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CED DE PINA MANIQUE ANO LETIVO 2018/2019

Questionário sobre
Fernando Pessoa – Ortónimo e Heterónimos
(Avaliação Modular – M7 – Português)

FICHA BIOGRÁFICA DE FERNANDO PESSOA

Fernando Pessoa (______ - ______) foi um dos mais importantes


poetas da língua portuguesa e figura central do Modernismo
português. Poeta lírico e nacionalista, cultivou uma poesia
voltada para os temas tradicionais de Portugal e para o seu
lirismo saudosista, que expressa reflexões sobre o seu “eu
profundo”, as suas inquietações, a sua solidão e o seu tédio.
Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Criou
_______________, poetas fictícios com personalidades próprias.

INFÂNCIA E JUVENTUDE DO POETA


Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em ________________, no dia
________ de ________ de ________. Filho de Joaquim de Seabra Pessoa,
natural de Lisboa, e de Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa, natural dos
Açores. Ficou órfão de pai aos 5 anos de idade.
Seu padrasto era o comandante militar João Miguel Rosa, que foi nomeado
cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul. Acompanhando a família
Fernando Pessoa seguiu para a África do Sul, onde recebeu educação inglesa no
colégio de freiras e na Durban High School.
Liga os excertos de poemas de Pessoa ortónimo / heterónimos às características
do poeta.

Carreira Literária
Em 1901, Fernando Pessoa escreveu seus primeiros poemas, em inglês. Em
1902 a família voltou para Lisboa. Em 1903 Fernando Pessoa retornou sozinho
para a África do Sul e frequentou a Universidade de Capetown (Cabo da Boa
Esperança). Regressou a Lisboa em 1905 e matriculou-se na Faculdade de
Letras, onde ingressou no curso de Filosofia. Em 1907 abandonou a faculdade.
Em 1912, Fernando Pessoa estreou como crítico literário na revista “Águia” e
poemas em “A Renascença” (1914). A partir de 1915 liderou o grupo mentor da
revista “Orpheu”, entre eles, Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de
Montalvor, Almada-Negreiros e o brasileiro Ronald de Carvalho. A revista foi a
porta-voz dos ideais de renovação futurista desejados pelo grupo, defendendo
a liberdade de expressão, numa época em que Portugal atravessava uma
profunda instabilidade político-social da primeira república.
Nessa época. Criou seus heterônimos principais. A revista Orpheu teve vida
curta, mas enquanto durou, Fernando Pessoa publicou poemas que
escandalizaram a sociedade conservadora da época. Os poemas “Ode
Triunfal” e “Opiário”, escritos por seu heterônimo “Álvaro de Campos”,
provocaram reações violentas levando os “orfistas” a serem apontados, nas
ruas, como “loucos” e “insanos”.

Heterônimos de Fernando Pessoa


Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Tendo sido "plural", como
se definiu, criou personalidades próprias para os vários poetas que conviveram
nele. Cada um tem sua biografia e traços diferentes de personalidade. Os
poetas não são pseudônimos e sim heterônimos, isto é, indivíduos diferentes,
cada qual com seu mundo próprio, representando o que angustiava ou
encantava seu autor:

 Alberto Caeiro nasceu em Lisboa, em 16 de abril de 1889. Órfão de pai e mãe, só teve
instrução primária e viveu quase toda a vida no campo, sob a proteção de uma tia.
Poeta de contato com a natureza, extraindo dela os valores ingênuos com os quais
alimenta a alma. Para Caeiro, “tudo é como é”, “tudo é assim como é assim”, o poeta
reduz tudo à objetividade, sem a mediação do pensamento. O poema “O Guardador
de Rebanhos” mostra a forma simples e natural de sentir e dizer desse poeta. Alberto
Caeiro morreu tuberculoso, 1915.
 Ricardo Reis nasceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 19 de setembro de 1887.
Teve formação em escola de jesuítas e estudou medicina. Monarquista, exilou-se no
Brasil, por não concordar com a Proclamação da República Portuguesa. Foi profundo
admirador da cultura clássica, tendo estudado latim, grego e mitologia. A obra de Reis
é a ode clássica, cheia de princípios aristocráticos.
 Bernardo Soares é um dos heterônimos que o próprio Fernando Pessoa definiu como
sendo um “semi-heterônimo”. É o autor do Livro Desassossego.
 Álvaro de Campos foi o mais importante heterônimo de Fernando Pessoa, nasceu no
extremo sul de Portugal, em Tavira, em 15 de outubro de 1890. É o poeta moderno,
aquele que vive as ideologias do século XX. Estudou Engenharia Naval, na Escócia,
mas não podia suportar viver confinado em escritórios. De temperamento rebelde e
agressivo, seus versos reproduzem a revolta e o inconformismo, manifestados através
de uma verdadeira revolução poética. Escreveu “Ode Triunfal”, “Ode Marítima” e
“Tabacaria”.

Segue uma estrofe de um dos mais importantes poemas de Álvaro de Campos


“Tabacaria”. O longo poema é exemplo marcante do desalento que caracteriza
o poeta:
Tabacaria
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Fernando Pessoa Como Ele Mesmo


Mestre da poesia, Fernando Pessoa mostrou muito pouco de seu talento em
vida. Foi na época em que colaborava com a revista “Presença” (1927), que
sustentava a liberdade de expressão e apregoava a emoção estética como o
real objetivo do Movimento Modernista. Além das representações poéticas dos
heterônimos, há os poemas de Fernando Pessoa, ele mesmo, como “O Nada
que é Tudo”, ou ainda, os famosos versos da “Autopsicografia” que enunciam o
mistério da criação poética que ele próprio sentiu:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Em 1934, Fernando Pessoa candidatou-se ao prêmio de poesia do
Secretariado Nacional de Informações de Lisboa, com a obra “Mensagem” -
seu único livro publicado em vida, obtendo o segundo lugar. Em “Mensagem”
(1934), o poeta faz uma réplica de Os Lusíadas a partir de uma perspectiva
nacionalista mística. Atuando como um verdadeiro sebastianista, prega a volta
do rei D. Sebastião – morto na África em 1578 – para restaurar Portugal e o
Quinto Império.
Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 30 de novembro de
1935, vítima de cirrose hepática.

Obras Publicadas em Vida


 35 Sonnets
 Antinous
 Inscriptions
 Mensagem, 1934

Obras Póstumas
 Poesias de Fernando Pessoa, 1942
 Poesias de Álvaro de Campos, 1944
 A Nova Poesia Portuguesa, 1944
 Poesias de Alberto Caeiro, 1946
 Odes de Ricardo Reis, 1946
 Poemas Dramáticos, 1952
 Poesias Inéditas I e II, 1955 e 1956
 Textos Filosóficos, 2 v, 1968
 Novas Poesias Inéditas, 1973
 Poemas Ingleses Publicados por Fernando Pessoa, 1974
 Cartas de Amor de Fernando Pessoa, 1978
 Sobre Portugal, 1979
 Textos de Crítica e de Intervenção, 1980
 Carta de Fernando Pessoa a João Gaspar Simões, 1982
 Cartas de Fernando Pessoa a Armando Cortes Rodrigues, 1985
 Obra Poética de Fernando Pessoa, 1986
 O Guardador de Rebanhos de Alberto Caeiro, 1986
 Primeiro Fausto, 1986
Fernando Pessoa nasceu na cidade de ____________________ em
____________________, onde virá a falecer. Aos sete anos de idade partiu para
a África do Sul com a sua mãe e o ____________________, que foi cônsul em
____________________, na África do
Sul. Aí fez os seus estudos na____________________, obtendo resultados
brilhantes. Em fins de _____________ faz as provas de exame de admissão à
Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade
das suas leituras literárias e filosóficas. Em______________regressa
definitivamente a_____________________; no ano seguinte matricula-se, no
Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar
como "correspondente estrangeiro" para empresas______________________.
Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza
ensaística. _________________é o ano da criação dos três conhecidos
heterónimos e em 1915 lança, juntamente com os amigos
_________________________, _______________________ e outros, a revista
Orpheu que dá origem ao Modernismo em Portugal.
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista em Portugal,
quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo
__________________de algumas das suas poesias e pela animação que
imprimiu
à revista Orpheu. Pessoa e outros ______________________ lançaram a revista
Orpheu de que saíram apenas ___________ números: o 1º em _____________
e
o 2º em Junho. Os números dessa revista provocaram ___________________, o
que motivou troça nalguma ____________________lisboeta. A revista Orpheu
foi
considerada por Pessoa "a soma e a síntese de todos os movimentos literários
modernos". No entanto, em Coimbra, em 1927 já o grupo da
____________________tinha iniciado a sua reabilitação poética e filosófica com
nomes de jovens escritores como Régio e _________________.
Em 1933, Pessoa enfrenta uma profunda crise de _______________________,
mas isso não o irá impedir de, em 34, publicar ______________________, do
qual
lhe é atribuído o Prémio do Concurso Antero de Quental. Embora tenha morrido
___________________________, a sua obra foi imensa. Pessoa deixou-nos uma
poesia onde nos exprime as suas ____________________íntimas em tom quase
sempre _____________________, de solidão e dor criativas.
Desde criança que Pessoa teve a ___________________________ para criar em
seu torno um mundo fictício. Isso está na base da criação das diferentes
_______________________, a quem deu vida e expressão literária. Com esta
multiplicidade Pessoa afirmou: “Tornando-me assim, um louco que sonha alto,
pelo mais, não um só um escritor, mas toda uma
_________________________.”
Comerciais literatura vanguardista personalidades artistas 1903 triste
imprensa prematuramente Mensagem Almada Negreiros 1905 Commercial
School Durban infância Março Torga 1914 padrasto tendência dois
Presença escândalo 1888 vivências Mário de Sá-Carneiro neurastenia
Lisboa

Fernando Pessoa e seus Heterônimos


Nascido em 13 de junho de 1888, em Lisboa, Fernando Pessoa liderou o movimento
modernista em Portugal, cujos ideais vieram à tona na revista Orpheu. Considerado um
escritor singular e muito criativo, foi através da heteronomia que Fernando Pessoa
alcançou o prestígio e o sucesso não só em Portugal, mas em toda a literatura universal.

Através de seus heterônimos, Fernando Pessoa mostrava seu vasto projeto artístico: seus
heterônimos tinham biografia, estilo e ideais próprios, eram diferentes uns dos outros.
Foram mais de 70 heterônimos criados, alguns desenvolvidos completamente, outros
não. Os mais marcantes foram: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Como ele mesmo, Fernando Pessoa tinha um forte traço nacionalista. Alimentava o
gosto pelo épico e fazia retomada às Grandes Navegações, época de grandes conquistas
para Portugal que foi apagado com o tempo.

Voltando-se para temas tradicionais, vemos ainda um traço saudosista nele.

Alberto Caeiro
Alberto Caeiro era o mestre de todos os outros heterônimos, além de ser mestre do
próprio Fernando Pessoa. Nascido em 16 de abril de 1889, Caeiro era órfão de pai e mãe
e viveu a vida inteira no campo com sua tia.

Fruto de um local bucólico, Caeiro defende a simplicidade da vida e seus


pensamentos são extraídos do contato com a natureza e a vida simples. Ele
procurava ver o real e como a realidade se configura de maneira simples.

Acreditava que os pensamentos do poeta - as sensações – eram obtidos por meio dos
sentidos do ser humano, sem a interferência do pensamento humano. Para ele, as coisas
“eram como eram”, não havia necessidade de pensar. Tudo era objetivo.

Caeiro faleceu em 1915, tuberculoso.

Ricardo Reis
Nascido em 19 de novembro de 1887, no Porto, Ricardo Reis tinha formação em
medicina. Exilou-se no Brasil porque não concordava com a Proclamação da República
Portuguesa. É uma face de Fernando Pessoa ligada ao clássico, à cultura greco-
latina.

Ricardo Reis valorizava a vida campestre e a simplicidade das coisas, mas ao contrário
de Caeiro, ele não se sente feliz e integrado à natureza, sentindo-se fruto de uma
sociedade decadente, que caminha para a destruição. Para Reis, o destino de todos já
havia sido traçado e só restava aproveitar a vida ao máximo.
Álvaro de Campos
Era a face mais ligada ao modernismo e ao futurismo. Nascido em 15 de outubro de
1890, em Távira, Álvaro é engenheiro formado em Glasgow, mas não exerceu a
profissão por não gostar de sentir-se preso em escritório.

É um homem voltado para o presente e sua poesia buscava transmitir o espírito do


mundo moderno. Teve três fases: decadentista, futurista e pessoal. Na fase decadentista
há uma ligação com o simbolismo, um descontentamento, o tédio em relação ao mundo
presente; na fase futurista vemos a ligação com o moderno e o tempo presente, que
passava por modernização; na fase pessoal, vemos questionamentos sobre si próprio,
descontentamentos e certo abatimento.

Exercícios de Fernando Pessoa


(PUC-SP/2006) Considerando os poemas de "O guardador de Rebanhos", que integram
a obra poética de Alberto Caeiro, é correto afirmar que nela

o entedimento do mundo e a interpretação da realidade resultam do extremo


racionalismo do eu-lírico.

a sensação do mundo e a radical opção pela natureza se fazem presentes aí mais


claramente, ao mesmo tempo que se dá a negação radical das metafísicas e das
transcedências.

o conhecimento direto das coisas e do mundo advém fundamentaalmente da


razão e mostra-se desvinculado da sensação.

o conceito de paganismo, presente na obra, define-se por uma postura anticristã


e pela negação do conhecimento do mundo sensível.

o contato com a natureza e o conceito direto das coisas impedem, na obra, a


existência de uma lógica igual á da ordem natural.

(UFBA/2000/Adaptado)

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada


E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio


E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro


E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida


Olhando para trás de si e tendo pena...

Assinale as características da poesia de Caeiro comprovável no texto.

repúdio ao misticismo.

desejo de integração plena com a natureza.

valorização das sensações visuais.

percepção de fragmentos de realidade.

descompromisso com o futuro.

visão de mundo marcada pela simplicidade do existir tão-somente.

negação da interioridade das coisas.

(UFRGS-RS/2005/Adaptado) Complete as lacúnas

 Ao concretizar o projeto de um poeta múltiplo, Fernando Pessoa cria


com diferentes , entre os quais Ricardo
Reis e Alvaro de Campos, com obras de tendência, respectivamente,
e .

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