Cerimonial Preparativo Missas Solenes
Cerimonial Preparativo Missas Solenes
Cerimonial Preparativo Missas Solenes
Dominicais.
DATA:
_____/_____/_____ COMEMORAÇÃO:_____________________________________
(AA) – Acólito do
Altar: AA1*________________________ AA2*__________________________
(AC) – Ac.
Ceroferário: AC1* _______________________ AC2*__________________________
Observações Gerais:
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Este Cerimonial Preparativo pode ser utilizado pelas Capelas na preparação das Missas:
Solenes, Festivas e Dominicais. É um meio de preparar as funções que cada um terá que
realizar na Santa Missa. Nas Observações Gerias poderá descrever orientações do sacerdote
sobre a Missa. Também pode a Capela ter um arquivo com estes Cerimoniais para que
possam fazer uma rotatividade entre os Acólitos, para que todos possam passar por todas as
funções citadas acima.
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Preparativos:
1.3. Carrilhão;
1.5. Âmbulas com ou sem hóstias, para a consagração e/ou distribuição da eucaristia
“conforme a quantidade de hóstias da ambula do sacrário”;
1.8. Ostensório e também a base do Ostensório “quando utilizado na missa”; também deixar
preparado dois acólitos para no momento da preparação para a exposição do Santíssimo,
colocar em frente ao altar o genuflexório.
2. Arrumar sobre a credência da sacristia (de onde irá iniciar a procissão do ofertório).
Observações:
Preparar as hóstias “magna e partículas” excluindo as que estão quebradas e/ou com um mau
aspecto.
Na preparação das Galhetas deve o acólito colocar em uma delas água e na outra vinho
certificando se o mesmo está totalmente limpo sem nenhum cisco, etc...”.
Na galheta com vinho, deve o acólito verificar com o Pe. ou coordenador de liturgia, para que
em uma Missa com vários concelebrantes e/ou comunhão sobre as duas espécies para a
assembléia, coloque vinho o suficiente para a consagração.
Na Missa:
1. Na procissão de entrada os “AA1 e AA2” caminham atrás dos ceroferários, chegando ao altar,
faz-se inclinação, e dirigem-se aos seus lugares no presbitério;
3. Quando iniciar o momento do ofertório o “AA1” leva para o altar o cálice com os objetos
litúrgicos que o compõe;
4. Quando o sacerdote descer do altar para receber as oferendas o “AA2” descerá e ficará ao
seu lado para receber de suas mãos as oferendas e entregá-las ao “AA1” que colocará a
âmbula e galhetas sobre o altar, e tendo outros dons ex. (pão, uvas, etc...), colocará sobre a
credencia;
8. Após ter servido ao sacerdote na preparação das oferendas, ambos os acólitos deverão se
preparar para o rito do lavabo, da seguinte forma:
a. AA1 – Jarro;
b. AA2 – Bacia;
c. AL – Manustérgio.
9. Durante do canto do santo o “AA1” pega o carrilhão e aguarda, para utilizá-lo da seguinte
maneira:
a. No momento da epiclese em que o sacerdote faz a imposição das mão sobre as oferendas –
Um toque para chamar a atenção da assembléia;
10. Quando durante o abraço da paz, deve os acólitos conforme o item 8 preparar-se para lavar as
mãos dos outros ministros;
11. Quando depois de o ministro trouxer a âmbula com o Santíssimo Sacramento do sacrário, o
“AA1” deve apresentar-se para receber a tampa da âmbula que a deixará sobre a credência;
12. Depois que o sacerdote distribuir a Eucaristia e retornar ao altar o “AA1” deverá apresentar-lhe
a tampa da âmbula do sacrário;
13. Em seguida o “AA2” irá entregar somente a galheta com água ao “AA1” que servirá ao
sacerdote para a purificação dos vasos sagrados;
14. Durante a purificação, os vasos que já foram purificados deve o “AA1” entregá-los ao “AA2”
onde irá colocá-los sobre a credência;
15. Terminada a Oração Depois da Comunhão, no momento do avisos deve o “AA1” levar ao
sacerdote a pasta dos avisos, terminado os avisos à deixará sobre a credência;
16. Quando no fim da missa o sacerdote reverenciar o altar com o beijo, descer na medida do
possível junto com ele do presbitério, para juntos fazerem a reverencia ao altar, acompanhar a
procissão de saída da mesma forma que na procissão de entrada;
17. Depois da despedida na sacristia deverão guardar com zelo os objetos litúrgicos que foram
utilizados na Missa. “caso seja necessário a purificação dos vasos devem com a autorização do
pároco purificá-los com muito zelo e amor”.
18. Em uma Missa com a Benção do Santíssimo deverá o “AA1”, tocar continuamente o carrilhão
no momento em que o sacerdote dá a Benção;
19. Também na mesma Missa com Benção do Santíssimo deverá o “AA1” e “AA2” , caminhar na
procissão (quer seja dentro da Capela, quer seja pelas ruas) atrás do Santíssimo Sacramento
tocando continuamente o carrilhão.
20. Se houver algo de diferente será descrito nas observações do Cerimonial Preparativo para a
Missa.
Observações Finais
Estes Cerimoniais para Acólitos “coroinhas”, foram desenvolvidos por Leandro Campos e Bruna
Meira (Capela São Domingos de Gusmão – Paróquia Santa Luzia – Pq. Mikail), com o intuito de
facilitar aos iniciantes ao serviço do altar e tirar dúvidas aos já iniciados.
Foram passados todos os Cerimoniais em Formação Paroquial para Acólitos com a presença
dos coordenadores de liturgia, como material formativo e de apoio a todas as Capelas.
Os grupos de Liturgia e Acólitos “coroinhas” que desejarem utilizar nosso material, consultem
vosso Pároco para eventuais adaptações.
Os Cerimoniais estão disponíveis em nosso blog para downloads e impressão, desde que citada
à fonte.
Cerimonial Acolito Ceroferario - AC
Preparativos:
b. Nas velas devem ser retirados os excessos de parafina, deixando-as com um belo
aspecto;
Na Missa:
3. Em uma Missa Solene entram atrás do Turiferário “T” e Naveteiro “N” com as velas do
altar, onde chegando ao altar faz-se inclinação e deixam os castiçais sobre o altar e
seguem para seus lugares no presbitério;
5. Quer seja missa solene ou tenha entrada da palavra, deve os “AC” deixar as velas do
altar ou da proclamação do evangelho na sacristia;
9. Quando no fim da missa o sacerdote reverenciar o altar com o beijo, descer na medida
do possível junto com ele do presbitério, para juntos fazerem a reverencia ao altar,
acompanhar a procissão de saída da mesma forma que na procissão de entrada;
10. Depois da despedida na sacristia os ceroferários guardarão os castiçais no devido lugar,
tomando cuidado com a parafina quente, para que não se queimem ou derramem
parafina sobre os panos do altar, etc....
11. Em uma Missa com a Benção do Santíssimo, e tiver procissão com o Santíssimo na
Capela, os ceroferários caminharão à frente do Santíssimo com os castiçais do altar, e
depois do sacerdote deixar o Santíssimo no sacrário, os ceroferários colocarão as velas
novamente sobre o altar;
12. Em uma Missa onde houver a cruz procissional; na procissão de entrada os ceroferários
entrarão ladeando a cruz, em determinadas Capelas onde não tenha um espaço maior
para a procissão de entrada, os ceroferários caminharão ligeiramente atrás da cruz,
chegando ao altar faz-se junto com o cruciferário inclinação, deixam os castiçais sobre o
altar e seguem para seus lugares no presbitério; na procissão de saída recolhem os
castiçais do altar e acompanham a procissão de saída da mesma forma que na procissão
de entrada;
13. Se houver algo de diferente será descrito nas observações do Cerimonial Preparativo
para a Missa.
14. O Acólito que caminha na procissão do lado direito põe a mão esquerda na base do
castiçal e com a direita segura-o pelo meio; o Acólito que caminha na procissão do lado
esquerdo põe a mão direita na base do castiçal e com a esquerda segura-o também pelo
meio.
Observações Finais
Estes Cerimoniais para Acólitos “coroinhas”, foram desenvolvidos por Leandro Campos
e Bruna Meira (Capela São Domingos de Gusmão – Paróquia Santa Luzia – Pq. Mikail
– Diocese de Guarulhos – SP – Brasil), com o intuito de facilitar aos iniciantes ao
serviço do altar e para consulta aos já iniciados.
Os Cerimoniais estão disponíveis em nosso blog para downloads e impressão, desde que
citada à fonte.
Cerimonial Acolito Cruciferario - †
.
Preparativos:
1. Levar a cruz procissional para a sacristia ou de onde irá iniciar a procissão de entrada;
Na Missa:
2. Quando no fim da missa, depois de o sacerdote reverenciar o altar com o beijo; descer na
medida do possível junto com ele do presbitério, para juntos fazerem a reverencia ao altar,
acompanhar a procissão de saída da mesma forma que na procissão de entrada, também com
a cruz procissional;
3. Em procissões com o Santíssimo sacramento pelas ruas, o “†” também caminha à frente da
procissão, ladeado pelos ceroferários.
4. Chegando à sacristia o “†” aguardará a despedida com a cruz procissional em mãos, somente
depois da despedida irá guardar a cruz no lugar determinado.
* A menos que na Missa seja utilizado o turíbulo; havendo turíbulo o “†” caminha atrás do
Turiferário e Naveteiro.
Observações: Caso o número de acólitos seja reduzido o “ † “ poderá ser o Acólito do Altar 2 -
“AA2”.
Observações Finais
Estes Cerimoniais para Acólitos “coroinhas”, foram desenvolvidos por Leandro Campos e
Bruna Meira (Capela São Domingos de Gusmão – Paróquia Santa Luzia – Pq. Mikail – Diocese
de Guarulhos – SP – Brasil), com o intuito de facilitar aos iniciantes ao serviço do altar e para
consulta aos já iniciados.
Os grupos de Liturgia e Acólitos “coroinhas” que desejarem utilizar nosso material, consultem
vosso Pároco para eventuais adaptações quanto ao espaço celebrativo.
Os Cerimoniais estão disponíveis em nosso blog para downloads e impressão, desde que
citada à fonte.
Cerimonial Acolito Librifero - AL
Cerimonial para o Acólito Librífero
(AL)
Preparativos:
Exemplo:
c) Fita Laranja – Prefácio (Caso não seja utilizado o prefácio próprio da oração
eucarística);
4. Após ter preparado o Missal deixá-lo na credencia da sacristia, ou de onde
irá iniciar a procissão de entrada;
Na Missa:
Observações:
Havendo algum imprevisto e falte algum Acólito do Altar (AA1 / AA2), o
Acólito do Livro realizará as funções do Acólito do Altar 2.
Observações Finais
Estes Cerimoniais para Acólitos “coroinhas”, foram desenvolvidos por Leandro Campos e
Bruna Meira (Capela São Domingos de Gusmão – Paróquia Santa Luzia – Pq. Mikail – Diocese
de Guarulhos – SP – Brasil), com o intuito de facilitar aos iniciantes ao serviço do altar e para
consulta aos já iniciados.
Foram passados todos os Cerimoniais em Formação Paroquial para Acólitos com a presença
dos coordenadores de liturgia no primeiro trimestre de 2010, como material formativo e de
apoio a todas as Capelas. Cada Capela nossa tem uma apostila com todos os Cerimoniais.
Os grupos de Liturgia e Acólitos “coroinhas” que desejarem utilizar nosso material, consultem
vosso Pároco para eventuais adaptações quanto ao espaço celebrativo.
Os Cerimoniais estão disponíveis em nosso blog para downloads e impressão, desde que
citada à fonte.
CERIMONIAL PARA O ACOLITO DO MICROFONE -
AM
Cerimonial para o Acólito Microfone
AM
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Preparativos:
1. Auxiliar o responsável pelo som, nas instalações e testes dos microfones e sistema de
sonorização em geral.
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Na Missa:
2. Chegando ao altar faz-se inclinação e vai para seu lugar no presbitério, e já fica atento com
o microfone em mãos;
3. Após o sacerdote reverenciar o altar com o beijo, apresenta-lhe o microfone e a menos que
seja necessário ficará próximo ao sacerdote; se não retornará ao lugar no presbitério;
4. Após a oração da coleta; o “AM” irá se posicionar próximo ao ambão onde aguardará o
primeiro leitor, então irá apresentar-lhe o microfone e enquanto o leitor proclama a leitura o
acólito deverá ficar de mãos juntas, após a primeira leitura o acólito receberá o microfone,
então aguardará sem se afastar do ambão o salmista, segundo leitor e também o sacerdote;
depois de o evangelho proclamado, retornará ao seu lugar no presbitério;
7. Deverá estar sempre atento ao sacerdote para sempre que seja necessário possa servi-lhe
ao microfone; também no presbitério não deve ocupar um lugar que fique muito distante do
sacerdote, para evitar atrasos na apresentação e recepção do microfone;
8. A menos que seja necessário passar à frente do altar (o que deverá ser evitado), o “AM” não
descerá do presbitério para fazer a inclinação com nenhum leitor;
9. Quando no fim da missa o sacerdote reverenciar o altar com o beijo, descer na medida do
possível junto com ele do presbitério, para juntos fazerem a reverencia ao altar, acompanhando
a procissão de saída da mesma forma que na procissão de entrada;
Foram passados todos os Cerimoniais em Formação Paroquial para Acólitos com a presença
dos coordenadores de liturgia no primeiro trimestre de 2010, como material formativo e de
apoio a todas as Capelas. Cada Capela nossa tem uma apostila com todos os Cerimoniais.
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vosso Pároco para eventuais adaptações quanto ao espaço celebrativo.
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citada à fonte.
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Mitos Liturgicos
Mitos Litúrgicos
Revisão teológica: Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Frederico
Westphalen-RS
Quando eu era criança, tínhamos na creche que eu freqüentava a “hora do conto”, onde se
contavam estórias sobre lendas infantis, como: chapeuzinho vermelho, lobo mau, branca de
neve, sete anões, João e Maria, três porquinhos, Cinderela, Saci-Pererê, etc.
Infelizmente, tenho visto que muitos escritos sobre Liturgia editados no Brasil e muitos cursos
de Liturgia ao nosso redor tem se tornado uma “hora do conto”, onde se ensina mitos que não
correspondem à verdade da doutrina e da disciplina da Santa Igreja Católica Apostólica
Romana.
Não me refiro, evidentemente, à má intenção de quem promove ou ministra tais cursos, pois
isto não cabe a mim julgar. A avaliação que faço aqui é puramente a nível de conteúdo.
Vejo que é freqüente se ensinar mitos como: “A Presença de Jesus na Palavra é tão completa
como na Eucaristia; a Eucaristia é para ser comida e não para ser adorada; a adoração
eucarística fora da Missa é ultrapassada; na consagração deve-se estar em pé; a noção da
Missa como Sacrifício é ultrapassada; é mais expressivo no altar a imagem de Jesus
Ressuscitado do que de Jesus crucificado; quem celebra a Missa não é o Padre, e sim toda a
comunidade; a Igreja pode vir a ordenar mulheres; a Missa é para os fiéis; não se assiste à
Missa; qualquer pessoa pode comungar; a absolvição comunitária substitui a confissão
individual; é errado comungar na boca e de joelhos; a comunhão tem que ser em duas
espécies; o Ministério extraordinário da Sagrada Comunhão existe para promover a
participação dos leigos; o cálice e o cibório podem ser de qualquer material; os fiéis podem
rezar junto a doxologia e a oração da paz; o sacerdote usar casula é algo ultrapassado; o
Concílio Vaticano II aboliu o latim; para participar bem da Missa é preciso entender a língua
que o padre celebra; o canto gregoriano é algo ultrapassado; atualmente o padre tem que rezar
de frente para os fiéis; o Sacrário no centro é anti-litúrgico; não se deve ter imagens dos santos
nas igrejas; cada comunidade deve ter a Missa do seu jeito; pode-se fazer tudo o que o Missal
não proíbe; o padre é autoridade, por isso deve-se obedecê-lo em tudo; procurar obedecer à
leis é farisaísmo; o que importa é o coração; a Missa Tridentina é antiquada; para celebrar a
Missa Tridentina é preciso autorização do Bispo local; ir à Missa dominical não é obrigação.”
O objetivo deste artigo é expor abaixo cada um desses mitos litúrgicos citados e os contrapor
com a palavra oficial da Santa Igreja. Todas as citações utilizadas sobre disciplina litúrgica, de
documentos da Santa Igreja, se aplicam à forma do Rito Romano aprovada pelo Papa Paulo VI
(que é atualmente a forma ordinária), com exceção dos mitos 30 e 31, que falam
expressamente sobre a Missa Tridentina, que é a forma tradicional e (atualmente)
extraordinária do Rito Romano.
Ensina-nos o Sagrado Magistério da Santa Igreja Católica Apostólica Romana que Nosso
Senhor Jesus Cristo está presente verdadeiramente e substancialmente no Santíssimo
Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho,
como afirma o Catecismo da Igreja Católica (Cat.), nos números 1374-1377.
E por na Hóstia Consagrada Nosso Senhor está presente de maneira substancial, o Papa
Paulo VI afirma (Encíclica Mysterium Fidei, n. 40-41, de 1965) a supremacia da Presença
Eucarística de Nosso Senhor sobre as demais formas de presença:
Também o próprio Concílio Vaticano II, na Constituição Sacrosanctum Concilium (n.7), afirma
esta supremacia da Presença Eucarística: “Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre
presente na sua igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Está presente no sacrifício da
Missa, quer na pessoa do ministro – «O que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o
mesmo que se ofereceu na Cruz» – quer e SOBRETUDO sob as espécies eucarísticas.”
Afirmar que a presença de Nosso Senhor na Palavra é tão completa como na Hóstia
consagrada significa uma dessas duas coisas: afirmar que Nosso Senhor se transubstancia na
Palavra (aí fazemos o que, comemos a Bíblia e o Lecionário?), ou negar a Presença
Substancial de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada, o que atenta conta o Mistério central da
fé católica, pois a Eucaristia é “fonte e ápice da vida cristã” (Lumen Gentium, n.11)
A Hóstia consagrada é a Presença Real e substancial de Nosso Senhor, e por isso a Santa
Igreja dedica a ela toda a adoração. O Santo Padre Bento XVI responde (Exortação
Sacramentum Caritatis, n.66, de 2006) :”…aconteceu às vezes não se perceber com suficiente
clareza a relação intrínseca entre a Santa Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento; uma
objeção então em voga, por exemplo, partia da idéia que o pão eucarístico nos fora dado não
para ser contemplado, mas comido. Ora, tal contraposição, vista à luz da experiência de oração
da Igreja, aparece realmente destituída de qualquer fundamento; já Santo Agostinho dissera: «
Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (…) peccemus non adorando –
ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (…) pecaríamos se não a adorássemos ». De
facto, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a
adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si
mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em
atitude de adoração d’Aquele que comungamos.”
Dizer que a Eucaristia não é para ser adorada implica em negar a que a Hóstia Consagrada é o
Corpo de Nosso Senhor, ou pensar que Deus não é digno de adoração…
O saudoso Papa João Paulo II escreveu (Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 25, de 2003):
“Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela « arte da oração », como
não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração
silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas
vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação,
apoio! Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o
exemplo numerosos Santos. De modo particular, distinguiu-se nisto S. Afonso Maria de Ligório,
que escrevia: A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira
de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós. A Eucaristia é um
tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer diante dela fora da
Missa permite-nos beber na própria fonte da graça.”
E o Santo Padre Bento XVI acrescenta (Sacramentum Caritatis, n. 66-67): “De fato, na
Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração
eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma,
é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de
adoração d’Aquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos
tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia
celeste. O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na
própria celebração litúrgica. (…) Juntamente com a assembléia sinodal, recomendo, pois,
vivamente aos pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática da adoração eucarística tanto
pessoal como comunitária. Para isso, será de grande proveito uma catequese específica na
qual se explique aos fiéis a importância deste ato de culto que permite viver, mais
profundamente e com maior fruto, a própria celebração litúrgica. Depois, na medida do possível
e sobretudo nos centros mais populosos, será conveniente individuar igrejas ou capelas que se
possam reservar propositadamente para a adoração perpétua. Além disso, recomendo que na
formação catequética, particularmente nos itinerários de preparação para a Primeira
Comunhão, se iniciem as crianças no sentido e na beleza de demorar-se na companhia de
Jesus, cultivando o enlevo pela sua presença na Eucaristia.”
A Santa Missa é a Renovação do Único e Eterno Sacrifício de Nosso Senhor, oferecido pelas
mãos do sacerdote. Diz o Catecismo da Igreja Católica (n. 1367): “O sacrifício de Cristo e o
sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício.”
O Catecismo anterior, publicado pelo Papa São Pio X em 1905, afirma (n. 652-654): “A santa
Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares,
debaixo das espécies de pão e de vinho, em memória do sacrifício da Cruz. (…) O Sacrifício da
Missa é substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se
ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos sacerdotes seus ministros, sobre os
nossos altares, mas quanto ao modo por que é oferecido, o sacrifício da Missa difere do
sacrifício da Cruz, conservando todavia a relação mais íntima e essencial com ele. (…) Que
diferença, pois, e que relação há entre o Sacrifício da Missa e o da Cruz? Entre o Sacrifício da
Missa e o sacrifício da Cruz há esta diferença e esta relação: que Jesus Cristo sobre a cruz se
ofereceu derramando o seu sangue e merecendo para nós; ao passo que sobre os altares Ele
se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da sua Paixão e Morte.”
Curiosidade: o Papa Bento XVI afirmou, no dia 09 de Outubro de 2006, que o homem
contemporâneo “perdeu o sentido do pecado”. Ora, se não há pecado, qual a necessidade de
um Sacrifício Propiciatório? Creio que isso explica muitas coisas…
A Instrução Geral do Missal Romano determina (n.308): “Sobre o altar ou junto dele coloca-se
também uma cruz, com a imagem de Cristo crucificado, que a assembléia possa ver bem.
Convém que, mesmo fora das ações litúrgicas, permaneça junto do altar uma tal cruz, para
recordar aos fiéis a paixão salvadora do Senhor.”
Essa cruz alude ao Santo Sacrifício de Nosso Senhor, que se renova no altar. Nosso Senhor
está vivo e ressuscitado, mas a Santa Missa renova o Sacrifício.
O saudoso Papa João Paulo II definiu que a Santa Igreja não tem a faculdade de ordenar
mulheres, quando em 1994, publicou a Carta Apostólica “Ordinatio Sacerdotalis”, que afirma
explicitamente: “Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância,
que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar
os irmãos (cf. Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a
ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva
por todos os fiéis da Igreja.”
Por isso, o saudoso Papa João Paulo II lamenta na sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia (n.
10): “As vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico.
Despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor
de um encontro fraterno ao redor da mesma. Além disso, a necessidade do sacerdócio
ministerial, que se fundamenta na sucessão apostólica, fica às vezes obscurecida, e a
sacramentalidade da Eucaristia é reduzida à simples eficácia do anúncio. (…) Como não
manifestar profunda mágoa por tudo isto? A Eucaristia é um Dom demasiadamente grande
para suportar ambigüidades e reduções.”
Embora, como foi dito, os fiéis que participam da Santa Missa se beneficiam. Pois na Missa,
Nosso Senhor “se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da sua Paixão
e Morte.” (Catecismo de São Pio X, n. 254)
O próprio Papa Pio XII, na encíclica Mediador Dei, de 1947, exorta os Bispos: “Procurai,
sobretudo, obter, com o vosso diligentíssimo zelo, que todos os fiéis assistam ao sacrifício
eucarístico e dele recebam os mais abundantes frutos de salvação.” Também o Catecismo de
São Pio X (n.391) fala em “assistir devotamente ao Santo Sacrifício da Missa.”
O que este termo frisa é a verdade de fé de que é o sacerdote que oferece o Santo Sacrifício
da Missa, e não o leigo.
Por outro lado, é evidente que o fiel precisa assistir a celebração de forma participativa
(Sacrossanctum Concilium, n.14), unindo sua vida ao Mistério do Santo Sacrifício que se
renova no altar.
Escreve São Paulo: “Todo aquele que comer o Pão ou beber o Cálice do Senhor indignamente
será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por conseguinte, cada um examine a si mesmo
antes de comer desse Pão ou beber desse Cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir
o Corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação.” (ICor 11,27-29)
O Código de Direito Canônico diz que pode comungar “qualquer batizado, não proibido pelo
direito” (cânon 912) A preparação primeira necessária para receber o Corpo de Nosso Senhor
é a preparação interior, ou seja: estar em estado de graça, que significa estar em ausência de
pecados mortais (Cat. 1385). Tal estado nos é dado quando recebemos o Sacramento do
Batismo, e, após a queda em pecado mortal, através de uma Confissão bem feita (Cat. 1264;
1468-1470). A Santa Igreja também instituiu o chamado “jejum eucarístico” (isto é, estar a uma
hora antes de comungar sem ingerir alimentos, a não ser água e medicamentos necessários,
como especifica o Cânon 919).
É preocupante vermos filas para a Sagrada Comunhão tão longas, e filas para o confessionário
tão pequenas…
“A confissão individual e íntegra e a absolvição constituem o único modo ordinário pelo qual o
fiel, consciente de pecado grave, se reconcilia com Deus e com a Igreja: somente a
impossibilidade física ou moral o escusa desta forma de confissão”.
A norma tradicional para receber o Corpo de Nosso Senhor, mantida como a única forma lícita
por muito séculos, é que se receba diretamente na boca e estando de joelhos, como sinal de
reverência e adoração.
Após o Concílio Vaticano II, Roma permitiu, devido ao pedido de algumas conferências
episcopais, que em alguns locais os fiéis que desejassem pudessem receber o Corpo de
Nosso Senhor na mão. Por outro lado, os documentos oficiais da Santa Igreja recomendaram
que o costume de comungar na boca fosse conservado, e proíbem expressamente que os
sacerdotes e demais ministros neguem o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca a quem
deseja receber desta forma.
A instrução Memoriale Domini, publicada pela Sagrada Congregação para o Culto Divino em
1969, afirma que, se na antigüidade, em algum local foi comum a prática dos fiéis receberem o
Corpo de Nosso Senhor na mão, houve nas normas litúrgicas um amadurecimento neste
sentido para que se passasse a receber o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca. Diz o
documento: “Com o passar do tempo, quando a verdade e a eficácia do mistério eucarístico,
assim como a presença de Cristo nele, foram perscrutadas com mais profundidade, o sentido
da reverência devida a este Santíssimo Sacramento e da humildade com a qual ele deve ser
recebido exigiram que fosse introduzido o costume que seja o ministro mesmo que deponha
sobre a língua do comungante uma parcela do pão consagrado.”
Mas quais são as vantagens que há em receber o Corpo de Nosso Senhor diretamente na
boca? O mesmo documento fala de duas: a maior reverência à Sua Presença Real e a maior
segurança para que não se percam os fragmentos do Seu Corpo. Assim ele afirma: “Essa
maneira de distribuir a santa comunhão deve ser conservada, não somente porque ela tem
atrás de si uma tradição multissecular, mas sobretudo porque ela exprime a reverência dos
fiéis para com a Eucaristia. Esse modo de fazê-lo não fere em nada a dignidade da pessoa
daqueles que se aproximam desse sacramento tão elevado, e é apropriado à preparação
requerida para receber o Corpo do Senhor da maneira mais frutuosa possível. Essa reverência
exprime bem a comunhão, não “de um pão e de uma bebida ordinários” (São Justino), mas do
Corpo e do Sangue do Senhor, em virtude da qual “o povo de Deus participa dos bens do
sacrifício pascal, reatualiza a nova aliança selada uma vez por todas por Deus com os homens
no Sangue de Cristo, e na fé e na esperança prefigura e antecipa o banquete escatológico no
Reino do Pai” (Sagr. Congr.. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, n.3) Por fim,
assegura-se mais eficazmente que a santa comunhão seja administrada com a reverência, o
decoro e a dignidade que lhe são devidos de sorte que seja afastado todo o perigo de
profanação das espécies eucarísticas, nas quais, “de uma maneira única, Cristo total e todo
inteiro, Deus e homem, se encontra presente substancialmente e de um modo permanente”
(Sagr. Congr. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, n. 9); e para que se conserve com
diligência todo o cuidado constantemente recomendado pela Igreja no que concerne aos
fragmentos do pão consagrado.”
As normas litúrgicas são bem claras em afirmar que “os fiéis jamais serão obrigados a adotar a
prática da comunhão na mão.” (Notificação da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de
Abril de 1985). Aqueles que comungam na mão precisam atentar, ainda, para que não se
percam pequenos fragmentos da Hóstia Consagrada, nos quais também Nosso Senhor esta
presente por inteiro – isto seria, de fato, uma profanação. Também se permitiu, em alguns
locais, que se receba o Corpo de Nosso Senhor estando em pé. Mas da mesma forma que a
Sagrada Comunhão na mão, isto se permitiu como uma concessão à regra tradicional,
afirmando-se que os que desejarem receber o Corpo de Nosso Senhor ajoelhados, em sinal de
adoração, são livres para fazê-lo. É o que afirma a Sagrada Congregação para o Culto Divino e
Disciplina dos Sacramentos:
“A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos
básicos dos fiéis cristãos. (…) Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a
legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a
Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se
ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia. (…) A prática de ajoelhar-se para receber a
Santa Comunhão tem em seu favor uma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente
expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real e
significativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (….)
Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo
com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a
gravidade do abuso pastoral.” (Protocolo no 1322/02/L) Tal intervenção foi reiterada em 2003.
Por isso que o Sagrado Magistério, no Concílio de Trento (séc. XVI), definiu alguns princípios
dogmáticos á respeito da Comunhão Eucarística sob as duas espécies; princípios estes que
foram expressamente relembrados na Redemptionis Sacramentum (n. 100). Assim definiu o
Concílio de Trento (n. 930-932): “Por nenhum preceito divino [os fiéis] estão obrigados a
receber o sacramento da Eucaristia sob ambas as espécies, e que, salva a fé, de nenhum
modo se pode duvidar que a comunhão debaixo de uma [só] das espécies lhes baste para a
salvação. (…) Nosso Redentor, como ficou dito, instituiu na última ceia este sacramento e o
deu aos Apóstolos sob as duas espécies, contudo devemos confessar que debaixo de cada
uma delas se recebe Cristo todo inteiro e como verdadeiro sacramento.”
A seguir, a mesma Instrução aponta as formas pela qual a Sagrada Comunhão sob duas
espécies pode ser administrada (n. 103): “As normas do Missal Romano admitem o principio de
que, nos casos em que se administra a sagrada Comunhão sob as duas espécies, o Sangue
do Senhor pode ser bebido diretamente do cálice, ou por intinção, ou com uma palheta, ou uma
colher pequenina.”
Quais seriam estas razões que indicariam esta “verdadeira necessidade” para o uso dos
ministros extraordinários da Comunhão Eucarística? A própria Instrução responde: “O ministro
extraordinário da sagrada Comunhão poderá administrar a Comunhão somente na ausência do
sacerdote ou diácono, quando o sacerdote está impedido por enfermidade, idade avançada, ou
por outra verdadeira causa, ou quando é tão grande o número dos fiéis que se reúnem à
Comunhão, que a celebração da Missa se prolongaria demasiado. Por isso, deve-se entender
que uma breve prolongação seria uma causa absolutamente suportável, de acordo com a
cultura e os costumes próprios do lugar.” (n. 158) E ainda: “Reprove-se o costume daqueles
sacerdotes que, apesar de estarem presentes na celebração, abstém-se de distribuir a
Comunhão, delegando esta tarefa a leigos.” (n. 157)
A Santa Igreja zela pelo material do cálice, cibórios e outros vasos sagrados utilizados nas
celebrações. Por exemplo: é expressamente proibido o uso de vasos sagrados de vidro, barro,
argila, cristal ou outro material que quebre com facilidade.
Especifica a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 117): “Os vasos sagrados, que estão
destinados a receber o Corpo e o Sangue do Senhor, devem-se ser fabricados, estritamente,
conforme as normas da tradição e dos livros litúrgicos. As Conferências de Bispos tenham
capacidade de decidir, com a aprovação da Sé apostólica, se é oportuno que os vasos
sagrados também sejam elaborados com outros materiais sólidos. Sem dúvida, requer-se
estritamente que este material, de acordo com a comum valorização de cada região, seja
verdadeiramente nobre, de maneira que, com seu uso, tribute-se honra ao Senhor e se evite
absolutamente o perigo de enfraquecer, aos olhos dos fiéis, a doutrina da presença real de
Cristo nas espécies eucarísticas. Portanto, reprove-se qualquer uso, para a celebração da
Missa, de vasos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de
todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros vasos de cristal, argila, porcelana e outros
materiais que se quebram facilmente. Isto vale também para os metais e outros materiais, que
se corroem (oxidam) facilmente.”
O saudoso Papa João Paulo II insiste na utilização dos melhores recursos possíveis nos
objetos litúrgicos, como honra prestada ao Corpo e ao Sacrifício de Nosso Senhor. Disse João
Paulo II (Ecclesia de Eucharistia, n. 47-48):
Diz o Código de Direito Canônico (Cânon 907) que “Na celebração Eucarística, não é lícito aos
diáconos e leigos proferir as orações, especialmente a oração eucarística, ou executar as
ações próprios do sacerdote celebrante.”
Também a Instrução Inaestimabile Donum (n.4) afirma: “Está reservado ao sacerdote, em
virtude de sua ordenação, proclamar a Oração Eucarística, a qual por sua própria natureza é o
ponto alto de toda a celebração. É portanto um abuso que algumas partes da Oração
Eucarística sejam ditas pelo diácono, por um ministro subordinado ou pelos fiéis. Por outro lado
isso não significa que a assembléia permanece passiva e inerte. Ela se une ao sacerdote
através do silêncio e demonstra a sua participação nos vários momentos de intervenção
providenciados para o curso da Oração Eucarística: as respostas no diálogo Prefácio, o
Sanctus, a aclamação depois da Consagração, e o Amén final depois do Per Ipsum. O Per
Ipsum ( por Cristo, com Cristo, em Cristo) por si mesmo é reservado somente ao sacerdote.
Este Amén final deveria ser enfatizado sendo feito cantado, sendo que ele é o mais importante
de toda a Missa.”
Tais orações são orações do sacerdote. De forma especial, a doxologia (“Por Cristo, com Cristo
e em Cristo…”), que é momento onde o sacerdote oferece à Deus Pai o Santo Sacrifício de
Nosso Senhor.
A casula é o paramento sacerdotal próprio para o Santo Sacrifício da Missa. É o mais solene,
varia de cor conforme a prescrição para a celebração em específico e vai sobre a alva e estola.
Infelizmente, tem se tornado moda em muitos lugares que muitos sacerdotes celebrem usando
apenas a alva e a estola, enquanto as casulas mofam nos armários.
A Instrução Geral do Missal Romano (n. 119) determina que o sacerdote utilize: amito, alva,
estola, cíngulo e casula (amito e cíngulo podem ser dispensáveis, conforme o formato da alva).
“No Missal Romano é facultativo que os sacerdotes que concelebram na Missa, exceto o
celebrante principal (que sempre deve levar a casula da cor prescrita), possam omitir «a casula
ou planeta, mas sempre usar a estola sobre a alva», quando haja uma justa causa, por
exemplo o grande número de concelebrantes e a falta de ornamentos. Sem dúvida, no caso de
que esta necessidade se possa prever, na medida do possível, providencie-se as referidas
vestes. Os concelebrantes, a exceção do celebrante principal, podem também levar a casula
de cor branca, em caso de necessidade. (…) Seja reprovado o abuso de que os sagrados
ministros realizem a santa Missa, inclusive com a participação de só um assistente, sem usar
as vestes sagradas ou só com a estola sobre a roupa monástica, ou o hábito comum dos
religiosos, ou a roupa comum, contra o prescrito nos livros litúrgicos. Os Ordinários cuidem de
que este tipo de abusos sejam corrigidos rapidamente e haja, em todas as igrejas e oratórios
de sua jurisdição, um número adequado de vestes litúrgicos, confeccionadas de acordo com as
normas.”
Embora haja para o Brasil a concessão de o sacerdote celebrar apenas utilizando alva e estola
quando houver razões pastorais (ver comentário do Pe. Jesús Hortal, SJ, à respeito do cânon
929, no Código de Direito Canônico editado pela Loyola), de forma alguma pode-se dizer que o
uso da casula é ultrapassado, como foi demonstrado acima.
Pelo contrário: o Concílio Vaticano II incentivou o uso do latim como língua litúrgica.
Diz o Concílio (Sacrossanctum Concilium, n.36) : “Salvo o direito particular, seja conservado o
uso da língua latina nos ritos latinos.” Embora exista atualmente em muitos lugares a
concessão para se celebrar em língua local, o latim segue sendo a língua oficial da Santa
Igreja e mantém o seu significado de unidade e solenidade: “O uso da língua latina vigente em
grande parte da Igreja é um caro sinal da unidade e um eficaz remédio contra toda corruptela
da pura doutrina.” (Papa Pio XII, na Encíclica Mediator Dei, n.53, de 1947)
Por isso o Santo Padre Bento escreveu (Sacramentum Caritatis, n.62): “A nível geral, peço que
os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e
celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto
gregoriano; nem se transcure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em
latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia.”
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI (no livro “O sal da Terra”, de 1996), reconhece que
a “nossa cultura mudou tão radicalmente nos últimos trinta anos que uma liturgia celebrada
exclusivamente em latim envolveria um elemento de estranheza que, para muitos, não seria
aceitável.” Por outro lado, “o Cardeal (Francis Arinze, Prefeito da Congregação para o Culto
Divino e Disciplina dos Sacramento) também sugeriu que as paróquias maiores tenham uma
Missa em latim pelo menos uma vez por semana e que as paróquias rurais e menores a
tivessem pelo menos uma vez ao mês.” (ACI Imprensa, 16 de Novembro de 2006)
Embora possa ser útil compreender a língua que o padre celebra (e por isso são amplamente
divulgados os missais com tradução em latim / português, nos meios em que a Santa Missa é
celebrada em latim), o principal é contemplar o Mistério do Santo Sacrifício que se renova no
altar, e para isso não é necessário compreender todas as palavras.
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, afirma (“O sal da terra”): “A Liturgia é algo diferente
da manipulação de textos e ritos, porque vive, precisamente, do que não é manipulável. A
juventude sente isso intensamente. Os centros onde a Liturgia é celebrada sem fantasias e
com reverência atraem, mesmo que não se compreendam todas as palavras.”
O Concílio Vaticano II afirma (Sacrossanctum Concilium, n.116) : “”A Igreja reconhece como
canto próprio da liturgia romana, o canto gregoriano; portanto, na ação litúrgica, ocupa o
primeiro lugar entre seus similares. Os outros gêneros de música sacra, especialmente a
polifonia, não são absolutamente excluídos da celebração dos ofícios divinos, desde que se
harmonizem com o espírito da ação litúrgica…”
A Instrução Geral do Missal Romano (n. 41) afirma: “Em igualdade de circunstâncias, dê-se a
primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana.”
Também o Santo Padre Bento XVI incentiva o canto gregoriano na Exortação Apostólica
Sacramentum Caritatis (n.62), como foi dito acima.É importante lembrar: mesmo em relação a
canto popular, a referência é canto gregoriano. O saudoso Papa João Paulo II (Quirógrafo
sobre a Música Sacra, n. 12) diz:
“No que diz respeito às composições musicais litúrgicas, faço minha a «regra geral» que são
Pio X formulava com estes termos: ‘Uma composição para a Igreja é tanto mais sacra e
litúrgica quanto mais se aproximar, no andamento, na inspiração e no sabor, da melodia
gregoriana, e tanto menos é digna do templo, quanto mais se reconhece disforme daquele
modelo supremo». Não se trata, evidentemente, de copiar o canto gregoriano, mas muito mais
de considerar que as novas composições sejam absorvidas pelo mesmo espírito que suscitou
e, pouco a pouco, modelou aquele canto.”
Foi publicada em 1993, no seu boletim Notitiae, uma nota da Congregação para o Culto Divino
e a Disciplina dos Sacramentos reafirma a licitude tanto da celebração “Versus Populum” (com
o sacerdote voltado para o povo) quanto da “Versus Deum” (com o sacerdote e povo voltados
para Deus, isto é, na mesma direção)
Assim, mesmo na forma do Rito Romano aprovada pelo Papa Paulo VI, é perfeitamente
possível que se celebre a Santa Missa com o sacerdote e os fiéis voltados na mesma direção.
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI dedicou à este tema um capítulo inteiro do seu livro
“Espírito da Liturgia – Uma introdução”, publicado em 1999; é o capítulo III da parte II,
denominado “O altar e a orientação da oração na Liturgia”.
Neste texto, o Santo Padre incentiva a celebração em “Versus Deum”, exaltando o profundo
significado litúrgico que tem o sacerdote e os fiéis voltados para a mesma direção, isto é, para
Deus. Ele diz: “. “O sacerdote olhando para o povo dá à comunidade o aspecto de um círculo
fechado em si mesmo. Já não é – por sua mesma disposição – uma comunidade aberta para
frente e para cima, senão fechada em si mesma. (… ) O importante não é o diálogo olhando
para o sacerdote, mas a adoração comum, sair ao encontro do Senhor que vem. A essência do
acontecimento não é um círculo fechado, mas a saída de todos ao encontro do Senhor que se
expressa na orientação comum.”
O Santo Padre Bento XVI (Sacramentum Caritatis, n. 69) afirma que, se o Sacrário é colocado
na nave principal da Igreja, “é preferível colocar o sacrário no presbitério, em lugar
suficientemente elevado, no centro do fecho absidal ou então noutro ponto onde fique de igual
modo bem visível.”
Mito 24: “Não se deve ter imagens dos santos nas igrejas”
Deve-se ter, sim.
Diz a Instrução Geral do Missal Romano (n.318): “De acordo com a antiqüíssima tradição da
Igreja, expõem-se à veneração dos fiéis, nos edifícios sagrados, imagens do Senhor, da bem-
aventurada Virgem Maria e dos Santos, as quais devem estar dispostas de tal modo no lugar
sagrado, que os fiéis sejam levados aos mistérios da fé que aí se celebram.”
O que é ponderado, porém, na mesma referência: “Tenha-se, por isso, o cuidado de não
aumentar exageradamente o seu número e que a sua disposição se faça na ordem devida, de
tal modo que não distraiam os fiéis da celebração. Normalmente, não haja na mesma igreja
mais do que uma imagem do mesmo Santo. Em geral, no ornamento e disposição da igreja, no
que se refere às imagens, procure atender-se à piedade de toda a comunidade e à beleza e
dignidade das imagens.”
Escreveu o saudoso Papa João Paulo II : (Ecclesia de Eucharistia, n. 52) “Atualmente também
deveria ser redescoberta e valorizada a obediência às normas litúrgicas como reflexo e
testemunho da Igreja, una e universal, que se torna presente em cada celebração da
Eucaristia. O sacerdote, que celebra fielmente a Missa segundo as normas litúrgicas, e a
comunidade, que às mesmas adere, demonstram de modo silencioso mas expressivo o seu
amor à Igreja. (…) A ninguém é permitido aviltar este mistério que está confiado às nossas
mãos: é demasiado grande para que alguém possa permitir-se de tratá-lo a seu livre arbítrio,
não respeitando o seu caráter sagrado nem a sua dimensão universal.”
Também a Instrução Inaestimabile Donum, de 1980, afirma: “Aquele que oferece culto a Deus
em nome da Igreja, de um modo contrário ao qual foi estabelecido pela própria Igreja com a
autoridade dada por Deus e o qual é também a tradição da Igreja, é culpado de falsificação.”
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, afirmou: “É preciso que volte a ser claro que a
ciência da liturgia não existe para produzir constantemente novos modelos, como é próprio da
indústria automobilística. (…) A Liturgia é algo diferente da invenção de textos e ritos, porque
vive, precisamente, do que não é manipulável.” (“O Sal da Terra”)
O Concílio Vaticano II proíbe acréscimos na Sagrada Liturgia, como foi dito acima
(Sacrossanctum Concílium, n.22). A interpretação do Missal é estrita: assim, na Santa Missa,
faz-se somente o que o Missal determina e nada mais do que isso.
O Rito, por sua própria essência, prima pela unidade. Diz a Instrução Redemptionis
Sacramentum (n.11) :
“O Mistério da Eucaristia é demasiado grande «para que alguém possa permitir tratá-lo ao seu
arbítrio pessoal, pois não respeitaria nem seu caráter sagrado, nem sua dimensão universal.
Quem age contra isto, cedendo às suas próprias inspirações, embora seja sacerdote, atenta
contra a unidade substancial do Rito romano, que se deve cuidar com decisão (…) Além disso,
introduzem na mesma celebração da Eucaristia elementos de discórdia e de deformação,
quando ela tem, por sua própria natureza e de forma eminente, de significar e de realizar
admiravelmente a Comunhão com a vida divina e a unidade do povo de Deus.”
Também o Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, juntamente o Messori, no livro “A Fé em
Crise?”, publicado em 1985, afirma: “A liturgia não vive de surpresas `simpáticas’, de
intervenções `cativantes’, mas de repetições solenes (…) Também por isso ela deve ser
`predeterminada’, `imperturbável’, porque através do rito se manifesta a santidade de Deus. Ao
contrário, a revolta contra aquilo que foi chamado `a velha rigidez rubricista’, (…) arrastou a
liturgia ao vórtice do `faça-você-mesmo’, banalizando-a, porque reduzindo-a à nossa medíocre
medida” .
O Concílio Vaticano II, como foi dito acima, deixa claro que nem mesmo os sacerdotes podem
alterar a Sagrada Liturgia (Sacrossanctum Concilium, n. 22)
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, é incisivo em dizer (“O Sal da Terra”) : “Do que
precisamos é de uma nova educação litúrgica, especialmente também os padres.”
“De forma muito especial, todos procurem, de acordo com seus meios, que o santíssimo
sacramento da Eucaristia seja defendido de toda irreverência e deformação, e todos os abusos
sejam completamente corrigidos. Isto, portanto, é uma tarefa gravíssima para todos e cada um,
excluída toda acepção de pessoas, todos estão obrigados a cumprir este trabalho. Qualquer
católico, seja sacerdote, seja diácono, seja fiel leigo, tem direito a expor uma queixa por um
abuso litúrgico, ante ao Bispo diocesano e ao Ordinário competente que se lhe equipara em
direito, ante à Sé apostólica, em virtude do primado do Romano Pontífice. Convém, sem
dúvida, que, na medida do possível, a reclamação ou queixa seja exposta primeiro ao Bispo
diocesano. Para isso se faça sempre com veracidade e caridade.”
O que Nosso Senhor censurou nos fariseus NÃO foi a preocupação em obedecer em santas
leis de Deus. O próprio Senhor disse: “Se guardardes os Meus Mandamentos, sereis
constantes no Meu Amor, como também Eu guardei os Mandamentos de Meu Pai e persisto no
Seu Amor.” (Jo 15, 10-11) E ainda: “Não julgueis que vim abolir a lei e os profetas. Não vim
para abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Pois em verdades vos digo: passará o céu e a
terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aqueles
que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus.” (Mt 5, 17-19)
A lei divina precisa ser obedecida. Os erros que Nosso Senhor condenou nos fariseus foram
dois: o fato de eles ensinarem uma coisa e viverem outra (“Este povo somente Me honra com
os lábios; mas seu coração está longe de Mim” – Mc 7,6); e o fato de eles interpretarem a lei de
forma errada em algumas ocasiões (“Deixando o mandamento de Deus, vos apegais à tradição
dos homens” – Mc 7,8), como no caso da proibição deles em relação às curas realizadas em
dia de Sábado.
Não existe distinção entre obedecer diretamente a Deus e obedecer a lei da Santa Igreja.
Nosso Senhor confiou a São Pedro, o primeiro Papa (Mateus 16,18-19), o poder de ligar e
desligar. O Catecismo da Igreja Católica explica que “o poder de ligar e desligar” significa a
autoridade de absolver os pecados, pronunciar juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares
na Igreja.” (n. 553) Por isso, recusa de sujeição à lei da Santa Igreja é pecado contra o 1º
mandamento (Cat., n. 2088-2089)
Obedecer à lei da Santa Igreja é obedecer à Deus; obedecer à Deus é obedecer também a lei
da Santa Igreja.
Aos que afirmam que “o que importa é o coração”, vale lembrar que aqui não cabe a aplicação
deste princípio, pois isso implicaria colocar-se em contraposição com grandes parte das
normas litúrgicas da Santa Igreja, bem como com os diversos sinais e símbolos litúrgicos
(paramentos, velas, flores, incenso, gestos do corpo, etc), que partem da necessidade de se
manifestar com sinais externos a fé católica a respeito do que acontece no Santo Sacrifício da
Missa, bem como manifestar externamente a honra devida a Deus. A atitude interna é
fundamental, mas desprezar as atitudes externas é um erro.
A este respeito, escreveu o saudoso Papa João Paulo II: “De modo particular torna-se
necessário cultivar, tanto na celebração da Missa como no culto eucarístico fora dela, uma
consciência viva da Presença Real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da
voz, os gestos, os movimentos, o comportamento no seu todo. (…) Numa palavra, é necessário
que todo o modo de tratar a Eucaristia por parte dos ministros e dos fiéis seja caracterizado por
um respeito extremo.” (Mane Nobiscum Domine, 18)
O ser humano é corpo e alma, e faz parte da natureza humana manifestar a disposição interior
por meio de gestos (abraçar, dar presente, se vestir bem, arrumar a mesa para uma festa). E a
Sagrada Liturgia é perfeitamente compatível com a natureza e as necessidades do ser
humano.
É preciso haver um equilíbrio no sentido de que a disposição interna é expressa pelos gestos
externos, e os gestos externos, por sua vez, reforçam a disposição interna. É um círculo
vicioso.
Os gestos externos sem a disposição interior são um erro (farisaísmo); a disposição interior
sem a atenção aos gestos externos também é um erro, pois se contrapõe à elementos
fundamentais da Sagrada Liturgia (afinal, somos alma e corpo, não somos o “Gasparzinho”).
Por exemplo: como vamos convencer o mundo que Nosso Senhor Jesus Cristo está
verdadeiramente presente no Santíssimo Sacramento, se tratarmos a Hóstia Consagrada como
um alimento qualquer?
É preciso evitar, então, primeiramente as roupas que expõe o corpo de forma escandalosa,
como decotes profundos, shorts curtos ou blusas que mostrem a barriga. Mas convém que se
evite também tudo o que contraria, como afirma o Catecismo, a alegria, a solenidade e o
respeito – isto é, banaliza o momento sagrado.
O bom senso nos mostra, por exemplo, que partindo d princípio da solenidade, é melhor que se
use uma calça do que uma bermuda. Ora, na nossa cultura, não se vai a um encontro social
solene usando uma bermuda!
O bom senso nos mostra também que, partido do princípio do respeito e da não-banalização
do sagrado, é melhor que se evite roupas que chamam atenção para o corpo ou para
elementos não relacionados com a Sagrada Liturgia. É melhor que uma mulher, por exemplo,
utilize uma blusa com mangas do que um blusa de alcinha; é melhor que utilize uma calça
discreta, saia ou vestido do que uma calça “mulher-gato” (isto é, apertadíssima); também é
melhor que se utilize, por exemplo, uma camisa ou camiseta discreta do que uma camiseta do
Internacional ou do Grêmio.
São Josemaria Escrivá, em um de suas fantásticas homilias, recorda seus tempos de infância,
dizendo: “”Lembro-me de como as pessoas se preparavam para comungar: havia esmero em
arrumar bem a alma e o corpo. As melhores roupas, o cabelo bem penteado, o corpo
fisicamente limpo, talvez até com um pouco de perfume. Eram delicadezas próprias de gente
enamorada, de almas finas e retas, que sabiam pagar Amor com amor.” Afirma ainda: “Quando
na terra se recebem pessoas investidas em autoridade, preparam-se luzes, música e vestes de
gala. Para hospedarmos Cristo na nossa alma, de que maneira não devemos preparar-nos?”
(“Homilias sobre a Eucaristia”, Ed. Quadrante)
Vivemos em uma sociedade de imagens, e uma imagem fala mais do que mil palavras…
A Missa Tridentina é o Rito Romano celebrado na sua forma tradicional, promulgada pelo Papa
São Pio V no Concílio de Trento. As diferenças entre a Missa Tridentina e a forma do Rito
Romano aprovada pelo Papa Paulo VI NÃO são somente a posição do sacerdote e a língua
litúrgica (pois como foi dito acima, também na forma moderna do Rito Romano é lícito celebrar
em latim e com o sacerdote e povo voltados na mesma direção). As diferenças vão além:
dizem respeito principalmente ao conjunto de ações do sacerdote, dos demais ministros e do
povo que participa, bem como às orações previstas no Rito.
Com o Motu Próprio Summorum Pontificum, publicado em 2007, o Santo Padre demonstrou
que essas duas formas do Rito Romano não são apenas duas formas válidas e lícitas, mas
também duas formas autenticamente católicas de celebrar, e por isso mesmo, não há
contradição entre elas. Escreveu o Santo Padre: “Estas duas expressões da lei da oração (lex
orandi) da Igreja de maneira nenhuma levam a uma divisão na lei da oração (lex orandi ) da
Igreja, pois são dois usos do único Rito Romano.” (Summorum Pontificum) E ainda: “As duas
Formas do uso do Rito Romano podem enriquecer-se mutuamente (…) Não existe qualquer
contradição entre uma edição e outra do Missale Romanum.” (Carta aos Bispos, que
acompanhou o Motu Próprio)
O Santo Padre ainda fez questão de mostrar que a Missa Tridentina NÃO se contrapõe ao
Concílio Vaticano II: “”Há o temor de que seja aqui afectada a autoridade do Concílio Vaticano
II e que uma das suas decisões essenciais – a reforma litúrgica – seja posta em dúvida. Tal
receio não tem fundamento.” (Carta aos Bispos)
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, já havia escrito (em “O Sal da Terra): “A meu ver,
devia-se se deixar seguir o rito antigo com muito mais generosidade àqueles que o desejam.
Não se compreende o que nele possa ser perigoso ou inaceitável. Uma comunidade põe-se em
xeque quando declara como estritamente proibido o que até então tinha tido como o mais
sagrado e elevado, e quando considera, por assim dizer, impróprio o desejo desse elemento.
Pois em que se poderá acreditar ainda do que ela diz? Não voltará a proibir amanhã o que hoje
prescreve? (…) Infelizmente, entre nós, a tolerância de experiências aventureiras é quase
ilimitada; contudo, a tolerância a liturgia antiga é praticamente inexistente. Desse modo, está-
se certamente no caminho errado.”
Com o Motu Próprio Summorum Pontificum, o Santo Padre Bento XVI liberou universalmente a
celebração da Missa Tridentina (antes, ela estava restrita à autorização dos bispos locais).
Muitos relativizam isso falando coisas como “não se visita um amigo por obrigação, mas por
amor”.
Evidentemente, Deus é Aquele que nos amou primeiro, precisa ser nosso melhor amigo e é
digno de todo nosso amor e de todo nossa adoração. Porém, não estamos falando aqui de um
“amiguinho qualquer”, mas de Deus!
E é Justo que se obedeça as Suas Leis, que inclui a Lei da Santa Igreja, como foi explicado
acima. Estamos moralmente obrigado a isso. Isso é dar a Deus o que é de Deus (Mateus 22,
21).
Além disso, devem ser guardados como dia de festa de preceito o “dia do Natal de Nosso
Senhor Jesus Cristo, da Epifania, da Ascensão e do Santíssimo Corpo e Sangue de risto, de
Santa Maria, Mãe de Deus, de sua Imaculada Conceição e Assunção, de São José, dos
Santos Apóstolos Pedro e Paulo e, por fim, de Todos os santos.” (n 2177). Os fiéis católicos
tem, portanto, obrigação de participar da Santa Missa também nos dias de cada uma dessas
festas ou nas tardes dos dias anteriores à cada uma delas.
No Brasil, para facilitar o cumprimento do preceito, várias destas festas são transferidas para o
Domingo, por determinação da CNBB com a aprovação da Santa Sé. As únicas que
permaneceram no calendário litúrgico além dos Domingo são: Natal de Nosso Senhor Jesus
Cristo (25 de dezembro), Santa Maria, Mãe de Deus (01 de Janeiro), Corpus Christi (data
móvel) e Imaculada Conceição da Virgem Maria (08 de Dezembro) – ver comentário do Pe.
Jesús Hortal sobre o cânon 1246, no Código de Direito Canônico editado pela Loyola.
Ainda em relação à participação da Santa Missa nos dias de preceito, o Catecismo deixa claro:
“Os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos
muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo
próprio pastor. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado mortal.”
(n. 2181) O cânon 1245 afirma que o pároco pode conceder ao fiel, por razão justa, a dispensa
da obrigação de guardar uma festa de preceito.
“Amor com amor se paga”, diz São João da Cruz, doutor da Santa Igreja.
Fonte:http://padrepauloricardo.org/blog/mitos-liturgicos/