluir o secundário, são os que mais trabalham atualmente.
Por fim, constatou-se que a forma como a família vê a escola também influenciou as
expectativas dos inquiridos face aos seus trajetos escolares. Nos casos em que as pretensões
eram de que os jovens acabassem o ensino secundário e fossem trabalhar, verificou-se que um
número considerável pensava realmente fazê-lo, com o mesmo fenómeno a suceder-se nos
casos em que as famílias pretendiam que os seus filhos prosseguissem os estudos.
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
assim a igualdade de oportunidades, quer seja por medidas de intervenção e apoio social,
como por exemplo bolsas de estudo, ou a intervenção de programas de inserção social de
jovens.
A escola nos dias de hoje, com a rápida transformação que a sociedade portuguesa tem
vindo a sofrer, tem um papel preponderante no auxílio de adaptação da nossa sociedade às
novas exigências de um mundo globalizado. Averigua-se que mais que todas as outras
contribuições que poderá fazer neste início de século, as escolas portuguesas detêm a chave de
modernização da sociedade, por meio da qualificação ativa dos nossos recursos humanos,
sejam eles jovens ou adultos.
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Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
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WEBGRAFIA
50
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
I
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
II
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III
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IV
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V
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VI
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VII
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VIII
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XIV
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XVI
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XVII
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XVIII
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XIX
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XX
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Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXI
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXIII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXIV
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXV
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXVI
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXVII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXVIII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXIX
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXX
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXI
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXIII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXIV
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXV
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
“Jovens no pós-secundário”
XXXVI
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXVII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXVIII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XXXIX
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XL
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XLI
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XLII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XLIII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
XLIV
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
ANEXO D – RESULTADOS
% inicial % actual
Sexo
Masculino 46,1 33,4
Feminino 53,9 66,6
Total 100 100
Origem socioprofissional dos alunos
Empresários, Dirigentes e Profissionais Liberais 41,4 31,6
Profissionais Técnicos e de Enquadramento 16,5 19,7
Trabalhadores Independentes 9,0 5,9
Empregados Executantes 22,0 33,5
Operários 11,1 9,3
Total 100 100
Nível de escolaridade dominante na família
Igual ou inferior ao 1.º CEB 14,8 12,4
Entre o 2.º e o 3.º CEB 45,3 40,8
Ensino secundário 21,6 21,7
Ensino superior 18,3 25,1
Total 100 100
Modalidade Frequentada
Cursos Científico-Humanísticos 59,0 72,3
Cursos Tecnológicos 5,3 3,6
Cursos de Ensino Artístico Especializado 0,4 0,5
Cursos de Educação e Formação 0,3 0,2
Cursos Profissionais 35,0 23,4
Total 100 100
Fonte: Questionários OTES/GEPE 2007/08 e 2009/10.
n %
Modalidade
CCH 4938 72,3
CT 249 3,6
EAE 36 0,5
CEF 11 0,2
CP 1602 23,4
Total 6836 100
Fonte: Questionário OTES/GEPE 2011.
XLV
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Quadro 3 – Origem socioprofissional, segundo o nível de escolaridade dominante na
família31,32 (%)
Ensino Ensino Ensino
básico secundário superior
Empresários, Dirigentes e Profissionais Liberais 26,0- 37,8+ 39,8+
Profissionais Técnicos e de Enquadramento 5,1- 21,2 51,5+
Trabalhadores Independentes 9,1+ 4,8 0,8-
Empregados Executantes 46,5+ 32,6 5,3-
Operários 13,3+ 3,6- 2,6-
Total 100 100 100
Fonte: Questionário OTES/GEPE 2009/10.
Trabalha ou
Estuda e Outras
Estuda procura Total
Trabalha situações
emprego
Modalidade ou Tipo de Ensino do Ensino
Básico
Regular 97,6+ 87,3- 87,3 93,1- 95,0
- - -
Outros 2,4 12,7 12,7 6,9 5,0
Total 100 100 100 100 100
Modalidade do ensino secundário
Cursos Científico-Humanísticos 87,3+ 22,6- 62,2- 42,7- 72,3
Cursos Tecnológicos 2,8 -
6,3 +
5,3 4,8 3,6
Cursos de Ensino Artístico Especializado 0,6 0,3 0,6 1,6 0,5
Cursos de Educação e Formação 0,1 0,4 0,3 - 0,2
Cursos Profissionais 9,2 -
70,4 +
31,6 +
50,9 +
23,4
Total 100 100 100 100 100
Perfil de desempenho escolar no ensino
secundário
Trajetos de desempenho não linear 4,0- 27,9+ 15,2+ 27,4 + 9,9
Trajetos de desempenho mediano 77,9 +
69,4 -
76,2 70,2 75,9
Trajetos de desempenho elevado 18,1 +
2,7 -
8,6 -
2,4 -
14,2
Total 100 100 100 100 100
31
χ ² significativo (p≤0,001).
32
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo, é assinalado com (-).
33
χ ² significativo (p≤0,001).
34
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo, é assinalado com (-).
XLVI
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
90,0 82,4
80,0 76,1
70,0
60,0
50,0
Intenções de
40,0 Prosseguimento de
30,0 Estudos no 10.º ano
20,0 13,1 9,8 10,0 7,4 Intenções de
10,0 0,8 0,4 Prosseguimento de
0,0 Estudos no 12.º ano
Penso sair Penso fazer Penso fazer Não sei
antes de o 12º ano ou o 12º ano ou
acabar o 12º equivalente equivalente
ano ou e deixar de e continuar
equivalente estudar a estudar
XLVII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Quadro 7 – Forma em como a família vê a escola, segundo as intenções de
prosseguimento de estudos35,36 (%)
CCH CPQ
Expectativas de trajeto escolar à entrada do ensino secundário
Penso sair antes de acabar o 12º ano ou equivalente 0,2- 2,4+
Penso fazer o 12º ano ou equivalente e deixar de estudar 3,6- 37,8+
Penso fazer o 12º ano ou equivalente e continuar a estudar 90,1+ 39,7-
Não sei 6,1- 20,1+
Total 100 100
Expectativas de trajeto escolar à saída do ensino secundário
Penso sair antes de acabar o 12º ano ou equivalente -- 1,3+
Penso fazer o 12.º ano ou equivalente e deixar de estudar 2,2- 29,6+
Penso fazer o 12.º ano ou equivalente e continuar a estudar 94,4+ 51,3-
Não sei 3,4- 17,8+
Total 100 100
Fonte: Questionários OTES/GEPE 2007/08 e 2009/10.
35
χ ² significativo (p≤0,001).
36
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo, é assinalado com (-).
37
χ ² significativo (p≤0,001).
38
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo, é assinalado com (-).
XLVIII
Trajetos Escolares no Ensino Secundário:
Efeitos das Origens Sociais e Expectativas dos Estudantes
Atividade de Pós-secundário
Estudo
Expectativas de trajeto escolar à entrada do ensino Outra
Estudo Trabalho e Total
secundário situação
trabalho
+
Penso sair antes de acabar o 12.º ano ou equivalente 23,2 71,4 1,8 3,6 100
Penso fazer o 12.º ano ou equivalente e deixar de estudar 23,4- 68,1+ 5,6 2,9- 100
+ -
Penso fazer o 12.º ano ou equivalente e continuar a estudar 84,6 8,8 5,2 1,4 100
- + +
Não sei 50,7 39,7 6,1 3,5 100
Total 72,7 20,2 5,3 1,8 100
Fonte: Questionários OTES/GEPE 2007/08; 2009/10.
39
χ ² significativo (p≤0,001).
40
Assinalam-se com (+) as células cujo resíduo positivo e estandardizado é estatisticamente
significativo ao nível de 0,1%. Quando o mesmo é negativo, é assinalado com (-).
XLIX
Curriculum Vitae
Informação pessoal
Apelido(s) / Nome(s) próprio(s) Nóvoas David Samuel Assis
Morada(s) Rua Bartolomeu Dias n.º 19 3.º dto
P-1620-090 Póvoa de Santo Adrião Loures (Portugal)
Telemóvel 969744444
Endereço(s) de correio electrónico david.novoas@gmail.com
Nacionalidade Portugal
Data de nascimento 23 de Novembro 1982
Sexo Masculino
Experiência profissional
Educação e formação
Outras línguas
Aptidões e competências técnicas - Competências no âmbito da gestão e planeamento de projectos, bem como conhecimentos na
recolha, tratamento, e análise de bases de dados.
Aptidões e competências informáticas - Windows 98, 2000, XP - Microsoft Office (Microsoft Word, Microsoft Access, Miscrosoft Powerpoint,
Microsoft Excel, Microsoft Visio, Microsoft Frontpage).
Publicações e Comunicações: - I. Duarte (Coord.) (2008), Cristina Roldão, David Nóvoas, Susana Fernandes, Teresa Duarte,
"Estudantes á Entrada do Nível Secundário de Ensino", GEPE, Ministério da Educação;
- I. Duarte (Coord.) (2007), Cristina Roldão, David Nóvoas, Luís Soares, Susana Fernandes, Teresa
Duarte, "Estudantes á Entrada do Nível Secundário de Ensino: Resultados Globais do Questionário
Piloto", GEPE, Ministério da Educação;
Comunicações e posters:
- Cristina Roldão, David Nóvoas, Susana Fernandes, Teresa Duarte (2009) "Escolhas Escolares: Um
retrato à entrada do Ensino Secundário", Encontro "Contextos educativos na Sociedade
Contemporânea" da Associação portuguesa de Sociologia, OTES/GEPE
- Cristina Roldão, David Nóvoas, Susana Fernandes, Teresa Duarte (2009) "Desempenho Escolar: O
Ensino Básico à entrada do Ensino Secundário", Encontro "Contextos Educativos na Sociedade
Contemporânea" da Associação portuguesa de Sociologia, OTES/GEPE