Direito Penal Apostila 657073
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Direito Penal Apostila 657073
PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
Na irretroatividade da lei penal, a lei não se aplica a fatos CUMPRIMENTO DA PENA NO ESTRANGEIRO
anteriores à sua vigência, sendo, portanto, irretroativa. Contudo, a
lei poderá retroagir se for mais benéfica para o réu. A lei posterior,
que de qualquer modo favorece o agente, aplica-se aos fatos A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada,
transitada em julgado (art. 2º, parágrafo único, do Código Penal). A quando idênticas.
lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL, da
Constituição Federal). No caso da retroatividade da lei penal, o art. Há situações em que os crimes cometidos fora do Brasil, ainda
que já julgados no estrangeiro, serão novamente processados no
5º, XL, da CF, estabelece que a lei só retroagirá para beneficiar o
acusado. O dispositivo é mais abrangente quando determina que, Poder Judiciário brasileiro. Essa é a regra da extraterritorialidade,
mesmo já tendo havido condenação transitada em julgado em das hipóteses do art. 7.º do Código Penal, acima descrito.
razão do crime, cessará a execução ficando também afastados os
efeitos penais da condenação, por isso, se no futuro o sujeito vier a Nestes casos, quando houver nova condenação, agora pela lei
cometer novo crime, não será considerado reincidente. brasileira, a pena cumprida no estrangeiro abaterá a pena que for
imposta no Brasil, na forma deste artigo.
Já o fenômeno da ultratividade da lei, acontecerá quando a lei
for para beneficiar o réu, que consiste na validade de uma lei já ÉFICACIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA
revogada para aplicação dos atos ocorridos na sua vigência, em
razão de que a lei nova é mais prejudicial ao réu. Em determinadas hipóteses, o Brasil reconhece em seu
território os efeitos da sentença proferida por outra nação.
LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
Alguns desses efeitos são incondicionais, já que não
dependem de qualquer provimento judicial para que se tornem
A lei excepcional ou temporária, embora decorrido de sua
efetivos.
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinam, aplica-
se ao fato praticado durante sua vigência.
O objetivo da homologação da sentença deve voltar-se à
pretensão de se obrigar o condenado à reparação dos danos civis,
A) LEI EXCEPCIONAL: Lei feita para vigorar em épocas
especiais, como guerra, calamidade, etc. é aprovada para vigorar restituições e outros efeitos civis, ou, ainda, quando se pretende
enquanto perdurar o período excepcional. sujeitar o condenado à imposição de medida de segurança.
2. Sujeito Passivo: a vitima e/ou estado. Os prazos de direito penal começam sua contagem no mesmo
dia em que os fatos ocorreram, independentemente de tratarem-se
1
Art. 1º, do Decreto-Lei n. 2.848/40.
2
CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001, p.39.
3
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 4
Art. 4º, do Decreto-Lei n. 2.848/40.
2003, p.23. 5
Art. 6º, do Decreto-Lei n. 2.848/40.
2
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de dia útil ou feriado, encerrando-se também desse modo. Não se Eficácia de sentença estrangeira
considera se são dias úteis ou não. Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz
na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos
Contagem dos prazos de direito processual se inicia no civis;
primeiro dia útil seguinte ao seu marco inicial e, caso se encerrem II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação
em feriados ou finais de semana, têm o final de sua contagem depende:
prorrogado para o primeiro dia útil subsequente. a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país
Na penas privativas de liberdade e restritiva de direito e de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
desprezado as frações de dia (hora) e na pena de multa as de requisição do Ministro da Justiça.
Contagem de prazo
cruzeiro. Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias,
os meses e os anos pelo calendário comum.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL Frações não computáveis da pena
As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de
direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
Legislação especial
diverso. Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por
lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
CÓDIGO PENAL – APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia EXERCICIOS
cominação legal. 01. (MAGISTRATURA/TJ-RS) Concernente à retroatividade das leis
Lei penal no tempo penais, são feitas as assertivas abaixo:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de I. Ninguém pode ser punido por fato que lei penal deixar de considerar crime.
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais Perdura, no entanto, a obrigação de o agente reparar o dano causado como
da sentença condenatória. efeito da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, II. A lei posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente, aplica-se
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença somente aos fatos anteriores não decididos por sentença condenatória
condenatória transitada em julgado. transitada em julgado.
Lei excepcional ou temporária III. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de duração
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante e após sua vigência
praticado durante sua vigência. Quais são as corretas?
Tempo do crime a) Apenas I.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, b) Apenas II.
ainda que outro seja o momento do resultado. c) Apenas III.
Territorialidade d) Apenas I e III.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e e) Apenas I, II e III.
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 02. (PROMOTOR/MP-SP) A maioridade penal começa:
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território a) à zero hora do dia em que a pessoa completa 18 anos de idade.
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a b) à hora correspondente à de seu nascimento, no dia do décimo-oitavo
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aniversário.
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade c) à meio-noite do dia do décimo-oitavo aniversário.
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente d) ao meio-dia do dia primeiro de março, se a pessoa completaria dezoito
ou em alto-mar. anos no dia vinte e nove de fevereiro e o ano não for bissexto.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de e) ao meio-dia do dia do décimo-oitavo aniversário, na hipótese de ser
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se desconhecida a hora exata do nascimento
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo 03. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO/DPE-SC) Assinale a
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. alternativa correta de acordo com o Direito Penal.
Lugar do crime a) A lei penal é irretroativa.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou b) Na contagem de prazo no Direito Penal computa-se o dia de início e
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria exclui-se o dia final.
produzir-se o resultado. c) Não se admite a ultra-atividade da lei no direito penal.
Extraterritorialidade d) O dia de início é excluído no Direito Penal, devendo-se na contagem do
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: prazo ser considerado o dia final.
I - os crimes: e) As frações de dias, e, na pena de multa, as frações de pecúnia, deverão
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; sempre ser consideradas para fins de execução da pena.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de 04. (MAGISTRATURA)TRT-PA) Nos termos do Código Penal Brasileiro, é
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de CORRETO afirmar que:
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; a) Em nenhuma hipótese são sujeitos à lei brasileira os crimes cometidos no
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; estrangeiro, que deverão assim submeter-se à lei do lugar onde foram
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; cometidos.
II - os crimes:. b) A pena cumprida no estrangeiro, mesmo quando se trate do mesmo crime,
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; não será aproveitada para efeitos de atenuação da pena imposta no Brasil.
b) praticados por brasileiro; c) Quanto ao lugar, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam deveria produzir-se o resultado.
julgados. d) A sentença estrangeira não produz conseqüência alguma na aplicação da
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda lei brasileira, não podendo ser homologada no Brasil em nenhuma hipótese.
que absolvido ou condenado no estrangeiro. e) As regras do Código Penal não se aplicam, em nenhuma hipótese, aos
§ 2º - Nos casos do inciso fatos incriminados por lei especial
II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 05. (SOLDADO/PM-SC) De acordo com as disposições do Código Penal
a) entrar o agente no território nacional; vigente, assinale a alternativa correta:
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; a) ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
extradição; condenatória.
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n ter aí cumprido a pena; b) considera-se praticado o crime no momento do resultado da ação ou
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não omissão.
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. c) considera-se praticado o crime no lugar de residência do autor da ação ou
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro omissão, bem como onde mora a vítima em que se produziu ou deveria
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no produzir-se o resultado
parágrafo anterior: d) A omissão não é penalmente relevante, nem mesmo quando o omitente
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro devia e podia agir para evitar o resultado, o importante é identificar o autor
da Justiça. dos fatos.
Pena cumprida no estrangeiro 06. (ANALISTA TÉCNICO/DPE-SC) O Código Penal brasileiro adotou
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil qual teoria para definir o local do crime?
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. a) Teoria da ação b) Teoria do resultado c) Teoria da ação mista
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d) Teoria do resultado objetivo e) Teoria mista ou da ubiguidade b) Considera - se praticado o crime no momento e no local da ação ou da
07. (AGENTE PENITENCIARIO/DEAP-SC) Assinale a alternativa correta omissão, ainda que outros sejam o momento e o local do resultado.
acerca do cumprimento de pena no estrangeiro. c) Aplica - se aos fatos anteriores a lei penal posterior que, de qualquer
a) Será convertida em pena restritiva de direitos. modo, favorecer o agente, sem prejuízo, no entanto, da coisa julgada.
b) Deverá ser atenuada a pena imposta no Brasil, quando for pelo mesmo d) Aplicam - se as leis penais brasileiras, por força da sua
crime. extraterritorialidade, a fatos delituosos ocorridos em embarcações privadas
c) Não poderá ser computada no Brasil, em função da sua soberania. de bandeira brasileira que naveguem em alto mar
d) O Direito Penal é internacional, considerando-se, sempre, e) As leis penais brasileiras podem ser aplicadas tanto aos crimes cometidos
automaticamente, atenuado o seu cumprimento no Brasil. no território nacional quanto àqueles praticados no estrangeiro, nas hipóteses
e) Deverá submeter o agente a novo julgamento, quando verificada a previstas, mas elas somente podem ser aplicadas às contravenções penais
ocorrência do mesmo crime. que forem cometidas no território
08. (AGENTE PENITENCIARIO/DEAP-SC) De acordo com o Código 14. (MAGISTRATURA/TRF-4ª Região) A norma penal que preceitua: “Não
Penal, os crimes cometidos no estrangeiro ficam submetidos à lei há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
brasileira quando: cominação legal” constitui o que se denomina princípio da:
a) praticados contra brasileiro. a) irretroatividade da lei mais severa. b) abolitio crimins.
b) praticados no exercício da função. c) reserva legal e da anterioridade. d) retroatividade da lei mais benéfica.
c) previstos no Código Penal Brasileiro. e) ultra-atividade
d) praticados contra qualquer agente público. 15. (ADVOGADO/AGU) Constitui crime contra a ordem econômica
e) praticados contra quem está a serviço da administração pública. "revender derivados de petróleo, em desacordo com as normas
9. (ANALISTA JUDICIARIO/TRT-PA) No que diz respeito à lei penal, estabelecidas na forma da lei" (Lei n. 8.176/91, art. 1º, I ). A hipótese
assinale a opção correta. caracteriza:
a) Lei posterior não se aplica a fatos anteriores já decididos por sentença a) crime imperfeito. b) crime de consumação antecipada.
condenatória transitada em julgado, em respeito absoluto e irrestrito à coisa c) norma penal em branco. d) norma penal inconstitucional.
julgada. e) crime acessório.
b) Pela lei brasileira, o território nacional estende- se a aeronaves e 16. (MAGISTRATURA FEDERAL/1ª Região) São elementos do fato típico,
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, onde quer de acordo com a maioria dos doutrinadores pátrios:
que se encontrem. a) conduta, relação de causalidade e resultado.
c) Preenchidos os requisitos legais, é possível que a lei penal brasileira seja b) antijuridicidade, culpabilidade e tipicidade.
aplicada ao estrangeiro que cometa crime fora do território nacional, sendo a c) conduta, tipicidade, antijuridicidade e resultado.
vítima brasileira. d) conduta, resultado, relação de causalidade e tipicidade.
d) No que se refere ao tempo do crime, adota- se, no Código Penal brasileiro, 17. (MAGISTRATURA/TJ-TO) Na determinação do local do crime, o
a teoria do resultado, Código Penal brasileiro consagra a:
e) A lei excepcional, cessadas as circunstâncias que a determinaram, deixa a) teoria da ubiqüidade.
de ser aplicável ao fato ocorrido durante sua vigência. b) teoria da atividade.
10. (MAGISTRATURA/TJ-RJ) Tempo e lugar do crime são temas c) teoria do resultado.
fundamentais para a adequada aplicação da lei penal. Considerando d) teoria da justiça universal.
essa afirmação, assinale a alternativa correta. e) teoria da intencionalidade.
a) Em avião de empresa privada argentina, que fazia o voo Buenos Aires 18. (Exame da OAB/SP) No atinente aos prazos penais, é correto dizer
(Argentina) – Lima (Peru), passageiro argentino golpeou um peruano, que que:
a) dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
desmaiou. O comandante da aeronave, que estava em espaço aéreo
b) eles são improrrogáveis.
internacional, desviou-a e pousou em Campo Grande – MS, para c) são desprezadas as frações de dia em seu cômputo.
atendimento ao ferido. A lei penal brasileira será aplicada ao caso. d) todas as alternativas estão corretas.
b) O adolescente Semprônio, um dia antes de completar 18 anos, querendo
ainda aproveitar-se de sua inimputabilidade, desfere tiros contra a vítima
Heráclito, que somente vem a falecer uma semana após. Neste caso, graças 2. TEORIA DO CRIME
à adoção da teoria do resultado pelo nosso Código Penal, Semprônio não se
verá livre de responder pelo crime de homicídio. CONCEITO: crime é um fato típico e antijurídico (ilícito). A
c) Para nosso Código Penal, considera-se praticado o crime quando o agente culpabilidade, como veremos, constitui pressuposto da pena. 6
atinge o resultado, ainda que seja outro o momento da ação ou omissão, vez
que adotamos a teoria da atividade.
d) Aplica-se ao fato a lei penal em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do O conceito de contravenção penal, "… em ponto menor,
tempo do resultado, ou mesmo a posterior a ele, for mais benéfica ao agente. podem apresentar todos os característicos do delito. A
11. (DELEGADO/PC-SC) Analise as alternativas a seguir. Todas estão contravenção, como se costuma dizer, é um crime anão. Baldados
corretas, exceto a: serão os esforços para substancialmente querer diferenciá-los… A
a) O ordenamento penal brasileiro é aplicável, em regra, ao crime cometido diferença é quantitativa: a contravenção é crime menor, é menos
no território nacional. O Brasil adotou o princípio da territorialidade grave que o delito” 7, ou seja, não possui diferença qualitativa do de
temperada: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no Brasil, mas não de
crime.
modo absoluto, pois ficaram ressalvadas as exceções constantes de
convenções, tratados e regras de direito internacional.
b) Quanto ao tempo do crime, o Código Penal brasileiro adotou a teoria da A) FATO TÍPICO: é o fato material que se amolda perfeitamente
atividade, isto é, considera-se praticado o crime no momento da ação ou aos elementos constantes do modelo previsto na lei. Os elementos
omissão, ainda que seja outro o momento do resultado. são: a) conduta dolosa ou culposa; b) resultado (só nos crimes
c) O princípio da especialidade é o único previsto expressamente no Código materiais); c) nexo causal (só nos crimes materiais) e d) tipicidade.
Penal. 8
d) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua B) ANTIJURÍDICO (ILÍCITO): é a relação de contrariedade entre o
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado após a sua vigência. fato típico e o ordenamento jurídico. A conduta descrita em norma
12. (DELEGADO/PC-SC) Analise as alternativas e assinale a correta. penal incriminadora será ilícita ou antijurídica quando não for
a) Os prazos de natureza penal são improrrogáveis e insuscetíveis de expressamente declarada lícita. 9
interrupção ou suspensão.
b) Os prazos do Código Penal são computados incluindo-se o dia do começo. EXCLUDIENTE DE ILICITUDE, CRIMINALIDADE OU
Esta regra, entretanto, não se aplica aos prazos prescricionais ou
ANTIJURIDICIDADE - LEEE
decadenciais. Estes, por terem natureza processual, são contados conforme
o Código de Processo Penal, isto é, excluindo-se o dia do começo.
c) Na contagem dos prazos de natureza penal deve ser utilizado o calendário ► LEGÍTIMA DEFESA: nos termos do art. 25 do Código Penal,
comum. O mês é contado de determinado dia à véspera do mesmo dia do age em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
mês seguinte. O ano é contado de certo dia até a véspera de dia de idêntico necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
número do mesmo mês do ano seguinte, não importando seja bissexto seu ou de outrem. Assim, diante de uma injusta agressão, não se
qualquer deles.
d) Não são desprezadas, nas penas privativas de liberdade, nem nas
exige o commodus discessus, ou seja, a simples e cômoda fuga do
restritivas de direito, as frações de dia. local. Por isso, se uma pessoa empunha uma faca e vai em direção
13. (DEFENSOR PÚBLICO/DPE-SC) A aplicação da lei penal no tempo e
no espaço é tratada nas partes gerais do Código Penal e na Lei de 6
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros,
Contravenções Penais. Sobre a aplicação da lei penal, é correto afirmar:
2003, p. 151.
a) Em face das implicações que podem produzir nas relações
7 Direito Penal, 1º vol., Saraiva, 1976, p.103.
diplomáticas, a aplicação da lei penal brasileira a fatos ocorridos no
estrangeiro é possível, somente, quando houver requisição do Ministro da 8
CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001, p.96.
Justiça. 9
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros,
2003, p. 155.
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DIREITO PENAL
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à outra, e esta, para repelir a agressão, saca um revólver e mata o uma vez que, embora preparados com antecedência, só atuam no
agressor, não comete crime, por estar acobertado pela legítima momento da agressão. 16
defesa. 10
A legítima defesa pressupõe a agressão consistente em um ataque ELEMENTO DO FATO TIPICO - CORENTI
provocado e praticado por pessoa humana. Ataques de animais
não autorizam legítima defesa. Quem mata animal alheio que
A. CONDUTA
contra ele investe age em estado de necessidade. Observe-se,
contudo, que se o animal irracional é instigado por uma pessoa,
pode-se falar em legítima defesa, posto que o animal aí serviu de ● CONDUTA: para a teoria finalista, atualmente adotada, não se
instrumento para a ação humana. 11 pode dissociar a ação da vontade do agente, já que a conduta é
precedida de um seu raciocínio que o leva a realizá-la ou não. Em
suma, conduta é o comportamento humano voluntário e consciente
► ESTADO DE NECESSIDADE: o art. 24 do Código Penal
(doloso ou culposo) dirigido a uma finalidade. Assim, o dolo e a
considera em estado de necessidade quem pratica o fato criminoso
culpa fazem parte da conduta (que é 1º requisito do fato típico) e,
para salvar de perigo atual (que não provocou por sua vontade,
dessa forma, quando ausentes, o fato é atípico. 17
nem podia de outro modo evitar) direito próprio ou alheio, cujo
1. AÇÃO: comportamento positivo: fazer, realizar algo. Nessa
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Existe
hipótese, a lei determina um não-fazer e o agente comete o delito
estado de necessidade, portanto, quando alguém, para salvar um
justamente por fazer o que a lei proíbe. 18
bem jurídico próprio ou de terceiro (exposto a uma situação de
perigo), sacrifica outro bem jurídico. 12
2. OMISSÃO: comportamento negativo: abstenção, um não
fazer. Classificados: a) omissivos próprios ou puros: nos quais
DIFERENÇAS ENTRE ESTADO DE NECESSIDADE E LEGÍTIMA
inexiste um dever jurídico de agir, ou seja, não há norma impondo
DEFESA: são inúmeras as diferenças as principais são: a) no estado
um dever de fazer. Assim, só existirá essa espécie de delito
de necessidade, há um conflito ente bens jurídicos; na legítima
omissivo quando o próprio tipo penal descrever uma conduta
defesa, ocorre uma repulsa contra um ataque; b) no estado de
omissiva. Ex.: crime de omissão de socorro (art. 135). Nesses
necessidade, o bem é exposto a risco; na legítima defesa, o bem
delitos, a simples omissão constitui crime, independentemente de
sofre uma agressão atual ou iminente; c) no estado de
qualquer resultado posterior. b) omissivos impróprios ou comissivos
necessidade, o perigo pode ser proveniente de conduta humana ou
por omissão: são aqueles para os quais a lei impõe um dever de
animal; na legítima defesa, a agressão deve ser humana; d) no
agir e, assim, o não-agir constitui crime, na medida em que leva à
estado de necessidade, a conduta pode atingir bem jurídico de
produção de um resultado que o agir teria evitado. Esses crimes
terceiro inocente; na legítima defesa, a conduta pode ser dirigida
não estão previstos na Parte Especial como tipos penais
apenas contra o agressor. 13
autônomos. A verificação deles decorre da norma do art. 13, § 2º,
do Código Penal. 19
► ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL : determina o art. 23,
III, do CP, que não há crime quando o sujeito pratica o fato em
● RESULTADO: é a modificação que o crime provoca no mundo
estrito cumprimento do dever legal. É causa de exclusão da
exterior. Pode consistir em uma morte, como no crime de homicídio
antijuridicidade. Há casos em que a lei impõe determinado
(art. 121), em uma redução patrimonial, como no furto (art. 155) etc.
comportamento, em face do que, embora típica a conduta, não é 20
ilícita. Exemplos de dever legal imposto a funcionário ou agente do
► CRIME DOLOSO: o art. 18, I, do Código Penal, diz que há
Estado. a) fuzilamento do condenado pelo executor: a conduta do
crime doloso quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou
carrasco é típica, uma vez que se enquadra na descrição do crime
quando assume o risco de produzi-lo (dolo eventual). 21
de homicídio (art. 121, caput); a antijuridicidade é excluída pelo
cumprimento do dever legal; b) morte do inimigo no campo de
batalha; c) prisão em flagrante realizada pelo policial. A excludente DOLO GERAL: ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado o
ocorre quando há um dever imposto pelo direito objetivo. 14 resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o
provoca. Ex: alguém efetua disparos contra a vítima e, supondo que
► EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO: o art. 23, III, parte final, do esta já esteja morta, atira-a o cadáver, o agente acabou matando a
CP determina que não há crime quando o agente pratica o fato no vítima e, em razão do dolo geral, responde por homicídio doloso
exercício regular de direito. A expressão direito é empregada em consumado (e não por tentativa de homicídio em concurso com
sentido amplo, abrangendo todas as espécies de direito subjetivo homicídio culposo). 22
(penal ou extrapenal). Desde que a conduta se enquadre no
exercício de um direito, embora típica, não apresenta o caráter de ► CRIME CULPOSO: no crime culposo, o agente não quer nem
antijurídica. Ex.: a) prisão em flagrante realizada por um particular; assume o risco de produzir o resultado, mas a ele dá causa, nos
b) liberdade de censura prevista no art. 142 do CP; c) direito de termos do art. 18, II, do Código Penal, por imprudência, negligência
retenção permitido pelo CC; d) direito de correção do pai em ou imperícia. 23
relação ao filho. 15
ESPÉCIES DE CULPA
OFENDÍCULOS: são aparatos facilmente perceptíveis destinados à
defesa da propriedade e de qualquer outro bem jurídico. Exemplo: 1. CULPA CONSCIENTE: o agente prevê o resultado, mas espera
cacos de vidro ou pontas de lança em muros e portões, telas que ele não ocorra. Há a previsão do resultado, mas ele supõe que
elétricas, cães bravios. Como se trata de dispositivos que podem poderá evitá-lo com sua habilidade. O agente imagina sinceramente
ser visualizados sem dificuldade, passam a constituir exercício que poderá evitar o resultado. Difere do dolo eventual, porque neste
regular do direito de defesa da propriedade, já que a lei permite até
mesmo o desforço físico para a preservação da posse (CC, art.
502). Há quem os classifique como legítima defesa preordenada,
16
CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001,
p.246.
17
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.36.
10
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 18
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.77-78. 2003, p.39.
11
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 19
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.78. 2003, p.39.
12
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 20
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.74. 2003, p.36.
13
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 21
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.81. 2003, p.50.
14
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros, 22
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p. 397. 2003, p.51.
15
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros, 23
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p. 398. 2003, p.51.
5
RENATO FERREIRA PINHEIRO 4
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
o agente que atua com dolo eventual é indiferente que o resultado causa. Todas as causas são igualmente contributivas para a
ocorra ou não. 24 produção do resultado. 33
2. CULPA INCONSCIENTE: o agente não prevê o resultado, que, Art. 13 [...] § 1º A superveniência de causa relativamente
entretanto, era objetiva e subjetivamente previsível. 25 independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os
3. CULPA PRÓPRIA: é aquela em que o sujeito não quer e nem praticou. (Código Penal)
assume o risco de produzir o resultado. 26
ITER CRIMINIS
4. CULPA IMPRÓPRIA: também chamada de culpa por extensão,
por assimilação, por equiparação. É aquela em que o agente supõe
estar agindo acobertado por uma excludente de ilicitude 1º FASE (COGITAÇÃO): nessa fase o agente está apenas
(descriminante putativa) e, em razão disso, provoca pensando em cometer o crime. O pensamento é impunível. No
intencionalmente um resultado ilícito. Apesar da ação ser dolosa, o pensamento não há conduta. 34
agente responde por crime culposo na medida em que sua
avaliação acerca da situação fática foi equivocada. 27 2º FASE (PREPARAÇÃO): esta fase compreende a prática de
todos os atos necessários ao início da execução. Exs.: alugar uma
► CRIME PRETERDOLOSO: é aquele em que o agente, ao casa, onde será mantido em cativeiro o empresário a ser
praticar uma conduta dolosa, acaba por produzir um resultado mais seqüestrado; conseguir um carro emprestado para ser usado em
grave do que o desejado, em virtude de uma intensificação culposa. um roubo a banco etc. São atos que antecedem a execução e,
Exemplo: um sujeito desfere um soco na vítima, que perde o portanto, não são puníveis. Há casos excepcionais, entretanto, em
equilíbrio, bate a cabeça e morre. 28 que o ato preparatório por si só já constitui crime, como, no crime
de quadrilha ou bando (art. 288), em que seus integrantes são
punidos pela simples associação, ainda que não tenham começado
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES
a cometer os crimes para os quais se reuniram. 35
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES SEGUNDO O RESULTADO 3º FASE (EXECUÇÃO): começa aqui a agressão ao bem jurídico.
Inicia-se a efetiva lesão ao bem tutelado pela lei. O agente começa
1. CRIMES MATERIAIS: são aqueles em relação aos quais a lei a realizar a conduta descrita no tipo (o verbo descrito na lei). 36
descreve uma ação e um resultado, e exige a ocorrência deste para
que o crime esteja consumado. 29 Exemplo: art. 171, do CP. 4º FASE (CONSUMAÇÃO): quando todos os elementos (objetivos,
subjetivos e normativos) do tipo são realizados. 37
2. CRIMES FORMAIS: são aqueles em relação aos quais a lei
descreve uma ação e um resultado, mas a redação do dispositivo
B. RESULTADO
deixa claro que o crime consuma-se no momento da ação, sendo o
resultado mero exaurimento do delito. Ex.: o art. 159 do Código
Penal descreve o crime de extorção mediante seqüestro: CRIME CONSUMADO: é aquele em que foram realizados todos
seqüestrar pessoa (ação) com o fim de obter qualquer vantagem os elementos constantes de sua definição legal. Exemplo: o crime
como condição ou preço do resgate (resultado). O crime, por ser de furto se consuma no momento em que o agente subtrai, para si
formal, consuma-se no exato momento em que a vítima é ou para outrem, coisa alheia móvel, ou seja, no exato instante em
seqüestrada. A obtenção do resgate é irrelevante para o fim da que o bem sai da esfera de disponibilidade da vítima, que, então,
consumação, sendo, portanto, mero exaurimento. 30 precisará agora retomá-lo. Nesse caso, todas as elementares do
tipo do furto foram inteiramente realizadas. 38
3. CRIMES DE MERA CONDUTA: são aqueles em relação aos
quais a lei descreve apenas uma conduta e, portanto, consumam- TENTATIVA: nos termos do art. 14, II, do Código Penal,
se no exato momento em que esta é praticada. considera-se tentado o crime quando o agente inicia a execução,
Ex.: violação de domicílio (art. 150), no qual a lei incrimina a imples mas não consegue consumá-lo por circunstâncias alheias à sua
conduta de ingressar ou permanecer em domicílio alheio sem vontade. 39
autorização do morador. 31
Há crimes, entretanto, em que o legislador equipara o crime tentado
● NEXO CAUSAL: é o elo de ligação concreto, físico, material e ao consumado, punindo-os com a mesma pena. É o que ocorre, por
natural que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado exemplo, no crime do art. 352 do Código Penal, que pune com
naturalístico, por meio do qual é possível dizer se aquela deu ou detenção de 3 meses a 1 ano o preso que se evade ou tenta
não causa a este. 32 evadir-se usando de violência contra a pessoa. Quando o legislador
pune igualmente o crime tentado e o consumado, a doutrina chama
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES: foi a teoria o delito de crime de atentado. 40
adotada pelo art. 13, caput, do Código Penal no que se refere ao
nexo de causalidade. É também chamada de teoria da conditio sine CLASSIFICAÇÃO
qua non. Para essa teoria, causa é toda circunstância antecedente,
sem a qual o resultado não teria ocorrido. Isso leva à conclusão de 1. TENTATIVA IMPERFEITA OU INACABADA: quando o agente não
que toda e qualquer contribuição para o resultado é considerada pratica todos os atos executórios. Há interrupção do próprio
processo de execução. Ex.: uma pessoa, querendo matar a vítima,
24
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.55.
25
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 33
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.55. 2003, p.41.
26
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 34
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.55. 2003, p.62.
27
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 35
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.55. 2003, p.62.
28
CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001, 36
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
p.174. 2003, p.62.
29
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 37
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.10. 2003, p.63.
30
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 38
CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001,
2003, p.10. p.191.
31
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 39
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.10. 2003, p.64.
32
CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001, 40
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
p.121. 2003, p.64.
6
RENATO FERREIRA PINHEIRO 5
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
atira contra esta, mas é impedida, por terceiros, de efetuar novos morte por força exclusiva deste) e supervenientes ( A envenena B,
disparos. 41 que vem a falecer em razão de desabamento, no momento em que
ingeria o veneno.
2. TENTATIVA PERFEITA, ACABADA OU CRIME FALHO: quando o
agente prática todos os atos executórios e, mesmo assim, não Já as causas relativamente independentes excluem a imputação,
consegue consumar o crime. Ex.: o sujeito descarrega sua arma quando por si sós determinarem o resultado. Como assevera
contra a vítima, mas esta não é atingida de forma fatal. 42 Damásio de Jesus (op. Cit., p. 256), causa relativamente
independente é a que, funcionando em face da conduta anterior,
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: o agente conduz-se como se por si só tivesse produzido o resultado
que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou (estamos tratando da causa superveniente). É o caso clássico do
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já cidadão que, mortalmente ferido por outro, é transportado para um
praticados. 43 hospital onde vem a falecer em consequência das queimaduras
provocadas por um incêndio”. A causa provocadora da morte é
Enquanto na desistência voluntária o agente se omite e não relativamente independente em relação à conduta anterior: se a
prossegue no iter criminis, no arrependimento eficaz o agente, após vítima não tivesse sido ferida, não seria levada ao hospital.
ter encerrado o iter (tentativa perfeita), resolve realizar uma nova Dividem-se, também, em preexistentes ( A fere B, hemofílico, que
ação para evitar a consumação do delito. 44 vem a falecer em razão dos ferimentos e também em razão dessa
condição fisiológica), concomitantes (A atira em B no momento em
ARREPENDIMENTO POSTERIOR: nos crimes cometidos sem que este sofre um ataque cardíaco – provando-se que o tiro
violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou contribuiu para o evento morte) e supervenientes (A colide com um
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por poste de energia elétrica. Seu acompanhante, ileso, desce do
ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. veículo para constatar os danos e vem a ser atingido por um dos
45 fios que se desprenderam, vindo a falecer em razão da descarga
elétrica).
CRIME IMPOSSÍVEL: ocorre crime impossível quando a conduta
do agente jamais poderia levar o crime à consumação, quer pela Neste último caso, surge outro processo causal que, isoladamente,
ineficácia absoluta do meio, quer pela impropriedade absoluta do produz o evento, não obstante a causa seja relativamente
objeto. 46 independente, pois ela “por si só” causou o resultado (art. 13 I.º, do
CP).
C. NEXO CAUSAL
D. TIPICIDADE
Nexo de causalidade, também chamado de nexo causal ou relação
de causalidade, é o elo que existe entre a conduta e o resultado. È ● TIPICIDADE: é o nome que se dá ao enquadramento da
a relação de causa e efeito existente entre a ação ou omissão do conduta concretizada pelo agente na norma penal descrita em
agente e a modificação produzida no mundo exterior. abstrato. Em suma, para que haja crime é necessário que o sujeito
realize, no caso concreto, todos os elementos componentes da
O nexo de causalidade integra o fato típico, pois existe a descrição típica. Quando ocorre esse enquadramento, existe a
necessidade de se verificar se o resultado é ou não imputável ao tipicidade. 47
agente, ou seja, se foi este que deu causa ao resultado criminoso.
COMPONENTES DO TIPO
1. Teoria da equivalência dos antecedentes
1. ELEMENTARES: são os componentes fundamentais da figura
Também chamada de teoria da “conditio sine qua non”, foi a típica sem os quais o crime não existe. As elementares estão
adotada pelo nosso Código Penal, no art. 13. sempre no caput do tipo incriminador, que, por essa razão, é
chamado de tipo fundamental. 48
De acordo com essa teoria, tudo quanto concorre para o resultado
é causa. Todas as forças concorrentes para o evento, no caso 2. CIRCUNSTÂNCIAS: são todos os dados acessórios da figura
concreto, apreciadas, quer isolada, quer conjuntamente, equivalem- típica, cuja ausência não a elimina. Sua função não é constituir o
se na causalidade. crime, mas tão somente de influir no montante da pena. 49
Vem tratada no I.º do art. 13 do Código Penal. Funciona como outra 1. IMEDIATA OU DIRETA: quando houver uma perfeita
restrição à teoria da conditio sine qua non. correspondência total da conduta ao tipo. Ela decorre da autoria
(realização da conduta descrita no tipo) e da consumação do ilícito
Existem as “causas” absolutamente independentes e as penal. 50
relativamente independentes.
2. MEDIATA OU INDIRETA: quando a materialização da tipicidade
As causas absolutamente independentes não podem ser atribuídas exige a utilização de uma norma de extensão, sem a qual seria
ao agente. Elas produzem por si sós o resultado, não tendo absolutamente impossível enquadrar a conduta no tipo. É o que
qualquer relação com a conduta praticada pelo agente. Neste caso, ocorre nas hipóteses de participação (art. 29) e tentativa (art. 14, II).
51
o nexo causal é totalmente afastado, uma vez que o resultado
ocorreria de qualquer maneira, independentemente da conduta do
agente, que não responderá por ele. Dividem-se em preexistentes ERRO DE TIPO
(A atira em B, que morre em razoa de veneno que havia tomado, e
não em razão do tiro), concomitantes ( A atira em B no exato CONCEITO: é o que incide sobre as elementares ou
momento em que este sofre um ataque cardíaco, ocorrendo a circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de
41
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 47
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.64. 2003, p.45.
42
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 48
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.64. 2003, p.46.
43
Art. 15, do Decreto-Lei n. 2.848/40. 49
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
44
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2003, p.46.
2003, p.68. 50
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
45
Art. 16, do Decreto-Lei n. 2.848/40. 2003, p.46.
46
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 51
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.64. 2003, p.47.
7
RENATO FERREIRA PINHEIRO 6
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DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
uma causa de justificação ou dados secundários da norma penal diversa. Ex.: uma pessoa, querendo cometer crime de dano, atira
incriminadora. 52 uma pedra em direção ao bem, mas, por erro de pontaria, atinge
uma pessoa que sofre lesões corporais. Nesse caso, o agente só
1. ERRO DE TIPO ESSENCIAL: há erro de tipo essencial quando a responde pelo resultado provocado na modalidade culposa, e,
falsa percepção impede o sujeito de compreender a natureza ainda assim, se previsto para a hipótese (art. 74), ou seja, responde
criminosa do fato. Ex.: matar um homem supondo tratar-se de por crime de lesões culposas, que absorve a tentativa de dano.
animal bravio. Recai sobre elementos ou circunstâncias do tipo Veja-se, entretanto, que, se não existir previsão legal de crime
penal ou sobre os pressupostos de fato de uma excludente da culposo para o resultado provocado, não se aplica a regra da
ilicitude. Apresenta-se sob duas formas: a) erro invencível (ou aberracio criminis, respondendo o sujeito pela tentativa de dano
escusável); b) erro vencível (ou inescusável). Há erro invencível (pois, caso contrário, o fato ficaria sem punição). 58
(escusável ou inculpável) quando não pode ser evitado pela normal
diligência. Qualquer pessoa, empregando a diligência ordinária Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou
exigida pelo ordenamento jurídico, nas condições em que se viu o erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do
sujeito, incidiria em erro. Há erro vencível (inescusável ou culpável) pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como
quando pode ser evitado pela diligência ordinária, resultando de crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se
imprudência ou negligência. Qualquer pessoa, empregando a a regra do art. 70 deste Código. (Código Penal)
prudência normal exigida pela ordem jurídica, não cometeria o erro
em que incidiu o sujeito. O erro essencial invencível exclui o dolo e
CÓDIGO PENAL – DO CRIME
a culpa. Na verdade, não há propriamente “exclusão” de dolo e
Relação de causalidade
culpa. Quando incidente o erro de tipo essencial invencível, o Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
sujeito não age dolosamente ou culposamente. Daí não responde imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão
por crime doloso ou culposo. O erro essencial vencível exclui o sem a qual o resultado não teria ocorrido.
dolo, mas não a culpa, desde que previsto em lei o crime culposo. 53 Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a
2. ERRO DE TIPO ACIDENTAL: erro de tipo acidental é o que não imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores,
versa sobre elementos ou circunstancias do crime, incidindo sobre entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Relevância da omissão
dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia
Não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
comportamento. Mesmo que não existisse, ainda assim a conduta a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
seria antijurídica. O sujeito age com consciência do fato, b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
enganando-se a respeito de um dado não essencial ao delito ou c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
quanto à maneira de sua execução. O erro não exclui o dolo. 54 Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
► ERRO SOBRE O OBJETO (ERROR IN OBJECTO): o agente legal;
imagina estar agindo um objeto material, mas atinge outro. Ex.: uma Tentativa
pessoa, querendo furtar um aparelho de videocassete, entra na II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
casa da vítima e, por estar escuro o local, acaba pegando um alheias à vontade do agente.
aparelho de som. O erro é irrelevante e o agente, conforme já Pena de tentativa
mencionado, responde pelo crime. 55 Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
► ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA): o agente com a
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução
conduta criminosa visa a certa pessoa, mas por equívoco atinge ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
outra. Ex.: querendo matar João, o sujeito efetua um disparo contra Arrependimento posterior
Antonio, que muito se assemelha fisicamente a João. Nesse caso, Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
o sujeito responde pelo homicídio. 56 reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
terços.
O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta Crime impossível
de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
queria praticar o crime. ( art. 20, § 3º, Código Penal) Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
► ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS): ocorre quando o
Crime culposo
agente, querendo atingir determinada pessoa, efetua o golpe, mas, II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
por má pontaria ou por outro motivo qualquer (desvio do projétil, negligência ou imperícia.
desvio da vítima), acaba atingindo pessoa diversa da que pretendia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido
57
por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
Agravação pelo resultado
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o
Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de agente que o houver causado ao menos culposamente.
execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia Erro sobre elementos do tipo
ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o Descriminantes putativas
agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
► RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (ABERRATIO CRIMINIS): o punível como crime culposo.
agente quer atingir um bem jurídico, mas atinge bem de natureza Erro determinado por terceiro
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
Erro sobre a pessoa
52
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de
2003, p. 304. pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
53
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
2003, p. 304. Erro sobre a ilicitude do fato
54
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros, Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
2003, p. 357. fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto
55
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, a um terço.
2003, p.60.
56
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.60.
57
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 58
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.60-61. 2003, p.61.
8
RENATO FERREIRA PINHEIRO 7
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite IV. Pressupostos do crime são circunstâncias jurídicas anteriores à execução
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas do fato, positivas ou negativas, a cuja existência ou inexistência é
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. condicionada a configuração do título delitivo de que se trata.
Coação irresistível e obediência hierárquica Analisando as proposições, pode-se afirmar:
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a) Somente as proposições I e II estão corretas.
a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o b) Somente as proposições III e IV estão corretas.
autor da coação ou da ordem. c) Somente as proposições II e IV estão corretas.
Exclusão de ilicitude d) Somente as proposições I e III estão corretas.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 09. (DELADO/PC-SC) ALFA está sofrendo um assalto. Ao defender-se,
I - em estado de necessidade; fere um terceiro que estava passando pelo local, na hora dos fatos.
II - em legítima defesa; Poder-se-á afirmar que sua defesa será reconhecida:
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. a) como estado de necessidade, no primeiro momento, e legítimoA defesa,
Excesso punível no conseqüente.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, b) como legítima defesa real e recíproca.
responderá pelo excesso doloso ou culposo. c) como legítima defesa e estado de necessidade.
Estado de necessidade d) como legítima defesa
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para 10. (DEFENSOR PÚBLICO/DPE-MG) Durante uma caçada, o agente
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de confundiu outro caçador com um animal e disparou sua arma contra ele,
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, matando-o. A hipótese define-se como:
não era razoável exigir-se. a) força maior. b) erro de tipo. c) erro na execução. d) error in persona.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de 11. (MAGISTRATURATJ-/MS) Assinale a alternativa correta:
enfrentar o perigo. a) o erro de tipo dá-se quando o agente sabe o que faz, mas acredita que
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena não age de forma contrária à ordem jurídica.
poderá ser reduzida de um a dois terços. b) o erro de proibição dá-se quando o agente, embora sabendo o que faz,
Legítima defesa erra quanto à pessoa contra a qual pratica o crime.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos c) o erro de tipo exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu previsto em lei.
ou de outrem. d) o erro de proibição exclui o dolo, mas não permite a punição por crime
culposo.
EXERCICIOS 12. (ESCRIVÃO DE POLICIA/PC-SC) É correto afirmar que, o “error in
01. (MAGISTRATURA/TJ-RS) Da janela de seu apartamento, no 10º persona” (erro sobre a pessoa):
andar de edifício de classe média alta, “A” percebe um garoto riscando a a) é caso de erro acidental.
b) é caso de erro essencial.
lataria de seu novo automóvel, estacionado na calçada fronteira.
c) configura descriminante putativa.
Irritado, apanha seu revólver (devidamente legalizado) e dispara um tiro
d) configura escusa absolutória.
na direção do garoto. Não tem, efetivamente, intenção de matar ou
mesmo ferir o menino, mas, em sua exaltação, qualquer desses
resultados lhe é indiferente. Atingido na cabeça, o garoto morre. Em 3. IMPUTABILIDADE PENAL
nossa legislação penal, a hipótese configura:
a) dolo direto.
b) dolo eventual. CULPABILIDADE: é a reprovação da ordem jurídica em face de
c) culpa consciente. estar ligado o homem a um fato típico e antijurídico.
d) preterdolo. Reprovabilidade que vem recair sobre o agente, ensinava Aníbal
02. (TÉCNICO/DPE-SC) De acordo com o Direito Penal, não comete Bruno, porque a ele cumpria conformar a sua conduta com o
crime aquele que age: mandamento do ordenamento jurídico, porque tinha a possibilidade
a) por culpa. b) em embriaguez fortuita. de fazê-lo e não o fez, revelando no fato de não o ter feito uma
c) no exercício regular do direito. d) em embriaguez completa.
e) sob violenta emoção.
vontade contrária àquela obrigação. 59
03. (ESCRIVÃO/PC-SC) “Marius” tinha um revólver eficiente, municiado
com seis projéteis. Com a intenção de matar, efetuou com esta arma ELEMENTOS DA CULPABILIDADE: para essa teoria, a
dois disparos contra “Tercius”, sem acertá-lo. Podia prosseguir culpabilidade, que não é requisito do crime, mas simples
atirando, mas, por vontade própria, não prosseguiu no seu intento. No pressuposto da aplicação da pena, possui os seguintes elementos:
exemplo ocorreu: a) imputabilidade; b) potencial de consciência da ilicitude; c)
a) desistência voluntária. b) arrependimento eficaz. exigibilidade de conduta diversa. 60
c) crime-falho. d) arrependimento posterior.
04. (ADVOGADO/AGU) A, imputável, inicia atos de execução de um
crime; antes de ocorrer o resultado, deixa de praticar os demais atos A) IMPUTABILIDADE: é a possibilidade de se atribuir a alguém a
para atingir a consumação. A consumação não acontece. A hipótese responsabilidade por algum fato, ou seja, o conjunto de condições
configura: pessoais que dá ao agente a capacidade para lhe ser juridicamente
a) tentativa. b) arrependimento posterior. imputada a prática de uma infração penal. O Código Penal não
c) desistência voluntária. d) arrependimento eficaz. e) crime impossível. define a imputabilidade. Ao contrário, enumera apenas as hipóteses
05. (TÉCNICO/DPE-SC) Assinale a alternativa correta de acordo com o de inimputabilidade. Em princípios, todos são imputáveis, exceto
Direito Penal.
a) Diz-se tentado o crime, quando nele se reúnem todos os elementos de sua
aqueles abrangidos pelas hipóteses de inimputabilidade
definição legal. enumeradas na lei, que são as seguintes: a) doença mental ou
b) O crime é tentado quando o agente causa o resultado por imprudência. desenvolvimento mental incompleto ou retardado; b) menoridade;
c) O crime é consumado quando o agente assumiu o risco de produzi-lo. c) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força
d) O crime é culposo quando o agente assumiu o risco de produzi-lo. maior; d) dependência de substância entorpecente. 61
e) O crime é culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.
06. (AGENTE PENITENCIARIO/DEAP-SC) Assinale a alternativa correta Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou
em relação à legítima defesa. desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da
a) Exige o uso moderado dos meios. ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
b) Não admite o seu uso para defesa de direito de terceiro. ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
c) Pode ser usado como forma de repulsa a ato sofrido no passado. entendimento.
d) Pode ser utilizada contra servidor público no exercício legal da função Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente
e) Eventual excesso na sua utilização não poderá ser reprovado
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
07. (AGENTE PENITENCIARIO/DEAP-SC) Em matéria de Direito Penal,
ocorre crime doloso quando: legislação especial.
a) quando o agente está embriagado. Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
b) quando for impossível consumar o crime. I - a emoção ou a paixão;
c) quando o agente atua sob domínio de forte emoção.
d) quando o resultado é decorrente de imperícia.
e) o agente assumiu o risco de produzir o ato. 59
JESUS. Damásio Evangelista. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Malheiros,
08. (TITULAR DE NOTAS E PROTESTOS/TJ-RO) É certo afirmar:
2003, p. 155.
I. A punibilidade é requisito do crime. 60
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
II. Sob o aspecto formal crime é um fato atípico e antijurídico.
2003, p.86.
III. Não basta que o fato seja típico para que exista crime. É preciso que seja 61
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
contrário ao direito, que seja antijurídico.
2003, p.86.
9
RENATO FERREIRA PINHEIRO 8
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
2003, p.94.
66 GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
62
GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva,
2003, p.92. 2003, p.94.
63
CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001, 67 CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001,
p.275. p.290.
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RENATO FERREIRA PINHEIRO 9
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
CÓDIGO PENAL – CONCURSO DE PESSOAS A pena a ser aplicada deve corresponder ao tipo penal da
Regras comuns às penas privativas de liberdade condenação, sendo essas penas de três espécies:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 1) Privativa de liberdade, que se divide em: a) reclusão; b)
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. detenção
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
2) Restritiva de direito, que somente pode ser aplicada em
substituição às penas privativas de liberdade nos casos
de um sexto a um terço. autorizados em lei.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser- 3) Multa, também conhecida como pena pecuniária.
lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 2. PRINCÍPIOS DA PENA
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime. 2.1. Personalidade (ou da responsabilidade pessoal) –
Casos de impunibilidade art. 5, XLV, CF.
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição Para este princípio, a pena não passa da pessoa do delinquente,
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, ou seja, apenas o delinquente pode ser responsabilizado pela
a ser tentado. pena.
Quando falamos em responsabilidade penal, estamos diante da
. EXERCICIOS apuração para verificar se o indivíduo é ou não responsável por
01.(OAB) Um sujeito que conduz um inimputável à prática de uma aquele crime. Se não houver responsabilidade penal, não há que
conduta cuja ilicitude delituosa alcançada é desconhecida do autor, se falar em pena. São responsáveis penais todos os maiores de
respondendo pelo resultado na condição de: 18 anos.
a) partícipe. b) autor mediato. c) co-autor. d) coator moral. Obs.: Caso os parentes do delinqüente recebam alguma parcela
02. (PROMOTOR/MP-/MG) No concurso de agentes, as circunstâncias e
ou quinhão do crime, deverão ressarcir apenas o que receberam,
condições de caráter pessoal (subjetivo):
a) podem se comunicar, em quaisquer hipóteses, aos co-autores. não podendo ser contabilizado os seus bens pessoais.
b) comunicam-se, sem condicionamentos, aos partícipes. Obs.: No mesmo sentido, o partícipe tem a mesma importância
c) só se comunicam excepcionalmente. daquele que cometeu o crime.
d) co-autor de furto. 2.2.Princípio da Legalidade - art. 5 XXXIX, CF.
e) partícipes do crime. Não existe pena sem prévia cominação legal. Não existe pena,
03. (FISCAL DA RECEITA/SEAD-PA)Quanto ao concurso de pessoas, nem conduta, sem que as mesmas estejam estabelecidas em lei.
afirma-se que:
Portanto, não será crime se não estiver previsto em lei.
a) há na doutrina as teorias unitária ou monista, que afirma que todas as
pessoas que concorrem ao crime incidem nas penas a ela cominadas e a 2.3.Princípio da Inderrogabilidade.
pluralista, para a qual, havendo pluralidade de agentes e apenas um Constatada a prática delitiva, a pena deve ser aplicada. A pena
resultado, cada qual responde separadamente pelo delito. deve atingir sua eficácia, e para isso é necessária a
b) o concurso de pessoas é a cooperação desenvolvida por várias pessoas responsabilização do agente pelo crime cometido. O Estado-juiz
para o cometimento de uma infração penal, sendo chamado também de não pode deixar de aplicar e executar a pena ao culpado pela
coautoria, concurso de agentes ou cumplicidade. infração penal, com apenas uma exceção: o perdão judicial
c) a teoria dualista afirma que na pluralidade de agentes com diversidade de
(art. 121, parágrafo 5º do CP).
condutas, sendo um só o resultado, não se separam os coautores.
d) a intenção do partícipe em concorrer para crime menos grave não afeta · Obs.: Exemplo de perdão judicial: o pai, que, dirigindo pela
sua pena, segundo a teoria admitida pelo Código Penal Brasileiro. estrada, passa por uma linha férrea e culposamente é atingido
e) é requisito do concurso de pessoas o ajuste prévio de condutas. pelo trem, matando sua filha que estava no banco de trás. O
princípio do perdão judicial entende que nenhuma pena pode
atingir tanto o agente quanto o fato que ocasionou a crime.
2.4.Princípio da Proporcionalidade – art. 5, XLVI, CF.
5. PENAS A pena deve guardar proporcionalidade entre o crime e a sanção
imposta. Tanto o juiz quanto o Ministério Público devem ter essa
noção de proporcionalidade.
68 GONÇALVES. Victor Eduardo Rios. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, A pena deve ser proporcional à gravidade do crime.
2003, p.98-99. 2.5.Princípio da Individualização da Pena – art. 5, XLVI, CF.
69 CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001,
A pena será aplicada a cada delinquente no concurso de agentes.
p.291-292.
70 CAPEZ. Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2001, Cada agente envolvido no crime pode ter uma pena diferente e
p.292. individualizada, já que respondem de acordo e na medida de sua
71 Art. 1º, do Decreto-Lei n. 2.848/40. participação no crime.
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· Obs.: Ninguém será considerado culpado a não ser com pena as condições legais estiverem de acordo com a lei, que autoriza a
condenatória transitada em julgado. O trânsito em julgado ocorre substituição.
após uma certificação feita no processo de que ocorreu para o réu Não existe pena restritiva de direitos de forma autônoma quanto
o prazo recursal. Enquanto houver apelação, não haverá trânsito ao tipo penal. Essas penas são aplicadas pelo mesmo tempo de
em julgado. duração da pena privativa de liberdade substituída. Durante o
2.6.Princípio da Humanidade – art. 5, XLVII e XLIX, CF. prazo de seu cumprimento é imposto ao réu certas condições que
Respeito à integridade física e moral. A Constituição Federal não devem ser cumpridas integralmente sob pena de revogação da
admite penas vexatórias e proíbe penas insensíveis e dolorosas. substituição.
Quando condenado e julgado, ao cumprir sua pena, o indivíduo O artigo 44 do Código Penal expõe requisitos básicos para que o
deve ser preservado física e moralmente. condenado possa usufruir da substituição da pena privativa de
3. Penas alternativas de liberdade liberdade aplicada por uma restritiva de direito. O primeiro critério
A pena privativa de liberdade é considerada regra nos tipos é a pena até 4 anos em crimes dolosos, menos aqueles aplicados
definidos no Código Penal, bem como em leis penais esparsas mediante violência ou grave ameaça. O segundo critério diz que o
(leis penais existentes fora do Código Penal, tais como: Lei de réu não pode ser reincidente em crime doloso.
tóxicos, Lei de Armas, entre outras). · Obs.: Reincidente é aquele que pratica um crime anterior, onde
A pena privativa de liberdade deve ser cumprida em é condenado com sentença transitada em julgado, e contado
estabelecimentos prisionais (cadeias, prisões de uma forma como tendo sido a condenação anterior ocorrida dentro do prazo
geral). São penas que limitam a liberdade de ir e vir do de cinco anos, sendo contada a partir da data de trânsito em
condenado, onde o indivíduo perde direitos amplos dessa julgado do cumprimento da pena ou da data de extinção da
liberdade, conforme estampado na Constituição Federal, já que punibilidade desta condenação.
há uma restrição legal oriunda da condenação pela prática de um Uma das penas restritivas de direito é a pena de prestação de
fato ilícito. serviços à comunidade. Se não for possível aplicar uma das
Essas penas, quanto à espécie, são definidas para serem outras penas, aplica-se a prestação de serviços a comunidade. A
cumpridas em sistema de reclusão ou detenção, para os crimes prestação pecuniária e a prestação de serviços à comunidade são
em geral. Para os crimes mais brandos, tais penas podem ser penas genéricas, diferentemente das outras.
cumpridas em prisão simples, como é o caso das infrações penais A prestação de serviços à comunidade é gratuita e ampla, pode
de menor potencial ofensivo, estampadas em contravenções ser em um hospital, em uma escola, em qualquer estabelecimento
penais. que viva de subsídios e de ajuda da sociedade. A entrega de
O sistema de reclusão, detenção e também prisão simples deve cesta básica também é considerada uma prestação de serviços à
obedecer a certos regimes. Esses regimes são considerados comunidade.
doutrinariamente como fechado, semiaberto e aberto. O juiz pode, por exemplo, resignar o acusado que durante uma
hora ofereça auxílio interno a determinadas atividades, limpeza a
3. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE alguma comunidade. Tudo depende das aptidões pessoais de
cada condenado, podendo aproveitar as características técnicas
3.1. Regime Fechado: é aquele imposto numa determinada do acusado.
prisão onde existe rigorismo durante o cumprimento da pena. Os
estabelecimentos prisionais que obedecem a esse regime são os 5. PENA DE MULTA
presídios de segurança máxima, como as penitenciárias, CDP’s e
RDD’s, onde estão os condenados por crimes gravíssimos. A pena de multa tem seus limites fixados legalmente, tem regra
própria, a qual está definida nos artigos 49 ao 52, 58 e 72,
3.2. Regime Semiaberto: é aquele cumprido em Colônias Penais do Código Penal.
Agrícolas. Tais estabelecimentos são locais onde condenados A multa será sempre em dias/multa e não em valor pecuniário.
trabalham durante o dia em comum e se recolhem durante o Cada dia/multa deverá ter o seu valor em pecúnia, o qual é
período noturno, assim como nos feriados e finais de semana. calculado sobre o salário mínimo vigente na data dos fatos. Esses
Não existe rigorismo, apesar de existir segurança, a qual não é dias/multas serão de no mínimo 10 e no máximo 360 dias/multa.
máxima, havendo até possibilidade de fuga do condenado. O valor de cada dia/multa será de no mínimo 1/30 e no máximo
Todavia, no caso do condenado não fazer jus à confiança que o cinco vezes o valor do salário mínimo vigente na data dos fatos.
Estado deposita na sua pessoa durante o cumprimento de pena, Como esses dias/multa são calculados com base na data do fato,
se ele fugir ou tentar fuga ou, ainda, praticar alguma falta quando de seu efetivo pagamento esses valores deverão ser
disciplinar grave, perderá essa regalia legal e será transferido reajustados monetariamente. Se essa multa for aplicada como
para o regime mais grave, que é o fechado. Esse procedimento, pena restritiva de direitos, o não pagamento acarretará a
durante o cumprimento da pena é chamado de regressão revogação da substituição e o condenado deverá cumprir
prisional. integralmente a pena estabelecida na condenação, na sentença.
A multa deverá ser paga no prazo de 10 dias.
3.3. Regime Aberto: é aquele em que o condenado não vai para No que se refere a pena de multa, ela é autônoma e pode ser
a prisão, sendo ela substituída pela casa do albergado. A Casa do encontrada nos tipos penais, de forma autônoma, cumulativa ou
Albergado é uma casa comum onde o condenado deve alternativa.
permanecer aos feriados, sábados e domingos, bem como no a) De forma autônoma, é quando o tipo penal apenas faz
período noturno, saindo para trabalhar no meio social, durante o referência à pena cominada em abstrato. Ex: Pena de multa.
dia (das 6 as 18h). b) De forma cumulativa, ocorre quando o tipo penal definir outra
Tal regime é destinado àqueles que praticam condutas brandas. espécie de pena, mais multa. Ex. Art. 155 CP – Furto. Pena:
Pode também ser o condenado transferido para regime mais Reclusão de 01 a 04 anos e multa.
rigoroso, que pode ser o semiaberto ou fechado, no caso de c) De forma alternativa, quando o tipo penal permite ao
cometimento de outro crime ou qualquer falta disciplinar grave. magistrado aplicar uma ou outra pena. Ex. Art. 135 – Omissão de
Neste caso, é possível a transferência direta do regime aberto socorro – Pena: detenção, 1 a 6 meses, ou multa.
para o fechado, não havendo necessidade de se passar primeiro O juiz deve optar pela pena privativa de liberdade ou pena de
pelo regime semiaberto. multa, nunca poderá optar pelas duas, apenas por uma delas.
Obs.: Nos casos previstos em lei, o juiz pode decretar a pena em Obs.: A pena de multa não tem fração, não existe dízima
regime fechado, semiaberto ou aberto sem ter que justificar o periódica para pena de multa. As operações sobre pena de multa
porquê. Mas, na maioria dos casos, terá que justificar sua decisão e pena privativa de liberdade serão através das quatro operações
baseados em fatos do processo. básicas (somar, subtrair, multiplicar e dividir). Quando essa
operação matemática que faremos para calcular os dias/multa,
PENA RESTRITIVAS DE DIREITO NUNCA pode ter fração, mas se esse cálculo for para benefício
do réu (ex: usufruir de um desconto), devemos acrescentar
As penas restritivas de direito estão elencadas nos qualquer dízima para um número inteiro. Quando for para prejuízo
artigos 43 a 48 do CP. Essas penas são autônomas entre si, e do réu (ex: pagamento de uma dívida), a dízima é excluída e
substituem as penas privativas de liberdade quando o acusado ou prevalece o número inteiro.
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RENATO FERREIRA PINHEIRO 11
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nabilitação por mais de 30 dias, como a investigação levada todavia, será desclassificada para lesão corporal menos
a efeito a qualquer tempo, para corrigir ou complemente ar grave, se ainda não foi prolatada a sentença.
laudo anterior, ou logo após um ano da data da lesão,
objetivando pesquisar permanência da mesma. Lesão corporal seguida de morte: reclusão, de quatro a
Perigo de vida: é a probabilidade concreta e objetiva de doze anos.
morte (não pode nunca ser suposto, nem presumido, mas Diminuição de pena: Se o agente comete o crime impelido
real, clínica e obrigatoriamente diagnosticado); é a situação por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
clínica em que resultará a morte do ofendido se não for domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
socorrido adequadamente, em tempo hábil; ele se provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um
apresenta como um relâmpago, num átimo, ou no curso sexto a um terço.
evolutivo do dano, desde que seja antes do trintídio - ex.: Lesão corporal culposa: quando o agente não tem a
hemorragia por seção de vaso calibroso, prontamente intenção.
coibida; traumatismo cranioencefálico, feridas penetrantes
do abdome, lesão de lobo hepático, comoção medular, Violência Doméstica: se a lesão for praticada contra
queimaduras em áreas extensas corporais, colapso total de ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
um pulmão etc. ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
Debilidade permanente de membro, sentido (são as funções prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
perceptivas que permitem ao indivíduo contatar os objetos coabitação ou de hospitalidade:
do mundo exterior) ou função (é o modo de ação de um Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
órgão, aparelho ou sistema do corpo) ? é a lesão Nos casos previstos nos §§ 1 o a 3o deste artigo, se as
conseqüente à fraqueza, à debilitação, ao enfraquecimento circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
duradouro, mas não perpétuo ou impossível de tratamento aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
ortopédico, do uso da energia de membro, sentido ou Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de
função, sem comprometimento do bem-estar do organismo, um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora
de origem traumática; por permanente entende-se a fixação de deficiência.
definitiva da incapacidade parcial, após tratamento rotineiro
que não logra o resultado almejado, resultando, portanto, CRIMES CONTRA A HONRA
verdadeira enfermidade; a ablação ou inutilização de um
órgão duplo, mantido o outro íntegro e não abolida a função, A calúnia consiste em atribuir , falsamente , à alguém a
constitui lesão grave (debilidade permanente); a ablação ou responsabilidade pela prática de um fato determinado
inutilização de um órgão duplo e debilitação da forma do definido como crime . Na jurisprudência temos “a calúnia
órgão remanescente, trata-se de lesão gravíssima (perda de pede dolo específico e exige três requisitos : imputação de
membro, sentido ou função); a eliminação ou inutilização um fato + qualificado como crime + falsidade da imputação”
otal de um órgão ímpar que tenham suas funções ( RT 483/371 ) .
compensadas por outros órgãos, bem como a diminuição da
função genésica peniana conseqüente a um traumatismo, A difamação, por sua vez, consiste em atribuir a alguém
tratam-se de lesão grave (debilidade permanente); a perda fato determinado ofensivo à sua reputação.
de dente, em princípio, não é considerada lesão grave, nem
gravíssima, compete aos peritos odontólogos apurar e A injúria, de outro lado, consiste em atribuir a alguém
afirmar, de forma inconteste, a debilidade da função qualidades negativas, que ofenda sua dignidade ou decoro.
mastigadora; a perda de dente poderá eventualmente
integrar a qualificadora deformidade permanente se CRIMES CONTRA A PESSOA
complexar o ofendido a ponto de interferir negativamente 1. (Exame da OAB/SC) A conduta de um profissional que não
em seu relacionamento econômico e social. observa regras técnicas, de um agente que possui o dever de
aceleração de parto: consiste na antecipação quanto à data prestar socorro imediato à vítima de seu ato e não o faz, ou, ainda,
de um agente que foge para evitar a prisão em flagrante e sua
ou ocasião do parto, mas necessariamente depois do tempo vítima venha a falecer será classificada como:
mínimo para a possibilidade de vida extra-uterina e a) homicídio culposo, com aumento de pena em um terço.
desencadeada por traumatismos físicos ou psíquicos; na b) homicídio culposo simples, com possibilidade de perdão judicial.
aceleração do parto, o concepto deve nascer vivo e c) homicídio qualificado, por motivo fútil.
continuar com vida, dado o seu grau de maturação; no d) homicídio culposo simples.
2. (Ministério Público/MG) Pedro queria matar João. Esperou que
aborto, o concepto é expulso morto, ou sem viabilidade, se este passasse próximo do local em que postara e, então, disparou
sobreviver. contra ele um tiro de revólver, aliás, o único que arma possuía.
Errando o alvo, atingiu Plínio, um desconhecido que, sem ser visto
GRAVÍSSIMAS: são os danos corporais resultantes das por Pedro, passava pelo local, ferindo-o, levemente, em um braço.
conseqüências previstas pelo § 2°: Por essa conduta Pedro deverá, criminalmente, responder por:
a) lesões corporais culposas;
Incapacidade permanente para o trabalho ? é caracterizada b) homicídio tentado e lesões corporais leves, em concurso formal;
pela inabilitação ou invalidez de duração incalculável, mas c) lesões corporais leves;
não perpétua, para todo e qualquer trabalho. d) homicídio, na forma tentada;
Enfermidade incurável ? é a ausência ou o exercício e) crime continuado.
imperfeito ou irregular de determinadas funções em 3. (Ministério Público/MG) O porteiro do hospital, logo em seguida a
uma injusta provocação da enfermeira, atira contra a provocada
ndivíduo que goza de aparente saúde. sob o domínio de violenta emoção. O tiro não atinge a vítima visada
Deformidade permanente ? é o dano estético irreparável e, sim, mata infeliz enferma, que mal podia se mover no seu leito de
pelos meios comuns, ou por si mesmo, capaz de provocar dor. O porteiro responde por:
sensação de repulsa no observador, sem contudo atingir o a) homicídio privilegiado – injustiça motivadora de emoção;
aspecto de coisa horripilante, mas que causa complexo ou b) homicídio qualificado – vítima impossibilitada de defesa;
c) homicídio simples – atenuante: provocação e violenta emoção;
interfira negativamente na vida social ou econômica do d) tentativa de homicídio, em concurso, numa só ação;
ofendido; se o portador de deformidade permanente se e) tentativa de homicídio, em concurso, cumulativamente.
submeta, de bom grado, à cirurgia plástica corretora, a 4. (Ministério Público/MG) A e B estavam bebendo em um bar,
atuação do réu, amiúde, será considerada gravíssima, quando surgiu entre eles uma discussão relativa à forma de
pagamento das despesas que fizeram. Irritado, A retirou do bolso
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RENATO FERREIRA PINHEIRO 13
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
um frasco contendo arsênio, colocou o tóxico na cerveja que B c) não responderá penalmente por crime de aborto provocado pela
estava tomando e, apontando-lhe uma arma que ele antes teve o gestante.
cuidado de mostrar que se encontrava carregada -, o obrigou a d) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com culpa
ingerir o restante da bebida por ele envenenada. Causou, em consciente.
conseqüência, a morte de B. O uso do veneno implica o seguinte
resultado: . EXERCICIOS
a) A qualificação do homicídio pelo emprego de veneno; 1. (Exame da OAB/SC) A conduta de um profissional que não
b) A qualificação do homicídio pelo emprego de recurso que dificultou observa regras técnicas, de um agente que possui o dever de
ou tornou impossível a defesa da vítima; prestar socorro imediato à vítima de seu ato e não o faz, ou, ainda,
c) Qualificação de homicídio pelo meio cruel;
de um agente que foge para evitar a prisão em flagrante e sua
d) Uma forma de instigação a suicídio (art. 122 do Código Penal); vítima venha a falecer será classificada como:
e) Homicídio simples por inocorrência de qualquer qualificadora.
a) homicídio culposo, com aumento de pena em um terço.
5. (Ministério Público/MG) Na boate Serenata, da cidade de Cangarê b) homicídio culposo simples, com possibilidade de perdão judicial.
do Agreste, alta madrugada, Cafeaspirino Arruda teve violenta com
c) homicídio qualificado, por motivo fútil.
Juca Vacaria e Mané Tatu. Estes, pretendendo matar o desafeto, d) homicídio culposo simples.
sacaram suas peixeiras, investindo contra ele. Cafaeaspirino
2. (Ministério Público/MG) Pedro queria matar João. Esperou que
desarmado, confiante em que Deus é grande, mas o mato é maior, este passasse próximo do local em que postara e, então, disparou
afivelou asas a seus pés, saindo em disparada do córrego Sapé e, contra ele um tiro de revólver, aliás, o único que arma possuía.
batendo com a cabeça numa pedra perdeu os sentidos. Em Errando o alvo, atingiu Plínio, um desconhecido que, sem ser visto
conseqüência, morreu por afogamento, represadas as águas. Que por Pedro, passava pelo local, ferindo-o, levemente, em um braço.
crime teriam cometido Mané Tatu e Juca Vacaria? Por essa conduta Pedro deverá, criminalmente, responder por:
a) Homicídio doloso; a) lesões corporais culposas;
b) Homicídio privilegiado; b) homicídio tentado e lesões corporais leves, em concurso formal;
c) Homicídio culposo;
c) lesões corporais leves;
d) Homicídio preterdoloso; d) homicídio, na forma tentada;
e) Nenhum crime. e) crime continuado.
6. (Exame da OAB/SP – adaptada) César, sabendo que sua filha 3. (Ministério Público/MG) O porteiro do hospital, logo em seguida a
fora violentada momentos antes por Mário, parte ao seu encalço,
uma injusta provocação da enfermeira, atira contra a provocada
levando consigo seu amigo Joaquim. Ambos armam uma sob o domínio de violenta emoção. O tiro não atinge a vítima visada
emboscada e matam Mário, ateando fogo em suas vestes. Os e, sim, mata infeliz enferma, que mal podia se mover no seu leito de
crimes praticados por César e Joaquim são, respectivamente: dor. O porteiro responde por:
a) Homicídio privilegiado e homicídio privilegiado;
a) homicídio privilegiado – injustiça motivadora de emoção;
b) Homicídio privilegiado qualificado e homicídio privilegiado b) homicídio qualificado – vítima impossibilitada de defesa;
qualificado;
c) homicídio simples – atenuante: provocação e violenta emoção;
c) Homicídio qualificado e homicídio privilegiado; d) tentativa de homicídio, em concurso, numa só ação;
d) Homicídio privilegiado qualificado e homicídio qualificado. e) tentativa de homicídio, em concurso, cumulativamente.
6. (MPE/TOCANTINS) César induziu Luciano a cometer suicídio, 4. (Ministério Público/MG) A e B estavam bebendo em um bar,
além de auxiliá-lo nesse ato, entregando-lhe as chaves de um quando surgiu entre eles uma discussão relativa à forma de
apartamento localizado no 19.o andar de um prédio. Luciano, pagamento das despesas que fizeram. Irritado, A retirou do bolso
influenciado pela conduta de César, jogou-se da janela do um frasco contendo arsênio, colocou o tóxico na cerveja que B
apartamento, mas foi salvo pelo Corpo de Bombeiros, vindo a estava tomando e, apontando-lhe uma arma que ele antes teve o
sofrer lesões leves em decorrência do evento. cuidado de mostrar que se encontrava carregada -, o obrigou a
a) Nessa situação, César praticou crime de induzimento, instigação ou ingerir o restante da bebida por ele envenenada. Causou, em
auxílio a suicídio conseqüência, a morte de B. O uso do veneno implica o seguinte
b) A Conduta de César é atípica perante o ordenamento jurídico. resultado:
c) César comete o crime de tentativa de homicídio. a) A qualificação do homicídio pelo emprego de veneno;
d) N.D.A b) A qualificação do homicídio pelo emprego de recurso que dificultou
7. (Ministério Público/MG) Semíramis Montenegro, enfermeira do ou tornou impossível a defesa da vítima;
Hospital dos Engenheiros, para evitar desagradáveis comentários a c) Qualificação de homicídio pelo meio cruel;
respeito de sua condição de mãe solteira, decidiu eliminar o filho d) Uma forma de instigação a suicídio (art. 122 do Código Penal);
seu que iria nascer para a festa da Natureza. Rompido o saco e) Homicídio simples por inocorrência de qualquer qualificadora.
amniótico, surgidos os sinais denunciadores da vida, Semíramis, 5. (Ministério Público/MG) Na boate Serenata, da cidade de Cangarê
valendo-se das facilidades de sua condição de enfermeira, tornou do Agreste, alta madrugada, Cafeaspirino Arruda teve violenta com
realidade o plano concebido de eliminação do filho. Que crime teria Juca Vacaria e Mané Tatu. Estes, pretendendo matar o desafeto,
cometido? sacaram suas peixeiras, investindo contra ele. Cafaeaspirino
a) Auto-aborto; desarmado, confiante em que Deus é grande, mas o mato é maior,
b) Infanticídio; afivelou asas a seus pés, saindo em disparada do córrego Sapé e,
c) Aborto qualificado; batendo com a cabeça numa pedra perdeu os sentidos. Em
d) Homicídio; conseqüência, morreu por afogamento, represadas as águas. Que
e) Aborto necessário em razão dos motivos determinantes. crime teriam cometido Mané Tatu e Juca Vacaria?
8. (Escrivão de Policia Civil/SC) Configura crime de infanticídio o a) Homicídio doloso;
ato de: b) Homicídio privilegiado;
a) matar, para ocultar desonra própria e sob influência do estado c) Homicídio culposo;
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. d) Homicídio preterdoloso;
b) matar, para ocultar desonra própria e sob influência do estado e) Nenhum crime.
puerperal, o próprio filho, antes, durante o parto ou logo após. 6. (Exame da OAB/SP – adaptada) César, sabendo que sua filha
c) matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, antes, fora violentada momentos antes por Mário, parte ao seu encalço,
durante o parto ou logo após. levando consigo seu amigo Joaquim. Ambos armam uma
d) matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o emboscada e matam Mário, ateando fogo em suas vestes. Os
parto ou logo após. crimes praticados por César e Joaquim são, respectivamente:
9. (Escrivão de Policia Civil/SC) “Madalena”, grávida de 3 meses, a) Homicídio privilegiado e homicídio privilegiado;
ciente de sua condição, continuou praticando arremesso de peso, b) Homicídio privilegiado qualificado e homicídio privilegiado
pois pretendia participar das eliminatórias para o campeonato qualificado;
estadual dessa modalidade. Ela, que desejava muito ser mãe, c) Homicídio qualificado e homicídio privilegiado;
também nutria a esperança de ganhar uma medalha. Assim, d) Homicídio privilegiado qualificado e homicídio qualificado.
embora previsse a possibilidade de abortamento, contava com a 6. (MPE/TOCANTINS) César induziu Luciano a cometer suicídio,
sua não-ocorrência e, por isso, manteve a rotina de treinamentos. além de auxiliá-lo nesse ato, entregando-lhe as chaves de um
Entretanto, em virtude dos esforços físicos intensos que ela apartamento localizado no 19.o andar de um prédio. Luciano,
realizou, para sua infelicidade, ocorreu a morte e expulsão do feto. influenciado pela conduta de César, jogou-se da janela do
No caso apresentado, ela: apartamento, mas foi salvo pelo Corpo de Bombeiros, vindo a
a) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo sofrer lesões leves em decorrência do evento.
direto. a) Nessa situação, César praticou crime de induzimento, instigação ou
b) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo auxílio a suicídio
eventual.
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RENATO FERREIRA PINHEIRO 14
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DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
b) A Conduta de César é atípica perante o ordenamento jurídico. Furto Noturno: É furto agravado ou qualificado o praticado
c) César comete o crime de tentativa de homicídio. durante o repouso noturno, aumenta-se de 1/3 artigo 155
d) N.D.A
7. (Ministério Público/MG) Semíramis Montenegro, enfermeira do §1º , a razão da majorante está ligada ao maior perigo que
Hospital dos Engenheiros, para evitar desagradáveis comentários a está submetido o bem jurídico diante da precariedade de
respeito de sua condição de mãe solteira, decidiu eliminar o filho vigilância por parte de seu titular.
seu que iria nascer para a festa da Natureza. Rompido o saco Basta que ocorra a cessação da vigilância da vítima, que,
amniótico, surgidos os sinais denunciadores da vida, Semíramis, dormindo, não poderá efetivá-la com a segurança e a
valendo-se das facilidades de sua condição de enfermeira, tornou
realidade o plano concebido de eliminação do filho. Que crime teria amplitude com que a faria, caso estivesse acordada, para
cometido? que se configure a agravante do repouso noturno.
a) Auto-aborto; Repouso noturno é o tempo em que a cidade repousa, é
b) Infanticídio; variável, dependendo do local e dos costumes.
c) Aborto qualificado; Furto privilegiado ou mínimo: O furto privilegiado está
d) Homicídio;
e) Aborto necessário em razão dos motivos determinantes. expresso no § 2º do artigo 155: “Se o criminoso é primário, e
8. (Escrivão de Policia Civil/SC) Configura crime de infanticídio o é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
ato de: pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
a) matar, para ocultar desonra própria e sob influência do estado terços, ou aplicar somente a pena de multa”.
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Furto qualificado:
b) matar, para ocultar desonra própria e sob influência do estado
puerperal, o próprio filho, antes, durante o parto ou logo após. 1. se o crime é cometido com destruição ou rompimento de
c) matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, antes, obstáculos à subtração da coisa; está hipótese trata da
durante o parto ou logo após. destruição, isto é, fazer desaparecer em sua individualidade
d) matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o ou romper, quebrar, rasgar, qualquer obstáculo móvel ou
parto ou logo após. imóvel a apreensão e subtração da coisa.
9. (Escrivão de Policia Civil/SC) “Madalena”, grávida de 3 meses,
ciente de sua condição, continuou praticando arremesso de peso, A segunda hipótese é quando o crime é cometido com
pois pretendia participar das eliminatórias para o campeonato abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
estadual dessa modalidade. Ela, que desejava muito ser mãe, destreza.
também nutria a esperança de ganhar uma medalha. Assim, 2. Há abuso de confiança quando o agente se prevalece de
embora previsse a possibilidade de abortamento, contava com a qualidade ou condição pessoal que lhe facilite à pratica do
sua não-ocorrência e, por isso, manteve a rotina de treinamentos.
Entretanto, em virtude dos esforços físicos intensos que ela furto. Qualifica o crime de furto quando o agente se serve de
realizou, para sua infelicidade, ocorreu a morte e expulsão do feto. algum artifício para fazer a subtração i.
No caso apresentado, ela: 3. A terceira hipótese é o emprego de chave falsa: constitui
a) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo chave falsa qualquer instrumento ou engenho de que se
direto. sirva o agente para abrir fechadura e que tenha ou não o
b) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com dolo
eventual. formato de uma chave, podendo ser grampo, pedaço de
c) não responderá penalmente por crime de aborto provocado pela arame, pinça, gancho, etc. O exame pericial da chave ou
gestante. desse instrumento é indispensável para a caracterização da
d) responderá por crime de aborto provocado pela gestante, com culpa qualificadora
consciente. 4. A Quarta e última hipótese é quando ocorre mediante
concurso de duas ou mais pessoas, quando praticado
2. CRIMES CONTRA O PATRIMONIO nestas circunstâncias, pois isto revela uma maior
periculosidade dos agentes, que unem seus esforços para o
Considera-se patrimônio de uma pessoa, os bens, o poderio crime.
econômico, a universalidade de direitos que tenham No caso de furto cometido por quadrilha, responde por
expressão econômica para a pessoa. quadrilha pelo artigo 288 do Código Penal Brasileiro seguido
FURTO: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia de furto simples, ficando excluída a qualificadora ii,
móvel: pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa Concurso de qualificadoras, o agente incidindo em duas
O conceito de furto pode ser expresso nas seguintes qualificadoras, apenas uma qualifica, podendo servir a outra
palavras: furto é a subtração de coisa alheia móvel para si como agravante comum.
ou para outrem sem a pratica de violência ou de grave
ameaça ou de qualquer espécie de constrangimento físico Furto de coisa comum: Este crime está definido no art.
ou moral à pessoa. Significa pois o assenhoramento da 156 do Código Penal Brasileiro, que diz: “Subtrair o
coisa com fim de apoderar-se dela com ânimo definitivo. condômino, co-herdeiro, ou sócio, para si ou para outrem, a
Quanto a objetividade jurídica do furto é preciso ressaltar quem legitimamente a detém, a coisa comum: pena –
uma divergência na doutrina: entende-se que é protegida detenção, de 6 (seis) meses à 2 (dois) anos, ou multa”.
diretamente a posse e indiretamente a propriedade ou, em A razão da incriminação é de que o agente subtraia coisa
sentido contrário, que a incriminação no caso de furto, visa que pertença também a outrem. Este crime constitui caso
essencial ou principalmente a tutela da propriedade e não especial de furto, distinguindo-se dele apenas as relações
da posse. É inegável que o dispositivo protege não só a existentes entre o agente e o lesado ou os lesados.
propriedade como a posse, seja ela direta ou indireta além
da própria detenção ROUBO: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
Furto de Uso: Que é a subtração de coisa apenas para depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
usufruí-la momentaneamente, está prevista no art. 155 do impossibilidade de resistência: pena – reclusão, de 4
Código Penal Brasileiro, para que seja reconhecível o furto (quatro) a 10 (dez) anos, e multa
de uso e não o furto comum, é necessário que a coisa seja Trata-se de crime contra o patrimônio, em que é atingido
restituída, devolvida, ao possuidor, proprietário ou detentor também a integridade física ou psíquica da vítima.
de que foi subtraída, isto é, que seja reposta no lugar, para É um crime complexo, onde o objeto jurídico imediato do
que o proprietário exerça o poder de disposição sobre a crime é o patrimônio, e tutela-se também a integridade
coisa subtraída. Fora daí a exclusão do “animus furandi” corporal, a saúde, a liberdade e na hipótese de latrocínio a
dependerá de prova plena a ser oferecida pelo agente. vida do sujeito passivo.
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RENATO FERREIRA PINHEIRO 15
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Como no Furto, a conduta é subtrair, tirar a coisa móvel Extorsão indireta: Exigir ou receber, como garantia de
alheia, mas faça-se necessário que o agente se utilize de dívida, abusando da situação de alguém, documento que
violência, lesões corporais, ou vias de fato, como grave pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou
ameaça ou de qualquer outro meio que produza a contra terceiro:
possibilidade de resistência do sujeito passivo
1. A primeira hipótese é se a violência ou ameaça é Dano: Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
exercida com emprego de arma. Dano qualificado
Neste caso é necessário o efetivo emprego da arma, seja Se o crime é cometido:
para caracterizar a ameaça, seja para a violência. O I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
fundamento da agravante reside no maior perigo que o II - com emprego de substância inflamável ou
emprego da arma proporciona. explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
2. A Segunda hipótese é se há o concurso de duas ou mais III - contra o patrimônio da União, Estado, Município,
pessoas. empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade
Ocorre aqui a mesma relevância da situação já estudada no de economia mista
crime de furto, ou seja, agindo os agentes entre duas ou IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para
mais pessoas, quando praticado nestas circunstâncias, pois a vítima:
isto revela uma maior periculosidade dos agentes, que Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além
unem seus esforços para o crime. da pena correspondente à violência
Roubo em que o co-partícipe não tenha sido identificado e
denunciado, mesmo assim aplica-se a qualificadora. Apropriação indébita: Apropriar-se de coisa alheia móvel,
3. se a vítima está em serviço de transporte de valores e o de que tem a posse ou a detenção.
agente conhece tal circunstância, é a terceira hipótese.
Nítida esta aqui a intenção da lei penal em proteger o Estelionato: Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita,
transporte de dinheiro, jóias, ouro, etc. O ofendido deve em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
estar transportando valores de outrem, e não próprios. mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento
Apenas incide a qualificadora quando o agente tem
consciência de que a vítima está em serviço de transporte Receptação: Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
de valores. ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
Roubo e lesão corporal grave: Da violência resulta lesão adquira, receba ou oculte:
corporal de natureza grave, fixando-se a pena num patamar
superior ao fixado anteriormente, aqui reclusão de 5 (cinco) . EXERCICIOS
à 15 (quinze) anos, além da multa. 1. (Escrivão de Policia Civil/SC) O advogado “Caio”, por engano,
É indispensável que a lesão seja causada pela violência, pegou o guarda-chuva de seu colega “Tício”, que estava
não estando o agente, sujeito às penas previstas pelo pendurado no balcão do cartório. Com base no exemplo, é correto
afirmar que “Caio” não responderá por crime de furto, pois:
dispositivo em estudo, se o evento decorra de grave a) ele incidiu em erro acidental sobre dados secundários da figura tópica
ameaça, como enfarte, choque ou do emprego de do furto.
narcóticos. Haverá no caso roubo simples seguido de b) incorreu em erro de proibição invencível.
lesões corporais de natureza grave em concurso formal. c) faltou-lhe potencial consciência da ilicitude.
A lesão poderá ser sofrida pelo titular do direito ou em um d) ele incidiu em erro sobre elemento constitutivo do tipo legal do crime
de furto (erro de tipo essencial).
terceiro 2. (AGENTE/PC-SC) De acordo com o Código Penal, analise as
Roubo e morte o chamado “latrocínio”: A segunda parte afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.
do § em estudo, comina-se pena de reclusão de 20 à 30 I - É considerado crime exigir cheque-caução, nota promissória ou
anos se resulta a morte, as mesmas considerações qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de
referentes aos crimes qualificados pelo resultado, podem formulários administrativos como condição para o atendimento
médico-hospitalar emergenciai.
ser aqui aplicadas. II - É considerado crime participar de rixa, salvo para separar os
O artigo da Lei 8072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), em contendores.
conformidade com o artigo 5º XLIII, da Constituição Federal III - Comete o crime de calúnia quem difamar alguém, imputando -
Brasileira, considera crime de latrocínio Hediondo. lhe fato ofensivo à sua reputação.
Nos termos legais o Latrocínio não exige que o evento IV - Comete o crime de furto quem subtrair coisa móvel alheia, para
si ou para outrem, mediante grave ameaça a pessoa, ou depois de
morte seja desejado pelo agente, basta que ele empregue havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
violência para roubar e que dela resulte a morte para que se resistência.
tenha caracterizado o delito. a) Apenas III e IV estão corretas.
É indiferente porém, que a violência tenha sido exercida b) Apenas II e III estão corretas.
para o fim da subtração ou para garantir, depois desta, a c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I, II e III estão corretas.
impunidade do crime ou a detenção da coisa subtraídaiii . e) Todas as afirmações estão corretas.
Ocorre latrocínio ainda que a violência atinja pessoa diversa 3. (AGENTE/PC-SC) De acordo com o Código Penal, assinale a
daquela que sofre o desapossamento da coisa. Haverá no alternativa correta.
entanto um só crime com dois sujeitos passivos. a) Comete crime de falta de confiança quem divulga conteúdo de
documento particular ou de correspondência confidencial, de que é
destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a
Extorsão: Constranger alguém, mediante violência ou outrem.
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para b) Comete crime de extorsão quem constranger alguém mediante
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que violência ou grave ameaça, com o intuito de obter para si ou para
se faça ou deixar fazer alguma coisa outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa.
c) Comete crime de furto quem apropriar-se de coisa alheia móvel de
Extorsão mediante seqüestro: Seqüestrar pessoa com o que tem a posse ou a detenção.
fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, d) Comete crime de roubo quem obtiver para si ou para outrem
como condição ou preço do resgate vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
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e) Comete crime de abuso quem tomar refeição em restaurante, alojar- 3. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos
para efetuar o pagamento.
4. (AGENTE/PC-SC) O agente que, logo depois de subtraída a CRIMES CONTRA LIBERDADE SEXUAL
coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim Estupro: Constranger alguém, mediante violência ou grave
de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
para si ou para terceiro, comete crime de:
a) roubo impróprio.
com ele se pratique outro ato bidinoso:
b) furto, em concurso com o crime de lesões corporais ou a Violação sexual mediante fraude: Ter conjunção carnal ou
contravenção penal de vias de fato. praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou
d) extorsão. outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de
e) roubo próprio. vontade da vítima:
4. (escrivão/PC-SC) “Omar Manjus”, nascido às 19 horas do dia
15 de março de 1990, seqüestrou, no dia 14 de março de 2008, Assédio sexual: Constranger alguém com o intuito de
às 16 horas, “Lizia”, mulher de 18 anos, filha de um rico obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
empresário da construção civil, com o objetivo de obter, para agente da sua condição de superior hierárquico ou
si, um resgate de R$ 20.000,00. No mesmo dia, às 18 horas,
“Omar” ligou para o pai de “Lizia” e exigiu a importância acima
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
como preço do resgate. No dia seguinte, contudo, antes de ser função.
pago o resgate, o cativeiro foi localizado, às 9 horas da manhã,
sendo a vítima libertada e “Omar Manjus” preso pela polícia. CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
“Omar Manjus” deve responder por: Sedução: REVOGADO
a) crime de extorsão mediante seqüestro na forma fundamental,
tentado.
Estupro de vulnerável: Ter conjunção carnal ou praticar
b) crime de extorsão mediante seqüestro na forma fundamental, outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
consumado. Corrupção de menores: Induzir alguém menor de 14
c) ato infracional, na conformidade com o Estatuto da Criança e do (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Adolescente. Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
d) forma qualificada do crime de extorsão, consumado.
5. (ANLISTA DO MP) Sobre os crimes contra
adolescente: Praticar, na presença de alguém menor de 14
o patrimônio previs-tos no Código Penal, analise as afirmações: (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal
ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou
de outrem:
Favorecimento da prostituição ou outra forma de
exploração sexual de vulnerável: Submeter, induzir ou
atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou
dificultar que a abandone:
DIPOSIÇÕES GERAIS
Ação penal: Todos os crimes procede-se mediante ação
penal pública condicionada à representação, salvo se a
vitima for menor de 18 anos ou pessoa vulnerável.
Aumento de pena
a) de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso
de 2 (duas) ou mais pessoas;
b) de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou
a) I - II - IV. b) I - III - V. c) II - IV. d) III - IV - V. e) IV – V madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
6. (ESCRIVÃO/PC-SC) Analise as alternativas e assinale preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
a correta. título tem autoridade sobre ela;
a) É isento de pena quem comete qualquer dos crimes contra o
patrimônio, em prejuízo de ascendente ou descendente, seja o
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS PARA FIM DE
Tal isenção se aplica também quando se tratar de crime de roubo ou de PROSTITUIÇÃO
extorsão, desde que da violência empregada não tenha resultado lesão Mediação para servir a lascívia de outrem: Induzir
corporal grave ou morte. alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
b) Comete latrocínio quem mata o comparsa para assegurar a vantagem Favorecimento da prostituição ou outra forma de
de um crime de furto por ambos praticado.
c) O emprego de arma de brinquedo por parte do assaltante caracteriza
exploração sexual: Induzir ou atrair alguém à prostituição
crime de roubo impossível, por ineficácia absoluta do meio empregado. ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou
d) No roubo próprio, a violência, grave ameaça ou qualquer meio que dificultar que alguém a abandone:
reduza a capacidade de resistência, são empregados contra a vítima Casa de prostituição: Manter, por conta própria ou de
antes ou durante a subtração do bem. No roubo impróprio, a violência terceiro, estabelecimento e que ocorra exploração sexual,
ou grave ameaça contra a pessoa são empregadas logo depois de
subtraída a coisa, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do
detenção da coisa para si ou para terceiro proprietário ou gerente:
7. (DELEGADO/PC-SC) “Ariel”, com 21 anos de idade, arromba Rufianismo: Tirar proveito da prostituição alheia,
a joalheria de seu pai, “Benoir”, com 60 anos de idade, de participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se
madrugada, levando bens avaliados em R$ 5.000,00 (cinco mil sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
reais). Preso, após o fato, “Ariel” responderá por:
a) crime de furto de coisa comum.
Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração
b) crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo à subtração sexual: Promover ou facilitar a entrada, no território
da coisa. nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição
c) crime de apropriação indébita. ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém
d) nenhum crime, pois é isento de pena (imunidade penal absoluta). que vá exercê-la no estrangeiro.
Tráfico interno de pessoa para fim de exploração
sexual: Promover ou facilitar o deslocamento de alguém
dentro do território nacional para o exercício da prostituição
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DIREITO PENAL
DIREITO PENAL SOLDADO DA PMSC
ou outra forma de exploração sexual: c) Configura crime de estupro constranger alguém, mediante violência
ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que
com ele se pratique outro ato libidinoso.
ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR d) O crime de assédio sexual caracteriza-se quando o agente,
Ato obsceno: Praticar ato obsceno em lugar público, ou prevalecendo-se de sua condição de superior hierárquico ou
aberto ou exposto ao público: ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função,
Escrito ou objeto obsceno: Fazer, importar, exportar, constrange alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento
adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de sexual.
e) Se alguém der sonífero à vítima para, aproveitando-se do seu sono,
distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, manter com ela relação sexual, ele pratica o crime de estupro com
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno violência presumida.
DISPOSIÇÕES GERAIS 6. (Magistratura/SP) Pode constituir, em tese, ato obsceno, na
Aumento de pena figura típica do art. 233 do Código Penal:
a) de metade, se do crime resultar gravidez; a) a exposição de cartazes, em lugar aberto ao público, mostrando
corpos nus.
b) de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima b) a exposição à venda de revista com fotografias de cunho pornográfico
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria em lugar aberto ao público.
saber ser portador. c) o ato de urinar em lugar público com exibição do pênis.
Os processos em que se apuram crimes definidos neste d) a exposição pública de fotografias de crianças nuas.
Título correrão em segredo de justiça. 7. (Promotor de Justiça/PE) No que se refere aos crimes contra os
costumes, é certo que
a) a prostituta não pode ser sujeito passivo de crime de estupro.
. EXERCICIOS b) Segundo entendimento sumulado do STF, nos crimes de estupro, por
1. (Magistratura/RS) Constitui sujeito passivo de estupro: ser este hediondo em todas as suas modalidades, a ação penal
a) mulher virgem; respectiva é pública incondicionada.
b) mulher honesta; c) o ato de obrigar a vítima a assistir ato de libidinagem praticado por
c) mulher de menos de 18 anos; terceiros configura o delito de atentado violento pudor.
d) qualquer pessoa constrangida ao coito vagínico; d) o ato de propor a prática de ato libidinoso ou conjunção carnal
e) qualquer pessoa forçada, mediante violência ou grave ameaça, a configura início de execução do crime de estupro, respondendo o autor
manter algum tipo de relação sexual. pela forma tentada.
2. (OAB) José, rapaz de 23 anos, acredita ter poderes espirituais e) o agente se, após ter praticado, mediante violência, atos libidinosos
excepcionais, sendo certo que todos conhecem esse seu “dom”, já contra a vítima, desiste voluntariamente da prática conjunção carnal,
que ele o anuncia amplamente. Ocorre que José está apaixonado responde pelo delito de estupro
por Maria, jovem de 14 anos, mas não é correspondido. 8. (Delegado de Policia/RO) Tício, 22 anos, convence Felisberta,
Objetivando manter relações sexuais com Maria e conhecendo o sua namorada de 13 (treze) anos de idade, a juntos visitarem o
misticismo de sua vítima, José a faz acreditar que ela sofre de um Motel Lua Nova, recentemente inaugurado, sob o argumento de
mal espiritual, o qual só pode ser sanado por meio de um ritual que se tratava de obra de importante interesse cultural para a
mágico de cura e purificação, que consiste em manter relações cidade. Felisberta aceita inocentemente o convite e não resiste aos
sexuais com alguém espiritualmente capacitado a retirar o apelos de Tício, terminando por manter relações sexuais com o
malefício. José diz para Maria que, se fosse para livrá-la daquilo, namorado. Sobre a conduta descrita, é correto afirmar que:
aceitaria de bom grado colaborar no ritual de cura e purificação. a) a conduta descreve o tipo penal de violação sexual mediante fraude,
Maria, muito assustada com a notícia, aceita e mantém, de forma cuja ação penal é privada.
consentida, relação sexual com José, o qual fica muito satisfeito b) trata-se de conduta atípica.
por ter conseguido enganá-la e, ainda, satisfazer seu intento, c) Tício praticou o tipo penal de corrupção de menores, cuja ação penal
embora tenha ficado um pouco frustrado por ter descoberto que depende de representação.
Maria não era mais virgem. d) há o crime de estupro de vulnerável, cuja ação penal depende de
Com base na situação descrita, assinale a alternativa que indica o representação.
crime que José praticou. e) Tício praticou o delito de estupro de vulnerável, cuja ação penal é
a) Corrupção de menores (Art. 218, do CP). pública incondicionada.
b) Violação sexual mediante fraude (Art. 215, do CP). 9. (PROMOTOR DE JUSTIÇA/BA) Com o advento da Lei
c) Estupro qualificado (Art. 213, § 1º, parte final, do CP). 12.015/2009, seria correto afirmar:
d) Estupro de vulnerável (Art. 217-A, do CP). I - A prática da conjunção carnal seguida da prática de outros atos
3. (Ministério Público/DF) Com o propósito de manter relações libidinosos não caracteriza, necessariamente, concurso material de
sexuais com B, mulher virgem de 19 anos de idade, A, homem de crimes.
28 anos de idade, obrigou-a, mediante ameaça exercida com o II - A nova lei operou uma espécie de fusão de figuras penais
emprego de um revólver, a acompanhá-lo a um terreno baldio na anteriormente autônomas na antiga redação.
localidade de Samambaia – DF. Ato contínuo, A obrigou B a despir- III - A nova lei implicou algumas inovações benéficas para os
se para consumar seu propósito, porém, ao contemplar a jovem acusados, devendo, por conseguinte, retroagir no particular.
despida, A constatou que B estava menstruada e, por isso, desistiu IV - A nova lei inovou sempre para prejudicar os acusados, não
de manter relações sexuais com a jovem. A hipótese configura: devendo, por conseguinte, retroagir.
a) Crime impossível; V - O estupro passou a ser uma figura bi-comum no que tange aos
b) Crime de atentado violento ao pudor,; sujeitos, após a nova lei.
c) Crime de constrangimento ilegal; a) Apenas a alternativa I é falsa.
d) Crime de estupro; b) Apenas a alternativa II é falsa.
e) Arrependimento posterior. c) Apenas alternativa III é falsa.
4. (Ministério Público/DF) Petrolino, homem de 40 anos de idade, d) Apenas a alternativa IV é falsa.
conduziu uma menina de 13 anos de idade a um local ermo e e) Apenas a alternativa V é falsa.
escuro e, após apalpações e beijos lascivos, tentou manter 10. (ESCRIVÃO DE POLICIA/ES) Valtemir praticou conjunção carnal
relações sexuais com a menor, mas, como a mesma chorasse com sua enteada Flaviana, que possui 12 anos de idade. Assim,
desesperadamente, desistiu do seu intento. O caso configura: Valtemir deve responder pelo crime de:
a) Arrependimento eficaz; a) satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
b) Crime de estupro contra vulnerável (artigo 218-Ado CP).
c) Crime de atentado violento ao pudor, na forma tentada; b) submissão de criança ou adolescente à prostituição ou à exploração
d) Crime de atentado violento ao pudor consumado; sexual (artigo 244-A da Lei nº 8.069/1990).
e) Arrependimento posterior. c) estupro de vulnerável (artigo 217-Ado CP).
5. (Delegado de Polícia/DF) Acerca dos crimes contra a dignidade d) corrupção demenores (Lei nº 2.252/1954).
sexual, com a nova redação dada pela Lei n.º 12.015, de 7 de e) assédio sexual (artigo 216-Ado CP).
agosto de 2009, assinale a alternativa incorreta. 11. (Promotor de Justiça/CE) O estupro de vulnerável pressupõe
a) Nos crimes contra a dignidade sexual, não mais haverá ação penal que:
privada. a) a vítima seja menor de 14 anos e do sexo feminino.
b) A ação será pública incondicionada se a vítima for menor de dezoito b) a violência seja real e a vítima menor de 14 anos.
anos de idade, se estiver em situação de vulnerabilidade ou se ocorrer o c) haja conjunção carnal e a vítima seja menor de 12 anos.
resultado morte ou lesão corporal grave ou gravíssima. d) a vítima seja menor de 12 anos, independentemente do sexo e da
natureza da violência, desde que haja conjunção carnal.
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