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Avaliação e Pericias em Agronomia PDF

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APOSTILA DE

PERÍCIAS E AVALIAÇÕES
DE
IMÓVEIS RURAIS

PROFESSOR
LUIZ K. YAMAMOTO
ENGENHEIRO AGRÔNOMO

ANO 2013

16
SUMÁRIO

Sumário

1.0 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2


2.0 DEVER DO PERITO JUDICIAL ............................................................................ 2
3.0 DEVER DO ASSISTENTE TÉCNICO ................................................................... 3
4.0 PROCESSO JUDICIAL ......................................................................................... 3
5.0 ETAPAS DA PERÍCIA ........................................................................................... 4
6.0 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ........................................................................... 5
AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS ............................................................................ 7
7.0 OBJETIVO............................................................................................................. 8
8.0 FINALIDADES ....................................................................................................... 8
A) DESAPROPRIAÇÃO PARA REFORMA AGRÁRIA .................................................... 8
B) OUTROS: DAÇAO EM PAGAMENTO, ALIENAÇÃO, PERMUTA, GARANTIA,
FINS CONTÁBEIS, SEGURO, ARREMATAÇÃO, ADJUDICAÇÃO. .............................. 8
9.0 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEL RURAL ............................................... 8
9.1. MÉTODO DE AVALIAÇÃO EXPEDITA ................................................................... 8
9.2. MÉTODO DE RENDA .................................................................................................. 9
9.3. MÉTODO INVOLUTIVO ............................................................................................. 9
9.4. MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO ......................... 9
10.0 NOTA AGRONÔMICA-NA ............................................................................... 11
A) QUADRO: SITUAÇÃO X ACESSO ........................................................................... 11
B) QUADRO CAPACIDADE DE USO X VTN ............................................................... 11
C) CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA TERRA NUA .................................................... 11
EXEMPLO DE PLANILHA A ............................................................................................ 13
FAZENDA B ........................................................................................................................ 16
11.0 EXEMPLO DE GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO E DE PRECISÃO = GRAU III . 19
12.0 AVALIAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS ........................................................ 19
12.1 INVENTÁRIO FLORESTAL: FÓRMULA ................................................................ 20
12.2 CARVÃO: Após a retirada de madeira nobre, o restante da mata nativa pode
ser considerado como rendimento lenhoso. Multiplica-se o st de lenha por um fator x ,
obtém-se o volume (m3) de carvão produzido. ..................................................................... 20
12.3 RECURSOS HÍDRICOS.............................................................................................. 20
13.0 AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS ..................................................................... 21
13.1 BENFEITORIAS REPRODUTIVAS: culturas agrícolas que proporcionam
rendimentos direta ou indiretamente. Exemplo: ................................................................... 21
13.1.1 PASTAGENS ........................................................................................................ 21
13.1.2 EUCALIPTO ......................................................................................................... 22
13.1.3AVALIAÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR ............................................................. 25
14. VALOR DAS PASTAGENS FEITAS: VPF........................................................... 28
14.1 CÁLCULO DO VALOR DAS PASTAGENS FEITAS – VPF .................................. 29
15.0 CÁLCULO DO VALOR DA POSSE DO IMÓVEL ............................................. 30
16.0 BENFEITORIAS NÃO REPRODUTIVAS ......................................................... 30
Referências bibliográficas: ........................................................................................ 33
ANEXOS ................................................................................................................... 34
LEI N. 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993 ........................................................ 35
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.183-56, DE 24 DE AGOSTO DE 2001 ........................ 41
INSTRUÇÃO NORMATIVA INCRA Nº 11, DE 4 DE ABRIL DE 2003. ...................... 50
1
1.0 INTRODUÇÃO

A presente apostila foi elaborada para dar, de forma resumida, noções básicas
sobre a disciplina Avaliações e Perícias Rurais.

 Perícia Rural: Atividade exercida por profissional legalmente habilitado,


destinado a produzir provas técnicas que esclarecerá determinado fato,
apurar causas, o estado, alegação de direito ou esclarecimento geral com
objetivo de deslindar o litígio.
 Perito Judicial: Profissional legalmente habilitado, idôneo, sob compromisso
de cargo pela nomeação do Juiz para efetuar a perícia judicial.
 O Perito Judicial deverá ser imparcial e especialista na tarefa recebida.
Deverá estudar o processo minuciosamente, procurar provas técnicas e ou
testemunhais e após a formação de convicção elaborar o Laudo Pericial.
Responder os quesitos apresentados nos autos.
 Quesitos: São perguntas pertinentes ao assunto formulados pelas partes e
eventualmente pelo Juízo e outros. No respeitável despacho o Juiz
determinará quais os quesitos deverão ser respondidos.

2.0 DEVER DO PERITO JUDICIAL

 O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo determinado empregando


toda a sua diligência. Entretanto, pode escusar-se do encargo alegando
motivo legítimo, dentro de 5 (cinco) dias da intimação ou do impedimento
superveniente, sob pena de se reputar renunciando o direito a alegá-la.
 O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá
pelos prejuízos que causar à parte, ficando inabilitado por 2 (dois) anos, a
funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal
estabelecer.
 Na agronomia, diferentemente da medicina, não exige especialização no
exercício da profissão. O engenheiro agrônomo precisa conhecer um pouco
de tudo. Seria uma espécie de clínico geral na comparação acima. Por sua
vez, o perito é o “expert”, o especialista. Por isso, uma vez assumido o cargo,

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o profissional deverá se dedicar empregando toda a sua diligência conforme
previsto no Código do Processo Civil - CLP. Deverá aprofundar na matéria
atinente, pesquisar, consultar os profissionais especialistas e só elaborar o
Laudo Pericial quando estiver convicto da magnitude do cargo assumido.

3.0 DEVER DO ASSISTENTE TÉCNICO

 Legalmente os deveres do assistente técnicos não diferem muito do perito


judicial. A mesma forma ele deverá ser profissional legalmente habilitado, com
o seu registro no CREA estadual regularizado. Em atuação fora de o seu
estado requerer junto ao CREA daquele estado o Visto
Tem a incumbência de assistir à parte ou ao Ministério Público quando for o
caso.
O assistente técnico deverá participar de toda a etapa desenvolvida pelo
Perito Judicial e emitir o Laudo Divergente com o objetivo de trazer elementos
e os fatos provados nos autos, explicitando as razões das divergências com
Laudo Pericial.
O Juiz poderá ou não acatar as conclusões do Perito Judicial ou razões das
divergências das partes.

 Prova: A Prova consiste na demonstração da verdade utilizando-se material


que comprove o fato. Os profissionais envolvidos no processo, tanto do Perito
como Assistente, devem estar cientes sobre o artigo do Código de Processo
Civil; “Para o desempenho da sua função podem o perito e os assistentes
técnicos, utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas,
obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte
ou em repartições públicas, bem como instruir e ainda com plantas,
desenhos, fotografias e outras quaisquer peças”.

4.0 PROCESSO JUDICIAL

 PROCESSO JUDICIAL: No processo judicial, a critério do Juiz e pela


necessidade de conhecimento técnico específico o perito é nomeado entre

3
aqueles já cadastrados no rol de peritos especialistas no assunto. O
cadastramento deve ser feito pelo profissional interessado cumprindo os
procedimentos existentes. Normalmente o profissional endereça a petição ao
Juiz da respectiva vara juntando o seu currículo e os demais documentos
pessoais pedidos.

5.0 ETAPAS DA PERÍCIA

As seguintes etapas da Perícia.


a) Nomeação: O Juiz nomeia o Perito e manda notificar-lhe da
nomeação. Geralmente fixa os honorários provisórios ou pede para
que o nomeado faça a sua proposta de honorários.
b) Honorários: Um dos parâmetros utilizados pelos engenheiros é
Regulamento de Honorários para avaliações e perícias de
engenharia. Disponíveis no site do IBAPE – Instituto Brasileiro de
Avaliações e Perícias de Engenharia: www.ibape.sp.com.br, que
contempla a fixação de honorários em função do tempo gasto para
a execução e apresentação do trabalho ou a fixação de honorários
em função do valor das avaliações de bens.
c) Formulação de Quesitos: As perguntas pertinentes ao assunto são
formuladas. O Perito Judicial deverá, após a convicção formada,
respondê-las de forma bem categórica.
d) Vistoria no imóvel ou no campo. O perito geralmente, marca com
antecedência mínima, a data inicial para vistoria de campo. Os
assistentes das partes podem-se interar da data nos autos através
da petição escrita pelo perito. Pode também o perito cientificar os
assistentes avisando-os por outros meios de comunicação. A
presença dos assistentes, nesta fase é imprescindível para que os
trabalhos sejam transparentes.
e) Trabalhos de escritório: Os trabalhos de escritórios, normalmente
demandam mais tempo. Após a coleta de dados de campo, de
pesquisa em locais apropriados, estudos minuciosos dos autos
chegam-se à conclusão, quando o perito começa a elaboração do

4
Laudo Pericial. No caso de Assistente Técnico as etapas são
semelhantes. Este elabora o Laudo Divergente.

f) Manifestação das partes: As partes devem se manifestar nos autos


fundamentando com dados técnicos as eventuais falhas do Laudo
Pericial.
O Juiz despacha determinando o que deverá vir a seguir. Ao seu
critério o Juiz manda notificar o Perito Judicial a pronunciar sobre o
Laudo Divergente.

6.0 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

 Fundamentação Legal.
O Perito de engenharia, aqui incluído o Perito Judicial e o Assistente
Técnico precisam conhecer os fundamentos legais que reza a matéria.
“A prova do fato que depender de conhecimento técnico ou científico, o
Juiz será assistido por perito. O engenheiro agrônomo deverá estar com
a sua situação regularizada junto ao CREA do estado que corre o
processo”.

 Quando não houver profissionais qualificados que preencham os


requisitos necessários, a indicação dos peritos será de livre escolha do
Juiz.

 Da prova pericial do perito e assistente técnico:


Abaixo alguns artigos previstos no Código de Processo Civil:

 A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

 O Juiz indeferirá a perícia quando a prova do fato não depender


do conhecimento especial de técnico ou for desnecessária em
vista de outras provas produzidas e se a verificação for
impraticável.

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 O Juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a
entrega do laudo e incumbe às partes, dentro de 5 (cinco) dias,
contado da intimação do despacho de nomeação do perito. As
partes devem indicar o assistente técnico e apresentar os
quesitos.

 A perícia poderá consistir apenas na inquirição, ou seja,


averiguação minuciosa pelo Juiz do perito e dos assistentes, por
ocasião da audiência de instrução e julgamento.

 O perito cumprira escrupulosamente o encargo que lhe foi


cometido, independente de termo de compromisso. Os
assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeito a
impedimento ou suspeição (suspeita).

 O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou


suspeita de algo que não se pode confiar até segunda ordem; ao
aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o Juiz
nomeará novo perito.

 O perito pode ser substituído quando carecer de conhecimento


técnico ou científico; sem motivo legítimo, deixar de cumprir o
encargo no prazo que lhe foi dado. Pode sofrer punição com
multa fixada tendo em vista o valor da causa e o possível
prejuízo decorrente do atraso no processo.

 O Juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua


convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.

 O Juiz poderá pedir uma nova perícia. Embora esta não


substitua à primeira, cabendo ao Juiz apreciar livremente o valor
de uma e outra.

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AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS

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7.0 OBJETIVO

Apurar o valor que reflita o de mercado de imóveis rurais.

8.0 FINALIDADES

A) DESAPROPRIAÇÃO PARA REFORMA AGRÁRIA

Considera-se justa a indenização que reflete o preço atual de mercado do


imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e
florestas e as benfeitorias indenizáveis.
Do Valor Total do Imóvel (VTI) deduzindo o Valor das Benfeitorias (VB)
indenizáveis em dinheiro, obtém-se o Preço da Terra Nua (VTN) a ser indenizado
em TDA.

B) OUTROS: DAÇAO EM PAGAMENTO, ALIENAÇÃO, PERMUTA, GARANTIA,


FINS CONTÁBEIS, SEGURO, ARREMATAÇÃO, ADJUDICAÇÃO.

Qualquer que seja a finalidade, a avaliação deverá ser feita rigorosamente


dentro de normas da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT
obedecendo aos dispositivos legais para que o valor apurado surta efeito legal.
Atualmente vigora a NBR 14653-3 que substituiu a NBR 8799/85.

9.0 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMÓVEL RURAL

9.1. MÉTODO DE AVALIAÇÃO EXPEDITA

O método permite a avaliação de grande quantidade de imóveis; redução da


quantidade dos dados para obter o valor desejado; obtém um valor condizente com
a finalidade desejada.
O valor obtido reflete o valor mais provavelmente de mercado do imóvel.

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A avaliação expedita não se prende a uma metodologia específica e seu nível
de precisão que surta efeito legal. Dá idéia geral baseada em bom senso e
experiência partida do avaliador.

9.2. MÉTODO DE RENDA

O valor é obtido pela capitalização da sua renda líquida, real ou prevista do


imóvel. Depende da análise de dados confiáveis como balanço patrimonial
contabilizado, rendimentos líquidos, taxa de capitalização, dados estes difíceis de
obter na prática em maior parte dos imóveis rurais. Portanto, raramente se aplica
este método.
No caso de avaliação de culturas agrícolas, os rendimentos líquidos
esperados devem ser considerados a partir da data de referência da avaliação até o
final da vida útil da cultura. Deve-se considerar a receita bruta, deduzidos os custos
diretos e indiretos. No cálculo da terra nua pode-se utilizar o custo de seu
arrendamento. Mais detalhes, apresentaremos no item Avaliação de Culturas.

9.3. MÉTODO INVOLUTIVO

No método involutivo, o engenheiro avaliador deve verificar o aproveitamento


eficiente para o imóvel avaliando. Entende-se por aproveitamento eficiente aquele
recomendável e tecnicamente possível para o local, numa data de referência,
observando a tendência mercadológica.
Exemplo: Área rural localizada próxima ao perímetro urbano e passível de
urbanização e loteamento deve-se aplicar o método acima, pesquisando os valores
pelo Método Comparativo Direto de Dados de Mercado com objetivo de estimar o
valor de mercado imobiliário projetado para a situação hipotética.

9.4. MÉTODO COMPARATIVO DIRETO DE DADOS DE MERCADO

Consiste em determinar o valor do imóvel comparando-o com outros imóveis


similares por meio de tratamento técnico dos atributos dos elementos comparáveis.
Adota-se fator no sentido de homogeneização as amostras.

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Os pontos básicos que nos permitem aplicar este método podem ser:

Negócios realizados (NR)


Negócios ofertados (OF)
Opinião (OP)
Os diferentes atributos devem ser homogeneizados aplicando fatores
constantes em tabelas de autores consagrados, tais como fator situação, fatores de
ponderação (índices agronômicos).

ATRIBUTOS: Características dos imóveis como a sua área, sua localização,


potencialidade de exploração, sua infraestrutura, recursos naturais, etc. estes
atributos diferenciam um imóvel do outro. Encontrar parâmetros numéricos com
menor grau de subjetividade e aplicar nas amostras no sentido de uniformizar o valor
seria mais aceitável.

DEFINIÇÃO DE ALGUNS TERMOS:

IMÓVEL PARADIGMA: Normalmente é o imóvel que estamos avaliando. Ele tem


seus atributos como: área, localização, trafegabilidade, culturas, benfeitorias,
recursos naturais etc que deverão ser comparados com outros imóveis semelhantes.
Na prática, raramente encontramos estes mesmos atributos por isso aplica-se os
fatores para “assemelhar” um imóvel ao outro.
Uma vez escolhido o método a ser aplicado na avaliação do imóvel, os
passos seguintes são:
a) Caracterização da área de influência de mercado em que se insere o imóvel
levando-se em consideração as semelhanças dos sistemas produtivos e preços
praticados;
b) Vistorias nos imóveis pesquisados;
c) Pesquisa de mercado com elementos da mesma área de influência de mercado
de Negócios Realizados (NR) e Ofertas (OF) aplicando-se os coeficientes de
elasticidade. O preço de opinião (OP) de pessoas ou entidades oficiais ligados ao
setor poderá ser considerado se não existirem amostras suficientes de NR e OF.
d) Homogeneização e tratamento estatístico dos elementos amostrados;
e) Cálculo do preço de mercado do imóvel;

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f) Caracterizar cada imóvel com a sua respectiva Nota Agronômica (NA).

10.0 NOTA AGRONÔMICA-NA

A NA obtém-se a partir da somatória do percentual de cada classe de


capacidade de uso da terra multiplicado pelo índice de correção baseado na
localização e acesso ao imóvel avaliando.

A) QUADRO: SITUAÇÃO X ACESSO


Situação Tipo de estrada Distância Trafegabilidade
Ótima Asfaltada Limitada Permanente
Muito boa Cascalhada Relativa Permanente
Boa Terra Significativa Permanente
Regular Terra – servidão Significativa Insatisfatória
Má Interceptada Sem condições

B) QUADRO CAPACIDADE DE USO X VTN


LOCALIZAÇÃO CAPACIDADE DE USO
E ACESSO I II III IV V VI VII VIII
100% 90% 75% 65% 55% 45% 35% 30%
Ótima 100% 1,000 0,90 0,750 0,650 0,550 0,450 0,350 0,300
Muito boa 95% 0,950 0,855 0,710 0,617 0,522 0,427 0,332 0,285
Boa 85% 0,850 0,765 0,637 0,552 0,467 0,385 0,297 0,255
Regular 70% 0,700 0,630 0,525 0,455 0,385 0,315 0,245 0,210
Desfavorável 60% 0,600 0,540 0,450 0,390 0,305 0,270 0,210 0,180
Má 50% 0,500 0,450 0,375 0,325 0,275 0,225 0,175 0,150

C) CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA TERRA NUA

Para se comparar dados de mercado, o engenheiro avaliador terá de observar


as características físicas dos diversos tipos de terras e aplicar um valor econômico
com base em critérios técnicos. O mais adotado é o da Capacidade de Uso da Terra.

Grupo A: terras passíveis de utilização com culturas anuais perenes, pastagens e


reflorestamento.
Classe I: terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de
conservação.

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Classe II: terras cultiváveis com problemas simples de conservação;
Classe III: terras cultiváveis com problemas complexos de conservação;
Classe IV: terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com
sérios problemas de conservação.
Grupo B: terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para
pastagens e ou reflorestamento, vida silvestre, porém cultiváveis em caso de
algumas culturas especiais protetoras do solo.
Classe V: terras adaptadas em geral para pastagens e ou reflorestamento, sem
necessidade de práticas especiais de conservação, cultiváveis apenas em casos
muito especiais;
Classe VI: terras adaptadas em geral para pastagens e ou reflorestamento, com
problemas simples de conservação, cultiváveis apenas em casos especiais de
algumas culturas permanentes protetoras do solo.
Classe VII: terras adaptadas em geral somente para pastagens ou reflorestamento
com problemas complexos de conservação.
Grupo C: classe VIII: terras impróprias para culturas, pastagens ou reflorestamento,
podendo servir apenas como área de interesse ambiental (APP, Reserva Legal).

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EXEMPLO DE PLANILHA A
FAZENDA A
ÁREA (ha): 5,0
NOTA AGRONÔMICA = 0,5
ANCIANIDADE = 1

Nº Área Tipo VTI Fator VTI BENF VTI/ha VTN/ha NA Fator Homog
(ha) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$)
1 1,0 OF 5.000,00 0,9 4.500,00 1.000,00 4.500,00 3.500,00 1,0 0,5 1.750,00
2 2,0 OF 9.000,00 0,9 8.100,00 3.000,00 4.050,00 2.550,00 0,5 1,0 2.550,00
3 5,0 NR 20.000,00 1,0 20.000,00 5.000,00 4.000,00 3.000,00 1,0 0,5 1.500,00
4 1,0 NR 4.000,00 1,0 4.000,00 500,00 4.000,00 3.500,00 0,5 1,0 3.500,00
5 5,0 OF 20.000,00 0,9 18.000,00 4.000,00 3.600,00 2.800,00 0,5 1,0 2.800,00
6 1,0 OF 5.000,00 0,9 1.000,00 0,5
4.500,00 4.500,00 3.500,00 1,0 3.500,00
7 2,0 NR 8.000,00 1,0 8.000,00 4.000,00 4.000,00 2.000,00 0,5 1,0 2.000,00
8 1,0 NR 4.000,00 1,0 4.000,00 600,00 4.000,00 3.400,00 0,5 1,0 3.400,00
9 1,0 NR 4.000,00 1,0 4.000,00 1.000,00 4.000,00 3.000,00 0,5 1,0 3.000,00
10 5,0 NR 20.000,00 1,0 20.000,00 6.000,00 4.000,00 2.800,00 0,5 1,0 2.800,00

PARÂMETROS ESTATÍSTICOS APÓS


HOMOGENEIZAÇÃO
(X) Média 2.680,00
(S) Desvio Padrão 725,03
CV (%) 27,05
LIMITES EXPURGO
X+S 3.405,03
X-S 1.954,97

Eliminar
acima de 3.405,03
e abaixo de 1.954,97

Nº Área Tipo VTI Fator VTI BENF VTI/ha VTN/ha NA Fator Homog
(R$) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$)
1 1,0 OF 5.000,00 0,9 4.500,00 1.000,00 4.500,00 3.500,00 1,0 0,5
2 2,0 OF 9.000,00 0,9 8.100,00 3.000,00 4.050,00 2.550,00 0,5 1,0 2.550,00
3 5,0 NR 20.000,00 1,0 20.000,00 5.000,00 4.000,00 3.000,00 1,0 0,5
4 1,0 NR 4.000,00 1,0 4.000,00 500,00 4.000,00 3.500,00 0,5 1,0
5 5,0 OF 20.000,00 0,9 18.000,00 4.000,00 3.600,00 2.800,00 0,5 1,0 2.800,00
6 1,0 OF 5.000,00 0,9 4.500,00 1.000,00 4.500,00 3.500,00 0,5 1,0
7 2,0 NR 8.000,00 1,0 8.000,00 4.000,00 4.000,00 2.000,00 0,5 1,0 2.000,00
8 1,0 NR 4.000,00 1,0 4.000,00 600,00 4.000,00 3.400,00 0,5 1,0 3.400,00
9 1,0 NR 4.000,00 1,0 4.000,00 1.000,00 4.000,00 3.000,00 0,5 1,0 3.000,00
10 5,0 NR 20.000,00 1,0 20.000,00 6.000,00 4.000,00 2.800,00 0,5 1,0 2.800,00

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PARÂMETROS ESTATÍSTICOS APÓS HOMOGENEIZAÇÃO
MÉDIA HOMOGENEIZADA (X) 2.758,33
DESVIO PADRÃO (S) 467,35
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%) 16,94
LIMITES PARA EXPURGO
X+S 3.225,68
X-S 2.290,98

TABELA DE STUDENT
GL (n) t n t
5 1,476 5 1,476
6 1,440 6 1,440
7 1,415 7 1,415
8 1,397 8 1,397
9 1,383 9 1,383
10 1,372 10 1,372
11 1,363 11 1,363
12 1,356 12 1,356
13 1,350 13 1,350

Limite Inferior X - t S/(n – 1)0,5


Limite Superior X + t S/(n – 1)0,5
onde,
X= 2.758,33
S= 467,35
n= 6
t= 1,44

CAMPO DE ARBÍTRIO
Limite Inferior 2457,37
Limite superior 3059,30

VALOR TOTAL ÁREA


UNITARIO R$/ha AVALIANDA
LIMITE SUPERIOR 3.059,30 15.296,51
LIMITE MÉDIO 2.758,33 13.791,67
LIMITE INFERIOR 2.457,37 12.286,83

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Sendo,

Nº = Propriedades pesquisadas
Tipo = NR = negócio realizado OF = oferta
Área de cada propriedade em ha
Valor total da propriedade em R$(VTI) = Benfeitorias + VTN
VTI/ha = Valor total da propriedade ÷ pela área
VTN/ha = Valor da Terra Nua ÷ pela área
Índice Na element = nota agronômica da propriedade
Fator = NA/NA elem = NA da Fazenda A ÷ pela NA da propriedade pesquisada
Homogeneização = VTN/ha x Fator

15
FAZENDA B

ÁREA (ha): 4.283,5505


NOTA AGRONÔMICA = 0,577359
ANCIANIDADE: 1

Nº Área Tipo Valor Fator VTI (R$) V BENF (R$) VTI/ha VTN/ha Índice Fator Homog (R$)
total(R$) (R$) (R$)
1 290,4 OF 2.850.000,00 0,9 2.565.000,00 40.000,00 8.832,64 8.694,90 0,5606 1,02989 8.954,84
2 532,4 OF 6.600.000,00 0,9 5.940.000,00 1.320.000,00 11.157,02 8.677,69 0,5733 1,00708 8.739,12
3 193,8 NR 2.000.000,00 1,0 2.000.000,00 267.000,00 10.319,92 8.942,21 0,4489 1,28616 11.501,15
4 1.555,8 NR 16.000.000,00 1,0 16.000.000,00 2.920.000,00 10.284,10 8.407,25 0,5818 0,99237 8.343,08
5 3.049,2 NR 31.500.000,00 1,0 31.500.000,00 4.410.000,00 10.330,58 8.884,30 0,5436 1,06210 9.436,04
6 544 NR 6.750.000,00 1,0 6.750.000,00 700.000,00 12.408,09 11.121,32 0,5608 1,02953 11.449,71
7 3.100,0 OF 38.440.000,00 0,9 34.596.000,00 1.560.000,00 11.160,00 10.656,77 0,5521 1,04575 11.144,33
8 1.204,0 NR 15.000.000,00 1,0 15.000.000,00 700.000,00 12.458,47 11.877,08 0,5966 0,96775 11.494,03
9 900,0 NR 11.250.000,00 1,0 11.250.000,00 950.000,00 12.500,00 11.444,44 0,587 0,98358 11.256,48
10 121 OF 1.500.000,00 0,9 1.350.000,00 230.000,00 11.157,02 9.256,20 0,5002 1,15426 10.684,03

PARÂMETROS ESTATÍSTICOS APÓS HOMOGENEIZAÇÃO


MÉDIA HOMOGENEIZADA (X) 10.300,28
DESVIO PADRÃO (S) 1.281,81
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%) 12,44
LIMITES PARA EXPURGO
X+S 11.582,09
X-S 9.018,47

16
Eliminar os valores acima de 11.582,09 e abaixo de 9018,4707

Nº Área Tipo Valor Fator VTI (R$) V BENF (R$) VTI/ha VTN/ha Índice Fator Homog (R$)
total(R$) (R$) (R$)
1 290,4 OF 2.850.000,00 0,9 2.565.000,00 40.000,00 8.832,64 8.694,90 0,5606 1,02989
2 532,4 OF 6.600.000,00 0,9 5.940.000,00 1.320.000,00 11.157,02 8.677,69 0,5733 1,00708
3 193,8 NR 2.000.000,00 1,0 2.000.000,00 267.000,00 10.319,92 8.942,21 0,4489 1,28616 11.501,15
4 1.555,8 NR 16.000.000,00 1,0 16.000.000,00 2.920.000,00 10.284,10 8.407,25 0,5818 0,99237
5 3.049,2 NR 31.500.000,00 1,0 31.500.000,00 4.410.000,00 10.330,58 8.884,30 0,5436 1,06210 9.436,04
6 544 NR 6.750.000,00 1,0 6.750.000,00 700.000,00 12.408,09 11.121,32 0,5608 1,02953 11.449,71
7 3.100,0 OF 38.440.000,00 0,9 34.596.000,00 1.560.000,00 11.160,00 10.656,77 0,5521 1,04575 11.144,33
8 1.204,0 NR 15.000.000,00 1,0 15.000.000,00 700.000,00 12.458,47 11.877,08 0,5966 0,96775 11.494,03
9 900,0 NR 11.250.000,00 1,0 11.250.000,00 950.000,00 12.500,00 11.444,44 0,587 0,98358 11.256,48
10 121 OF 1.500.000,00 0,9 1.350.000,00 230.000,00 11.157,02 9.256,20 0,5002 1,15426 10.684,03

PARÂMETROS ESTATÍSTICOS APÓS HOMOGENEIZAÇÃO


MÉDIA HOMOGENEIZADA (X) 10.995,11
DESVIO PADRÃO (S) 744,95
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%) 6,78
LIMITES PARA EXPURGO
X+S 11.740,06
X-S 10.250,16

17
TABELA DE STUDENT
GL (n) t
5 1,476
6 1,440
7 1,415
8 1,397
9 1,383

10 1,372
11 1,363
12 1,356
13 1,350

Limite Inferior X - t S/(n – 1)0,5


Limite Superior X + t S/(n – 1)0,5
onde,

X= 10995,11
S= 744,95
n= 10
t= 1,372

Portanto, o Limite Inferior é 10654,42


E o Limite superior é 11335,80

Portanto o Campo Arbítrio do Valor do


bem é 10654,42 < 10995,11 < 11335,80

18
11.0 EXEMPLO DE GRAU DE FUNDAMENTAÇÃO E DE PRECISÃO = GRAU III

Item Especificação das Avaliações Condição Pontos


01 Nº de dados de mercado, 10 Dados 09
efetivamente utilizados
02 Qualidade dos dados de mercado Maioria 07
de mesma exploração conforme
5.1.2
03 Visita dos dados de mercado por Maioria 06
engenheiro de avaliações
04 Critério adotado para avaliar Custo de reedição por 03
construções e instalações caderno de preços
05 Critérios adotados para avaliar as Conforme item 10.3 da NBR 05
produções vegetais
06 Apresentação do Laudo, conforme Completo 16
seção 11
07 Utilização do método comparativo Tratamento por fatores, 12
direto de dados de mercado conforme em 7.7.3 e anexo
A
08 Identificação dos dados amostrais Fotográfica e coordenadas 04
geodésicas ou geográficas
09 Documentação do avaliando, que Fotográfica e coordenadas 08
permita sua identificação e geodésicas ou geográficas
localização
10 Documentação do imóvel avaliando Levantamento planimétrico 02
apresentada pelo contratante refere-
se a
Valor Total 72

12.0 AVALIAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS

A lei nº 8629/93 – art 12º com alteração pela MP 2183/01: Considera-se justa
a indenização e inclui no preço da terra nua – VTN as acessões naturais, matas
nativas e florestas naturais. Entretanto para o engenheiro avaliador a questão de
mérito da lei não sobrepõe à técnica.
Para avaliar tecnicamente deve adotar a NBR 14635-3 de 2.004.
 Florestas Nativas: usa-se o Método Comparativo Direto de dados de mercado
 Se existir exploração econômica com Plano de Manejo Florestal Sustentável
registrado no órgão ambiental competente (fora da área de APP e Reserva
Legal) usa-se o Método de Capitalização de Renda. Se for necessário o
Inventário Florestal, este deve ser executado para a área avaliando.

19
12.1 INVENTÁRIO FLORESTAL: FÓRMULA

V = π x DAP2 x H x F
4

V = volume de madeira em st/ arvore


St = estéreo-correspondente a 1 m3 de madeira roliça
F = fator de redução
DAP = diâmetro à altura do peito
H = altura comercial da árvore

Exemplo: volume (V) de madeira roliça = 10 st


F = 0,58
V = 10 x 0,5 = 5 m3

Para determinação da receita bruta (RB) deduz-se as despesas (D), temos: RL = RB


–D
VE = RL x A x r
onde,
VE = valor econômico da mata
RL = renda líquida obtida pela venda das toras menos as despesas (custos de
exploração, transporte, etc).
A = fator de valor presente – idem para florestas artificiais
R = fator de risco

12.2 CARVÃO:
Após a retirada de madeira nobre, o restante da mata nativa pode ser
considerado como rendimento lenhoso. Multiplica-se o st de lenha por um fator x ,
obtém-se o volume (m3) de carvão produzido.

12.3 RECURSOS HÍDRICOS

Podem ser avaliados pelo Método de Capitalização de Renda ou Comparativo


Direto, sempre tomando-se o cuidado de se respeitar a legislação pertinente e
verificar se há exploração econômica acoplada.

20
13.0 AVALIAÇÃO DE BENFEITORIAS

São aqueles melhoramentos feitos com a intervenção do homem. Podem ser


divididas em :

13.1 BENFEITORIAS REPRODUTIVAS:


culturas agrícolas que proporcionam rendimentos direta ou indiretamente.
Exemplo:
Reflorestamento: com a venda de madeira ou lenha;
Florestamento: manejo sustentável
Cana-de-açúcar, laranjal, cafezal, etc
Pastagens: rendimento indireto quando se serve para apascentamento de animais;
Culturas temporárias: soja, milho, feijão, etc são geralmente culturas de ciclo anual.

CÁLCULO DAS BENFEITORIAS REPRODUTIVAS

Para avaliar pastagens plantadas elabora-se a planilha de custo de formação


por hectare. Deve se levar em consideração a variedade da gramínea plantada.
Pesquise no local ou na região mais próxima possível o custo de hora maquina
(HM), quantidade de operações por ha, o preço dos insumos colocados na fazenda.
Depois de apurado o custo total por ha multiplica-se pela área total de pastagens e
coloque o fator de depreciação conforme o estado de conservação.

13.1.1 PASTAGENS

O método utilizado pelo INCRA foi o mesmo que utilizamos, ou seja com
base no custo de formação de pastagens, realmente praticados no imóvel. Os
insumos e maquinas refletem uma situação real e estão em conformidade com o
valor de mercado. Consideramos apenas a Brachiaria, predominante na área,
apesar de ter custo menor que o Colonião.

21
Tabela Formação de Pastagens
Estimativa de Custo de Formação de Pastagens - sem desmatamento
1,0 hectare - Brachiarão (Brizanthão)
Operações
Qt. Gasto Custo
Preparo do Solo Total
Operações H/M H/M
Grade Pesada (14x32 –Esp. 33) 1 1,80 80,00 144,00
Grade Intermed. (24x26 - Esp. 23) 1 1,40 80,00 112,00
Grade Niveladora (36x22 - Esp. 18,5) 2 0,80 80,00 128,00
Correção e Plantio
Calagem - 2,5 ton. 1 0,60 80,00 48,00
Fosfatagem 1 0,60 80,00 48,00
Plantio/Adubação 1 1,00 80,00 80,00
Cobertura 1 0,60 80,00 48,00
Sub Total – 1 608,00
Insumos
Qtdade. R$/um Total
Calcário - ton. 3,00 110,00 330,00
Superfosfato Simples 0,50 812,00 406,00
Fosfato Natural 0,00 173,00 0,00
Uréia – ton 0,10 1530,00 153,00
Sementes - Brachiarão – kg 25,00 9,25 231,25
Sub Total – 2 1.120,25

TOTAL R$ 1.728,25

13.1.2 EUCALIPTO

Eucalipto clonado

Empresas industriais do tipo Suzano, Fibria em Três Lagoas, Eldorado


Celulose e outras plantam mudas clonadas próprias desenvolvidas com tecnologia
de ponta. O plantio também é de alta tecnologia com mudas selecionadas e todos os
tratos culturais que possibilitam a se chegar à produtividade de até 900 a 1000 m³
por alqueire.
O espaçamento entre árvores de 2,0 m e entre linhas de 3,0 m forçam o
crescimento dos eucaliptos, que competirão por luminosidade. Ao crescer tornam-se
altas e grossas o suficiente para serem aproveitadas tanto para celulose, madeira ou
lenha.

22
Na Fazenda Exemplo vimos eucaliptos plantados no espaçamento de 3,0 m x
2,0 m ou 1 planta por 6 m² que equivale a 1666 plantas por hectares ou 4033 por
alqueire.
Considerando as bibliografias consultas e informações de técnicos
especialistas em Eucaliptos Clonados, adotamos que a estimativa de produção para
o 1º Corte é de 750 m³ por alqueire em 6 anos o mesmo que 324 m³ por hectare. No
2º Corte a estimativa é de uma redução de 20% na produção reduzindo para 600 m³
por alqueire em 4 anos o mesmo que 248 m³ por hectare. E no terceiro corte drástica
redução de produção, não ultrapassando 300 m³ por alqueire em 4 anos ou 124 m³
hectare. O que leva muitos produtores interromperem a prática no segundo corte e
efetuarem um novo plantio.
 Da área total de 17,7 alqueires, 9,96 alq. pertencem a Fazenda Santo Antônio e mais
7,77 alq. ao Sítio Siqueira Campos, dos mesmos proprietários.

Considerando as informações acima:


1° Corte:
- Área Plantada: 17,7 alq. ou 43,00 ha.
- Estimativa de Produção: 750 m³ por alqueire.
- Custo de Formação por alq.: R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais)
- Custo de Manutenção por alq.: R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais)
Temos:
Produção = 17,7 x 750 = 13275 m³
Custos = 4500,00 + 1300,00 x 17,7 = R$ 102.660,00 (cento e dois mil e
seiscentos e sessenta reais).
Valor m³ = R$ 35,00 o m³
Receita Líquida para o 1° Corte = R$ 361.965,00 (trezentos e sessenta mil
e novecentos e sessenta e cinco reais).

2° Corte:
- Área Plantada: 17,7 alq. ou 43,00 ha.
- Estimativa de Produção: 600 m³ por alqueire.
- Custo de Formação por alq.: 0
- Custo de Manutenção por alq.: R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais)
Temos:

23
Produção = 17,7 x 600 = 10.620 m³
Custos = 1.300,00 x 17,7 = R$ 23.010,00 (vinte e três mil e dez reais).
Valor m³ = R$ 35,00 o m³
Receita Líquida para o 2° Corte = R$ 348.690,00 (trezentos e quarenta e
oito mil e seiscentos e noventa reais).

3° Corte:
- Área Plantada: 17,7 alq. ou 43,00 ha.
- Estimativa de Produção: 300 m³ por alqueire.
- Custo de Formação por alq.: 0
- Custo de Manutenção por alq.: R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais)
Temos:
Produção = 17,7 x 300 = 5.310 m³
Custos = 1.300,00 x 17,7 = R$ 23.010,00 (vinte e três mil e dez reais).
Valor m³ = R$ 35,00 o m³
Receita Líquida para o 3° Corte = R$ 162.840,00 (cento e sessenta e dois
mil e oitocentos e quarenta reais).

Valor do Lucro Cessante


O lucro cessante pode decorrer não só da paralisação da atividade lucrativa
ou produtiva da vítima, como, por exemplo, a cessação de rendimentos que alguém
já vinha obtendo da sua profissão, como, também, da frustração daquilo que era
razoavelmente esperado.
O valor total do Lucro Cessante com a produção de Eucaliptos para a
Fazenda Santo Antônio é a somatória dos rendimentos líquidos do 1°, 2° e 3°
Cortes.
Portanto:
1° Corte: R$ 361.965,00 (trezentos e sessenta e um mil e novecentos e sessenta e
cinco reais).
2° Corte: R$ 348.690,00 (trezentos e quarenta e oito mil e seiscentos e noventa
reais).
3° Corte: R$ 162.840,00 (cento e sessenta e dois mil e oitocentos e quarenta reais).
Total do Lucro Cessante R$ 873.495,00 (oitocentos e setenta e três mil e
quatrocentos e noventa e cinco reais).

24
13.1.3 AVALIAÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR

Segundo a NBR 14653-3 da ABNT na avaliação da cana-de-açúcar emprega-


se o método da capitalização da renda, ou seja antecipação da renda para a
presente data. Aplica-se a fórmula V = RL x Fa x r, onde:

V = valor econômico
RL = Renda Líquida: Produção em tonelada menos as despesas
Fa = fator de antecipação
i= taxa de capitalização anual
n = período entre a realização efetiva da safra e a data de avaliação em anos
r = coeficiente de risco da cultura. Para cana-de-açúcar r pode ser considerado 10%,
ou seja, há 90% de probabilidade de colher.

Ex: avalie o valor econômico por ha, de cana-de-açúcar de 1º corte e 2º corte,


antecipando-se a renda para o presente ano. Dado: produção estimada de 100
ton/ha nos 1º e 2º corte; preço por R$ 40,00/ton; Despesas de formação = R$
3.000,00 e de manutenção R$ 1.000,00; capitalização de risco de 10%.

V = RL x Fa x r

1º corte: RL = RB – D
RL = 100 x 40 – 3000 (custo de formação + custo da colheita)
RL = 4000 – 3000 = 1000
Fa = 1 = 1_______
(1 + i)n (1 + 0,10)0
i = taxa de 10%
n = período entre a avaliação e realização de safra
n=1–1=0
Fa = 1 = 1=1
(1,10)0 1

R = 0,90 (risco de 10% ou 90% de colher)


V1= 1000 x 1 x 0,9 = R$ 9.000,00

25
2º corte = V2 = L2 x Fa2 x r

RL 2 = R$ 3.000,00

Fa = 1______ = 1____ = 0,909091


(1 + 0,10)2 – 1 (1,10)1

R = 0,90

V2 = 3000 x 0,909091 x 0,90 = R$ 2454,54

Para avaliar uma determinada área de cana-de-açúcar o engenheiro avaliador


precisa determinar qual a área existente e em que fase se encontra a cultura (1º 2º
3º 4º 5º corte) ou mais cortes se comprovado que não região do imóvel a média de
corte é maior que a média estadual (SP) de cinco cortes.
O rendimento ton/ha em cada corte também deverá ser obtido através de
pesquisa.
O custo de formação e despesas de manutenção são dados que deverão ser
apurados em pesquisas e estudos técnicos.
Desta forma, o engenheiro avaliador calcula o valor econômico de cada corte
e multiplica pela área plantada. O cálculo é bastante trabalhoso e exige muita
atenção por envolver muitos números.
Atualmente, os profissionais da área elaboram os cálculos em Microsoft Excel
o que simplifica os trabalhos.

EXEMPLO CANA DE AÇÚCAR


Campos para entrada de dados
Campos de cálculos efetuados
Título dos campos
Resultados Finais

26
Taxa de Juros (id) anuais
(%) 10
Taxa de risco (%) 10
Época da Avaliação (em
anos) 10
Custo de Formação
(R$/ha) 1
Preço do produto (R$/ton) 2.516,36

Receita Receita
Produ Receit Receita
Área Custo Receita Líquida Líquida
t. a Bruta Líquida
Corte Planta (R$/ha Líquida Antecip. Antecip.
(ton/h (R$/ha Anualmente
da (ha) ) (R$/ha) por ano acumulad
a) ) (R$)
(R$/ha) a (R$/ha)
-
Plant
2.516,3 - 0,00
a
0,00 6 2.516,36 10.507,88
4.857, 2.340,7 1.331.833,2
1 113,62 124,0 08 2 2.340,72 13.024,24 0
4.034, 3.548,5 1.473.909,7
2 153,29 103,0 485,96 51 5 3.225,95 10.683,52 4
3.642, 3.156,8 2.947.358,4
3 439,13 93,0 485,96 81 5 2.608,97 7.457,57 6
3.211, 2.725,9 1.142.166,0
4 261,74 82,0 485,96 94 8 2.048,07 4.848,60 4
2.820, 2.334,2
727.410,70
5 288,60 72,0 485,96 24 8 1.594,34 2.800,53
2.428, 1.942,5
260.580,32
6 240,04 62,0 485,96 54 8 1.206,19 1.206,19
7 49,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
8 22,86 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
9 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Lucro Antecipado para a época da vistoria 7.883.258,47


Valor obtido em Reais para os valores de área e
produtividade informados.

Receita Bruta=Produtividade x Preço do Produto


Receita Líquida=(Produtividade x Preço do Produto)-Custos de Formação e
Manutenção
Receita Líquida Antecipada por ano=Receita Líquida-Juros Anuais
Receita Líquida Antecipada Acumulada=Soma dos cortes da Receita Líquida
Antecipada por Ano
Receita Líquida TOTAL=Receita Líquida Antecipada Acumulada x Área de
Plantio
Lucro Antecipado para época da vistoria=Receita Líquida TOTAL - Taxa de
Risco

27
14. VALOR DAS PASTAGENS FEITAS: VPF

Alguns autores chamam de valor em marcha ou vantagem da coisa feita.


Na engenharia de avaliações o VPF é o terceiro componente. É um bem
intangível que a NBR 14.653-1/01 admite a existência e apresenta sua definição:

Coisa que tem valor, suscetível de utilização ou que pode ser objeto de
direito, que integra um patrimônio...

A vantagem da coisa feita é a diferença entre o valor de mercado e o custo


reedição de um que pode ser considerada como sendo pagamento das vantagens
de quem compra um imóvel pronto para habitar, em relação a outro idêntico que
teria de ser construído. Essas vantagens são:
- resolver de imediato o problema habitacional do adquirente, livrando-o de
todos os problemas, amolações e preocupações de quem constroem, possibilitando-
o ainda de desempenhar normalmente suas funções;
- não pagamento de aluguéis e juros sobre o capital tomado emprestado,
durante a construção;
- livrar-se da desvalorização da moeda, que se encarregaria de reduzir seu
poder aquisitivo, durante a construção.

Finalmente, para o termo terceiro componente, temos a definição do Eng°


Francisco Maia Neto em seu livro Dicionário do Mercado Imobiliário, da Editora Del
Rey, 1998, pg. 148, assim conceitua.
Termo que indica a parcela de valor correspondente ao fator de
comercialização ou a vantagem da coisa feita.

Uma definição similar, porém mais abrangente, é apresentada no Glossário


de Terminologia Básica para Avaliações e Perícias, do IBAPE/SP.

Termo usado na avaliação de imóveis, para indicar a parcela de valor


correspondente ao fator de comercialização ou a vantagem de uso (ou da
coisa feita) que, quando empregado o método do custo, deve ser
acrescentado ao somatório de valores isolados do terreno e das benfeitorias,
para se obter seu valor de mercado.

28
O exposto acima evidência a existência do valor da coisa feita como um valor
intangível. Num imóvel, este seria o sobrevalor de uma propriedade já pronta e apta
ao uso em face de outra, que ainda precisaria ser implantada.
Também podemos concluir que tal valor é componente do valor total de um
imóvel. Matematicamente, podemos expressar o valor de um imóvel desmembrando
na soma de seus componentes:

Vimóvel = Vterreno + Vbenfeitoria + VPF

Como vemos acima, o valor do imóvel pode ser desmembrado em três


componentes: terreno, benfeitorias e valor da coisa feita (daí o termo terceiro
componente).
Na Fazenda Exemplo, as pastagens já foram feitas. Estão conservadas com
quilômetros e quilômetros de curvas de níveis. Dezenas de bacias de contenção e
toda técnica de conservação do solo está aplicada. Está, portanto, totalmente
formada, pronta para desenvolver atividade pecuária.

14.1 CÁLCULO DO VALOR DAS PASTAGENS FEITAS – VPF

Conforme definição constante na NBR 14.653-4/01.


Na pecuária o VPF deverá ser calculado com base no tempo de formação das
pastagens. No caso seria de 18 meses. Enquanto está em formação o pecuarista
não poderá utiliza-las com o gado até que estivesse formada e pronta para receber o
rebanho.
Aplica-se o valor de arrendamento durante a formação da pastagem e o custo
está no quadro Estimativa do Custo de Formação.

Taxa de Remuneração: 12% a.a. capitalizado ou 0,9489% a.m

Cálculo da Remuneração de Capital = Vc

Vc = Vbenf. X
Cálculo do Arrendamento = Var
Capacidade de suporte: 2 cabeças / ha;

29
Custo de arrendamento: 20% da @ de boi = R$ / cabeça / mês;
Tempo de arrendamento: 18 meses.

Quantidade de cabeças = 2x área em ha

Onde:
X – Custo de arrendamento x tempo

VALOR DA PASTAGEM FEITA – VPF


:
VPF = Vc + Var

15.0 CÁLCULO DO VALOR DA POSSE DO IMÓVEL

Primeiramente calcula-se o VTN – Valor da Terra Nua, conforme mostramos


no item acima. O método preconizado pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT é o Método Comparativo Direto de Dados de mercado e a norma é
a NBR 14.653-3/03.
O critério que adotaremos é o mesmo do INCRA, disponível no site
www.incra.gov.br no item ancianidade. A Autarquia, em processos expropriatórios,
faz a ponderação relativa a ocupação por posseiros combinando a área ocupada por
posseiros ao tempo de ocupação.
Por exemplo: Fazenda totalmente ocupada por invasores.
A tabela abaixo é a utilizada pelo INCRA.
Tempo de Percentual da área ocupada
Ocupação
< 20% 20% a 29% 30% - 50% mais de 70%
1 ano 1,00 1,00 1,00 1,00
+ 5 anos 0,88 0,80 0,80 0,40

Portanto, o valor relativo a posse será 1,00 – 0,40 = 0,60 ou 60% do VTN.

30
16.0 BENFEITORIAS NÃO REPRODUTIVAS:
Não proporcionam rendimentos próprios mas contribuem para explorações:
edificações, casa, galpão, estábulo, pocilga, curral, cercas, porteiras e outros. Os
melhoramentos fundiários como trabalhos de conservação de solo, sistema de
irrigação, represas, encanamentos, energia elétrica.

semoventes: rebanho animal

máquinas e motores

CÁLCULOS DAS BENFEITORIAS NÃO REPRODUTIVAS

Va = Vi x S x D
Va = valor atual
Vi = valor básico de custo de construção
S = unidade de medida
D = depreciação pelo estado de conservação

DEPRECIAÇÃO PELO ESTADO DE CONSERVAÇÃO

ESTADO DE FATOR DE
CONSERVAÇÃO DEPRECIAÇÃO
ÓTIMO 1,00
BOM 0,80
REGULAR 0,60
PRECÁRIO 0,40
MAU 0,20
PÉSSIMO 0,00

O fator de depreciação é subjetivo. Um avaliador, ao seu critério, poderá


julgar que o bem se encontra em bom estado e multiplicar o valor por 0,80, ou seja,

31
depreciar 20%. O outro avaliador pode julgar regular e depreciar 40% ao multiplicar
por 0,60%.
Há autores que recomendam colocar mais um fator conhecido como
depreciação funcional que varia de 0,75 a 0,20 para uma depreciação física de 1,00.
Cabe ao engenheiro avaliador se valer de critério racional e justo para não
causar nenhum prejuízo ou benefício irreal na apuração de valores.

Exemplos

Casa: Va = Vi x S x D
Vi = Pesquisar no mercado o valor unitário para a construção de casa semelhante.
S = medir a área construída

Anexo: como varanda, garagem, puxado para cozinha ou área de serviço medir
separadamente do corpo da casa e pesquisar o valor do m 2 para a construção do
anexo.
Para galpões, armazéns, silos e outras edificações, o procedimento é o mesmo da
casa.
Curral: Recomenda-se fazer a relação de material existente como a quantidade de
tábuas com as respectivas medidas, palanques, porteiras, coberturas de telhas,
tronco, brete, balança. Pesquisar no mercado o preço de cada material existente e
acrescentar a mão de obra para a sua construção.
Cerca: caracterizar pelo número de fios de arame, tipo de arame, distância entre os
palanques ou lascas de madeira, espaçadores e determinar o custo do metro linear
para sua construção. Acrescentar a mão de obra. Uma vez determinado o metro
linear, multiplicar pelo comprimento total.
Trabalhos de conservação: Hora Máquina (HM) para sua construção. No caso de
curva de nível pesquisar quantas horas máquinas de trator, tipo de trator e o preço
de HM.
Represa: HM para construção de barramento. Os vertedouros devem ser calculados
separadamente e acrescentar no custo de construção de represa.

32
Referências bibliográficas:

1. Estatuto da Terra – Lei nº 4504/64


2. Lei nº 8629/93 e as alterações
3. Manual Técnico de Manejo de Solo: CAT Nº 39 Volume II
4. Lima, Marcelo Rossi de Camargo – Avaliação de Propriedades rurais –
Manual Básico – 2º Ed
5. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

33
ANEXOS

 LEI Nº 8629
 MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2183-56
 INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº11

34
LEI N. 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993

Dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma


agrária, previstos no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal.

O Presidente da República,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Artigo 1º - Esta Lei regulamenta e disciplina disposições relativas à reforma


agrária, previstas no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal.

Artigo 2º - A propriedade rural que não cumprir a função social prevista no


artigo 9º é passível de desapropriação, nos termos desta lei, respeitados os
dispositivos constitucionais.
§ 1º - Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social.
§ 2º - Para fins deste artigo, fica a União, através do órgão federal
competente, autorizada a ingressar no imóvel de propriedade particular, para
levantamento de dados e informações, com prévia notificação.

Artigo 3º - Vetado.
§ 1º - Vetado.
§ 2º - Vetado.

Artigo 4º - Para os efeitos desta Lei, conceituam-se:


I - Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua, qualquer que seja a sua
localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária,
extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial;
II - Pequena Propriedade - o imóvel rural:
a) de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais;
b) Vetado.
c) Vetado.
III - Média Propriedade - o imóvel rural:
a) de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais;
b) Vetado.
Parágrafo único - São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária a
pequena e a média propriedade rural, desde que o seu proprietário não possua outra
propriedade rural.

Artigo 5º - A desapropriação por interesse social, aplicável ao imóvel rural que


não cumpra sua função social, importa prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma
agrária, autoriza a União a propor ação de desapropriação.
§ 3º - Os títulos da dívida agrária, que conterão cláusula assecuratória de
preservação de seu valor real, serão resgatáveis a partir do segundo ano de sua
emissão, em percentual proporcional ao prazo, observados os seguintes critérios:

35
I - do segundo ao quinto ano, quando emitidos para indenização de imóveis com
área inferior a 40 (quarenta) módulos fiscais;
II - do segundo ao décimo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com
área acima de 40 (quarenta) até 70 (setenta) módulos fiscais;
III - do segundo ao décimo quinto ano, quando emitidos para indenização de imóvel
com área acima de 70 (setenta) até 150 (cento e cinqüenta) módulos fiscais;
IV - do segundo ao vigésimo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com
área superior a 150 (cento e cinqüenta) módulos fiscais.

Artigo 6º - Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada


econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização da terra e
de eficiência na exploração, segundo índices fixados pelo órgão federal competente.
§ 1º - O grau de utilização da terra, para efeito do caput deste artigo, deverá
ser igual ou superior a 80% (oitenta por cento), calculado pela relação percentual
entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável total do imóvel.
§ 2º - O grau de eficiência na exploração da terra deverá ser igual ou superior
a 100% (cem por cento), e será obtido de acordo com a seguinte sistemática:
I - para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada produto pelos
respectivos índices de rendimento estabelecidos pelo órgão competente do Poder
Executivo, para cada Microrregião Homogênea;
II - para a exploração pecuária, divide-se o número total de Unidades Animais (UA)
do rebanho, pelo índice de lotação estabelecido pelo órgão competente do Poder
Executivo, para cada Microrregião Homogênea;
III - a soma dos resultados obtidos na forma dos incisos I e II deste artigo, dividida
pela área efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), determina o grau de
eficiência na exploração.
§ 3º - Considera-se efetivamente utilizadas:
I - as áreas plantadas com produtos vegetais;
II - as áreas de pastagens nativas e plantadas, observado o índice de lotação por
zona de pecuária, fixado pelo Poder Executivo;
III - as áreas de exploração extrativa vegetal ou florestal, observados os índices de
rendimento estabelecidos pelo órgão competente do Poder Executivo, para cada
Microrregião Homogênea, e a legislação ambiental;
IV - as áreas de exploração de florestas nativas, de acordo com plano de exploração
e nas condições estabelecidas pelo órgão federal competente;
V - as áreas sob processos técnicos de formação ou recuperação de pastagens ou
de culturas permanentes.
§ 4º - No caso de consórcio ou intercalação de culturas, considera-se
efetivamente utilizada a área total do consórcio ou intercalação.
§ 5º - No caso de mais de um cultivo no ano, com um ou mais produtos, no
mesmo espaço, considera-se efetivamente utilizada a maior área usada no ano
considerado.
§ 6º - Para os produtos que não tenham índices de rendimentos fixados,
adotar-se-á a área utilizada com esses produtos, com resultado do cálculo previsto
no inciso I do § 2º deste artigo.
§ 7º - Não perderá a qualificação de propriedade produtiva o imóvel que, por
razões de força maior, caso fortuito ou de renovação de pastagens tecnicamente
conduzida, devidamente comprovados pelo órgão competente, deixar de apresentar,
no ano respectivo, os graus de eficiência na exploração, exigidos para a espécie.
§ 8º - São garantidos os incentivos fiscais referentes ao Imposto Territorial

36
Rural relacionados com os graus de utilização e de eficiência na exploração,
conforme o disposto no artigo 49 da Lei n. 4.504, de 30 de novembro de 1964.

Artigo 7º - Não será passível de desapropriação, para fins de reforma agrária,


o imóvel que comprove estar sendo objeto de implantação de projeto técnico que
atenda aos seguintes requisitos:
I - seja elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado;
II - esteja cumprindo o cronograma físico-financeiro originalmente previsto, não
admitidas prorrogações dos prazos;
III - preveja que, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da área total aproveitável do
imóvel seja efetivamente utilizada em, no máximo, 3 (três) anos para as culturas
anuais e 5 (cinco) anos para as culturas permanentes;
IV - haja sido registrado no órgão competente no mínimo 6 (seis) meses antes do
decreto declaratório de interesse social.
Parágrafo único - Os prazos previstos no inciso III deste artigo poderão ser
prorrogados em até 50% (cinqüenta por cento), desde que o projeto receba,
anualmente, a aprovação do órgão competente para fiscalização e tenha sua
implantação iniciada no prazo de 6 (seis) meses, contado de sua aprovação.

Artigo 8º - Ter-se-á como racional e adequado o aproveitamento de imóvel


rural, quando esteja oficialmente destinado à execução de atividades de pesquisa e
experimentação que objetivem o avanço tecnológico da agricultura.
Parágrafo único - Para os fins deste artigo só serão consideradas as
propriedades que tenham destinados às atividades de pesquisa, no mínimo, 80%
(oitenta por cento) da área total aproveitável do imóvel, sendo consubstanciadas tais
atividades em projeto:
I - adotado pelo Poder Público, se pertencente a entidade de administração direta ou
indireta, ou a empresa sob seu controle;
II - aprovado pelo Poder Público, se particular o imóvel.

Artigo 9º - A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,


simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, os seguintes
requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
§ 1º - Considera-se racional e adequado o aproveitamento que atinja os graus
de utilização da terra e de eficiência na exploração especificados nos §§ 1º a 7º do
artigo 6º desta Lei.
§ 2º - Considera-se adequada a utilização dos recursos naturais disponíveis
quando a exploração se faz respeitando a vocação natural da terra, de modo a
manter o potencial produtivo da propriedade.
§ 3º - Considera-se preservação do meio ambiente a manutenção das
características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais, na
medida adequada à manutenção do equilíbrio ecológico da propriedade e da saúde
e qualidade de vida das comunidades vizinhas.
§ 4º - A observância das disposições que regulam as relações de trabalho
implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho,

37
como às disposições que disciplinam os contratos de arrendamento e parceria
rurais.
§ 5º - A exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e
trabalhadores rurais é a que objetiva o atendimento das necessidades básicas dos
que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e não provoca
conflitos e tensões sociais no imóvel.

§ 6º - Vetado.

Artigo 10 - Para efeito do que dispõe esta lei, consideram-se não


aproveitáveis:
I - as áreas ocupadas por construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas
a fins produtivos, como estufas, viveiros, sementeiros, tanques de reprodução e
criação de peixes e outros semelhantes;
II - as áreas comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração
agrícola, pecuária, florestal ou extrativa vegetal;
III - as áreas sob efetiva exploração mineral;
IV - as áreas de efetiva preservação permanente e demais áreas protegidas por
legislação relativa à conservação dos recursos naturais e à preservação do meio
ambiente.

Artigo 11 - Os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de


produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o
progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional, pelo
Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, ouvido o Conselho Nacional de Política
Agrícola.

Artigo 12 - Considera-se justa a indenização que permita ao desapropriado a


reposição, em seu patrimônio, do valor do bem que perdeu por interesse social.
§ 1º - A identificação do valor do bem a ser indenizado será feita,
preferencialmente, com base nos seguintes referenciais técnicos e mercadológicos,
entre outros usualmente empregados:
I - valor das benfeitorias úteis e necessárias, descontada a depreciação conforme o
estado de conservação;
II - valor da terra nua, observados os seguintes aspectos:
a) localização do imóvel;
b) capacidade potencial da terra;
c) dimensão do imóvel.
§ 2º - Os dados referentes ao preço das benfeitorias e do hectare da terra nua
a serem indenizados serão levantados junto às Prefeituras Municipais, órgãos
estaduais encarregados de avaliação imobiliária, quando houver, Tabelionatos e
Cartórios de Registro de Imóveis, e através de pesquisa de mercado.

Artigo 13 - As terras rurais de domínio da União, dos Estados e dos


Municípios ficam destinadas, preferencialmente, à execução de planos de reforma
agrária.
Parágrafo único - Excetuando-se as reservas indígenas e os parques, somente se
admitirá a existência de imóveis rurais de propriedade pública, com objetivos
diversos dos previstos neste artigo, se o poder público os explorar direta ou
indiretamente para pesquisa, experimentação, demonstração e fomento de

38
atividades relativas ao desenvolvimento da agricultura, pecuária, preservação
ecológica, áreas de segurança, treinamento militar, educação de todo tipo,
readequação social e defesa nacional.

Artigo 14 - Vetado.
Artigo 15 - Vetado.

Artigo 16 - Efetuada a desapropriação, o órgão expropriante, dentro do prazo


de 3 (três) anos, contados da data de registro do título translativo de domínio,
destinará a respectiva área aos beneficiários da reforma agrária, admitindo-se, para
tanto, formas de exploração individual, condominial, cooperativa, associativa ou
mista.

Artigo 17 - O assentamento de trabalhadores rurais deverá ser efetuado em


terras economicamente úteis, de preferência na região por eles habitada.
Parágrafo único - Vetado.

Artigo 18 - A distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária far-se-á


através de títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de 10
(dez) anos.
Parágrafo único - O órgão federal competente manterá atualizado cadastro de áreas
desapropriadas e de beneficiários da reforma agrária.

Artigo 19 - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao


homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente de estado civil, observada a
seguinte ordem preferencial:
I - ao desapropriado, ficando-lhe assegurada a preferência para a parcela na qual se
situe a sede do imóvel;
II - aos que trabalham no imóvel desapropriado como posseiros, assalariados,
parceiros ou arrendatários;
III - aos que trabalham como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatários, em
outros imóveis;
IV - aos agricultores cujas propriedades não alcancem a dimensão da propriedade
familiar;
V - aos agricultores cujas propriedades sejam, comprovadamente, insuficientes para
o sustento próprio e o de sua família.
Parágrafo único - Na ordem de preferência de que trata este artigo, terão
prioridade os chefes de família numerosa, cujos membros se proponham a exercer a
atividade agrícola na área a ser distribuída.

Artigo 20 - Não poderá ser beneficiário da distribuição de terras, a que se


refere esta lei, o proprietário rural, salvo nos casos dos incisos I, IV e V do artigo
anterior, nem o que exercer função pública, autárquica ou em órgão paraestatal, ou
o que se ache investido de atribuição parafiscal, ou quem já tenha sido contemplado
anteriormente com parcelas em programa de reforma agrária.

Artigo 21 - Nos instrumentos que conferem o título de domínio ou concessão


de uso, os beneficiários da reforma agrária assumirão, obrigatoriamente, o
compromisso de cultivar o imóvel direta e pessoalmente, ou através de seu núcleo
familiar, mesmo que através de cooperativas, e o de não ceder o seu uso a terceiros,

39
a qualquer título, pelo prazo de 10 (dez) anos.

Artigo 22 - Constará, obrigatoriamente, dos instrumentos translativos de


domínio ou de concessão de uso cláusula resolutória que preveja a rescisão do
contrato e o retorno do imóvel ao órgão alienante ou concedente, no caso de
descumprimento de quaisquer das obrigações assumidas pelo adquirente ou
concessionário.

Artigo 23 - O estrangeiro residente no País e a pessoa jurídica autorizada a


funcionar no Brasil só poderão arrendar imóvel rural na forma da Lei n. 5.709, de 7
de outubro de 1971.
§ 1º - Aplicam-se ao arrendamento todos os limites, restrições e condições
aplicáveis à aquisição de imóveis rurais por estrangeiro, constantes da lei referida no
caput deste artigo.
§ 2º - Compete ao Congresso Nacional autorizar tanto a aquisição ou o
arrendamento além dos limites de área e percentual fixados na Lei n. 5.709, de 7 de
outubro de 1971, como a aquisição ou arrendamento, por pessoa jurídica
estrangeira, de área superior a 100 (cem) módulos de exploração indefinida.

Artigo 24 - As ações de reforma agrária devem ser compatíveis com as ações


de política agrícola, e constantes no Plano Plurianual.

Artigo 25 - O orçamento da União fixará, anualmente, o volume de títulos da


dívida agrária e dos recursos destinados, no exercício, ao atendimento do Programa
de Reforma Agrária.
§ 1º - Os recursos destinados à execução do Plano Nacional de Reforma
Agrária deverão constar do orçamento do ministério responsável por sua
implementação e do órgão executor da política de colonização e reforma agrária,
salvo aqueles que, por sua natureza, exijam instituições especializadas para a sua
aplicação.
§ 2º - Objetivando a compatibilização dos programas de trabalho e propostas
orçamentárias, o órgão executor da reforma agrária encaminhará, anualmente e em
tempo hábil, aos órgãos da administração pública responsáveis por ações
complementares, o programa a ser implantado no ano subseqüente.

Artigo 26 - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais, inclusive


do Distrito Federal, as operações de transferência de imóveis desapropriados para
fins de reforma agrária, bem como a transferência ao beneficiário do programa.

Artigo 27 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Artigo 28 - Revogam-se as disposições em contrário

40
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.183-56, DE 24 DE AGOSTO DE 2001

Acresce e altera dispositivos do Decreto-


Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, das Leis nº
4.504, de 30 de novembro de 1964, 8.177, de 1º de
março de 1991, e 8.629, de 25 de fevereiro de
1993, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.


62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

ART.1º O Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, passa a vigorar com


as seguintes alterações:

"ART.10 ...............................................

Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise
a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público." (NR)

"ART.15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por


necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma
agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem,
fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de
até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a
contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos.

§1º Os juros compensatórios destinam-se, apenas, a compensar a perda de


renda comprovadamente sofrida pelo proprietário.

§2º Não serão devidos juros compensatórios quando o imóvel possuir graus
de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero.

§3º O disposto no caput deste artigo aplica-se também às ações ordinárias de


indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem assim
às ações que visem a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder
Público, em especial aqueles destinados à proteção ambiental, incidindo os juros
sobre o valor fixado na sentença.

§4º Nas ações referidas no § 3º, não será o Poder Público onerado por juros
compensatórios relativos a período anterior à aquisição da propriedade ou posse
titulada pelo autor da ação." (NR)

"ART.15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios

41
destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da
indenização fixada na decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão de
até seis por cento ao ano, a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em
que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição." (NR)

"ART.27 ...............................................

§1º A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao
preço oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que
serão fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o
disposto no § 4º do art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários
ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais).
...............................................

§3º O disposto no § 1º deste artigo se aplica:

I - ao procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo de


desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrária;

II - às ações de indenização por apossamento administrativo ou


desapropriação indireta.

§4º O valor a que se refere o § 1º será atualizado, a partir de maio de 2000,


no dia 1º de janeiro de cada ano, com base na variação acumulada do Índice de
Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do respectivo período." (NR)

ART.2º A Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

"ART.6º ...............................................

§1º Para os efeitos da Reforma Agrária, o Instituto Nacional de Colonização e


Reforma Agrária - INCRA representará a União nos acordos, convênios ou contratos
multilaterais referidos neste artigo.

§2º A União, mediante convênio, poderá delegar aos Estados, ao Distrito


Federal e aos Municípios o cadastramento, as vistorias e avaliações de propriedades
rurais situadas no seu território, bem como outras atribuições relativas à execução
do Programa Nacional de Reforma Agrária, observados os parâmetros e critérios
estabelecidos nas leis e nos atos normativos federais.

§3º O convênio de que trata o caput será celebrado com os Estados, com o
Distrito Federal e com os Municípios que tenham instituído órgão colegiado, com a
participação das organizações dos agricultores familiares e trabalhadores rurais sem
terra, mantida a paridade de representação entre o poder público e a sociedade civil
organizada, com a finalidade de formular propostas para a adequada implementação
da política agrária.

42
§4º Para a realização da vistoria e avaliação do imóvel rural para fins de reforma
agrária, poderá o Estado utilizar-se de força policial.

§5º O convênio de que trata o caput deverá prever que a União poderá utilizar
servidores integrantes dos quadros de pessoal dos órgãos e das entidades da
Administração Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para a
execução das atividades referidas neste artigo." (NR)
"ART.14 O Poder Público facilitará e prestigiará a criação e a expansão de
associações de pessoas físicas e jurídicas que tenham por finalidade o racional
desenvolvimento extrativo agrícola, pecuário ou agroindustrial, e promoverá a
ampliação do sistema cooperativo, bem como de outras modalidades associativas e
societárias que objetivem a democratização do capital.

§1º Para a implementação dos objetivos referidos neste artigo, os agricultores


e trabalhadores rurais poderão constituir entidades societárias por cotas, em forma
consorcial ou condominial, com a denominação de "consórcio" ou "condomínio", nos
termos dos arts. 3º e 6º desta Lei.

§2º Os atos constitutivos dessas sociedades deverão ser arquivados na Junta


Comercial, quando elas praticarem atos de comércio, e no Cartório de Registro das
Pessoas Jurídicas, quando não envolver essa atividade." (NR)

"ART.95-A Fica instituído o Programa de Arrendamento Rural, destinado ao


atendimento complementar de acesso à terra por parte dos trabalhadores rurais
qualificados para participar do Programa Nacional de Reforma Agrária, na forma
estabelecida em regulamento.
Parágrafo único. Os imóveis que integrarem o Programa de Arrendamento
Rural não serão objeto de desapropriação para fins de reforma agrária enquanto se
mantiverem arrendados, desde que atendam aos requisitos estabelecidos em
regulamento." (NR)

ART.3º A Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

"Art.5º...............................................
..........................................................

§3º A partir de 5 de maio de 2000, os Títulos da Dívida Agrária - TDA emitidos


para desapropriação terão as seguintes remunerações:

I - três por cento ao ano para indenização de imóvel com área de até setenta
módulos fiscais;
II - dois por cento ao ano para indenização de imóvel com área acima de
setenta e até cento e cinqüenta módulos fiscais; e
III - um por cento ao ano para indenização de imóvel com área acima de
cento e cinqüenta módulos fiscais.

§4º Os TDA emitidos até 4 de maio de 2000 e os a serem emitidos para


aquisição por compra e venda de imóveis rurais destinados à implantação de
projetos integrantes do Programa Nacional de Reforma Agrária, nos termos das Leis

43
nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, e 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e os
decorrentes de acordo judicial, em audiência de conciliação, com o objetivo de fixar
a prévia e justa indenização, a ser celebrado com a União, bem como com os entes
federados, mediante convênio, serão remunerados a seis por cento ao ano.

§5º Os TDA a que se referem os §§ 3º e 4º terão remuneração anual ou


fração pro rata, mantido o seu poder liberatório nos termos da legislação em vigor,
podendo, a partir de seu vencimento, ser utilizados na aquisição de ações de
empresas estatais incluídas no Programa Nacional de Desestatização." (NR)

ART.4º A Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

"Art.2º ...............................................
...........................................................

§2º Para os fins deste artigo, fica a União, através do órgão federal
competente, autorizada a ingressar no imóvel de propriedade particular para
levantamento de dados e informações, mediante prévia comunicação escrita ao
proprietário, preposto ou seu representante.

§3º Na ausência do proprietário, do preposto ou do representante, a


comunicação será feita mediante edital, a ser publicado, por três vezes
consecutivas, em jornal de grande circulação na capital do Estado de localização do
imóvel.

§4º Não será considerada, para os fins desta Lei, qualquer modificação,
quanto ao domínio, à dimensão e às condições de uso do imóvel, introduzida ou
ocorrida até seis meses após a data da comunicação para levantamento de dados e
informações de que tratam os §§ 2º e 3º.

§5º No caso de fiscalização decorrente do exercício de poder de polícia, será


dispensada a comunicação de que tratam os §§ 2º e 3º.

§6º O imóvel rural de domínio público ou particular objeto de esbulho


possessório ou invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo
não será vistoriado, avaliado ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua
desocupação, ou no dobro desse prazo, em caso de reincidência; e deverá ser
apurada a responsabilidade civil e administrativa de quem concorra com qualquer
ato omissivo ou comissivo que propicie o descumprimento dessas vedações.

§7º Será excluído do Programa de Reforma Agrária do Governo Federal


quem, já estando beneficiado com lote em Projeto de Assentamento, ou sendo
pretendente desse benefício na condição de inscrito em processo de cadastramento
e seleção de candidatos ao acesso à terra, for efetivamente identificado como
participante direto ou indireto em conflito fundiário que se caracterize por invasão ou
esbulho de imóvel rural de domínio público ou privado em fase de processo
administrativo de vistoria ou avaliação para fins de reforma agrária, ou que esteja
sendo objeto de processo judicial de desapropriação em vias de imissão de posse
ao ente expropriante; e bem assim quem for efetivamente identificado como

44
participante de invasão de prédio público, de atos de ameaça, seqüestro ou
manutenção de servidores públicos e outros cidadãos em cárcere privado, ou de
quaisquer outros atos de violência real ou pessoal praticados em tais situações.

§8º A entidade, a organização, a pessoa jurídica, o movimento ou a sociedade


de fato que, de qualquer forma, direta ou indiretamente, auxiliar, colaborar,
incentivar, incitar, induzir ou participar de invasão de imóveis rurais ou de bens
públicos, ou em conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo, não receberá, a
qualquer título, recursos públicos.

§9º Se, na hipótese do § 8º, a transferência ou repasse dos recursos públicos


já tiverem sido autorizados, assistirá ao Poder Público o direito de retenção, bem
assim o de rescisão do contrato, convênio ou instrumento similar." (NR)

"ART.2º-A Na hipótese de fraude ou simulação de esbulho ou invasão, por


parte do proprietário ou legítimo possuidor do imóvel, para os fins dos §§ 6º e 7º do
art. 2º, o órgão executor do Programa Nacional de Reforma Agrária aplicará pena
administrativa de R$ 55.000,00 (cinqüenta e cinco mil reais) a R$ 535.000,00
(quinhentos e trinta e cinco mil reais) e o cancelamento do cadastro do imóvel no
Sistema Nacional de Cadastro Rural, sem prejuízo das demais sanções penais e
civis cabíveis.

Parágrafo único. Os valores a que se refere este artigo serão atualizados, a


partir de maio de 2000, no dia 1º de janeiro de cada ano, com base na variação
acumulada do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna - IGP-DI, da
Fundação Getúlio Vargas, no respectivo período." (NR)

"ART.5º...............................................
............................................................

§3º.................................................

I - do segundo ao décimo quinto ano, quando emitidos para indenização de imóvel


com área de até setenta módulos fiscais;

II - do segundo ao décimo oitavo ano, quando emitidos para indenização de imóvel


com área acima de setenta e até cento e cinqüenta módulos fiscais; e

III - do segundo ao vigésimo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com
área superior a cento e cinqüenta módulos fiscais.

§4º No caso de aquisição por compra e venda de imóveis rurais destinados à


implantação de projetos integrantes do Programa Nacional de Reforma Agrária, nos
termos desta Lei e da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, e os decorrentes de
acordo judicial, em audiência de conciliação, com o objetivo de fixar a prévia e justa
indenização, a ser celebrado com a União, bem como com os entes federados, o
pagamento será efetuado de forma escalonada em Títulos da Dívida Agrária - TDA,
resgatáveis em parcelas anuais, iguais e sucessivas, a partir do segundo ano de sua
emissão, observadas as seguintes condições:

45
I - imóveis com área de até três mil hectares, no prazo de cinco anos;

II - imóveis com área superior a três mil hectares:

a) o valor relativo aos primeiros três mil hectares, no prazo de cinco anos;

b) o valor relativo à área superior a três mil e até dez mil hectares, em dez anos;

c) o valor relativo à área superior a dez mil hectares até quinze mil hectares, em
quinze anos; e

d) o valor da área que exceder quinze mil hectares, em vinte anos.

§5º Os prazos previstos no § 4º, quando iguais ou superiores a dez anos,


poderão ser reduzidos em cinco anos, desde que o proprietário concorde em receber
o pagamento do valor das benfeitorias úteis e necessárias integralmente em TDA.

§6º Aceito pelo proprietário o pagamento das benfeitorias úteis e necessárias em


TDA, os prazos de resgates dos respectivos títulos serão fixados mantendo-se a
mesma proporcionalidade estabelecida para aqueles relativos ao valor da terra e
suas acessões naturais." (NR)

"ART.6º .......................................................
......................................................

§3º ................................................
.......................................................

V - as áreas sob processos técnicos de formação ou recuperação de


pastagens ou de culturas permanentes, tecnicamente conduzidas e devidamente
comprovadas, mediante documentação e Anotação de Responsabilidade Técnica.
..............................................." (NR)

"ART.7º ...............................................
............................................................

IV - haja sido aprovado pelo órgão federal competente, na forma estabelecida


em regulamento, no mínimo seis meses antes da comunicação de que tratam os §§
2º e 3º do art. 2º.
..............................................." (NR)

"ART.11 Os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de


produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o
progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional, pelos
Ministros de Estado do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura e do
Abastecimento, ouvido o Conselho Nacional de Política Agrícola." (NR)

46
"ART.12 Considera-se justa a indenização que reflita o preço atual de
mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais,
matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos:

I - localização do imóvel;

II - aptidão agrícola;

III - dimensão do imóvel;

IV - área ocupada e ancianidade das posses;

V - funcionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias.

§1º Verificado o preço atual de mercado da totalidade do imóvel, proceder-se-


á à dedução do valor das benfeitorias indenizáveis a serem pagas em dinheiro,
obtendo-se o preço da terra a ser indenizado em TDA.

§2º Integram o preço da terra as florestas naturais, matas nativas e qualquer


outro tipo de vegetação natural, não podendo o preço apurado superar, em qualquer
hipótese, o preço de mercado do imóvel.

§3º O Laudo de Avaliação será subscrito por Engenheiro Agrônomo com


registro de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, respondendo o subscritor,
civil, penal e administrativamente, pela superavaliação comprovada ou fraude na
identificação das informações." (NR)

"ART.17 O assentamento de trabalhadores rurais deverá ser realizado em


terras economicamente úteis, de preferência na região por eles habitada, observado
o seguinte:

I - a obtenção de terras rurais destinadas à implantação de projetos de


assentamento integrantes do programa de reforma agrária será precedida de estudo
sobre a viabilidade econômica e a potencialidade de uso dos recursos naturais;

II - os beneficiários dos projetos de que trata o inciso I manifestarão sua


concordância com as condições de obtenção das terras destinadas à implantação
dos projetos de assentamento, inclusive quanto ao preço a ser pago pelo órgão
federal executor do programa de reforma agrária e com relação aos recursos
naturais;

III - nos projetos criados será elaborado Plano de Desenvolvimento de


Assentamento - PDA, que orientará a fixação de normas técnicas para a sua
implantação e os respectivos investimentos;

IV - integrarão a clientela de trabalhadores rurais para fins de assentamento


em projetos de reforma agrária somente aqueles que satisfizerem os requisitos

47
fixados para seleção e classificação, bem como as exigências contidas nos arts. 19,
incisos I a V e seu parágrafo único, e 20 desta Lei;

V - a consolidação dos projetos de assentamento integrantes dos programas


de reforma agrária dar-se-á com a concessão de créditos de instalação e a
conclusão dos investimentos, bem como com a outorga do instrumento definitivo de
titulação.
..............................................." (NR)

"ART.18 ...............................................

§1º O título de domínio de que trata este artigo conterá cláusulas resolutivas e
será outorgado ao beneficiário do programa de reforma agrária, de forma individual
ou coletiva, após a realização dos serviços de medição e demarcação topográfica do
imóvel a ser alienado.

§2º Na implantação do projeto de assentamento, será celebrado com o


beneficiário do programa de reforma agrária contrato de concessão de uso, de forma
individual ou coletiva, que conterá cláusulas resolutivas, estipulando-se os direitos e
as obrigações da entidade concedente e dos concessionários, assegurando-se a
estes o direito de adquirir, em definitivo, o título de domínio, nas condições previstas
no § 1º, computado o período da concessão para fins da inegociabilidade de que
trata este artigo.

§3º O valor da alienação do imóvel será definido por deliberação do Conselho


Diretor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, cujo ato
fixará os critérios para a apuração do valor da parcela a ser cobrada do beneficiário
do programa de reforma agrária.

§4º O valor do imóvel fixado na forma do § 3º será pago em prestações


anuais pelo beneficiário do programa de reforma agrária, amortizadas em até vinte
anos, com carência de três anos e corrigidas monetariamente pela variação do IGP-
DI.

§5º Será concedida ao beneficiário do programa de reforma agrária a redução


de cinqüenta por cento da correção monetária incidente sobre a prestação anual,
quando efetuado o pagamento até a data do vencimento da respectiva prestação.

§6º Os valores relativos às obras de infra-estrutura de interesse coletivo, aos


custos despendidos com o plano de desenvolvimento do assentamento e aos
serviços de medição e demarcação topográficos são considerados não
reembolsáveis, sendo que os créditos concedidos aos beneficiários do programa de
reforma agrária serão excluídos do valor das prestações e amortizados na forma a
ser definida pelo órgão federal executor do programa.

§7º O órgão federal executor do programa de reforma agrária manterá


atualizado o cadastro de áreas desapropriadas e de beneficiários da reforma
agrária." (NR)

48
"ART.26-A Não serão cobradas custas ou emolumentos para registro de
títulos translativos de domínio de imóveis rurais desapropriados para fins de reforma
agrária." (NR)

ART.5º Fica criado o Programa "Nossa Terra - Nossa Escola", mediante


incentivo financeiro a ser concedido às famílias dos trabalhadores rurais
beneficiárias dos projetos de assentamento integrantes do programa de reforma
agrária, que mantenham todos os seus filhos com idade entre sete e catorze anos
na escola, em ensino regular de primeiro grau.
Parágrafo único. O incentivo de que trata este artigo será concedido a cada família
beneficiária do programa, sob forma de redução na proporção de cinqüenta por
cento do valor da parcela anual do imóvel a esta alienado.

ART.6º Fica instituído, no âmbito do Programa Nacional de Reforma Agrária,


o Subprograma de combate à pobreza rural, destinado a conceder aos
trabalhadores rurais assentados apoio à instalação de suas famílias, implantação de
infra-estrutura comunitária e capacitação dos beneficiários, com vistas à
consolidação social e produtiva dos assentamentos.

§1º São beneficiários do Subprograma de que trata este artigo os


trabalhadores rurais, organizados em associações, contemplados com crédito
fundiário na forma definida pela Lei Complementar nº 93, de 4 de fevereiro de 1998.

§2º Os valores dispendidos na execução das ações definidas no caput deste


artigo são considerados não reembolsáveis.

ART.7º O órgão federal executor do programa de reforma agrária fica


autorizado a baixar atos normativos internos disciplinando a aplicação dos arts. 17 e
18 da Lei nº 8.629, de 1993.

ART.8º Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida


Provisória nº 2.183-55, de 27 de julho de 2001.

ART.9º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de agosto de 2001; 180º da Independência e 113º da República

49
INSTRUÇÃO NORMATIVA INCRA Nº 11, DE 4 DE ABRIL DE 2003.
(DOU 16/04/03)

Estabelece diretriz para fixação do Módulo Fiscal de


cada Município de que trata o Decreto n.º 84.685, de
6 de maio de 1980, bem como os procedimentos
para cálculo dos Graus de Utilização da Terra -GUT
e de Eficiência na Exploração GEE, observadas as
disposições constantes da Lei n.º 8.629, de 25 de
fevereiro de 1993.

O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA


AGRÁRIA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 18 do Decreto n° 3.509, de
14 de junho de 2000, e art. 22 do Regimento Interno, aprovado pela
Portaria/MDA/N° 164, de 14 de julho de 2000, resolve:

Do Módulo Fiscal

Art. 1.º O Módulo Fiscal expresso em hectares será fixado para cada município de
conformidade com os fatores constantes do art. 4.º do Decreto n.º 84.685, de 06 de
maio de 1980.

§ 1.º Será considerado predominante o tipo de exploração especificado na alínea "a"


do art. 4º do Decreto nº 84.685 de 6 de maio de 1980, que ocorrer no maior número
de imóveis.

§ 2.º Para atender ao disposto nas alíneas "b", "c" e "d" do art. 4º do referido
Decreto, será utilizado o módulo médio por tipo de exploração constante da Tabela
III - Dimensão do Módulo por Categoria e Tipo de Exploração, da Instrução Especial
INCRA n.º 5-A, de 6 de junho de 1973, calculado para cada imóvel.

§ 3.º A fixação do Módulo Fiscal de cada município levará em conta, ainda, a


existência de condições geográficas específicas que limitem o uso permanente e
racional da terra, em regiões com:

a) terras periodicamente alagáveis;

b) fortes limitações físicas ambientais; e

c) cobertura de vegetação natural de interesse para a preservação, conservação e


proteção ambiental.

Art. 2º O número de Módulos Fiscais do imóvel rural de que trata o art. 4º da Lei nº
8.629/93 será calculado com precisão de centésimos.

50
Do Imóvel Rural

Art. 3.º Para efeito do disposto no art. 4º da Lei nº 8.629/93, considera-se:

I - Imóvel Rural - o prédio rústico de área contínua qualquer que seja a sua
localização, que se destine ou possa destinar à exploração agrícola, pecuária,
extrativa vegetal, florestal ou agro-industrial;

II - Pequena Propriedade - o imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4


(quatro) Módulos Fiscais;

III - Média Propriedade - o imóvel rural de área superior a 4 (quatro) e até 15


(quinze) Módulos Fiscais;

IV - Grande Propriedade - o imóvel rural de área superior a 15 (quinze) Módulos


Fiscais.

Da Produtividade

Art. 4.º Considera-se propriedade produtiva para fins do disposto no art. 6.º da Lei
n.º 8.629/93, aquela que explorada econômica e racionalmente, atinge,
simultaneamente, Grau de Utilização da Terra -GUT igual ou superior a 80% (oitenta
por cento) e Grau de Eficiência na Exploração - GEE igual ou superior a 100% (cem
por cento).

Do Grau de Utilização da Terra

Art. 5.º O Grau de Utilização da Terra - GUT, de que trata o art. 6.º da referida lei
será fixado mediante divisão da área efetivamente utilizada pela área aproveitável
do imóvel, multiplicando-se o resultado por cem para obtenção do valor em
percentuais.

§ 1.º Considera-se área efetivamente utilizada para fins do disposto no § 3.º do art.
6.º da Lei n.º 8.629/93:

I - as áreas plantadas com produtos vegetais;

II - as áreas de pastagens nativas e plantadas, observado o índice de lotação por


zona de pecuária, constante da Tabela n.º 5 em anexo;

III - as áreas de exploração extrativa vegetal ou florestal, observados os índices de


rendimento constantes da Tabela n.º 3 em anexo, respeitada a legislação ambiental;

IV - as áreas de exploração florestal nativa, observadas as condições estabelecidas


no plano de exploração devidamente aprovado pelo órgão federal competente; e

V - as áreas sob processo técnico de formação e ou recuperação de pastagens e de


culturas permanentes, tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas
mediante apresentação da documentação pertinente e do respectivo termo de

51
Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, desde que satisfeitas as seguintes
condições:

a) no caso de processo técnico de formação de pastagens ou de culturas


permanentes, entendidas aí aquelas com ciclo vegetativo superior à doze meses,
que as áreas tenham sido submetidas a tratos culturais adequados;

b) no caso de processo técnico de recuperação de pastagens que as áreas tenham


sido submetidas a tratos culturais adequados, visando restaurar a capacidade de
suporte do pasto ou a produção de massa verde;

c) no caso de processo técnico de recuperação de culturas permanentes que as


áreas tenham sido submetidas a tratos culturais adequados, que possibilitem
restabelecer os níveis de rendimentos econômicos aceitáveis.

§ 2.º No caso de consórcio ou intercalação de culturas, considera-se efetivamente


utilizada a área total do consórcio ou de intercalação.

§ 3.º A área efetivamente utilizada com pecuária será a menor entre a área
declarada e a obtida pelo quociente entre o número total de Unidades Animais - UA
do rebanho e o índice de lotação mínimo constante da Tabela n.º 5, observada a
Zona de Pecuária - ZP do município de localização do imóvel.

§ 4º O número total de Unidades Animais - UA do rebanho, será obtido


multiplicando-se o número de cabeças de cada categoria existentes no imóvel pelo
correspondente fator de conversão constante da Tabela n.º 6 em anexo,
encontrando-se o número de Unidades Animais de cada categoria. A soma dos
resultados então obtidos corresponderá ao número total de Unidades Animais - UA.

§ 5º A área efetivamente utilizada com exploração extrativa vegetal ou florestal, será


a menor entre a área declarada e a obtida pelo quociente entre a quantidade colhida
e o índice de rendimento mínimo por hectare para cada produto, constante da
Tabela n.º 3 em anexo.

§ 6.º Será considerada efetivamente utilizada independentemente do índice de


rendimento mínimo por hectare, a área coberta com floresta nativa desde que
explorada de conformidade com as condições estabelecidas no Plano de Manejo
Florestal Sustentado de Uso Múltiplo, devidamente aprovado pelo órgão federal
competente, ou por órgãos afins, que estejam credenciados por força de convênio
ou de qualquer outro instrumento similar.

Art. 6.º Consideram-se áreas não aproveitáveis para fins do disposto na Lei n.º
8.629/93:

I - ocupadas com construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas a fins


produtivos, tais como estufas, viveiros, sementeiros, tanques de reprodução e
criação de peixes e outros similares.

II - comprovadamente imprestáveis para qualquer tipo de exploração agrícola,


pecuária, florestal ou extrativa vegetal;

52
III - sob efetiva exploração mineral;

IV - protegidas por legislação ambiental e as de efetiva preservação permanente nos


termos da lei.

Art. 7.º A área aproveitável do imóvel será aquela correspondente à diferença entre
sua área total e sua área não aproveitável.

Art. 8.º Para os efeitos desta Instrução Normativa não poderão ser consideradas
como áreas efetivamente utilizadas e nem como áreas não aproveitáveis as áreas
com projeto de lavra mineral não exploradas efetivamente com atividades minerais e
que não estejam sendo utilizadas para fins agropecuários, desde que não haja
impedimento de natureza legal ou técnica.

Parágrafo único. As áreas caracterizadas de conformidade com as disposições


constantes deste artigo, não poderão ser utilizadas para fins de cálculo do Grau de
Utilização da Terra - GUT previsto no art. 5.º, tampouco como subtraendo do cálculo
da área aproveitável total do imóvel, definido no art. 7º.

Do Grau de Eficiência na Exploração

Art. 9.º O Grau de Eficiência na Exploração - GEE de que trata o art. 6.º da Lei n.º
8.629/93, será obtido de acordo com a seguinte sistemática:

I - para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada produto pelos


respectivos índices de rendimento, constantes da Tabela n.º 1 em anexo; e

II - para os produtos extrativos vegetais e florestais, divide-se a quantidade colhida


de cada produto pelos respectivos índices de rendimento, constantes da Tabela n.º 2
em anexo;

III para apuração do rebanho, divide-se o número total de Unidades Animais - UA do


imóvel, pelo índice de lotação constante da Tabela n.º 4 em anexo, observada a
Zona de Pecuária - ZP do município de localização do imóvel;

IV - para as áreas sob processo técnico de formação, recuperação ou de renovação


de pastagens tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas mediante
apresentação da documentação pertinente e do respectivo termo de Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART, adotar-se-ão essas áreas como resultado do
cálculo previsto no inciso III deste artigo;

V - para as áreas sob processos técnicos de formação ou recuperação de culturas


permanentes tecnicamente conduzidas e devidamente comprovadas mediante
apresentação da documentação pertinente e do respectivo termo de Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART, adotar-se-ão essas áreas como resultado do
cálculo previsto no inciso I deste artigo;

VI - para os produtos que não tenham índices de rendimento prefixados, adotar-se-á


a área plantada com tais produtos como resultado do cálculo previsto no inciso I
deste artigo;

53
VII - o somatório das áreas calculadas na forma dos incisos I, II, III, IV, V e VI deste
artigo, dividido pela área efetivamente utilizada de cada imóvel e multiplicada por
100 (cem), determina o Grau de Eficiência na Exploração - GEE.

§ 1.º A quantidade colhida dos produtos vegetais e dos produtos extrativos vegetais
ou florestais, proveniente da utilização indevida de áreas protegidas pela legislação
ambiental será desconsiderada proporcionalmente em relação à produção total das
culturas exploradas no imóvel para efeito de cálculo do GEE previsto nos incisos I e
II deste artigo.

§ 2.º Para o cálculo do GEE, a área de pastagem plantada ou nativa, inserida em


área protegida por legislação ambiental e indevidamente utilizada pelo efetivo
pecuário do imóvel, não será computada como área efetivamente utilizada e o
número total de Unidades Animais - UA será reduzido em igual proporção entre a
área ambiental indevidamente utilizada e a área total utilizada com pecuária.

Art. 10. Não perderá a qualificação de propriedade produtiva o imóvel rural que por
razões de força maior, caso fortuito, ou de renovação de pastagens tecnicamente
conduzida e desde que devidamente comprovado pelo órgão competente, deixar de
apresentar no ano respectivo os Graus de Eficiência na Exploração, exigidos para a
espécie.

§ 1º O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujo efeito não
era possível evitar ou impedir, sendo imprescindível a comprovação dos fatos pelo
INCRA.

§ 2º Considera-se renovação de pastagens o conjunto de ações tecnicamente


conduzidas que visem a ampliação de sua capacidade de suporte.

Das Disposições Gerais

Art. 11. Não será passível de desapropriação para fins de reforma agrária, o imóvel
que comprovadamente esteja sendo objeto de implementação de projeto técnico de
exploração, que atenda aos seguintes requisitos:

I - seja elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado;

II - esteja cumprindo o cronograma físico-financeiro originalmente previsto, não


admitido prorrogações dos prazos;

III - preveja que, no mínimo, 80% (oitenta por cento) da área total aproveitável do
imóvel esteja efetivamente utilizada em, no máximo, 3 (três) anos para as culturas
anuais e 5 (cinco) anos para as culturas permanentes;

IV - Os prazos de que trata o inciso III deste artigo poderão ser prorrogados em até
50% (cinqüenta por cento) desde que o projeto seja anualmente reexaminado e
aprovado pelo órgão competente para fiscalização e, ainda, que tenha sua
implantação iniciada no prazo de 6 (seis) meses contado de sua aprovação; e

54
V - tenha sido aprovado pelo órgão federal competente na forma estabelecida em
regulamento, no mínimo seis meses antes da comunicação de que tratam os §§ 2.º
e 3º do art. 2.º da Lei n.º 8.629/93.

§ 1º Nos casos em que pela natureza do projeto não haja obrigatoriedade de sua
aprovação pelo órgão federal competente, considerar-se-á para efeito de data de
aprovação aquela em que o projeto de exploração tenha sido registrado junto ao
Conselho Regional da categoria a que o profissional estiver vinculado, juntando-se o
respectivo termo de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, para fins de
prova.

§ 2º O INCRA poderá realizar, a qualquer tempo, desde que já tenha sido garantido
o contraditório e a ampla defesa, vistoria nos imóveis rurais submetidos a projeto
técnico de exploração, para fins de verificação do regular cumprimento das
condições estabelecidas nos incisos II e III deste artigo.

Art. 12. Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Instrução


Normativa INCRA n.º 10, de 18 de novembro de 2002.

(a.) MARCELO REZENDE DE SOUZA

55
TABELA Nº 1 - ÍNDICES DE RENDIMENTO PARA PRODUTOS AGRÍCOLAS
PRODUTOS REGIÃO UNIDADE RENDIMENTOS POR
HECTARE
Abacate (frutos) Todo País Cento 300
Frutos
Abacaxi (frutos) Todo País Cento 120
Frutos
Agave ou Sisal (fibras) Todo País Ton. 0,70
Alfafa Todo País Ton. 6,00
Algodão Arbóreo (em Norte/Nordeste Ton. 0,20
caroço) Restante do Ton. 0,60
País
Algodão Herbáceo (em Norte/Nordeste Ton. 0,30
caroço) Sudeste (exceto Ton. 0,60
SP)
Abacate (frutos) Todo País Cento 300
Frutos
Abacaxi (frutos) Todo País Cento 120
Frutos
Agave ou Sisal (fibras) Todo País Ton. 0,70
Alfafa Todo País Ton. 6,00
Algodão Arbóreo (em Norte/Nordeste Ton. 0,20
caroço) Restante do Ton. 0,60
País
Algodão Herbáceo (em Norte/Nordeste Ton. 0,30
caroço) Sudeste (exceto Ton. 0,60
SP)
Restante do Ton. 1,20
País
Alho Todo País Ton. 3,00
Amendoim (em casca) Norte/Nordeste Ton. 1,00
Restante do Ton. 1,50
País
Arroz de Sequeiro (em Sul Ton. 1,30
casca) Restante do Ton. 0,90
País
Rio Grande do Ton. 3,40
Arroz de Várzea (em Sul
casca) Santa Catarina Ton. 2,50
Restante do Ton. 1,40
País
Banana Todo País Cachos 700
Batata Doce Todo País Ton. 6,00
Batata Inglesa São Paulo Ton. 12,00
Minas Ton. 9,00
Gerais/Paraná
Restante do Ton. 5,00
País
Cacau (em caroço) Todo País Ton. 0,70

56
Café (em coco) Sul/Sudeste Ton. 1,50
Restante do Ton. 1,00
País
Caju (frutos) Todo País Cento 500
Frutos
Cana de Açúcar São Ton. 70,00
Paulo/Paraná
Restante do Ton. 50,00
País
Cebola Todo País Ton. 7,00
Chá (em folha verde) Todo País Ton. 5,00
Coco da Bahia Todo País Cento 20
Frutos
Fava Todo País Ton. 0,30
Feijão Sul Ton. 0,60
Restante do Ton. 0,30
País
Fumo (em folha seca) Sul Ton. 1,40
Restante do Ton. 0,80
País
Juta (fibras) Todo País Ton. 1,30
Laranja Todo País Cento 800
Frutos
Limão Todo País Cento 1000
Frutos
Linho (fibras) Todo País Ton. 0,60
Mamona (sementes) Nordeste Ton. 0,60
Restante do Ton. 1,20
País
Mandioca Norte/Nordeste Ton. 7,00

Restante do Ton. 12,00


país
PRODUTOS REGIÃO UNIDADE RENDIMENTOS POR
HECTARE
Manga Todo País Cento Frutos 500
Milho (em grão) Sul/São Paulo Ton. 1,90
Norte/Nordeste Ton. 0,60
Restante do Ton. 1,30
País
Pêssego Todo País Cento Frutos 600
Pimenta do Reino Norte Ton. 3,20
Restante do Ton. 1,20
País
Paraná/São Ton. 1,90
Soja (sementes) Paulo
Sul (exceto PR Ton. 1,40
)

57
Restante do Ton. 1,20
País
Tangerina Todo País Cento Frutos 700
Tomate Sul/Sudeste Ton. 30,00
Restante do Ton. 20,00
País
Trigo (em grão) Rio Grande do Ton. 0,80
Sul
Restante do Ton. 1,00
País
Uva Sul/São Paulo Ton. 12,00
Restante do Ton. 8,00
País

TABELA Nº2
ÍNDICES DE RENDIMENTOS PARA PRODUTOS EXTRATIVOS VEGETAIS E
FLORESTAIS

PRODUTO REGIÃO UNIDADE RENDIMENTO POR


HECTARE
ACÁCIA NEGRA Todo País Ton. 8,00
BABAÇU Todo País Ton. 0,10
BORRACHA Todo País Quilo 2,00
NATURAL
CARNAÚBA (cera) Todo País Ton. 0,05
CASTANHA DO Todo País Quilo 20,00
PARÁ
GUARANÁ Todo País Ton. 0,10
(sementes)
MADEIRA Todo País M3 50,00

TABELA Nº3
ÍNDICES DE RENDIMENTOS MÍNIMOS PARA PRODUTOS EXTRATIVOS
VEGETAIS E FLORESTAIS

PRODUTO REGIÃO UNIDADE RENDIMENTO POR


HECTARE
ACÁCIA NEGRA Todo País Ton. 3,00
BABAÇU Todo País Ton. 0,03
BORRACHA Todo País Quilo 1,00
NATURAL
CARNAÚBA (cera) Todo País Ton. 0,01
CASTANHA DO Todo País Quilo 5,00
PARÁ
GUARANÁ Todo País Ton. 0,03
(sementes)
MADEIRA Todo País M3 10,00

58
TABELA Nº4
ÍNDICES DE RENDIMENTO PARA PECUÁRIA

ZONA DE ÍNDICE DE
PECUÁRIA LOTAÇÃO
Unidades Animais /
Ha
1 1,20
2 0,80
3 0,46
4 0,23
5 0,13

TABELA Nº5
ÍNDICES DE RENDIMENTOS MÍNIMOS PARA PECUÁRIA

ZONA DE ÍNDICE DE
PECUÁRIA LOTAÇÃO
Unidades Animais /
Ha
1 0,60
2 0,46
3 0,33
4 0,16
5 0,10

59
TABELA Nº 6

Fatores de Conversão de Cabeças do Rebanho para Unidades Animais - UA,


segundo a Categoria Animal

Categoria Nº de Fator de Fator de Fator de Número


Animal Cabeças Conversão Conversão Conversão de
Sul, Sudeste (Norte) (Nordeste)** Unidades
e Centro- Animais
Oeste)*
Bovinos
Touros 1,39 1,32 1,24
(Reprodutor)
Vacas 3 anos e 1,00 0,92 0,83
mais
Bois 3 anos e 1,00 0,92 0,83
mais
Bois de 2 a 0,75 0,69 0,63
menos de 3
anos
Novilhas de 2 a 0,75 0,69 0,63
menos de 3
anos
Bovinos de 1 a 0,50 0,47 0,42
menos de 2
anos
Bovinos 0,31 0,28 0,26
menores de 1
ano
Novilhos Precoces

Novilhos 1,00 0,92 0,83


precoces de 2
anos e mais
Novilhas 1,00 0,92 0,83
precoces de 2
anos e mais
Novilhos 0,87 0,80 0,72
precoces de 1
a menos de 2
anos
Novilhas 0,87 0,80 0,72
precoces de 1
a menos de 2
anos
Bubalinos

Bubalinos 1,25 1,15 1,05

60
Outros

Eqüinos 1,00 0,92 0,83


Asininos 1,00 0,92 0,83
Muares 1,00 0,92 0,83
Ovinos 0,25 0,22 0,19
Caprinos 0,25 0,22 0,19

* Exceto regiões do Vale do Jequitinhonha e Pantanal do Mato Grosso e do Mato


Grosso do Sul, cujos fatores de conversão devem ser iguais aos do Nordeste
** Exceto para a região da Zona da Mata, cujos fatores devem ser iguais aos do
Norte.

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