Direito Tributario CP Iuris PDF
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2. Tributo ....................................................................................................................................................... 8
5. Imunidade tributária............................................................................................................................... 34
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
21. Contribuições especiais ...................................................................................................................... 162
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Aula 01. Direito tributário: definição, fontes, legislação. Tributo.
Para realização dos seus objetivos o Estado precisa de dinheiro. A gestão desses recursos será
regulada pelo direito financeiro.
Receita
Gestão
Despesa
Receita originária: advém da exploração do próprio patrimônio do Estado. O Estado não vai se
valer do seu poder de império para angariar esses recursos. Ele aufere fundos a partir de
relações de direito privado que ele estabelece com particulares. Ex.: imóvel do Estado que está
alugado a particulares; Estado vende um bem a um particular; lucros das empresas estatais.
Receita derivada: tem como característica básica o exercício do poder de império pelo Estado.
É obtida essa receita de modo compulsório e coercitiva. Ex.: as multas e tributos.
a) Constituição
b) Lei complementar
Lei complementar exige maioria absoluta, não existindo hierarquia entre lei complementar e lei
ordinária.
Mas se uma lei ordinária tratar de lei complementar será esta inconstitucional.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Em direito tributário, a Constituição vai dizer que as normas gerais em matéria tributária deverá ser
regulamentada por lei complementar.
Lembre-se que o Código Tributário Nacional traz normas gerais de direito tributário, ainda que se
trate de uma lei ordinária. No entanto, a Constituição recepcionou o CTN com status de lei complementar.
Veja, a Constituição dispensa elementos formais do antigo ordenamento, bastando que haja a
compatibilidade material.
Portanto, o CTN é formalmente uma lei ordinária, mas materialmente é uma lei complementar.
Dessa forma, para alterá-lo será necessária lei complementar para as questões relativas às normas gerais
de direito tributário. Não sendo normas gerais, poderá ser alterado por lei ordinária.
Roberval Rocha destaca algumas normas gerais que a lei complementar vai trazer:
Segundo a jurisprudência, este rol é exemplificativo. Lei complementar vai veicular a instituição
de tributos determinados pela Constituição. Isto é, a Constituição determina que certos tributos seja
discriminados ou instituídos por lei complementar.
A alíquota não é prevista no rol do art. 146 da CF, motivo pelo qual não precisa ser tratar por lei
complementar.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Portanto, são tributos que devem ser instituídos por lei complementar:
Determinadas proibições são elencadas na Constituição, sendo uma delas é a matéria que deve ser
regulada por lei complementar. Ou seja, o que deve ser regulada por lei complementar não poderá ser
tratada por medida provisória.
Ainda, a Constituição proíbe que seja utilizada lei delegada em matéria tributária no tocante as
matérias reguladas por lei complementar.
c) Lei ordinária
A lei ordinária é a comum, que acontece sempre. Para aprovação, basta a maioria simples.
É o veículo normativo que vai determinas as hipóteses de incidência tributária, prevendo a hipótese
em abstrato.
A lei ordinária trata das obrigações acessórias, as quais são deveres que vão instrumentalizar a
tarefa de arrecadar e fiscalizar do Estado, em relação à matéria tributária.
Alguns tributos de competência da União podem ter suas alíquotas majoradas por ato do Poder
Executivo Federal (e não apenas do Presidente). Logo, é possível que o Ministro da Fazenda venha a
prolatar o ato de majoração.
São tributos que admitem a majoração de alíquotas por ato do poder executivo federal:
e) Lei delegada
f) Medida provisória
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A medida provisória pode tratar de matéria tributária, desde que não seja reservada à lei
complementar.
No caso da medida provisória que institua ou majore impostos, a Constituição estabelece que essa
medida provisória só vai produzir efeitos no exercício financeiro seguinte (princípio da anterioridade) se
ela houver sido convertida em lei até o último dia do exercício financeiro em que foi editada.
Ficam excetuadas dessa regra o II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustível e ICMS-monofásico combustível.
Esses impostos têm caráter de extrafiscalidade.
g) Tratado internacional
O CTN, no art. 98, diz que os tratados e convenções internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna e são observados pela legislação que lhe sobrevenha.
1ªC: Segundo Luciano Amaro, deverá ser observada essa regra, pois o tratado é especial em relação
à lei posterior. Norma especial prevalece sobre a norma geral.
2ªC: Hugo de Brito Machado diz que o tratado deve prevalecer, pois somente poderia ser revogado
por um instrumento adequado no âmbito do direito internacional, que é a denúncia do conteúdo do
tratado.
A ESAF considerou que a expressão “revogam” não cuida, a rigor, de uma revogação, mas de uma
suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirirá a sua aptidão para produzir efeitos se e
quando o tratado for denunciado.
h) Convênio
O convênio é um ato normativo executivo que tem caráter infralegal e expressa, em matéria
tributária, um ajuste de vontade entre os entes federativos.
A Constituição excepciona o princípio da legalidade quando trata dos convênios, pois permite que
esses convênios normativos tenham força de lei.
A deliberação dos Estados, que é feita por convênio, pode conceder ou revogar benesses fiscais
relativas ao ICMS, evitando-se assim a guerra fiscal entre os estados.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
No que concerne ao ICMS, alguns convênios têm previsão constitucional, sendo, portanto, normas
primárias, de hierarquia legal, não podendo ser classificados como atos meramente complementares.
Portanto, são passíveis de serem questionados por ação direta de inconstitucionalidade.
Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que concede, sem autorização de convênio
interestadual, dedução de ICMS para empresas que patrocinarem bolsas de estudo para professores. O
Estado-membro só pode conceder isenção de ICMS se isso tiver sido combinado com os demais Estados-
membros/DF por meio de um convênio. É o que prevê o art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 e o art. 1º da LC
24/75 (Inf. 856).
No mesmo informativo 856, ficou decidido que é inconstitucional lei estadual que concede, sem
autorização de convênio interestadual, vantagens no parcelamento de débitos do ICMS para empresas
que aderirem a programa de geração de empregos. O Estado-membro só pode conceder benefícios de
ICMS se isso tiver sido previamente autorizado por meio de convênio celebrado com os demais Estados-
membros e DF, nos termos do art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 e o art. 1º da LC 24/75. A concessão
unilateral de benefícios de ICMS sem previsão em convênio representa um incentivo à guerra fiscal.
i) Norma complementar
Convênios que sejam celebrados entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios
Esses convênios não têm eficácia de lei. São os chamados convênios de cooperação. São
convênios firmados entre os fiscos de diferentes esferas que visa uma mútua assistência a fim
de ajudar a fiscalização dos tributos respectivos. Há uma permuta das informações.
j) Legislação tributária
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 96 do CTN, a expressão legislação tributária, que verse sobre tributos e relações
jurídicas ligadas aos tributos, compreende:
Leis
Tratados e convenções internacionais
Decretos
Normas complementares
Constituição
Leis complementares
Portanto, o conceito de legislação tributária é muito maior do que o conceito de lei tributária.
2. Tributo
I. Definição
Segundo a definição legal, tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo
valor nela possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída por lei, e cobrada mediante
atividade plenamente vinculada da administração.
Portanto, tributo é:
A natureza jurídica de um tributo é determinado pelo fato gerador (art. 4º). Com base nisso é que
se descobre se estamos diante de um imposto, taxa, contribuição de melhoria, etc.
Segundo o art. 4º do CTN, basta o fato gerador para identificar a natureza jurídico do tributo. Logo,
denominação, outros pontos formais e a destinação do tributo não são importantes!
Esse art. 4 só tem relevância para a teoria tripartida, que é adotada pelo CTN, a qual não é adotada
pela CF, pois, conforme o STF, é adotada a teoria quintapartida dos tributos.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Se o fato gerador é uma situação que independe de qualquer atividade estatal específica,
estaríamos diante de um imposto.
Se o fato gerador é uma atividade de poder de polícia ou uma utilização efetiva ou potencial
de um serviço público e divisível prestado ao contribuinte, ou ao menos posto à disposição,
estaríamos diante de uma taxa.
Perceba que os arts. 3º, 4º e 5º adotam a teoria tripartida. Portanto, seriam espécies de tributo os
impostos, taxas e as contribuições de melhoria. No entanto, existem outras modalidades de tributo, tais
como as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios.
Dessa forma, a doutrina mais atualizada entende que foi acolhida a teoria pentapartida.
Com isso, a doutrina também afirma que para saber natureza jurídica do tributo, é necessário saber
o fato gerador. Contudo, além dessa análise, é preciso verificar qual a finalidade da contribuição ou se é
possível ou não a devolução do montante arrecadado, pois se estivermos diante de uma finalidade
específica podemos estar diante de uma contribuição especial. E se houver a possibilidade de
regulamentação da devolução, estaríamos diante de um empréstimo compulsório.
Fiscalidade:
Não existe uma finalidade específica, pois a finalidade é arrecadar o montante financeiro para
os cofres públicos. É a regra geral dos tributos.
Um tributo é fiscal quando o sujeito ativo da obrigação tributária é o mesmo sujeito titular da
competência tributária para institui-lo. Ex.: IPTU.
Parafiscalidade:
Há uma atuação paralela. Ocorre quando o sujeito competente institui determinado tributo,
mas delega a outra pessoa jurídica de direito público a capacidade tributária (capacidade de
arrecadar), atribuindo a essa pessoa jurídica o produto dessa arrecadação. Ex.: INSS é o sujeito
ativo de certas contribuições sociais instituídas pela União.
Extrafiscalidade:
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Não há aqui uma atividade puramente arrecadatória. A finalidade maior é regular
comportamentos, sejam econômicos, sociais, sanitários, etc. Ex.: Imposto de importação ou
imposto de exportação, que podem regular as mercadorias que entram e saem do país.
Tributo vinculado: é o tributo cujo fato gerador vai se relacionar a alguma contraprestação do
Estado. Típico de taxa e contribuição de melhoria. Este último poderá ter como fato gerador o
fato de ter ocorrido uma obra pública, gerando a valorização imobiliária do imóvel.
Tributo não vinculado: o fato gerador não depende ou se vincula a qualquer contraprestação
específica do Estado. Ex.: IPVA. Esse imposto não é pago para que o Estado asfalte e tape os
buracos. O art. 16 do CTN é claro ao dizer que imposto é um tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade do Estado.
Tributos de arrecadação vinculada: são os tributos cuja arrecadação deve ser necessariamente
utilizada no fim que justificou aquela criação do tributo. Ex.: EC e Contribuições especiais. Por
exemplo, é feito um empréstimo compulsório para determinada finalidade. Caso não seja
aplicado, será inconstitucional.
Tributos de arrecadação não vinculada: nesse caso, a receita poderá ser utilizada livremente
para as despesas gerais da administração pública. Ex.: imposto, taxas e contribuições de
melhoria. As taxas e contribuições de melhoria de tributos vinculados, ou seja, o Estado presta
um serviço, ou faz uma obra, e arrecada, mas não é de arrecadação vinculada, pois o produto
dessa arrecadação o Estado emprega como quiser.
A CF, em seu art. 168, diz que são vedados a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvada a repartição do produto da arrecadação e a destinação desses recursos para:
Saúde
Educação
Atividade da administração tributária
É possível vincular os impostos para prestação de garantias das operações de crédito por
antecipação de receitas.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ressalte-se que em relação a imposto não se trata apenas de um tributo de arrecadação não
vinculada, pois, via de regra, o imposto não pode ter vinculação. É ao chamado princípio da não afetação.
A taxa e a contribuição de melhoria, ao contrário, podem ter afetação.
Tributo pessoal: é graduado em função das condições de cada contribuinte. Por exemplo, o
imposto de renda. No IR, além de variar o caráter progressivo do imposto, ele pode sofrer
deduções. Apesar de José e João ganharem 10 mil reais, é possível que José pague menos
imposto que João, caso ele demonstre que gastou com saúde, educação dos filhos, etc.
Tributo progressivo: a alíquota aumenta à medida que aumenta a base de cálculo. É o caso do
imposto de renda.
Tributo regressivo: é aquele em que a carga tributária é maior daquele que tem uma renda
mais baixa. À medida que a base de cálculo diminui, a alíquota aumenta. Há uma crítica a essas
espécies tributárias em relação ao caráter regressivo.
V. Imposto
O art. 16 do CTN diz que imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação que
independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Ressalva-se apenas a possibilidade de a União valer-se de sua competência residual para por meio
de lei complementar instituir um novo imposto. Além disso, há ainda a competência extraordinária da
União.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O art. 154 da CF diz que a União pode instituir, mediante lei complementar, impostos não
previstos (é a competência residual da União), desde que se observe os requisitos:
Além disso, a União pode, na iminência ou no caso de guerra externa, instituir impostos
extraordinários (IEG), estando ou não compreendidos dentro de sua competência tributária. É uma
situação excepcional.
Competência da União:
São de competência da União:
o Imposto de importação
o Imposto de exportação
o Imposto sobre produtos industrializados (IPI)
o Imposto sobre grandes fortuns (IGF)
o Imposto territorial rural (ITR)
o Imposto sobre operações financeiras (IOF)
o Imposto extraordinário de guerra (IEG)
o Impostos residuais, desde que não seja cumulativo ou base de cálculo ou fato gerador
dos demais impostos.
VI. Taxas
a) Noções gerais
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Os entes políticos podem instituir taxa em razão do exercício decorrente do poder de polícia ou em
razão da utilização efetiva ou potencial de um serviço público, desde que esse serviço seja específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
As taxas, segundo expressa disposição constitucional, não podem ter base de cálculo própria de
impostos. Então não é possível a plena coincidência das bases de cálculo de uma taxa e de um imposto.
As taxas são, em princípio, de arrecadação não vinculada, apesar de serem tributos vinculados. Ou
seja, a utilização do produto da arrecadação é discricionária pelo poder executivo.
A CF não discrimina as taxas que são passíveis de instituição por cada entidade da federação. A
entidade que prestou o serviço, podendo prestar, ou que exerceu o poder de polícia, podendo exercer, tem
direito de cobrar a taxa.
Por ser um tributo vinculado a uma atuação específica do Estado, a entidade política atuante, que
preste o serviço ou desenvolva a atividade considerada geradora do fato tributário, vai ser o sujeito ativo
desse tributo.
Segundo o STF, o Município não pode cobrar IPTU de Estado estrangeiro, embora possa cobrar
taxa de coleta domiciliar de lixo, tendo em vista que os Estados estrangeiros possuem imunidade tributária
e de jurisdição, segundo os preceitos das Convenções de Viena de 1961.
Com relação às taxas, é necessário lembrar que o art. 145, §2º, da CF diz que as taxas não podem
ter base de cálculo idêntica à dos impostos.
Portanto, o fato gerador do imposto não é o mesmo fato gerador da taxa, motivo pelo qual não
pode ter coincidência. O fato gerador do imposto é um fato relacionado ao contribuinte, enquanto as taxas
têm como fato gerador uma atuação do Estado, e não do contribuinte.
Mas o STF já pacificou pela Súmula Vinculante 29 que é constitucional a adoção no cálculo de uma
taxa de um ou mais elementos da base de cálculo de um determinado imposto, desde que não haja uma
integral identidade de uma base e outra.
O exemplo disso é a taxa de coleta de lixo municipal com relação ao IPTU. Isso porque o IPTU tem
como fato gerador o valor do imóvel, mas a taxa de coleta de lixo poderá ter como fato gerador o tamanho
da frente do imóvel, pegando uma parte do tamanho do imóvel, ainda que se trate de um elemento que se
faz necessário para se chegar ao valor da base de cálculo do imóvel para se cobrar o IPTU. Veja, é apenas
uma parte, e não a integralidade coincidência da base de cálculo. Por tudo isso, a taxa de coleta de lixo é
constitucional.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
c) Tipologia das taxas
O STF, na súmula vinculante 19, entende que a taxa cobrada exclusivamente em razão do serviço
de coleta, remoção e tratamento e destinação de lixos e resíduos provenientes de imóvel não viola à
Constituição. Portanto, é constitucional a taxa de coleta de lixo.
Ou seja, ainda que a pessoa não resida no imóvel, ou que esteja abandonada, poderá ser cobrada
essa taxa, pois o serviço é posto à disposição.
A principal característica do serviço público que vai habilitar o serviço público de ser remunerado
por meio de taxa será a sua divisibilidade.
Em se tratando de serviço indivisível, não vai admitir que seja instituída uma taxa para remunerá-lo.
Ex.: iluminação pública não se admite que haja a cobrança de taxa, pois não há como dividir o quanto a
pessoa se utilizou do serviço.
A limpeza da rua também não admite, pois não há como cobrar o quanto a pessoa sujou a rua.
Preço público, ou tarifa, não é tributo. Preço público é uma remuneração devida por um serviço
público, mas de sujeição alternativa, originada de uma relação contratual estabelecida entre o cidadão e o
poder público, que quase sempre está representado por um concessionário ou permissionário de serviço
público. A tarifa exige a utilização do serviço para ser cobrado.
É exemplo de tarifa, de acordo com o STF e STJ, a cobrança do serviço de água e esgoto.
→ Custas e emolumentos
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A natureza jurídica é de taxa, pois há a prestação de serviço pelo Estado. O serviço é específico e
divisível. A base de cálculo é o valor da atividade estatal que foi ali prestada ao contribuinte, devendo
guardar uma proporcionalidade com a atividade prestada pelo Estado.
Nesse sentido, o STF editou a Súmula 667, estabelecendo que viola a Constituição e a garantia de
acesso à jurisdição taxa judiciária que é calculada sem limite sobre o valor da causa.
O CTN diz no art. 78 que se considera poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização
do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
Perceba que, diferentemente da taxa de prestação de serviços, na taxa pelo poder de polícia exige-
se um exercício efetivo do poder de polícia para promover a cobrança.
Dessa forma, não se pode cobrar a taxa de poder de polícia se este serviço não foi efetivamente
exercido.
Por outro lado, é inconstitucional a instituição e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de
carnês/guias de recolhimento de tributos.
A contribuição de melhoria pode ser cobrada por qualquer ente no âmbito de suas atribuições. Ou
seja, a União, os Estados, o DF e os municípios podem cobrá-la.
A contribuição de melhoria tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas
áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas.
A base de cálculo será o quantum de valorização experimentada pelo imóvel. Desse modo, a base
de cálculo nunca poderá ser o custo da obra e nem mesmo o valor da obra.
A contribuição de melhoria possui duas limitações, sendo denominada de sistema de duplo limite:
Limite geral (total): as contribuições de melhoria não podem exceder o custo da obra. Se 10
casas experimentaram a valorização de 50 mil reais cada, mas a obra eles gastaram só 200 mil
para fazer, cada casa só poderá pagar 20 mil, a despeito de ter valorizado 50 mil.
Nada impede que a administração exija um valor menor. Ex.: a obra foi de 1 milhão, tendo 10 casas
experimentado uma valorização enorme, mas ainda assim o poder público resolveu cobrar 50 mil ao invés
de 100 mil cada uma.
Cumpre salientar que o recapeamento de via pública já asfaltada não pode gerar cobrança de
contribuição de melhoria, pois não gera a valorização aos contribuintes, os quais já experimentaram a
valorização quando da realização da obra.
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Por outro lado, a pavimentação asfáltica de via pública pode gerar a cobrança de contribuição de
melhoria, pois o tributo tem por fato gerador benefício resultante de obra pública.
A contribuição de melhoria somente poderá ser cobrada após o término da obra, que é o fato
gerador. Do contrário, não poderia se aferir o quantum de valorização que a obra gerou.
De acordo com o art. 82, a lei relativa à contribuição de melhoria deverá publicar previamente
edital, contendo:
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O edital também fixará prazo não inferior a 30 dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos contidos no edital.
De acordo com o art. 177, salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e
às contribuições de melhoria, pois se tratam de tributos bilaterais.
A União, compulsoriamente, cobra dos administrados o valor para custear uma despesa urgente,
ficando obrigada a devolver esse valor logo que solucionar aquela causa que justificou a sua instituição.
Ressalte-se que esses motivos não são considerados fatos geradores! São situações deflagrantes,
conforme a doutrina majoritária entende.
O fato gerador do empréstimo compulsório pode vir com o mesmo fato gerador de outros
impostos. Ex.: fato gerador com o mesmo do ICMS, IR, etc.
A situação calamitosa deve ser limítrofe, por exemplo, hecatombes avassaladoras, cataclismos ou
catástrofes. Além disso, quanto à guerra externa (iminente ou eclodida), tal contexto pode ensejar dois
tributos no Brasil: imposto extraordinário de guerra e o empréstimo compulsório.
Atente-se que também não é necessário que haja a decretação do estado de calamidade pública
para que haja a instituição do empréstimo compulsório.
Vale atentar que, com relação ao empréstimo compulsório para investimento público de caráter
urgente ou de relevante interesse nacional, é preciso observar o princípio da anterioridade.
A competência para instituir é exclusiva da União, que o fará por meio de lei complementar.
Cabe ressaltar que o parágrafo único do art. 148 da CF menciona que a receita do empréstimo
compulsório deve estar vinculada à sua despesa. Não pode haver tredestinação ou desvio de finalidade!
IX. Pedágio
A Constituição Federal, ao instituir limitação ao poder de tributar, vai vedar que sejam
estabelecidas limitação ao tráfego de pessoas ou de bens por meio de tributos, mas a Constituição
excepciona a cobrança de pedágios.
Segundo STF, na ADI 800, pedágio é preço público (tarifa). Portanto, pedágio cobrado pela efetiva
utilização de rodovia não tem natureza tributária.
O art. 145, §1º, da CF diz que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados, segundo a capacidade econômica do contribuinte.
O tributo tem uma gradação, existindo um intervalo entre o que pode ser cobrado e sobre o que
não pode ser cobrado.
Roberval Rocha diz que essa capacidade contributiva tem um intervalo mínimo, ou seja, um
patrimônio mínimo, e a parte máxima é a vedação do confisco. A capacidade contributiva não pode subtrair
o patrimônio mínimo e tampouco confiscar o bem.
Nos termos da CF, o princípio da capacidade contributiva deve ser aplicado apenas aos impostos,
contudo a jurisprudência admite a aplicação a todas as espécies tributárias. No entanto, é importante saber
que expressamente na CF há aplicação apenas aos impostos.
b) Princípio da legalidade
O art. 150, I, da CF, trata do princípio da legalidade tributária, sendo vedado à União, Estados, DF
ou municípios aumentar ou exigir tributos sem lei que o estabeleça.
Com base nesse dispositivo , o STF entendeu, por meio da Súmula 574, que, sem lei estadual que a
estabeleça, é ilegítima a cobrança do imposto de circulação de mercadorias sobre o fornecimento de
alimentos e bebidas em restaurantes ou estabelecimento similar.
Vale lembrar que a multa tributária também deve obedecer o princípio da legalidade.
Segundo o STF, é defeso ao Município atualizar a base de cálculo do IPTU, mediante decreto, em
percentual superior ao índice oficial de correção monetária. Sendo inferior, é possível.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Subsídio
Isenção
Redução da base de cálculo
Concessão de crédito presumido
Anistia
Remissão
Todos os tributos devem ser criados por lei, mas existem tributos que podem ter suas alíquotas
majoradas por ato do poder executivo, sendo eles:
No caso do ICMS sobre combustível, as alíquotas são definidas por Convênios entre os Estados e o
DF. E o ato que majora o ICMS consiste numa deliberação dos representantes dos entes federativos.
A faixa permitida de majoração dessas alíquotas está expressa em lei. Ou seja, há uma majoração
por ato do poder executivo, mas dentro da margem permitida em lei.
O STF já entendeu pela sua possibilidade. Segundo o Supremo, é desnecessário lei complementar
para a instituição da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT). Isso porque as Leis
7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de
fazer nascer a obrigação tributária válida. O fato de a Lei deixar para o regulamento a complementação
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
dos conceitos de "atividade preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", não implica ofensa ao
princípio da legalidade genérica e da legalidade tributária.
c) Princípio da isonomia
No campo tributário, o art. 150, II, da CF, diz que é vedado instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente. É proibida qualquer distinção em razão da
ocupação profissional ou da função por eles exercidas.
Se o vendedor ganha 10 mil reais por mês e o médico ganha 10 mil reais por mês, os dois irão pagar
o mesmo tanto de imposto de renda.
d) Princípio da irretroatividade
O art. 150, III, da CF diz que é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes
do início da vigência da lei que instituiu ou aumentou o tributo.
Esse princípio protege a relação jurídica, pois se houve ou não o fato gerador, será analisado
segundo a lei vigente naquele momento. Portanto, protege-se o ato jurídico perfeito. E é com base na lei
vigente naquele momento que se verifica a relação entre fisco e o sujeito passivo da relação tributária.
É por esse motivo que não se aceita a redução do tributo ou a alteração da base de cálculo ou da
alíquota que torne menos gravosa a incidência tributária para retroagir. Não será aplicada uma lei que
diminua a carga tributária de maneira retroativa em relação a fatos já ocorridos previamente.
A ideia da retroatividade é a seguinte, não se aplica a lei que instituiu ou majorou o tributo em
relação a fatos anteriores.
Lei interpretativa:
Uma lei interpretativa basicamente explica o conteúdo de outras normas. Essas leis vão
retroagir, pois têm efeitos meramente declaratórios, mas essa retroatividade não pode se dar
para aplicação de penalidades aos dispositivos interpretados, conforme art. 106, I, CTN.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Lei tributária penal mais benigna:
O art. 106, II, do CTN diz que as leis tributárias penais mais benignas vão atingir apenas os atos
não definitivamente julgados. Caso contrário, não iria atingir. É necessário, portanto, que haja
um litígio, seja administrativo ou judicial. Segundo o STJ, tem-se entendido, para fins de
interpretação dessa condição, que só se considera como encerrada a Execução Fiscal após a
arrematação, adjudicação e remição, sendo irrelevante a existência ou não de Embargos à
Execução, procedentes ou não.
E essa lei vai atingir os atos não definitivamente julgados quando:
o Deixar de definir esses atos como infração penal;
o Deixar de tratar como contrário à exigência de uma ação ou omissão, desde que o ato
não tenha sido praticado em fraude ou falta de pagamento de tributo;
o Passar a cominar uma penalidade que seja menos severa do que a originariamente
prevista.
Lei de anistia:
É uma lei retroativa, visto que é um perdão de infrações.
Declaração direta de inconstitucionalidade pelo STF, quando não tiver conferido efeito
diverso ao efeito ex tunc à declaração de inconstitucionalidade
O art. 150, III, da CF veda cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que esse tributo tenha
sido instituído ou publicada a lei que instituiu ou aumentou o tributo.
O art. 34 da Lei 4.320 diz que o exercício financeiro vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro.
Se a lei reduzir um gravame ou fulminar um tributo, por óbvio, não precisará observar a
anterioridade, podendo ser aplicada imediatamente.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O STF considera que o princípio da anterioridade é uma garantia individual, sendo uma cláusula
pétrea. É vedada a deliberação de emenda à constituição que tenda a abolir o princípio da anterioridade.
Ainda, o STF, na Súmula Vinculante 50, diz que norma legal que altera o prazo para recolhimento
da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Existem exceções ao princípio da anterioridade, havendo alguns tributos que podem ser cobrados
no mesmo exercício financeiro da lei que foi publicada majorando ou instituindo o tributo.
Para dar maior segurança jurídica, a Constituição passou a prever no art. 150, III, ‘c’, que é vedado
cobrar tributos antes de decorridos 90 dias da data que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou
aquele tributo.
Caso a alteração legislativa venha com uma instituição ou majoração de tributo, ele só poderá ser
cobrado após 90 dias.
Se o imposto é instituído no dia 1º de dezembro, não poderá ser cobrado no mesmo exercício, e
nem no dia 1º de janeiro, e sim após 90 dias, que seria no dia 1º de março, por exemplo.
Por outro lado, se o imposto tivesse sido cobrado em março, não poderia ser cobrado em junho (90
dias depois), pois deveria ter sido observada a anterioridade anual.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
→ Medida provisória
Vale lembrar que se essa majoração ou instituição de tributo se der por medida provisória, esse
prazo da anterioridade nonagesimal deverá ser observado, porém o termo a quo, de contagem inicial
desse prazo da nonagesimal, será a data da publicação da medida provisória, e não a data da publicação
da lei que foi convertida.
Cabe ressaltar que se a medida provisória for para instituir ou majorar taxas, contribuição de
melhoria ou contribuição especiais bastará a publicação da medida provisória para entrar em vigor os
referidos tributos. Ex.: se em novembro de 2016 for instituída uma contribuição de melhoria, a partir de
janeiro de 2017 poderá produzir efeitos esta lei, desde que obedeça 90 dias. Não se fala em empréstimos
compulsórios, pois eles são instituídos por meio de lei complementar, não podendo utilizar de medida
provisória.
Por outro lado, se veicular sobre impostos, e a medida provisória for publicada em novembro de
2016, deverá ser contado 90 dias para frente. Todavia, nesta situação, será necessária aguardar a
conversão da medida provisória em lei até o último dia do ano. Do contrário, só poderá entrar em vigor e
produzir efeitos a partir de janeiro de 2018.
→ Prorrogação de alíquota
O STF decidiu que o prazo da nonagesimal somente deve ser observado nos casos de majoração
ou instituição de tributos.
Esse prazo não precisa ser observado nos casos de prorrogação de uma alíquota já aplicada. O STF
entende que se houver prorrogação não precisa observar o prazo da nonagesimal.
Por outro lado, o IR se submete ao princípio da anterioridade anual, mas não se submete ao
princípio da anterioridade nonagesimal.
Além disso, para fixação da base de cálculo para IPTU ou IPVA não precisa observar a
anterioridade nonagesimal, mas é preciso observar a anterioridade anual. Portanto, pode haver alteração
no dia 31 de dezembro para cobrança no dia 1º de janeiro do ano seguinte.
A CF proíbe a utilização do tributo com efeito de confisco, conforme art. 150, IV.
Segundo o STF, a identificação de efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da
carga tributária, dentro de determinado período, a mesma pessoa política que os houver instituído.
A jurisprudência ainda não decidiu qual a porcentagem que seria considerado efeito confiscatório.
Na Alemanha esse percentual é de até 50%.
Apesar de mencionar somente tributos, a doutrina entende que a multa também não pode ter
efeito confiscatório. Portanto, tanto a doutrina quanto a jurisprudência, vão abominar as multas
desproporcionais que a administração vem aplicando ao contribuinte.
Segundo o STF, é confiscatória a multa de duas vezes o valor do tributo devido, aplicada em razão
de seu não pagamento. Da mesma forma, entendeu o STF que é confiscatória multa aplicada em razão de
sonegação no valor de cinco vezes o tributo devido.
Por outro lado, a CF ressalva o pedágio. Mas o STF já decidiu que pedágio é preço público, e não
tributo.
Segundo o art. 151, I, da CF é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional, ou que implique uma preferência a determinado Estado ou ao DF, em detrimento de
outros.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O que se admite é a concessão de incentivos fiscais que sejam destinados a promover o equilíbrio
do desenvolvimento socioeconômico entre as diversas regiões do país. Até porque um dos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil é diminuir as desigualdades regionais.
Apesar de a norma ser voltada à União, por simetria essa vedação se estende aos Estados, ao DF e
aos municípios, não podendo conceder o Estado um benefício X a certo município sem conceder ao
município Y, salvo se houver uma razão que justifique tal discriminação.
O art. 152, caput, da CF proíbe que se estabeleça diferenças tributárias entre bens e serviços de
qualquer natureza em razão da procedência ou em razão de seu destino.
Esse princípio não tem aplicação nas relações internacionais, mas sim para o âmbito interno.
A ideia é de que não se pode cobrar menos imposto de uma mercadoria se ela vier de determinado
Estado e cobrar mais se ela vier de outro Estado.
Dessa forma, o STF já entendeu que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no
sentido da impossibilidade dos Estados-membros e do Distrito Federal estabelecerem alíquotas de IPVA
diferenciadas entre veículos nacionais e importados.
O princípio da tipicidade vai exigir que a lei tributária defina, de forma taxativa, de forma completa,
as situações tributárias necessárias para que nasça a obrigação tributária.
Essa tipicidade tributária veda que haja interpretação extensiva ou analogia para incidência de
tributos. Por isso que parte da doutrina chama esse princípio de princípio da tipicidade tributária cerrada
ou tipicidade cerrada.
O tributo não fede. Dessa forma, se o sujeito auferiu renda traficando ou vendendo coisa lícita,
deverá ser cobrado o tributo.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O art. 118 diz que a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica
dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, por responsáveis ou por terceiros, bem como pela
natureza do objeto ou de seus efeitos, ou dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
Portanto, é irrelevante a análise da eficácia do ato, a capacidade civil dos envolvidos, a licitude do
comportamento.
Responsabilidade fiscal aportou no Brasil com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/00),
trazendo o conceito de accountability, que é a gerência eficiente dos recursos públicos.
A responsabilidade fiscal vai influenciar a gestão tributária, pois a LRF diz que a instituição, previsão
e arrecadação de todos os tributos previstos na CF, de cuja competência daquele ente federado, são
requisitos para que haja responsabilidade fiscal daquele ente federado, de forma que a LRF veda que haja
transferências voluntárias para entes que não instituam ou cobrem todos os impostos de sua competência
(art. 11, LRF).
A LRF diz que renúncia de receita só pode ser feita em situações excepcionais.
A responsabilidade fiscal traz um impacto na gestão tributária, pois para considerar o administrador
como responsável fiscal deverá ele instituir, prever e arrecadar todos os tributos da sua competência
constitucional.
A competência para legislar sobre matéria tributária é uma competência concorrente, tendo a
União a competência para editar normas gerais, os Estados para suplementar essas normas e os municípios
para legislar sobre assuntos de interesse local.
Essa sistemática é um dos pilares do sistema federativo. Quando se diz que o imposto é do Estado,
significa que há autonomia financeira do ente federado.
É possível caracterizar a competência tributária como poder que é atribuído pela CF para que o
ente federado venha a instituir tributos por meio de lei. Tanto é que somente o ente federado terá
competência tributária.
Outros entes poderão ter capacidade tributária, que é a possibilidade de ser sujeito ativo, de se
fazer a cobrança.
O exercício da competência tributária é facultativo do ente político, não sendo obrigado a instituir
todos os tributos que a CF reservou a ele. Porém, segundo a LRF, é requisito essencial que haja pelo ente
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
federado a instituição, previsão e arrecadação de todos os tributos previstos na CF, ficando vedado a
transferência voluntária àquele que não fez essa observação.
Competência tributária é a competência para criar o tributo. Só se cria tributo por meio de lei.
Atribuição delegável:
Um ente pode ser quem institui o tributo e outro pode ser quem cobra e fiscaliza o tributo. Por
isso a capacidade tributária ativa é delegável, ao contrário da competência tributária, que é
indelegável.
Privilégios processuais:
O art. 7º, §1º, do CTN diz que essa atribuição da capacidade tributária ativa compreende as
garantias e privilégios processuais que a pessoa jurídica de direito público tem.
Esses privilégios, que são prerrogativas processuais, têm por fundamento o interesse público e
a supremacia desse interesse público, tendo prazos especiais do ente que está cobrando o
imposto.
O art. 183 do NCPC diz que a administração pública direta e indireta de direito público tem
prazo em dobro em todas as suas manifestações. Quem recebeu a capacidade tributária ativa
também terá prazo em dobro.
O NCPC diz, no art. 496, I e II, que nas sentenças que julgar procedente, no todo ou em parte,
os embargos da execução de dívida ativa ou das sentenças que forem contrárias ao interesse da
fazenda pública, estarão sujeitas ao reexame necessário. Portanto, ainda que seja outro que
esteja cobrando o tributo, haverá o reexame necessário nesses casos.
Ainda, restrições ou cabimentos de instrumentos processuais que existem em face da fazenda
pública existirão em face do sujeito que está cobrando a dívida tributária.
Atribuição revogável:
A atribuição poderá ser revogada a qualquer tempo por ato unilateral pela pessoa jurídica de
direito público.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
II. Tipologia da competência tributária
Competência comum: a competência comum é aquela que qualquer ente pode instituir,
existindo em relação às taxas e contribuições de melhoria.
Competência privativa: há em relação aos impostos, pois a CF diz expressamente quem poderá
instituir cada imposto e empréstimo compulsório.
Competência cumulativa: vai se referir a situações sui generis da federação. Por exemplo, o DF
não pode ser dividido em municípios, motivo pelo qual terá a competência cumulativa dos
tributos dos estados e dos municípios. No caso dos territórios, a União terá competência para
instituir os tributos estaduais e federais, e caso não seja dividido em municípios, também terá
competência dos impostos municipais, motivo pelo qual será competência cumulativa.
O art. 154, II, da CF diz que a União poderá instituir, na iminência ou em caso de guerra declarada,
impostos extraordinário, estando eles compreendidos ou não na sua competência tributária. Esses
impostos serão reduzidos gradativamente à medida que cessarem as causas de criação desses impostos.
As limitações ao poder de tributar são normas de restrição da competência tributária, mas não
estão taxativamente previstas na CF. Essas regras devem ser estabelecidas por lei complementar.
A Carta Magna estatui as principais limitações ao exercício da competência tributária, mas não
necessariamente todas. Isto é percebido pela simples leitura do art. 150 da CF. O dispositivo inaugura a
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Seção denominada “Das limitações do poder de tributar”, deixando claro que as garantias que estatui
existem “sem prejuízo de outras (…) asseguradas ao contribuinte”.
Assim, é correto afirmar que as garantias ali estatuídas formam um rol não exaustivo, pois existem
outras estipuladas em dispositivos diversos da Constituição Federal (art. 5.º, inciso, XXXIV, por exemplo),
além daquelas que decorrem do regime e dos princípios adotados pela própria Carta ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte (CF, art. 5.º, § 2.º).
A repartição de receitas é uma das estruturas que sustenta coesão com as esferas federativas, eis
que torna efetiva a autonomia dos entes menores.
A União federal vai distribuir parte de suas receitas porque a Constituição assim determina aos
Estados e aos Municípios.
Não existe repartição constitucional pela via inversa, dos menores para os maiores.
Para assegurar esse rateio, a Constituição, no art. 160, vai dizer que é vedada a retenção ou
qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos aos Estado, ao DF e aos municípios.
O parágrafo único vai excepcionar e vai dizer que a vedação a esta retenção não impede que a
União e os Estados condicionem a entrega de recursos ao pagamento de seus créditos, inclusive aos
créditos de suas autarquias e inclusive ao mínimo exigido em serviços e ações de saúde.
A legislação infraconstitucional pode criar obstáculos ao repasse das verbas públicas no tocante as
transferências voluntárias, o que foi feito pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
a) Sistemática de repartição
Existem duas formas adotadas pela CF que possibilitam a participação de uma pessoa política no
produto de arrecadação de outra pessoa política.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Repartição direta: o valor arrecadado é diretamente repassado ao destinatário. Então o art.
158, III, da CF diz que pertence ao município 50% do valor da arrecadação do IPVA licenciado
em seus territórios.
Repartição indireta: há uma relação complexa, sendo formados fundos específicos, os quais
recebem as parcelas e receitas para depois ratear esses recursos entre os participantes
beneficiários que serão previamente estabelecidos.
c) Repartição direta
Segundo a CF, 100% do arrecadado com o imposto de renda (IR), incidente sobre a fonte de
rendimentos pagos pelo Estado, por autarquias e fundações públicas, ficará com o próprio Estado.
Além disso, 20% da arrecadação do imposto residual instituído pela competência atribuída à União
será repassado ao Estado e ao Distrito Federal.
E 30% do IOF incidente sobre o ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento
cambial.
Segundo a CF, 100% do arrecadado com o imposto de renda (IR), incidente sobre a fonte de
rendimentos pagos pelos Municípios, por autarquias e fundações públicas, ficarão com o próprio
Município.
Também ficará os municípios com 50% do ITR relativamente aos imóveis situados naquele
município, ou 100% se o município se disponibilizar a fiscalizar e cobrar o ITR.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Além disso, 70% do IOF-ouro vai para os municípios.
Serão repassados também 25% do ICMS aos municípios pelos Estados. Mas essa divisão é um
pouco diferente, sendo creditada da seguinte forma:
75%, no mínimo, na proporção do valor que foi adicionado nas operações realizadas naquele
município;
25%, de acordo com o que dispuser a lei estadual.
d) Repartição indireta
É a repartição indireta é feita por meio de fundos constitucionais, valendo-se de recursos federais
apenas.
Quatro desses fundos receberão o montante de 49% do total efetivamente arrecadado pela União
de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto de Renda (IR).
Desse total de fundo de compensação das desonerações, serão repassados 25% aos municípios
respectivos e 75% ficará com o Estado.
Desse total repassado pelo Estados, 25% vai para os municípios. E dentro desses 25% a
sistemática de cálculo será similar à repartição de receitas do ICMS. Isto é, 75% irá para o município que
efetivamente exportou e 25% conforme determinar a lei estadual.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O último dos fundos constitucionais é composto por 29% da arrecadação com a CIDE-
Combustíveis, sendo observado os programas da financiamento e estrutura de transporte. Desse total,
25% é repassado aos municípios, que acabam recebendo 7,25% do total arrecadado pela União.
5. Imunidade tributária
A imunidade tributária é uma limitação ao poder de tributar, é uma técnica do constituinte que vai
qualificar determinadas situações, dizendo que elas não podem ser atingidas por um tipo ou por tipos de
tributos, em razão da especificidade que o constituinte elegeu.
A não incidência significa que o fato não se subsume à norma jurídica. Isto é, há uma não
incidência, pois a lei não prevê essa situação, não havendo essa hipótese de incidência. Não se enquadra na
descrição do fato gerador.
A lei pode estabelecer as hipóteses de não incidência, mas não é preciso trazer. No caso em que a
lei traz a hipótese de não incidência, haverá uma não incidência legalmente qualificada.
A imunidade, por sua vez, é uma hipótese de isenção constitucionalmente qualificada. A CF diz
que sobre determinadas situações não incidirá qualquer tributo ou determinado tributo. Para alguns
autores, a imunidade é uma norma de incompetência tributária, sendo a face negativa do conceito de
competência tributária.
A isenção, por outro lado, se distingue da imunidade em razão da sede jurídica em que ela se
encontra. Isso porque a isenção tem sede na lei, enquanto a imunidade tem sede constitucional.
Se a não incidência ou isenção estiver na Constituição, haverá uma imunidade. Portanto, toda a
previsão de intributabilidade prevista na Constituição, na verdade, não é isenção, e sim uma imunidade.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
As imunidades podem ser:
Imunidades genéricas: segundo o art. 150, VI, da CF, sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios instituir impostos sobre
o Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
o Templos de qualquer culto;
o Patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
o Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
o Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham,
salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Tratam-se de imunidades genéricas, pois impedem qualquer ente político a impor uma
tributação sobre aquelas situações discriminadas.
O vetor axiológico é o pacto federativo, a isonomia entre as pessoas políticas e ausência de
capacidade contributiva. Veda-se, por exemplo, que os Estados-membros cobrem IPVA de
veículos pertencentes a Municípios, bem como que os Municípios cobrem IPTU relativamente à
propriedade de prédio pertencente à União.
Apesar de tratar apenas de impostos relativos a patrimônio, renda e serviços, segundo o STF,
essa proteção deve ser ampla quanto aos tipos de impostos. Ex.: abrange também o II e IOF
que também podem ser afastados, ainda que não se enquadrem no rol classificatório.
Segundo o STF, não há imunidade tributária em relação ao ICMS decorrente da prática
econômica desenvolvida por entidade de assistência social sem fins lucrativos que tem por
finalidade realizar ações que visem à promoção da pessoa com deficiência, quando
desempenhar atividade franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT),
ainda que a renda obtida reverta-se integralmente aos fins institucionais da referida
entidade. A referida imunidade compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nele mencionadas (art. 150, § 4º, da
CF). Nesse mesmo sentido, o art. 14, § 2º, do CTN afirma que os serviços imunes das
instituições de assistência social são, exclusivamente, os diretamente relacionados com os
objetivos institucionais da entidade, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Desse modo, a imunidade em relação ao ICMS não pode ser concedida no caso, porquanto a
atividade econômica fraqueada dos Correios foge dos fins institucionais da entidade, ou seja,
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
o serviço prestado não possui relação com seus trabalhos na área de assistência social, ainda
que o resultado das vendas seja revertido em prol das suas atividades essenciais.
Imunidades subjetivas: significa que está ligada ao sujeito. Aqui, leva-se em conta atributos da
personalidade da pessoa que se está concedendo a intributabilidade. No caso da imunidade de
templos de qualquer culto, leva-se em conta a entidade religiosa, assim como ocorre com o
partido político e a imunidade recíproca. O sujeito fica imune, deixando de ser responsável pela
obrigação principal. No entanto, ressalte-se que não fica desonerado das obrigações acessórias.
Imunidades objetivas: significa que está ligada ao objeto. Logo, se leva em conta o objeto,
determinados fatos, bens e situações não estão sujeitas a tributações. Exemplo disso é a
imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, bem como os
fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Veja, leva-se em conta o objeto, não
levando em conta a pessoa.
a) Imunidade recíproca
É a imunidade que existe entre os entes federados, vedando que um ente federado institua
imposto sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, pois a autonomia política do ente federativo
obsta que esse sujeito se submeta a uma tributação de outro. Isso se dá em razão de não haver
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
subordinação jurídica entre os entes federados. Se a União começa a cobrar impostos, haverá uma quebra
da federação.
Lembre-se que essa imunidade recíproca abrange o patrimônio, renda ou serviços com relação aos
impostos. Mas isto não vai afastar a tributação indireta. Por exemplo, a União vai comprar algemas para
os presídios federais. Quem está vendendo transfere os tributos incidentes ao consumidor (União), motivo
pelo qual estará pagando IPI, ICMS, etc., embutidamente.
Atente-se que somente impostos são encampados pela regra da imunidade recíproca, tributos
como taxas, contribuições de melhoria e taxas não estão abrangidos.
O art. 150, §2º, CF vai estender o alcance da imunidade recíproca às autarquias e às fundações
públicas.
Essa imunidade é restrita ao patrimônio, rendas e serviços dessas pessoas jurídicas de direito
público, mas vinculadas as suas finalidades essenciais. Se não for, poderá recolher impostos. Veja, há uma
imunidade vinculada.
Frise-se que o ônus da prova da não afetação do bem imóvel com o propósito autárquico,
segundo o STJ, é da entidade impositora.
O §3º do art. 150 afasta da imunidade do patrimônio, das rendas e serviços a exploração de
atividade econômica. O que esse dispositivo faz é proteger a iniciativa privada.
Ou seja, se o poder público resolver explorar atividade econômica, não fará jus a essa imunidade
recíproca.
Outra limitação se refere ao promitente comprador do imóvel público, o qual, segundo a CF, não
se exonera do dever de pagar imposto relativamente àquele bem imóvel. Nesse caso, o promitente
comprador do imóvel, segundo expressa determinação constitucional, vai continuar pagando este imposto.
Portanto, se houver uma responsabilidade por sucessão imobiliária da União, não haverá de
ocorrer a chamada “imunidade superveniente”, pois, de acordo com o STF, deve prevalecer a incidência
do gravame nos casos de sucessão imobiliária de ente público.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O STF, a respeito dessa regra constitucional, estende essa imunidade às empresas públicas e
sociedades de economia mista quando elas forem prestadoras de serviço público. Ex.: INFRAERO, Cia.
Águas e Esgotos de Rondônia, CAERD, Correios.
Com relação aos Correios, a imunidade permanecerá aos serviços não essencialmente postais.
Isso porque o STJ entendeu que é aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e
empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre outros requisitos
constitucionais e legais não distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou
tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de capacidade
contributiva) e não desempenhem atividade econômica, de modo a conferir vantagem não extensível às
empresas privadas (livre iniciativa e concorrência). O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é imune à
tributação por impostos (art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição). A cobrança de tarifas, isoladamente
considerada, não altera a conclusão.
ICMS não é imposto sobre patrimônio, renda ou serviços. Trata-se de um imposto indireto, em que
gera o fenômeno da repercussão tributária, também chamado de fenômeno da translação. Ex.: alguém
adquire um produto carregará o peso da tributação.
Em outras palavras, o STF entende que deve prevalecer a incidência do imposto na hipótese de a
entidade imune se colocar como adquirente da mercadoria/bem.
No caso de o imóvel pertencer a uma pessoa jurídica imune (INFRAERO, por exemplo) e este imóvel
ser cedido a um terceiro não imune para fins de exploração da atividade econômica com fins lucrativos,
deve ou não permanecer a imunidade tributária recíproca?
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O STF iniciou o julgamento, entendendo que deve permanecer o manto protetor da imunidade.
Houve pedido de vista (Min. Marco Aurélio).
Segundo o art. 150, VI, b, diz que é vedado instituir impostos sobre templos de qualquer culto,
mas se refere às instituições religiosas.
A interpretação aqui dada é a mais ampla possível, abrangendo a casa paroquial, cemitérios
religiosos, terrenos utilizados como estacionamentos da igreja, etc.
Não incidirá IPTU sobre o imóvel, IPVA sobre o veículo da entidade religiosa, IR sobre o dízimo, etc.
Ainda em relação aos templos, vale ressaltar a Súmula Vinculante 52, a qual estabelece que, ainda
quando alugado a terceiros, permanece imune o IPTU do imóvel pertencente a qualquer das entidades
religiosas, desde que o valor do aluguel seja aplicado na atividade para o qual se destina a entidade.
Atente-se que, havendo uma igreja ou uma entidade religiosa como locatária de um imóvel, ou
seja, como inquilina de um bem, deverá haver a incidência do IPTU. Isso porque o proprietário será sujeito
passivo da relação tributária, enquanto o contrato que desloca o ônus para o inquilino não deslocará a
incidência do tributo para a igreja, pois ela não se trata de proprietária, possuidora ou titular do domínio
útil.
Da mesma forma, no caso de uma igreja que contrata pessoa jurídica para confeccionar jornal por
encomenda incidirá o ISS. Em relação a isso, o STF entende que incidirá o referido imposto sobre serviços
de qualquer natureza.
c) Imunidade dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo a CF, é vedado aos entes políticos instituir impostos sobre o patrimônio, rendas e serviços
dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores (empregados),
das instituições de educação e instituições de assistência social, sem fins lucrativos.
No que toca às instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, é necessário
atender aos requisitos da lei. É também denominada de imunidade não autoaplicável.
Esta lei é uma lei que pode ser ordinária ou poderá ser complementar?
A CF traz uma norma constitucional de eficácia limitada. Essa lei deve ser complementar. Isso
porque se está tratando de uma limitação constitucional ao poder de tributar, motivo pelo qual deverá ser
tratado por lei complementar. Portanto, continua válido o art. 14 do CTN, que é norma materialmente
complementar.
Não distribuam parcelas do seu patrimônio, rendas ou serviços a qualquer título. Pode haver
lucro, mas não pode ser distribuído;
Aplique integralmente os recursos no país;
Mantenham as escrituração de receitas e despesas, a fim de estabelecer o controle.
O inciso I do art. 14 do CTN não impede que se paguem salários razoáveis e compatíveis com a
prática de mercado aos mantenedores da instituição imune, pois isso não se confunde com a distribuição
de lucros, conforme entendeu o Pleno do STF.
Vale ressaltar que o STF já deu interpretação lata para abranger outros impostos, diversos daqueles
que incidem sobre o patrimônio, renda e serviços. Dessa forma, entende-se que a imunidade tributária,
prevista no art. 156, VI, c, também se estende ao IOF.
A imunidade tributária conferida às instituições de assistência social sem fins lucrativos somente
alcança entidades de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários dessa
entidade privada. É o teor da Súmula 730 do STF.
É necessário mencionar que a Súmula 724 do STF se tornou a Súmula Vinculante 52, estabelecendo
que, ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos
aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O STF já entendeu também que as entidades do “Sistema S”, ou seja, os serviços sociais
autônomos, detêm imunidade para o ITBI na aquisição de imóvel pelo SENAC.
d) Imunidade de imprensa
Segundo o art. 150, VI, “d”, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
A imunidade afastará impostos que incidiriam sobre esses bens. Não se fala em afastamento do
IPTU, IPVA ou IR.
Aqui, serão afastados impostos que incidem sobre coisas, tais como o IPI, ICMS e o II. Os demais
incidirão normalmente, de forma que a editora pagará IPVA, IPTU . ITBI, IR, etc.
Lembrando que as imunidades que protegem pessoas são as denominadas imunidades subjetivas,
enquanto as que protegem bens ou coisas são as chamadas imunidades objetivas.
Recentemente, o STF decidiu que a imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da
Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo (Inf. 856).
Também assentaram que a imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 alcança
componentes eletrônicos destinados, exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos.
Com relação ao álbum de figurinhas, entende-se que a imunidade de imprensa deve abrangê-los,
a fim de instituir esta benesse, tendo em vista que o constituinte não fez ressalvas quanto ao valor artístico
ou didático, conforme entendeu o STF.
Da mesma forma, o STF entende que as listas telefônicas são periódicos igualmente imunes.
O insumo protegido é apenas o papel para o livro, jornal ou periódico. Os demais insumos, como
máquinas, tintas, etc. não são abrangidos pela imunidade de imprensa.
Recentemente, houve uma alteração pela EC 85/2013, que introduziu a alínea “e”.
Essa imunidade tributária surgiu para conferir uma maior competitividade às empresas de músicas.
Elas vinham sofrendo muito com a pirataria. Com essa desoneração, o valor dos CD’s diminuem muito.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 150, VI, “e”, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
instituir impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
O objetivo dessa EC foi para combater a pirataria e difundir a cultura musical brasileira.
Por conta disso, o ISSQN fica afastado da Etapa 01 de produção (gravação em estúdio).
Na Etapa 02, que é a da industrialização, não houve o afastamento do IPI, pois o próprio texto
estabeleceu que a etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser estariam ressalvadas da
imunidade.
Já na Etapa 03, que é aquela da comercialização, houve a imunidade do ICMS, não incidindo no
momento da distribuição e venda desses produtos.
Lembrando que taxas e contribuições de melhoria são tributos vinculados, mas, via de regra, são de
arrecadação não vinculada. Isso porque para arrecadá-los é preciso prestar um serviço, realizar uma obra
ou exercer poder de polícia. Mas, por outro lado, uma vez arrecadados esses recursos poderão ser aplicado
pela administração pública conforme o seu interesse.
O art. 150 fala apenas de impostos, não falando de taxas e contribuições, mas há outros
dispositivos que trazem imunidades em relação às taxas e contribuições, como exemplo podemos citar:
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Art. 5º, LXXIII, também afirma que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular,
ficando o autor, salvo comprovada a má-fé, isento de custas judiciais. Aqui há uma imunidade,
já que a sede jurídica é a Constituição.
Art. 5º, LXXVII, diz que são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data. Logo, não há
custas judiciais nestas ações. Há uma imunidade em relação a essas taxas.
Art. 206 diz que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios. No inciso IV, há
gratuidade de ensino público nos estabelecimentos oficiais. Pela prestação do serviço público
específico e divisível, que é a educação pública, o Estado não pode cobrar, sendo uma
imunidade em relação à taxa. Tanto é que o STF, por meio da Súmula Vinculante 12, disse que
taxa de matrícula nas universidades públicas viola o art. 206, IV, da CF.
Art. 195, §7º, diz que são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências em lei. Neste caso, percebe-se
que a norma constitucional é de eficácia limitada, já que exige uma lei que regulamente a
temática.
Com exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto pode incidir sobre operações relativas a:
Energia elétrica
Serviços de telecomunicações
Derivados de petróleo e combustíveis
Minerais
São imunes, conforme o art. 184, §5º, a impostos federais, estaduais e municipais as operações de
transferência de bens imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Quando o imóvel está desapropriado para fins de reforma agrária não há incidência de qualquer
imposto.
I. Vigência
a) Vigência espacial
A vigência espacial significa que a norma entra em vigor em determinado lugar. No caso, a norma
entra em vigor dentro do território da entidade política que a criou.
Logo, a lei tributária só pode vincular fatos geradores ocorridos no território do ente tributante,
visto que é preciso respeitar a repartição constitucional tributária.
Portanto, o município de Santos não poderá instituir ISSQN e cobrar em São Paulo. Do contrário
haveria violação à vigência espacial.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Todavia, há exceções, sendo admissível a chamada extraterritorialidade interna da legislação
tributária para casos de convênios e normas gerais expedidas pela União, conforme o art. 102 do CTN.
Segundo este dispositivo, a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os
convênios de que participem, ou do que disponham esta lei ou outras leis de normas gerais expedidas pela
União.
b) Vigência temporal
A lei tributária entrará em vigor no país 45 dias após a publicação, salvo se houver disposição em
contrário.
No entanto, existem regras específicas no CTN sobre o início da vigência temporal de normas
complementares, ou seja, as normas especificadas no art. 100 do CTN.
O art. 103 do CTN traz algumas regras de quando entram em vigor essas normas complementares:
Essa regra não é absoluta, sendo possível que a decisão e o ato administrativo traga uma outra data
para início de sua vigência.
II. Eficácia
A Constituição vai elencar ao menos 2 princípios que vão restringir a liberdade dessa eficácia ou
da estipulação legislativa do início da eficácia, da aptidão para gerar efeitos jurídicos da norma tributária.
São eles: princípio da anterioridade anual e princípio da anterioridade nonagesimal.
III. Aplicação
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 144, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Ou seja, vigora aqui o princípio do tempus regit actum, ou seja, o ato é regido pelo seu tempo,
sendo desdobramento do princípio da irretroatividade da lei tributária.
Mesmo que a data do lançamento aquela lei tributária estivesse revogada, poderá aplicar a lei
vigente à época do fato gerador. Isto é, deve ser respeitada a ultratividade desta lei.
Mas analisando o art. 105 do CTN haverá menção da aplicação imediata da legislação tributária.
Isto é, pois, segundo o dispositivo, a legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja
completa nos termos do artigo 116.
Percebe-se aqui, conjugando o art. 105 e 144, é de que, se o fato gerador já havia acontecido ou
completado o seu curso perfeito, haverá a aplicação do princípio do tempus regit actum.
Todavia, caso não tenha completado ou se ele estava pendente, haverá aplicação da nova lei.
O STF, em matéria de imposto de renda, tem a Súmula 584, que diz que o imposto de renda,
calculado sobre os rendimentos do ano-base, vai ser aplicada a lei vigente no exercício financeiro em que
deve ser apresentada a declaração. Ou seja, ainda que o imposto de renda se refira ao ano de 2016, caso
seja recolhido no ano de 2017, esta será a legislação aplicável, pois é a do ano da declaração.
O CTN, em seus arts. 107 a 112, traz um capítulo próprio da interpretação e integração da
legislação tributária.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Existem algumas regras de interpretação aceitas pelo CTN, ainda que criticadas pela doutrina,
sendo elas:
A interpretação literal deve ser realizada sobre as normas que suspendem ou excluem o
crédito tributário, normas que outorguem isenção ou dispensem cumprimento de obrigações
acessórias. Se a norma for benéfica ao contribuinte, essa norma deve ser interpretada
literalmente.
Deve ser feita uma interpretação benigna do direito tributário penal.
Restrição à utilização de institutos, conceitos, formas e princípios gerais do direito privado.
I. Interpretação literal
O CTN vai impor basicamente que seja feita uma interpretação literal:
A segunda regra se refere ao direito tributário penal, estabelecendo que é preciso conferir uma
interpretação benigna na interpretação das normas tributárias que definem infrações, que cominam
sanções.
Se houver dúvida quanto à capitulação do fato, quanto à natureza do fato ou de suas circunstâncias
do fato, ou quanto à extensão de seus efeitos, quanto à autoria, ou quanto à imputabilidade do sujeito, ou
quanto à penalidade cabível, ou quanto à aplicação de qual penalidade será devida naquele momento, ou
quanto à graduação daquela penalidade, ou seja, se houver qualquer dúvida, o que vai dizer é que deverá
ser aplicado o princípio do in dúbio pro réu.
O art. 109 do CTN diz que os princípios gerais do direito privado são utilizados para pesquisa da
definição, do conteúdo, do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não pode definir os
respectivos efeitos tributários que recaem sobre aquilo.
Ex.: IPVA, segundo a CF, incide sobre veículo automotor. Roberval Rocha diz que veículo automotor
está previsto no direito privado.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O art. 110 do CTN diz que a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios,
para definir ou limitar competências tributárias.
A lei não poderá alterar a definição do direito privado. Ou seja, se há incidência de IPVA sobre
veículo automotor, não seria possível uma lei tributária equiparar a veículo automotor as bicicletas.
O STF entende que o ISSQN não pode incidir sobre locação de veículo automotor, pois não é
prestação de serviço, e sim locação de bem móvel. Do contrário, haveria desvirtuação dos conceitos de
direito privado.
IV. Integração
O CTN vai além na integração da legislação tributária, trazendo uma hierarquia, destoando da
LINDB.
Segundo o art. 108, na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a
legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
Analogia: é a aplicação de uma norma que regula um fato semelhante a outro fato, pois este
não tem norma que regule esse fato. O art. 108, §1º, veda que haja o emprego da analogia
resultante na exigência de tributo não previsto em lei. É a vedação de analogia extensiva.
Princípios gerais de direito público: são princípios advindos de outros ramos do direito público,
como no direito constitucional, penal, processual, etc. (princípio da moralidade,
indisponibilidade do interesse público, proporcionalidade, contraditório, ampla defesa, etc.).
Percebe-se que a analogia e a equidade seguirão caminhos distintos, pois as limitações são
diferentes.
Isso porque da analogia não poderá resultar a cobrança de tributo não previsto em lei. Por outro
lado, da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento do tributo.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Aula 04. Obrigação tributária. Responsabilidade tributário.
8. Obrigação tributária
Sempre que se diz que alguém tem obrigação no direito privado, significa que a outra pessoa é
credor de alguma coisa desse alguém. A ideia no direito privado segue um pouco dessa lógica, pois o
crédito nasce juntamente com a obrigação.
Isso porque primeiro nasce a obrigação, que se dá pelo fato gerador. E o crédito não nasce com o
fato gerador, e sim com o lançamento tributário.
Ou seja, a obrigação nasce com o fato gerador. E o crédito tributário nasce quando ocorre o
lançamento. Portanto, o lançamento é declaratório da obrigação tributária, mas constitutivo do crédito
tributário.
A obrigação tributária é uma obrigação de natureza pública (ex lege), decorrendo da lei, pouco
importando a vontade do sujeito. Tanto é que se um menino de 2 anos de idade for herdeiro de alguém
com deverá pagar ITCMD.
a) Obrigação principal
A obrigação principal tem sempre um conteúdo patrimonial. Isso quer dizer que o seu objeto é
sempre o pagamento de alguma coisa, seja tributo ou penalidade.
A fonte mediata da obrigação principal é a lei, eis que esta hipótese de incidência está prevista na
lei.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A fonte imediata é o fato gerador, isto é, é aquilo que está escrito na hipótese de incidência.
Perceba que quando dizemos que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato
gerador, o art. 113 vai consagrar que o lançamento tributário é declaratório da obrigação tributária. Mas
em relação ao crédito, ele será constitutivo.
b) Obrigação acessória
O CTN permite que a obrigação acessória tenha como fonte a legislação tributária, não precisando
ser estritamente a lei, compreendendo leis, tratados, decretos, normas complementares, etc.
Caso o sujeito descumpra uma obrigação acessória, haverá incidência de multa, caso em que
deverá pagar esta penalidade, ou seja, haverá uma obrigação principal. Mas nesse caso de
descumprimento de uma obrigação acessória deverá haver uma lei prevendo esta situação, visto que a
obrigação principal decorre da lei, e não da legislação tributária.
Algumas obrigações tributárias acessórias são bem conhecidas, como é a obrigação de emitir nota
fiscal. Declarações fiscais também são obrigatórias, assim como a tolerância de fiscalização das autoridades
fazendárias do Estado.
Ressalte-se que, mesmo nos casos de anistia, isenção, imunidade ou não incidência, em que não
há obrigação tributária principal, é necessário que haja obrigação tributária acessória, até para que o
Estado controle esses benefícios fiscais.
O art. 113, §3º, diz que a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se
em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Então, aqui há um fato gerador de uma
obrigação (penalidade) que vai conceder ao fisco o direito de lançar o crédito tributário contra o infrator,
que é esta multa.
Hipótese de incidência é a abstração legal de um fato, ou seja, é aquela situação descrita na lei cuja
previsão é abstrata, tratando-se, pois, de uma “hipótese” que poderá vir a ocorrer no mundo dos fatos, e
que, uma vez realizada, se concretiza como fato gerador. Está no mundo do “dever ser”.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O art. 114 e 115 do CTN traz uma definição de fato gerador.
Para o CTN, fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência.
Já o art. 115 diz que fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
O art. 116 do CTN diz que se considera o fato gerador ocorrido desde o momento em que se
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias.
É possível que se considere que o fato gerador ocorra desde o momento em que esteja
definitivamente constituída aquela situação, razão pela qual se concentrará segundo o ordenamento
jurídico.
O fato gerador acontece quando o ato é praticado. É uma situação de fato. Ex.: saída da mercadoria
do estabelecimento empresarial vai gerar o ICMS.
Há exemplos de situações de direito. É uma situação em que se considera que houve o fato gerador
é preciso que se faça uma análise jurídica da situação que se evidencia. Roberval Rocha, ao falar do IPTU,
em primeiro lugar é necessário analisar o vínculo jurídico que submete o imóvel àquela pessoa, para saber
se a pessoa é proprietária ou não. Se aquela pessoa tiver um vínculo de detenção ou de locação, não há
lançamento de IPTU ou ITR em face daquela pessoa. Então começa-se a perceber que por vezes não basta a
situação de fato, fazendo uma análise de situação de direito para chegar à conclusão de que ocorreu ou
não o fato gerador.
No fato gerador simples, há fato gerador a partir de um acontecimento único. Ex.: ITBI, pois
quando João adquiriu um imóvel do Antônio ocorreu a incidência do imposto.
Segundo o art. 116, parágrafo único, do CTN, a autoridade administrativa poderá desconsiderar
atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.
Evasão tributária: é uma conduta ilícita, visto que o sujeito está querendo ocultar um fato
gerador que ocorreu. O que ele quer é fazer com que o fato não ocorreu ou que uma situação
foi tributada aquém da forma como deveria ser tributada.
Elusão tributária: é qualquer negócio jurídico que se possa perceber que se encaixa ao art. 116
do CTN, mas que não é negócio simulado e nem seja um negócio lícito. Trata-se de um conceito
residual.
A maioria da doutrina entende que o art. 116, parágrafo único, não se aplica aos casos de elisão
fiscal, mas apenas aos casos de evasão fiscal.
Não se trata, em verdade, de uma norma antielisiva, e sim uma norma antievasiva. A ideia é de que
a evasão é ilícita e a elisiva é lícita.
Negócio jurídico condicional é o negócio jurídico sujeito a uma condição, podendo ela ser
suspensiva ou resolutiva.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A condição suspensiva é aquela que sujeita o negócio a um evento futuro e incerto. O negócio só
passará a produzir efeitos quando a condição se implementa.
A condição resolutivo é aquela em que o negócio deixa de produzir efeitos no momento em que a
condição ocorre.
Portanto, o art. 117 diz que se consideram os negócios jurídicos condicionais perfeitos e acabados
no momento em que:
O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público que tenha a
competência para exigir o cumprimento da obrigação tributária, mas que não se confunde com a
competência para instituir o tributo. Trata-se aqui da capacidade tributária.
O sistema tributário nacional prevê a figura do sujeito ativo que não necessariamente terá a
competência para instituir o tributo.
Não se admite no sistema tributário nacional a figura da solidariedade ativa. Não há pluralidade
de credores tributários, sendo apenas um. Existe, por outro lado, a solidariedade passiva.
Como se sabe, apenas Estados e municípios podem se desmembrar, não cabendo tal situação ao
Distrito Federal ou à União.
O CTN diz em seu art. 120 que a pessoa jurídica de direito público que se constituir em razão do
desmembramento territorial de outra, essa nova pessoa jurídica vai se sub-rogar nos direitos da pessoa
jurídica anterior, passando a ser credora de vários créditos tributários e da relação jurídico-tributário.
A lei a ser aplicada será a da pessoa jurídica que ela se originou até que produza a sua legislação
própria. Essa sub-rogação de direitos envolve tanto a competência quanto a capacidade tributária ativa.
E a pessoa jurídica que se originou poderá cobrar os créditos vincendos e os vencidos, mas que ainda não
foram pagos.
V. Sujeito passivo
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Sendo obrigado a uma obrigação tributária principal é a pessoa obrigada ao pagamento de um
tributo ou de uma penalidade pecuniária.
O CTN, no que toca ao passivo da obrigação tributária principal, irá fazer uma subdivisão:
Contribuinte: é um sujeito passivo direto, havendo uma relação pessoa com a situação
geradora da relação tributária, pois pratica o fato gerador.
Aqui é simples, pois basta verificar o art. 123 do CTN: “Salvo disposições de lei em contrário, as
convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser
opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes”.
Por exemplo, foi celebrado um contrato de locação entre José, locador, e João, locatário. No
contrato de locação, eles preveem que João pagará o IPTU da casa. Esta cláusula é válida, porém não é
oponível ao fisco, pois se João não pagar, a fazenda irá cobrar de José, que é o proprietário do imóvel.
Tanto é que o STJ tem decisão dizendo que o locatário é parte ilegítima para impugnar lançamento
de IPTU, pois ele não é o sujeito passivo, visto não ser ele o contribuinte ou o responsável tributário.
V. Solidariedade
No direito tributário não existe solidariedade ativa, mas somente solidariedade passiva.
Vale lembrar que a solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
a) Efeitos da solidariedade
Se houver o perdão ou remissão em relação a algum dos coobrigados solidários vai beneficiar a
todos. Mas se o perdão for pessoal, não aproveitará a todos.
Ex.: Havia uma dívida tributária solidária entre José, João, Marcelo e Carlos. Carlos é maior de 60
anos, vindo uma lei que vai perdoar a dívida tributária para o idoso. Neste caso, este perdão tem caráter
pessoal. Portanto, com a desoneração de Carlos, a dívida, que seria de 10 mil reais, somente poderá ser
cobrada no montante de 7.500 reais de qualquer um dos três devedores solidários.
Domicílio tributário é o local em que as comunicações, auditorias fiscais serão realizadas, onde
normalmente estão arquivados os livros fiscais, as escritas contábeis da pessoa.
Será importante o domicílio, pois determinará a lei tributária que vai recair.
O domicílio tributário atrai a competência da lei tributária. A competência para aplicação da lei
tributária.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A regra geral é de que o domicílio tributário é de eleição.
Na falta de eleição do domicílio tributário, o art. 127 diz que será considerado como tal:
Pessoas naturais: será seu domicílio tributário a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta
ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
Pessoas jurídicas de direito privado: lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que
derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
Via de regra, o domicílio tributário é por eleição. Se não der por eleição, será aplicado o art. 127 do
CTN. Se este critério não for suficiente será o local da situação dos bens ou onde ocorreu o fato gerador da
obrigação tributária.
Vale lembrar que a autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando for eleito a
fim de impossibilitar ou dificultar a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se a regra de que
será considerado o domicílio tributário o local da situação dos bens ou onde ocorreu o fato gerador da
obrigação tributária.
Segundo o STJ, filial é uma espécie de estabelecimento empresarial, que faz parte do acervo
patrimonial de uma única pessoa jurídica, não ostenta personalidade jurídica própria, e não é pessoa
distinta da sociedade empresária. Dessa forma, o patrimônio da empresa matriz responde pelos débitos
da filial e vice-versa, sendo possível a penhora dos bens de uma por outra no sistema BacenJud."
9. Responsabilidade tributária
I. Introdução
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
II. Tipologia da responsabilidade tributária
A substituição ocorre quando a lei põe, desde logo, um terceiro na qualidade de responsável.
Aquele que seria naturalmente o contribuinte não o será desde antes da ocorrência do fato gerador.
No caso da substituição tributária, quando a obrigação tributária nasce, já nascerá com esse polo
passivo modificado pela lei, integrado por um substituto tributário.
No caso da transferência tributária, a obrigação nasce com o devedor, mas por algum fator
ocorre o deslocamento para outra pessoa dessa responsabilidade. Ex.: quando é incorporada uma pessoa
jurídica por outra, a pessoa jurídica incorporadora passa a ser responsável pelos tributos que outrora era de
responsabilidade da outra pessoa.
a) Substituição tributária
Ou seja, o sujeito passivo originário é substituído por outro, que é vinculado indiretamente ao
substituído. Portanto, é o substituto tributário que é o sujeito passivo indireto, o qual passará a arcar com
este ônus da obrigação tributária.
Segundo o art. 130 do CTN, os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
O parágrafo único traz uma exceção, estabelecendo que, no caso de arrematação em hasta pública,
a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
Basicamente este dispositivo diz que essa obrigação tributária é uma obrigação propter rem.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A pessoa que comprou o imóvel, mas que o último proprietário não tenha feito o pagamento do
IPTU, poderá ter contra si a cobrança do imposto. Veja, a obrigação é propter rem.
Excepcionalmente, se quando ele comprou a certidão registrada era negativa de débito tributária,
não será possível cobrar do adquirente.
Em relação ao leilão judicial, quando o adquirente compra o bem, estará o IPTU embutido no valor
do preço, não havendo falar em pagamento de tributos.
O adquirente ou remitente de bem móvel é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos
bens adquiridos ou remidos.
Em relação aos bens móveis, a lei não confere exceção, motivo pelo qual o sucessor terá de pagar o
valor do tributo.
Ex.: comprou um carro com IPVA atrasado, o novo proprietário deverá pagá-lo.
O art. 131, II, do CTN diz que são pessoalmente responsáveis o sucessor a qualquer título e o
cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta
responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação.
E o espólio é responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão
O que o CTN é o seguinte, há a data da abertura da sucessão e mais à frente, após o processo de
inventário, há a partilha. Sendo um só o herdeiro, há a adjudicação.
Segundo a lei, a abertura da sucessão ocorreu quando o sujeito morreu (autor da herança). Neste
caso, o espólio (universalidade de bens) surge.
Neste caso, o espólio será responsável pelas dívidas tributárias que existiam até a data da sucessão.
Já o herdeiro e o cônjuge são responsáveis pelas dívidas tributárias que existirem até a partilha ou
adjudicação.
Mas em relação as eventuais dívidas que surjam entre a data da abertura da sucessão e a partilha
ou adjudicação?
No caso de fatos geradores, de cuja obrigação tributária surja, o espólio é contribuinte, não sendo
responsável.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Apesar de o inciso III restringir a responsabilidade apenas para os tributos, a jurisprudência entende
que também cabe a vinculação das multas moratórias.
Para o STJ, a expressão créditos tributários englobariam as multas moratórias, sendo responsável
por multas e tributos devidos.
O art. 132 do CTN fala das pessoas jurídicas e da responsabilidade tributária que recai sobre os seus
sucessores em caso de fusão, transformação e incorporação.
A doutrina adiciona a esses casos o caso de cisão como caso de sucessão empresarial.
O STJ tem a Súmula 554 que diz que, na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade dos
sucessores não abrangem apenas os tributos relativos à sociedade, mas também as multas moratórias ou
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão empresarial.
O parágrafo único do art. 132 estende a aplicação da responsabilidade por sucessão aos casos de
extinção da pessoa jurídica de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade for continuada
por um sócio remanescente ou por seu espólio, com a mesma razão social, com a mesma firma, ou não.
Ainda que a pessoa jurídica tenha sido extinta, se o sócio remanescente continua a atividade,
seguirá responsável tributário.
Fundo de comércio é representado pelo ponto, prestígio, clientela, nome comercial, marca, etc.
Estabelecimento comercial é, segundo o art. 1.142 do CC, o complexo de bens organizado para o
exercício da atividade empresária.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Haverá responsabilidade integral quando o alienante do fundo de comércio ou do
estabelecimento cessar a exploração da atividade.
Percebe que são pré-requisitos que essa responsabilização se refira a dívidas tributárias relativas a
alienação. Dívidas tributárias que surgiram depois não há que se falar em responsabilidade.
O art. 133, §1º, do CTN diz que o disposto no caput (essas regras) não será aplicado nas hipóteses
de alienação judicial em processo de falência ou de alienação de filial ou de unidade produtiva isolada
em casos de recuperação judicial.
Atente-se para a exceção! A regra do §1º do art. 133 não será aplicada quando houver
“malandragem”, ou seja, quando o adquirente for:
A lei está dizendo que não será aplicado esse benefício quando houver essa presunção de fraude.
Vale lembrar que, em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou
unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de
créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.
Responsabilidade subsidiária
Responsabilidade pessoal
a) Responsabilidade subsidiária
O art. 134 do CTN vai dizer que nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da
obrigação principal pelo contribuinte, vão responder “solidariamente” (subsidiariamente) nos atos que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
A ideia é de que, se houve abuso de confiança, ou se houve displicência por parte do pai, tutor,
administrador judicial, sócios, etc., fazendo com que o filho, tutelado, espólio, sociedade empresária, etc.
não consiga pagar a obrigação tributária, por conta da falta de zelo por quem deveria zelar, essa pessoa
deverá pagar a obrigação.
Perceba que a mera insolvência não permite a transferência do encargo ao responsável, pois a
norma exige como condição que tenha havido uma omissão ou uma intervenção do próprio responsável no
ato resultante da obrigação. Tem que ter havido uma conduta por parte dele.
O parágrafo único vai restringir essa responsabilidade com relação às penalidades que tenham
caráter exclusivamente moratório, não havendo a punitiva.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
b) Responsabilidade pessoal
Segundo o art. 135 do CTN, são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos:
Percebe-se que a lei fala que se o sujeito agiu com falta de zelo, não observando o que seria
necessário, responderá subsidiariamente.
Por outro lado, se houve excesso de poder, violação da lei, infração ao contrato social ou estatuto,
deverá responder pessoalmente, pois não se admite que seja responsabilizado, por exemplo, um filho por
um ato que não poderia ser feito.
Essa responsabilidade é exclusiva, não respondendo os filhos, tutelados, curatelados, massa falida,
etc., pois houve a infração da lei.
Não basta a insolvência para dizer que houve a infração à lei, é preciso que seja demonstrada a
infração à lei, ou a violação ao estatuto.
Tanto é que a jurisprudência se posiciona de maneira diferente aos casos, como quando ocorre a
dissolução irregular da empresa, em que acarreta a responsabilização pessoal dos sócios gerentes,
permitindo que haja o redirecionamento da execução fiscal.
Neste caso, a responsabilidade do sócio-gerente não vai se limitar à proporção no capital societário,
pois ele infringiu a lei, tendo responsabilidade pessoal.
O STF já decidiu que a simples condição de sócio não é suficiente para a sua responsabilização
tributária. O STF ressalta que somente será responsabilizado aquele que exerce gerência ou administração,
ou que seja responsável pela pessoa jurídica.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
E isto somente o responsabiliza quando pratica ato com excesso de poder ou com infração à lei,
contrato social ou aos estatutos.
O STJ tem a Súmula 430 que diz que o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não
gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
Por outro lado, o STJ diz, na Súmula 435, que se presume dissolvida irregularmente a empresa que
deixa de funcionar em seu domicílio fiscal sem comunicar os órgãos competentes a respeito dessa mudança
de domicílio, o que legitima o redirecionamento da execução fiscal ao sócio-gerente, já que há a inversão
do ônus da prova.
O STJ já decidiu em sede de recurso repetitivo, o RESP 1.104.900, que se a execução foi ajuizada
apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome dos sócios já constavam da certidão de dívida ativa, cabe ao
sócio provar que não houve a prática de atos com excesso de poder ou com infração à lei, contrato social
ou estatutos.
Se o nome dos sócios já está na certidão de dívida ativa (CDA), se ele for executado, haverá a
inversão do ônus, pois o sócio-gerente deverá comprovar que não houver atuação com excesso de poder
ou com infração à lei, contrato social ou estatutos. Do contrário, quem terá de provar será o fisco.
I. Conceito
Pelo CTN, quem constitui o crédito tributário é a autoridade administrativa. E mais, o lançamento
tem caráter constitutivo no que toca ao crédito tributário.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Além disso, determina a matéria tributável. Ex.: João auferiu 50 mil reais. A determinação da
matéria tributável poderá ser diferente, por conta de uma isenção, por exemplo. Após, é feito o cálculo
dessa matéria. Em seguida, haverá a identificação do sujeito passivo. E se for o caso de averiguar que houve
uma ilegalidade, a autoridade administrativa deverá aplicar a penalidade cabível.
O parágrafo único do art. 142 do CTN diz que a atividade administrativa de lançamento é vinculada
e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Segundo Paulo de Barros, a natureza jurídica do lançamento é de ato jurídico administrativo, e não
procedimento administrativo, como diz o CTN, pois resultaria o ato de um procedimento administrativo
anterior. Este é o posicionamento da doutrina majoritária.
Muitas vezes a base de cálculo do tributo é expressa em moeda estrangeira. Ex.: importação de
mercadorias.
Segundo o art. 143, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso
em moeda estrangeira, no momento do lançamento será feita a conversão em moeda nacional,
considerando o câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
Ex.: o dólar custava R$ 3,00 no dia da obrigação tributária. Hoje, está R$ 4,00. A conversão será com
base no câmbio do dia do fato gerador (R$ 3,00).
Como se sabe, será aplicada a lei que vigia na data de ocorrência do fato gerador.
Segundo o art. 144, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Portanto, ainda que esta
lei seja modificada ou revogada, deverá aplicar a lei da data do fato gerador. Há uma ultratividade da lei
tributária.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
IV. Regras procedimentais
A regra procedimental, no entanto, será aplicada aquela que estiver em vigor. Trata-se de
execução imediata.
O §1º do art. 144 diz que o lançamento será regido pela legislação inovadora superveniente à data
do fato gerador, no tocante as seguintes hipóteses, ou seja, será aplicada a lei nova para a apuração do
fato gerador (norma procedimental):
Ex.: João praticou um fato gerador no dia 10 de janeiro. A lei da época dizia que se o João tivesse
100 mil reais na base de cálculo, iria pagar 20 mil reais de imposto. Posteriormente, uma nova lei veio
posteriormente dizendo que deveria pagar 25 mil reais. Esta lei não irá se aplicar ao fato gerador. Todavia,
as normas procedimentais poderão ser aplicadas, como é o caso em que passa a existir um convênio entre
o banco e o fisco, que à época não existia. Esta norma procedimental poderá ser aplicada.
Isso porque, quando o João praticou o fato gerador, ele devia 20 mil reais para o Estado. Com as
novas regulamentações procedimentais, João continua devendo 20 mil reais ao Estado. Não há violação ao
princípio da não surpresa, o que há é dificuldade na fraude e inadimplência.
Segundo o §2º do art. 144, o disposto neste artigo, que é a aplicação da lei do dia do fato gerador,
não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe
expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
Na verdade, o dispositivo é inócuo no sentido de que se a lei diz que o fato gerador ocorrerá todo o
dia 1º de janeiro, como ocorre com o IPTU, ele não é um imposto lançado por certo período de tempo.
João não era proprietário daquela área, mas comprou a área no dia 31/12. No dia 1º de janeiro
deverá pagar o IPTU. Se ele vender o imóvel no dia 03/01 e já tiver pago, não haverá problemas, pois ele
deveria ter de pagar.
Essas datas certas normalmente ocorre com o IPTU, ITR e IPVA, sendo que o Estado estipula uma
data em que se considera realizado o fato gerador.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
No caso de imposto de renda, a situação é diversa. Isso porque a doutrina entende que o art. 144,
§2º, seria inaplicável. O IR seria um imposto complexivo, por certo período de tempo. Há um ciclo de
formação do IR que se completa dentro do período de 1 ano. Logo, a lei de regência deverá observar todos
os fatos efetivamente ocorrido dentro desse período de 1 ano.
A Súmula 584 do STF é entendida como não aplicável. Inclusive há decisão do STJ nesse sentido. O
STJ entende que o fato gerador do imposto de renda identifica-se com a disponibilidade econômica ou
jurídica do rendimento. Não se aplicaria a súmula, pois ela é anterior à CF.
A Súmula 584 diz que, ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se
a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. Esta súmula entende que se
aplica, no IR, a lei da data em que se apresenta a declaração (no caso em abril). Há uma violação ao
princípio da anterioridade.
No tocante ao IR, não há uma data certa, pois é a lei que está em vigor no momento em que se
aufere renda é que vai dizer o quanto deverá pagar de imposto de renda. Não é possível aplicar a lei
vigente na data da declaração, pois viola o princípio da não surpresa, anterioridade e segurança jurídica.
Para isso, é necessário entender a Súmula 227 do TFR, a qual estabelece que a mudança de critérios
jurídicos adotado pelo fisco não autoriza a revisão do lançamento.
Esta súmula diz que esta alteração da interpretação e do critério jurídico não poderá retroagir.
Segundo o STJ, a revisão do lançamento tributário por erro de fato (e não por erro jurídico)
reclama (exige) o desconhecimento de sua existência, ou a impossibilidade de sua comprovação à época
de constituição do crédito tributário. Ao revés, nas hipóteses de erro de direito (erro jurídico), o ato
administrativo de lançamento tributário é imodificável, em razão da aplicação do princípio da confiança.
Portanto, se a administração chegar à conclusão de que dava interpretação errada ao fato, não
poderá esta interpretação retroagir para alcançar um lançamento já efetuado.
Lançamento por declaração: o contribuinte presta uma declaração e, com base nesta
declaração, a administração faz umas contas, constitui o crédito tributário e manda ele pagar.
Lançamento por homologação: o contribuinte faz as declarações, calcula quanto deverá pagar
de tributo e, em seguida, recolhe o tributo. Após, a administração confere se está tudo certo.
Caso esteja tudo certo, haverá a homologação, podendo ser expressa ou tácita.
a) Lançamento de ofício
Ex.: IPVA e IPTU. O governo manda para a casa dos contribuintes o carnê para pagamento dos
tributos.
As hipóteses de lançamento de ofício são previstas de forma taxativas no CTN e também são
válidas para revisão de um lançamento por declaração ou lançamento por homologação. Na verdade, se
houver erro, omissão ou fraude nas outras modalidades de lançamento, poderá haver lançamento de ofício
feito pela administração.
Arbitramento
Auto de infração
→ Arbitramento
Na hipótese em que não é possível aferir dados necessários para completar os lançamentos
tributários, a administração completa o que está faltando. Isso é possível quando há uma incorreção no
lançamento, quando há uma omissão ou quando há uma fraude, que tem por objetivo impedir, ocultar ou
diminuir o pagamento do tributo devido ao fisco.
Atente-se que o arbitramento não tem caráter punitivo. Não é uma sanção contra o sujeito
passivo. Por vezes, há necessidade de arbitramento, que é um lançamento de ofício, em situações em que
não houve qualquer ilegalidade, em que não há punição.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ex.: sujeito passivo perdeu a sua documentação fiscal, pois seu estabelecimento pegou fogo. Neste
caso, para ele recolher o tributo, a administração deverá arbitrar o valor da base de cálculo. Isso porque
não dá para saber exatamente o valor da base de cálculo.
Também é possível o lançamento por arbitramento, quando o sujeito passivo tenta burlar a
fiscalização. Ex.: sujeito recolheu o tributo do imóvel, alegando que ele vendeu por 200 mil, quando na
verdade vendeu por 500 mil. Se recolheu sobre 200 mil, faltará 300 mil para aumentar a base de cálculo do
imposto a recolher.
→ Auto de infração
O auto de infração é o ato de aplicação de uma penalidade pelo descumprimento de uma obrigação
tributária, seja ela principal seja ela acessória.
O lançamento por declaração também é conhecido como lançamento misto, visto que o sujeito
passivo faz uma parte e a administração faz outra.
Vale ressaltar que essas declarações feitas hoje, como as do imposto de renda, do imposto sobre
serviços, declaração de débitos e créditos de tributos federais, etc., não são procedimentos de lançamento
por declaração, e sim lançamentos por homologação. O sujeito passivo faz uma declaração, calcula e
recolhe o imposto para somente depois a administração homologar ou não.
Segundo o art. 147 do CTN, o lançamento por declaração é o lançamento efetuado com base na
declaração do sujeito passivo ou de terceiros, que presta à autoridade administrativa informações sobre
matéria de fato, as quais são indispensáveis à efetivação daquele lançamento.
O §1º do art. 147 diz que a retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando
vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde a
declaração, e antes de notificado o lançamento.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Em outras palavras, a retificação da declaração só é possível, se for para reduzir ou excluir tributo,
antes que a administração faça o lançamento. Após o lançamento, não é mais possível fazer essa
retificação, ainda que se possa discutir em processo administrativo ou até mesmo judicialmente. Mas como
retificação da declaração já não mais será possível.
Percebe-se que mudou a figura. Em primeiro lugar, o sujeito passivo, quando faz a declaração, terá
até o lançamento para corrigir/retificar. Por outro lado, se a administração percebeu um erro, ela é
obrigada a retificar!
Se o sujeito pagou a maior, então deverá haver restituição de ofício do valor recolhido em
excesso, visto se tratar de uma obrigação da administração.
Em relação aos tributos em que a legislação atribuiu ao sujeito passivo a obrigação de antecipar o
pagamento sem um prévio exame da autoridade administrativa, haverá um lançamento por
homologação.
A autoridade toma conhecimento da atividade, que foi exercida pelo obrigado, que recolheu o
tributo devido, e posteriormente haverá a homologação desse recolhimento, que será o lançamento por
homologação.
Essa modalidade é a mais observada no Brasil para IPI, IR, PIS, COFINS, ICMS, ISS, etc.
O pagamento antecipado pelo obrigado que promove o lançamento por homologação extingue o
crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo
sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. No entanto, esses atos,
segundo o §3º, serão considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na
imposição de penalidade, ou sua graduação.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 150, §4º, do CTN, se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de 5 anos, a
contar da ocorrência do fato gerador. Se este prazo expirar, sem o pronunciamento da Fazenda Pública,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se for comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Veja, o CTN está dizendo que o lançamento por homologação gerará o prazo de 5 anos para que a
administração confira e homologue expressamente, salvo se uma lei prever de forma contrária. Passados
esses 5 anos, presume-se que houve a homologação tácita, capaz de gerar a extinção do crédito tributário.
Se houver fraude, dolo ou simulação, então o crédito tributário não estará extinto!
Segundo esta Súmula 436, a entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito
fiscal, constitui o crédito tributário, ficando dispensada qualquer outra providencia por parte do fisco.
Se o sujeito presta declaração ao fisco, dizendo que, com base em seu cálculo, o tributo a pagar é
de 50 mil reais, o crédito está constituído. O fisco não vai lançar mais nada, podendo até cobrar, caso o
sujeito passivo não recolha o valor do imposto.
O art. 145 do CTN diz que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser
alterado:
Basicamente, o lançamento foi feito. Após, foi notificado o sujeito passivo, com o fisco dizendo que
o sujeito deve 50 mil reais. Esse lançamento só poderá ser alterado se o sujeito passivo impugná-lo, ou
também poderá ser alterado se, havendo uma impugnação, a decisão for contrária à administração, pois se
trata de recurso de ofício, ou ainda somente poderá ser alterado se houver uma iniciativa de ofício da
autoridade administrativa, nos casos do art. 149 do CTN, já que ela se submete ao princípio da legalidade e
não pode e nem deve infringi-lo, ainda que seja melhor para o fisco.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Vale lembrar que recurso de ofício não é recurso. Isso porque recurso exige voluntariedade. Trata-
se, em verdade, de uma remessa necessária. Existe recurso de ofício quando as decisões administrativas
forem desfavoráveis à administração pública.
Segundo o art. 149, são hipóteses de iniciativa de ofício da administração os seguintes casos:
Percebe-se que, na verdade, o sujeito passivo fez o que não deveria ter feito. Todos esses casos
demandam alteração do lançamento tributário anteriormente realizado.
I. Conceito
O crédito tributário, segundo a doutrina, é um vínculo jurídico de natureza obrigacional, por força
do qual o Estado pode exigir do particular o pagamento de um tributo ou o pagamento de uma
penalidade pecuniária, objeto dessa relação obrigacional.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo a teoria monista, o crédito tributário nasce ao mesmo tempo em que nasce a obrigação.
Praticado o fato gerador, nasce o crédito tributário.
A teoria dualista, por sua vez, diz que a obrigação tributária nasce em um momento anterior ao
nascimento do crédito tributário. A obrigação tributária nasce com o fato gerador, mas o crédito tributário
nascerá depois, com o lançamento tributário.
III. Autonomia
Perceba que o CTN estabelece uma autonomia do crédito tributário em relação à respectiva
obrigação tributária: uma é a obrigação tributária e outra é o crédito tributário.
Para perceber essa autonomia, é necessário verificar o art. 140 do CTN, o qual estabelece que as
circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os
privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe
deu origem.
Basicamente, aconteça o que acontecer o crédito tributário, não afeta a obrigação tributária.
2ªC: Diz que o crédito tributário é constituído definitivamente ao final do prazo para que o
contribuinte possa impugnar o lançamento pelo qual foi notificado, ou, se houver essa impugnação, o
crédito é definitivamente constituído ao final do contencioso administrativo (processo administrativo).
Esta segunda corrente é a que prevalece.
Segundo o STJ, está firmado o entendimento de que a constituição definitiva do crédito tributário,
quando impugnado na via administrativa, ocorre com a notificação do contribuinte com o resultado final
do seu recurso, e somente a partir daí começa a fluir o prazo prescricional de 5 anos da cobrança do
referido crédito. Ou seja, o STJ também já adotou a corrente, a qual exige o final do processo
administrativo para considerar constituído definitivamente o crédito tributário.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Em relação ao STJ, prevalece o entendimento, também adotado no STF, em que se deve destacar 3
fases distintas:
Com a obrigação que nasce com o fato gerador, a Fazenda Pública tem o prazo de 5 anos para
constituir o crédito tributário. Esse prazo para constituição é decadencial, e se findará com a
notificação do lançamento do crédito tributário.
Após o lançamento, inicia-se um hiato, em que não há decadência ou prescrição até que se
confirme o crédito tributário pelo decurso do prazo de 30 dias sem impugnação ou pela decisão
do recurso administrativo, ou ainda pela revisão de ofício pela administração. Confirmado o
crédito tributário, inicia-se a 3ª fase.
Com a confirmação do crédito tributário, inicia-se o prazo de 5 anos para que possa ser
promovida a cobrança do crédito tributário pela Fazenda Pública. Este prazo é prescricional!
Veja, há 3 fases entre o nascimento da obrigação tributária até a extinção do crédito tributário:
1ª Fase: Da obrigação até o lançamento que constitui o crédito tributário (5 anos decadencial);
2ª Fase: Constituição sujeita a impugnação até a constituição definitiva do crédito tributário;
3ª Fase: Definitividade do crédito tributário até efetiva cobrança do crédito pelo Fazenda (5
anos prescricional).
V. Exigibilidade
Nascida a obrigação tributária, não poderá imediatamente o fisco exigir o tributo. Isso porque só é
possível essa exigência após o lançamento do crédito tributário que constitui o crédito tributário que se
torna exigível.
Esse crédito tributário somente se torna exigível após o decurso do prazo para pagamento do
tributo lançado. Ou seja, apenas se não houve o pagamento é que ele se torna exigível.
E para se tornar exequível (para executar), é preciso que haja a inscrição em dívida ativa.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Com a constituição do crédito tributário, mesmo que definitiva, há a existência do crédito
tributário, mas este ainda não é exigível. Isso porque, por exemplo, se a pessoa tiver 30 dias para pagar,
somente ocorrerá a exigibilidade após o decurso desse prazo.
Ou seja, no dia 15, por exemplo, haverá um crédito tributário definitivamente constituído, mas não
exigível. A partir do dia 30, haverá uma crédito tributário existente definitivamente e exigível, pois já
venceu a dívida.
Para o direito tributário, é necessário que haja a executibilidade. Ou seja, o crédito tributário
deverá ser executável também, não bastando que ele exista e seja exigível. É necessário, portanto, que o
crédito seja inscrito em dívida ativa.
Segundo o STJ, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede o fisco de
praticar qualquer ato contra o contribuinte, visando a cobrança do crédito tributário, não podendo
inscrever em dívida ativa, executar, penhorar, já que a exigibilidade está suspensa. Todavia, isso não
impede a Fazenda Pública de proceder a regular constituição do crédito tributário, a fim de evitar a
decadência do direito de lançar.
Arrolamento fiscal se dá quando o contribuinte estiver devendo mais que R$ 2 milhões em tributos
e este montante da dívida superar 30% do seu patrimônio. Neste caso, o Fisco poderá fazer o arrolamento
dos bens e direitos que pertencem a esse sujeito passivo, conforme o art. 64 da Lei nº 9.532/97.
O arrolamento fiscal é como se fosse um inventário, ou seja, uma descrição dos bens do
contribuinte feita pelo Fisco com o objetivo de monitorar o patrimônio do devedor e, assim, evitar que ele
se desfaça dos bens que poderão servir para o pagamento da dívida.
Trata-se de uma medida acautelatória que visa assegurar a realização do crédito fiscal, impedindo
que o contribuinte/devedor venda, onere ou transfira, a qualquer título, os bens e direitos arrolados, sem
que o Fisco seja notificado.
Poderá abranger, inclusive, o bem de família, pois o arrolamento não configura constrição ao
direito de posse ou de propriedade e não ofende a garantia de impenhorabilidade legal.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Mesmo tendo sido feito o arrolamento fiscal, o sujeito passivo poderá alienar seus bens. Em
outras palavras, os bens arrolados, por não se vincularem à satisfação do crédito tributário, podem ser
transferidos, alienados ou onerados, independentemente da concordância da autoridade fazendária. A lei
exige, no entanto, uma providência: que essa alienação seja comunicada ao Fisco.
Segundo já decidiu o STJ, a Lei 9.532/97 não exige que a notificação ao órgão fazendário seja
prévia à alienação, mas simplesmente que exista a comunicação. Assim, a alienação de bens que foram
objeto de arrolamento fiscal não depende de prévia notificação ao órgão fazendário, podendo ocorrer
após a alienação do bem (Inf. 594).
Competência: a medida cautelar fiscal será requerida ao Juiz competente para a execução
judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública. Em outras palavras, será competente o mesmo
juízo da execução. Se a execução judicial já estiver no Tribunal, será competente o Relator do
recurso.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Garantia: a medida cautelar fiscal decretada poderá ser substituída, a qualquer tempo, pela
prestação de garantia correspondente ao valor da prestação da Fazenda Pública. A Fazenda
Pública será ouvida necessariamente sobre o pedido de substituição, no prazo de 5 dias,
presumindo-se da omissão a sua aquiescência.
Medida cautelar fiscal preparatória de execução: quando a medida cautelar fiscal for
concedida em procedimento preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a execução judicial
da Dívida Ativa no prazo de 60 dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível
na esfera administrativa.
Indeferimento e independência em relação à execução fiscal: se o juiz indeferir a medida
cautelar fiscal, isso não impede que a Fazenda Pública ajuíze execução judicial, salvo se o
magistrado, no procedimento cautelar fiscal, acolher alegação de pagamento, de compensação,
de transação, de remissão, de prescrição ou decadência, de conversão do depósito em renda,
ou qualquer outra modalidade de extinção da pretensão deduzida.
Coisa julgada: a sentença proferida na medida cautelar fiscal, em regra, não faz coisa julgada
relativamente à execução judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, salvo se o juiz acolher
alegação de pagamento, de compensação, de transação, de remissão, de prescrição ou
decadência, de conversão do depósito em renda, ou qualquer outra modalidade de extinção da
pretensão deduzida.
Recurso: da sentença que decretar a medida cautelar fiscal caberá apelação, sem efeito
suspensivo, salvo se o requerido oferecer garantia.
Introdução
Essa suspensão do crédito tributário poderá ocorrer antes mesmo do lançamento, tanto é que a
suspensão da exigibilidade se divide em suspensão prévia e suspensão posterior.
Quando há suspensão prévia, o fisco não está impedido de lançar o crédito tributário, mas apenas
de cobrar.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O art. 151 do CTN traz as modalidades de suspensão do crédito tributário (suspende a
exigibilidade):
Moratória
Parcelamento
Depósito do montante integral
Reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
Concessão de medida liminar em mandado de segurança
Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
Perceba que o sujeito passivo com dívidas tributárias, com cujas exigibilidades estejam suspensas,
não pode ser punido.
Tanto é que o sujeito passivo cujo crédito tributário está com a exigibilidade suspensa tem direito a
uma certidão positiva com efeitos de negativa.
a) Moratória
Moratória é a dilação do prazo para quitação de uma dívida, sendo concedida pelo credor em
benefício do devedor, a fim de que este possa cumprir a obrigação num período posterior àquele que
originariamente venceria a obrigação.
→ Reserva de lei
O art. 97 diz que somente a lei poderá estabelecer as hipóteses de exclusão, suspensão e de
extinção dos créditos tributários, ou a dispensa ou a redução de penalidades.
→ Classificação da moratória
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 152 do CTN, a moratória poderá ser:
Moratória geral:
É aquela concedida pela pessoa jurídica que tem competência para instituir o tributo.
O CTN admite que a União, quanto aos tributos de competência do DF, Estados e Municípios,
conceda moratória, quando simultaneamente conceder moratória de tributos de competência
federal, e as obrigações de direito privado, que beneficiem a administração federal.
Veja, é possível isenção heterônoma.
Moratória individual:
Nesse caso, há uma moratória por despacho da autoridade administrativa, que está autorizada,
por lei, a verificar que a pessoa jurídica que requer a moratória cumpre as condições
estabelecidas pela legislação.
A moratória individual leva em consideração aspectos particulares que vão ser analisados no
tocante ao sujeito passivo que requeira aquela moratória.
Na moratória individual, é possível anular, posteriormente, a sua concessão, caso fique
verificado que o beneficiado pela moratória não satisfaz e nem satisfez as condições para a
moratória, ou mesmo deixou de cumprir as condições, sendo possível cancelar a moratória. Há
anulação da moratória e a cobrança do crédito com juros de mora e imposição de penalidades,
caso o sujeito tenha agido com dolo, fraude ou simulação. Do contrário, somente será cabível
os juros de mora.
A moratória poderá ser restrita a uma determinada região, determinada classe de trabalhadores,
determinada categoria de sujeitos passivos, etc.
→ Requisitos da moratória
Existem requisitos mínimos que devem ser previstos na lei concessiva da moratória, conforme art.
153 do CTN:
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A ideia é submeter ao princípio da legalidade estrita a moratória, de forma a diminuir a margem de
atuação do administrador, conferindo maior segurança jurídica.
O art. 154 do CTN diz que se a lei não dispuser de forma diferente, só os créditos definitivamente
constituído ou os créditos lançados por notificação regular, que assim estiverem na data da lei ou do
despacho concessor, só eles serão atingidos pela moratória.
Destaque o parágrafo único do art. 154, pois proíbe-se a concessão da moratória aos casos de
dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício do sujeito passivo.
Não se confunde com a consignação em pagamento, pois é causa extintiva do crédito tributário.
Quem consigna quer pagar, mas quem deposita quer discutir.
Segundo o STJ, fiança bancária não é equiparada a depósito do montante integral do débito para
fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. É necessário fazer o depósito.
Esse depósito, em regra, é judicial, podendo ser prévio ou posterior, eis que suspende a
exigibilidade do crédito tributário já constituído.
Ao final do processo, o juiz vai julgar a causa, estabelecendo quem foi o vencedor. Caso o vencedor
seja o fisco, haverá a conversão do depósito em renda e estará extinto o crédito tributário. Caso seja o
contribuinte o vencedor, poderá levantar o depósito judicial.
Se a ação for extinta sem apreciação do mérito, haverá a conversão do depósito em renda. Isso
porque somente será extinta sem o julgamento do mérito se o autor tiver dado causa a esta extinção. Do
contrário, não haverá extinção sem resolução do mérito.
A Súmula Vinculante 28 ainda afirma que é inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade da ação judicial, na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito
tributário.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Mesmo que não faça ao depósito, poderá propor ação sem que o crédito esteja suspenso. Inclusive,
se concedida uma tutela de urgência ou liminar, poderá ter suspensa a exigibilidade do crédito, ainda que
não haja depósito.
Segundo a Súmula 373 do STJ, é ilegítima a exigência de depósito prévio para a admissibilidade de
recurso administrativo. Segue a linha da SV 21.
Tais instrumentos se discute a própria exigibilidade do próprio crédito tributário, ou seja, discute-
se o lançamento do crédito.
Enquanto não terminado o provimento final do processo administrativo, o sujeito passivo, em razão
da suspensão do crédito tributário, tem direito à certidão positiva com efeitos de negativa, visto que o fisco
não poderá cobrar esse valor.
d) Parcelamento
Segundo o art. 155-A, o parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei
específica.
O §1o diz que, salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui
a incidência de juros e multas.
Já o §2o diz que se aplicam, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à
moratória.
Segundo o §3º, lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários
do devedor em recuperação judicial. O devedor que está em recuperação judicial terá direito a um
parcelamento especial.
O §4º estabelece que, não havendo a lei específica para o devedor em recuperação judicial, serão
aplicada as leis gerais de parcelamento do ente da Federação daquele devedor em recuperação judicial,
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
caso em que o prazo de parcelamento não poderá ser inferior ao prazo concedido pela lei federal
específica sobre o tema.
A lei diz que se for concedida uma liminar suspendendo a exigibilidade ou tutela de urgência para
suspender a exigibilidade do crédito, então assim deverá se proceder.
A concessão da liminar também poderá ser concedida via mandado de segurança, a fim de
suspender a exigibilidade do crédito tributário.
As modalidades de extinção do crédito tributário, segundo o art. 156 do CTN, poderão ser
subdivididas em:
Existem outras formas que a doutrina vê como formas de extinção do crédito tributário.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
a) Pagamento
Ex.: Se se está pagando o imposto de outubro, não se presume que foi pago o de setembro.
→ Local e tempo
O tempo do pagamento se dá pela legislação tributário, dispensando que se dê pela lei. Sendo a
legislação omissa, poderá ser pago o crédito tributário até 30 dias após a notificação do lançamento.
Então, há 30 dias para que o crédito que existe tornar-se exigível. Se houver inscrição em dívida
ativa, tornar-se-á executável.
→ Mora
A multa moratória poderá incidir, desde que haja previsão neste sentido. Neste caso, haverá a
multa de mora e os juros de mora, sendo que estes somente servem para garantir o valor em si.
Caso o sujeito passivo tenha feito uma consulta, de forma tempestiva, isto é dentro do prazo legal,
e a administração não decidiu ainda a sua consulta, ele não estará em mora, não se aplicando as
penalidades cabíveis.
→ Meios de pagamento
→ Imputação de pagamento
Imputar o pagamento significa dizer qual das dívidas que será considerada que o devedor pagou.
O sujeito passivo deve a um mesmo sujeito ativo mais de um débito vencido, podendo o fisco
determinar a imputação do crédito, mas isto ocorrerá conforme a ordem estabelecida em lei (art. 163).
O art. 150 do CTN diz que o lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja
legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim
exercida pelo obrigado, expressamente a homologa, extinguindo o crédito tributário.
c) Decadência
Com a ocorrência do fato gerador, surge para o fisco o direito de lançar a obrigação e constituir o
crédito tributário. Esse direito deve ser exercido dentro de um prazo, pois, do contrário, se extinguirá. Este
é o prazo decadencial.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Como tem a regra, há exceções, sendo a primeira delas:
Da data que se torna definitiva a decisão anulatória por vício formal do lançamento
anteriormente efetuado.
Foi feito o lançamento, mas este foi anulado. Com a data da decisão que o anulou inicia o prazo
decadencial.
Essa decisão anulatória poderá ser judicial ou administrativa.
A anulação do lançamento poderá ocorrer nos casos de incompetência, vício da CDA, por falta
do nome do contribuinte, etc.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
d) Prescrição
Esse prazo prescricional poderá ser interrompido, havendo 4 hipóteses para tanto (art. 174):
Protesto judicial
É qualquer medida cautelar que indique que o credor não está inerte.
Qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor
Há aqui uma confissão de dívida, como cartas, petições, solicitações de parcelamento de
débitos fiscais, demonstrando que há uma dívida reconhecida pelo devedor. Observe que a
concessão do parcelamento do crédito tributário não interrompe o prazo prescricional, eis que
esta interrupção se dá com o pedido de parcelamento.
Nas 3 primeiras hipóteses existe uma conduta do credor, mas na última é praticada pelo devedor.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O único caso de suspensão do prazo prescricional é em relação à anulação da moratória em caso de
dolo ou simulação do beneficiário. Este é o único caso previsto no CTN.
O CTN é norma materialmente complementar, por isso regula o tema. No entanto, lei ordinária não
pode, pois seria vício formal de inconstitucionalidade.
Essa previsão da LEF será aplicada na execução fiscal também, conforme se entende no âmbito
jurisprudencial.
→ Prescrição intercorrente
Não se pode exigir da Fazenda Pública uma conduta quando, em verdade, a Fazenda Pública não
pode ter conduta alguma, já que o crédito tributário tem a sua exigibilidade suspensa durante o processo
administrativo.
Portanto, não encontrado os bens do devedor, ou não encontrado o devedor, será suspenso o
processo de execução fiscal por 1 ano. Após este prazo sem qualquer medida, o juiz determina o
arquivamento dos autos.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A partir do arquivamento, surge o início do prazo prescricional intercorrente, e se não houver
nenhuma medida nos próximos 5 anos, o processo será extinto pela prescrição.
O art. 40, §4º, da LEF diz que, se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido prazo
prescricional (5 anos), o juiz, após ouvir a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.
e) Compensação
O art. 170 do CTN diz que a lei pode autorizar a compensação de créditos tributários com créditos
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Se o crédito for
vincendo, o parágrafo único diz que a lei vai determinar a apuração de seu montante, não podendo
cominar por uma redução superior ao correspondente ao juros de 1% ao mês.
O crédito do sujeito passivo em face da fazenda pública pode ser um crédito vincendo, desde
que haja a redução de juros de 1% ao mês.
A norma da compensação não é autoaplicável, necessitando de lei autorizativa, a fim de
definir os casos em que a compensação será aplicada.
Precatórios judiciais
Portanto, no momento em que o precatório será expedido, será abatido do valor que o sujeito tem
para receber da Fazenda Pública, o valor que ela deverá receber do sujeito passivo.
O STJ na Súmula 461 diz que o contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por
compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.
Portanto, se o contribuinte pagou o que não devia em matéria tributária, ele poderá optar por receber este
valor a título de compensação ou por precatório.
Vedação à compensação
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O art. 170-A do CTN traz vedação à compensação, dizendo que é necessário aguardar que a decisão
judicial transite em julgado para autorização de compensação.
Esse dispositivo veda a compensação mediante o aproveitamento de tributos que estão sendo
contestado em juízo pelo sujeito passivo. Então, se o sujeito passivo está questionando em juízo a
legitimidade para cobrança daquele tributo, não poderá utilizá-los para a compensação de outros tributos.
O STJ, através da Súmula 212, diz que a compensação de créditos tributários não pode ser
deferida em ação cautelar ou em medida liminar cautelar ou antecipatória.
f) Transação
Transação se justifica para prevenir ou encerrar um litígio, por conta de concessões recíprocas,
recaindo sobre direitos patrimoniais.
O CTN apenas prevê a transação terminativa, e não a preventiva, ou seja, não se transaciona para
prever litígios. Ou seja, somente se admite a transação para encerrar litígios.
O art. 171 do CTN diz que a lei pode facultar aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária
celebrar transação que importe em determinação de litígio e consequente extinção do crédito tributário.
Quando diz “determinação”, o professor Roberval Rocha afirma que seria “terminação”.
Na prática, essas leis de transação que surgem, trazem um abatimento do crédito tributário,
condicionando a sua eficácia à desistência de processos judiciais.
g) Remissão
→ Limites à remissão
Remissão Constitucional:
Perceba-se que no art. 150, §6º, da CF diz que, qualquer remissão, relativa a impostos, taxas ou
contribuições, somente poderá ser concedida por lei específica, ou seja, lei que regulamente
exclusivamente a matéria da remissão ou que regule a matéria do tributo que será objeto de
remissão.
A primeira limitação, que é de cunho constitucional, é no sentido de que somente pode ser
concedida por lei específica.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Remissão da Lei de Responsabilidade Fiscal:
Ela impõe ao ente tributante uma série de medidas restritivas de caráter orçamentário e
financeiro para que seja possível conceder a remissão.
A ideia é de que a renúncia de receita se justifique e encontre amparo nos limites do
orçamento.
Ex.: Se será gasto 100 e tem para receber 110, é possível perdoar 10. Não há como perdoar 20,
pois será gasto 100.
A lei permite que haja remissão de débitos cujo montante seja inferior ao custo da respectiva
cobrança. Ex.: o débito é de R$ 1.000,00, mas para fazer a cobrança será gasto mais do que esse
valor, motivo pelo qual será remitido o débito tributário.
É necessário analisar o art. 172 do CTN, que traz as hipóteses de remissão da dívida tributária.
Segundo este dispositivo, a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por
despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
É possível se falar em remissão num caso de calamidade, por exemplo, não havendo a menor
condição de cobrar a dívida.
Essa remissão concedida poderá ser anulada, caso fique evidenciada que o beneficiário não
satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, ou não cumpriu ou deixou de cumprir os requisitos para a
remissão.
Neste caso, será cobrado o valor perdoado, acrescido de juros de mora. Se o sujeito agiu com dolo
ou simulação, além dos acréscimos, haverá a aplicação de uma penalidade, já que o sujeito agiu com dolo
ou simulação.
Se ele não agiu nessas condições, mas apenas deixou de cumprir os requisitos, poderá cobrar o
crédito e os juros de mora, mas não caberá penalidade, visto que não houve dolo ou simulação.
Para ocorrer a dação em pagamento em bens imóveis, exige-se que haja autorização legal.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
i) Conversão de depósito em renda
Se o sujeito se vale de um depósito integral, irá questionar em juízo a cobrança feita pela fazenda
pública. Esse depósito é causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário.
O sujeito passivo, ao final do processo, poderá vir a perder. Se ele sucumbe, o crédito tributário vai
ser extinto em razão da conversão do depósito em renda. Isso ocorre após o trânsito em julgado da decisão
que se mostrou favorável ao fisco. Então, é aí que se entende que a conversão do depósito em renda é
causa extintiva do crédito tributário.
j) Consignação em pagamento
Quem consigna quer pagar, mas quem deposita quer discutir o débito tributário, a exigência e a
correção desse débito.
A consignação judicial é um tipo de depósito efetuado por quem quer pagar o tributo.
Segundo o art. 164 do CTN, a importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, mas poderá ser consignada nos seguintes casos:
Exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.
O § 1º diz que a consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.
Não é depósito em montante integral. Quem consigna quer pagar.
Aqui há a coisa julgada administrativa, mas que não impede o sujeito passivo de buscar o judiciário.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Na verdade, há aqui uma causa extintiva do crédito tributário.
Nesse caso, essa definição do que seria uma decisão administrativa irreformável é dada pelo art.
156, IX, do CTN, que diz que é entendida como a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa
ser objeto de ação anulatória.
Atente-se que se a administração nega o pleito da administração, não há como ela mesma
questionar a própria administração no judiciário. Essa é a ideia de ela ser irreformável.
Basta pensar na situação da confusão, em que o sujeito morreu e não deixou herdeiros, mas devia
à Fazenda Pública certos débitos. Houve a herança jacente, houve a herança vacante, após os bens foram
para o município. Houve a confusão. O credor e o devedor passaram a ser a mesma pessoa. Esta hipótese
não está prevista no CTN, mas existe.
I. Introdução
A doutrina e jurisprudência dominantes dizem que a natureza jurídica do indébito regulado pelo
CTN é de uma indébito tributário, tendo repercussão na aplicação de princípios de direito tributário.
O art. 165 do CTN diz que é possível a restituição quando a cobrança ou o pagamento espontâneo
de tributo indevido ou maior que o devido. Ainda, é possível a restituição quando há erro na identificação
do sujeito passivo, ou na determinação da alíquota aplicável.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 165, o sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à
restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto
no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
Além desses casos, existe mais uma possibilidade de repetição de indébito, que é a
declaração da inconstitucionalidade de determinado tributo em sede de controle abstrato
pelo STF.
Para pleitear a repetição de indébito, o CTN não exige o prévio protesto para que haja a repetição.
Outra ressalva é a de que o pagamento efetuado em estampilha, papel selado ou por processo
mecânico não pode ser objeto de repetição de indébito.
Segundo o art. 166 do CTN, a restituição de tributos que comportem, por sua natureza,
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o
referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a
recebê-la.
Existem alguns tributos indiretos ou não cumulativo, como IPI, ICMS, ISS, etc.
São não cumulativos, pois o contribuinte de fato não se confunde com o contribuinte de direito.
Isso porque, em verdade, há o repasse ao consumidor do tributo que o Estado está cobrando do sujeito
passivo do fato gerador. Há o fenômeno da repercussão econômica.
Como o contribuinte de fato é o consumidor, não é possível que o contribuinte de direito peça a
repetição do indébito, pois não foi ele quem pagou.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Veja, somente quem assume o encargo financeiro é que pode pleitear a repetição do indébito,
salvo se houver uma procuração autorizando o contribuinte de direito a fazer essa cobrança.
Confirmado pelo fisco o direito à restituição, esta dará direito a juros, os quais não são
capitalizáveis.
Estes juros incidirão a partir do trânsito em julgado da decisão que determina a restituição. É o
teor do art. 167, parágrafo único.
A decisão definitiva que dará direito à repetição de indébito não necessariamente será judicial.
Poderá ser administrativa e ainda assim dar direito à repetição de indébito.
A taxa de juros cabíveis para a repetição de indébito é aquela definida por cada ente tributante.
Caso não tenha definido, será de 1% ao mês.
No âmbito da União, é a taxa SELIC, que abrange não apenas os juros, mas também a inflação.
O STJ, na Súmula 523, diz que a taxa de juros de mora, incidente na repetição de indébito de
tributos estaduais, deve corresponder à taxa de juros do tributo pago em atraso, sendo legítima a
incidência da taxa SELIC para ambas as hipóteses, quando houver previsão assim na legislação local,
vedada a sua acumulação com qualquer outros índices.
Os mesmos juros que a entidade tributante cobra quando há o atraso de pagamento são os juros
que o ente tributante deverá se sujeitar quando deve devolver o que foi pago a mais. Se não houver
previsão legal, será de 1% ao mês.
Outra decisão do STJ, em sede de recursos repetitivos, foi no sentido de que o regime de repetição
de indébito, previsto no CTN, é aplicável às contribuições previdenciárias, que tem natureza tributária.
A Súmula 162 do STJ diz que, na repetição do indébito tributário, a correção monetária incide a
partir do pagamento indevido.
A substituição tributária para frente ocorre quando há o recolhimento do tributo por um fato
gerador que ainda não ocorreu, que é presumido.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ex.: dono do frigorífico fornecerá para 10 açougues, sendo mais fácil recolher os tributos
antecipadamente das operações que incidirão do que fazer com que o Estado cobre após dos 10 açougues.
O art. 150, §7º, da CF diz que a lei poderá atribuir ao sujeito passivo da obrigação tributária a
condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição. É a autorização da substituição
tributária.
Ainda, a CF admite que seja atribuído por lei a condição de responsável pelo pagamento de imposto
ou contribuição em operação cujo fato gerador ocorrerá posteriormente. Neste caso, fica assegurada a
imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
Ou seja, se o fato ocorreu, mas em valor menor, será admitida a restituição. Este entendimento é
novo.
O art. 168 do CTN fala do direito de pleitear a restituição e a sua extinção após o decurso de 5 anos.
Ou seja, após 5 anos, está extinto o direito de pedir a restituição. Esses 5 anos são contados da
cobrança ou do pagamento de tributo indevido, ou do pagamento maior do que o devido.
O prazo de 5 anos também começa a ser contado do dia em que o erro ocorreu na identificação
do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, do erro no cálculo do montante devido, no
erro da elaboração ou conferência de documento de pagamento.
O prazo de 5 anos também poderá ser do dia da decisão que reformou, anulou, revogou ou
rescindiu uma decisão condenatória ao pagamento de tributo.
O art. 3º da LC 118 diz que, para efeito de interpretação do art. 168, I, do CTN, que é o direito de
restituição, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito à homologação, no
momento do pagamento do crédito antecipado.
Atente-se aqui, pois a regra diz que, no tocante ao direito de restituição, será considerado o prazo
de 5 anos a contar do momento do pagamento.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Mas o STF diz que, quando do advento da LC 118, a orientação que estava consolidada no STJ era
no sentido de que os tributos sujeitos à lançamento por homologação tinham um prazo de pedido de
homologação ou compensação de indébitos de 10 anos, contados da ocorrência do seu fato gerador.
Então, será considerada válida a aplicação do novo prazo de 5 anos somente para as ações
ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias (09/06/05).
Veja, a LC 118/05 trouxe uma inovação, ainda que se trate de norma interpretativa, pois, no caso
de tributo sujeito à homologação, o prazo é de 5 anos, contados do momento em que o pagamento foi
realizado.
A jurisprudência anterior dizia que o prazo seria de 5 anos para extinção do crédito e mais 5 anos
para pleitear a restituição. Ou seja, 10 anos.
Como a nova lei é pior, inovando no ordenamento jurídico, só valerá para as ações ajuizadas
posteriormente a sua entrada em vigor.
A pretensão de anular ato administrativo que nega a restituição do indébito é sujeita a prazo
prescricional de 2 anos.
O art. 169, parágrafo único, do CTN diz que o prazo de restituição é interrompido pelo início da
ação judicial, recomeçando o seu curso pela metade, a partir da data da intimação validamente feita ao
representante judicial da Fazenda Pública interessada.
Quando houver a promoção da ação anulatória, estará interrompido o prazo prescricional para
pleitear a anulação. Neste caso, começa a contar novamente o prazo prescricional a partir do momento em
que é intimado o representante da Fazenda Pública, passando o prazo a ser contado da metade, ou seja, 1
ano.
A jurisprudência diz que o prazo para anular nunca pode ser inferior a 2 anos. Ex.: o João queria
anular e promoveu uma ação com 1 ano e 11 meses, quando ele promoveu, houve a interrupção do prazo.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Quando o representante da Fazenda Pública foi intimado começa a conta mais 1 ano. Supondo que ele foi
intimado no outro dia, haverá 1 ano e 11 meses mais 1 ano.
Agora, se a decisão administrativa for desfavorável ao contribuinte, o ato for proferido há 1 mês,
estará interrompido o lapso prescricional. Intimado o representante da fazenda pública, o prazo começará
a correr da metade. Então, em 1 ano estará extinto, havendo a prescrição.
Se for somado 1 mês com 1 ano, haverá 1 ano e 1 mês. Todavia, o STF diz que o prazo mínimo é de
2 anos.
Então, se for antes de 1 ano do primeiro período, será necessário aumentar o outro prazo, pois o
prazo mínimo para considerar que houve a prescrição da pretensão anulatória do ato administrativo que
denegou a restituição é de 2 anos.
Portanto, a regra é:
No que se refere à restituição de tributos inconstitucionais, o CTN não faz distinção para fins de
pagamento indevido.
Portanto, aplica-se a regra do art. 168 do CTN para todas as hipóteses de restituição, seja por
ilegalidade ou por inconstitucionalidade.
O prazo será de 5 anos, a contar do efetivo recolhimento ou da decisão que tenha reformado,
anulado, revogado ou rescindido a decisão anterior contrária ao pleito do sujeito passivo.
Em resumo, o STJ está dizendo que pouco importa a causa de declaração de inconstitucionalidade.
Para contagem do prazo, isto não faz a diferença, pois basta que se conte o prazo de 5 anos. Se passar este
prazo, não terá mais como restituir.
Então, no direito civil, se é paga uma dívida prescrita, não há direito a reembolso, pois foi paga uma
dívida que não existia mais. Todavia, no direito tributário, essa mesma situação gera o dever de
reembolsar-se, pois foi paga uma dívida que não existia mais, por conta da extinção do crédito tributário
pela prescrição.
Veja, os efeitos sobre o crédito tributário da prescrição são iguais aos efeitos da decadência.
Os arts. 157, I, e art. 158, I, ambos da CF, diz que pertencem aos Estados, ao DF e aos municípios o
produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e sobre proventos de qualquer natureza
incidentes na fonte, sobre rendimentos pagos a qualquer título por eles, por suas fundações ou autarquias,
que instituírem e mantiverem.
O imposto de renda retido na fonte pelo Estado, em razão do subsídio pago ao servidor estadual, e
o imposto de renda retido na fonte, em razão do pagamento ao servidor municipal, pertencem ao Estado e
ao município respectivamente.
A questão é, nos casos em que os servidores desses entes federados intentem a restituição do
imposto de renda retido na fonte, de quem é a legitimidade passiva para figurar na demanda?
Não é da União, e sim do Estado ou do Município. Este é o entendimento do STJ e STF. Isso porque
foi o Estado ou o Município que ficou com o dinheiro recolhido a maior, motivo pelo qual serão eles que
deverão integrar o polo passivo de ação de restituição. Este é o entendimento da Súmula 447 do STJ.
Aula 07. Exclusão do crédito tributário. Garantias e preferências do crédito tributário. Administração
tributária
I. Introdução
Não há previsão no CTN sobre o que é exclusão. Excluir é impedir que o crédito tributário se
constitua, nascendo antes do lançamento.
O parágrafo único do art. 175 do CTN diz que a exclusão do crédito tributário não dispensa o
cumprimento das obrigações acessórias.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ora, quer dizer que, se o contribuinte do IPI transaciona produtos isentos de IPI, deverá continuar
emitindo nota fiscal. Isso porque a emissão de nota fiscal é obrigação acessória e a exclusão do crédito
tributário não implica exclusão da obrigação acessória.
Existem limitações às leis que instituem benefícios fiscais, sendo de duas ordens:
Limitações constitucionais
Limitações que encontram guarida na lei de responsabilidade fiscal
a) Limitações constitucionais
Segundo a CF, em seu art. 150, §6º, qualquer isenção ou anistia, relativas a impostos, taxas ou
contribuições, somente poderá ser concedida por lei específica que regule especificamente a matéria ou o
correspondente tributo. Essa é a limitação de cunho constitucional para regular a anistia.
A CF ainda vai dizer que é vedado à União isentar tributos de competências dos Estados ou
municípios. Veda-se a isenção heterônoma! Pelo princípio da simetria, o Estado não pode conceder
isenções de tributos municipais, sob pena de violação do pacto federativo.
Essa vedação se refere à União, como pessoa jurídica de direito público interno, e não à
República Federativa do Brasil, pessoa de direito público internacional. Isso porque a República poderá
conferir isenção de tributos relativo a essas pessoas jurídicas estatais e municipais.
Cabe ressaltar que as imunidades são sempre heterônomas, pois não derivam da autonomia do
ente tributante, e sim da própria Constituição Federal.
A CF ainda veda que sejam concedidos privilégios fiscais não isonômicos entre empresas
exploradoras de atividade econômica. Não se pode dar benefícios às empresas estatais não concedidos à
iniciativa privada.
No entanto, o STF já entendeu que a CF admite que sejam concedidos benefícios fiscais não
extensíveis a outras empresas, quando as empresas estatais são prestadoras de serviço público.
A LRF diz que a concessão de anistia e a isenção, se não for dada em caráter geral, depende do
atendimento das regras contidas na Lei de Responsabilidade Fiscal.
A ideia é a de que a renúncia de receita não venha a violar o orçamento, a previsão e a organização
das contas públicas. Os benefícios fiscais que impliquem renúncia de receita, como anistia, remissão,
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, redução de alíquota que implique
redução de tributos, modificações de base de cálculo que implique redução de tributos ou qualquer
benefício que implique tratamento diferenciado, precisa observar a LRF.
IV. Isenção
A natureza jurídica da isenção, segundo a doutrina, é uma dispensa legal de um tributo devido.
Seria uma espécie de perdão. É a corrente adotada pela jurisprudência!
Outra parcela diz que a isenção é uma exceção à hipótese legal de incidência do tributo. Neste
caso, o tributo nem chega a nascer. É adotada pela doutrina.
a) Tipologia da isenção
Isenção onerosa (condicionada): é uma isenção que implica ônus ao beneficiado. Ex.: isenção
de IPTU para quem promove a conservação do imóvel histórico.
Isenção gratuita (incondicionada): não acarreta qualquer ônus ao beneficiado. Ex.: isenção de
IPTU de imóveis para quem tenha mais de 60 anos. Roberval Rocha traz um exemplo de isenção
de IPTU de imóvel que não seja superior a 50m².
Os arts. 176 a 179 do CTN falam dessa isenção prevista em contrato, referindo-se aos chamados
protocolos de intenção, que tem caráter extrafiscal. O ente político, para atrair investimento, firma
contrato, prometendo que vai conceder isenção de determinados tributos ao sujeito.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Na verdade, essas previsões contratuais são inócuas, visto que é a lei específica que concede a
isenção. Essa previsão em contrato é uma promessa de que o governante vai se esforçar para que uma lei
concessiva de isenção venha a ser implantada.
Supondo que o governador não consiga a aprovação dessa lei na Assembleia Legislativa, após ter
conseguido trazer a empresa. Neste caso, o prejudicado somente poderá obter uma indenização em face
do Estado, mas a isenção propriamente dita não irá conceder pela via judicial.
O CTN, no art. 177, diz que, salvo disposição de lei em sentido contrário, a isenção não é extensiva:
Como a isenção tem caráter restritivo, somente permite interpretação literal. Portanto, na isenção
só vale para aquilo que está previsto na lei.
O STF tem decisão dizendo que o Poder Judiciário não pode conceder, ainda que sob o
fundamento de isonomia, o benefício da exclusão do crédito tributário em favor daquele que o legislador
não contemplou. O Poder Judiciário somente pode ser legislador negativo, e não positivo.
Portanto, a isenção concedida à categoria “A” não poderá ser pelo concedida pelo Judiciário à
categoria “B”.
d) Revogabilidade
O art. 178 do CTN diz que a isenção não é revogável por lei superveniente se esta isenção for
concedida cumulativamente, por prazo certo, em função de determinadas condições.
Mas quando irá gerar direito adquirido ao beneficiado? A isenção irá gerar direito adquirido ao
beneficiado quando preencher 2 requisitos:
Cumpridos esses requisitos, o beneficiados passa a ter direito adquirido e não poderá ser revogada.
Este é o teor da Súmula 544 do STF.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O art. 104, III, do CTN diz que os dispositivos de lei, referidos a impostos sobre o patrimônio ou
renda (IR, ITR, IPVA, IPTU, ITBI), que extinguem ou reduzem isenções, entram em vigor no primeiro dia
do exercício financeiro seguinte àquele em que ocorra a sua publicação, salvo se a lei dispuser de maneira
mais favorável ao contribuinte.
Veja, está dizendo que a revogação de isenção ou a revogação de benefício fiscal, seja redução ou
extinção de isenção, deve observar o princípio da anterioridade, já que a extinção ou redução da isenção
somente poderá produzir efeitos ao exercício financeiro seguinte ao da publicação da lei.
Segundo o STF, configura aumento indireto de tributo e, portanto, está sujeita ao princípio da
anterioridade tributária, a norma que implica revogação de benefício fiscal anteriormente concedido. A
1ª Turma afirmou que os mencionados atos normativos teriam reduzido benefício fiscal vigente e, em
consequência, aumentado indiretamente o aludido imposto, o que atrairia a aplicação do princípio da
anterioridade.
Da mesma forma, A 1ª Turma também entendeu que, promovido aumento indireto do Imposto
Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, surge o
dever de observância ao princípio da anterioridade, geral e nonagesimal.
A hipótese de não incidência é a não subsunção de uma certa situação àquilo que está descrito na
hipótese de incidência, na norma tributária. É a falta de adequação da situação à descrição abstrata do fato
gerador.
Não há necessidade de a hipótese de não incidência estar prevista no texto legal. Poderá estar
prevista, caso o legislador queira, estabelecendo “tal fato não configura a fato gerador”. Caso isto ocorra,
estaremos diante de uma situação de não incidência legalmente qualificada. Logo, a hipótese de não
incidência não demanda lei.
A isenção, por sua vez, demanda lei específica. Isto é determinação constitucional.
A distinção se dá pela sede jurídica. Isso porque a imunidade tem previsão constitucional.
Qualquer “isenção” concedida em sede constitucional é uma imunidade. Portanto, para parcela da
doutrina, imunidade é uma isenção constitucionalmente qualificada.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Alíquota zero é possível nos tributos que excetuam princípio da legalidade para fixação de suas
alíquotas: II, IE, IOF, ICMS-combustíveis, CIDE-combustíveis, pois permitem que o Poder Executivo venha a
reduzir a alíquota por uma medida extrafiscal, já que há esse notável caráter.
Neste caso, há apenas a alteração da alíquota. Neste caso, ocorreu o fato gerador, havendo a
hipótese de incidência e a respectiva subsunção do fato à norma. Veja, o tributo existe, mas na hora de
calculá-lo a alíquota será zero, ensejando o não pagamento do tributo. Houve a incidência do tributo!
V. Anistia
Anistia é perdão de uma infração à legislação tributária, e não apenas infração à lei. Possui uma
natureza penal, visto que extingue a punibilidade do sujeito passivo que infringiu a legislação tributária.
Trata-se de uma causa de exclusão do crédito tributário, impedindo que o crédito tributário seja
constituído.
Não se confunde com a remissão, a qual perdoa o crédito tributário que já foi constituído. A anistia
é o perdão da infração já ocorrida, mas cujo crédito ainda não foi lançado. A remissão é o perdão do crédito
já lançado, já constituído.
Como diz o art. 180 do CTN, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por
terceiro em benefício daquele;
Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas
naturais ou jurídicas.
Como se vê, o art. 180 do CTN veda a concessão da anistia a infrações posteriores à lei concessiva.
Não se pode conceder anistia para atos qualificados como crimes ou contravenções penais. Se
esses atos são graves ao ponto de merecer a tutela penal, não dá para abrir mão da tutela tributária.
Não podem ser agraciados com anistia os atos com dolo, fraude ou simulação, bem como aqueles
atos resultantes de conluio, salvo, no caso de conluio, se houver uma disposição legal em sentido
contrário.
b) Tipologia da anistia
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
No tocante a tipologia, a anistia poderá ser:
Quando for anistia de caráter limitado, significa que a limitação poderá ser referir:
A anistia de caráter geral não depende de qualquer formalidade do beneficiado, sendo concedida
diretamente pela lei. A anistia geral nunca dependerá do despacho da autoridade administrativa.
Ex.: concessão de anistia para quem pagar até o dia 30 do mês seguinte os tributos devido. Se o
sujeito conseguir baixar os boletos do site da fazenda com 50% de desconto, não há necessidade de
despacho da autoridade administrativa. Veja, foi limitada a anistia, pois havia um recolhimento com prazo
determinado pela lei. Não houve necessidade de despacho da autoridade.
I. Introdução
Garantias nada mais são do que instrumentos que vão assegurar que determinados direitos serão
fruídos. A pessoa tem a garantia de que poderá usufruir do direito que tem.
As garantias do crédito tributário estão previstas no CTN, mas nada impede que os entes
tributantes prevejam outras garantias, além daquelas previstas no CTN. Essas garantias, portanto, não são
exaustivos, e sim exemplificativos.
As preferências de crédito somente podem ser previstas em lei complementar. Esta exigência é
constitucional.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
II. Responsabilidade patrimonial
Via de regra, todo o patrimônio do devedor responde pelas dívidas que tem, em especial as dívidas
tributárias.
Nem mesmo bem gravado com ônus real ou com cláusula de inalienabilidade, ou de
impenhorabilidade, vão fugir da responsabilidade patrimonial por dívidas tributárias (art. 184, CTN).
Se, após haver a inscrição de uma dívida em dívida ativa, o sujeito vender um bem, haverá uma
presunção relativa de fraude.
Essa alienação será eficaz perante a Fazenda Pública se o devedor reservar bens suficientes em seu
patrimônio para pagar totalmente a dívida tributária (parágrafo único do art. 185 do CTN).
No curso de execução fiscal, o devedor será regularmente citado e deverá apresentar bens à
penhora.
Supondo que não apresente bens à penhora e nem sejam encontrados bens penhoráveis. Neste
caso, o juiz deverá determinar de ofício a indisponibilidade de bens e direitos do devedor (art. 185-A).
Como o juiz vai expedir ordem para indisponibilidade de bens e direitos para vários órgãos, é
possível que o número de bens indisponíveis ultrapasse o valor efetivamente devido pelo sujeito passivo.
Neste caso, assim que o magistrado tomar conhecimento deste excesso (excesso de indisponibilidade),
ele irá sustar o excesso imediatamente (§1º do art. 185-A).
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
III. Preferências
Existem vários credores, tais como fazenda pública, quirografários, etc. No entanto, a lei prioriza a
solvência de determinados tipos de créditos, havendo preferência em detrimento de outros.
Pelo CTN, o crédito tributário, via de regra, prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou
tempo de constituição. A exceção se refere a créditos de natureza do trabalho ou de acidente do
trabalho.
No caso de falência, alguns tipos de crédito vão preferir ao crédito tributário, tais como os créditos
extraconcursais e os créditos com garantia real.
Créditos extraconcursais
Crédito de natureza do trabalho ou de acidente do trabalho
Créditos com garantia real
Créditos tributários
a) Multas tributárias
A ordem é a seguinte:
Créditos extraconcursais
Crédito de natureza do trabalho ou de acidente do trabalho
Créditos com garantia real
Créditos tributários
Créditos com privilégio especial
Créditos com privilégio geral
Créditos quirografários
Multas e penalidades, inclusive as tributárias
Créditos subordinados
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
b) Inventário, arrolamento, liquidação de pessoa jurídica
Os arts. 189 e 190 do CTN reafirmam a preferência absoluta do crédito tributário nos processos de
inventário, arrolamento ou liquidação de pessoa jurídica.
A cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a qualquer tipo de habilitação e nem vai se
sujeitar a concurso de credores. É este o teor do art. 187 do CTN.
Vale lembrar que, apesar de a cobrança judicial de crédito tributário não se sujeitar à habilitação ou
ao concurso de credores, isto não implica sobreposição dos haveres do credor tributário em relação aos
credores com execução individual já tenham conseguido a penhora de bens. Então, mesmo que se esteja
diante de um crédito quirografário, se já houve a execução do crédito quirografário e, além dessa
execução, já houve a penhora, o fato de o crédito tributário não ter de observar a habilitação ou o concurso
de credores, não vai desfazer a penhora que foi feita em favor do credor quirografário.
A segunda observação se refere à Súmula 44 do TFR. Segundo esta súmula, ajuizada a execução
fiscal antes da falência, com penhora realizada antes dessa, não ficam os bens penhorados sujeitos à
arrecadação no juízo falimentar. Proposta a execução fiscal após a falência, a penhora far-se-á no rosto
dos autos do processo de falência, citando-se o administrador judicial.
Ou seja, se a execução fiscal é antes da falência, e os bens já tiverem sido penhorados, não se
sujeitarão ao concurso, não sendo arrecadados pelo juízo falencial. Se esta execução fiscal for promovida
após o processo de falência, a penhora será feita no rosto dos autos do processo de falência.
d) Concurso de preferências
Há concurso de preferências quando há mais de uma pessoa jurídica de direito público credora do
mesmo devedor que tem patrimônio insuficiente.
O art. 187, parágrafo único, do CTN fala da preferência entre pessoas jurídicas de direito público,
seguindo a ordem abaixo:
União
Estados, DF e territórios, conjuntamente e pro-rata
Municípios, conjuntamente e pro-rata
A Lei de Execução Fiscal vai repetir este conteúdo, mas vai acrescentar a referência às respectivas
autarquias dos entes políticos.
e) Quitação
A exigência de quitação prova de que os tributos devidos foram adimplidos. Esta quitação é
obrigatória nos casos previstos no CTN.
Documento que prova quitação com a fazenda pública é a certidão negativa de débito. Faz as vezes
de CND a certidão positiva com efeitos de negativa (CPEN).
I. Introdução
Além disso, deverá ter recursos prioritários para realização de suas atividades. A CF excepciona o
princípio da não afetação em relação às verbas destinadas à administração tributária.
A EC 42 trouxe essa exceção do princípio da não vinculação da receita de impostos a órgão, fundo
ou despesas. Isso porque a CF, em seu art. 167, IV, permite que haja essa afetação de receitas para o
custeio da administração tributária.
II. Fiscalização
Cabe à legislação em sentido amplo (legislação tributária) regular, em caráter geral ou específico,
a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização e de aplicação da
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
legislação tributária (art. 194). Veja, a competência poderá ser regulada, e não inovada. Somente cabendo
inovação por parte da lei.
O art. 195 do CTN diz que, para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer
disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos,
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da
obrigação destes de exibi-los.
Em resumo, para os efeitos da legislação tributária, nenhuma legislação tem o condão de limitar o
direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos
comerciantes industriais ou produtores para fins de observância de cumprimento ou não das normas
tributárias.
O STF, em sua Súmula 439, diz que estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária
quaisquer livros comerciais, desde que limitado ao ponto objeto de fiscalização.
Cabe ressaltar que o poder da investigação da administração tributária tem os seus limites.
Se for negado o acesso à administração pelo contribuinte, inviabilizando o acesso aos livros e
demais documentos, então o órgão competente deverá buscar o Poder Judiciário, pedindo busca e
apreensão ou ação de exibição forçada. O que não se pode é violar o domicílio.
Se durante a fiscalização é encontrado um livro, e a autoridade tributária verifique que este contém
ilegalidades, poderá fazer a apreensão desse documento fiscal. A jurisprudência entende que a apreensão
de documentário fiscal é lícita, mas não se pode fazer a apreensão desse documento após o ingresso
ilícito no domicílio, pois a prova seria inválida.
A Lei 8.137/90 tipifica como crime a conduta de não atender à exigência da autoridade fiscal no
prazo de 10 dias. Trata-se de crime omissivo. Veja, a lei traz uma norma mandamental, pois determina que
seja atendida as exigências da autoridade administrativa tributária. Se não atender no prazo de 10 dias,
haverá crime omissivo próprio.
Os meios hábeis para cobrança de créditos não pagos à Fazenda Pública são as cobranças, sejam
administrativas ou judiciais, na forma da execução fiscal.
É vedado que haja constrição indireta ou oblíqua, como a apreensão da mercadoria que está em
trânsito, fechamento do estabelecimento, proibição do normal da atividade comercial como não sair a
autorização para abertura de filial.
É bom que se advirta que a apreensão de mercadorias é aceita como forma de sedimentação
probatória do ilícito tributário. Ou seja, admite-se que se comprove a materialidade e autoria do delito.
Não configura coação a retenção temporária para fazer fiscalização. Logo quer terminar a
fiscalização a mercadoria é liberada.
Segundo o parágrafo único do art. 195, os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os
comprovantes dos lançamentos neles efetuados deverão ser conservados até que ocorra a prescrição dos
créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.
É um limite à administração tributária, não podendo exigir que sejam conservados após a
prescrição.
Veja, não significa que após o período de 5 anos poderá ser destruídos os livros, mas apenas
quando ocorrer a prescrição. Se durante este prazo ocorrer uma causa suspensiva do crédito tributário,
este prazo ultrapassará o prazo de 5 anos.
O art. 196 do CTN exige que as diligências fiscais sejam precedidas de um termo inicial, o qual
deverá fixar o prazo para conclusão dessa execução fiscal.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Lembre-se que o prazo decadencial do lançamento tributário é de 5 anos e, via de regra,
começa a ser contado no primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado.
Se começar a fiscalização no mesmo exercício financeiro em que ocorreu o fato gerador, há
antecipação do início da contagem do prazo decadencial para o termo inicial do procedimento
investigativo.
Segundo a Súmula 555 do STJ, quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial
quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art.
173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o
pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.
V. Intimações escritas
a) Dever de informar
O art. 197 do CTN diz que, mediante intimação escrita, são obrigados a prestar todas as
informações que disponham com relação a bens, negócios ou atividades de terceiros:
Na verdade, esse dever de informar nasce de uma intimação escrita. Essa pessoa será obrigada a
prestar essas informações, viabilizando a administração tributária.
c) Prova emprestada
Na seara tributária, é possível que haja a permuta de informações, fazendo com que o ente
tributante de uma esfera se aproveite de material probatório levado por outra.
No entanto, este material probatório funcionará como indício. Isto é, a partir do material
probatório, este outro ente político, que não produziu o material, vai levantar os fatos geradores do tributo
da sua competência, constituindo os respectivos créditos tributários.
Ou seja, a prova emprestada será possível, mas terá uma base indiciária. Dessa forma, o outro ente
irá investigar, analisar a ocorrência dos fatos geradores e lançar a obrigação com os respectivos créditos
tributários.
O art. 200 do CTN diz que as autoridades fiscais podem requisitar auxílio das forças públicas.
Ainda que o sujeito não esteja praticando fato definido como crime ou contravenção, se estiver
demonstrado que a intervenção da polícia para o cumprimento da legislação tributária, então a autoridade
tributária poderá requisitar o auxílio da força pública.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Lembre-se que a mera negativa de exibição de livro ou de acesso ao estabelecimento não
comporta requisição do auxílio de força pública. Caso seja negado, deverá ingressar no poder judiciário.
Segundo o art. 198 do CTN, sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação,
por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a
situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou sobre a situação econômica ou financeira de
terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.
Essa divulgação por parte da autoridade tributária, sem prejuízo da responsabilidade criminal, é
proibida pela lei. Isso porque a autoridade administrativa age e deve observar o sigilo fiscal e tributário.
Essa transgressão configura o crime contra a administração pública, mais precisamente ao crime de
violação de sigilo funcional, disposto no art. 325 do CP.
Cabe atentar que o intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será
realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade
solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.
Ou seja, a partir de o momento em que há uma representação fiscal para fins penais, essa
representação fiscal, que vai dar origem a uma ação penal pública, como se orienta pelo princípio da
publicidade, não estará abrangida pelo sigilo.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Também não se submete ao sigilo fiscal as inscrições em dívida ativa, parcelamento e moratória.
Isso porque estas já são uma questão de transparência da administração tributária, pois o que se quer é
que o contribuinte entenda de onde está vindo o dinheiro da administração.
b) Sigilo bancário
A LC 105/01 diz que o sigilo das operações das instituições financeiras possibilita o acesso ao fisco a
dados bancários, possibilitando identificar patrimônio, rendimentos e atividades econômicas do
contribuinte.
Segundo o STF, não há quebra de sigilo, mas tão somente uma transferência de informações
sigilosas no âmbito da administração pública, sendo uma previsão constitucional. O sigilo das instituições
financeiras não é oponível ao fisco, tendo eles acesso para identificar patrimônio, rendimentos ou
atividades econômicas do contribuinte.
Se houver violação ao sigilo, haveria o crime de violação ao sigilo funcionar (art. 325 do CP).
Aula 08. Administração tributária (continuação). Infrações e delitos tributários. Impostos federais.
Dívida é quando alguém deve pagar a outrem alguma coisa. A dívida ativa é um termo utilizado
para que se possa fazer referência a créditos que a Fazenda Pública têm, créditos esses não pagos na data
do vencimento, e por isso escrito em registros próprios da fazenda pública.
O art. 201 do CTN define a dívida ativa tributária como aquela dívida decorrente de um crédito
tributário.
Quando se fala em crédito tributário estar-se-á tratando de crédito de tributos, das respectivas
multas e de eventuais adicionais, como juros e correção monetária.
Existem créditos fiscais que não possuem natureza tributárias. Os demais créditos fazendários não
são tributário.
Inscrito na dívida ativa, o crédito tornar-se-á exequível. Lembra-se que, com o vencimento do
crédito definitivamente constituído, torna-se exigível, mas é com a inscrição em dívida ativa que torna o
crédito exequível.
A inscrição em dívida ativa é definida no Novo CPC como um título executivo extrajudicial. A
inscrição em dívida ativa é um procedimento unilateral em que a administração inscreve uma dívida e
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
independerá da notificação do sujeito passivo. Isso porque ele já foi notificado para constituição do
crédito.
Na vida judicial, no entanto, poderá questionar o crédito tributário, visto que cabíveis os embargos
à execução.
A Lei de Execuções Fiscais diz que a inscrição em dívida ativa suspende a prescrição por 180 dias,
ou pelo menos até a distribuição da execução fiscal, se esta distribuição se der antes dos 180 dias.
Mas esta disposição da LEF só é aplicável para créditos não tributários, pois em matéria tributária
exige-se a disposição desse ponto por lei complementar. A LEF não tem natureza de lei complementar, e
sim lei ordinária.
Portanto, a inscrição em dívida ativa de crédito tributário não suspende o prazo prescricional.
Havendo algum erro na CDA, haverá uma causa de nulidade da CDA. Mas esta nulidade poderá ser
sanada até a decisão judicial de 1ª instância.
Se houver a substituição até antes do julgamento de 1ª instância, será devolvido o prazo para o
sujeito passivo, podendo se manifestar a respeito da parte modificada.
Segundo o STJ, a ausência de prévio processo administrativo não enseja a nulidade da Certidão de
Dívida Ativa nos casos de tributos sujeitos a lançamento de ofício. Com efeito, cabe ao contribuinte
impugnar administrativamente a cobrança tributária e não ao fisco que, com observância da lei aplicável ao
caso, lançou o tributo.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O STJ já decidiu que deve ser extinta a execução fiscal que, por erro na CDA quanto à indicação
do CPF do executado, tenha sido promovida em face de pessoa homônima. Em princípio, a indicação
equivocada do CPF do executado constitui simples erro material, que pode ser corrigido, na forma do art.
2º, § 8º, da Lei 6.830/1980, porque, em regra, não modifica o polo passivo se os demais dados como nome,
endereço e número do processo administrativo estiverem indicados corretamente.
Entretanto, quando se trata de homônimo, o erro na indicação do CPF acaba por incluir no
processo executivo pessoa diversa daquela, em tese, efetivamente devedora do imposto. Ressalte-se que,
em caso de homonímia, só é possível verificar quem é o real executado por intermédio do CPF. Assim, tem
aplicação a Súmula 392 do STJ, segundo a qual ‘a Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa
(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal,
vedada a modificação do sujeito passivo da execução.
X. Certidão negativa
Certidão negativa prova que houve a quitação do tributo, ou seja, o sujeito está adimplente para
com a fazenda pública.
Em algumas hipóteses é obrigatório que o sujeito passivo tenha que apresentar certidão negativa.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O STJ, na Súmula 446, diz que, declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é
legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou mesmo de certidão positiva com efeitos de
negativa.
Basicamente, o STJ está dizendo que, se o sujeito confessa que deve (lançamento por
homologação), isto já constitui o crédito tributário, não sendo mais possível o sujeito pedir certidão
negativa ou certidão positiva com efeitos de negativa.
Essa certidão traz débitos, mas estes débitos estão garantidos pela penhora de bens ou não são
passíveis de cobrança imediata, pois o crédito ainda não venceu, ou a exigibilidade está suspensa, não
podendo ser cobrado no momento.
O STJ, em sede recursos repetitivos, decidiu que o contribuinte pode, depois do vencimento da
sua obrigação, e antes da execução, garantir o juízo de forma antecipada para então obter certidão
positiva com efeitos de negativa. Ou seja, admite-se a garantia do juízo de forma antecipada.
Ex.: João deve 100 mil para o fisco. Este valor está vencido. Por outro lado, a execução fiscal ainda
não foi ajuizada, ou seja, os bens ainda não foram penhorados. A consequência disso é que se pedir uma
certidão sairá uma certidão positiva, sem efeitos de negativa. Para obter uma certidão positiva com efeitos
de negativa, João poderá dar um bem em garantia para obter a certidão.
Segundo o art. 208 do CTN, a certidão negativa, expedida com dolo ou fraude, que contenha um
erro contra a fazenda pública responsabiliza pessoalmente o funcionário que expedir esta certidão. Ele será
responsável pelo crédito tributário e pelos juros de mora acrescidos, não se excluindo eventual
responsabilidade criminal ou funcional deste funcionário público.
Perceba que para esta responsabilização pessoal do agente público exige que tenha havido dolo
ou fraude. Se esta conduta se deu por culpa, ele não será responsabilizado pessoalmente.
Direito tributário penal: é o direito tributário propriamente dito, com normas de direito
tributário, impondo penalidades ao descumprimento de normas tributárias. Aqui, refere-se a
infrações administrativas.
Direito penal tributário: aqui, é a aplicação do direito penal, ou seja, há o descumprimento de
uma norma penal. Fala-se de crimes.
Em caso de dúvida (in dubio) em relação à capitulação legal do fato, natureza, circunstâncias do
fato ou da natureza e extensão da natureza do fato, ou mesmo à autoria, imputabilidade, impunibilidade,
natureza da penalidade a ser aplicada, ou quanto à graduação dessa penalidade, deve-se adotar a
interpretação mais favorável ao acusado.
Perceba que esta interpretação benigna só tem lugar em caso de dúvidas. Se não houver dúvidas,
não será aplicada esta máxima!
A CF veda que o tributo tenha efeitos de confisco, motivo pelo qual, do contrário, violaria o direito
à propriedade. Vale lembrar que multa não é tributo.
Segundo o entendimento do STF, a multa não poderá ter caráter confiscatório. Isso porque, se ela
tiver esta característica confiscatória, inviabilizará que futuramente haja a cobrança de tributos, pois o
sujeito não teria bens e rendas para incidir outros tributos.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Basta que haja o descumprimento da norma tributária, e o sujeito vai ser responsabilizado por
esta infração tributária. Não se está falando aqui de direito penal tributário, mas de direito tributário
penal.
O art. 137 do CTN excepcionará esta regra de responsabilidade objetiva, trazendo 3 hipóteses em
que não há responsabilidade objetiva, sendo, portanto, responsabilidade subjetiva nos seguintes casos:
Casos em que a lei define o dolo específico do agente como elementar, exigindo que a
conduta tenha sido dolosa para caracterização da infração
Quando se diz que é pessoal a responsabilidade do agente quanto às infrações que decorram
direta e exclusivamente de dolo específico dos país, tutores, curadores, administradores de
bens de terceiros, inventariantes, síndicos, comissários, tabeliães e demais serventuários de
ofícios, mandatários, prepostos ou representantes, que, exercendo atividade dolosa em
proveito próprio, venham a dar causa a infrações fiscais pelas quais, de outro modo,
responderiam as vítimas do dolo e não seus autores intelectuais, busca-se evitar aplicações
excessivas do princípio geral da objetividade.
O CTN, em seu art. 138, diz que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do
depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo
dependa de apuração pela autoridade administrativa.
O contribuinte deverá dar a notícia e pagar. A denúncia espontânea somente pode ser usada para
a obrigação tributária principal, não cabendo para obrigações acessórias.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Para que ocorra essa espontaneidade, é preciso que o sujeito dê essa notícia antes do início de
qualquer medida de fiscalização relacionada com aquela infração.
Essa denúncia espontânea vai afastar a responsabilidade do sujeito, não se limitando à esfera
administrativa, alcançando também a responsabilidade penal!
Perceba que somente o pagamento integral da dívida em atraso é que implica denúncia
espontânea.
Portanto, se há confissão da dívida e faz o pedido de parcelamento da dívida, não se estará diante
de denúncia espontânea, devendo pagar multa moratória. Não haverá a exclusão da responsabilidade,
motivo pelo qual haverá a multa moratória. Se não tivesse a responsabilidade, não pagaria multa.
Além disso, o depósito judicial, efetuado por devedores que querem contestar a dívida, não é
considerado como denúncia espontânea.
São os casos de autolançamento, ou seja, o lançamento por homologação. O sujeito passivo declara
o tributo devido, aguardando que Fazenda Pública homologue.
Não poderá invocar o art. 138 do CTN, salvo se tiver feito o recolhimento integral, razão pela qual
não seria necessário fazer a declaração.
Tanto é que o STJ, na Súmula 360, que o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos
tributos sujeitos a lançamento por homologação, regularmente declarados, mas pagos a destempo.
Segundo a Lei 8.137/90, em seu art. 1º, diz que constitui crime contra a ordem tributária suprimir
ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
Note que do inciso I ao IV, há crimes materiais, os quais exigem a constituição definitiva do
crédito tributário para que haja a persecução penal.
Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente,
relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-
la em desacordo com a legislação.
No inciso V, há um crime tributário formal. Portanto, se o sujeito nega ou deixa de fornecer
nota fiscal ou documento equivalente é dispensável que haja a constituição definitiva do
crédito tributário para a persecução penal.
Segundo o parágrafo único do art. 1º, a falta de atendimento da exigência da autoridade, no
prazo de 10 dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor
complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a
infração prevista no inciso V. Ou seja, também será crime formal, ainda que seja omissivo,
sendo dispensável aguardar a constituição definitiva do crédito tributário.
Veja, trata-se de um crime de ação vinculada, visto que traz as condutas que deverão ser
incriminadas.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Se o contribuinte deixa de apresentar declaração ao Fisco com o fim de obter a redução ou
supressão de tributo e consegue atingir o resultado almejado, tal conduta consubstancia crime de
sonegação fiscal, na modalidade do inciso I do art. 1º da Lei nº 8.137/90. A constituição do crédito
tributário, por vezes, depende de uma obrigação acessória do contribuinte, como a declaração do fato
gerador da obrigação tributária (lançamento por declaração).
Se o contribuinte não realiza tal ato com vistas a não pagar o tributo devido ou a reduzir o seu
valor, comete o mesmo crime daquele que presta informação incompleta. A circunstância de o Fisco dispor
de outros meios para constituir o crédito tributário, ante a omissão do contribuinte em declarar o fato
gerador, não afasta a tipicidade da conduta. O arbitramento efetivado é uma medida adotada pelo Fisco
para reparar a evasão decorrente da omissão e uma evidência de que a conduta omissiva foi apta a gerar a
supressão ou, ao menos, a redução do tributo na apuração. Assim, segundo entendeu o STJ, a omissão na
entrega da antiga Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ)
consubstanciava conduta apta a firmar a tipicidade do crime de sonegação fiscal previsto no art. 1º, I, da
Lei nº 8.137/90, ainda que o Fisco dispusesse de outros meios para a constituição do crédito tributário.
Obs: a DIPJ foi substituída pela Escrituração Contábil Fiscal (ECF) (Inf. 579, STJ).
Segundo o art. 2°, constitui crime da mesma natureza, portanto, crime contra a ordem tributária:
Fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
Deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos;
Exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem
sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
Deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
Utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.
O STF entende que os delitos do art. 1º são de natureza material até o inciso IV, exigindo-se a
constituição definitiva do crédito tributário para a persecução penal.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O STJ entende que, se estiver diante de um crime de falsidade ideológica, que foi cometido
exclusivamente para que houvesse uma sonegação fiscal, aplica-se o princípio da consunção, de forma
que o crime meio será absorvido pelo crime fim, respondendo apenas pelo crime contra a ordem tributária.
Ainda, segundo o STJ, o simples fato de o sujeito ser sócio, gerente ou administrador da empresa
não autoriza que contra ele seja instaurado processo criminal, se não ficar comprovada uma mínima
relação de causa e efeito entre a imputação feita pelo Ministério Público e a função que o sujeito
efetivamente exerce.
Lembre-se que o sujeito se defende dos fatos e não da capitulação jurídica deles, tanto é que se
admite a emendatio libelli.
Extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função, bem como sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando
pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social;
Exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou
cobrá-los parcialmente.
É a corrupção passiva na seara tributária.
A pena desses crimes é de reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.
Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária,
valendo-se da qualidade de funcionário público.
É a advocacia administrativa fazendária. A pena é de reclusão, de 1) a 4 anos, e multa.
Segundo o art. 168-A do Código Penal, é crime de apropriação indébita previdenciária a conduta de
deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma
legal ou convencional.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ou seja, o indivíduo reteve o valor do FGTS, mas não repassou ao fisco. Ele era o responsável e não
contribuinte.
O §3º diz que é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
Tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento
da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
O valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais
Por exemplo, o valor mínimo é de 20 mil reais, conforme a portaria da fazenda, e o sujeito deve 18
mil já com juros e correção. Caso tenha havido o início da ação fiscal, mas antes de oferecida a denúncia o
sujeito tenha feito o pagamento, preenchendo os requisitos acima, haverá uma hipótese de perdão judicial,
ou ainda aplicação da multa.
O §1º diz que está extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as
contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social antes do
início da ação fiscal.
O §2º estabelece que é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se
o agente for primário e de bons antecedentes, desde que o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
O §3º diz que, se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não
ultrapassa R$ 1.510,00, o juiz poderá reduzir a pena de 1/3 até a 1/2 ou aplicar apenas a de multa.
O §4º afirma que o valor de R$ 1.510,00 será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices
do reajuste dos benefícios da previdência social.
f) Lei 10.684/03
Esta lei estatui a chamada suspensão da pretensão punitiva do Estado em relação aos crimes
contra a ordem tributária, crimes de apropriação indébita tributária, sonegação de contribuição
previdenciária, apropriação indébita previdenciária, durante o período de parcelamento de crédito
tributário. Ou seja, estará suspensa a pretensão punitiva do Estado
Esta lei ainda afirma que ficará igualmente suspensa a prescrição criminal.
Caso o sujeito pague toda a dívida ao final do parcelamento, haverá a extinção da punibilidade do
crime. Ou seja, a extinção da punibilidade fica condicionada ao pagamento integral do montante que foi
sonegado.
O STF entende que a Lei 10.684/03 deve incidir em todas as formas de parcelamento que lhe
foram anteriores, pois se trata de lei mais benéfica, motivo pelo qual deve retroagir situações já
acobertadas pelo manto da coisa julgada.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
g) Inexigibilidade de conduta diversa
Alguns tribunais vêm admitindo que, no caso de uma situação difícil e grave pela qual passa a
empresa, a ponto de inviabilizar operações normais da empresa, se houver a falha no recolhimento de
contribuições previdenciárias, que foi retida do empregado, ou seja, não restaria configurado o crime de
apropriação indébita previdenciária.
Isso porque seria inexigível do empregador naquele momento uma conduta diversa daquela. É o
que se chamada de inexigibilidade de conduta diversa, gerando a excludente da culpabilidade.
h) Princípio da insignificância
Para o STJ, se o valor devido não ultrapassa 10 mil reais, poderá aplicar o princípio da
insignificância.
Para o STF, este valor poderá ser de até 20 mil reais, visto que o STF aplica o princípio da portaria
da fazenda, a qual deixa de exigir execução fiscal, caso o valor dela não ultrapasse aquele montante.
O STF vem entendendo que é preciso que o procedimento administrativo fiscal deve ser
encerrado com a constituição definitiva do crédito tributário para que o sujeito possa ser processado
criminalmente.
Portanto, essa constituição definitiva do crédito tributário passa a ser uma condição objetiva de
punibilidade.
Denúncias oferecidas antes dessa constituição definitiva devem ser rejeitadas por falta de justa
causa. Este é a ideia da Súmula Vinculante 24, a qual estabelece que não se tipifica crime material contra
a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo
do tributo.
O outro entendimento do STF diz que é possível a instauração de inquérito policial contra crime
contra a ordem tributária antes do encerramento do procedimento administrativo fiscal, quando esta
126
“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
instauração for imprescindível para viabilizar a fiscalização. Ex.: sujeito está negando acesso aos livros
fiscais.
I. Imposto de Importação
O art. 19 do CTN estabelece que a entrada de produto estrangeiro em território nacional é causa
do nascimento da respectiva obrigação tributária.
O CTN dá o regramento geral e após busca-se o DL 37/66, que dispõe sobre imposto de
impostação.
Segundo o art. 1º do DL 37/66, o Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria estrangeira
e tem como fato gerador sua entrada no Território Nacional.
b) Base de cálculo
Base de cálculo é o valor que será tido como referência para efetuar o cálculo do tributo devido. A
base de cálculo é definida com base no tipo de alíquota que será utilizada:
Alíquota específica: quando a base de cálculo é uma quantidade de mercadoria, utilizando uma
unidade de medida que indique esta tarifa. Ex.: m², m³, etc.
Alíquota ad valorem: a base de cálculo não leva em conta o tipo de mercadoria. Neste caso, a
base de cálculo será o valor da mercadoria, é o valor aduaneiro, é o valor pelo quanto ela
entrou no país. Quando se tratar de produto levado à leilão, a base de cálculo será o preço de
arrematação.
c) Alíquotas
As alíquotas do Imposto de Impostação poderão ser alteradas por decreto do Poder Executivo,
dentro dos limites e condições estabelecidas em lei.
Há aqui uma exceção do princípio da legalidade, eis que o ato infralegal poderá alterar a alíquota.
Além disso, o Imposto de Impostação não se submete aos princípios da anterioridade e nem ao
princípio da anterioridade nonagesimal. Esta exceção será aplicada inclusive se houver a revogação de
benefícios fiscais.
Consoante o art. 23, quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, considera-se
ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, dessa declaração de importação.
O parágrafo único diz que a mercadoria ficará sujeita aos tributos vigorantes na data em que a
autoridade aduaneira efetuar o correspondente lançamento de ofício no caso de:
O momento da ocorrência do fato gerador é a data do registro dessa declaração. Para efeito de
lançamento, será aplicada a legislação vigente da época do registro da importação.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
e) Tributação exclusiva
Com exceção do ICMS, Imposto de Importação e Imposto de Exportação, nenhum outro imposto
pode incidir sobre operações relativa a:
Energia elétrica
Serviços de telecomunicações
Derivados de petróleo
Combustíveis
Minerais
a) Fato gerador
Para calcular o imposto, será considerado ocorrido o fato gerador da saída da mercadoria do
território nacional a data do registro da exportação no Sistema Integrado do Comércio Exterior
(SISCOMEX).
b) Contribuinte e responsáveis
Será responsável:
Depositário
Transportador
c) Base de cálculo
d) Alíquotas
Em relação às alíquotas, o regulamento aduaneiro, no art. 215, diz que o imposto será calculado
com a aplicação da alíquota com 30% sobre a base de cálculo.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Mas para atender aos objetivos de política cambial, de comércio exterior, a Câmara de Comércio
Exterior poderá alterar esta alíquota, reduzindo ou aumentando esta alíquota do imposto de exportação.
Todavia, no caso de elevação da alíquota, esta alíquota do imposto de exportação não poderá ser
superior a 150%. É o que diz o DL 1.578/77.
e) Lançamento
Será considerado ocorrido o fato gerador no momento em que é expedida a guia de exportação ou
um documento equivalente.
Com o SISCOMEX, não é necessária guia de exportação. Essa necessidade foi substituída pelo
registro da exportação. Ou seja, com o registro da exportação é que se entende que houve o fato gerador
do imposto de exportação.
O art. 43 do CTN diz que o fato gerador é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de
renda ou proventos de qualquer natureza.
Proventos de outra natureza são todas as outras coisas que são acréscimos patrimoniais.
Quaisquer outros acréscimos patrimoniais que não estejam compreendidos no conceito de renda são
considerados proventos de qualquer natureza.
O STJ, na Súmula 262, diz que incide IR sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas por
cooperativas. Isso porque essas aplicações não consubstanciam atos cooperativos, motivo pelo qual incide
imposto de renda sobre o resultado da aplicação, por conta de acréscimo patrimonial de ato não
cooperativo.
Segundo o STJ, a isenção do Imposto de Renda sobre o ganho de capital nas operações de
alienação de imóvel prevista no art. 39, da Lei nº 11.196/2005 se aplica à hipótese de venda de imóvel
residencial com o objetivo de quitar, total ou parcialmente, débito remanescente de aquisição a prazo ou
à prestação de imóvel residencial já possuído pelo alienante. Por essa razão, a restrição estabelecida no
art. 2º, §11, I, da Instrução Normativa-SRF n. 599/2005 é ilegal (Inf. 594). Ex: João comprou seu
apartamento por R$ 300 mil; dois anos depois, vendeu este imóvel por R$ 400 mil, tendo “lucrado” R$ 100
mil com o negócio. Diz-se que seu ganho de capital foi de R$ 100 mil. Em princípio, João teria que pagar
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
imposto de renda sobre esse ganho de capital. Ocorre que o art. 39 acima transcrito garante uma isenção
do imposto caso ele utilize este valor recebido para adquirir outro imóvel residencial.
a) Disponibilidade jurídica
b) Disponibilidade econômica
Disponibilidade econômica é qualquer fato, mesmo que irregular ou ilícito, que implique acréscimo
patrimonial. Ex.: renda decorrente de tráfico de drogas incide imposto.
c) Indenização
As indenizações não cabe incidência de imposto de renda, visto que não há acréscimo patrimonial.
Tanto é que o STJ diz, na Súmula 125, que o pagamento de férias não gozadas por necessidade de
serviço não estão sujeitas ao imposto de renda.
O pagamento de licença-prêmio por férias não gozadas em razão da necessidade de serviço não
está sujeito ao imposto de renda.
Indenização decorrente de adesão de programa de demissão voluntária não está sujeita a imposto
de renda (Súmula 215).
São isentas de imposto de renda indenizações de férias proporcionais e respectivos adicionais, por
conta do caráter indenizatório.
Todavia, incide IR sobre valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias
trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo. Isso porque hora extra é salário, motivo pelo qual
incide IR.
A Súmula 498 do STJ diz que não incide imposto de renda sobre indenização por danos morais, pois
é indenização e não acréscimo patrimonial.
Descabe a incidência de IR sobre verba paga a título de ajuda de custo pelo uso do veículo pelo
uso das funções profissionais. Não há caráter patrimonial.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ainda, não incide IR sobre juros moratórios legais em decorrência da sua natureza e função
indenizatória. Isso porque os juros de mora serve para indenizar o sujeito que não recebeu o capital
enquanto não recebê-lo.
É importante ressaltar que o IR deve observar o princípio da anterioridade, mas não observará o
princípio da anterioridade nonagesimal.
d) Contribuinte e responsável do IR
A lei poderá atribuir a fonte pagadora de renda ou de proventos a condição de responsável pelo
imposto, retendo o imposto na fonte (IRRF).
e) Base de cálculo
Segundo o art. 44 do CTN, a base de cálculo do imposto de renda é montante real, arbitrado ou
presumido de renda ou de provento.
Para pessoa jurídica, o IR poderá incidir sobre o lucro real ou sobre o lucro presumido.
Porém, se o caso era de lucro real e o contribuinte fez de tudo para não apurar, a autoridade
administrativa poderá promover o lucro arbitrado.
f) Lançamento do IR
O IR é o imposto de caráter complexivo, pois vai exigir que haja uma especificação em lei para que
fictamente o fato gerador do imposto de renda ocorreu.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Para pessoa física, é considerado que o fato gerador ocorreu no dia 31 de dezembro do ano-
calendário. A verificação do valor que terá de pagar ou recolher, ou ainda a restituição, deverá ocorrer até
o dia 30 de abril do ano subsequente.
Para pessoa jurídica, a apuração do IR devido por pessoa jurídica é feito trimestralmente. O
contribuinte poderá pagar com base no lucro presumido ou real trimestralmente.
Se optar pelo lucro real, poderá optar por fazer esta apuração anual, e não trimestral, caso em que
fará uma antecipação mensal que acredita que deverá de pagar no final do ano.
Segundo o STF, na Súmula 584, o imposto de renda calculado sobre rendimentos do ano-base,
aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deva ser apresentada a declaração. Ex.: apura-se o
quanto foi auferido no dia 31 de dezembro, mas como somente será declarado no dia 30 de abril do ano
subsequente será aplicada a lei vigente do momento em que a declaração é apresentada.
a) Fato gerador
Operações são negócios jurídicos que ocorrem a transmissão sobre produtos industrializados.
Considera-se o produto industrializado quando ele tiver sido submetido a qualquer operação que
lhe modifique ou tenha modificado a natureza ou a finalidade, ou ainda qualquer operação que lhe tenha
aperfeiçoado para o consumo (art. 46, parágrafo único, do CTN).
O STJ entende que não incide IPI no desembaraço aduaneiro de veículo importado para fins de
utilização pelo consumidor (para uso próprio).
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Havendo incidência de IPI no desembaraço aduaneiro no produto de procedência estrangeira, não
é possível uma nova cobrança do tributo na saída do estabelecimento do importador, salvo se, entre o
desembaraço aduaneiro e a saída do produto do estabelecimento do importador, o produto tenha sido
objeto de industrialização.
Importador
Industrial
Comerciante que forneça ao importador ou ao industrial
Arrematante, nos casos de bens apreendidos e levados à leilão
Transportador
Possuidor
Estabelecimento de produtos cuja origem não é possível saber qual é
O STF entende que incide IPI na importação de veículo automotor por pessoa natural, ainda que
não desempenhe atividade empresarial e o faça para uso próprio.
c) Base de cálculo
A base de cálculo do IPI vai depender se estivermos tratando de caso de incidência na importação
de produto industrializado, situação na qual será base de cálculo o valor do serviço, mas não só isso,
devendo ser acrescido o valor dos impostos e encargos cambiais. Portanto, será o valor aduaneiro mais os
impostos e encargos cambiais.
Nas demais operações, a base de cálculo será o preço da operação, representada pelo valor do
produto, acrescido do valor do frete e demais despesas adicionadas para cobrança feita pelo comprador.
d) Alíquotas
O IPI terá suas alíquotas proporcionais. Isto é, estas alíquotas estão registradas na tabela de
incidência de IPI (TIPI).
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A CF determina, em caráter obrigatório, que haja seletividade no IPI, devendo incidir de forma mais
gravosa em produtos supérfluos, ou seja, produtos não essenciais, como cigarros e bebidas alcoólicas. Por
outro lado, deverá incidir de modo menos gravoso nos casos de produtos básicos, como feijão e arroz.
As alíquotas do IPI poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo, mas desde que observados
os parâmetros legais.
e) Lançamento do IPI
f) Não cumulatividade
Além disso, o IPI está sujeito à não cumulatividade, de maneira que haja a compensação do
imposto devido em cada operação com o montante que já foi cobrado na operação anterior.
Se na operação anterior foi pago 5 mil reais a título de IPI, mas nesta operação se o imposto fosse
de 1000 reais, é necessário descontar os 500 que já foram pagos, devendo o sujeito recolher apenas os 500
reais.
O STJ entende que é devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há a oposição
ao seu aproveitamento em decorrência de uma resistência que se mostra ilegítima por parte do fisco. É o
teor da Súmula 411.
Se o fisco não permite esse aproveitamento do IPI, tendo o sujeito buscar a justiça, quando ele
efetivamente for aproveitar o crédito, o valor não poderá ser o mesmo da época, devendo ser corrigido
monetariamente a fim de preservar o valor real e evitar o enriquecimento sem causa.
Além disso, o benefício fiscal do crédito presumido do IPI, relativo a exportações, incide mesmo
quando as matérias primas ou insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do
PIS/PASEP.
A Súmula 495 do STJ diz que bens integrantes de ativo permanente da empresa não gera direito
ao creditamento de IPI.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ainda, em sede de recurso especial, o STJ entendeu que a aquisição de matéria prima ou de
insumo não tributado, ou sujeito à alíquota zero, utilizados na industrialização de um produto tributado
pelo IPI, não enseja o creditamento do produto pago na saída desse estabelecimento industrial.
O que é dito é que se o indivíduo comprou um produto sem IPI, significa que ele não recolheu nada.
Diante disso, não poderá ser creditar desse IPI na hora da venda.
g) Imunidade
a) Fato gerador
O imposto tem como fato gerador as alterações de titularidade no âmbito jurídico nas operações
e de:
Crédito
Câmbio
Seguro
Títulos e valores mobiliários
→ Operações de crédito
→ Operações de câmbio
Nas operações de câmbio, o fato gerador do IOF se dá com a entrega da moeda nacional ou
estrangeira, ou a sua colocação à disposição do interessado, em montante equivalente à moeda que foi
entregue.
→ Operações de seguro
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O fato gerador nas operações de seguro ocorre no momento em que o prêmio é recebido.
Neste caso, o fato gerador ocorre quando há a aquisição, resgate, cessão, repactuação, pagamento
para liquidação de títulos e valores mobiliários.
b) Contribuinte e responsáveis
c) Base de cálculo
d) Alíquotas
Isso porque as alíquotas poderão ser alteradas por ato do Poder Executivo, motivo pelo qual tem
incidência imediata.
a) Fato gerador
O imóvel rural é aquele localizado fora da zona urbana do município, sendo o fato gerador aferido a
cada 1º de janeiro.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Em relação ao ITR, as pequenas glebas rurais estão imunes ao ITR, desde que o seu proprietário as
explore e não possua outro imóvel.
A pequena gleba rural vai depender de onde está a gleba rural, pois o art. 2º da Lei 9.393/96 diz
que a pequena gleba rural é área igual ou inferior a 100 hectares, situada na Amazônia Ocidental ou no
Pantanal, mato-grossense ou sul-mato-grossense.
Por outro lado, será de até 50 hectares a pequena gleba rural, caso esteja localizada no polígono
das secas ou na Amazônia oriental.
Será pequena gleba rural a área de até 30 hectares localizado em qualquer outro lugar.
Segundo o STJ, não incide IPTU, mas apenas o ITR sobre o imóvel localizado na zona urbana do
município, desde que esse imóvel seja utilizado para fins de atividade rural.
Para fins de incidência, mais importante de que a localização do imóvel, é a destinação que se dá
a ele. Se a destinação é agropecuária, incidirá o ITR.
O art. 153, III, da CF prevê a possibilidade de o ITR ser cobrado e fiscalizado pelos municípios. Se
optar por fazer a fiscalização e cobrança do ITR, passará a ser o destinatário de 100% do produto do ITR.
Nesse caso, a União transfere a capacidade tributária ativa, lembrando que a competência tributária é
indelegável.
b) Base de cálculo
c) Alíquotas
Caso tenha que regular, será necessário lei complementar para a instituição do imposto.
Essa lei complementar deve assegurar a não cumulatividade do imposto e a não coincidência do
fato gerador e da base de cálculo desse imposto com o fato gerador ou base de cálculo de impostos
semelhantes aos já previstos na constituição.
Essas regras também valem para quando a União se vale da sua competência para instituir
contribuições residuais.
a) Fato gerador
b) Competência
Bens imóveis e seus respectivos direitos: a competência para instituir o ITCMD será do Estado
onde está localizado aquele bem imóvel.
Bens móveis ou créditos e seus respectivos direitos: a competência para instituir o ITCMD será
do Estado onde se processar o inventário, no caso de herança, ou onde tiver domicílio o
doador, no caso de doação.
Caso a doação se dê por pessoa que resida no exterior, ou por pessoa que residia no exterior,
quando do seu falecimento, ou que teve o inventário processado no exterior. Tais hipóteses demandam
regulamentação por meio de lei complementar.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Fora esses casos acima, a regra é aquela disposta anteriormente.
c) Base de cálculo
d) Alíquota
A Constituição impõe que as alíquotas do ITCMD tenham um teto definido pelo Senado Federal.
Hoje, a alíquota máxima para o ITCMD é de 8% sobre o valor imóvel, conforme a Resolução do
Senado.
a) Fato gerador
Circulação de mercadoria
Prestação do serviço de transporte interestadual
Prestação do serviço de transporte intermunicipal
Prestação de serviço de comunicação
Atente-se que, em razão de determinação expressa da CF (art. 155, §3º), energia elétrica deve ser
classificada como mercadoria, motivo pelo qual incide ICMS.
Segundo o STJ, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incide sobre a tarifa
de assinatura básica mensal cobrada pelas prestadoras de serviço de telefonia, independentemente da
franquia de minutos concedida ou não ao usuário (Inf. 843).
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 155, §2º, IX, CF, o ICMS incide sobre a entrada de bem ou mercadorias importadas
do exterior, seja por pessoa física ou pessoa jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do ICMS,
qualquer que seja a finalidade dessa mercadoria importada. Também vai incidir ICMS sobre o serviço
prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado destinatário.
Portanto, onde estiver domiciliado a pessoa que comprou a mercadoria ou quem teve o serviço
prestado no exterior, ou onde estiver o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço, será o
Estado competente para instituir e receber o ICMS.
Por essa razão, incide ICMS sobre o importador que comprou o carro para ele mesmo, mesmo que
não seja contribuinte habitual do imposto.
Em sede de repercussão geral, o STF decidiu que não incide ICMS-importação na operação de
arrendamento mercantil, salvo se houver antecipação da operação de compra. Isso porque arrendamento
mercantil não há a circulação jurídica ainda.
A ideia do arrendamento mercantil é a mesma da locação, mas com a opção de compra ao final.
O art. 155 da CF, §2º, IX, “b”, diz que o ICMS incide sobre o valor total da operação, quando
mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos
municípios.
Portanto, são serviços que não incidirão sobre eles ISS, motivo pelo qual incidirá ICMS sobre o valor
total.
Segundo a Súmula Vinculante 32, o ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas
seguradoras.
Não constitui fato gerador do ICMS a saída física de máquinas, utensílios ou implementos a título
de comodato, conforme a Súmula 573 do STF, pois não há a efetiva circulação.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O fornecimento de água potável por empresa concessionária de serviço público não caracteriza
operação sujeita ao ICMS, pois a água em estado natural é bem público, não cabendo a incidência do ICMS,
tal como estabelece o STF.
A Súmula 166 o STJ estabelece que não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.
O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à Internet, conforme a Súmula 334 do STJ.
O ICMS não incide sobre os serviços de habilitação de telefone celular, pois não há serviço
prestado, conforme dispõe a Súmula 350 do STJ.
Incide ICMS sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente a demanda da potência
efetivamente utilizada, conforme a Súmula 391 do STJ.
O STJ entende que incide ICMS sobre o valor da venda a prazo constante da nota fiscal, pois este
seria o valor da operação, ainda que o pagamento seja a prazo.
O STJ entende que a empresa de construção civil não está obrigada a pagar ICMS sobre
mercadorias adquiridas como matéria-prima em operações interestaduais, conforme Súmula 432.
e) Contribuintes do ICMS
Qualquer pessoa física ou jurídica que realize circulação de mercadoria, prestação do serviço de
transporte interestadual, prestação do serviço de transporte intermunicipal ou prestação de serviço de
comunicação, com habitualidade ou com volume que caracterize com intuito comercial, é contribuinte do
ICMS.
f) Base de cálculo
Não devem compor esta base de cálculo valores que não guardem relação com aquela operação
mercantil tributário. Portanto, os juros de um financiamento não devem integrar a base de cálculo de um
ICMS.
O art. 155, §2º, XI, CF diz que o ICMS não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do
imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a
produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Veja, o valor do IPI não vai estar inserido para calcular o valor do ICMS devido quando a mesma
operação justificar a incidência dos dois impostos.
O STF entende que é constitucional que haja a inclusão do valor do ICMS na sua própria base de
cálculo. Isto é, se o contribuinte vai pagar 10 mil reais de ICMS, este valor continuará integrando a base de
cálculo para se chegar ao valor do ICMS. O fato de o valor do ICMS integrar a base de cálculo para
incidência do próprio ICMS, este fato não viola a Constituição.
O que a Constituição garante é que, se a operação gera, ao mesmo tempo, a incidência de IPI e
ICMS, o valor do IPI não vai compor a base de cálculo para cálculo do ICMS.
No mesmo sentido, o STJ entendeu que o ICMS integra a sua própria base de cálculo, sendo isso
chamado de ICMS "por dentro" ou "cálculo por dentro". O ICMS por dentro está previsto no art. 13, § 1º,
I, da LC 87/96, sendo considerado constitucional pelo STF. Essa mesma regra aplica-se para o ICMS
substituição tributária, considerando que se trata do mesmo tributo. Assim, ainda que se adote a
substituição tributária como forma de arrecadação de ICMS, é legal aplicar-se a sistemática do "cálculo por
dentro" (Inf. 585).
g) Não cumulatividade
Uma das características do ICMS é a não cumulatividade. Isso quer dizer que se compensa na
próxima operação tudo que foi pago na operação anterior.
Se houver uma isenção ou não incidência na operação anterior, não haverá geração de créditos
para compensação na operação seguinte. E elas anulam os créditos relativos às operações anteriores.
Segundo o STJ, não viola o princípio da não cumulatividade a vedação, prevista em legislação
estadual, de aproveitamento de crédito de ICMS decorrente de operação de exportação quando o
contribuinte possuir débito superior ao crédito. Dito de forma mais simples, não fere o princípio da não
cumulatividade a legislação estadual que veda a apropriação e a utilização de crédito de ICMS ao
contribuinte que estiver com saldo devedor perante o Fisco (Inf. 574).
h) Alíquotas
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O Senado tem a faculdade de estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, por meio
de Resolução. Para tanto, é necessário que essa resolução tenha iniciativa de 1/3 dos membros
do Senado Federal e ter sido aprovada pela maioria absoluta dos seus membros.
É facultado ao Senado Federal estabelecer alíquotas máximas nas mesmas operações para
resolver conflito específico que envolva interesses dos Estados. Essa Resolução deverá ter
iniciativa de maioria absoluta e aprovação por 2/3 de seus membros.
Salvo deliberação em contrário dos Estados e DF, as alíquotas internas, nas operações relativas
a circulação de mercadorias e prestação de serviços, não poderão ser inferiores às alíquotas
interestaduais.
Fixar alíquota mínima: iniciativa de 1/3 dos membros e aprovação por maioria absoluta.
Fixar alíquota máxima: iniciativa da maioria absoluta e aprovação por 2/3 dos seus membros.
Como dito, via de regra, a alíquota interna acaba sendo superior à alíquota interestadual.
Nas operações e prestações realizadas nas regiões sul e sudeste, mas destinadas às regiões norte,
nordeste, centro-oeste e para o Estado do Espírito Santo, as alíquotas interestaduais serão de 7%. Veja, os
Estados mais pobres vão receber mais.
A regra é: o Estado de destino fica com a diferença entre a alíquota interna e a alíquota
interestadual.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O ADCT impõe uma regra de transição em razão dessas inovações trazidas pela EC 87/2015,
dizendo que, no caso operações e prestações que destinem bens ou serviços a consumidor final não
contribuinte que resida em outro Estado, o imposto correspondente entre a alíquota interna e a alíquota
interestadual, será partilhado entre os Estados de origem e destino, na seguinte proporção:
Para o ano de 2015: 20% para o Estado de destino e 80% para o Estado de origem;
Para o ano de 2016: 40% para o Estado de destino e 60% para o Estado de origem;
Para o ano de 2017: 60% para o Estado de destino e 40% para o Estado de origem;
Para o ano de 2018: 80% para o Estado de destino e 20% para o Estado de origem;
A partir do ano de 2019: 100% para o Estado de destino.
A Constituição diz que o ICMS poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e
dos serviços.
i) Imunidades
Como a CF/88 e a LC 87/96 determinaram que não deveria incidir ICMS nas operações e prestações
destinadas ao exterior, houve uma perda de arrecadação dos Estados, motivo pelo qual foi prevista uma
forma de compensação por meio da qual a União deveria transferir recursos aos Estados.
Os critérios para compensar os Estados por conta das desonerações de ICMS sobre as exportações
estão previstos no art. 91 do ADCT, o qual exige que seja editada uma nova lei complementar para
regulamentar os critérios de compensação dos Estados.
No entanto, o § 3º prevê que, até a edição da nova lei complementar, devem ser adotados para o
repasse os critérios estabelecidos no Anexo da LC 87/96, com a redação da LC 115/2002. Portanto, o
próprio texto constitucional transitório já previu a solução a ser adotada até a vinda da nova lei
complementar.
145
“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Dessa forma, o Poder Judiciário não pode alterar os índices de repasse da União aos Estados
previstos no art. 91 do ADCT e na LC 87/96, criando novos critérios. Tal atitude equivaleria a uma inovação
no ordenamento jurídico contra o direito posto, violando a cláusula da separação dos Poderes (Inf. 849).
Contudo, como já se passaram muitos anos sem que o Congresso Nacional tenha editado tal lei
complementar de que trata o art. 91 do ADCT, foi proposta uma ADI por omissão por conta desta lacuna,
tendo sido ela julgada procedente, declarando a mora do Congresso Nacional. Na decisão, o STF fixou um
prazo de 12 meses para que o Legislativo faça a lei, consignando que, se for ultrapassado esse prazo, o
Tribunal de Contas da União (TCU) deverá:
Fixar o valor total a ser transferido anualmente aos Estados-Membros e ao Distrito Federal,
considerando os critérios dispostos no art. 91 do ADCT.
Calcular o valor das quotas a que cada um fará jus, levando em conta os entendimentos entre
os Estados-Membros e o Distrito Federal realizados no âmbito do Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz)
j) Convênios de ICMS
O art. 155, §2º, XII, ‘g’, CF diz que, no tocante ao ICMS, cabe à lei complementar regular a forma de
como, mediante deliberação dos Estados e do DF, isenções, incentivos e benefícios fiscais vão ser
concedidos ou vão ser revogados.
Por isso, isenções, incentivos e benefícios fiscais devem ser regulados por lei complementar.
Segundo o art. 150, §7º, CF, a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição
de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
146
“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido.
Exemplo dado por Ricardo Alexandre: “A” é uma refinaria de combustíveis que vende a gasolina
para os distribuidores (“B”), que revendem para os postos de gasolina (“C”), que, por fim, vendem ao
consumidor final (“D”). Para o Estado é mais fácil cobrar de “A” todo o tributo que irá incidir sobre a cadeia
produtiva. Assim, “A” pagará o imposto por ele devido como contribuinte e também os impostos que irão
incidir sobre as vendas futuras (nesse caso, pagará como substituto tributário/responsável tributário).
Assim, todo o tributo é pago de uma só vez por “A”, sendo calculado sobre o valor pelo qual se
presume que a mercadoria será vendida ao consumidor.
Esse cálculo do valor que se supõe que a mercadoria será vendida é feito mediante a aplicação do
regime de valor agregado estabelecido no art. 8º da LC 87/96, o qual estabelece que a base de cálculo,
para fins de substituição tributária, será:
Por tudo isso, o STJ decidiu que, no caso de venda de medicamentos de uso restrito a hospitais e
clínicas, a base de cálculo do ICMS/ST é o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria (art.
2º, I, do DL nº 406/1968), e não o valor correspondente ao preço máximo de venda a consumidor sugerido
por fabricante de medicamentos (Cláusula Segunda do Convênio nº 76/1994) (Inf. 588).
Segundo o STJ, no caso de venda de medicamentos de uso restrito a hospitais e clínicas, a base de
cálculo do ICMS/ST é o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria (art. 2º, I, do DL n.
406/1968), e não o valor correspondente ao preço máximo de venda a consumidor sugerido por fabricante
de medicamentos (Cláusula Segunda do Convênio n. 76/1994) (Inf. 588, STJ).
Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que concede benefícios fiscais relacionados com o
ICMS sem a prévia celebração de convênio intergovernamental (art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF/88 e LC
24/1975).
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Mas considera-se constitucional dispositivo de lei estadual que estabeleceu a suspensão do
pagamento do ICMS incidente sobre a importação de matéria-prima ou de material intermediário, e
transferiu o recolhimento do tributo do momento do desembaraço aduaneiro para o momento de saída
dos produtos industrializados do estabelecimento.
Isso porque a jurisprudência permite o legislador estadual, mesmo sem convênio, preveja o
diferimento (retardamento) do recolhimento do valor devido a título de ICMS se isso não implicar
redução ou dispensa do valor devido. Diferir o recolhimento do valor não significa benefício fiscal e,
portanto, não precisa da prévia celebração de convênio (Inf. 777, STF).
As normas gerais sobre o IPVA (fato gerador, base de cálculo, sujeito passivo etc.) deverão ser
previstas em uma lei complementar nacional a ser editada pelo Congresso Nacional (art. 146, III, "a", da
CF/88).
Ocorre que esta lei ainda não existe. Em razão disso, os Estados-membros podem legislar
plenamente sobre o tema, conforme autorizado pelo art. 24, § 3º da CF/88, desde que respeitadas as
demais regras constitucionais.
a) Fato gerador
Perceba que é apenas a propriedade que gera incidência de IPVA, e não a mera detenção do
veículo, o próprio uso ou mesmo a posse.
b) Base de cálculo
Essas tabelas sofrem uma atualização anual, sem que haja uma violação à legalidade, eis que não a
alteração da base de cálculo.
A Constituição Federal autoriza que a fixação da base de cálculo do IPVA não está sujeita ao
princípio da anterioridade nonagesimal (art. 150, § 1º).
Ou seja, é possível que o Estado, nos últimos dias do ano, altere a tabela de valor venal dos veículos
e essa mudança já valha a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
c) Alíquotas
A EC 42/03 estabelece a competência do Senado Federal para fixação da alíquota mínima, além
de prever a possibilidade de fixação de alíquotas diferenciadas de acordo com o tipo de veículo e em
função da utilização do veículo (art. 155, § 6º, da CF/88).
Em outras palavras, a lei estadual não poderá estipular alíquotas menores que aquelas fixadas pelo
Senado. Isso com o objetivo de evitar que os Estados começassem a colocar valores muito baixos de IPVA
para "incentivar" os proprietários de carros a emplacarem seus veículos nesses locais.
O STF entende que os Correios (EBCT) é imune à incidência de IPVA, em relação aos veículos que
lhe pertencem, estando abarcada pela imunidade recíproca.
Dessa forma, a lei poderá prever que veículos utilitários poderão pagar alíquotas menores que
veículos de passeio. Exemplo quanto à utilização: táxis poderão pagar alíquotas menores que veículos
particulares.
Além disso, o STF decidiu que é inconstitucional tributar diferentemente veículos nacionais e
importados.
d) Sujeito passivo
É o proprietário do veículo.
e) Lançamento do IPVA
O IPVA é um imposto sujeito a lançamento de ofício. Em outras palavras, o próprio Fisco, sozinho,
já calcula quanto o contribuinte deverá pagar e apenas o avisa: pague este valor de imposto até o dia XX.
Além do IPVA, outro exemplo de imposto submetido a lançamento de ofício é o IPTU.
O CTN não prevê a forma como o contribuinte deverá ser notificado de que houve o lançamento de
ofício e de que ele deverá pagar o tributo. Diante dessa lacuna, a jurisprudência entende que a legislação
que rege cada tributo poderá disciplinar o meio idôneo para essa notificação.
No caso do IPVA, o envio do carnê é apenas uma modalidade, que não exclui outras
eventualmente mais convenientes para a Administração, como é o caso da divulgação de um calendário
de pagamento, com instruções para os contribuintes fazerem o pagamento.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Isso significa que a cientificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA pode ser realizada
por qualquer meio idôneo, como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com
instruções para o pagamento, conforme decidiu o STJ.
Caso o contribuinte, mesmo depois de notificado, não pague o IPVA, o Fisco poderá ajuizar
execução fiscal cobrando este imposto. O prazo prescricional para a execução fiscal inicia-se no dia
seguinte à data estipulada para o vencimento do imposto. Isso porque, antes dessa data, o pagamento
não é exigível do contribuinte.
Assim, por exemplo, se o proprietário recebeu um carnê com data de vencimento para o dia 03/03,
o prazo prescricional para o Estado-membro ajuizar execução fiscal iniciará no dia 04/03, caso o
contribuinte não pague na data.
Para o STJ, a constituição definitiva do IPVA ocorre com a notificação do contribuinte para
pagamento. Desse modo, se fossemos utilizar a redação literal do art. 174, o prazo prescricional teria início
na data da notificação do sujeito passivo (constituição definitiva).
Trata-se de um imposto:
a) Fato gerador
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O fato gerador do IPTU é a propriedade, domínio útil ou a posse de um bem imóvel, desde que
esteja localizado na zona urbana do município.
O critério é o da localização. Mas a depender da destinação do imóvel, o STJ entende que poderá
caber a incidência de ITR e não de IPTU.
As ficções jurídica estabelecidas no art. 80 do CC, que fala sobre direitos reais sobre imóveis, direito
à sucessão aberta, direitos que asseguram direitos reais sobre imóveis, são todos considerados por ficção
jurídica como bens imóveis.
Todavia, as ficções jurídicas ali estabelecidas não geram a incidência da IPTU, o qual somente incide
sobre prédio ou terreno.
b) Zona urbana
A definição de zona urbana por lei municipal não é suficiente para incidência do IPTU.
Segundo o art. 32, §1º, do CTN, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, desde
que seja observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 dos
incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
Ainda, é permitido que a lei municipal considere urbanas as áreas urbanizáveis, ou áreas de
expansão urbana, constantes em loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à
habitação, indústria e comércio, mesmo que localizado fora da zona urbana primitiva.
Havendo conflito entre ITR e IPTU, é necessário analisar o critério espacial, mas também o critério
da destinação do imóvel, pois o STJ entende que não incide IPTU nos imóveis de destinação rural, devendo
incidir o ITR.
O fato de uma parte do imóvel urbano ter sido declarado área de preservação permanente ou de
restrição, como a proibição de construir, não impede que incida IPTU sobre a área do imóvel todo. O que
precisa para definir se vai haver a incidência de ITR ou não é o fato de sua destinação.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Ainda, nas hipóteses em que for verificada a contemporaneidade do exercício da posse e da
propriedade, ou seja, houve uma promessa de compra e venda celebrada, a qual não foi levada a registro,
mas há um promitente comprador e um promitente vendedor. Neste caso, o STJ entende que o IPTU
poderá ser exigido de qualquer um dos sujeitos passivo, ou seja, são coexistentes, havendo uma espécie de
solidariedade.
c) Base de cálculo
A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, não sendo considerados os bens imóveis que
guarnecem o prédio ou a propriedade.
Atente-se que a atualização do valor venal do imóvel por índices oficiais de correção não
representa majoração da base de cálculo.
Consequentemente poderá ser feita por ato do Poder Executivo, por meio de decreto. A Súmula
160 do STJ diz que é defeso ao município atualizar o IPTU mediante decreto em percentual superior ao
índice oficial de correção monetária.
d) Alíquota
As alíquotas poderão ser livremente estipuladas pelos Municípios, desde que, obviamente, não
sejam tão elevadas a ponto de caracterizar um confisco, o que é vedado constitucionalmente.
e) Lançamento
O fato gerador do IPTU vai se verificar na data eleita pela legislação municipal para esta finalidade.
Normalmente, a data é fixada no dia 1º de janeiro de cada ano, sendo certo que o lançamento se dá de
ofício.
f) Extrafiscalidade
A CF diz, em seu art. 182, §4º, que é facultado ao poder público municipal, mediante lei específica,
para a área incluída no Plano Direto, exigir, nos termos da lei federal (Estatuto da Cidade), do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou nem utilizado, que ele promova o seu adequado
funcionamento, sob pena de sucessivamente sofrer:
Alguns autores chamam a extrafiscalidade pela localização e uso de “seletividade do IPTU”. É o caso
de Hugo de Brito Machado e Ricardo Lobo Torres.
O art. 7º do Estatuto da Cidade vai dizer que, em caso de descumprimento das condições
estabelecidas em lei, o município poderá proceder à aplicação do IPTU progressivo no tempo, majorando as
alíquotas durante 5 anos consecutivos.
O §1º diz que a majoração da alíquota a ser aplicada a cada ano será fixada em lei específica, mas a
alíquota do ano seguinte não pode ser superior ao dobro da alíquota do ano anterior. A alíquota ficará
limitada ao máximo de 15%.
O §2º do art. 7º diz que, caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em 5
anos, o município vai manter a alíquota máxima do IPTU, podendo, em algum momento, promover a
desapropriação.
O §3º diz que é vedada a concessão de isenção ou anistia relativa à tributação progressiva de que
trata o art. 7º.
g) Progressividade
Progressividade é uma técnica de tributação que tem como objetivo fazer com que os tributos
atendam à capacidade contributiva. Na prática, a progressividade funciona da seguinte forma: a lei prevê
alíquotas variadas para o imposto e o aumento dessas alíquotas ocorre na medida em que se aumenta a
base de cálculo. Assim, na progressividade, quanto maior a base de cálculo, maior será a alíquota.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
O IPTU é progressivo?
Progressividade em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I): quanto maior o valor do
imóvel, maior a alíquota. Trata-se de progressividade fiscal (com o objetivo de arrecadar mais).
Progressividade em razão da função social da propriedade (art. 182, § 4º, II): aumento de
alíquotas para desestimular que o imóvel fique não edificado, inutilizado ou subutilizado.
Consiste em uma progressividade extrafiscal (tem por finalidade fazer cumprir um
mandamento constitucional, qual seja, a função social da propriedade).
NÃO. Antes da EC 29/2000, a CF/88 permitia para o IPTU apenas a progressividade em razão da
função social da propriedade (art. 182, § 4º, II). A Constituição não previa, expressamente, a
progressividade em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I) (letra "a" acima). Ocorre que mesmo antes
da EC 29/2000, muitos Municípios editaram leis prevendo alíquotas progressivas em razão do valor do
imóvel. Em outras palavras, mesmo sem autorização expressa da CF/88, os Municípios fizeram leis fixando
alíquotas de IPTU que variavam de acordo com o valor do imóvel. Quanto maior a faixa de valor, maiores
eram as alíquotas.
I - Quanto aos imóveis residenciais: a) Para terrenos com valor venal até R$ 100 mil, alíquota de 5%
(cinco por cento); b) Para terrenos com valor venal acima de R$ 100 mil e até R$ 500 mil, alíquota de 7%
(sete por cento); c) Para terrenos com valor venal acima de R$ 500 mil e até R$ 1 milhão, alíquota de 9%
(nove por cento); d) Para terrenos com valor venal acima de R$ R$ 1 milhão, alíquota de 10% (dez por
cento).
II - Quanto aos imóveis não-residenciais: a) Para terrenos com valor venal até R$ 100 mil, alíquota
de 6% (seis por cento); b) Para terrenos com valor venal acima de R$ 100 mil e até R$ 500 mil, alíquota de
8% (oito por cento); c) Para terrenos com valor venal acima de R$ 500 mil e até R$ 1 milhão, alíquota de
10% (dez por cento); d) Para terrenos com valor venal acima de R$ R$ 1 milhão, alíquota de 12% (doze por
cento).
Para o STF, as leis municipais que, antes da EC 29/2000, previam alíquotas progressivas em razão
do valor do imóvel eram válidas? Essa Lei do Município XXX era válida?
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
NÃO. Como vimos acima, antes da EC 29/2000, a CF/88 não previa, em seu texto, a progressividade
em razão do valor do imóvel. Para o STF, essa lacuna era proposital e, não havendo previsão expressa, os
Municípios estavam proibidos de instituir a progressividade em razão do valor. Antes da EC 29/2000 só era
válida uma forma de progressividade no IPTU: a progressividade para cumprir a função social da
propriedade. Logo essas leis municipais que trouxeram progressividade fiscal antes da EC 29/2000 eram
inconstitucionais. Foi editada até uma súmula para expor esse entendimento: Súmula 668-STF: É
inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da emenda constitucional 29/2000, alíquotas
progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade
urbana.
Imagine que esse art. 33 da Lei do Município XXX foi declarado inconstitucional com base no
entendimento exposto na Súmula 668-STF. A dúvida que surge agora é a seguinte: com a declaração de
inconstitucionalidade, os contribuintes estarão dispensados de pagar o IPTU?
NÃO. O fato de ter sido declarada inconstitucional a progressividade das alíquotas não inviabiliza a
cobrança do IPTU. De acordo com a teoria da divisibilidade da lei, somente se deve proferir a
inconstitucionalidade das normas viciadas, não devendo estender o juízo de censura às outras partes da lei.
Nesse sentido, a lei municipal só seria inconstitucional no tocante à progressividade das alíquotas, de modo
que a solução mais adequada é manter a exigibilidade do tributo.
Qual será, no entanto, a alíquota que deverá ser paga? Suponha que João possui um imóvel
avaliado em R$ 2 milhões, ele pagará o IPTU com base em qual alíquota?
Aula 10. Direito tributário: impostos municipais, contribuições sociais e simples nacional.
a) Fato gerador
O fato gerador do ITBI é a transmissão inter vivos por ato oneroso de bens imóveis, de direitos
reais sobre bens imóveis, com exceção dos direitos de garantia, bem como da cessão de direitos à
aquisição do bem imóvel.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o STJ, o fato gerador do ITBI é essa transmissão, e a transmissão e a alteração de
titularidade de bem imóvel se dá com o registro imobiliário.
Vale ressaltar que a CF diz que o ITBI não vai incidir sobre a transmissão sobre bens e direitos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica para fins de realização do capital social.
Além disso, não incide ITBI sobre a transmissão de bens e direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo, no caso de cisão ou extinção da pessoa jurídica,
se a atividade principal do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou ainda o arrendamento mercantil.
Esses são casos na imunidade, pois a não incidência do imposto está prevista na Constituição.
b) Contribuinte e responsáveis
Tabeliães
Oficiais de registros de imóveis
c) Base de cálculo
A base de cálculo do ITBI é o valor venal do imóvel, ou dos bens e direitos que estão sendo
transmitidos.
d) Lançamento
Via de regra, o sujeito preenche a guia, recolhe o imposto e não há qualquer medida fiscalizadora
por parte do município.
Em âmbito nacional, o ISSQN é disciplinado pela LC 116/2003, que estabelece suas normas gerais.
Vale ressaltar, no entanto, que cada Município, para cobrar este imposto, precisa editar uma lei ordinária
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
municipal tratando sobre o assunto. Esta lei local, obviamente, não pode contrariar a LC 116/2003 e nem
prever serviços que não estejam expressos na lei federal.
a) Competência
A LC 116/03 estabelece que, em regra, o ISSQN será devido no local do estabelecimento prestador
do serviço.
da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços
descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa;
das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos
no subitem 7.05 da lista anexa;
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas para quaisquer fins
e por quaisquer meios; (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa;
onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01
da lista anexa;
dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no
caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 157, de 2016)
da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços
descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;
do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo item
16 da lista anexa; (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Regra geral, a competência par instituir e arrecadar ISSQN é do município em que está o
estabelecimento do prestador. Caso não tenha estabelecimento, será o local do domicílio do prestador.
Veja, a exceção se faz presente quando a competência para instituir o ISSQN é do local de onde o
serviço é prestado.
Apesar dessas regras, o STJ entende que o município competente para impor o ISSQN é aquele
onde ocorre a devida prestação do serviço.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Roberval Rocha diz que a LC 116 diz que competente é o local do estabelecimento do prestador,
mas o STJ adota o princípio da territorialidade da exação, ou seja, onde é prestado o serviço. Veja, são
tantas as exceções que acabam sendo a regra, e isto é legitimado pelo STJ.
b) Fato gerador
O fato gerador do ISSQN é a prestação de serviços que estejam na lista anexa da LC 116/03.
O STF, na Súmula Vinculante 31, diz que é inconstitucional a incidência de ISS sobre operações de
locação de bens imóveis, pois não há prestação de serviço.
O STF entende que o arrendamento mercantil, a depender do tipo, poderá admitir ou não a
incidência do ISSQN.
leasing operacional: não incide ISSQN. Há aqui uma locação com direito de compra ao final do
contrato.
leasing financeiro: incide ISSQN, pois há aqui um serviço de financiamento.
leasing back: aqui também se trata de um financiamento.
Segundo a Súmula 167 do STJ, o fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil,
preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço,
sujeitando-se à incidência do ISS.
O STJ, na Súmula 274, entende que o ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica,
incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares. Seria a soma dos valores
gastos no hospital pelo paciente. Sobre este valor incidirá o ISS.
Conforme a Súmula 424, é legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da
lista anexa ao Decreto-Lei 406/68 e à LC 56/87.
c) Não incidência
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Valores dos depósitos bancários relativos a operações de crédito, realizado por instituições
financeiras não estará sujeito ao ISS.
A imunidade não alcança serviços desenvolvidos no Brasil cujo resultado se verifique no Brasil,
ainda que o pagamento seja feito por aquele que resida no exterior. Essa ressalva toca à imunidade em
relação à exportação.
Ou seja, existe imunidade de ISS quando a prestação do serviço é contratada no Brasil, mas para
um serviço realizado no exterior, ou cujo resultado se verifique no exterior. Todavia, se um sujeito que
mora em outro país contrata um serviço no Brasil para ser executado no Brasil, caberá ISSQN, não
prosperando a alegação de que estaria diante de uma imunidade por exportação.
d) Contribuinte
e) Base de cálculo
A base de cálculo do ISS é o preço do serviço. Permite-se abater do serviço os valores dos materiais
fornecidos pelo prestador.
Segundo a Súmula 524 do STJ, no tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de
agenciamento quando o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de
intermediação, devendo, entretanto, englobar também os valores dos salários e encargos sociais dos
trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de fornecimento de mão de obra.
Essa súmula se refere a empresas de agenciamento, como é o caso das empresas que fazem a
intermediação de serviços. No entanto, se a empresa tiver uma equipe e essa equipe for colocada para
realizar o serviço, sobre este total que é pago à equipe incidirá o ISS.
f) Alíquotas
O ISS poderá ter alíquotas fixas, quando prestado pelo profissional autônomo.
Todavia, o ISS poderá ter alíquotas proporcionais. Essas alíquotas são utilizadas na tributação de
serviços prestados por pessoa jurídica.
As alíquotas são determinadas pela legislação municipal. No entanto, deverão as alíquotas deverão
obedecer aos limites mínimos e máximos estabelecidos em lei complementar.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A alíquota mínima não vem prevista na LC 116/03, motivo pelo qual continua valendo o art. 88 do
ADCT. Portanto, hoje, a alíquota mínima do ISS é de 2%.
A Constituição vai submeter as contribuições ao regime jurídica dos tributos, devendo ser
estipuladas em lei complementar as suas normas gerais, limitações, etc., denotando a natureza tributária
dessas contribuições especiais.
A diferença para os impostos é de que as contribuições especiais são caracterizadas por terem uma
destinação específica do seu produto, sendo direcionadas para financiar uma atuação do estado em
situações previstas na Constituição Federal.
Por isso, o nome da contribuição diz muito sobre ela, como é o caso da contribuição para custeio da
seguridade social; contribuição para intervenção do domínio econômico, etc.
Atente-se que as contribuições especiais poderão ter fato geradores e bases de cálculo idênticos
aos impostos. Não há impedimento,
As contribuições podem ser instituídas por lei ordinária, salvo as contribuições para financiamento
da seguridade social incidentes sobre novas fontes de custeio. Seriam as contribuições sociais residuais,
motivo pelo qual somente poderão ser instituídas por lei complementar.
O que sustenta esse financiamento é o princípio da universalidade, motivo pelo qual todos
deverão contribuir. A Constituição pulveriza por toda a sociedade esse ônus de manter os recursos
necessários para cumprir os objetivos constitucionais no que toca à seguridade social.
Essas fontes de custeio poderão ser instituídas por lei ordinária. No entanto, apenas novas fontes
de custeio é que demandam lei complementar.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Essas contribuições se destinam ao financiamento da seguridade social: previdência, assistência
social e saúde.
No entanto, vale ressaltar que essas contribuições não incidirão sobre receitas decorrentes de
exportação.
As alíquotas das contribuições sociais podem ser ad valorem, tendo por base o faturamento e
também poderão ter por base de cálculo a unidade de medida a ser adotada.
A Lei 8.212/91 dispõe sobre a seguridade social, dizendo o que considera empresa no art. 15.
Empresa: a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana
ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública
direta, indireta e fundacional;
Empregador doméstico: a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa,
empregado doméstico.
O parágrafo único do art. 15 ainda diz que se equipara à empresa, para fins de contribuição da
seguridade social, o contribuinte individual e a pessoa física na condição de proprietário ou dono de obra
de construção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação
ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de
carreiras estrangeiras.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo este dispositivo, o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
É uma contribuição com uma alíquota especial, que se dará sobre o resultado da comercialização
da sua produção. Veja, essas pessoas praticam economia de subsistência, motivo pelo qual contribuirão de
forma especial.
a) Anterioridade nonagesimal
Contribuição social só pode ser exigida depois de decorridos 90 dias da data da publicação da lei
que instituiu a contribuição social ou mesmo que tenha modificado a contribuição social.
Por isso, a contribuição social não exige o aumento para que haja a anterioridade nonagesimal,
bastando a simples modificação.
O art. 195, §7º, da CF estabelece que são isentas de contribuição para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Se a entidade é beneficente de assistência social, significa que já está fazendo o papel dela na
seguridade.
Segundo o art. 195, §11º, da CF, é vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições
sociais do empregador ou do trabalhador, para débitos em montante superior ao fixado em lei
complementar.
O espírito do dispositivo é de que, no caso de o sujeito dever acima do que é estabelecido em lei
complementar, então não poderá conceder a ele remissão ou anistia, pois não se pode beneficiar uma
infração tão grave.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
d) Não cumulatividade
A CF diz, no art. 195, §12º, que cabe à lei ordinária definir quais setores da economia para os
quais as contribuições serão não cumulativas.
Há uma norma de eficácia limitada, de forma que, na cadeia, será descontado o que o anterior já
pagou a título de contribuição social.
O §3º do art. 195 também assegura a não cumulatividade a quaisquer hipótese de substituição da
contribuição sobre a folha e demais pagamentos a pessoa física incidentes sobre a receita ou o
faturamento. Portanto, esses valores pagos às pessoas pelo trabalho feito pela pessoa são não
cumulativos.
Segundo o art. 212, §5º, da CF, a educação básica pública terá como fonte adicional de
financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.
Esse dispositivo explica a contribuição social do salário educação, sendo destinada à educação
básica.
Quem pagará essa contribuição social do salário educação será paga pelas empresas, ocorrendo-se
na forma da lei. Trata-se de norma de eficácia limitada.
A Lei que trata disso é a Lei 9.424/96, estabelecendo que a contribuição social do salário educação
terá a alíquota de 2,5% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas aos segurados-empregados.
O §6º do art. 212 diz que as cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do
salário educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação
básicas das respectivas unidades de ensino.
A destinação dessas contribuições PIS/PASEP tem por objetivo custear o seguro desemprego e o
abono salarial.
Grave isto: seguro desemprego e abono salarial são custeados pelas contribuições PIS/PASEP.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Segundo o art. 240 da CF, ficam ressalvadas do disposto no art. 195, que instituem as
contribuições, as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários,
destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema
sindical.
Basicamente, a ideia é que não se aplica o art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos
empregadores sobre folha de salário destinadas ao “Sistema S”.
Destaca-se aqui que as contribuições sociais residuais são instituídas por meio dos seguintes
requisitos:
Competência da União
Lei complementar
Não cumulativas
Fatos geradores distintos de outras contribuições sociais
Bases de cálculo distintos de outras contribuições sociais
A intervenção no domínio econômico, em sua maioria das vezes, ocorrerá por meio de
financiamento de determinadas atividades, a fim de viabilizar determinados setores da economia,
conforme os interesses da nação.
Percebe-se que a contribuição para intervenção para o domínio econômico serve para justamente
para que a União intervenha no domínio econômico, normalmente (mas não necessariamente) se dá com o
fomento de determinadas atividades que interessam ao Estado.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
X. Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas
Quem quer receber essa contribuição é a própria categoria profissional ou econômica, tal como a
OAB, CRM, CRO, CREA, etc.
O objetivo é custear essas entidades representativas, a fim de que elas possam fiscalizar ou
regulamentar essas atividades profissionais ou econômicas.
XI. Contribuições para o custeio do regime próprio de previdência dos servidores públicos
Como se sabe, há o regime geral de previdência e o regime próprio dos servidores públicos.
A destinação é para os servidores públicos estatutários. Caso não o seja, recolherá pelo regime
geral de previdência.
Para o regime próprio dos servidores públicos, os servidores inativos e pensionistas também
contribuem.
A alíquota da contribuição para o custeio do regime próprio de previdência dos servidores públicos
não pode ser inferior à alíquota cobrada dos servidores de cargo efetivo da União, conforme art. 149,
§1º, CF.
Isso significa que não é possível cobrar uma alíquota menor do Estado em relação àquela cobrada
pela União. Na pior das hipóteses será cobrada a mesma alíquota, a fim de não gerar uma crise maior na
previdência.
Vale lembrar ainda que somente incidirá a contribuição social do servidor inativo e pensionistas
com relação ao valor que supere o limite máximo estabelecido para o regime geral de previdência social,
passando a ter um percentual igual àquelas estabelecidos para os servidores titulares de cargo efetivos,
conforme art. 40, §18, CF.
Basicamente a ideia é o seguinte, o sujeito que já está aposentado (inativo) e o pensionista vão
contribuir para o regime próprio. Todavia, quem está aposentado pelo regime geral de previdência social
não contribui. Por conta disso, a CF estabelece que haverá a incidência da contribuição social sobre a
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
aposentadoria com relação ao aposentado do regime próprio, mas somente no que for a mais do que o
limite máximo do regime geral.
Ex.: O teto do regime geral de previdência é de 5 mil reais. O servidor aposentado recebe 10 mil. O
servidor irá contribuir sobre 5 mil reais.
I. Disposição constitucional
Segundo o art. 146, III, ‘d’, da CF, cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria
de legislação tributária, especialmente sobre definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso
do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição
a que se refere o art. 239.
O parágrafo único diz que a lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
A arrecadação desse regime, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos
entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.
Veja, há uma ordem constitucional para que uma lei complementar trata esse tratamento
favorecido às empresas de pequeno porte e microempresas.
Portanto:
Algumas pessoas jurídicas não podem ser incluídas no rol de microempresa e empresas de
pequeno porte, tais como:
Filial, sucursal, agência ou representação no Brasil de pessoa que tenha sede no exterior;
Pessoa jurídica de cujo capital participe pessoa física, inscrita como empresária ou sócio de
outra empresa que receba o tratamento jurídico diferenciado, desde que a receita somada
dessas empresas ultrapasse o limite de R$ 4.8 milhões;
Pessoa jurídica de cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de uma outra
empresa não beneficiada pela lei complementar 123, desde que a receita pública global
ultrapasse o limite de R$ 4.8 milhões;
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Pessoa jurídica cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa
jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 4.8
milhões;
A LC 123 institui, no art. 12, o Simples Nacional, que é o regime unificado de recolhimento de
tributos para empresas de pequeno porte e microempresas.
Segundo o art. 13, o Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único
de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições:
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
e da empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços de
construção (previstas no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar);
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.
Veja, não estarão incluídos no Simples Nacional: ITR, IOF, II, dentre outros, conforme art. 13, §1º,
da LC.
Os optantes do Simples Nacional serão isentos das demais contribuições instituídas pela União,
incluídas as contribuições para entidades privadas do serviço social.
Existem determinadas atividades que são vedadas pelo Simples Nacional, tais como:
Empresas que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Empresas que exerça atividade de produção ou venda no atacado de:
3. produtores de licores;
Empresas que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a
prestação de serviços tributados pelo ISS.
As alíquotas e a base de cálculo aplicáveis ao Simples Nacional serão aplicadas de acordo com a
atividade, se é comércio, indústria ou serviço e com a faixa de receita bruta.
Portanto, vai variar a receita bruta de acordo com o tipo de atividade, se é indústria, atividade ou
serviço, e posteriormente se analisa a receita bruta. À medida que a receita aumenta, será aumentada a
alíquota.
Cabe ao Comitê Gestor, responsáveis pela questão do simples nacional, definir o sistema de
repasses do total arrecadado, pois a arrecadação é centralizada, mas a distribuição dos recursos são
imediatas.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Por conta disso, esses repasses não podem ser retidos.
Segundo o art. 28, a exclusão do Simples Nacional será feita de ofício ou mediante comunicação
das empresas optantes.
A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional dar-se-á quando:
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)
Haverá exclusão obrigatória nos casos em que a empresa superar o limite de R$ 4.800.000,00
estabelecido para o Simples Nacional.
Autoriza a lei que, mediante convênio, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional delegue aos
Estados e Municípios a inscrição na dívida ativa estadual e municipal e, consequentemente, a cobrança
judicial dos tributos estaduais e municipais que estão contemplados na Lei Complementar 123/06.
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“Nós somos aquilo que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito” (Aristóteles)