Danielle Euzébio Heinen
Danielle Euzébio Heinen
Danielle Euzébio Heinen
São Leopoldo
2016
DANIELLE EUZÉBIO HEINEN
São Leopoldo
2016
H468t Heinen, Danielle Euzébio
Técnica, materialidade e fenomenologia : estudo de caso no
Museu Iberê Camargo em Porto Alegre / por Danielle Euzébio
Heinen – 2016.
150 f. : il. ; 30 cm.
CDU: 72.036
Catalogação na Publicação:
Bibliotecário Alessandro Dietrich - CRB 10/2338
A todas as pessoas que, igual a mim, enxergam
a verdadeira essência da arquitetura expressiva
que causa impacto, emoção e sensibilidade no
ser humano.
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Jardel Heinen, por todo apoio, compreensão e inúmeras xícaras
de café.
Aos meus pais, Nina e Sebastião Euzébio, pelo incentivo e amor incondicional.
À minha amiga Alice Dauber, por todo suporte, dedicação e companheirismo
inclusive nas horas da madrugada.
À minha orientadora Professora Doutora Roberta Krahe Edelweiss que
incentivou e apoiou a minha pesquisa.
À UNISINOS e seus professores que me ensinaram toda a base da arquitetura
e me desafiaram a seguir em frente.
RESUMO
A arquitetura é uma arte, para ser utilizada por pessoas, e consiste em deslumbrar,
transmitir sensações e recordações. Vai muito além do aspecto de funcionalidade e
não se resume em construção de paredes. No entanto, a tecnologia está
continuamente evoluindo, acarretando transformações e exigências na vida
profissional, e um dos requisitos da contratação de um arquiteto é a execução e
finalização do trabalho, o mais rápido possível. Deste modo, esta aceleração vem se
refletindo na qualidade do projeto de arquitetura, a isto se soma a ansiedade do cliente
para receber o projeto arquitetônico. O objetivo geral desta pesquisa é a percepção,
a partir do ponto de vista dos três pilares da arquitetura: técnica, materialidade e
fenomenologia, e sua aplicação no projeto, desenvolvido por Álvaro Siza, na
Fundação Iberê Camargo. Os objetivos específicos buscam: verificar as relações
entre a técnica, a materialidade e a fenomenologia no Museu Iberê Camargo em Porto
Alegre, como caso exemplar; evidenciar a importância do estudo detalhado da
conexão entre os três pilares da arquitetura, como ferramenta para uma criação
capacitada a provocar efeitos sobre os usuários; apresentar através de uma pesquisa,
por amostragem, a percepção do usuário em relação à edificação do Museu Iberê
Camargo em Porto Alegre. A metodologia escolhida foi o estudo de caso e, a partir
dos dados coletados, por diferentes vias: pesquisa bibliográfica, questionários e
observação in loco, são discutidos e analisados. O resultado é uma contemplação
sensorial que reforça a tríade projetual da arquitetura: a técnica, a materialidade, e a
fenomenologia; sem deixar de observar o quanto os efeitos da evolução tecnológica
auxiliam no processo e desenvolvimento do projeto.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 ARQUITETURA PARA OS SENTIDOS ................................................................. 15
2.1 Arquitetura e Técnica ........................................................................................ 18
2.1.1 Termos significativos para a compreensão da técnica ..................................... 21
2.1.2 Visão geral de elementos, sistemas e organizações básicas........................... 29
2.2 Arquitetura e Materialidade .............................................................................. 32
2.3 Arquitetura e Fenomenologia........................................................................... 43
2.3.1 O homem como unidade de medida ................................................................ 46
2.3.2 Os sentidos como forma de percepção da arquitetura ..................................... 58
2.4 A arquitetura e a Virtualidade........................................................................... 66
3 PERCURSO METODOLÓGICO ............................................................................ 70
3.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 70
3.2 Coleta de Dados Utilizada................................................................................. 71
3.2.1 Pesquisa Bibliográfica ...................................................................................... 72
3.2.2 Questionário ..................................................................................................... 72
3.2.3 Observação direta ............................................................................................ 74
3.3 O objeto de estudo ............................................................................................ 75
3.4 Análise de Dados .............................................................................................. 75
3.5 Limitações.......................................................................................................... 76
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO ...................................................................................... 77
4.1 Da pessoa ao Museu: um pouco de Iberê Camargo....................................... 77
4.2 O Arquiteto e alguns de seus projetos ............................................................ 82
4.3 Um olhar de visitante para o Museu Iberê Camargo ...................................... 88
4.4 Técnica, materialidade e fenomenologia no Museu Iberê Camargo ............. 93
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 122
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 127
ANEXO 1: PLANTA SUBSOLO, ESTACIONAMENTO ABAIXO DA AVENIDA E
PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO ......................................................................... 139
ANEXO 2: PLANTA SEGUNDO E TERCEIRO PAVIMENTO ................................ 140
ANEXO 3: PLANTA QUARTO PAVIMENTO E PLANTA COBERTURA............... 141
ANEXO 4: CORTE TRANSVERSAL E LONGITUDINAL ....................................... 142
ANEXO 5: INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SISTEMA DE AR
CONDICIONADO .................................................................................................... 143
ANEXO 6: ARMAÇÃO DAS PAREDES E CONCRETAGEM DA LAJE ................ 144
ANEXO 7: EXECUÇÃO DAS PAREDES ............................................................... 145
ANEXO 8: CONCRETAGEM DAS RAMPAS E BASE DA ESQUADRIA .............. 146
ANEXO 9: ARMADURAS PAREDES, LAJE E RAMPA EXTERNA ...................... 147
ANEXO 10: PERFIS METÁLICOS E ÁTRIO APÓS CONCRETAGEM ................. 148
ANEXO 11: REVISTIMENTO DAS SALAS COM LÃ DE ROCHA ......................... 149
ANEXO 12: COLOCAÇÃO DE GESSO E SAÍDAS DE AR CONDICIONADO ...... 150
11
1 INTRODUÇÃO
1 Bauhaus – Escola de artes e ofícios fundada em Weimar, Alemanha, em 1919, por Walter Gropius,
transferida para Dessau em 1926 e fechada em 1933 em consequência da hostilidade nazista. Os
conceitos e ideias desenvolvidos na Bauhaus caracterizavam-se principalmente pela síntese entre
tecnologia, ofícios e estética do desenho, com uma ênfase no desenho funcional na arquitetura e nas
artes aplicadas. (BAUHAUS, 2016)
24
ASPECTOS
TÉCNICOS/
CONSTRUTIVOS
ASPECTOS ASPECTOS
LEGAIS FUNCIONAIS
PROBLEMA
ASPECTOS
ASPECTOS LOCAIS FORMAIS/
ESTÉTICOS
ASPECTOS DE
SUSTENTABILIDADE
Figura 7: Contexto
COMPONENTES DESCRIÇÃO
2 Natureza Singular: Termo utilizado pelo autor Francis D. K. Ching, para expressar a unificação de
diversos fatores que compõem a estrutura do edifício.
32
ORDEM CONCEITO
3 POZOLANA: É um composto que possui sílica reativa, que quando finamente moído e em contato
com cal atua como ligante hidráulico, confere ao cimento uma maior impermeabilidade, possibilitando
a sua aplicação e melhorando a sua performance em ambientes úmidos e subterrâneos.
(TERMINOLOGIAS ARQUITETÔNICAS)
4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS: são doenças expostas nas construções, consequências das
devido a uma série de reações químicas, também denominada pátina5, ao longo das
décadas a sua cor transformou-se em verde.
Os materiais e as superfícies possuem expressões e linguagens particulares.
A pedra expressa sua resistência e a sua longa escala de tempo geológica, o tijolo
remete a terra, ao fogo e as tradições atemporais da construção. O bronze recorda a
alta temperatura dos antigos processos de fundição e também o decorrer das décadas
demarcadas pela pátina. A madeira fala de suas duas fases, a primeira como uma
árvore em desenvolvimento e a segunda como um elemento para utilidade do homem,
elaborado pelas mãos de um marceneiro. Todos estes materiais falam, de forma
satisfatória, sobre suas transformações temporais. (PALLASMAA, 2013).
Já os materiais industrializados, como as chapas de vidro, metais esmaltados
e plásticos sintéticos, têm tendência a se apresentarem de maneira austera aos olhos,
sem irradiar sua essência material ou demonstrar sua idade. As edificações da era
tecnológica aspiram à perfeição atemporal, e não incluem a dimensão do tempo ou o
importante processo do envelhecimento, relacionando, inconscientemente, este
receio das linhas do desgaste e da idade, com o medo da morte. (PALLASMAA, 2011).
Ao comparar o mundo antigo da realidade e da causalidade experimentadas, a
era tecnológica possui um número cada vez maior de elementos ilusórios e imateriais.
Esta direção do irrealismo fantasioso é estimulada por tecnologias que trabalham à
frente dos limites da percepção sensorial e da mesma forma, por materiais cujas
características não mais podem ser reveladas pelos sentidos. (PALLASMAA, 2013).
Um dos mais recentes materiais deste mundo ilusório da transparência, reflexão e
espelhamento, é o vidro. Suas principais características se resumem em deslumbrar
e seduzir, apesar de que algumas vezes, as superfícies refletivas e espelhadas,
possam transmitir a sensação de isolamento, ou inclusive medo aos indivíduos.
5PÁTINA: Efeito oxidado, obtido artificialmente por meio de pintura ou pela ação do tempo, que dá
aspecto antigo às superfícies. A pátina natural é o processo de oxidação das tintas, metais e vernizes
que, ativados pela ação do tempo, vão se transformando pela ação da luz. É o caso do tom esverdeado
que se forma no cobre e no bronze, pela ação do tempo, ou inclusive através de tratamento por ácidos.
Também é o caso da cor amarelada que vemos em um quadro antigo. As pátinas artificiais é uma
espécie de restauração dando um novo aspecto à madeira, renovando-a ou transformando-a em uma
obra de arte. (TERMINOLOGIAS ARQUITETÔNICAS)
38
de obras excepcionais, em que inúmeras vezes, este material se mostra como o astro
no conceito de projeto. (MCLEOD, 2011).
As edificações expressam-se por mímicas e por identidades corporais
inconscientes, mediante seus volumes, suas formas, sua materialidade, sua escala e
detalhes, criando um mundo animista da arquitetura. As janelas são os olhos do
edifício, estes olhos podem ser generosos, acolhedores e desejar o bem, ou cruéis e
aterrorizantes. Vidraças quebradas expressam sentimentos dolorosos, como olhos
feridos e cegos. Os olhos da edificação, assim como os olhos do ser humano, podem
sofrer de uma doença tenebrosa ou até mesmo ficarem cegos; os vidros coloridos e
polarizados, seguidamente, causam a impressão de uma doença oftalmológica.
(PALLASMAA, 2013).
tempo nas superfícies da edificação, podem ser um alvo de pretensão dos arquitetos,
no qual os mesmos precisam estar cientes na elaboração de seus projetos. O
envelhecimento dos materiais, possivelmente, agregam características especificas
para a edificação, oferecendo questões esteticamente positivas, se estes efeitos são
previstos e controlados, considerando características do ambiente ao qual estão
inseridos, já mesmo no ato de projetar e na seleção dos materiais e técnicas
construtivas. (MOSTAFAVI e LEATHERBARROW, 1993).
Com base na técnica e na materialidade é possível, então, passar para a
relação entre a arquitetura e a fenomenologia, que combinam esses conceitos e
influenciam os seres humanos, como se apresenta a seguir.
6 Redução fenomenológica ou epoché requer a suspensão das atitudes, crenças e teorias, colocando
8 Fixista aqui tem a definição de mesmice, monotonia, que não evoluiu desde a sua criação.
9 Renascimento ou Renascença - Atividade, espírito ou período da revivescência humanística da arte,
letras e cultura clássicas, que tem início na Itália no século XIV e se estende até o século XVII,
assinalando a transição do mundo medieval para o moderno. (CHING, 2006, p.144).
10 Estética – Ramo da filosofia que trata da natureza da arte, da beleza e do gosto, com vistas a
estabelecer o significado e a validade dos julgamentos críticos de obras de arte. (CHING, 2006, p.10).
45
11 Proporção áurea significa que um segmento pode ser dividido de tal forma que o segmento total se
relaciona com a parte maior, da mesma maneira que a parte maior se relacionará com a menor. A
proporção áurea pode ser expressa geometricamente ou através de fórmulas. (NEUFERT, 2013, p.45).
47
Nesta linha de raciocínio, Peter Zumthor afirma que qualidade arquitetônica não
significa a obra estar publicada em páginas de renomadas revistas. Em suas palavras,
“Qualidade arquitetônica só pode significar que sou tocado por uma obra. [...] Uma
denominação para isto é a atmosfera” (ZUMTHOR, 2006, p. 11). O conceito de
atmosfera também se comprova através de Pallasmaa, pois a experiência presencial
51
na Casa da Cascata, conforme a figura 15, do arquiteto Frank Lloyd Wright, demonstra
a unificação entre a floresta do entorno, os volumes, as superfícies, as texturas e as
cores da casa. Os cheiros da floresta e os sons do rio se fundem a esta experiência,
tornando-a completa e exclusiva. A obra arquitetônica não pode ser vista em partes
isoladas, e sim, contemplada mentalmente e espiritualmente de forma unificada, ou
seja: “A boa arquitetura oferece formas e superfícies moldadas para o toque prazeroso
dos olhos.” (PALLASMAA, 2011, p.42).
por completo para os sentidos sensórios. O barulho do vento, das gotas da chuva
caindo sobre as folhas das árvores; os diferentes sons percebíveis ao caminhar acima
da terra, grama, folhas secas, pedregulhos ou areia; o cantar dos pássaros; além dos
perfumes e outros fenômenos; são inúmeras as sensações sonoras presenteadas
pelo ambiente natural, e as mesmas devem ser consideradas na criação da
arquitetura. (RHEINGANTZ e EMERY, 2001).
A distração das pessoas com a arquitetura, de maneira não intencional, pode
ser interpretada como uma decorrência do estilo de vida atual, pois o tempo conduz e
controla as atividades do homem, que passa a maioria de suas horas diárias, dentro
de um edifício, sem perceber a cor das paredes da sala em que esteve, por exemplo,
ou ainda, desconhecem os elementos que compõem a fachada do edifício em que
trabalha. A utilização dos preceitos da fenomenologia, como ferramenta projetual na
criação de projetos arquitetônicos, proporcionará aos usuários experiências cotidianas
mais interessantes na arquitetura. Além do envolvimento pleno entre o usuário e a
edificação, a partir de percepções e reavaliações das sensações que o ambiente
provocará no indivíduo. (KNEIB et al., 2013).
De acordo com Fuão (2004) “o sentido do espaço só existe a partir da
experiência do eu”, em vista disso, é o homem que confere existência aos ambientes
e as coisas. Refletir sobre um espaço, quer dizer refletir sobre si mesmo. O autor
menciona que o filósofo Merleau-Ponty enxergou o corpo como a principal referência
espacial, afirmando que é a partir do corpo, que surge a possibilidade de compreensão
dos espaços, sendo o espaço também uma extensão do próprio corpo.
A compreensão fenomenológica do espaço sustenta-se a partir da experiência
corpórea e existencial, e em meados dos anos 60 e 70 alguns teóricos do campo da
arquitetura contribuíram significativamente para esta ideia da percepção do espaço.
Entre eles citam-se os renomados arquitetos: Christian Norberg-Schulz, Josep
Muntañola, Charles Moore, Kevin Lynch e outros. (FUÃO, 2004).
A criação de conjuntos arquitetônicos interessantes deve estar aliada ao
conhecimento da multiplicidade de usuários. O arquiteto imagina sua obra recebendo
todo tipo de pessoas, crianças, jovens, adultos, idosos, portadores de necessidades
especiais, além disso, se preocupa com as diferentes culturas e pensamentos dos que
usufruem da edificação, projetada por ele. Pode-se então, perceber a
responsabilidade colocada sobre as mãos do arquiteto no momento da criação
58
• Audição
O som na arquitetura, na maioria das ocasiões, somente se é sugerido na
escolha de músicas ambientes, em que se busca eliminar os ruídos perturbadores,
59
criando uma seleção de ruídos que interessam, tanto para projetos de auditórios,
como para estúdios e igrejas. (KNEIB et al., 2013). No entanto, “Oiçam! Cada espaço
funciona como um instrumento grande, colecciona, amplia e transmite os sons. Isso
tem a ver com a sua forma, com a superfície dos materiais e com a maneira como
estes estão fixos”. (ZUMTHOR, 2006, p.29). De acordo com Ching a audição é o:
• Olfato
Pereira (2013) reconhece as qualidades do olfato na arquitetura, associando-o
em especial à memória e sensações consequentemente provocadas, devido a este
órgão sensorial. O olfato é estimulado de modo inevitável por todos e quaisquer
ambientes, porém se não possuir qualidades peculiares significativas, acaba por ser
despercebido pelas pessoas. Este sentido está completamente associado à memória,
sendo possível, a partir dos aromas e perfumes soltos pelos ambientes, a recordação
de experiências vividas pelos usuários. (KNEIB et al., 2013).
61
• Tato
As técnicas construtivas de antigamente envolviam o corpo humano
diretamente às obras arquitetônicas, possibilitando um contato íntimo entre o tato e a
construção. (KNEIB et al., 2013). Para que a percepção tátil seja explorada no campo
da arquitetura, é necessária uma associação entre os sentidos, que desperte a
curiosidade dos usuários em tocar a materialidade da arquitetura. Uma opção
interessante é a utilização de materiais naturais, uma vez que estes são convidativos
à experiência do toque, e por serem afetados pelas intempéries do tempo, tornam-se
ainda mais humanizados que os materiais sintéticos.
Toda a superfície cutânea é munida de terminações nervosas sensitivas, que
estão sujeitas a diferentes tipos de estímulos, permitindo assim circunstâncias
favoráveis de exploração do sentido do tato. Uma das alternativas é a utilização de
62
Gaston Bachelard, pressupõe que as mãos são capacitadas à imaginar: “Até mesmo
as mãos tem seus sonhos e pressupostos. Elas nos ajudam a entender a mais
profunda essência da matéria. É por isso que elas também nos ajudam a imaginar
[formas da] matéria”. (BACHELARD, 1982, p.107).
• Paladar
Os sentidos do tato e paladar são muito parecidos, “mas na experiência
sensitiva arquitetônica, o paladar interfere de forma metafórica e não prática”. (KNEIB
et al., 2013, p.186), já que não é de praxe as pessoas experimentarem os gostos dos
materiais construtivos. O sentido do paladar na arquitetura inclina-se para o lado
metafórico e não experimental. A obra arquitetônica, sendo ligada ao tato e a visão,
precisa ser fascinante, pois da mesma forma que um delicioso prato de comida
provoca um indivíduo e o faz salivar, a arquitetura, igualmente, deve estimular o
usuário à novas e prazerosas sensações. (KNEIB et al., 2013).
64
• Visão
O autor Ching (2006, p. 283) descreve o sentido da visão como o: “ato ou
capacidade de percepção através dos olhos”. E também expõe o termo ver como a
capacidade de:
As três etapas anunciadas pelo autor são: “recepção – nossos olhos são
atingidos por uma energia na forma da luz; extração – dessa energia recebida são
extraídos os elementos visuais básicos; inferência – com base nesses elementos,
inferências são feitas acerca do nosso mundo”. (CHING, 2006, p. 283). A atividade do
olho resume-se em ver e observar. Enxergar em um primeiro momento é um auxílio à
segurança do corpo; o observar tem início onde termina o enxergar, induzindo à
apreciação das imagens reveladas pelo olhar. (NEUFERT, 2013).
O arquiteto Juhani Pallasmaa (2013) acredita que a melhor maneira para
explicar os fenômenos da arquitetura é através das outras artes, e concorda com a
sugestão feita por J. H. Van Den Berg: “Todos os pintores e poetas são
fenomenologistas natos”. (BACHELARD apud PALLASMAA, 2013, p. 23). Esta
65
reflexão insinua que todos os artistas investigam as essências das coisas. Além disso,
as artes são criadas a partir de um princípio comum: todas são expressões da
condição de existência humana.
A arquitetura, a pintura e a escultura são reconhecidas como as belas artes.
Elas apelam aos olhos do mesmo modo que a música apela aos ouvidos. No entanto,
a arquitetura não é considerada apenas com base no apelo visual, pois uma obra
arquitetônica afeta todos os sentidos humanos – audição, olfato, tato, paladar e visão.
(CHING, 2006).
Figura 23: Olhares
Neste ambiente em particular, o cliente, que muitas vezes não tem a ideia de
como irá dispor os móveis, do projeto de iluminação, das cores a serem escolhidas,
consegue visualizar através do projeto desenvolvido. Assim, imagina a textura do
tapete, do conforto, das cores, entre outros detalhes e, se não gostar, pode sugerir
modificar, refazer o ambiente. Essa possibilidade permite que não seja desperdiçado
tempo nem custo com materiais, móveis e decoração que não sejam adequados ao
espaço. Entretanto, não há nada que substitua o toque, o gosto, o cheiro de um
ambiente real.
3 PERCURSO METODOLÓGICO
• Questionário;
• Observação direta;
As técnicas de coleta de dados, descritas por Yin (2001) apresentam ainda
alguns princípios essenciais para o estudo de caso. Conforme o autor é importante a
utilização de mais de uma técnica de coleta com várias fontes disponíveis para isso.
Também se faz necessário organizar os dados coletados de forma acessível, criando
tabelas que facilitem a análise dos mesmos. E, por fim, é importante manter o
encadeamento das evidências coletadas para que o estudo seja confiável.
3.2.2 Questionário
Quando este estudo teve início, ainda em 2015, foi realizada uma pequena
pesquisa no dia 14/06/2015, com pessoas que visitaram o Museu Iberê Camargo, para
fazer uma amostragem de público em um domingo. Foram contatadas diversas
pessoas, algumas não responderam, então, a amostra se restringiu a 15 (quinze)
visitantes. Como o foco principal deste estudo não é o olhar do visitante em relação à
construção, os dados apresentados no capítulo 4 servem para reforçar a importância
do projeto desenvolvido por Siza. Foram feitas 5 (cinco) perguntas. A primeira tinha
como objetivo, traçar um perfil destes visitantes. As outras 4 (quatro) questões eram:
2 (duas) objetivas e 2 (duas) dissertativas.
Conforme Aaker, et al. (2001) a construção de um questionário é considerada
uma “arte imperfeita” e, por isso, não existem procedimentos exatos que garantam
que seus objetivos sejam alcançados, e com a qualidade de informações que se
73
TIPO QUESTÃO
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
74
3.5 Limitações
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
14 Todas as informações foram coletadas a partir do site da Fundação Iberê Camargo. Disponível em:
http://www.iberecamargo.org.br/site/default.aspx Acesso em 07 set. 2016.
78
Além da vasta coleção de obras, Iberê escreveu livros, ou foi tema de livros
publicados sobre a sua pessoa e obra. Entre eles destacam-se:
• Gaveta dos Guardados. Iberê Camargo, Augusto Massi (Org.) de 2009;
• No andar do tempo. Iberê Camargo de 1988;
• A gravura. Iberê Camargo de 1975;
• Conversações com Iberê Camargo. Lisette Lagnado de 1994;
• Iberê Camargo: origem e destino. Vera Beatriz Siqueira, 2009;
• Resumo. Antonio Olinto, 1954
• Quando nem sempre a morte vence: episódios da guerra do pé-de-
curica. Nilson do Monte Rezende, 1989.
Ainda neste mesmo ano, Iberê Camargo lança uma série de obras, intituladas
“Fantasmagorias”, denotando assim a mudança de perspectivas da modernidade para
a pós-modernidade. (CRUZ, 2011, s.p.). Destaca-se a seguinte obra:
80
Em 1995, um ano após sua morte, a Fundação Iberê Camargo, que utilizava
como sede a própria residência de Iberê, buscou um novo local para estabelecer-se.
O grande propósito da Fundação era a preservação do Acervo de Iberê, além de
disponibilizar e aproximar o público deste artista contemporâneo, um ícone do século
XX. Sua esposa reuniu o acervo, guardado ao longo da carreira e doou todas as obras,
para iniciar o projeto institucional. A nova sede da Fundação Iberê Camargo foi
inaugurada em 2008. Tem como visão, missão, programas e projetos o seguinte:
Visão
Ser um centro de excelência dedicado à obra de Iberê Camargo e à
reflexão sobre arte moderna e contemporânea.
Missão
Preservar o acervo, promover o estudo e a divulgação da obra de Iberê
Camargo, e estimular a interação dos públicos da Fundação com a
arte, cultura e educação, a partir de programas interdisciplinares.
Programas e projetos
81
Iberê Camargo ficou eternizado pela sua vasta coleção de obras e, com a
construção da Fundação e Museu que levam seu nome, foi imortalizado pelo arquiteto
Álvaro Joaquim Melo Siza, que entre outros projetos idealizou o edifício, projetou,
executou e certamente está entre um dos seus projetos mais conceituados, como Siza
mesmo se refere à Iberê em uma entrevista:
De acordo com a entrevista realizada com Álvaro Siza, por Dantas (2009), na
qual questiona sobre o processo projetual do arquiteto para com as experiências
sensoriais, Siza responde que para criar um projeto, o profissional necessita dominar
completamente o espaço, e para isto é preciso conhecer o edifício mentalmente. Para
Siza, quando o profissional está a ponto de finalizar a criação dos ambientes, exige-
se do arquiteto a habilidade de se imaginar no espaço em que se projeta de maneira
em que o edifício esteja preparado para receber seus usuários.
De longa distância, a Casa Chá estabelece a sua expressividade formal, sem
entrar em conflito com a paisagem, conectando-se de maneira harmoniosa com o
lugar na qual foi inserida, encontra-se "cuidadosamente integrada num afloramento
rochoso que, em certos locais, quase parece invadir o espaço interior". (JODIDIO,
2013, p.15). Nesse sentido, fica evidente que Siza iniciou o projeto a partir das
características topográficas do local. (MARTINS, 2009)
Nota-se a preocupação do arquiteto com a satisfação dos usuários em suas
obras, seus projetos são pensados e elaborados para seres humanos, com
pensamentos, sentimentos e vontades. Isto se confirma com o cuidado minucioso de
85
Nas obras do arquiteto Álvaro Siza ecoam as vibrações das origens, incitam
respeito e emoções intensas. Tais obras, nem sempre são refinadas ou elegantes,
falando-se em termos estéticos evidentemente, no entanto, sua arquitetura expressiva
e impactante desperta a sensibilidade no ser humano. (PALLASMAA, 2013).
Álvaro Siza, um dos arquitetos contemporâneos com grande tendência em
mesclar o senso da tradição com uma expressão pessoal exclusiva, ressalta: “Os
arquitetos não inventam nada, eles transformam a realidade”. (FRAMPTON, 2002,
p.18 apud PALLASMAA, 2013, p.16).
Por fim, destaca-se o projeto realizado por Álvaro Siza do Pavilhão Português
da Expo 98, que fica as margens do Tejo, em Lisboa Portugal. Um projeto audacioso,
com uma enorme estrutura que tem apenas 20 centímetros de espessura, que
conforme David Langdon:
Esta pesquisa não está pautada nos questionários entregues para os visitantes
do Museu. Entretanto, os dados coletados são fontes de estudo e auxiliam na análise
conceitual que será apresentada no subcapítulo 4.4. Nesse sentido, foram feitas 5
(cinco) questões. A primeira estabelece o perfil do visitante e após são feitas 2 (duas)
objetivas e 2 (duas) dissertativas.
Antes de responder a primeira questão, era preciso traçar um perfil dos
visitantes. Assim, perguntou-se: sexo, idade, profissão, e nível de escolaridade. 9
(nove) visitantes eram do sexo masculino e 6 (seis) femininos. A idade varia entre 19
(dezenove) e 65 (sessenta e cinco) anos, um perfil bem diversificado. Em relação ao
nível de escolaridade, todos os respondentes tinham o ensino superior completo, e 3
(três) possuem mestrado. Esta questão chamou a atenção. Será que os visitantes de
museus são apenas as pessoas com um grau de escolaridade maior?
Essa questão não tem uma resposta simples. Talvez no momento da pesquisa,
não havia nenhuma exposição que atraísse o olhar para outro tipo de público, no
entanto o Museu Iberê, através de parcerias e oficinas, se destaca com a programação
de 28 de agosto de 2016, disponibilizada pelo site da Fundação:
paladar 1 14
audição 2 13
visão 1 14
olfato 1 14
tato 1 1 13
2%
Previsível
2% 7%
5% Surpreendente
Espiritual
27%
Sensual
Clássico
24%
Moderno
Tranquilo
2%
Excitante
Sóbrio
31%
Extravagante
12
10
10
8
6 5
4
2
0
SIM NÃO
Cada respondente podia justificar a sua escolha. Assim, o quadro traz algumas
das respostas coletadas.
Para cada visitante foi deixado um espaço para que ele escrevesse o que seria
um projeto arquitetônico com qualidade. Dentre as diversas respostas ressaltam-se:
a luminosidade, a acessibilidade, as proporções, entre outras características Nesse
sentido, foram destacadas as seguintes frases:
“Aquele que me passa sentimentos, como uma forma ou textura, ou algo que me
remeta à lembrança que vivi.”
“Que promova o bem estar e com boas soluções na integração com o meio
ambiente.”
16 STAR SYSTEM: Um grupo de oito a dez arquitetos que vão deixando suas marcas, cada qual com
uma linguagem, visando o espetáculo. O arquiteto do star system engrandece sua própria imagem
através desta arquitetura monumental. (BECKER, 2014, s.p.)
17 EFEITO BILBAO: É um exemplo paradigmático pelo uso que se fez do edifício como estratégia de
desenho urbano. Nesse caso, a imagem da arquitetura empregada para gerar crescimento econômico,
político e social. (DORFMAN, 2008, s.p.)
95
Álvaro Siza demonstra sua grande apreciação para com o lugar em que projeta,
sendo que para ele “a arquitetura está no sítio”. É possível até mesmo afirmar que é
graças a esta amarração entre seus edifícios e a paisagem envolvente, que sua
arquitetura passou a ser reconhecida. A partir de uma sensibilidade original, Siza
consegue fazer com que a expressão do lugar reflita sobre os elementos da obra
arquitetônica: “um sítio vale pelo que é, e pelo que pode ou deseja ser – coisas talvez
opostas, mas nunca sem relação”. (SIZA, 1995, p. 65). Este conceito assume um
papel central na criação arquitetônica do museu da Fundação Iberê Camargo, como
uma solução eficaz para o envolvente local, e suas respectivas condições oferecidas.
(ALMEIDA, 2012).
Siza, em uma entrevista realizada no ano de 2009 pela arquiteta Adriane De
Luca (2010, s.p.), faz uso do termo atmosferas, assim como o arquiteto Zumthor, para
se referir a uma obra arquitetônica. Siza utiliza o termo para se expressar sobre as
particularidades do sítio, comentando que não são apenas as características físicas
do lugar, mas também as da “atmosfera” encontrada em Porto Alegre, que o
entusiasmaram na elaboração projetual do museu.
Para Siza muitos fatores influenciaram seu projeto, entre eles as relações que
se estabeleceram com a cidade, o rio, a luz e a beleza da escarpa. (DE LUCA, 2010,
s.p.). Concebido a partir de uma conspiração de relações formais e visuais com o
cenário em que se encontra, resultou no domínio de uma volumetria vertical de
concreto branco, inserida no pedaço mais largo do terreno, sobressaindo-se com um
conjunto de menores volumes que configura uma série horizontal que se adaptam
sobre a porção plana do lote. Considerado como um positivo da encosta pelo próprio
Siza, a volumetria dominante do museu manifesta caráter dual, constituindo diálogos
com sensibilidades distintas encontradas na arquitetura contemporânea.
Figura 40: A paisagem torna-se mais uma obra de arte a ser contemplada pelos visitantes.
Deve igualmente ser capaz de acolher o que quer que seja. (SIZA
apud JODIDIO, 2013, p.35).
demais sentidos, como por exemplo, o tátil, nele é despertado a curiosidade do toque,
na materialidade descoberta pelo sentido da visão. "O homem vê a criação da
arquitetura com seus olhos, que estão a 1 metro e 70 centímetros do solo". (LE
CORBUSIER, 1959, p.164).
As texturas, materiais, luzes, sombras, cores, geometria, identificação entre o
construído e o natural, são igualmente testemunhados pelo sentido da visão, como
dito anteriormente, cuja seleção, cuidadosamente elaborada por Siza, permite
interpretações fenomenológicas, e consequentemente, estimula e provoca sensações
nos visitantes. “Os olhos colaboram com o corpo e os demais sentidos. Nosso senso
de realidade é reforçado e articulado por essa interação constante”. (PALLASMAA,
2011, p.39).
O encontro ao vivo com o museu Iberê Camargo revela uma experiência única
de ligação entre a paisagem e a volumetria compacta branca do edifício; os aromas
da cafeteria e da vegetação ao fundo, os sons do lago Guaíba, os ruídos da
movimentada Avenida Padre Cacique. Nesse sentido, a arquitetura do museu gera
um todo indivisível de sensações. A obra arquitetônica deste museu não é apenas
experimentada como uma representação visual, mas também em sua existência
material e espiritual completamente corporificada através de sua técnica construtiva e
decorrente materialidade.
“A imaginação e a fantasia são estimuladas pela luz fraca e pelas sombras.
Para que possamos pensar com clareza, a precisão da visão tem de ser reprimida,
pois as ideias viajam longe quando nosso olhar fica distraído e não focado”.
(PALLASMAA, 2011, p.44). Possivelmente, Siza, seguindo este mesmo raciocínio,
atribuiu como estratégia de projeto, a utilização de iluminação suave para os túneis
do museu, com a intenção de estimular a imaginação dos visitantes, em cada
“esquina” ou curva, uma surpresa.
Ao experimentar o museu, sucede-se uma transferência recíproca, na qual as
emoções do corpo são cedidas ao espaço e o espaço cede sua aura ao corpo de
quem o experimenta. Estimulando assim, as percepções e pensamentos dos usuários.
As experiências arquitetônicas mais impactantes são aquelas que envolvem todos os
sentidos humanos ao mesmo tempo, por isso, é importante salientar e reforçar a ideia
de projetar para todos os cinco sentidos, permitindo a conexão do usuário ao espaço
projetado, e simultaneamente proporcionando experiências fenomenológicas
exclusivas e memoráveis aos mesmos.
121
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Técnica
TRÍADE
PROJETUAL
Materialidade Fenomenologia
REFERÊNCIAS
ARGAN, Giulio Carlo. Walter Gropius e a Bauhaus. Rio de Janeiro: José Olympio,
2005.
BRAWNE, Michael. Architectural Thought: The design process and the expectant
eye. Oxford: Architectural Press, 2003.
CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. Trad.
Ivo Barroso. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CAMARGO, Iberê; MASSI, Augusto (org.). Gaveta dos guardados: Iberê Camargo.
São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 135
CARR, Nicholas. “Is google making us stupid?” Agosto, 2008. Disponível em:
<http://www.theatlantic.com/magazine/archive/2008/07/is-google-making-us-
stupid/306868/>, acesso em ago/2016.
CHING, Francis D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 2.ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2008.
COMAS Carlos Eduardo Dias. GIUSTINA, Marcelo Della. CALOVI, Ricardo. Fundação
Iberê Camargo: a transparência do concreto. Arqtexto. N.13, 2008, p. 122-145.
Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/22300> Acesso em 25 set.
2016.
CORBUSIER, Le. Por uma arquitetura. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2014.
129
DE LUCA, Adriane. Entrevista com arquiteto Álvaro Siza. Abril, 2010. Disponível
em: <http://www.iberecamargo.org.br/site/revista-lugares/revista-lugares-entrevistas-
detalhe.aspx?id=1549>, acesso em set/2016.
FIGUEIRA, Jorge. Álvaro Siza: Modern redux. 1. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
GIL, Antonio C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 2008.
GRAVES, Robert. A deusa branca: uma gramática histórica do mito poético. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
HOLANDA, Marina de. Clássicos da Arquitetura: Igreja de Santa Maria / Álvaro Siza.
30 Jun. 2012. ArchDaily Brasil. Disponível em:
http://www.archdaily.com.br/56992/classicos-da-arquitetura-igreja-de-santa-maria-
alvaro-siza Acesso em 08 set. 2016.
KLOSS, Cesar Luiz. Materiais Para Construção Civil. Curitiba: CEFET, 1991.
LAWSON, Bryan. How Designers Think: The design process demystified. 4. ed.
Abingdon: Routledge, 2006.
132
MAHNKE, Frank H. Color, environment, & human response. New York: John Wiley
& Sons, 1996.
MONTANER, Josep Maria. Museus para o século XXI. 1. ed. Barcelona: GG, 2003.
NEUFERT, Ernest. Arte de projetar em arquitetura. 18. ed. São Paulo: Gustavo Gili,
2013.
NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da arte. 5. ed. São Paulo: Editora Ática,
2010.
PÁTINA. IN: Terminologias Arquitetônicas. Professor Paulo Pinhal. 13. Fev. 2009.
Disponível em: <http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2009/02/o-que-e-
patina/> Acesso em 25 set. 2016
PORTAL VITRUVIUS. Sede da Fundação Iberê Camargo. Projetos, São Paulo, ano
08, n. 093.01, Vitruvius, set. 2008 Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/08.093/2924> Acesso em 20 set
2016.
SANTOS, Luís J. Casa de Chá da Boa Nova reabre como restaurante. 18 jul. 2014.
Disponível em: http://p3.publico.pt/cultura/arquitectura/12998/casa-de-cha-da-boa-
nova-reabre-como-restaurante Acesso em 08 set. 2016.
SANTOS, Juan Domingo. El sentido de las cosas: una conversación con Álvaro
Siza. El Croquis, Madrid, n.140, 2008.
SEGRE, Roberto. Museus brasileiros. 1 ed. Rio de Janeiro: Viana & Mosley, 2010.
136
SERAPIÃO, Fernando. Álvaro Siza: Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Rio
Grande do Sul. Arte total: detalhes e interiores. Projeto Design. Edição 341. 01 jul.
2008. Disponível em: <https://arcoweb.com.br/projetodesign/especiais/alvaro-siza-
fundacao-ibere-camargo-parte-4-01-07-2008#> Acesso em 02 out. 2016.
SIZA, Álvaro. In: LLANO, Pedro de; CASTANHEIRA, Carlos. Álvaro Siza: Obras e
Projectos. Lisboa: Electa, 1995.
SPIKOL, Liz. Louis Kahn's Esherick House - Now With Color Photos. Curbed.
Philadéphia. 15 jun. 2012. Disponível em:
<http://philly.curbed.com/2012/6/15/10361460/louis-kahns-esherick-housenow-with-
color-photos> Acesso em 25 set. 2016.
TESTA, Peter. Álvaro Siza. 1 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
VAN DER VOORDT, Theo J. M.; VAN WEGEN, Herman B. R. Arquitetura sob o
olhar do usuário. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
ZEIN, Ruth Verde. Oscar Niemeyer. Da crítica alheia à teoria própria. 13 dez. 2012.
Arquitextos 151.04. Tributo à Niemeyer. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.151/4608> Acesso em 25
set. 2016.
ANEXOS
139
Concretagem da laje.