Circuitos Sequenciais
Circuitos Sequenciais
Circuitos Sequenciais
Capítulo 4
tradas dos SCs que correspondem ao binário B têm agora o complemento de B.
Observemos que V = 1 coloca Ci do primeiro SC em 1, o que equivale a somar
1 ao resultado final. Por exemplo:
S = A + (complemento 1 de B) + 1 = A + complemento 2 de B
Circuitos
sequenciais
84
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Analisando a figura 4.2, podemos notar que as entradas S (set) e R (reset) ficam
normalmente em nível “0”, sendo ambas ativas em nível lógico “1”. Fazendo
S = 1, obtém-se Q = 1. Esse nível é mantido após a retirada do nível “1” da
entrada S e permanece até que seja aplicado nível “1” na entrada R. Fazendo
R = 1, obtém-se Q = 0. Esse nível é mantido após a retirada do nível “1” da
entrada R e permanece até que seja aplicado nível “1” na entrada S.
O
em nível lógico alto.
4.1 Elementos de memória O circuito do latch RS com portas NAND é mostrado na figura 4.4.
Q
R
O circuito da figura 4.4 é equivalente ao apresentado no item anterior, portanto
sua tabela verdade e símbolo lógico não se alteram (figura 4.5).
86 87
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
1 1 inválido • Se D = 1, então S = 1 e R = 0.
• Se D = 0, então S = 0 e R = 1.
Figura 4.7
Analisando a tabela, podemos notar que S = 1 e R = 1 é inválido. Isso acontece Detalhe interno de um
D
porque: Q
latch para D = 0 e D = 1.
Um latch controlado possui uma entrada enable que diz quando o latch poderá ar-
mazenar um valor. Caso enable = 0, o latch permanece em seu estado anterior, man-
tendo armazenado o bit. Somente quando enable = 1 o latch funcionará como antes.
Observe que o problema da inconsistência foi eliminado, uma vez que é impos-
A entrada enable também pode ser denominada clock (CK), ou relógio, quando sível aplicar sinais iguais nas entradas S e R. A figura 4.8 e sua respectiva tabela
ela receber um sinal de sincronismo, por isso em alguns diagramas utiliza-se a verdade possibilitam uma análise dessa configuração.
notação “CK” (figura 4.6).
Figura 4.8
Figura 4.6 Representação do latch
D S Q D Q
Identificação das entradas RS: (a) diagrama lógico,
S relógio
S, R e clock em um latch. Q (b) símbolo e em
R /Q relógio /Q
(c) tabela verdade.
CK
(a) Diagrama lógico (b) Símbolo
0 X mantém
1 0 0
1 1 1
A tabela verdade a seguir demonstra as condições das saídas, considerando as
entradas R, S e clock.
88 89
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Figura 4.9 A figura 4.11 mostra detalhes das ligações internas do circuito.
Formas de onda dos sinais t0 t1 t2 t3 t4
para um latch tipo D. Figura 4.11
D Detalhe interno de um flip-
-flop J-K (mestre-escravo).
J 1
3
C 5
7 Q
8 Q’
6
4
K 2
As formas de onda dos sinais para um latch tipo D são apresentadas na figura
4.9, em que:
CK 9
• D é a entrada de dados;
• C, o sinal de habilitação ou clock;
• Q, a saída do latch.
Os circuitos latches R, S e D apresentados anteriormente são sensíveis ao nível Analisando a figura 4.11, podemos notar que:
do sinal aplicado em sua entrada de habilitação (enable).
• Se J = 0 e K = 0, as portas 1 e 2 estarão desabilitadas; portanto, após a apli-
Agora, analisaremos dispositivos que dispõem de entradas de sincronismo sen- cação do pulso de clock, o flip-flop não mudará de estado.
síveis às transições de nível lógico, de “0” para “1” ou de ”1” para “0”. Esses
dispositivos são conhecidos pela terminologia “disparados por borda” (do sinal • Se J = 1 e K = 0 e Q = 0, a porta 1 habilitará (J = 1 e Q’ = 1) e a porta 2
de relógio) e podem ser de dois tipos: desabilitará (K = 0 e Q = 0); portanto, após a aplicação do pulso de clock, o
estado de saída Q mudará para Q = 1.
• Disparados por borda de subida (transição positiva do sinal de clock): sensí-
veis às transições de nível lógico do sinal de clock, de “0” para “1”. • Se J = 1 e K = 0 e Q = 1, a porta 1 desabilitará (J = 1 e Q’ = 0) e a porta 2
• Disparados por borda de descida (transição negativa do sinal de clock): sensí- desabilitará (K = 0 e Q = 1); portanto, após a aplicação do pulso de clock, o
veis às transições de nível lógico do sinal de clock, de “1” para “0”. estado de saída permanecerá inalterado (Q = 1).
Vamos iniciar analisando o flip-flop J-K mestre-escravo. Esse dispositivo pos- • Se J = 0 e K = 1 e Q = 0, a porta 1 desabilitará (J = 0 e Q’ = 1) e a porta 2
sui duas entradas de dados (J e K) e tem como característica principal seus dois desabilitará (K = 1 e Q = 0); portanto, após a aplicação do pulso de clock, o
estágios internos, denominados mestre e escravo (figura 4.10) com a tabela ver- estado de saída permanecerá inalterado (Q = 0).
dade correspondente.
• Se J = 0 e K = 1 e Q = 1, a porta 1 desabilitará (J = 0 e Q’ = 0) e a porta
Figura 4.10 2 habilitará (K = 1 e Q = 1); portanto, após a aplicação do pulso de clock, o
Flip-flop J-K (mestre-escravo) estado de saída Q mudará para Q = 0.
e tabela verdade S S Q Estado futuro
correspondente. J J D Q futuro • Se J = 1 e K = 1, para J = K = 1, a cada ciclo de clock o estado do flip-flop
CK CK CK 0 0 Q
J-K se complementa; portanto, após a aplicação do sinal de clock, teremos:
K se Q = 0, a saída Q mudará para Q = 1; se Q = 1, a saída Q mudará para
R R Q 0 1 0
Q = 0.
1 0 1
1 1 Q Podemos também incluir as entradas de preset e clear nesse circuito, que passa
a ter a configuração da figura 4.12. A tabela verdade inclui as entradas de preset
(PR) e clear (CLR).
90 91
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
CLR PR J K CLK Qn 1 Qn 1
Tabela verdade
X X X 1 1
Entradas Saídas
1 X X X 1 Q2 1 16 VDD CLEAR PRESET CLOCK J K Q Q
1 X X X 1
Q2 2 15 Q1 1 0 X X X 0 1
1 1 Qn Qn 0 1 X X X 1 0
CLOCK2 3 14 Q1
1 1 1 1 1 1 X X X 1 1
RESET2 4 13 CLOCK1
1 1 1 1 0 0 0 0 Q0 Q0
K2 5 F/F 12 RESET1
1 1 1 1 Qn Qn 2 0 0 1 0 1 0
J2 6 F/F 11 K1
1 0 0 0 1 0 1
SET2 7 10 J1 0 0 1 1 TOGGLE
VSS 8 9 SET1 0 0 0 X X Q0 Q0
O exemplo da figura 4.12 corresponde a um flip-flop J-K mestre-escravo
0 0 1 X X Q0 Q0
sensível à transição negativa do sinal de relógio com entradas de preset e
clear inversoras.
1 1 0 X X Q0 Q0
92 93
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Implementação de um flip-flop D a partir do J-K 7474 – Dois flip-flops tipo D sensíveis à borda de subida com entradas de preset Figura 4.19
e clear inversoras CI 7474 com dois flip-flops
Um flip-flop tipo D sensível à borda pode ser obtido com um inversor entre as tipo D sensíveis à borda
entradas J e K, como se pode observar na figura 4.17. Nesse tipo de flip-flop, a A figura 4.19 apresenta esse dispositivo, e tabela verdade correspondente. de subida com entradas de
saída Q assume o nível lógico presente na entrada D toda vez que ocorre transi- preset e clear inversoras.
ção do sinal de clock (nesse exemplo, as transições de estado ocorrem no instante
de subida do sinal de clock, conforme ilustram os gráficos). Tabela verdade
Vcc CLR D CK PR Q Q Entradas Saídas
Figura 4.17 14 13 12 11 10 9 8
PRESET CLEAR CLOCK D Q Q
(a) Flip-flop tipo D (a)
0 1 X X 1 0
a partir do J-K e
Clock
(b) as formas de onda > CK 1 0 X X 0 1
1 1 0 0 1
Q (output) 1 1 0 X Q0 Q0
1 2 3 4 5 6 7
CLR D CK PR Q Q GND 1 1 1 X Q0 Q0
D J Q
Figura 4.20
Representação da mudança
Figura 4.18 Exemplos de circuitos integrados de flip-flops tipo D CMOS e TTL Q
da saída para um flip-flop T.
Dois flip-flops tipo D T
sensíveis à borda de 4013 – Dois flip-flops tipo D sensíveis à borda de subida com entradas de preset
Q
subida com entradas de e clear
preset e clear e a tabela
verdade correspondente.
A figura 4.18 apresenta esse dispositivo, e a tabela verdade correspondente.
Tabela verdade O flip-flop T é obtido a partir do flip-flop J-K aplicando nível lógico alto tanto na
Q1 1
Entradas Saídas entrada J como na K (figura 4.21).
14 VDD
CLEAR PRESET CLOCK D Q Q
Q2 2 13 Q2
0 1 X X 1 0 Figura 4.21
CLOCK1 3 12 Q2 1 0 X X 0 1 1 J X0 Representação
Pulsos de
mostrando como um
RESET1 4 11 CLOCK2 1 1 X X 1 1 entrada > CLK
do relógio flip-flop T é obtido a
D1 5 F/F 10 RESET2 0 0 0 0 1 1 K
1 partir do flip-flop J-K.
F/F 0 0 1 1 1
SET1 6 9 D2
2
0 0 0 X Q0 Q0
VSS 7 8 SET2
0 0 1 X Q0 Q0
A figura 4.22 mostra as formas de onda correspondentes nas saídas Q e Q’, a
partir do clock.
94 95
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Figura 4.22
Formas de onda
correspondentes nas saídas D C B A
Q e Q’, a partir do clock.
CLEAR
1
CLK 1
0 CLR CLR CLR CLR
1 J Q J Q J Q J Q
Q
CLOCK > CK > CK > CK > CK
0
1 K Q K Q K Q K Q
Q’
PR PR PR PR
0
PRESET
Figura 4.23
Representação de um
As formas de onda nas saídas em função do sinal de clock são apresentadas na
Contador de pulsos.
figura 4.24.
4.2 Contadores
Contadores são circuitos digitais que geram determinada sequência de estados,
sob o comando de um sinal de clock. São utilizados na contagem de pulsos pro-
venientes de chaves e de sensores, na construção de temporizadores e relógios di-
CK
gitais, para gerar sequências de pulsos e medir frequência, e também fazem parte
de circuitos eletrônicos como conversores analógico-digital e digital-analógico,
geradores de endereços de matrizes de memória etc.
D
96 97
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Figura 4.25
Equivalência entre o
número 247 e sua
2 4 7 Número decimal QB
representação em BCD.
QC
Representação em BCD
0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1
(Binary Coded Decimal)
QD (m.s.b.)
Reset Pulse
Um contador BCD ou contador de décadas (figura 4.26) pode ser construído a CLR
Figura 4.26
partir de um contador binário capaz de encerrar a transmissão de pulsos quando a
Circuito lógico do 0000 0001 0010 0011 0100 0101 0110 0111 1000 1001 0000 0001 0010 0011 0100 0101 0110
contagem atinge o estado correspondente ao número decimal 9 (1001 em binário). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6
contador BCD.
SV
+V Q0 Q1 Q2 Q3
98 99
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
1 0 0 1 X X X X
2 0 1 0 6 1 1 0 Figura 4.29
Dessa maneira, podemos montar um circuito lógico que atenda a essas funções Circuito lógico para as
3 0 1 1 2 0 1 0 (figura 4.29). funções DA, DB e DC .
4 1 0 0 X X X X
5 1 0 1 7 1 1 1
D Q D Q D Q
6 1 1 0 5 1 0 1
Clock clock clock clock
Q Q Q
7 1 1 1 3 0 1 1
Tabela 4.3
Entradas dos
Estado Atual Estado Futuro
Flip-Flops
A B C A B C DA DB DC
0 0 0 0 X X X X X X X
Implementação do circuito utilizando flip-flops tipo J-K
1 0 0 1 X X X X X X X
A figura 4.30 apresenta um flip-flop J-K e a tabela verdade correspondente. Ob-
2 0 1 0 6 1 1 0 1 1 0 serve que Qa é o valor anterior da saída Q antes da aplicação dos valores das
entradas J e K. As mudanças somente ocorrem na variação (descida) de “1” para
3 0 1 1 2 0 1 0 0 1 0 “0” dos pulsos aplicados na entrada de clock.
4 1 0 0 X X X X X X X
Figura 4.30
5 1 0 1 7 1 1 1 1 1 1 Flip-flop J-K.
Preset
Caso J J Q
6 1 1 0 5 1 0 1 1 0 1 I 0 0 Qa J Q
II 0 1 0 > CLK
7 1 1 1 3 0 1 1 0 1 1
III 1 0 1 K Q
IV 1 1 Qa
Clear
De acordo com a tabela 4.3, há três funções a serem implementadas: DA , DB e
DC, que podem ser apresentadas conforme a figura 4.28.
100 101
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Com base nas informações da tabela verdade, podemos elaborar uma tabela de Figura 4.31
transição de estados do J-K (tabela 4.4). C C C Diagramas de Karnaugh
JA 0 1 JB 0 1 JC 0 1 para as funções JA,
00 x x 00 x x 00 x x JB, JC, KA, KB e KC .
Tabela 4.4 AB 01 1 0 AB 01 x x AB 01 0 x
Casos Qa Q J K 11 x x 11 x x 11 1 x
10 x x 10 x 1 10 x x
I e II 0 0 0 X JA = C JB = 1 JC = A
III e IV 0 1 1 X C C C
KA 0 1 KB 0 1 KC 0 1
II e IV 1 0 X 1 00 x x 00 x x 00 x x
AB 01 x x AB 01 0 0 AB 01 x 1
I e III 1 1 X 0 11 0 1 11 1 0 11 x 0
10 x 0 10 x x 10 x 0
KA = BC KB = A + C KC = A
A tabela de transições (tabela 4.5) apresenta as entradas necessárias para forçar os
valores nas saídas dos flip-flops a ir para a sequência desejada.
Tabela 4.5
. Dessa maneira, podemos montar um circuito lógico que atenda a essas funções
Estado Atual Estado Futuro Entradas dos Flip-Flops (figura 4.32).
A B C A B C JA KA JB KB JC Kc
0 0 0 0 X X X X X X X X X X Vcc
QA
1 0 0 1 X X X X X X X X X X
QB
2 0 1 0 6 1 1 0 1 X X 0 0 X QC
3 0 1 1 2 0 1 0 0 X X 0 X 1
J Q J Q J Q
4 1 0 0 X X X X X X X X X X Clock clock clock clock
K Q K Q K Q
5 1 0 1 7 1 1 1 X 0 1 X X 0
6 1 1 0 5 1 0 1 X 0 X 1 1 X
7 1 1 1 3 0 1 1 X 1 X 0 X 0
Figura 4.32
Projeto: contador decimal (BCD) síncrono Circuito lógico para as
funções JA, JB, JC, KA, KB e KC .
As informações necessárias para montar um contador decimal (BCD) síncrono
são as seguintes:
102 103
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Estados Q3 Q2 Q1 Q0 Q3 Q2 Q1 Q0 J3 K3 J2 K2 J1 K1 J0 K0
1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 x 0 x 0 x 1 x
2 0 0 0 1 0 0 1 0 0 x 0 x 1 x x 1
2 1 5 4 10 9
U3:A U3:B U3:C
3 0 0 1 0 0 0 1 1 0 x 0 x x 0 1 x 7408 7408 7408
4 0 0 1 1 0 1 0 0 0 x 1 x x 1 x 1 3 6 8
2 7 2 7
5 0 1 0 0 0 1 0 1 0 x x 0 0 x 1 x U1:A U1:B U2:A U2:B
4 15 9 11 4 11 9 11
J S Q J S Q J S Q J S Q
6 0 1 0 1 0 1 1 0 0 x x 0 1 x x 1 1
> CLK 6
> CLK 1
> CLK 5
> CLK
16 14 12 10 16 10 12 10
K R Q K R Q K R Q K R Q
7 0 1 1 0 0 1 1 1 0 x x 0 x 0 1 x 74LS76 74LS76 74LS76 74LS76
8 0 1 1 1 1 0 0 0 1 x x 1 x 1 x 1
R1 R2 R3 R4
330 330 330 330
BAT1
9 1 0 0 0 1 0 0 1 x 0 0 x 0 x 1 x 5V
D1 D2 D3 D4
LED-RED LED-RED LED-RED LED-RED
10 1 0 0 1 0 0 0 0 x 1 0 x 0 x x 1
104 105
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
L L X H X no change 4 P0 P2 13
UP/ON
L L L L count down 5 CE P1 12
MR
L L H L count up
6 O0 O1 11
PL
H X X X X reset
7 TC UP/DN 10
D0 VCC
Figura 4.36 8 VSS MR 9
D1
Detalhe das ligações internas
do circuito integrado CMOS D2
4510 BCD counter.
D3 GND
.
O0
4 6 12 11 13 14 3 2
9 P0 O0 P1 O1 P2 O2 P3 O3
O1
MR
O2
1
O3
PL
15
TC
CP P P P P
7 PL Q PL Q PL Q PL Q 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 9 6 7 0
TC CP CP CP CP
T Q T Q T Q T Q
Figura 4.37
Diagrama de tempos do
circuito integrado CMOS
4510 BCD counter.
CE
10
UP/ON
VDD = Pin 16
VSS = Pin 8
O = Pin Number
106 107
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
680
x4
Vdd Q0 Q1 Q2 Q3
a Up/Down
A B C D
k J Q J Q J Q J Q
C C C C
> > > >
BC457B
x4 K Q K Q K Q K Q
9 V
+
14 680 47 µF
4093 Schmilt 0V
Figura 4.39
trigger NAND Contador em anel Detalhes internos de
um contador crescente/
5 47 k Contador em anel é um conjunto de flip-flops conectados em cascata à saída
4 4 decrescente.
6
do último estágio conectado à entrada do primeiro, fechando um anel. Um
uso comum desse circuito consiste em um único bit = 1, que circula através
das saídas. Por exemplo, se forem utilizados quatro flip-flops, haverá quatro
1 M 16 6 11 14 2 7
estados de saída (0001 / 0010 / 0100 / 1000), e cada um deles se repetirá a
A B C D carry enable
5
cada quatro ciclos de clock. Nesse caso, ele pode ser usado como um conta-
outputs out
1
3
dor cíclico de n estados. O circuito da figura 4.40 mostra um contador em
2
15
clock Input 4510 reset
9
anel módulo 4.
load Inputs
UP/DM
A B C D load 10 Figura 4.40
+
1 µF 7 4 12 13 3 1 8 10 k Contador em anel
4-bit Output
módulo 4.
QA QB QC QD
Feedback
Loop
ASTABLE BCD COUNTER
Preset to
Figura 4.38 D Q D Q D Q D Q
Logic “1” FFA FFB FFC FFD
Detalhes internos de CLK CLK CLK CLK
Q Q Q Q
circuito de teste para o CLR CLR CLR CLR
contador de décadas 4510.
Clock
Clear
108 109
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Tabela 4.8
Pulso de Clock Q3 Q2 Q1 Q0
4.3 Registradores de deslocamento
0 0 0 0 1 Registrador é um circuito formado por interligações de flip-flops com a finali-
dade de armazenar informação binária (número binário) pelo tempo que for
1 0 0 1 0 necessário.
1 0 0 0 1
c) Entrada paralela – saída série d) Entrada paralela – saída paralela
2 0 0 1 1
Entrada de dados em paralelo Entrada de dados em paralelo
3 1 1 1 1 … …
Saída
4 1 1 1 1 REGISTRADOR de dados REGISTRADOR
em série
5 1 1 1 0 …
Classificação – entrada/saída Saída de dados em paralelo
6 1 1 0 0
7 1 0 0 0
110 111
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
4.3.2 Registrador de deslocamento para a direita Em um flip-flop mestre-escravo, a atualização da saída devido à transição do
clock só ocorre imediatamente após o fim da transição do clock.
O circuito da figura 4.43 mostra como o registrador de deslocamento pode ser
montado usando flip-flops tipo D. No circuito figura 4.43, observamos que o clock ocorre simultaneamente em
todos os flip-flops. No momento da transição negativa do clock, D2 tem como en-
Figura 4.43 trada o valor de Q3 anterior à transição do clock, pois Q3 somente terá seu valor
saída paralela
Registrador de atualizado após o fim da transição.
Q3 Q2 Q1 Q0
deslocamento para a
direita usando flip-flop Entrada Vamos verificar como progride o primeiro bit “1” de entrada nos flip-flops do
série D3 Q3 D2 Q2 D1 Q1 D0 Q0
tipo D e tabela verdade. CLK > CLK ff3 > CLK ff2 > CLK ff1 > CLK ff0
registrador em análise. Acompanhe pelas formas de onda na figura 4.44.
Q3 Q2 Q1 Q0
• Após o segundo pulso, o bit “1” é colocado na saída Q3 do ff3.
• Após o terceiro pulso, o bit “1” é colocado na saída Q2 do ff2.
Tabela verdade FFD • Após o quarto pulso, o bit “1” é colocado na saída Q1 do ff1.
D CK Q
• Após o quinto pulso, o bit “1” é colocado na saída Q0 do ff0.
0 0
• Após o sexto pulso, o bit “1” é perdido, ou seja, não está na saída de nenhum
flip-flop do circuito.
1 1
Como podemos observar, o primeiro bit “1” deslocou-se para a direita a cada
pulso de clock. O deslocamento que ocorreu com o bit “1” ocorre com os demais
No símbolo dos flip-flops (ffs) da figura 4.43, a “bolinha” na entrada do clock bits. Esse deslocamento que os bits de entrada apresentam a cada pulso de clock
indica sensibilidade à borda negativa. Os flip-flops desse circuito são do tipo D, deu origem ao nome registrador de deslocamento.
sensível à borda negativa, como podemos observar pelos símbolos dos ffs. Na ta-
bela verdade, a seta apontando para baixo indica sensibilidade à borda negativa. 4.4 Registrador de deslocamento para a esquerda
Figura 4.44
Formas de onda do
As formas de onda de entrada e saída do registrador de quatro bits são apresen- Para obter o registrador de deslocamento para a esquerda, basta mudar a ordem
registrador de quatro bits.
tadas na figura 4.44. dos flip-flops e a entrada do registrador passará a ser no primeiro flip-flop da di-
reita (figura 4.45).
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 … Figura 4.45
CK saída paralela Registrador de
t
Q3 Q2 Q1 Q0 deslocamento para
Entrada
série a esquerda.
entrada (D 3) 0 1 0 1 0 1 0 1
t
D3 Q3 D2 Q2 D1 Q1 D0 Q0
CLK > CLK ff3 > CLK ff2 > CLK ff1 > CLK ff0
saídas Q3 Q2 Q1 Q0
Q 3(ff3) 0 1 0 1 0 0 1
t
Q 2(ff2) 0 1 0 1 0 1 0
t
Q 1(ff1) 0 0 1 0 1
t
Q 0(ff0) 0 1 0 1 0 1
t
112 113
eletrônica 4 CAPÍTULO 4
CI 7491 – Registrador de deslocamento de oito bits – entrada série CI 74164 – Registrador de deslocamento de oito bits com entrada
e saída série (figura 4.46) de reset (figura 4.47)
1 1 1 saída paralela
NC NC NC NC VCC NC NC
(b)
(a) (b) QH QG QA
(A) (B)
A
S7 Q7 S6 Q6 S0 Q0
B
A > CLK ff7 > CLK ff6 > CLK ff0
S7 Q7 S6 Q6 S0 Q0
B
R7 Q7 R6 Q6 R0 Q0
> CLK ff7 > CLK ff6 > CLK ff0
R7 Q7 R6 Q6 R0 Q0
CK
CLK
(c) CLR
(C)
Se uma das entradas for “0”, será transferido “0” para a saída do registrador após O CI 74164 é um registrador de deslocamento só para a direita, podendo ser uti-
oito pulsos de clock, independentemente da outra entrada. Se uma das entradas lizado como entrada série e saída série ou paralela. É sensível à transição negativa
for “1”, o valor da outra entrada (“0” ou “1”) será transferido para a saída do do clock e normalmente é usado com uma das entradas séries (A ou B) alta e os
registrador após oito pulsos de clock. Podemos usar uma entrada como controle dados são enviados para outra entrada.
e a outra como entrada de dados.
4.4.1 Circuito registrador de deslocamento – entrada série
ou paralela
Os dados em paralelo transferidos para o registrador não devem ser colocados
diretamente nas saídas dos flip-flops, pois com a ação do clock eles se deslocam,
ocorrendo conflito. Assim, os dados em paralelo podem ser carregados no regis-
trador pelo terminal preset.
Vamos avaliar como atuam o clear e o preset para que possamos obter um registrador
com entrada paralela. Para isso, admitamos que o clear e o preset sejam ativos em “0”.
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eletrônica 4 CAPÍTULO 4
Primeiro, ativamos o clear (CLR = 0) zerando as saídas. Uma vez zeradas as Assim, um trem de pulsos na entrada se reproduzirá em Q0 com atraso igual a
saídas, desativamos essa função, dando condição de funcionamento normal ao (n 1)T, em que T é o período de relógio (clock).
registrador.
4.4.2 Associação de registradores – registrador de maior
Colocamos bit a bit nos presets dos flip-flops a informação que corresponde à en- capacidade
trada paralela, ou seja, os terminais de preset estão sendo usados como entradas
paralelas. Nos presets em que o valor colocado é “1”, o flip-flop correspondente A figura 4.49 apresenta dois registradores entrada série, A1 A 2 - - - - - D3 D4 com
mudará a saída de “0” para “1” e será possível, portanto, transferir para o regis- quatro bits de saída colocados em cascata para a obtenção de um registrador
trador os dados da entrada através dos presets. Isso feito, desativamos os presets, saída com oito bits.
dando condição de funcionamento normal ao registrador (ver figura 4.48 – ter-
minal enable). Figura 4.49
Dois registradores
Assim preparado, o registrador deslocará normalmente, com a ação do clock, os A1 A2 A3 A4 B1 B2 B3 B4 entrada série.
dados nele inseridos.
Figura 4.48
Registrador de
entrada paralela
deslocamento – entrada
E7 E6 E0 A saída série de REG A (A4) é direcionada para a entrada série de REG B (D4).
série ou paralela; saída
série ou paralela. enable O arranjo equivale a um registrador entrada série com saída paralela de oito bits.
saída paralela Podemos usar qualquer Ai ou Bi como saída série; a escolha dependerá do atraso
Q7 QG Q0 desejado.
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eletrônica 4 CAPÍTULO 4
A operação de deslocamento para a direita, como vimos, pode ser associada à di- Para concluir, observamos que, embora os flip-flops internos sejam sensíveis à
visão por 2. Inversamente, um deslocamento para a esquerda pode ser associado transição negativa, devido ao inversor, é na transição positiva do clock que as mu-
à multiplicação por 2. danças ocorrem, lembrando também que, a partir do segundo flip-flop, o valor
efetivo da entrada é o anterior à transição do clock, pois os flip-flops têm como
4.4.4 Registrador de deslocamento em anel base o flip-flop J-K mestre-escravo.
Figura 4.51
Q7 Q6 Q0
Registrador de
deslocamento em
anel de quatro bits.
A
S3 Q3 S2 Q2 S0 Q0
B
> CLK ff7 > CLK ff6 > CLK ff0
R3 Q3 R2 Q2 R0 Q0
CK
reset
Na primeira transição positiva do clock (CK), Q3 vai para “1”, e Q0, para “0”; as
demais saídas permanecem em “0”. Na segunda transição positiva, Q2 vai para
“1”, e Q3, para “0”; portanto, Q0 = Q1 = 0. Assim, “1” vai deslocando-se para a
direita até Q0 = 1 e as demais saídas = 0. Eventos distintos podem ser comanda-
dos (controlados) pelas saídas, obedecendo a uma sequência bem definida e em
intervalos de tempo determinados pelo clock. Cada evento será comandado pela
Figura 4.52 saída que estiver com valor “1”.
Formas de onda de
dois ciclos completos. Na figura 4.52 estão registradas as formas de onda de dois ciclos completos.
clock
Q3 0 1 0 1 0 1 0
Q2 0 1 0 1 0 1
Q1(ff1) 0 1 0 1 0
Q0(ff0) 0 1 0 1 0
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