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Paper Violência Escolar

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A VIOLÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Acadêmico: Izaias José Jacinto


Professor-Tutor: Isabel Regina Depiné Poffo
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso de Ciências Biológicas (BID2891) – Prática do Módulo III
10/09/10

RESUMO

As mudanças na sociedade em geral tem trazido grandes transtornos a nossos jovens e crianças. O
consumismo, a insegurança financeira, a ditadura da beleza, a falta de oportunidades, etc.; tem
levado ao aumento da insegurança em geral. A violência na escola vem como reflexo dessa
sociedade deturpada e hostil. A escola deve ser um referencial no combate a essa realidade, se
abrindo ao dialogo e procurando meios práticos e rápidos para diminuir o crescimento da
intolerância e dos abusos físicos e psicológicos. Professores, pais, governo e sociedade em geral
devem dar as mãos e assumirem uma postura firme, não aceitando praticas hostis que tanto faz
mal a indivíduos em formação como são nossos jovens e crianças.

Palavras-chave: Violência. Escola. Bullying.

1 INTRODUÇÃO

É em meio a uma sociedade problemática que vivemos que nos deparamos com questões
intrigantes como a violência entrando em nossas escolas. Refugio de paz, fonte de conhecimento,
lugar aprazível e de se fazer amigos: não se parece nada com a descrição de uma escola moderna.
Mas se é nesse paraíso que queremos trabalhar como professores ou estudar como alunos, cabe a
nós a responsabilidade de melhorarmos o ambiente escolar, a sociedade em geral e moldar nosso
caráter se preciso para alcançarmos esse objetivo.

A violência na escola não é algo moderno ou atual. Desde que se reuniram pessoas pela
primeira vez no mundo houve problemas de convivência e socialização.

Partindo então da definição de violência, seus efeitos e de como a sociedade pode e deve se
envolver para eliminar este mal de seu meio, veremos como ela se mostra nas escolas e como
devemos enfrenta-la como futuros professores, alunos, pais e cidadãos em geral.
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O tema não é de simples resolução, pois é muito abrangente e polemico. A sua compreensão
envolve muitos outros temas relacionados à sociedade: violência domestica, drogas, maus-tratos,
situação socioeconômica, e muitos outros fatores a qual estão expostos os envolvidos em violência
nas nossas escolas.

2 CONCEITUANDO VIOLÊNCIA

Apresentar um conceito único de violência é difícil, isso porque ela é algo dinâmico e sofre
mudanças frequentes. Ela se adapta a sociedade e se transforma com ela. Há dependência do
momento histórico que se esta passando, do lugar, da cultura dos envolvidos e do ponto de vista de
quem observa. Não há, entre os especialistas sobre o tema, um consenso acerca do que deve ser
entendido como um ato de violência. Para muitos especialistas a insegurança, a impotência, o medo
de que quaisquer tipos de violência nos atinjam, faz parte do cotidiano de todos nós.
Segundo Castro a violência classifica qualquer agressão física contra seres humanos,
cometida com a intenção de lhes causar dano, dor ou sofrimento (Castro, 2002, p. 8). Mas outros
autores são mais amplos no conceito, como Michaud que diz que há violência quando em uma
situação de interação, um ou vários atores agem de maneira direta ou indireta, maciça ou esparsa,
causando danos a uma ou mais pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, em suas
posses ou em suas participações simbólicas e culturais (Michaud, 1989, 10 e 11).
Atualmente tem-se empregado um termo de origem inglesa para se referir a essa violência
nas escolas e na sociedade: o bullying.

2.1 O BULLYING

Palavra de origem inglesa adotada em muitos países para definir o desejo consciente e
deliberado de maltratar uma pessoa e coloca-la sob tensão (Tatum e Herbert, 1999).
O bully é então o valentão, tirano, brigão que violenta, ou grupo de valentões que violentam
de forma deliberada e repetitiva a (as) vitima (as).
O bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem
sem motivação ao evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro (os), causando dor e
angustia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da
vitima (Lopes Neto e Saavedra, 2003).
Para facilitar o estudo e a discussão sobre a violência no contexto escolar a partir de agora
usaremos o termo bullying para designar toda e qualquer forma de violência nesse contexto.
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O bullying não é um ato exclusivo de aluno para aluno. Ele pode ocorrer com as mais
diversas pessoas que fazem parte do convívio escolar: professores-alunos, professores-professores,
funcionários-alunos; por fim, pode ocorrer com todos.

3 TIPOS DE BULLYING

A violência pode tomar diferentes aparências e formas. Pode ir desde xingamentos ao ato
físico propriamente dito. É necessário entendermos que sempre haverá mudanças quanto o que é
violência, dependendo do contexto histórico-social em que se vive a agressão.

3.1 VIOLÊNCIAS DIRETAS

É o bullying onde há agressão física. É mais comum entre os meninos, mas não é
exclusividade do sexo masculino. Algumas 'brincadeiras' de mau gosto envolvendo violência são
comuns e muitas vezes passam despercebidas nas escolas.
Empurrões, tapas, 'pedala - Robinho', corredores de espancamento entre outras atitudes
violentas são encaradas como forma de se afirmar perante a turma, de mostrar coragem e força, ou
simplesmente uma forma de humilhar mais ainda aquele aluno marcado como vitima, perseguido e
alvo certo para toda zoação.

3.2 VIOLÊNCIAS INDIRETAS

É mais comum entre as meninas, mas ocorre de forma generalizada em toda escola, não
respeitando sexo, idade, classe ou grupo a que se pertença.
Às vezes de maneira sutil e quase invisível, como um fantasma as espreitas assustando
nossos jovens e todos que fazem parte da vida escolar.
São xingamentos, exclusões, ofensas, boatos que maculam a moralidade e a integridade
psicológica de qualquer que seja a vitima. Essas repetidas situações embaraçosas, por alcunhas
ofensivas, ameaças, discriminação, humilhações verbais trazem muitos problemas para os
envolvidos, tanto agressores como vitimas e expectadores.

3.2.1 O cyber-bullying

Com o avanço da tecnologia, da globalização da comunicação, tem surgido mais uma forma
de violência indireta: o cyber-bullying. Que nada mais é do que o uso de meios de comunicação
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modernos como forma de 'armas virtuais'. São torpedos com ameaças, postagens de ofensas em
blogs, redes sociais como Orkut, facebook, MSN e muitas outras que surgem a cada dia. São criadas
páginas inteiras na internet ridicularizando um aluno ou grupo de alunos, espalhando boatos
ofensivos, intrigas, ameaças e humilhações.

4 OS ENVOLVIDOS

São muitas as faces da violência, mas quem esta envolvido no bullying pertence certamente
a três principais grupos: os autores, as vitimas e os expectadores.
Não é fácil saber a que grupo pertence certo aluno ou grupo de alunos. Ora o individuo é
vitima de bullying, ora autor de atos hostis, quer por represália, vingança ou vontade própria; mas é
certo que a maioria das pessoas já foi expectadoras de bullying.

4.1 OS BULLIES

Os autores de bullying, chamados de bullies; são geralmente envolvidos em situações


familiares que favorecem o desenvolvimento da violência Falta de afeto dos pais e familiares, o uso
de comportamentos agressivos físicos ou verbais por parte de quem deveria educar para impor
superioridade ou ainda a falta de limites e regras claras de comportamento, que estabelecidas desde
cedo com amor e carinho, favorecem a construção de um caráter reto e coerente com a realidade.
São indivíduos que se valem de força física ou psicoemocional para se imporem e aterrorizar
a vida dos mais fracos e indefesos. Arrogantes, prepotentes e hostis sempre metidos em confusões e
desentendimentos. Querem ser populares, e para isso passam por cima de todas as regras e de todos.
Utilizam-se de métodos de maus tratos como alcunhas pejorativas, menosprezo, zoação e até
agressão física. Os bullies apresentam grandes habilidades como lideres, e são muito persuasivos, o
que os levam a submeterem outros a seu domínio.
Se não acompanhados desde cedo, pela família, escola e sociedade, na busca de uma
solução, tendem a levar esses problemas para a fase adulta. O bully tende a se tornar um adulto
violento, arrogante, desrespeitoso de leis e regras simples para o bom convívio em sociedade.

4.2 AS VÍTIMAS

As vitimas de ataques de bullying são geralmente os que apresentam pouca sociabilidade,


tímidos, inseguros e com pouca aptidão para se defenderem. Tendem a ter aspecto físico ou mesmo
psicológico frágil, ou ainda alguma característica que os diferencia dos demais. São mais sensíveis,
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passivos, submissos ou ainda de baixa auto-estima. É claro que um indivíduo que apresente essas
características não obrigatoriamente sera vitima de bullying.
As consequências são desastrosas, vão desde a perda da auto-estima, redução do
desempenho escolar até doenças graves como o estresse. Se levarmos em conta que o estresse é a
causa de 80% das doenças da atualidade pela redução da resistência imunológica e sintomas
psicossomáticos, é alarmante as consequências do bullying para a vitima: dores, febre, taquicardia,
tensão, excesso de sono ou insonia, pesadelos, gastrite, ulcera, bulimia, anorexia e problemas gerais
de saúde. E há ainda as consequências psicológicas trazidas pelo medo e insegurança vividos por
longos períodos da vida: irritabilidade, baixa concentração, angustia, tristeza, apatia, impotência,
fobias, desejos de vingança e suicídio.

4.3 OS EXPECTADORES

São os que assistem e convivem com a violência, e sofrem as suas consequências sem serem
autores ou vitimas diretas. Em geral não falam sobre o assunto com medo de serem as próximas
vitimas. Assistem tudo, mas não intervêm por medo, ou para se defenderem ou ainda por terem
desejo de eles mesmos serem agressores. Alguns não admitem o bullying, mais por meio de
represaria fingem participar apoiando o ato e rindo das vitimas, e usa esse comportamento como
forma de defesa.
As consequências são as mesmas das vitimas, pois qualquer ser humano fica traumatizado
pelo resto da vida tendo que viver por anos seguidos em meio à violência, medo, hostilidade,
submissão, chacota e ridicularizarão.

5 A SOLUÇÃO

Encontrar uma solução para a violência é algo fantasioso e ideológico. Alguns acham que a
violência faz parte do ser humano, uma herança de um passado onde a luta pela sobrevivência
dependia de uma luta literal diária. Mas como seres racionais que somos, temos que nos
aprimorarmos e aprendermos uns com os outros, dominando nossos extintos mais primitivos e
liberando nossas energias e explosões de fúrias em atos construtivos e socialmente aceitáveis.
Partindo do núcleo familiar, onde houve planejamento; na educação dos filhos impondo
limites e responsabilidades, nunca dando mal exemplo ou sendo hipócritas, com amor, perseverança
e dedicação. Nunca apoiando ou rindo de praticas hostis contra animais ou pessoas, por mais
inocentes e irrelevantes que pareçam. Preparando a criança para rejeitar a crueldade e valorizar a
amizade, abolir a violência e dedicar-se ao amor e compreensão dos outros, dedicando tempo e
paciência para demonstrar exemplos bons e mostrar as consequências dos atos ruins.
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Uma criança que parte de um lar estruturado, com noções de respeito, regras e valores
chegara à escola pronta para aprender, respeitando os demais colegas, as diferenças de cada um e
mais facilmente se socializara. Ira ter facilidade de respeitar autoridades, como professores e
diretores, não por medo, mas sim por respeito e civilidade. Evitara intrigas e situações que a
ponham em perigo ou a seus colegas, saberá diferenciar uma brincadeira sadia de uma ofensa
ridicularizante e dificilmente se sujeitara a agressões físicas tanto da sua parte como de outros.
A escola deve agir com interesse no assunto, dedicando profissionais qualificados para
trabalhar nas variadas formas de violência. O professor que tem mais contato com os alunos deve
sempre estar alerta para identificar qualquer aparência do bullying, não aceitando que brincadeiras
se prolonguem muito para evitar a mudança do foco, de brincadeira para ofensas, ridicularização e
agressões verbais ou físicas. Se houver a identificação por parte do professor de bullying ocorrendo
na escola e ele não se achar qualificado para trabalhar o assunto, devera informar com a direção, e
esta por vez buscar ajuda de profissionais qualificados para encontrarem a solução. Seja chamando
psicólogos para darem palestras, ou levando determinado aluno para receber ajuda, seja como
vitima para superar os traumas ou como autor para aprender a lidar com sua agressividade.
A sociedade em geral deve se unir a família e a escola no combate ao bullying. Seja o
governo contratando profissionais, sejam as entidades civis organizadas apoiando o jovem e a
criança, dando oportunidades de lazer, esporte e cultura; ou ainda as igrejas, templos e instituições
em geral. Sabendo que a maioria das religiões prega o amor, o respeito e o bem viver comum, não é
ridículo pedir para os pais, avos e familiares apoiarem os jovens e crianças desde cedo a terem uma
crença, a terem um referencial de bondade como é Jesus. Num país cristão, como o Brasil, podemos
dar exemplos de referencias de bondade que um jovem pode ter em frequentar uma igreja:
'Ensina ao menino o caminho que deve seguir, e assim, mesmo quando for velho não se
afastará dele. ' (Provérbios, cap. 22 e ver. 6)
'O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor'. (Romanos
13:10)
'Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor'. (1 João 4:8)
'Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança'. (Gálatas 5:22)
'É mais difícil ganhar de novo a amizade de um amigo ofendido do que conquistar uma
fortaleza; as discussões estragam as amizades. ' (Provérbios18:19)
Por fim o jovem tem que encontrar na sociedade a estabilidade e a segurança publica
necessária para se focar na educação e por fim no mercado de trabalho sem se preocupar com a
violência, crimes, drogas e a impunidade que trazem uma sensação quase de pânico a sociedade
atual.

6 CONCLUSÃO
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Refletindo sobre o tema exposto pudemos notar que a violência já é algo do cotidiano de
todos, inclusive e infelizmente de nossos jovens e crianças. O bullying escolar deve ser discutido,
debatido e posto em pratos limpos para alunos, professores, pais e sociedade. Se a sua origem foi
uma sociedade violenta, não podemos permitir que ela se generalize em nossas escolas; e nossos
jovens, voltem para essa sociedade mais violentos ainda. Mas sim, com a ajuda de todos, devemos
estar atentos, vigilantes e prontos para combate-la em todo momento. Nos casos do bullying já
instaurado e presente, devemos trata-lo como uma doença, uma epidemia que deve ser controlada,
erradicada e prevenida a todo instante, sempre prevenindo uma nova aparição desse mal.
Sempre lembrando que jovens e crianças são pessoas em formação, o que eles serão para a
sociedade do futuro depende de tudo o que eles vivem no presente. Se quisermos um futuro
promissor, esplendido e garantido, a bagagem que essas crianças tem que levar é a da amizade,
lealdade, companheirismo, respeito, amor, compaixão; e então sera formada uma geração que só
lutara contra a violência e que jamais deixara a injustiça impune, que não se calara diante da
hostilidade; mais sera uma geração que bradara pela paz.
Que a paz reine primeiramente em nossos corações e se propague como uma onda em
nossos lares, escolas, praças, ruas, igrejas, estádios de futebol... Então viveremos um futuro
brilhante, onde textos como esse tratarão tão somente de meros aspectos históricos.

REFERÊNCIAS

FANTE, Cléo; PEDRA, José Augusto. Bullying escolar: perguntas & respostas. Porto Alegre:
Artmed, 2008.

CALHAU, Lélio Braga. Bullying: o que você precisa saber. RJ, Impetus, 2009

UNESCO. Violência nas escolas, 2006

VERÓNICA, Acosta; CARLA DANIELA, Jiménez. La Violencia

FERRARI, Márcio; COSTA, Cynthia. Violência na escola. Revista ESCOLA 03/2009

BÍBLIA SAGRADA

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