Exegese 2Ts 2.5-8
Exegese 2Ts 2.5-8
Exegese 2Ts 2.5-8
6-8
1 - A visão que é mais popular é que aquele que Paulo identifica quem
o que está detendo alguém como sendo o Espírito Santo. O Espírito Santo
é, de fato, aquele que convencerá o mundo do pecado e do juízo. Assim,
argumenta-se, ele deve ser o que detém algo aqui em 2Ts 2. Esta
interpretação é particularmente gratificante para os pré-tribulacionistas,
que acham que essa identificação no texto deve ser uma outra prova
convincente “para um evento secreto” do arrebatamento antes da
tribulação. Eles alegam que o Espírito Santo está detendo o pecado em
geral e o homem do pecado (o anticristo) em particular. Assim, na opinião
deles, quando o Espírito Santo for retirado da terra com a igreja para o céu
no (suposto) arrebatamento Pré-Tribulação, a restrição do pecado terá
desaparecido da face da terra e o homem do pecado se manifestará ao
mundo. Admitindo que o Espírito Santo tenha um ministério especial
durante o tempo da grande tribulação, eles insistem que o Espírito Santo
retira o seu poder que contém a maldade e que as pessoas habitadas pelo
Espírito Santo não estarão mais na terra naquela ocasião do começo da
septuagésima semana de Daniel.
Sugerem-se quatro razões para aquele que O está detendo deve ser o
Espírito Santo. 1º - Em primeiro lugar, essa personalidade deve ser mais
forte do que Satanás. 2º - Em segundo lugar, esta é a era do Espírito Santo.
A obra de Deus está sendo realizada por meio dele. 3º - Em terceiro lugar,
o Espírito Santo é o que detém o mal (1Jo 4.4). 4º - Em quarto, o Espírito
Santo também conteve a maldade nos tempos do Antigo Testamento (Is
59.19b).
Curiosamente, alguns pós-tribulacionistas também tem esta visão.
Por três motivos. Primeiro, a contenção do mal deve ser a missão do
Espírito Santo porque alguns na igreja primitiva eram dessa opinião.
Segundo, ele deve ser o Espírito Santo porque, para impedir uma pessoa,
outra pessoa é necessária. E terceiro, porque esta identificação melhor se
ajustaria ao problema gramatical do neutro mudando para o masculino no
particípio.
Embora alguns pós-tribulacionistas concordam com aqueles pré-
tribulacionistas sobre a identidade do limitador, eles discordam sobre a
forma como se dará o lançamento de sua retenção. Os pós-tribulacionistas
insistem em que o Espírito Santo ainda habitará os crentes sobre a terra,
capacitando-os para o evangelismo durante este tempo de tribulação, e que
ele ainda vai regenerar os incrédulos que estiverem dispostos ao
arrependimento. Mas eles acreditam que o Espírito não mais atuará na
contenção do mal, para que Satanás trabalhe como lhe agrada.
Uma explicação muito inteligente é dada pelos proponentes deste
ponto de vista gramatical para a dificuldade de versos 6 e 7. Dizem que
Paulo usou o neutro no versículo 6 para o Espírito Santo porque a palavra
grega para espírito é neutro. Então, Paulo utilizou o particípio masculino
no versículo 7, porque o Espírito Santo é uma pessoa. Assim, Paulo, sem
qualquer indício ou aviso aos seus leitores, esperava que eles (e nós)
imediatamente percebessem o significado desta mudança sutil de gênero.
Rejeitamos esta manobra acrobática, porque em nenhum lugar da
passagem é feita a alusão ou é nomeado o Espírito Santo. Esta
interpretação viola o princípio de exegese que diz que se deve interpretar
as informações tendo em vista o contexto imediato. O contexto aqui, no
entanto, não sugere que o Espírito Santo é o que detém esse algo.
Além disso, uma regra fundamental de estado na gramática grega é
que um pronome, adjetivo, ou frase substantivo deve concordar em gênero
e número com a sua referência anterior. Para Paulo usar o particípio neutro
(que é uma frase substantivo) para designar o Espírito (pois o espírito é
neutro) exigiria que ele já nos falasse do Espírito. Mas desde que o Espírito
Santo não é indicado, nem a que alude o debate anterior, a referência
antecedente do particípio neutro não pode ser o Espírito Santo. Portanto,
devemos rejeitar essa visão, porque aceita-la nos obriga a comprometer o
contexto desta passagem da Escritura e as regras simples da gramática
grega.
2 – Outra teoria que foi exposta pelos pais da igreja e outros teólogos
é que Paulo estava se referindo ao Império Romano. Paulo menciona que
Deus tem ordenado governos para os seus propósitos em suas cartas (Rm
13.1-7).
Há uma grave lacuna deste ponto de vista, entretanto. Se o império
romano era a única coisa a atrasar a revelação do homem do pecado, e
sobre o seu afastamento o iníquo seria revelado, então por que ele (o
anticristo) não apareceu depois da queda de Roma? Quando o Império
Romano foi removido, o iníquo deveria ter sido revelado. Por esta razão,
outros sugeriram que o governo humano em geral é a força que está
segurando o homem do pecado. Mas esta visão faz muito pouco sentido,
porque o homem do pecado será a cabeça de seu próprio governo humano
mundial no tempo futuro do problema (cf. Ap 13.8,16,17).
5 Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava
convosco? 6 E agora vós sabeis o que O detém, para que a seu próprio
tempo seja manifestado.7 Porque já o mistério da injustiça opera;
somente agora há um que resiste até que do meio seja tirado; 8 E
então será revelado o iníquo,…
(2) A julgar pela sua declaração, “E agora vós sabeis o que O detém“, os
leitores de Paulo já deviam ter sabido o que/quem seria o katechon.
(6) A força que o detém estava atualmente ativa (pelo menos quando
Paulo escreveu esta carta, cf.v.7).
(7) Aquele que o detém tem uma restrição, uma limitação temporal na sua
atividade atual (cf.v.7 “até que …”).
(8) O mistério da iniquidade está ativo em pelo menos uma parte do mesmo
período que o katechon.
Quais são “estas coisas” que Paulo já tinha dito antes aos
Tessalonicenses?
“Não deixe que ninguém vos engane de qualquer modo, porque não será
assim sem que antes que venha a rebelião (ou seja, a apostasia) e o homem
do pecado seja revelado …” (2Ts 2.3). Aquelas atividades dos últimos dias,
incluindo a apostasia e o aparecimento do iníquo, devem ser satisfeitas
antes da vinda do Messias, segundo as Escrituras.
A Contenção e a Restrição.
Então agora que os leitores de Paulo são lembrados do que lhes havia
sido ensinado enquanto estava na residência com eles, continua Paulo “ E
agora vós sabeis o que o detém…” (2.6).
“No que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa
reunião com ele“.
tornar-se, ser, acontecer, levantar; vir a ser, ser nascido ou criado; ser
feito (de coisas), tornar-se algo (de pessoas), vem, vai; aparecer.
Todas essas acepções passam a noção da chegada ou a aparição do
sujeito, e não a sua remoção, como está traduzido.
(2) A julgar pela sua declaração, “E agora vós sabeis o que O detém“, os
leitores de Paulo já deviam ter sabido de quem seria o katechon.
(6) A força que o detém estava atualmente ativa (pelo menos quando
Paulo escreveu esta carta, cf.v.7).
(7) Aquele que o detém tem uma restrição, uma limitação temporal na sua
atividade atual (cf.v.7 “até que …”).
(8) O mistério da iniquidade está ativo em pelo menos uma parte do mesmo
período que o katechon.
Em oitavo lugar, o mistério da iniquidade e o que “detém” estão ativos
no mesmo período. O mistério da iniquidade irá atingir o seu clímax
quando aquele que detém
A vinda de Cristo for revelado ao mundo.
II Tessalonicenses 2.6-8a
Verso 6
καί kai (e)
νῦν nyn (agora)
εἶδον eidon (nós sabemos)
κατέχω katechō (que O detém)
εἰς eis (que)
αὐτός autos (ele)
ἀποκαλύπτω apokalyptō (pode ser revelado)
ἐν em (dentro)
ἑαυτοῦ heautou (seu)
καιρός kairos (tempo)
Verso 7
γάρ gar (visto que)
μυστήριον mystērion (o mistério)
ἀνομία anomia (da iniqüidade)
ἐνεργέω energeō ( Acaso)
ἤδη ēdē (já)
ἐνεργέω energeō (trabalha, resiste)
μόνον monon (somente)
ἄρτι arti (ele, um)
κατέχω katechō) (detém, resiste)
ἕως heōs [permitirá que], até
γίνομαι ginomai (ele sair)
ἐκ ek (fora do)
μέσος mesos (meio, caminho)
Veros 8a
καί kai (e)
τότε tote (então)
ἀποκαλύπτω apokalyptō (será revelado)
ἄνομος anomos (iníquo)(desprezador da lei)
ἀποκαλύπτω apokalyptō (revelado)
Verso 8b
ὅς hos (quem)
κύριος kyrios (o Senhor)
ἀναλίσκω analiskō (deverá consumir)
πνεῦμα pneuma (com o espírito)
αὐτός autos (de sua)
στόμα stoma (boca)
καί kai (e)
καταργέω katargeō (destruirá)
ἐπιφάνεια epiphaneia (com o brilho, esplendor).
αὐτός autos (de sua)
παρουσία parousia (VINDA).
Resumo