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Car Bur Adores

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Faculdade de Tecnologia de São Paulo

Carburadores

Laboratório de Sistemas Mecânicos

Prof.° Santoro / Ângelo

Nome: Nº Matrícula: Assinatura


Índice:

1. A mistura ar/combustível

2. O Carburador

2.1. Tipos de Carburadores

2.2. Componentes Básicos

3. Carburador Elementar

4. Sistemas auxiliares

4.1. Sistema de marcha lenta e progressão

4.2. Sistema de partida a frio

4.3. Sistema Principal

4.4. Sistema de máxima potência

4.5. Sistema de Aceleração rápida

5. Aplicações veiculares e motores estacionários.


1. Mistura Ar/combustível
Tipo de mistura em relação ao comportamento do motor - Do ponto de vista
da admissão, a relação combustível/ar é simplesmente o quociente entre a massa de
combustível e a massa de ar que entram no motor. Entretanto, do ponto de vista da
combustão, o comportamento da mistura não depende apenas da sua composição
média, mas principalmente da homogeneização do vapor de combustível no ar. Em
certas condições pode-se ter uma mistura com a fração relativa combustível/ar (Fr) > 1
apresentando comportamento de mistura pobre, por falta de homogeneização. Temos
como exemplo, o caso do motor frio, no qual a falta de vaporização causa sinais de
pobreza, mesmo que a mistura, em média esteja extremamente rica.

Quanto ao comportamento do motor, as misturas serão classificadas em


seguida em quatro tipos fundamentais:

Limite pobre:
Em geral é uma mistura tão pobre em combustível, que dificulta a propagação
da chama. A chama excessivamente lenta, irá se manter durante boa parte do curso de
expansão e possivelmente até o fim do escape, início de admissão.

Este fenômeno provoca o superaquecimento da câmara e a ignição da mistura


admitida, causando uma labareda no carburador. O motor nessa situação torna-se
instável, não se conseguindo rotação constante, mesmo fixando o acelerador e a carga
no eixo.

Mistura econômica:
Em geral, é uma mistura levemente pobre, de forma que o excesso de ar
provoque uma combustão completa e adequada do combustível admitido. É a mistura
que, na condição desejada para o motor, produz o mínimo consumo específico.

Mistura de máxima potência:


É uma mistura levemente rica, de forma que o excesso de combustível
provoque uma combustão completa e adequada do ar que o motor pode admitir. É
uma mistura que, na rotação e posição do acelerador desejado, produz a máxima
potência.

Limite rico
É uma condição na qual o excesso de combustível dificulta a propagação da
chama. A vaporização do excesso, sem a respectiva combustão, por falta de ar,
provoca um esfriamento da câmara, com consequente extinção da chama. Ao
ultrapassar o limite rico, o motor não pode funcionar e, popularmente, diz-se que está
afogado.
Figura 1 - Tabela de Mistura
2. O Carburador
O carburador é um dispositivo mecânico integrante dos motores de combustão
interna. Ele é encarregado de dosar uma quantidade combustível para certa vazão de
ar admitida pelo motor Inventado em 1887 por Gottlieb Daimler. Depois da invenção
do carburador, os motores de combustão interna passaram a usar gasolina como
combustível, em lugar do gás de carvão.

Seu funcionamento se baseia no princípio de "Bernoulli”, ou seja, num


estrangulamento de uma passagem de ar existirá uma depressão atmosférica. Então, o
Carburador é basicamente um tubo com um estrangulamento (Chamado de Venturi),
onde existe uma depressão atmosférica que por sua vez irá succionar a gasolina. No
momento que a gasolina entra em contato com o ar fluindo em alta velocidade
naquele tubo, e com a depressão criada pelo estrangulamento, ela irá se vaporizar
mesmo em temperaturas mais baixas que seu ponto de ebulição.

Figura 2-Carburador de Fusca 1300


Figura 3 - Principio básico do carburador
2.1. Tipos de Carburadores
Carburador descendente - Mais apropriadamente, carburador de fluxo
descendente - a maioria -, em que a passagem de ar no interior é vertical de cima para
baixo.

Figura 4 - Carburador WEBER modelo IDF, instalado em um motor GM-250.


Carburador horizontal

Mais apropriadamente, carburador de fluxo horizontal, assim sendo a passagem de ar


no seu interior. Para aplicações esportivas em motores que não sejam de cilindros
horizontais opostos - é vantagem usar carburador descendente nesse caso -, usam-se
carburadores de fluxo horizontal, mais eficientes do ponto de vista de fluxo por não
haver praticamente ângulo no coletor de admissão, e também por permitir capô mais
baixo.

Figura 5 - Carburador weber, modelo DCOE instalado em um motor AP 1800.


Carburador ascendente

No passado os carburadores eram em sua maioria de fluxo ascendente,


embora ainda sejam usados em motores de aviões leves por questão de disposições
mais favorável à construção da aeronave.

Figura 6 - Representação de um carburador ascendente de aeronave


2.2. Componentes Básicos
Existe uma infinidade de modelos e fabricantes de carburadores, a seguir
vemos figuras de um carburador relativamente simples, e um extremamente
complexo.

Figura 7 - Esquema de componentes de um carburador do Fusca 1300


Figura 8 - Vista explodida de um carburador Weber 40 idf
Figura 9 - Lista de componentes de um carburador weber 40 IDF

É interessante ressaltar que: apesar de diferentes, com aplicações diferentes,


eles desempenham as mesmas funções e possuem os mesmos sistemas, com artifícios
e dispositivos diferentes.
3. Carburador Elementar
Constitui-se de um reservatório denominado cuba, no qual o nível do
combustível é mantido aproximadamente constante por uma boia, que através de uma
válvula de agulha regula a entrada de combustível enviado por uma bomba.

A vazão de ar é regulada pela perda de carga estabelecida por uma borboleta


aceleradora, à qual tem acesso o operador, por meio do acelerador. O ar passa por um
Venturi (ou difusor) que na garganta aumenta a velocidade do fluxo, causando uma
depressão que provoca a sucção do combustível da cuba.

A vazão do combustível, para uma dada sucção, pode ser dimensionada por
uma perda de carga maior ou menor. Esta é estabelecida em função do tamanho do
giclê (orifício calibrado) utilizado. Ao aumentar a vazão de ar pelo Venturi (abrindo a
borboleta ou aumentando a rotação pela menor carga no eixo do motor), a velocidade
na garganta aumenta, com consequente aumento da depressão e, portanto da sucção
do combustível, mantendo uma relação combustível/ar aproximadamente constante.

Esta constância não existe exatamente, pois o Venturi sente a vazão em volume
do ar e a relação combustível/ar é em massa.

Conforme a velocidade do ar aumenta, a densidade do mesmo diminui,


produzindo uma vazão em massa menor do que a que seria produzida se o ar fosse
incompressível.

Desta forma, para vazões cada vez maiores, a mistura tem uma tendência a
enriquecer cada vez mais.

Figura 7 - Carburador Elementar


4. Sistemas auxiliares
Para que o carburador elementar atenda as necessidades do motor, ele deverá
ser equipado, no mínimo, com os seguintes sistemas auxiliares: marcha lenta e
progressão, partida a frio, sistema principal, acelerações rápidas e máxima potência.

4.1. Sistema de marcha lenta e progressão


Neste caso, motor em baixas rotações, o carburador funciona somente com o
circuito de marcha lenta, já que não sai gasolina pelo difusor. O circuito de marcha
lenta do carburador é um canal direto da cuba de gasolina, até o tubo Venturi,
passando por um ou vários "Giclês de Marcha Lenta" que controlam somente a
mistura de marcha lenta. Para este circuito funcionar não é necessário que haja uma
depressão atmosférica muito grande no tubo Venturi (como no caso do difusor). A
gasolina da marcha lenta sai direto no tubo Venturi, perto da borboleta (válvula
acoplada diretamente ao pedal do acelerador, que controla a quantidade de mistura
que entra no motor), pré-misturada com o ar.

Figura 8 - Sistema Marcha Lenta


4.2. Sistema de partida a frio
Conhecido também como Afogador. O afogador é um dispositivo utilizado para
dar partida em dias mais frios. O fato de a temperatura estar menor e do motor não
estar em funcionamento faz com que o carburador não consiga produzir uma boa
vaporização da gasolina e por isso o motor não consegue funcionar. Surge então o
Afogador, que é nada mais nada menos que uma válvula borboleta instalada na
entrada do tubo Venturi. Ao ser acionada, essa válvula dificulta a entrada de ar (daí
seu nome: Afogar = cortar o ar) para o carburador. Claro, ela apenas dificulta a
entrada, mas não a cessa. Porém cria uma depressão atmosférica muito maior que o
normal! A consequência disso é que a gasolina em baixas pressões se vaporiza mais
facilmente, revertendo o efeito da baixa temperatura no motor.

Figura 9 - Sistema de partida a frio (afogador)


4.3. Sistema Principal
Quando o motor está em pleno funcionamento, cria-se então a depressão
atmosférica no tubo Venturi. A gasolina é então succionada da cuba, passando por um
"Giclê Principal" que controla a quantidade de gasolina, indo para o Venturi através de
um canudo chamado Difusor. No meio desse trajeto, a gasolina encontra outro Giclê, o
de Ar, que proporciona uma pré-mistura que segue adiante. Ao sair pelo Difusor, a
gasolina imediatamente se vaporiza e segue para ser queimada no interior dos
cilindros do motor. Mas este processo ocorre somente quando o motor está em pleno
funcionamento, ou seja, não está em marcha lenta (pouca rotação). Quando o motor
não está em pleno funcionamento, o Venturi não produz depressão atmosférica
suficiente para succionar a gasolina da cuba.

Figura 10 - Sistema Principal


4.4. Sistema de máxima potência
Este sistema visa enriquecer a mistura para grandes aberturas da borboleta
aceleradora, permitindo alcançar a máxima potência que o motor pode desenvolver
em cada rotação. Um integrante deste sistema é o suplementar aerodinâmico ou
econostat. O sistema constitui-se de um pistão que, quando a borboleta mantém-se
relativamente fechada, é mantido succionado para cima pela depressão existente
embaixo da mesma. Nesta situação a válvula que contém o giclê suplementar,
mantém-se fechada. Ao abrir a borboleta, a mola vence a força de sucção, puxando o
pistão para baixo, de forma que a sua haste acione a válvula suplementar, liberando
mais uma vazão de combustível, além daquela fornecida pelo sistema principal.

Figura 11 - Suplementar Aerodinâmico


4.5. Sistema de Aceleração rápida
Quando o motor sofre uma aceleração, a mistura Ar + Gasolina fica defasada
em Gasolina (por isso diz-se que a mistura torna-se pobre). Para compensar isso existe
um dispositivo que é nada mais nada menos que uma pequena bomba de diafragma
controlada pelo pedal do acelerador, que lança diretamente no tubo Venturi um jato
de gasolina, através de um pequeno "Tubo Injetor". Essa medida corrige a defasagem
de gasolina nas acelerações.

Figura 12 - Aceleração rápida


5. Aplicações veiculares e motores estacionários.
Apesar de não ser mais empregado em veículos, ainda existem motores que
usam carburadores, motores estacionários, motores de pequeno porte (roçadeiras,
motosserras, etc.) que ainda existem no mercado, uma das diferenças entre os tipos
de carburadores esta no fato que para automóveis usamos carburadores com os cinco
sistemas auxiliares, já em motores estacionários usamos carburadores relativamente
mais baratos, com apenas três sistemas, marcha lenta, partida a frio e sistema
principal.

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