Iniciação À Filosofia de São Tomás de Aquino Psicologia Metafísica
Iniciação À Filosofia de São Tomás de Aquino Psicologia Metafísica
Iniciação À Filosofia de São Tomás de Aquino Psicologia Metafísica
Iniciação à filosofia
de são Tomás de Aquino
Psicologia
Metafísica
Título original
Initiation à la Philosophie de Saint Thomas d’Aquin: Psycologie, Métaphysique
© Les Éditions du Cerf, Paris, 2007
ISBN 978-2-204-08397-3
Direção editorial: Claudiano Avelino dos Santos
Assistente editorial: Jacqueline Mendes Fontes
Tradução:
PSICOLOGIA: Cristiane Negreiros Abbud Ayoub
Carlos Eduardo de Oliveira
Metafísica: Paulo Eduardo Arantes
Gardeil, Henri-Dominique
Iniciação à filosofia de são Tomás de Aquino: psicologia, metafísica / Henri-Dominique Gardeil; prefácio de
François-Xavier Putallaz; [tradução Cristiane Negreiros Abbud Ayoub, Carlos Eduardo de Oliveira]. — 2ª ed.
— São Paulo: Paulus, 2013. — (Coleção Filosofia Medieval)
Título original: Initiation à la philosophie de Saint Thomas D’Aquin: psychologie, métaphisique.
Bibliografia.
ISBN 978-85-349-3485-5
1. Filosofia - Introduções 2. Tomás de Aquino, Santo, 1225?-1274 I. Putallaz, François-Xavier. II. Título. III.
Série.
12-14582 CDD-101
1ª edição, 2013
© PAULUS – 2013
Rua Francisco Cruz, 229 • 04117-091 • São Paulo (Brasil)
Fax (11) 5579-3627 • Tel. (11) 5087-3700
www.paulus.com.br • editorial@paulus.com.br
ISBN 978-85-349-3485-5
Psicologia
Prefácio
O
estudo da alma, em Aristóteles, é parte integrante da
investigação física, na qual ele se inscreve como uma
espécie de prolegômeno para a biologia. Também não
deve causar surpresa a constatação de que a atividade
de nossas faculdades mais espirituais tem aí relativamente pouco
lugar. São Tomás, que, por si mesmo, quase não filosofa se não em
vista da teologia, vincular-se-á bem mais à parte superior de sua
psicologia. Nós o imitaremos aqui; e uma vez que a análise de-
talhada da atividade voluntária situa-se mais adequadamente na
moral, seguir-se-á que nossos desenvolvimentos mais importantes
serão consagrados à inteligência. Pode ser que o capítulo reservado
a esse último problema ultrapasse, por sua amplitude, o que seria
conveniente a uma simples iniciação. Mas pareceu-nos que a im-
portância do tema tornava necessário entrar em maiores detalhes.
No mais, pareceu impor-se a exposição de certas questões que, em
obras similares, é insuficiente.
A tese central da psicologia – talvez fosse melhor dizer: “da
antropologia” – aristotélica é aquela em que, seguindo a conhecida
fórmula “a alma é a forma do corpo”, encontram-se determina-
das as relações das duas grandes realidades que nos constituem.
Nós nos empenhamos em lhe dar todo o relevo e, principalmente,
em mostrar adequadamente como o comportamento do homem
encontra-se inteiramente dependente dela.
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Introdução
E
timologicamente, o termo “psicologia” significa “ciência
da alma”. Essa ciência é tão antiga quanto a filosofia. De
fato, em todos os grandes sistemas, desde a antiguidade,
houve um conjunto mais ou menos organizado de consi-
derações relativas a esse tema. Todavia, tomado em si, o vocábulo
“psicologia” é relativamente recente. Não é possível fazê-lo remon-
tar mais que ao século XVI, época na qual um professor de Mar-
burgo, Goclenius, emprega-o como título de uma de suas obras.
Na realidade, o verdadeiro introdutor dessa denominação parece
ter sido Wolff, que, através de sua Psychologia empirica (1732) e sua
Psychologia rationalis (1734), popularizou com o nome uma distin-
ção que faria fortuna. Kant retomou a denominação em questão.
Na França, Maine de Biran e os ecléticos tiveram influência decisi-
va na sua vulgarização e adoção generalizada, que foi obra do sécu-
lo XIX. Através de um paradoxo extremamente mordaz, o termo
“psicologia” ou “ciência da alma” se tornou clássico precisamente
no momento em que aqueles que pretendem tratar desta matéria
renunciarão, em grande número, ao conhecimento da alma.
O que, então, pode pôr sob esse novo vocábulo aquele que
pretende filosofar na linha de são Tomás? Para responder a essa
questão, convém ter em conta preliminarmente a evolução histó-
rica das doutrinas da alma.
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1. Apanhado histórico
1. O objeto da psicologia
a) Psiquismo e vida
Para Aristóteles, todos os fenômenos vitais podem ser ditos
psíquicos. Assim, o psiquismo se define pela vida e pertencem à
ciência da alma todos os seres viventes, compreendidos aí aqueles
que estão abaixo de nós, animais e mesmo plantas. Nessa hipótese,
será possível dizer que a psicologia tem por objeto:
o ser vivo enquanto é princípio de atividades vitais.
b) Psiquismo e consciência
Na linha dos modernos, poder-se-á ter a tentação de reter ou-
tro elemento para definir o psíquico: o consciente. Desse modo, é
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2. O método da psicologia
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F. NUYENS, L’évolution de la psychologie d’Aristote, Louvain, Peeters, 1948.
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2
Cf. Festugière, “La place de De anima dans le système aristotélicien d’après
saint Thomas”, em Archives d’histoire littéraire et doctrinale du M.-A., 1932.
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