Atos Administrativos PDF
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ATOS ADMINISTRATIVOS
I - ATOS ADMINISTRATIVOS
1. CONCEITO
“Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, que,
agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria” (Hely Lopes Meirelles).
O ato administrativo é o “produto”, o resultado, a consequência da atividade administrativa,
sobretudo, no exercício dos Poderes Administrativos (Poder Regulamentar, Vinculado, Discricionário,
Hierárquico, Disciplinar e de Polícia). Assim, em razão do desempenho do Poder Regulamentar, surge um ato
regulamentar (também chamado de normativo), como, p.ex., um decreto, uma instrução normativa, etc; já em
decorrência do Poder de Polícia, surgem atos como licenças, autorizações, multas etc.
Quando a manifestação de vontade se der por meio de atos bilaterais estaremos, no entanto,
diante de contratos administrativos.
1.1 CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DO ATO ADMINISTRATIVO:
Deve-se ressaltar que a Administração Pública se manifesta de várias formas, sendo que nem
todas essas manifestações devem ser consideradas atos administrativos. Para tanto, torna-se necessária a
presença de algumas características essenciais no conceito de ato administrativo, tais como:
• Manifestação unilateral de vontade, apta a produzir efeitos jurídicos para os administrados; não
sendo unilateral, mas sim bilateral ou multilateral, teríamos os contratos, convênios ou consórcios,
que são ajustes, acordos de vontades.
• Uso da Supremacia do Interesse Público: Corresponde à expressão “agindo nessa qualidade”, isto
é, enquanto Administração Pública, num regime publicístico; se não fizer uso da supremacia, pode-se
falar em ato da Administração, mas, não, em ato administrativo.
2. ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
Como dito anteriormente, nem todas as manifestações proferidas pela administração pública
são denominadas de atos administrativos. Com isso, é possível que alguma manifestação seja proferida por
instituição que integra a Administração Pública, mas sem que seja classificada como ato administrativo, repise-
se, embora seja proveniente da Administração.
A doutrina costuma apontar que os atos de Direito Privado praticados pela Administração,
ou seja, aqueles que não têm a incidência da supremacia do interesse público, são denominados de Atos da
3. FATO ADMINISTRATIVO
É, no dizer de Hely Lopes, toda realização material da Administração em cumprimento de
alguma decisão administrativa, tal como a construção de uma ponte, a instalação de um serviço público, o
asfaltamento de ruas, o serviço de tratamento e distribuição de água, o policiamento de ruas etc. Seria, nesse
caso, uma consequência material do ato administrativo.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o fato administrativo surge também quando o fato descrito
na norma legal produz efeitos no campo do direito administrativo, como, p.ex., a morte de um funcionário, que
produz a vacância de seu cargo, ou, ainda, quando se consuma a prescrição. Assim, pode-se dizer que o fato
administrativo também decorre de eventos naturais, como no caso do silêncio administrativo.
➢ TESTANDO SEU APRENDIZADO:
- 1).___ (CESPE – ANTAQ – 2014) A sanção do presidente da República é qualificada como ato administrativo
em sentido estrito, ou seja, é uma manifestação de vontade da administração pública no exercício de
prerrogativas públicas, cujo fim imediato é a produção de efeitos jurídicos determinados.
- 2).___ (CESPE – 2016 - TCE-PA) Situação hipotética: O TCE/PA alugou várias salas de aula de uma escola
privada para a realização do curso de formação de seus novos servidores. Assertiva: Nessa situação, o ato de
locação, ainda que seja regido pelo direito privado, é considerado um ato administrativo.
- 3).___ (FCC - TRT - 18ª Região) O ato administrativo pode pertencer ao direito público ou ao direito privado.
- 4).___ (FCC - TRT-18ª Rg) É considerado ato administrativo aquele praticado por entidade de direito privado no
exercício de função delegada do Poder Público e em razão dela.
- 5).___ (CESPE – TCU) Os atos administrativos estão completamente dissociados dos atos jurídicos, pois os
primeiros referem-se sempre à atuação de agentes públicos, ao passo que os segundos abrangem também os atos
praticados por particulares.
- 6).___ (FCC - TRT - 18ª Região) Mesmo quando o Estado pratica ato jurídico regulado pelo direito Civil ou
Comercial, ele pratica ato administrativo.
- 7).___ (FCC - TRT - 18ª Região) Ato administrativo é a realização material da Administração em cumprimento de
alguma decisão administrativa.
- 8).___ (FCC - TRT - 18ª Região) O ato administrativo é sempre bilateral.
- 9).___ (CESPE – TCU - ACE) São exemplos de atos administrativos relacionados com a vida funcional de
servidores públicos a nomeação e a exoneração. Já os atos praticados pelos concessionários e permissionários do
serviço público não podem ser alçados à categoria de atos administrativos.
- 10).___ (CESPE – TCU - Analista de Controle Externo) O ato administrativo não surge espontaneamente e por
conta própria. Ele precisa de um executor, o agente público competente, que recebe da lei o devido dever-poder
para o desempenho de suas funções.
- 11).___ (CESPE – TCU - Analista de Controle Externo) Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder
Judiciário devem sempre ser atribuídos à sua função típica, razão pela qual tais poderes não praticam atos
administrativos.
- 12).___ (CESPE – 2016 - TCE-PA - Auditor de Controle Externo) Motivação, finalidade, competência,
forma e objeto constituem elementos obrigatórios do ato administrativo e requisitos de validade da sua
prática, de modo que a ausência de qualquer um desses elementos implica a nulidade do ato praticado.
- 13).___ (CESPE - FISCAL/INSS) - Segundo a lei e a doutrina majoritária, motivo, forma, finalidade,
competência e objeto integram o ato administrativo.
- 14).___ (FCC-TRE/SE – Técnico Judiciário – 2007) São requisitos ou condições de validade do ato
jurídico
a) forma, imperatividade, motivo, finalidade e objeto.
b) Competência, autoexecutoriedade, imperatividade, objeto e finalidade.
c) Competência, motivo, objeto, autoexecutoriedade e forma.
d) Forma, motivo, finalidade, objeto e competência.
e) Finalidade, motivo, imperatividade, autoexecutoriedade e forma.
1. COMPETÊNCIA
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos
órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
3. FORMA
Consiste na observância completa ou regular de formalidades indispensáveis à existência ou
validade do ato.
No Direito Privado, a regra é a liberdade da forma do ato jurídico.
No Direito Administrativo, a liberdade de forma é a exceção.
A forma normal é a escrita, admitindo-se a não escrita somente no caso de urgência,
transitoriedade ou irrelevância.
A revogação ou modificação do ato administrativo deve obedecer à mesma forma do ato
originário (princípio do paralelismo das formas).
O ato administrativo distingue-se do procedimento administrativo, que é conjunto de
operações exigidas para a perfeição do ato, cuja forma, é o próprio revestimento material. O procedimento é
dinâmico. A forma é estática.
A Lei 9784/99, assim dispõe:
CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
§ 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua
realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de
autenticidade.
§ 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
- 27).___ (CESPE - Técnico TCU) Motivo e motivação dos atos administrativos são conceitos coincidentes
e significam a situação de fato e de direito que serve de fundamento para a prática do ato
administrativo.
- 28).___ (CESPE – 2016 - TRE-PI - Técnico Judiciário – Administrativa) Considere que determinada
autoridade do TRE/PI tenha negado pedido administrativo feito por um servidor do quadro, sem
expor fundamentos de fato e de direito que justificassem a negativa do pedido. Nesse caso, o
ato administrativo praticado pela autoridade do TRE/PI
a) não possui presunção de veracidade.
b) pode ser editado sob a forma de resolução.
c) é considerado, quanto à formação da vontade, ato administrativo complexo.
d) classifica-se como ato administrativo meramente enunciativo.
e) apresenta vício de forma.
- 29).___ (FCC – 2015 – TRT - 3ª Região (MG) Analista Judiciário - Área Judiciária) Dentre os
requisitos de validade do ato administrativo, alguns são de cunho geral, facilmente
identificáveis em todos os atos, outros nem tanto. A identificação de vícios nos elementos do
ato administrativo pode ensejar diferentes consequências, pois há ilegalidades insuperáveis.
A motivação do ato administrativo, por sua vez,
a) constitui indispensável elemento do ato administrativo, pois se consubstancia nos fatos que
ensejaram a prática do ato, representando verdadeira expressão dos princípios do contraditório e da
ampla defesa, sendo obrigatória em todos os atos administrativos, em maior ou menor extensão.
b) distingue-se do motivo, embora com ele esteja relacionada, pois consiste na explicitação do motivo
− pressuposto fático − e dos fundamentos da prática do ato, mas não constitui elemento do ato
administrativo.
c) é exigível somente quando houver disposição expressa de lei, interferência direta na esfera de
direitos dos administrados e quando se tratar da edição de atos administrativos decorrentes do poder
normativo e regulamentar da Administração.
d) prepondera sobre o vício quanto ao motivo, tanto de inexistência, quanto de inadequaçã o, sempre
que a finalidade do ato, de interesse público, for atingida, independentemente de não ser o resultado
pretendido com aquele ato.
e) tanto quanto a finalidade, enquadram-se como elementos discricionários do ato administrativo,
porque cabe ao administrador atender genericamente a finalidade de interesse público e explicitar as
razões que o levaram a tal, ainda que não seja exatamente o caminho e o resultado previstos na lei.
5. OBJETO
Criação, modificação, extinção ou comprovação de situações jurídicas concernentes a
pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público.
Ocorre a identificação do objeto com o conteúdo do ato, onde a Administração manifesta o seu
poder e a sua vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes.
3. AUTO-EXECUTORIEDADE
Consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta
execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial, especialmente quanto aos
atos decorrentes do Poder de Polícia. Está presente em todos os atos próprios da Administração (excluídos
os impróprios) que, quando aquela agir munida deste atributo, deve fazer preceder a sua ação de Notificação e
Auto Circunstanciado. Ao particular cabe o recurso à própria Administração ou ao Judiciário.
Alguns autores o desdobra em dois: a) exigibilidade: a Administração toma decisões
executórias criando obrigação para o particular sem necessitar ir preliminarmente a juízo. A Administração se
3. QUANTO AO OBJETO
3.1 ATOS DE IMPÉRIO OU DE AUTORIDADE
São unilaterais, onde a Administração impõe sua supremacia sobre o administrado.
3.2 ATOS DE GESTÃO
A Administração os pratica sem usar a sua supremacia. São puramente de administração dos
bens e serviços públicos e nos negócios com particulares (não há coerção). São denominados atos da
Administração (regidos pelo direito privado).
3.3 ATOS DE EXPEDIENTE
5. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
5.1 QUANTO À FORMAÇÃO DO ATO
a) Simples: manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado (não importa o
número de pessoas que participam da decisão, importa que a vontade seja de um único órgão).
b) Complexo: conjugação de vontades de mais de um órgão administrativo.
c) Composto: vontade única de um órgão, mas depende da verificação de um outro, para se tornar
exequível.
Exemplo: autorização que dependa de visto da autoridade superior. Enquanto no ato
complexo fundem-se vontades para praticar um ato só, no composto, praticam-se dois atos, um
principal e outro acessório; este último pode ser pressuposto ou complementar daquele.
a) ATOS NORMATIVOS
Possuem um comando geral e abstrato. Em regra, são expedidos pelo Poder Executivo. Contudo,
tanto no Poder Legislativo como no Judiciário existem diversos atos de caráter normativo. São espécies de
atos de caráter normativo:
a .1- Decretos: competência dos Chefes do Executivo, destinados a prover situações gerais ou
individuais. Podem ser: decreto normativo e geral ou específico ou individual (de efeitos concretos).
a.1.1 - Decreto normativo e Geral (lei lato sensu, dotado de generalidade e abstração).
Pode ser subdividido em duas espécies:
Observe-se que após a Emenda Constitucional 32/2001, que alterou o inciso VI do art. 84, a
CF trouxe tal possibilidade, verbis:
Outro exemplo, às vezes dado por alguns juristas, é o decreto presidencial no Estado de Sítio
(art. 138 da CF).
Com efeito, no Estado de Defesa, a CF/88 prevê a reserva de lei, ao estatuir, no parágrafo 1.º
do art. 136:
“O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará
as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a
vigorarem, dentre as seguinte:....”
Todavia, no caso do Estado de Sítio, somente decretável em situação mais grave (fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; estado de guerra ou comoção grave
de repercussão nacional), onde o inusitado poderia não ser previsível pelo legislador, entendeu, o constituinte
originário, que não seria razoável colocar sob reserva de lei, medidas impensáveis e inaceitáveis em
tempo de paz, mas estritamente necessárias para atender a tão excepcionais conjunturas. Daí que o art. 138
deferiu ao Presidente da República a faculdade de, por decreto que não regulamenta lei alguma
(portanto, decreto autônomo), indicar “as normas necessárias à sua execução e as garantias constitucionais
que ficarão suspensas...”
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DIREITO ADMINISTRATIVO Vandré Amorim
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Destarte, por tudo o que foi exposto, a provas de concurso público têm cobrado sobre essa
possibilidade jurídica da existência do decreto autônomo, quando a matéria não for reserva de lei, caso
em que ocorreria uma inconstitucionalidade orgânica ou subjetiva.
Finalizando, frise-se que, no caso de sua existência, é ele, ato normativo originário
(primário), na linguagem de Miguel Reale.
a.2) Regimentos: atos normativos de atuação interna, que visam reger o funcionamento de
órgãos colegiados e de corporações legislativas e judiciárias.
a.4) Deliberações: emanadas de órgãos colegiados. Quando normativas, são atos gerais;
quando decisórias, são atos individuais.
b) ATOS ORDINATÓRIOS
- Avisos: “atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos afetos aos seus
Ministérios” (H.L.M.).
- DESPACHO:
- Administrativo: decisão que as autoridades executivas (ou legislativas e judiciárias
em função administrativa) proferem em papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação.
- Normativo: embora proferido em caso individual, determina que se aplique aos casos
idênticos, passando a ser norma interna da Administração.
c) ATOS NEGOCIAIS
São, segundo Hely Lopes Meirelles, “todos aqueles que contêm uma declaração de vontade
administrativa, unilateral, conduzindo a um negócio jurídico com efeitos específicos e individuais para
o particular nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público”. Materializam-se através de:
- Licença: ato vinculado, onde o Poder Público, depois de verificar as exigências legais,
faculta desempenho de atividade ou realização de fatos antes vedados ao particular (profissão, construção).
Envolve direitos subjetivos daqueles que preencherem os requisitos legais, sem possibilidade de denegação
pela Administração, neste caso.
- Admissão: Ato administrativo vinculado pelo qual, tendo sido satisfeitas as exigências
legais pelo particular, o Poder Público defere-lhe determinada situação jurídica. Ex: admissão na Escola
pública.
d) ATOS ENUNCIATIVOS
- Atestados: atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que
tenha conhecimento por seus órgãos competentes.
e) ATOS PUNITIVOS
Atos com conteúdo punitivo, voltado tanto para aplicação de sanções internas como externas.
Pode-se citar como exemplo:
- Interdição de atividade: veda a alguém a prática dos atos sujeitos ao seu controle, ou
que incidam sobre seus bens.
- Destruição das coisas: ato sumário da Administração pelo qual se inutilizam alimentos,
substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis. Dispensa aviso prévio, mas exige autos de apreensão e de
destruição.
- Afastamento de cargo ou função: faz cessar o exercício de seus servidores a título
definitivo.
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VII – TEORIA DA INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
A Administração Pública, por meio do seu poder de autotutela, tem o poder de retirar o ato do
mundo jurídico, para que não mais produza efeitos, por meio da anulação ou da revogação.
A propósito, o STF, por meio da Súmula 473, dispõe que:
“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”.
No mesmo sentido, a Lei 9.784/99 (Lei de Processo Administrativo) disciplinou o tema em seus
artigos 53 e 54, veja:
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do
primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe
impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
1. REVOGAÇÃO
É a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz pela Administração - e somente por
ela - por não mais lhe convir a sua existência.
Funda-se em conveniência ou oportunidade, na análise da vontade administrativa, no interesse
da administração.
Tem efeito “ex nunc”, ou seja, de agora em diante - sem efeito retroativo.
Revoga-se ato legal e perfeito
Não se revogam atos vinculados, consumados (exauridos), procedimentais, enunciativos
(declaratórios), que geram direito adquirido ou direito subjetivo.
2. ANULAÇÃO
É a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feito pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário, com a volta ao “status quo ante”. Tem efeito “ex tunc” (retroage).
A ilegalidade se revela por qualquer vício, defeito, irregularidade, e não apenas quando se
contraria a letra da lei. Assim, quando houver o desrespeito, p.ex., ao princípio da moralidade, também pode se
invocar a anulação do ato.
No entanto, a anulação do ato deve ser atenuada e excepcionada em relação aos terceiros de
boa-fé, sendo que, os efeitos, nesse caso, será “ex nunc”.
A anulação baseia-se na ilegalidade do ato