Pierre Weil Esfinge Estrutura e Misterio Do Homem PDF
Pierre Weil Esfinge Estrutura e Misterio Do Homem PDF
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ESFINGE:
ESTRUTURA
E
MISTÉRIO
DO
HOMEM
Do mesmo autor:
EM FRANCES:
5. Relations Humaines entre les parents, les enfants et leurs maitres - DUNOD,
Paris, 1963.
EM PORTUGUÊS:
10. A sua Vida e seu Futuro - Ed. Civilização Brasileira, Rio 1962.
EM ESPANHOL:
19. Relaciones Humanas entre los Alumnos, sus Profesores y Padres - Ed. Kapeluz,
Buenos Aires, 1965:
HERMANN HESSE A. A. NEHER (257)
Ao Professor Jorge Kriticos, sem o qual este livro provavelmente nunca teria
sido escrito, a expressão de nossa profunda gratidão e ao seu Mestre" Sevananda"
o nosso reconhecimento pela sua gentil indicação de fontes bibliográficas esotéricas.
NOTA:
Este livro foi objeto de uma tese de Doutoramento na Universidade de Paris, tendo recebido menção
honrosa.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
É Obvio que aprendi muito cedo a relatividade cultural dos ritos religiosos; a
leitura de Voltaire nos meus estudos secundários, e a dissertação francesa, em que
se cultivava o levantamento da tese, da antítese e da síntese, me levaram a chegar,
aos poucos e por mim mesmo, à conclusão de que todas as religiões eram
parecidas, e que também as religiões dividiam os homens; eu sonhava com uma
espécie de "associação católica dos judeus protestantes a favor do maometanismo
budista". Lembro-me que isto era objeto de brincadeiras em casa.
Quando conheci o Brasil, era quase fatal que eu gostasse deste país, misto
que é, como eu, de várias culturas e de várias raças. Creio que os meus vinte anos
de vida no Brasil muito me favoreceram também nesta análise da esfinge, pois
enquanto eu realizava pesquisas sobre o nível mental da popuilação ou sobre as
reações emotivas eletrocultâneas, tomava contacto aos poucos com o estranho
mundo da macumba, dos candomblés da Bahia e da umbanda.
Certo dia, num mercado da zona amazônica, encontrei uma estrela de Davi,
de madeira, com a cruz cristã dentro dela; que bonito símbolo unitário em relação ao
meu passado...
- A maioria das esfinges tem três elementos: as de dois, quatro e cinco são
mais raras.
- A serpente está presente em mais da metade.
- O leão e a águia são os mais freqüentes.
Civilização de N° de
N° de Esfinges
origem Elementos
2 3 4 5
Egípcia 8 1 7 8 8 7
Persa 3 2 1 3 1 1 3 3 1 1
Assiria 2 1 1 2 1 2 2 2
Grega 2 2 2 2 2
Outras 6 1 4 1 6 4 1 4 1 2
Total 21 2 13 4 2 21 16 4 11 13 1 1 2
Quadro 1
— Existem tradições que afirmam que a parte traseira das esfinges seria de
boi, quando a parte dianteira é de leão: e, quando as patas são de boi, o corpo seria
de leão. São fatos difíceis de verificar, a não ser por um estudo anatómico de todas
as esfinges, o que implicaria um deslocamento de especialistas junto de cada
modelo original.
A iconografia de Dessenne nos foi muito preciosa, pois nos permitiu uma
base estatística mais sólida para fazer certas demonstrações. A primeira delas é a
que vamos fazer logo a seguir: refere-se ao número de elementos nas esfinges da
amostra colhida por ele.
Antes, porém, queremos ainda fazer uma ressalva: seria de todo desejável
que esta estatística fosse controlada por especialistas em arqueologia ou etnologia,
pois, tanto no que se refere à serpente, como às asas, surgem certas dúvidas,
felizmente minoritárias, suscetíveis de modificar um pouco os dados que ora
publicamos.
Esses dados estatísticos vão nos permitir precisar melhor o que entendemos
por "esfinge".
N de Elementos Natureza Frequência
3. TENTATIVA DE DEFINIÇÃO
O grande Larousse Enciclopédico (236) define a esfinge ou "sphynx" como
monstro que era filho de Equidna e de Tífon no mito de Édipo. Vem do grego e da
palavra egípcia, chepes ou chepes-ankh, e significa um leão deitado ou em pé, em
geral com cabeça de homem.
Papus (178) e Wirth (199) incluem também o boi como elemento das
esfinges. O mesmo faz Cirlot no seu dicionário de símbolos, quando escreve: "Ser
fabuloso composto de partes de ser humano e de quatro animais. A de Tebas tinha
cabeça e seios de mulher, corpo de touro ou cachorro, garras de leão, cauda de
dragão e asas de águia" (177).
Muitos definem a esfinge com asas, pensando nas esfinges gregas ligadas à
lenda de Édipo.
Assim sendo, temos que tomar partido entre dois tipos de definições que
encontramos: o sentido restrito ao leão e homem com eventuais asas e serpente, ou
o sentido lato, que inclui também o boi neste conjunto polimórfico.
Este livro, com intenção de abrir uma clareira na mata virgem das.
Interpretações simbólicas sobre as esfinges, tratará o problema da esfinge de
maneira genérica, como se pertencessem à mesma "'cultura todas as esfinges
existentes no mundo.
Acontece que o nosso estudo não é estilístico, mas sim simbólico, antes de
mais nada. Ora, os elementos componentes das efinges de todas estas civilizações,
como o atesta o trabalho de Dessenne, não se dissociaram através dos tempos. O
estilo evoluiu; as posições, o sexo, as asas, a forma da serpente, a barba ou o
chapéu, mudaram de estilo. As nossas estatísticas mostram que há também
variações de número de elementos. Mas um fato permanece: os mesmos elementos
são reencontrados em várias civilizações e cobrindo cinco milenares no tempo, pelos
menos (269).
Vamos, agora, abordar a análise simbólica da esfinge no seu todo. Isto será
feito no próximo capítulo e continuado nos capítulos posteriores, a partir da análise
de cada animal.
CAPÍTULO 2
A Esfinge como Símbolo?
4. INTERPRETAÇÕES SIMBÓLICAS DE ESFINGE
Quando começamos a procurar, em diferentes autores, seja esotéricos, seja
cientistas sociais ou humanos, esbarramos numa grande dificuldade. Além de serem
poucos os que abordaram o problema da esfinge de maneira extensa, as hipóteses
aventadas eram bastante diversas e, pelo menos em aparência, muitas vezes
contraditórias. Monografias ou livros sobre esfinge são rarissimos.
Disse Paul Brunton, a respeito da esfinge de Giseh, que ela encarna a força
do leão, a inteligência do homem e a serenidade espiritual dos deuses. Ela nos
ensina que o ser humano, mediante o domínio de si próprio, pode sobrepor se ao
animal que traz no seu interior, e dominá-lo. Faz ainda referência á serpente ou
Uraeus frontal (176).
É nos livros sobre o Tarô Adivinhatório (119, 200) que encontramos grande
número de interpretações simbólicas a respeito da esfinge, pois ela aparece em
quatro ou mais cartas do baralho, o qual é depositário uma tradição esotérica muita
antiga, pois tudo indica que, como veremos mais adiante, há correspondência entre
o Tarô dos ciganos e a cabala hebraica. Encontramos três destes jogos: embora o
estilo das imagens difira de um jogo ao outro, as esfinges aparecem nas mesmas
cartas. Oswald Wirth e Papus, principalmente, escreveram obras de síntese sobre o
Tarô. É nelas que encontramos explicações bastante esclarecedoras sobre o
simbolismo da esfinge e sobre os animais que a compõem. Vamos, aqui, resumir as
idéias expostas, pois iremos voltar a elas em outras partes do presente livro.
Quadro III
1 2 3 4
Relações de parentesco Relações de Matança de Nomes evocando dificuldades de
superestimadas parentesco Monstros andar corretamente
subestimadas
Cadmo procura sua
irmã Europa, raptada
por Zeus
Édipo mata o Pai Lábdaco (Pai de Laio): "Coxo" (?)
laio Laio (Pai de Édipo): "Torto" (?)
Édipo: Pé-inchado (?).
Édipo imola a
esfinge
Édipo esposa Jocasta, Etéocles mata o seu
sua Mãe irmão Polinice
Antigona enterra
Polinice, seu irmão
violando a interdição
Ela representa a perversidade do homem, visto como ser animal. dipo, pela
sua enfermidade no pé, é impossibilitado de se elevar acima do animal. Ele mesmo
é obrigado a andar com uma bengala, isto é, com "três pernas"; para lutar contra a
banalização, contra a morte do espírito, ele precisaria erguer se sobre dois pé (211).
De qualquer modo, esta breve digressão etimológica já nos indica que muito
provavelmente a esfinge não era apenas um deus. Pode ter sido adorada como tal
pelo povo que não tinha a formação necessária para perceber o seu valor simbólico.
Mas tudo indica que, para os sacerdotes, tinha outro significado, significado este que
Moisés levou e transmitiu na cabala, como reação à idolatria que reinava no Egito na
sua época.
Com efeito, seria um contra senso muito grande Introduzir numa religião
monoteísta um Deus feito de animais alados. Além do mais Moisés proibiu
terminantemente a confecção de qualquer imagem, e quebrou as primeiras tábuas
da Lei, por causa do ídolo de ouro. Ora, apesar desta proibição, Moisés recebeu
ordem de colocar dois querubins de ouro na Arca da Aliança, e, ainda mais,
reproduzi-los de modo artístico nos tapetes do Tabernáculo (73). Que estátuas
importantes!... Acontece que os querubins aparecem já no Gênese (74) guardando o
caminho da árvore da vida, depois da expulsão de Adão e Eva. O rei Salomão
mandou colocá-los no Templo de Jerusalém (75-76). E os querubins reaparecem na
cabala (78), exatamente na árvore da vida ou sefiroth's numa ordem hierárquica de
Anjos. Ezequiel descreveu os animais da esfinge na sua visão (77) e São João no
Apocalipse (112). Mais tarde os monges medievais reproduzem na pedra os animais
da esfinge, como simbolizando os quatro evangelistas em torno de Cristo, da mesma
forma que os Filhos de Horus. Esta comparação foi feita por Jung (79), a respeito do
símbolo quaternário (Fig. 10). Mercúrio também aparece com animais da esfinge
(14).
" Quando os israelitas chegarão no mês de Tischri, terão eles o apoio do lado
direito. do Messias filho de Davi, que é simbolizado pelo leão... O Messias, filho de
Davi, é o leão do lado direito do carro lado de Abraham. O Messias filho de Josef, é
o touro que está ao lado esquerdo do carro, lado de Isaac. A águia que está no meio
do carro simboliza Moisés (ou Jacó), é a "Coluna do Meio". O Schin do nome de
Moisés designa as três figuras dos Patriarcas, chamados os "Leões da Manha". Eles
são do lado direito, do lado do leão. Do lado esquerdo se encontra o touro que
combate. No meio se encontram as águias (315).
O primeiro texto se encontra no Gênesis "... E assim que Ele expulsou Adão;
e Ele colocou no oriente do Jardim do Éden os querubins que agitam uma espada
flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida" (74).
Mais tarde, Jeová ordena a Moisés: Tu farás dois querubins de ouro, tu os
fará de ouro batido, às duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim
numa extremidade e o outro querubim na outra extremidade. Tu farás os querubins,
saindo do propiciatório as suas duas extremidades. Os querubins estenderão as
suas asas por cima, cobrindo o propiciatório com as asas e fazendo frente um ao
outro. Os querubins terão a face virada em direção ao propiciatório... entre os dois
querubins, colocados sobre a arca do testemunho, é que lhe darei todas as minhas
ordens para os filhos de Israel" (73). Como eram importantes estes querubins!
Mas não contente com isto, Deus ainda mandou tecer querubins nos dez
tapetes do Tabernáculo: ..."Tu representarás neles querubins artisticamente
trabalhados"... (73).
Mas a história não pára aí. Voltam os animais no Novo Testamento em São
João descrevendo o Apocalipse:... "Diante do trono, estão queimando sete luzes
ardentes que são os sete espíritos de Deus. No meio do trono e em volta dele, há
quatro seres vivos com olhos na frente e atrás. O primeiro ser vivo é semelhante a
um leão; o segundo, a um boi; o terceiro ser vivo tem face de um homem e o quarto
ser vivo parece uma águia que voa..." (II 2). As sete luzes lembram estranhamente a
Candelabro de Sete Velas, isto é, a árvore da vida.
O Egito tinha os seus ritos secretos, aos quais só iniciados tinham acesso,
entre os quais os Faraós (e provavelmente Platão, Pitágoras e Moisés).
Uma das obras que permitirá talvez, através de uma analise estruturalista,
compreender melhor a esfinge e controlar, as hipóteses levantadas no presente
trabalho, é o Livro dos Mortos egípcio. Como o mostra Kolpaktchy na sua
Introdução, o Livro dos Mortos consta de Capítulos ou Cânticos que são uma
espécie de vulgarização dos Mistérios Iniciáticos dos egípcios. Estes mistérios eram
muito bem guardados até a queda da VI dinastia, aproximadamente 2.400 aC. e
eram reservados para uma elite (reis, conselheiros íntimos e altos dignitários).
Houve, nesta época, uma "traição" destes mistérios, que permitiam alcançar a vida
eterna. Houve uma espécie de "socialização" deste direito. Graças a esta
socialização do direito á imortalidade da alma, temos hoje documentos escritos que
nos permitem uma idéia do que constavam estes "mistérios". Continua, no
entretanto, um sistema de codificação hermético que impede maior compreensão
destes textos. Será necessário, diz o autor, reconstituir uma "egiptologia esotérica",
pois a simples tradução dos hieróglifos não leva a nada (267).
Com efeito, há indícios na Bíblia que mostram que, além do texto bíblico
propriamente dito e destinado ao povo, havia uma tradição oral, transmitida por
Moisés aos sacerdotes escolhidos por ele. Moisés seguiu nisto o método dos
sacerdotes egípcios. Para estes, a mesma palavra podia ter o sentido próprio,
figurado ou simbólico, ou ainda hieroglífico ou numérico (81, 307).
Cristo continuou esta tradição, pois São João (82) também distingue estes
dois tipos de ensinamentos quando disse textualmente:.."quando eu lhes visitei, não
foi com uma superioridade de linguagem ou sabedoria que eu fui lhes anunciar o
testemunho de Deus... No entanto, é uma sabedoria que pregamos entre os
perfeitos, sabedoria que não pertence a este século, nem aos chefes deste século...
são coisas que o olho não viu, que o ouvido não ouviu e que não subiram no
coração do homem".
Assim, estátuas como a esfinge podiam muito bem significar um deus para o
uso externo e ser portadora de mensagens simbólicas intencionalmente deixadas
pelos seus autores. O mesmo pode se dizer dos ritos que tinham um valor mágico
para o povo e eram apenas símbolos para os sábios.
9. A POSIÇÃO DA ESFINGE
É possível também que a posição da esfinge assuma determinado
significano. Com efeito, a estatística que fizemos com os dados de Dessenne
acusou os seguintes fatos:
Posição Freqüência
O Teste do QUI' nos permite afirmar com alta segurança que a maioria das
esfinges está em pé nas quatro patas (algumas andando); em segundo lugar vêm as
efinges deitadas ou sentadas. Poucas são as efinges em posição ereta. Isto significa
que quase duzentas efinges assumem uma posição especificamente animal,
enquanto só dezoito têm uma posição intencionalmente humana.
11. O SEXO
O sexo das esfinges mereceria uma estatística. Existem algumas esfinges
com seios de mulher ou cabeça tipicamente feminina.
Eis outro exemplo no que :;e refere ao leão, exemplo que encontramos no
li vro dos Mortos Egípcio, a respeito de Tum, que segundo Dessenne seria a esfinge.
" Os traços gerais transmitidos pela mãe formam quatro tipos gerais: cara de
homem, cara de leão, cara de boi e cara de águia" (312).
14. O BOI
No Teste de Rorschach o touro e o boi são vistos por vários autores como
símbolos de:
No Teste de "Bestiaire" de Zazzo (277), a vaca foi vista por crianças como
representando:
Bondade, serviçalismo
Maldade
Gordura
Solidão
Matável
No Egito, uma cauda de touro era enrolada nas costas da cintura dos faraós,
isto até o Império Romano.
Apis era deus solar dos egípcios e era representado por um touro em
Mênfis. Encarnava o deus Ptah (265).
15. O LEÃO
O leão simbolizava a realeza. O penteado dos faraós era representado por
uma juba de leão. Bastaria lembrar aqui, quase como lugar comum, o "leão da
Judéia". No Bhagavad Gitá, o "Verbo Divino" afirma que entre as feras é o leão (31).
O leão para os cristãos representava a coragem do cristão (36). Para os egípcios do
tempo dos faraós, simbolizava ele a impulsividade (41). Temos também o sentimento
em geral, a nobreza de alma, em "Ricardo Coração de leão". São Marcos era
representado por um leão, pois era a fogosidade da voz que pregava no deserto
(36).
16. A ÁGUIA
A águia simboliza, para os antigos, a vista penetrante a quem nada escapa
(42), isto é, a inteligência, a mente. Era também a ave de luz solar, pois era o único
pássaro capaz de olhar o sol em frente. Por isto, Horos, o deus do sol radiante que
vence a escuridão (43 - 44) (Figs. 17 — 18 — 19). Pelas mesmas razões foi escolhida a
águia para simbolizar São João, pois este olhava o céu pela frente (36) (Fig. 10). Daí
ela ter se ligado ao sol. Os discos solares alados egípcios, caldaicos, assírios e
Vucatan no México, são provas disto (45) (Fig. 20). No Bhagavad Gitá o "Verbo
Divino" disse que entre as aves é a águia (31) e nos Vedas encontramos a afirmação
de que" A luz divina, o olho da águia jamais envelhece" (46). Assim, a ave representa
também aeternidade, a contemplação das coisas eternas do cristão (34). É também
vista como mensageiro e mediador entre o homem e os deuses. Foi a águia que se
apoderou do Soma Hindu e o levou para os deuses (40). Para os mortos é o ..
psicopompa" e nas igrejas medievais a águia representava a Ascensão de Jesus
Cristo (36). Para os hindus era a Ave de Vichnou, para os gregos simbolizava Zeus,
e para os romanos, Júpiter. Desde então passou a significar também o poder dos
imperadores, de onde a expressão águia imperial. No seu mito, Prometeu
representava o aspecto involutivo do homem e a águia o aspecto evolutivo (42).
17. A SERPENTE
A serpente passou praticamente despercebida nas descrições das diferentes
esfinges, sobretudo por causa do seu tamanho minúsculo relativamente ao corpo e
porque era percebida apenas como a Uraeus que todos os faraós tinham na sua
testa. Pensava se que a serpente fazia parte da indumentária do faraó e por isto se
encontrava nas esfinges. Na realidade, como já o vimos, o boi e o leão também
estão presentes na indumentária e na esfinge também, e as asas da águia cobrem o
túmulo de Tutancamon (49).
Nada melhor para ilustrar esta afirmação do que estes versos que
encontramos no "Livro dos Mortos" egípcio:
Além disto, convém lembrar que, ainda segundo o Gênesis, a árvore da vida
era guardada por querubins que, na realidade, eram esfinges (241), sentados em
direção ao oriente, tal qual a esfinge de Giseh, isto é, em direção, à fonte de energia
solar. Asmodeu, príncipe dos 'infernos, com a cabeça de touro, de homem e de
carneiro, pé de águia e cauda de serpente (ver Fig. 16), (dos cinco, quatro animais
que se encontram na esfinge), seria ao mesmo tempo, Ismael a serpente que
seduziu Eva. Teria sido dominada por Salomão, que o obrigou a ajudá-lo a construir
o templo (54). Ora, os querubins, como já vimos, também se encontram no templo de
Salomão, com o candelabro de sete velas, que também simboliza a árvore da Vida
(Fig. 34).
Há uma ilustração no Livro dos Modos egípcio que mostra uma serpente
saindo do corpo do defunto e voando no espaço. Seria a energia que deixa o corpo
(Fig. 24) guardado pela esfinge.
Total 148
Temos aqui, juntos numa lenda, o boi, a águia, a serpente e a "planta" que
pode talvez ser a árvore da vida.
Tanto a águia como a serpente lidam com a energia solar. Tanto isto é
verdade que se encontram quase sempre juntos no disco solar alado (Viu. 20). Ou,
como mostra Cirlot, em relação complementar (Hg. 21), a águia como princípio
celeste e a serpente como princípio ctônico (245).
Assim é possível que algumas (ou muitas) esfinges tenham sido isoladas do
seu contexto. Além disto, não sabemos quantas esfinges foram encontradas, já
isoladas dos objetos que foram esculpidos ou gravado sou ainda desenhados juntos.
Assim mesmo um fato parece saltar aos olhos, mesmo do leigo: a freqüência
alta e estatisticamente significante, (t = 5,4) de estruturas arborimórficas.
Entendemos por estruturas arborimórficas todo desenho reproduzindo árvore ou
partes de árvore, ou formas tipicamente de árvore. Isto vem de encontro às
constatações feitas à respeito da serpente ligada à árvore da vida.
"Tudo isto está aliás Acifrado" nos ritmos cósmicos: não há mais do que
decifrar o que o cosmo "diz" pelos seus múltiplos modos de ser, para compreeender
o mistério da vida. Ora, uma coisa parece evidente: que o cosmo é um organismo
vivo, que se renova periodicamente. O mistério da inesgotável aparição da vida é
solidário do renovamento rítmico do cosmo. É por essa razão que o cosmo foi
imaginado sob a forma de uma árvore gigante: o modo de ser do cosmo e em
primeiro lugar a sua capacidade de se regenerar sem fim é expressa simbolicamente
pela vida da árvore.
Diz o Mestre: "Os caminhos são dois; as grandes perfeições, três; seis as
virtudes que transformam o corpo na árvore da sabedoria".
Comentando este trecho do "Livro dos Preceitos Áureos", Blavatsky diz que
a árvore da sabedoria é o título dado aos adepto; do Bodhidharma, que atingiram o
conhecimento místico. Tinha também o nome de árvore dragão (242 - 243).
E depois de o ter criado, reinando sobre toda natureza da terra, tal como
Deus, lhe foi no entanto proibido de se nutrir "da árvore do conhecimento do bem e
do mal" (60). O resto da história a gente já conhece.
É de São João esta afirmação: "... Sabemos que n'Ele e que Ele mora em
nós..." (62).
Moramos como de
"O homem é tudo o que é,
O que foi e o que será,
É também dono do imortal
Cujo alimento supera o seu crescimento.
... Todos os seres são um quarto da sua medida
Os outros três quartos são o imortal no céu" (59).
O candelabro de sete ramos que Deus mandou construir por Moisés na Arca
da Aliança, conjuntamente com os querubins, também tinha três de cada lado (Fig.
34). O texto bíblico (63) se refere de modo inequívoco a uma árvore, já que emprega
25. A CABALA
É cabala judaica que encontramos um sistema numérico, muito semelhante.
É a figura dos dez sefiroth's ou números (ver Fig. 38). O texto da cabala, segundo
várias tradiçoes, como já dissemos, foi. introduzindoentre os judeus pelo judeu
egípcio Moisés. Este, por sua vez, a teria tirado, além dos egípcios, de bibliotecas de
Tebas que continham livros sagrados de tempos mais antigos (os atlantas e igreja
de Ram) ainda assim como tradições orais de Abraão, cujo nome se assemelha
estranhamente com Brama. Abraão teria sido representante, segundo uma lenda
(89), de um colégio de sacerdotes da Caldéia.
Assim sendo, tanto pelos rastros de árvores da vida, como textos antigos e
análises semânticas, chega se a fortalecer a hipótese de que grande parte das
tradições esotéricas de todas as culturas humanas se encontram sistematizadas na
cabala (85).
A palavra cabala tem radical egípcio kheb e hebraica khebb ou khebbet, que
significa esconder, trancar, e ai que pode ser traduzido como tomar. Assim cabala
significaria "ciência deduzida de princípios escondidos". Outra interpretação é que
cabala em hebraico significa "tradição" (85), uma definição aliás completa a outra. A
cabala seria um conjunto de princípios 'científicos transmitidos por tradição.
3 2
N
5 4
8 7
10
Além dos traços ligando os números ou canais, existem ainda outros canais
(ver Fig. 39) sendo que o número total destes é de vinte e dois, correspondendo às
vinte e duas letras do alfabeto hebraico, e a vinte e dois números. Os canais são as
vias de relação entre os dez números.
2. A dualidade
-5 4+
10
3. Ternário
4 5
7 8
1
10
4. Quaternário
Assim o n° 10 com "a", "c", formam quatro elementos. Por su vez "a"
contém os números 1, 2, 3, que constituem o elemento de compenetração e de
li gação com b. Já apenas sob este aspecto numérico, se nós analisarmos o número
de elementos das esfinges (ver Quadro 1), verificaremos que temos:
A própria pirâmide tem o quaternário na sua base, o ternário nos seus lados,
e acaba sintetizada na unidade do seu ápice. Ver, por exemplo, o significado
matemático da grande pirâmide, descrito por Ghyka (212).
Com efeito, há textos que mostram claramente isto. Por exemplo, o Livro dos
Mortos egípcio, que tem vários milhares de anos de idade, reza: "Homenagem a Ti,
Deus Grande, Senhor da Verdade e da Justiça". Do mesmo modo inscrições
hieroglíficas da terceira e quarta Dinastia falam repetidas vezes em "Deus, Deus UM,
Deus o Único". Os assírios simbolizavam a palavra de Deus por El de onde o nome
hebraico Elohim (92).
Quem viu as duas esfinges de Suza (Fig. 6), dominadas por uma roda alada,
dificilmente poderá duvidar do valor simbólico da esfinge. A roda alada está aí para
realçar que a pluralidade da esfinge está englobada numa unidade.
De outro lado, a "religião", como a temos descrito nas mãos dos sacerdotes
e iniciados por eles, era muito mais uma ciência, ou uma pesquisa da natureza do
homem e do universo, do que uma adoração de estátuas. Os próprios deuses eram
na realidade símbolos de que era considerado pelos sacerdotes como forças da
natureza. Assim, uma esfinge composta de carneiro ou de águia podia representar
Ammon e Horas. Ora, Ammon-Rê era o deus solar, e tinha como símbolo a roda
alada, isto é, a unidade ou infinito como já o vimos. Era a representação de Deus em
Tebas e do absoluto ou unidade cosmo lógica para os Sacerdotes.
Como disse o sábio chinês Lao Tsé: "Onde se encontra o rei pontífice,
cresce a árvore da vida" (96). Ora, será por acaso que justamente na árvore da vida
hebraica (tão longe da China...), isto é, nos sefiroth's o Alef ou número Um tem como
nome: Kether, a coroa, enquanto o número dez, o lod, tem como nome Malchut, o
Reino? Vejam só: A coroa e o reino de um mesmo rei ( Fig. 39).
Com efeito a letra Um Alef é simbolizada pelo Ein Soph que é o infinito
representado pelo círculo (ou zero também). Este círculo se divide em dois, tal com
a letra Alef é composta de dois pares de lods. Ora, Lao Tsé fala em "Transformações
da Via".
"Tudo se faz por contraste. Da luta dos contrários nasce a mais bela
harmonia".
É interessante notar, "en passant", que nos sefiroth's, o canal número vinte e
dois ( Fig. 39), que une o lesod (ou fundamento) ao Malchut (reino), é representado
pela letra Tau, que lembra estranhamente o Tao (via) chinês. Esta letra corresponde
justamente à via que une a última letra do sistema à letra príncipe lod ou dez.
Assim Lao Tsé, Heráclito, como os cabalistas, nos indicam que a unidade,
para chegar à multiplicidade (dos dez mil seres), tem que passar pela dualidade.
"Saibas que a alma do homem é uma só, mas que as suas operações são
numerosas e diversas, e que algumas dentre elas são chamadas, às vezes, de
almas, o que pode fazer crer que o homem tem várias almas. Estas palavras são
muitas vezes empregadas pelos filósofos. Elas enumeram só os seus diferentes
atos, os quais são em relação à alma inteira como as partes em relação ao todo"
(294).
E agora, Merleau Ponty. "...Pareceu nos que matéria, vida, espírito, não
possam ser definidos como três ordens de realidade ou três es.as sim como três
planos de signifcação ou três formas de unidade" (293).
Além disto, todas as suas pesquisas indicam que estas totalidades estão em
constante evolução e que uma estrutura é na realidade um sistema de
transformações.
Em segundo lugar, muitas esfinges estão colocadas aos pares, (ver Fig. 6)
em geral uma na frente da outra.
O Yin e o Yan. no entanto, não são separados por divisões herméticas (Ver
Fig. SI). Há constante passagem de um estado ao outro; o ponto preto no branco e
vice versa estão a indicar que há sempre um pouco de positivo no negativo e um
pouco de negativo no positivo. A forma do S mostra a oscilação (em serpente que
significa também energia que a move) entre os dois estados. No negativo há sempre
um pouco de positivo, num homem perverso há sempre elementos de bondade,
mesmo em grau mínimo. E a esfinge nos indica que em todo homem há um animal,
ou vários conforme a esfinge.
Há uma constante alternância de ação (Yan) e repouso (Yin) Isto vale tanto
para as pulsações galácticas quanto para as estações do ano ou os raios cósmicos.
No "Há-Do" chinês (Fig. 44), que tem muita semelhança com a árvore
sefirótica, o binário é representado pelas cores branca e preta. O branco está em
cima (Yan) e o preto em baixo (Yin). Os três pares de três elementos parecem
representar a evolução das proporções Yin Yan, dentro do círculo que representa o
Absoluto e o ciclo do eterno recomeço. Este Absoluto, ou Tao, é a lei ou força
equilibrante que regula a pulsação universal.
Este Eu (humano ou cósmico) para existir tem que gerar um Não Eu. Isto só
se poderá fazer por uma divisão em duas partes. Dez dividido por dois dá cinco. Ora,
o número Cinco em hebraico é representado justamente pela letra Hei.
Como o homem é uma imagem de Deus, Adão para passar a existir também
teve de se desdobrar em macho e fêmea, em princípio positivo e negativo, em Yin e
Yan. Daí a imagem simbólica de Eva tirada de uma costela de Adão. Assim, antes
do estado terrestre, teria havido, segundo a tradição cabalística, vários seres Adão-
Eva reunidos num só. Assim Adão teria sido, na sua origem, um ser andrógino, o
"Adam-Kadmon". O amor é o terceiro elemento que tende a eliminar a contradição
homem-mulher. Esta terceira força de atração leva o homem a procurar
indefinidamente recobrar a unidade perdida.
Com efeito, o Vau corresponde ao número Seis dos sefiroth's (Fig. 39), que,
como já o vimos, representa a beleza (Tiphereth), a harmonia ou o amor.
Rabbi Simeon Ben Yochai, nos seus comentários do Sepher Dzeniuta diz
que no simbolismo tradicional, a parte de baixo equivale à esquerda. O lado direito
corresponde ao branco, o lado esquerdo corresponde ao preto (204). Em outras
palavras o positivo é representado à direita e em cima, o negativo, à esquerda e
embaixo. O que está embaixo é negativo em relação ao que está em cima. O que
está à esquerda é negativo em relação ao que está à direita. Assim sendo, em
função da sua posição, um positivo pode-se tornar negativo e vice-versa. Estamos
em plena relatividade.
Idéia idêntica encontramos expressa por Gurdjeff. Para ele as forças ativas,
passivas ou neutralizantes, só aparecem assim no seu ponto de encontro. Assim por
exemplo, num corpo composto de quatro elementos ou centros (mais adiante
voltaremos sobre estas idéias), o elemento superior é sempre positivo em relação
aos elementos inferiores que ele domina (205).
49), junto de símbolos bipolares (Letra dupla Beth, simbolo do Yin Yan, chão xadrez
branco e preto, quarto minguante de lua) de maneira duplamente (ainda dois)
negativa.
- NEGATIVO + POSITIVO
K= 11
R= 20
V= 6
B= 2
Total: 39
4 = 1 + 2 + 3 + 4 = 10
10 = 1 + = 1
Caph K - 11 = 3
Resch R = 20 = 3
VAU V - 6 = 3
Beth B - 2 = 3
Pela redução teosófica, todas as quatro letras são simbolizadas pelo número
três.
A soma trinta e nove, obtida mais acima, nos indicaria que temos um ser
composto de três partes (o primeiro 3). Cada uma das suas partes é composta
também de três partes (três vezes três dá 9). Temos por conseguinte, quatro três.
Além do nome Schinan a própria letra Schin, que é composta de três lod,
também representa os três animais, dentro do nome de Mosche (Moisés). Eis o que
fala o Zohar:
"A letra Schin do nome de Moisés é o emblema dos três ramos principais
cuja escritura diz: "Todos os quatro à direita tinham uma face de homem". Ora, pode
se ver que, além da figura de homem, há no Carro de Deus três outras figuras: o
leão, o boi e a águia. As letras Mem e He do nome de Moisés designam o homem,
quarta figura do carro" (314).
A redução teosófica dos três seis de São João, que disse que é um "número
de homem", é de 333, pois cada 6 corresponde a 3.
E de novo, a árvore da vida, cujo sentido foi conservado pelos sábios judeus
até os nossos dias no sistema sefirótico, nos permitiu reagrupar os elementos
esparsos das nossas pesquisas, num modelo único.
núcleo
protoplasma
A membrana
— O ectoderma
- O mesoderma
- O endoderma
- mundo superior
- mundo mediano
- mundo inferior
Cada mundo, por sua vez, se desdobra em três mundos de tal forma que um
dos "mundos" seja a localização do mundo que se desdobre, e os dois outros o
reflexo dos dois outros mundos, o que podemos representar do seguinte modo,
tomando como exemplo o mundo mediano:
Os três grandes membros têm, cada um, uma função principal ligada ao
nível em que se encontra colocado: o maxilar permite a linguagem oral (águia); os
braços são os órgãos a expressão e sentimentos e as pernas sustentam o nosso
corpo.
Quadro V
Cérebro
3) ÁGUIA
(Cabeça)
2) LEÃO
(Tórax) Vasos Sangüíneos sangue
Coração
Estômago
Quadro VI
Intelig ência
3) ÁGUIA
Sentimento
Intestinos
Reflexo
1 2
Neschamah Rouach
(vontade) (vida)
(NOUS) (EPITVMIA)
Nephesch
(corpo)
(PSYCHE)
Existe uma gravura medieval (Fig. 40), que mostra a árvore sefirótica da
cabala aplicada ao homem, com os seus três ternários.
Convém lembrar, "en passant", que foi Moisés que introduziu esta divisão
ternária nos seus livros ou Sepher e que foi o mesmo Moisés que colocou os
querubins na Arca da Aliança.
Quadro VII
LEPTOSSÔMICO ESQUIZOTÍMICO
ECTOMÓRFI CERBOTÔNI
ATLÉTICO EPILEPTÓIDE MESOMÓRFICO SOMATOTÔNICO
É neste terceiro ponto que muitas discussões ainda estão em urso, mais
especialmente diante de objeções metodológicas de amostragem ou teóricas de
natureza psicossociológicas.
Luria mostra, então, que atualmente se aceita como fato demonstrado que o
cérebro, como sistema auto regulado, consiste em última instância de três unidades
funcionais básicas, ou "blocos"
- Próton (Positivo)
- Nêutron (Neutro)
- Eléctron (Negativo)
A energia contida no átomo foi liberada graças à aplicação da famosa
fórmula de Einstein: E: mc2
- Matéria
- Espaço
- Tempo
Cada um desses elementos pode ser, por sua vez, dividido tradicionalmente
em três partes. Vejamos:
- Passado
- Presente
- Futuro
- Comprimento
- Largura
- Altura
- Sólidos
- Líquidos
- Gases
— Estrelas (Sóis)
— Satélites
— Planetas
— Reino Mineral
— Reino Vegetal
— Reino Animal
- O Uraeus frontal
- A juba do leão
- A cauda de touro enrolada nas costas da cintura.
É curioso que a esfinge aparece ainda três vezes no tarô, sempre em cartas
vitais do ponto de vista da numerologia.
A segunda vez, a esfinge se apresenta sob forma binária (Fig. 50), isto é,
duas esfinges guiando um carro quadrado (símbolo quaternário da obra realizada).
Inúmeros símbolos lembram o domínio do espírito sobre a matéria: o cetro
remontado por um triângulo (símbolo do espírito), por um quadrado (símbolo da
matéria) e por um círculo (símbolo da eternidade). As duas esfinges representam as
forças ativas e passivas, atreladas ao carro e dominadas pelo seu condutor. O
conjunto da carta corresponde à sétima sefira da cabala e significa a vitória do
espirito sobre a natureza (125) (Fig. 50).
Há: num ritual judaico muito antigo, algo de parecido: são as quatro espécies
vegetais usadas na festa de Sukkoth (127).
Função de guardiã
Cerimônia iniciática
Idéia de dominar monstros para
Chegar à iluminação após
Vários estágios de "metamorfose"
À procura de domínio, coesão e equilíbrio entre os elementos
De um ternário da estrutura humana bastante conhecido de todas as
escolas esotéricas (carne, espírito, alma)
De um ternário temporal: passado, presente, futuro, também já associado
com a esfinge por vários autores.
Jung (10 - 128) insistiu várias vezes em relação ao simbolismo de heróis que
matam animais ou monstros. Segundo ele, trata-se de um arquétipo simbolizando a
luta do homem contra a sua libido, contra a sua parte animal. A respeito do material
de fantasias trazido por Miss Miller, que inclui o aparecimento da esfinge do Egito,
analisando o símbolo da esfinge a partir da teogonia grega, Jung lembra o caráter
incestuoso da mãe da esfinge, Equidna, que era uma mulher formosa em cima e
uma horrenda serpente embaixo. Além disto, a esfinge foi gerada pela união de sua
mãe com o próprio filho desta, Geríon , que foi vencido por Hércules, que também
domou o leão, de Neméia, outro irmão da esfinge.
Isto mostra que os antigos eram freudianos antes de existir Freud. Aliás, há
um texto muito inesperado, no Bardo- Thödol, o Livro dos Mortos tibetano, que
mostra que há vários milênios já se conhecia a relação edipiana. Descoberto por
Jung, reproduzimo-lo aqui. Ao fazê-lo, nosso intuito é apenas mostrar que a hipótese
de os autores da esfinge terem também pensado no domínio das primeiras relações
incestuosas e no seu recalque, visando garantir a evolução do homem, esta dentro
do possível. E agora vamos ao texto, bastante perturbador para nós se
considerarmos a idade em que foi escrito: "Se se deve nascer macho, o sentimento
de ser um macho desperta no "Cognoscente" e um sentimento de ódio e de ciúme
em relação ao pai e de atração em relação à mãe será sentido. Se se deve nascer
fêmea, o sentimento de ódio intenso em relação à mãe, de atração em relação ao
pai é sentido (1).
SERPENTE - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - LIBIDO
HOMEM - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - EGO
ÁGUIA - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - SUPEREGO
LEÃO - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ID
Boi -------------------------- ID
A serpente representa a energia, a libido de Freud, que pode ser usada pelo
ego em vários níveis. No nível do boi, as pessoas encontrarão os prazeres da mesa,
dos sentidos e das relações puramente genitais ou sensuais.
Essa opção foi muito bem sintetizada por Papus, cuja iconografia
reproduzimos na Figura 58. O homem pode escolher entre três tipos de esfinges
como objetivo de vida (301).
A sua tese principal é que estamos todos adormecidos, num estado limite
entre o sono e o estado de vigília. Experiência clássica e simples que ele sugere
para tomarmos consciência deste estado é. a que consiste em tentarmos ouvir um
relógio, concentrarmo-nos nele sem pensar em outra coisa. Ninguém consegue isto
mais de alguns segundos. Voltamos a pensar, em função dos nossos
condicionamentos próprios. Na vida real, só de vez em quando "despertamos":
quando, por exemplo, dizemos para nós mesmos: "Que interessante, eu estou
deitado numa rede à beira-mar".
Gurdjeff passou a sua vida procurando desenvolver uma quarta "via", pois
achava que poucos conseguem chegar ao quarto estado pelas três primeiras. A
quarta consistia numa abordagem simultânea e .consciente dos três "centros". Ao
morrer, falou para os seus discípulos: "Deixo-os em maus lençóis"... (138)
Vamos tentar agora fazer o mesmo com a concepção que parece ser
expressa pelo destaque feito na esfinge à pessoa humana, a qual é sincrônica com
a idéia do quarto estágio evolutivo, que encontramos em todos os sistemas
iniciáticos esotéricos de que temos conhecimento, conforme o resumo que
acabamos de apresentar.
Como o mostra Levy Valensi, temos uma tendência a perceber este conflito
apenas nos níveis mais elevados. Por exemplo: o conflito corneliano entre o amor e
o dever. No entanto, ele já se situa ao nível animal, ao nível da reflexologia
Pavloviana, onde aparecem os conflitos entre excitação e inibição (145). Logo, situa-
se também ao nível do boi, em linguagem de esfinge.
Diz Skinner que com frequência o indivíduo vem a controlar parte do seu
próprio comportamento quando uma resposta tem consequências conflituantes, isto
é, quando decisões alternativas levam a reforços, tanto positivos como negativos.
Por exemplo, o comportamento de beber álcool é seguido de reforços positivos de
elação, libertação de tensões, confiança em si mesmo, mas é seguido de punições,
tais como a ressaca, a desaprovação social, a perspectiva de um "delirium tremens",
as consequências de eventual perda de controle.
Asas (tanto do disco solar como das esfinges): amarelo, alaranjado (parte
exterior).
Na carta n° Sete, uma esfinge branca e uma esfinge preta. A esfinge branca
representa as forças do bem e a esfinge preta, as forças do mal (Fig. 50).
Quadro IX
Schneider fez uma análise das origens musicais dos símbolos animais em
várias culturas. Demonstra ele que a música nasceu pela imitação, pelos primitivos,
dos ruídos da natureza, mais particularmente dos sons emitidos pelos animais.
Como os animais representavam também "espírito" da natureza, ou divindades,
assim como tinham cedas características temperamentais, além de estarem mais ou
menos ligados à terra, à água, ao ar ou céu, foi-se elaborando progressivamente.
Seria impossível reproduzir aqui todas as descobertas feitas pelo Autor, pois
o seu livro comporta uma análise bastante detalhada dos sistemas musicais
confrontados com os sistemas cosmológicos, religiosos e tradições de várias
culturas. Podemos, no entanto, reproduzir um quadro resumindo algumas das
correspondências encontradas nas suas pesquisas (Quadro X).
NOTA: Toda palavra entre aspas não foi possível a tradução. Quadro X
No que se refere mais especialmente aos "tetramorfos", Schneider fez uma
descoberta na liturgia romana, ligada às suas hipóteses sobre as correspondências
entre animais e notas musicais. Reproduzimos aqui, na sua íntegra, o parágrafo
relacionado com o tetramorfo.
Dó Carbono (C) 1
Si Oxigénio ( O) 2 H6
Lá Azoto (N) 3
SI MERCÚRIO AZUL
Quadro XI
Fá dó fá
t d t
ps pr f
Maslow diz ter encontrado em numerosas pessoas essa experiência, que ele
considera natural e não supranatural, como fenômeno normal e não patológico; além
disso, verificou que são justamente as pessoas consideradas mais maduras, mais
equilibradas que apresentam maior número de experiências sublimes.
- Simplicidade;
12. O universo é percebido como um todo; isso pode se dar por uma
percepção direta e total; mas, no caso da experiência amorosa ou artística, uma
parte pode ser percebida como se fosse naquele momento o universo todo.
18. Percepção do próprio ser idêntico à percepção tal como descrita até
agora. Há uma interação nas duas direções; o percipiente se sente mais integrado,
mais espontâneo, mais expressivo, mais perfeito; sente-se mais unificado, pelo que
percebe no mundo maior unidade.
19. No sentido psicanalítico, afirma Maslow que tudo o que ele descreveu
até agora é "uma fusão do ego, do id, do superego e do ego ideal, do consciente e
do inconsciente, de processos primários e secundários, uma síntese do princípio de
prazer e de realidade, uma regressão sem medo a serviço de uma maturidade
maior, de uma verdadeira integração da pessoa em todos os seus níveis".
Moreno faz do psicodrama uma técnica que, por excelência, visa a vivência
do tele e do encontro existencial, através da prática constante da empatia durante as
sessões.
A fim de dar ao leitor uma visão de síntese de como se afigura para nós, em
caráter hipotético e genérico, após este estudo, da esfinge, a dinâmica desta
evolução na antiguidade e nos nossos dias, fizemos o Quadro Sinótico XII.
Quadro XII
Mais uma vez a esfinge preencheu a sua função de encontro, de
"symballein" apontado por Caruso.
Amor
Já falamos da presença de esfinges agrupadas aos pares, o que, aliado à
simbologia espacial da esquerda e da direita como sendo o pólo masculino e
feminino, nos deixa supor que há também uma intenção dos autores destas esfinges
de provocar meditações e estudos em torno do encontro e do amor homem-mulher.
O que vai a seguir constitui apenas tema para meditações e traz em si talvez
muito mais perguntas do que respostas ao problema proposto.
Queremos frisar também que as propostas que se seguem são frutos tanto
de experiência e meditações pessoais, como de observações e experiências
cientificas. Não cremos, no entanto, que o conjunto tenha características
inteiramente científicas, pois tivemos de entrar (e era fatal) num terreno mais
filosófico, pois chegamos a fazer perguntas de cunho transcendental, diretamente
li gadas aos problema evolutivos apresentados nos capítulos precedentes.
61. A MATURIDADE
O dicionário enciclopédico Larousse a define como sendo "Um período da
vida, compreendido entre a juventude e a velhice, e caracterizado por um equilíbrio
entre os ganhos e perdas sofridos pelo indivíduo, tanto do ponto de vista fisiológico,
como psicológico. Estado de pessoas ou coisas que se aproximam do seu completo
desenvolvimento ou do ponto de perfeição, ou que chegaram a ele" (236).
ti ver chegado a este estado final; este se noe apresentou nos capítulos
anteriores como muito distante das nossas possibilidades atuais.
Em face do que foi exposto até agora, seguindo estas linhas de raciocínio,
convém, agora, tentar analisar e pesquisar a existência de estágios "finais" nas
relações amorosas vistas do ponto de vista psicológico, psicossociológico e
antropológico. Iremos fazê-lo, usando exemplos tomados nestes diferentes níveis de
observação do fenômeno "homem" simbolizados na esfinge.
Não é por acaso que existe uma hierarquia também nos chamados sistemas
de valores próprios da axiologia.
Como já vimos, talvez seja Abraham Maslow quem mais estudou a evolução
das relações amorosas, através da psicoterapia, ou por inquéritos feitos em clientes
e estudantes universitários. Já é bastante conhecida a distinção que faz entre:
2) Pode ela ser representada por uma aspirai (ver Fig. 56).
3) Nesta aspirai há estágios cujo ponto terminal é discutido, pois abrange
aspectos eventualmente parapsicológicos ou místicos, ou cósmicos, conforme as
crenças ou posições filosóficas. É mais prudente, por conseguinte, falar de
maturação e não de "maturidade".
Energia
Emoção (Leão)
8) A relação amorosa entre os níveis evolutivos de dois par ceiros tem várias
alternativas teóricas de conjugação, baseadas em modelo sociométrico. É o que
vamos agora descrever.
ASPECTO PSICOSSOCIOLÓGICO
SOCIOMETRIA DAS RELAÇÕES AMOROSAS
Podemos citar, a este respeito, por analogia, uma tentativa neste sentido,
com a tipologia ternária de Le Senne, por André Le Gall (219).
1. plano mental
6: plano sentimental
9: plano sexual
Será esta "subida" inscrita como estrutura primária no ADN dos nossos
genes? Ou será ela uma opção, tanto para o indivíduo quanto para a sociedade?
Estará o homem construindo voluntariamente o seu próprio destino e a sua própria
evolução ou será esta inscrita de modo irreversível em alguma parte do nosso ser?
Estrutura
68. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
A medida que íamos reunindo dados e redigindo os primeiros capítulos, ia-
se esboçando a idéia de que realmente estávamos investigando um modelo
estrutural, como ele foi definido pelos estruturalistas (173 — 202). Resta-nos apenas
fazer uma tentativa para provar isto.
Isto, no caso da esfinge, não se dá. Muito pelo contrário. A todo instante
encontramo-nos no terreno movediço de mitos, em que, como já dissemos, todas as
projeções pessoais são possíveis. Se fizemos, no início desta obra, um pouco de
análise da nossa própria história, é justamente para incluir esta variável subjetiva na
nossa investigação, a fim de evitar que ela entre como mecanismo projetivo. Ao
tentar isto estamos realizando simbolicamente o quarto elemento da esfinge. O
homem que procura se tornar consciente dos seus próprios processos mentais,
emocionais e pulsionais, a fim de controlá-los.
OBRA
FATOS
Há uma interdependência constante entre as estruturas dos fatos, do autor,
da obra e do leitor. A estrutura da obra precisa reproduzir a estrutura dos fatos, o
que pode ser facilitado se a estrutura do autor estiver sintonizada com os fatos.
Quadro XV
Uma série de condicionamentos levaram o autor a colher fatos sobre a
esfinge, a analisá-los e colocá-los em correspondência. Desta tentativa de
relacionamento é que nasceu a obra.
- ESFINGE
- KRUB
- CHEFES
- SESHEY
- QUERUBIM
De análise deste género, poder-se-ia dar uma base mais sólida para definir o
que é uma "esfinge". A título precário, fornecemos estatísticas baseadas em
amostras de esfinges, que estavam em nosso poder.
Animais da Divindades
Esfinge
Microcosmo Macrocosmo
(Homem) (Universos)
Moisés dominando a
serpente
(transformação em Serpente no Gênesis
bastão)
Inteligência
Sol
Civilização Egípcia
Serpente Rã
Isis-Osiris
Fertilidade Sol
A pirâmide.
A árvore sefirótica da cabala (Zohar).
O sistema alfabético-numerológico do Sefer Yetzirah da cabala.
O taro dos ciganos.
O sonho de Ezequiel e Daniel.
O Apocalipse de São João.
As duas Tábuas dos Dez Mandamentos.
Esfinge
símbolos
Esfinge
matemáticos
arbori mórficos
esotéricos
3
CORRESPONDÊNCIA N° 1
ESFINGE E SÍMBOLO ARBORIMÓRFICOS
Duas Esfinges junto à Árvore da Duas Esfinges Simétricas de Dois conjuntos simétricos de sete
Vida Assíria. Três elementos galhos, em torno do tronco. Galhos em
forma de Serpente.
Homem e Boi junto de sete vasos Dois dos Elementos Esfinge. Sete vasos divididos em dois grupos
fenícios. de Três vasos simétricos em torno de
Um central.
Querubins junto da Árvore da Vida Dois Querubins. Árvore da Vida com a Serpente e Adão
no Éden. e Eva.
Dois Querubins junto do Dois Querubins. Redução Sete Velas por Dois conjuntos
Teosófica de KRUB: 3333. Simétricos de Três velas em torno de
Candelabro de Sete Velas e as
(Quatro vezes Três). Uma Central.
Tábuas do Decálogo.
Quatro Animais (Segundo Três conjuntos de três prateleiras de
Ezequiel e São João) cada Lado do Candelabro e um
conjunto de quatro prateleiras centrais.
Símbolos de quatro grupos
de três tribos de Israel. Dez leis em Duas Tábuas de Cinco
Leis cada.
Boi, Homem e Serpente junto à Um ser Humano, Um ser Dois conjuntos simétricos de três
Árvore da Vida Caldeica. Humano com Chifres, Uma galhos. Sete Galhos. Duas Serpentes
Serpente (Três Elementos). simétricas.
Gilgamesh e Enkidu e Árvore. Dois homens sendo que um Sete galhos agrupados em dois
Homem — boi matando dois conjuntos de ires galhos.
animais. (Dois elementos da
Esfinge).
CORRESPONDÊNCIA N" 2
ESFINGE E SISTEMAS MATEMÁTICOS ESOTÉRICOS
Quadro XVII
CORRESPONDÊNCIA N° 3
SÍMBOLOS ARBORIMÓRFICOS
E SISTEMAS MATEMÁTICOS ESOTÉRICOS
Quadro XVIII
Querubim
Candelabro de
sete velas Árvore sefirótica
Civilização cristã
Sistema numerológico
do Apocalipse
Civilização egípcia
Esfinge
Vimos também que a esfinge parece, além de nos levar a tais modelos,
simbolizar na sua própria estrutura os princípios essenciais que definem uma
estrutura ou modelo que a concretiza.
E Mayassis lembra ainda a prescrição egípcia: "Eu sou aquele cujo olho vê e
cujas orelhas ouvem".
O que fizemos neste livro foi justamente uma tentativa de descodificação das
mensagens relacionadas à esfinge e consignadas em monumentos, mitos, ritos,
textos sagrados e jogos adivinhatórios.
Além disto, tudo indica ser ela uma mensagem para as gerações futuras: a
da possível existência de estágios evolutivos desconhecidos em que o homem, ao
assumir a direção e domínio consciente dos seus "animais" e partindo deles, pode
chegar, na sua ontogênese, a uma personalização progressiva e, na sua filogênese,
a uma nova fase das relações entre os homens, e da maturação no amor.
É uma das opções que o homem "moderno" tem nas suas mãos.
Em primeiro lugar atendo a inúmeras criticas que me foram feitas por leitores
de livros meus. Dizem eles que sempre escrevo em tom impessoal de cientista frio e
que falta calor humano na minha redação.
No presente livro mostrei que na realidade inexiste o enigma para quem está
acostumado a ler os símbolos e que se há um mito, este é justamente o próprio
enigma.
I
Fig. 3
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Fig. 68
Fig. 69
Fig. 70
BIBLIOGRAFIA
NOTA:
2. O asterisco se refere a livros não consultados por nós, mas que nos parece
apresentar algum interesse para o assunto.
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