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Contratos em Geral Direito Civil

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CONTRATOS EM GERAL – FORMAÇÃO DOS CONTRATOS – DIREITO


CIVIL III

CONTRATOS EM GERAL

Conceito e requisitos de validade do contrato – O contrato constitui uma espécie


de negócio jurídico1, de natureza bilateral ou plurilateral, dependendo, para a sua
formação, do encontro da vontade das partes, por ser ato regulamentador de
interesses privados.

Finalidade – Num contrato, as partes contratantes acordam que se devem conduzir


de determinado modo, uma em face da outra, combinando seus interesses,
constituindo, modificando ou extinguindo obrigações.

Fundamento – Seu fundamento é a vontade humana, desde que de acordo com a


ordem jurídica.
Seu ‘habitat’ é o ordenamento jurídico.

Efeito – Seu efeito é a criação, modificação ou extinção de direitos e obrigações, ou


melhor, de vínculos jurídicos de caráter patrimonial.

Trata-se de norma jurídica negocialmente criada.

Conceito - contrato é acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da


ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as
partes, com o fim de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza
patrimonial.

Requisitos legais - (art. 104, I, II e III do Código Civil).

Subjetivos: - Existência de duas (2) ou mais pessoas.


- Capacidade genérica para praticar os atos da vida civil.
- Aptidão específica para contratar.
- Consentimento das partes contratantes.
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NEGÓCIO JURÍDICO – Direito Civil. É o poder de auto-regulação dos interesses que contém a enunciação de um preceito,
independentemente do querer interno (Bülow). É uma norma concreta estabelecida pelas partes. (Maria Helena Diniz – Dicionário
Jurídico).
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Objetivos: - licitude do objeto do contrato


- Possibilidade física ou jurídica do objeto do negócio jurídico.
- Determinação do objeto do contrato.
- Economicidade de seu objeto.

Formais: (art. 107 e 108 do Código Civil).

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

1 – Elementos indispensáveis à constituição dos contratos –

Acordo de vontades – das partes contratantes, que poderá ser tácito ou expresso,
que se manifesta de um lado pela oferta e/ou proposta de outro pela aceitação.

A proposta2 e a aceitação são elementos indispensáveis à formação do contrato, e


entre elas gira toda a controvérsia sobre a força obrigatória do contrato, sobre o
momento exato em que ambas se fundem para produzir a relação contratual, e sobre
o lugar em que se reputará celebrado o negócio jurídico.

2 – Fases da formação do vínculo contratual –

(A-) Negociações preliminares – Consistem nas conversações prévias, sondagens e


estudos sobre os interesses de cada contratante, tendo em vista o contrato futuro,
sem que haja qualquer vinculação jurídica entre os participantes, embora
excepcionalmente surja responsabilidade civil no campo da culpa aquiliana 3.
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PROPOSTA – É a declaração unilateral dirigida a outra pessoa (o policitado) na qual o
emissor (o proponente ou policitante) se dispõe a celebrar negócio jurídico, nos termos por ele
elaborados.

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CULPA AQUILIANA. Direito Civil. Violação de preceito geral de direito que manda
respeitar a pessoas e os bens alheios.

Trata-se de culpa extracontratual, por exemplo, a do proprietário de um automóvel que,


imprudentemente, o empresta a um sobrinho menor, sem carta de habilitação, que ocasiona um
acidente.
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A fase de negociações ou tratativas preliminares, na realidade, constitui período
anterior à formação do contrato.

É esse o momento em que as partes discutem, efetuam cálculos matemáticos,


trazem estudos sobre o objeto a ser contratado, até traduzindo vontades
antagônicas, que normalmente culminam na redação de uma minuta (puntuazione
no direito italiano) de contrato, chegando a uma proposta final e definitiva.

Essa fase caracteriza-se pela não-vinculação das partes, é pré-contratual, não


cria direitos nem obrigações, mas almeja o preparo do consentimento das
partes para conclusão do negócio jurídico contratual.

Por não haver vínculo obrigacional, não se poderá imputar responsabilidade civil
àquele que houver interrompido as negociações, pois não há proposta concreta,
não foi deflagrado o processo formativo do contrato.

È preciso, entretanto, refletir acerca da possibilidade excepcional de


responsabilização civil aquiliana ou extracontratual daqueles que participam de tais
negociações, em que pese ausência de obrigatoriedade ou vínculo nesses
entendimentos.

Falaríamos nessa fase de uma responsabilidade pré-contratual, ante a legítima


expectativa de pactuação, desde que presentes os pressupostos para tanto, quais
sejam, ação omissão, dano e nexo de causalidade entre ambos.
Essa responsabilização tem respaldo na própria boa-fé que permeia as relações
contratuais, que a subjetiva, que a objetiva.

Contrato preliminar - O Código Civil, nos arts. 462 a 466, traz disciplina acerca
do contrato preliminar, o que não ocorria com o Código revogado, cuidando de
uma modalidade pré-contratual que deverá conter todos os requisitos essenciais ao
contrato definitivo, exceto quanto à forma (CC, art. 462).

O contrato preliminar é um contrato em que as partes fazem um acordo para


efetivação, no futuro de um contrato definitivo – promessa de celebrar contrato
futuro.

O contrato preliminar gera para o inadimplente o dever de indenizar. Como


exemplo cita-se o compromisso de compra e venda, que, por sua vez, não se
confunde com a mera negociação ou tratativa preliminar, constituindo-se
verdadeira promessa de contratar.

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(B-) Proposta ou oferta: I – Conceito – A oferta ou proposta é uma declaração


receptícia4 de vontade, dirigida por uma pessoa à outra (com quem pretende
celebrar um contrato), por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se
considerar vinculada, se a outra parte aceitar.

II – Caracteres: - É declaração unilateral de vontade, por


parte do proponente;

- Reveste-se de força vinculante em relação ao


que a formula, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio
ou das circunstâncias do caso (CC, arts. 427 e 428);

- É um negócio jurídico receptício;

- Deve conter todos os elementos essenciais


do negócio jurídico proposto;

- É elemento inicial do contrato, devendo ser,


por isso, séria, completa, precisa e inequívoca.

III – Obrigatoriedade: A obrigatoriedade da oferta consiste


no ônus, imposto ao proponente, de não a revogar por um certo tempo a partir de
sua existência, sob pena de ressarcir perdas e danos, subsistindo até mesmo em face
da morte ou incapacidade superveniente do proponente antes da aceitação, salvo se
outra houver sido a sua intenção.

Porém, essa sua força vinculante não é absoluta, pois o CC, art. 427 e 428, I a IV,
reconhece alguns casos em que deixará de ser obrigatória.

(C-) Aceitação: I – definição - A aceitação é a manifestação da vontade, expressa


ou tácita, da parte do destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a
esta em todos os seus termos, tornando o contrato definitivamente concluído, desde
que chegue, oportunamente, ao conhecimento do ofertante.

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RECEPTÍVEL . 1. Aceitável. 2. Admissível. 3. Aquilo que pode ser recebido. (Maria Helena Diniz). Dicionário Jurídico.
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II – requisitos: - Não exige obediência à determinada
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forma, salvo nos contratos solenes , podendo ser expressa ou tácita (CC art. 432);
- Deve ser oportuna (CC, arts. 430 e
431);

- Deve corresponder a uma adesão


integral à oferta;

- Deve ser conclusiva e coerente.

(C1-) Aceitação nos contratos "inter praesentes" - Se o negócio for entre


presentes, a oferta poderá estipular ou não prazo para a aceitação.

Se não contiver prazo para a aceitação deverá ser manifestada imediatamente, e, se


houver prazo, deverá ser pronunciada no termo concedido.

(C2-) Aceitação nos contratos "inter absentes" - Se o contrato for entre ausentes,
existindo prazo, este deverá ser observado, mas se a aceitação se atrasar, sem culpa
do oblato6, o proponente deverá dar ciência do fato ao aceitante, sob pena de
responder por perdas e danos (CC, art. 430).

Se o ofertante não estipulou qualquer prazo, a aceitação deverá ser manifestada


dentro do prazo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.

(D-) Retratação do aceitante - O aceitante poderá arrepender-se, desde que sua


retratação chegue ao conhecimento do ofertante antes da aceitação ou juntamente
com ela.

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CONTRATO ESPECIAL OU SOLENE. Direito Civil. Aquele que depende, para sua validade, de forma especial requerida pela lei.
Trata-se do contrato formal ou solene. (Maria Helena Diniz. Dicionário Jurídico).
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OBLATO. 1. Direito Civil. Destinatário da proposta do contrato, que deve aceitá-la ou não. É o aceitante da proposta. 2. História do
Direito. a) Criança que era dada pelos pais para efetuar serviços numa ordem religiosa; b) leigo que se oferecia para servir a uma
comunidade religiosa. 3. Direito canônico. Membro de ordem religiosa que, sem perder seu caráter leigo, professa o voto de oblação,
ou seja, de obediência ao seu superior, fazendo doação de seus bens à comunidade. (Maria Helena Diniz. Op. cit.).

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3 – Momento da conclusão do contrato:

(A-) Contrato entre presentes – Neste contrato as partes encontrar-se-ão vinculadas


no mesmo instante em que o oblato aceitar a oferta; só então o contrato começará a
produzir efeitos jurídicos.

(B-) Contrato entre ausentes – Segundo a teoria da agnição7 ou declaração, na sua


segunda modalidade, isto é, da expedição, a que se filiou nosso CC, no art. 434, os
contratos por correspondência epistolar ou telegráfica tornam-se perfeitos desde
que a aceitação é expedida, desde que não apresentem as exceções do art. 434, II e
III, hipóteses em que se aplica a teoria da recepção8.

4 - Lugar da celebração do negócio jurídico contratual – Pelo Código Civil, art.


435, o contrato reputar-se-á celebrado no local em que foi proposto.

Pela Lei de Introdução ao Código Civil, art. 9º, § 2º, aplicável no direito
internacional privado, a obrigação resultante do contrato considerar-se-á constituída
no lugar em que residir o proponente.

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AGNIÇÃO. Direito processual. Ato de admitir uma afirmação da parte contrária. (Maria Helena Diniz. Op. cit.).
8
RECEPÇÃO. Direito civil. Cerimonial com que se admite, oficialmente, um novo membro numa associação. Na linguagem comum
tem o sentido de: a) ato ou efeito de receber; b) recebimento. (op. cit.).
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