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Aula 3 - Grau de Hiperestaticidade

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: ENG2032 – TEORIA DAS ESTRUTURAS I
Prof. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

AULA 3 – GRAU DE HIPERESTATICIDADE

Grau de hiperestaticidade para pórticos planos e vigas

As incógnitas do problema estático dependem dos vínculos e da existência de anéis (ciclos


fechados da estrutura). Cada tipo de vínculo (1º, 2º e 3º gêneros) introduz um determinado
número de reações de apoio, que são as incógnitas. Assim, cada reação de apoio aumenta em
uma unidade o grau de hiperestaticidade da estrutura. Por outro lado, cada anel aumenta em
três unidades o grau de hiperestaticidade da estrutura, uma vez que, apesar de às vezes ser
possível encontrar as reações de apoio de maneira direta, não conseguimos determinar os
esforços em todas as barras utilizando apenas equações de equilíbrio.

Para compreender isso melhor, seja o quadro mostrado na Figura 1.

Figura 1 – Quadro com hiperestaticidade interna.

Para obter os esforços na estrutura usando apenas equações de equilíbrio, precisamos


seccionar uma barra da estrutura em qualquer posição de modo a obter duas partes isoladas.
No entanto, em quadros fechados como o da Figura 1, seccionar apenas uma barra não
implicaria na divisão da estrutura em duas partes isoladas. Esse problema poderia ser
resolvido se uma segunda barra do quadro fosse seccionada, mas isso faria com que três
novas incógnitas fossem introduzidas no problema (os esforços internos na seção da segunda
barra). Assim, podemos observar que um anel sempre introduz três incógnitas no problema.

No que diz respeito ao número de equações de equilíbrio, devem ser consideradas as três
equações que garantem o equilíbrio global da estrutura e também aquelas provenientes de
liberações de continuidade interna da estrutura. Consideraremos aqui apenas as liberações de
continuidade de rotação, que são proporcionadas pelas rótulas.

Liberar a continuidade de rotação significa dizer que na seção da rótula, o momento fletor é
nulo. Assim, cada rótula na qual convergem duas barras introduz uma única condição de
equilíbrio, a qual exige que o momento fletor na seção da rótula seja nulo. Embora o momento
fletor tenha que ser nulo de cada lado da rótula, a imposição de momento fletor nulo em um
dos lados da rótula já garante isso. Por outro lado, se nessa rótula concorrerem três barras,
duas condições de equilíbrio serão introduzidas. A exigência de momento fletor nulo na seção
da rótula ainda será válida, o que obrigará os momentos fletores de duas das três barras a se
anularem para satisfazer a exigência de momento fletor nulo na rótula. Da mesma forma que
nas rótulas simples, a imposição de momento fletor nulo em dois dos três lados da rótula
também garante que o momento fletor na seção da rótula será nulo. Como regra geral, em
uma rótula na qual concorrem b barras, o número de condições de equilíbrio introduzidas é
igual a  − 1.

Considerando o exposto, o grau de hiperestaticidade pode ser dividido em externo e interno:

a) Grau de hiperestaticidade externa: é igual à diferença entre o número de reações e o


número de equações (incluindo as equações de equilíbrio) para resolver a estrutura;
b) Grau de hiperestaticidade interna: é o número de esforços que precisamos conhecer
para traçar os diagramas de esforços solicitantes para a estrutura, conhecidas suas
reações de apoio;
c) Grau de hiperestaticidade total: corresponde à soma dos graus de hiperestaticidade
externo e interno.

Determinação direta do grau de hiperestaticidade total

O grau de hiperestaticidade total é obtido por  =  + 3 ∙   − 3 + ,  , sendo NRA


o número de reações de apoio, NAN o número de anéis e NEq,Art o número de equações vindas
das rótulas.
Grau de hiperestaticidade para grelhas

Grelhas são estruturas planas submetidas a carregamento fora do plano. Supondo que as
barras de uma grelha estejam contidas no plano XY, são três as equações de equilíbrio:
∑  = 0, ∑  = 0 e ∑  = 0.
0. Como uma barra de grelha pode apresentar apenas três
esforços
ços solicitantes (esforço cortante, momento fletor e momento torçor), um anel de grelha
também aumenta em três unidades o grau de hiperestaticidade. Entretanto, a presença de
rótulas nas grelhas pode introduzir mais de uma condição de equilíbrio por rótula,
rótula já que um
ponto de grelha possui duas rotações e uma rótula pode liberar até duas rotações. Dessa
forma, o procedimento de determinação do grau de hiperestaticidade para grelhas é análogo
ao utilizado para pórticos planos e vigas.

Obs.: Em uma grelha, não


o há diferença entre o número de reações proporcionadas pelos apoios
de primeiro e segundo gênero, isto é, ambos restringem apenas o deslocamento vertical, já que,
por definição, as grelhas possuem apenas forças fora do plano.
plano

Exercícios

1) Determinar o grau de hiperestaticidade interno e externo das estruturas abaixo.


2) Determinar o grau de hiperestaticidade das grelhas abaixo:

BIBLIOGRAFIA

SÜSSEKIND, J. C. Curso de análise estrutural. Rio de Janeiro, Editora Científica, 1983. V. 2

MARTHA, L. F. Métodos básicos de análise estrutural. Rio de Janeiro, Editora Elsevier, 2010.

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