Contabilidade - Custos - CONTABILIDADE - IFSUL PDF
Contabilidade - Custos - CONTABILIDADE - IFSUL PDF
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de Custos
Alexandre Xavier Vieira Braga
Cuiabá - MT
2015
© Este caderno foi elaborado pelo Instituto Federal Sul-rio-grandense, Campus Pe-
lotas, Visconde da Graça/RS, para a Rede e-Tec Brasil, do Ministério da Educação em
parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso.
Designer Educacional
Delarin Martins Gomes
Designer Master
Daniela Mendes
Diagramação
Tatiane Hirata
Projeto Gráfico
Rede e-Tec Brasil/UFMT
Apresentação Rede e-Tec Brasil
Prezado(a) estudante,
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das ações do
Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec, instituído
pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar
a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira,
propiciando caminho de acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria
de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e as instâncias promotoras de ensino técnico
como os institutos federais, as secretarias de educação dos estados, as universidades, as es-
colas e colégios tecnológicos e o Sistema S.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os
estudantes a concluir o ensino médio e a realizar uma formação e atualização contínuas. Os
cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudan-
te é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos.
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – in-
tegradora do ensino médio e da educação técnica - capaz de promover o cidadão com ca-
pacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da
realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.
Prezado(a) aluno(a)
Sendo assim, esta disciplina possui como objetivo agregar conteúdo prático
e teórico a custos e a seu desdobramento no preço de venda, estando foca-
da mais na prática do que na teoria, pelo próprio viés da formação ora pro-
posta, bem como no atender a vários diagnósticos de mercado que apontam
para uma demanda crescente de profissionais que conheçam e apliquem
custos no seu cotidiano.
Aula 9. Custo-padrão 63
Palavras Finais 69
Referências 70
Currículo do Professor-autor 71
Objetivos:
Com toda certeza você já deve ter ouvido pessoas dizendo: “estão sobrando
dias no final do meu salário”. É uma maneira bem humorada de a pessoa
constatar que está gastando mais do que ganha. Se isso acontecer por um
longo período, com certeza ela irá “quebrar”. O que você poderia sugerir
para uma pessoa que já entrou no cheque especial há mais de um ano?
Nesta parte inicial, você entrará em contato com diferentes formas de apli-
cação da contabilidade de custos, dentro das atividades econômicas, espe-
cialmente das empresas. Respire fundo e vamos lá!
EQUAÇÃO 1:
EQUAÇÃO 2:
EI + CO + CT - EF = CPV
• Finalidades gerenciais
–– Planejamento
Com base em dados monetários e não monetários coletados, o ges-
tor de custos, após a acumulação, organização, análise e interpreta-
ção destes dados, fornece informações a respeito do custo incorrido
no processo de produção de bens ou de prestação de serviços. As
informações sobre a experiência passada vão proporcionar o estabe-
–– Controle
Acompanhar o efetivamente acontecido em relação ao que foi ante-
riormente estabelecido como desejável.
–– Tomada de decisões
Objetivos:
GASTOS
Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produ-
to ou serviço qualquer, representado por entrega ou promessa de entrega de
ativos (normalmente dinheiro).
DESEMBOLSO
Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer
concomitantemente com o gasto (pagamento à vista) ou depois deste (pa-
gamento a prazo). Para fazer a contabilidade, a empresa precisa registrar os
pagamentos e os recebimentos. Isso pode ser feito mediante dois regimes:
Exemplo: uma empresa comprou à vista num determinado mês uma merca-
doria para revenda ao custo de R$ 80.000,00. A mercadoria foi vendida no
mesmo mês pelo preço de venda de R$ 100.000,00 e o prazo de recebimen-
to da venda foi de 60 dias.
INVESTIMENTO
Valor dos bens ou serviços, ativados em função de sua vida útil ou de bene-
fícios atribuíveis a períodos futuros.
CUSTO
Recurso consumido relativo a bens ou serviços utilizados na obtenção de ou-
tros bens ou serviços. São todos os consumos de recursos relativos à ativida-
de de produção, prestação de serviço e para disponibilização de mercadorias
vendidas (indústria, serviço e comércio), mensurados monetariamente.
DESPESA
Recurso consumido com bens ou serviços, não utilizado nas atividades pro-
dutivas, de prestação dos serviços ou na obtenção de mercadorias para a
revenda.
PERDA NORMAL
Consumo de recursos previsíveis decorrentes de fatores da atividade produ-
tiva ou de serviço da empresa. São considerados da mesma natureza que os
custos e lançados no custo do produto ou serviço. Podem ser considerados
como custo de um processo.
Atividades de Aprendizagem
1. Classificar os eventos abaixo, relativos a uma indústria de manufatura,
como:
Investimentos ( I )
Custo ( C )
Despesa ( D )
Perda anormal ( PA )
( ) Consumo de matéria-prima
( ) Consumo de embalagens
( ) Publicidade e propaganda
( ) Comissão de vendedores
Pede-se:
Finalizamos mais uma aula, mas é preciso seguir em frente. Vamos aprender
agora sobre a classificação de custos e despesas.
Objetivos:
CUSTOS DE PRODUÇÃO
• Materiais ou insumos – São materiais diretamente aplicados para a ob-
tenção de novo produto final. É a matéria-prima que passa por um pro-
cesso de industrialização e se transforma no produto final.
• Custos indiretos - São aqueles não têm relação direta com o produto
produzido ou com o serviço prestado.
Não, sabe-se apenas que o custo de aluguel é fundamental para que a em-
presa possa produzir os produtos, porém não é possível relacioná-lo direta-
mente a esses produtos.
Devido a essa característica, para que se possa alocar uma parcela desse
custo (aluguel) a cada produto, é necessário que seja feita uma distribuição,
sendo que a contabilidade de custos denomina tal distribuição como: “RA-
TEIO”. Tal procedimento será aprofundado na sequência da disciplina.
Custos variáveis
São diretamente proporcionais ao volume de produção (quanto maior o vo-
lume de produção, maiores os custos). Permanecem constantes em termos
unitários.
DESPESAS
• Despesas comerciais – São gastos para manter uma estrutura comercial
necessária para a obtenção das receitas (comissões de vendedores, salá-
rios de vendedores, publicidade e propaganda, viagens e estadas, despe-
sas com o escritório comercial, fretes para entrega ao cliente etc.).
• Despesas indiretas - São aquelas que não têm relação direta com o pro-
duto, mercadoria ou serviço vendidos.
Por exemplo: despesa com salários do pessoal que trabalha no setor de ven-
das, despesa com telefone, material de expediente e outros.
Atividades de Aprendizagem
1. Classifique em: custo ou despesa / fixo ou variável / direto ou indireto.
e) Salários da vigilância
f) Salários da administração
i) Honorários da diretoria
j) Material de embalagem*
k) Matéria-prima direta
l) Matéria-prima indireta
m) Publicidade e propaganda
PERGUNTA-SE:
Objetivos:
CUSTOS DE AQUISIÇÃO
Custos totais de aquisição são os somatórios dos custos verificados entre a
requisição de produtos através da emissão de ordens de fabricação ou com-
pra, até o efetivo recebimento dos mesmos na área de recebimento.
Matéria-prima
Aula 4 - Custo de aquisição, custo com pessoal e custos patrimoniais 31 Rede e-Tec Brasil
• (+) Gastos diretos com compras
Custo com o pessoal é a soma de tudo o que é gasto com o pessoal. Mas,
atenção, gasto com pessoal é muito mais do que o total do que vai para o
bolso dos trabalhadores da empresa. Sabe por quê? Porque os custos com a
mão de obra direta e indireta devem incluir também os encargos sociais que
incidem sobre a remuneração da hora efetivamente trabalhada.
Figura 1
Fonte: autor
Aula 4 - Custo de aquisição, custo com pessoal e custos patrimoniais 33 Rede e-Tec Brasil
meno físico da depreciação. As taxas de depreciação são determinadas pela
Receita Federal de acordo com a utilização dos bens:
Figura 2
Fonte: autor
Assim sendo, se uma máquina, cuja taxa de depreciação é 10% ao ano, mas
trabalhando três turnos de oito horas, a taxa pode ser multiplicada por 2,00,
o que significa que a mesma pode ser amortizada em cinco anos, ou seja,
20% ao ano.
Terminamos mais uma aula e estamos quase na metade dos nossos estudos.
Na próxima aula, veremos sobre custos com terceiros. Até lá!
Objetivos:
Apesar das várias vantagens, a terceirização deve ser praticada com cautela.
Uma má gestão de terceirização pode implicar para as empresas um descon-
trole e o desconhecimento de sua mão de obra, a contratação involuntária
de pessoas inadequadas e perdas financeiras em ações trabalhistas movidas
pelos empregados terceirizados, dentre outros problemas.
O que não se deve terceirizar? O princípio básico é que não se terceirize a sua
atividade-fim. Sendo assim, uma organização que desconhece a si mesma,
em um processo de terceirização, corre sério risco de perder sua identidade
e, principalmente, o seu diferencial competitivo. Mesmo na atividade-meio,
só é permitido se terceirizar quando não houver subordinação hierárquica,
ou seja, a locação de mão de obra é ilegal.
Figura 3
Fonte: www.eps.ufsc.br/disserta98/tome/cap5.htm
Isto pode não ser verdade absoluta em se tratando da análise da carga tri-
butária incidente sobre as atividades terceirizadas. Vemos, ao mesmo tem-
po, que a terceirização pode representar uma economia tributária - como,
por exemplo, na economia de contribuições previdenciárias sobre a folha
de pagamento - mas, também pode contribuir para o aumento de custos
tributários.
Os custos com terceiros podem ser fixos e/ou variáveis, sendo que os variá-
veis podem ser diretos e indiretos.
• beneficiamento de matérias-primas;
• energia elétrica;
• água e esgoto;
• assistência técnica;
• serviços em geral;
• consultorias em geral;
• comunicações etc.
Atividades de Aprendizagem
1. No estudo de custos da empresa X S/A, apuraram-se os seguintes dados
patrimoniais:
BENS R$ Vida útil em anos
Valor dos computadores utilizados pela administração. R$ 35.000,00 5
Valor dos móveis e utensílios da administração R$ 55.000,00 10
Valor das máquinas da produção R$ 180.000,00 8
Valor do prédio utilizado pela administração R$ 280.000,00 20
Valor do prédio utilizado pela produção R$ 320.000,00 20
a) Qual o custo mensal com depreciação linear? E da soma dos dígitos dos
anos?
Qual o custo de aquisição de cada quilo de aço, sabendo que o IPI e o ICMS
são tributos não cumulativos e, portanto, recuperados na venda do produto
final?
Pede-se:
MOD $ 10,50
7. Calcule o custo da mão de obra direta por hora com base nos seguintes
dados:
c) Feriados no ano = 15
Objetivo:
Acesse também:
2) custeio de absorção ideal; e http:// www.
portaldecontabilidade. com.br/
tematicas/metodosdecusteio.htm
3) custeio variável. http://www.unisinos.br/
publicacoes_cientificas/images/
stories/pdfs_ base/
1. Custeio por absorção integral
É um método de custeio no qual todos os custos envolvidos na fabricação,
sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, são apropriados ao pro-
duto, sendo essa sua principal característica. Ele é um dos métodos mais
conhecidos e utilizados, devido sua imposição legal.
6.2 Departamentalização
Departamentalizar consiste em dividir a fábrica em segmentos, chamados
• Diretos ou de Produção e
• Indiretos ou de Serviços.
• definição das bases de rateio para apropriação dos demais CIFs aos de-
partamentos;
Mais informações em: http:// • podem ser usados para avaliação e alternativas de preços de venda;
arquivos.unama.br/nead/gol/
gol_adm_6mod/contabilidade_
custo_planejamento_tributario/ • auxiliam a administração a decidir sobre quais produtos devem merecer
pdf/aula04.pdf
maior ou menor esforço de vendas;
http://www.google.
com.br/search?hl=pt-
BR&rlz=1G1ACAW_PT-BRBR435 • quando se concorda quanto aos lucros desejados, pode-se avaliar o nú-
&biw=1366&bih=475&q=marg
em+de+contribui%C3%A7%C mero de unidades a vender;
3%A3o&oq=margem+de+cont
ribui%C3%A7%C3%A3o&aq=
f&aqi=g10&aql=undefined&gs_ • como o mercado determina o preço, o gestor analisa a margem de con-
sm=e&gs_upl
tribuição e decide se aceita ou não um pedido de seu cliente; e
Matéria-prima= 496,00
PRODUTO A
(649,95/1700)
Isso significa que, a cada unidade do Produto A vendida pela empresa, ela
tem uma contribuição marginal de $ 649,95. É a contribuição unitária que o
Produto A dá para a empresa, para cobrir os custos e despesas fixas (custos
estruturais) e também para propiciar a lucratividade desejada.
GF
PE em termos de quantidades: Peq =
PV - GV
• PV = preço de venda
• MC = margem de contribuição
Atividades de Aprendizagem
1. A Cia. Tudo Cópias é uma empresa que produz fotocópias e que aluga os
equipamentos para operar. No mês de janeiro de X1, a empresa forneceu
200.000 cópias e os custos em que incidiram foram:
e) o custo total;
k) a margem de contribuição;
m) o resultado da empresa.
A lavanderia deveria rescindir o contrato com o Motel Cameron por ser de-
ficitário? Justifique a sua resposta.
Objetivos:
A formação do preço tendo por base o custeio por absorção tem como pon-
to de partida o custo do produto ou serviço; além do custo ainda são embu-
tidos no preço os gastos variáveis, tais como impostos, comissões e outros; e
uma margem de lucro líquido desejada.
Para que seja possível embutir os demais gastos e o lucro desejado, pode ser
utilizada a técnica do mark-up. Uma tradução para este termo é “indexador”.
Aula 7 - Fixação do preço de venda com base em custos 55 Rede e-Tec Brasil
O mark-up divisor é a diferença entre o preço de venda 100% e os percen-
tuais que se deseja embutir no preço.
Exemplo:
(-) Comissões 3%
Para que o produto pague seus gastos totais e deixe um lucro líquido de
10%, deve ser vendido por R$ 1,38. Veja a decomposição do preço abaixo:
PV = R$ 1,38
A empresa definiu que o produto caneta precisa contribuir com uma mar-
gem de contribuição de 35%. Qual será o preço de venda?
(-) Comissões 3%
Aula 7 - Fixação do preço de venda com base em custos 57 Rede e-Tec Brasil
(-) Comissões - 3% sobre o preço R$ (0,04) = Contribuição marginal R$
(0,49)
PV = R$ 1,30
Aula 7 - Fixação do preço de venda com base em custos 59 Rede e-Tec Brasil
Aula 8. Valorização dos estoques
Objetivos:
Objetivo:
O que é custo-padrão?
O custo-padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para o registro
da produção antes da determinação do custo efetivo.
Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido pela indústria nas condi-
ções de plena eficiência e máximo rendimento.
Características do custo-padrão
• É instrumento de controle para os gestores da organização;
Determinação do custo-padrão
• determinação das quantidades físicas (volume de cada item de matéria-
-prima, número de horas de mão de obra, consumo de energia elétrica
etc.); e
Vantagens do custo-padrão
• eliminação de falhas nos processos produtivos;
Possíveis causas:
Possíveis causas:
Possíveis causas:
• greves de funcionários.
ct = Insumos + MOD
ct = 36,90 + 81,60
ct = 118,50
Real
ct = Insumos + MOD
ct = (4 x 8,90) + (12,50 x 7)
ct = 35,60 + 87,50
Veja mais em: http:// www.
polosolucoes. com.br/artigos/
custopadraoempresatextil.pdf
ct = R$ 123,10
Análise
Variação favorável de R$ 1,30, ou seja: real menos padrão deu sinal negativo
(35,60-36,90 = -1,30)
Variação desfavorável de R$ 5,90, ou seja: real menos padrão deu sinal po-
sitivo (87,50-81,60 = 5,90)
Atividades de Aprendizagem
Considerando as informações constantes da tabela abaixo, apresente uma
análise da variação dos custos reais em relação ao custo-padrão.
EXEMPLO NUMÉRICO DA DETERMINAÇÃO DAS VARIAÇÕES
Custo Real Custo Padrão
Quantidade Física Insumos por Unidade 10,1 Kg 10 Kg
Custo do Kg de Insumos R$ 48,00 R$ 50,00
Horas de MOD por Unidade 7,8 horas 8 horas
Custo da Hora de MOD R$ 10,50 R$ 10,00
Foi uma grande satisfação trabalhar com você nessas aulas. A construção do
conhecimento acontece pouco a pouco e é muito gratificante participar da
sua formação profissional.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Thomson, 2003.