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Estudando - Introdução À Psicanálise 5

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Estudando: Introdução à Psicanálise

Técnica Psicanalítica de Freud

Antes de irmos direto ao cerne da questão, serão primariamente contextualizadas algumas informações
importantes a respeito da história de Sigmund Freud com relação a técnica psicanalítica. Freud, considerado o
pai da psicanálise, entrou em contato com a teoria de Josef Breuer ao tratar jovens histéricas com o uso da
hipnose, notando principalmente que seus problemas estavam ligados à infância e a sexualidade infantil.

As pacientes não lembravam de forma espontânea de seus traumas, então Freud usava de hipnose para retirar
essas informações, mas ao sair do transe as jovens não se lembravam do que haviam dito e não eram todas as
pessoas que poderiam ser hipnotizadas., ocasionando uma frustração em Freud.

A insuficiência da técnica hipnótica

Na autobiografia de Freud, capítulos dois e três, há relatos de sua frustração onde os pacientes não se
deixavam hipnotizar e ele não conseguia realizar seu trabalho. Então, com uma de suas pacientes Freud tenta
fazer a hipnose, mas a mesma não deseja e quer somente ser escutada.

Freud então deixa que sua paciente fale e no decorrer da fala ele identifica que ela conseguia trazer as bases
do sintoma ao falar livremente. Posteriormente então, ele abandona o método da hipnose e desenvolve o
método da associação livre, trabalhando com as ideias e palavras que as pacientes traziam, estando elas
acordadas e conscientes.

Técnica de Associação Livre de Palavras

Na associação livre o paciente é orientado a dizer tudo o que quiser, tudo o que lhe vier a mente, sem nenhuma
orientação prévia sobre que caminho seguir ou qual linha de raciocínio deve-se partir, a associação livre se
desprende, por parte do paciente, da ética e da moral.

Apesar do nome ser associação livre, não é livre de todos os lados, é uma via unilateral onde somente o
paciente verbaliza nesse intuito e o analista exerce seu trabalho analisando o paciente a todo instante, como
descrito no Estudo Autobiografia de Freud (1925).

O método catártico já havia renunciado à sugestão, e Freud deu o passo seguinte, abandonando também a
hipnose.

Atualmente, trata seus enfermos da seguinte maneira: sem exercer nenhum outro tipo de influência, convida-os
a se deitarem de costas num sofá, comodamente, enquanto ele próprio senta-se numa cadeira por trás deles,
fora de seu campo visual.

Tampouco exige que fechem os olhos e evita qualquer contato, bem como qualquer outro procedimento que
possa fazer lembrar a hipnose. Assim a sessão prossegue como uma conversa entre duas pessoas igualmente
despertas (…) (FREUD, Sigmund 1904, p.234)

“A associação livre é uma maneira de fazer surgir o desejo nas representações. Essa operação é uma tarefa do
analisante. A associação livre foi o dispositivo descoberto por Freud que consiste no desenrolar das cadeias
significantes do sujeito, sustentado pelo amor de saber dirigido ao analista: a transferência.

Desenrolar este que permite desatar os nós do recalque do sintoma, cabendo, por sua vez, ao analista a
direção da análise apontada para a construção da fantasia fundamental no intuito de fazer o sujeito atravessá-
la, ou seja, ir para além desta.

Se a fantasia é uma resposta do sujeito ao enigma do sexo que representa o desejo do Outro, atravessá-la é
experimentar o estado de desolação absoluta ou de desamparo – Hilflosigkeit, ou seja, a mais completa solidão
e a inexistência do Outro – S(A/).”(Jorge A. Pimenta Filho Carta Acf)

“As regras técnicas que estou apresentando aqui alcancei-as por minha própria experiência, no decurso de
muitos anos, após resultados pouco afortunados me haverem levado a abandonar outros métodos. Minha
esperança é que a observação delas poupe aos médicos que exercem a psicanálise muito esforço
desnecessário e resguarde-os contra algumas inadvertências. Devo, contudo, tornar claro que o que estou
asseverando é que esta técnica é a única apropriada à minha individualidade; não me arrisco a negar que um
médico constituído de modo inteiramente diferente possa ver-se levado a adotar atitude diferente em relação a
seus pacientes e à tarefa que se lhe apresenta”. (FREUD, 1912/1987, p.149).

Nesse capítulo é apresentado o método de associação livre como fundamental ao método psicanalítico de
Freud, bem como a transformação de Freud como médico em analista, o uso da associação livre como ponte
para o inconsciente, trazendo à tona logo no início do método os desejos, conscientização, recordações.

Como o método visa que o paciente fale tudo que lhe vier a mente, sem qualquer medo, pudor, nem nada que
pudesse lhe fazer alguma coisa ruim, a investigação de Freud não se daria mais por indagações ou processos
hipnóticos, mas sim pela investigação da fala, o analista conduzindo através da atenção flutuante.

Interpretação dos sonhos

Freud publica um livro em 1900, mas o ano em que na verdade era 1899, mas Freud queria que essa obra
pertencesse a um novo tempo, com o nome de interpretação dos sonhos.

Freud abordavanesse livro o consciente, pré-conscientes e inconsciente com relação aos sonhos, recordações
e relatos sobre os sonhos, com objetivo de conseguir acesso ao inconsciente. Dessa forma, buscava-se o
tratamento das doenças mentais e histeria, através da associação livre como descrito acima, já no caso dos
sonhos, era a associação em relação ao conteúdo do sonho.

“Não se deve assemelhar aos sonhos aos sons desregulados que saem de um instrumento musical atingido
pelo golpe de alguma força externa, e não tocada pela mão de um instrumentista; eles não são destituídos de
sentido, não são absurdos; não… implicam que uma parcela de nossa reserva de representações esteja
adormecida enquanto outra começa a despertar.
Pelo contrário, são fenômenos psíquicos de inteira validade – realizações de desejos; podem ser inseridos na
cadeia dos atos mentais inteligíveis da vigília; são produzidos por uma atividade mentalmente complexa”.
(Freud, ED. IMAGO, 2001, p. 136).

Complexo de Édipo

No mesmo livro encontra-se talvez o complexo mais conhecido de todos, o complexo de Édipo, inspirado na
tragédia grega de Édipo que mata o seu pai sem ainda saber que é seu pai por querer estar ao lado de sua
mãe, onde também não sabe que é sua mãe.

Freud exemplifica que o sonho é a realização dissimulada de um desejo inconsciente reprimido e se divide de
duas maneiras, são elas:

Conteúdo Manifesto: Sendo esse como o sonho é relatado, como o paciente conta que foi o sonho, sendo
uma tentativa de maquiar o sonho, o conteúdo manifesto se dá pelo consciente.

Conteúdo Latente: É o sonho decodificado pelo analista através da associação livre, são as estruturas
recalcadas que tentam vir à tona, sendo esse o verdadeiro sonho, estando ele no inconsciente.

Símbolo dos sonhos

Para Freud, os sonhos possuem uma linguagem a qual ele chama de símbolos, entendendo que o sonho é ou
foi um material de contato do paciente com o objeto e o relacionamento dele com esse objeto, o mesmo sonho
pode ter diferentes significados para pessoas diferentes, e o que é fundamental é o que é sentido com relação
ao sonho, sendo fundamental para a interpretação dos sonhos.

Os sonhos possuem seus significados e estão ligados aos desejos reprimidos, podendo então ter objetos que
precisam ser decifrados e que aparentemente não fazem sentido nenhum em um primeiro momento.

“Certas imagens dos sonhos têm sempre um mesmo significado. Freud fornece uma grande lista de símbolos
inconscientes constituída de objetos que se referem sobretudo à sexualidade. Continentes em geral, como
caixas, malas, cofres e etc. Seriam símbolos do órgão sexual feminino e objetos pontiagudos ou inseridos
dentro de caixas, cavidades, etc. são geralmente símbolos do órgão sexual masculino” (JABLONSKI, s.d.).

Associação Livre e a Interpretação dos sonhos

Então, são apresentadas por Freud, as duas técnicas psicanalíticas, que por meio da transferência, para
experimentação de emoções, pois somente com a transferência é possível se ter resultados significativos, seja
essa transferência positiva ou negativa.

Bem como, ao deitar no divã a experiência é uma introspecção através da fala do paciente junto de seu
analista até o inconsciente, o uso das técnicas psicanalíticas é como ferramentas para chegar a esse fim, pois
somente através delas é possível visto que não dá para se chegar meramente por vontade, mesmo que haja
das duas partes.

A Associação livre dará poder a palavra e fará com que o analista perceba onde existem pontos de contato e a
interpretação dos sonhos como meio de entender mais dos desejos reprimidos e conflitos que estão no
inconsciente e que podem vir ao consciente através da elucidação, removendo a censura.

Fonte: https://www.psicanaliseclinica.com/tecnica-psicanalitica-de-freud/

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