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Apostila SDH

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IFSP –SP SISTEMA SDH – REDE ÓPTICA DISCIPLINA: MIT

ELABORAÇÃO: Prof.: Álvaro Gomes de Carvalho ( Em memória)

Prof.: Eduardo V. de Sousa 1 / 24 Revisão 3/2017


IFSP –SP SISTEMA SDH – REDE ÓPTICA DISCIPLINA: MIT
ATUALIZAÇÃO: Prof.: Eduardo Vitor de Sousa

1. INTRODUÇÃO

1.1. GERAL

Os trabalhos para padronização da Hierarquia Digital Síncrona (SDH) tiveram início no XVIII
Grupo de Estudos do CCITT (atual ITU-T) em Junho de 1986. O objetivo desses estudos era
criar um padrão mundial para os sistemas de transmissão síncrona que proporcionasse aos
operadores de rede uma rede mais flexível e econômica.

Em Novembro de 1988 foram aprovados as primeiras recomendações da SDH: G.707, G.708 e


G.709. Essas recomendações definem as taxas de transmissão, o formato do sinal, as
estruturas de multiplexação e o mapeamento de tributários. O CCITT também definiu uma série
de recomendações que controlam a operação dos multiplexadores síncronos (recomendações
G.781, G.782 e G.783) e Gerência de Rede da SDH (recomendação G.784).

É a padronização destes aspectos dos equipamentos SDH que vai fornecer a flexibilidade
necessária aos operadores de rede para gerenciar eficientemente o crescimento da rede e o
provisionamento de novos serviços esperados para as próximas décadas. Além disso, esta
padronização torna possível a interconexão direta de equipamentos de diversos fabricantes.

As recomendações da SDH estão baseadas nos princípios da multiplexação síncrona direta,


que é a chave para uma rede de telecomunicações mais eficiente e mais flexível. Isso significa
que sinais tributários individuais podem ser multiplexados diretamente em um sinal SDH de
taxa superior sem a necessidade de estágios de multiplexação intermediários. Portanto, os
Elementos de Rede SDH podem ser interconectados diretamente, o que diminui drasticamente
o número de equipamentos utilizados.

A gerência efetiva da flexibilidade proporcionada pela SDH requer um gerenciamento de rede e


uma capacidade de manutenção mais avançados, portanto aproximadamente 5% da estrutura
do sinal SDH são alocados para dar suporte às práticas e procedimentos de gerenciamento de
rede avançado.

1.2. REDES PDH ATUAIS

Nas redes PDH existentes, normalmente, a tecnologia de transmissão ponto-a-ponto é utilizada


para interligar localidades ou clientes. Por exemplo, um sinal a 64Kbps deve ser multiplexado
até a taxa de 2Mbps e, após outros estágios de multiplexação, à taxa de 140Mbps, utilizando
multiplexador terminal. Entretanto, para se comutar este sinal de 64Kbps, todo o sinal de
140Mbps deve ser demultiplexado, necessitando para tanto de um conjunto de multiplexadores
em cada ponta do enlace de transmissão. Este arranjo se torna bastante caro quando, na
prática, apenas alguns sinais de 64Kbps necessitam ser comutados. A Figura 1.1 apresenta
uma aplicação típica para sistemas PDH.

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Caso um cliente não necessite mais de um dos serviços oferecidos, o reprovisionamento e o


re-roteamento consomem muito tempo e dinheiro uma vez que os equipamentos têm que ser
realocados ou até mesmo substituídos. O reroteamento de circuitos pode levar de alguns
minutos a horas, dependendo dos métodos de controle.
Com a rede SDH, toda a alocação de sinais e o roteamento da transmissão terão um controle
centralizado e totalmente flexível, tornando simples o reroteamento ou o reprovisionamento
de circuitos.

1.3. REDE SDH

A rede SDH desempenha as mesmas funções que a rede PDH existente, ou seja, transporta os
dados do cliente de uma localidade para outra. Entretanto, através do uso da multiplexação
síncrona direta ela executa essa tarefa de uma maneira mais eficiente. Os sistemas DXC da
SDH podem rotear sinais (por exemplo 2Mbps) através da rede sem ter que primeiro
demultiplexar o sinal de linha de alta velocidade, diminuindo custos e proporcionando uma
maior eficiência e segurança na transmissão.

Os DXCs da SDH são controlados através de conjuntos de mensagens padronizadas,


permitindo que novos circuitos sejam provisionados em alguns milisegundos a partir de uma
estação de controle centralizada. A Figura 1.2 apresenta uma aplicação de rede utilizando
equipamentos SDH.

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Os atuais Sistemas de Gerência das redes SDH permitem não só detectar falhas, mas avaliar o
desempenho, modificar configurações de equipamentos, modificar rotas e controlar a
segurança, entre outras facilidades.

1.4. BENEFÍCIOS DA SDH

As redes SDH são mais simples de operar, mais baratas, mais resistentes a falhas e, além
disso, preparadas para operar com diferentes serviços que venham a surgir no futuro. Entre os
principais benefícios da rede síncrona, podemos citar :

Custo dos elementos de rede mais baixo: devido ao padrão comum, equipamentos
compatíveis estarão disponíveis a partir de vários fabricantes, tornando o mercado mais
competitivo e os preços mais atraentes.

Melhor gerência de rede: com uma gerência melhor os operadores são capazes de usar a
rede mais eficientemente e fornecer melhores serviços. Os conceitos de TMN forão adotados.

Provisionamento mais rápido: como novos circuitos podem ser definidos através de
software para ocupar o espaço desejado na banda de transmissão, o provisionamento é muito
mais rápido. A única nova conexão necessária estará entre as dependências do cliente e o nó
de acesso à rede mais próximo.

Melhor utilização da rede: com total controle do roteamento, os circuitos do cliente podem
ser configurados de forma a se obter o melhor uso dos recursos da rede.

2 . HIERARQUIA DIGITAL SÍNCRONA

2.1. INTERFACE DE NÓ DA REDE (NNI)


A NNI é a interface de nó da rede necessária para interligar os elementos
da SDH no transporte de informações. É um conjunto de padronizações que
define os seguintes itens:
•Taxas de bits;
•Estrutura de multiplexação;
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•Estrutura de quadro.
2.1.1 Taxas
Na SDH é definida uma estrutura básica de transporte de informação denominada
Módulo de Transporte Síncrono-1 (STM-1) com taxa de 155,520Mbps. Essa
estrutura define o primeiro nível da hierarquia. As taxas de bit dos níveis superiores são
múltiplos inteiros do STM-1. Atualmente são padronizados três módulos de transporte: STM-1,
STM-4, STM-16 e STM-64, conforme mostra a Tabela 2.1.

Também é definida uma estrutura de quadro com capacidade de


transmissão mais baixa que a do STM-1, com o objetivo de utilização somente para
sistemas de rádio-enlace e satélite. Essa estrutura possui taxa de 51,840Mbps e é
denominada STM-0, não sendo considerada um nível hierárquico da SDH.

2.1.2. Estrutura de Multiplexação na SDH


A estrutura de multiplexação, mostrada na Figura 2.1, segue as normas para SDH do Instituto
Europeu de Padrões de Telecomunicações (ETSI).

PROCESSAMENTOS:

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a. Mapeamento

O mapeamento é o processo pelo qual tributários são adaptados em VCs para


serem transportados através da rede SDH. Se o sinal tributário for assíncrono, no mapeamento
deverá ser feita a justificação de bit.

b. Multiplexação

A multiplexação é o processo pelo qual vários sinais da Camada de Via de Ordem


Inferior são adaptados na Camada de Via de Ordem Superior, ou vários sinais da Camada de
Via de Ordem Superior são adaptados na Camada da Seção Multiplexadora.

c. Alinhamento

O alinhamento é o processo pelo qual a informação de "offset" do quadro é


incorporada ao ponteiro de TU ou AU.

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a. "Container" (C)

Consiste em uma estrutura de informação de tamanho apropriado que


transportará o sinal tributário enquanto este permanecer na rede SDH. Assim, tem-se na
Tabela 4.2 a distribuição dos tributários PDH em cada "container".

Tabela 2.2- Tributários Mapeados em "Containers"

Container Tributário Mapeado


C-11 1.544 Kbps
C-12 2.048 Kbps
C-2 6.312 Kbps
C-3 34.368 Kbps
44.736 Kbps
C-4 139.264 Kbps

b. Container Virtual (VC)

Consiste em uma estrutura de informação formada por uma carga útil acrescida
de um Overhead de Via (POH) que permite a monitoração do caminho percorrido pelo sinal.

A carga útil ("container") transportada pelo VC é chamada "payload". Os VCs


podem ser de ordem inferior (LO VC) se estiverem localizados na Camada de Via de Ordem
Inferior ou de ordem superior (HO VC) se estiverem na Camada de Via de Ordem Superior. Os
LO VC também são chamados VC-m (m = 1, 2,3) e os HO VC podem ser chamados de VC-n
(n = 3, 4).

As Tabelas 2.3 e 2.4 apresentam a composição para os VCs acima citados.

Tabela 2.3- Composição do VC de Ordem Inferior (LO VC)

LO VC Período (s) Payload


VC-11 500 C-11
VC-12 500 C-12
VC-2 500 C-2
VC-3 125 C-3

Tabela 2.4- Composição do VC de Ordem Superior (HO VC)

HO VC Período (s) Payload


VC-3 125 C-3 ou 7xTUG-2
VC-4 125 C-4 ou 3xTUG-3

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b.1- Overhead de Via (POH)

O POH é a informação adicionada ao "payload" para criar um VC. A informação


do POH provê a integridade da comunicação no caminho percorrido dentro da Camada de Via,
ou seja, entre os pontos onde são montados e desmontados os VCs.

Existem dois tipos de POH :

• POH de Ordem Inferior (LO POH) :o LO POH é a informação adicionada ao C-m para
formar os VC-m, tendo as funções de monitoração do desempenho do percurso de
Via de Ordem Inferior; informação para manutenção; indicação dos status dos
alarmes e indicação do tipo de mapeamento.

• POH de Ordem Superior (HO POH) : o HO POH é a informação adicionada ao


"payload" de informação para formar o VC-n. O HO POH tem as funções de
monitoração do desempenho do percurso de Via de Ordem Superior; informações
para manutenção; indicação dos status dos alarmes; indicação da estrutura de
multiplexação usada (composição de VC-3/VC-4/VC-4-Xc).

c. Unidade Tributária (TU)

Consiste em uma estrutura de informação que provê adaptação entre a Camada


de Via de Ordem Inferior e a Camada de Via de Ordem Superior. É formado por um "payload"
de informação (LO VC) e um ponteiro de TU que indica quantos bytes existem entre o início do
quadro do "payload" em relação ao início do quadro do LO VC . A Tabela 2.5 mostra as
composições possíveis para as TUs.

Tabela 2.5- Composição da Unidade Tributária (TU)

Unidade Tributária Payload


TU-11 VC-11
TU-12 VC-12
TU-2 VC-2
TU-3 VC-3

d. Grupo de Unidades Tributárias (TUG)

O TUG é uma estrutura de informação formada pelo entrelaçamento byte a byte


de TUs. A Tabela 2.6 apresenta as possíveis composições dos TUGs.

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Tabela 2.6- Composição do Grupo de Unidades Tributárias (TUG)

TUG TU
4xTU-11
TUG-2 3xTU-12
1xTU-2
TUG-3 7xTUG-2
1xTU-3
e. Unidade Administrativa (AU)

A AU é uma estrutura de informação que provê adaptação entre a Camada de Via


de Ordem Superior e a Camada da Seção Multiplexadora. É formada por um "payload" de
informação (HO VC) e um ponteiro de AU que indica quantos bytes existem entre o início do
quadro do "payload" em relação ao início do quadro da Seção Multiplexadora. A Tabela 2.7
mostra a composição da AU.

Tabela 2.7- Composição da Unidade Administrativa (AU)

Unidade Administrativa Payload


AU-3 VC-3
AU-4 VC-4

f. Grupo de Unidades Administrativas (AUG)

O AUG é uma estrutura de informação constituída pelo entrelaçamento byte a


byte de AUs, a Tabela 2.8 apresenta sua composição.

Tabela 2.8 - Composição do Grupo de Unidades Administrativas (AUG)

Composição
AUG 3xAU-3
1xAU-4

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g. Módulo de Transporte Síncrono (STM)

O STM é uma estrutura de informação que ocupa a Camada de Seção. É formado


por um "payload" de informação (AUG) e um Overhead de Seção (SOH) que permitirá a
monitoração do percurso do sinal dentro da Camada de Seção.

h. Ponteiro (PTR)

O PTR transporta a informação numérica do "offset" do quadro, que indica


quantos bytes existem entre o início do quadro de um LO VC ou HO VC em relação ao início do
quadro da entidade de transporte (TU ou AU, respectivamente).

2.1.3. Estrutura de Quadro do STM-N


A estrutura básica do quadro STM-N é dividida em três áreas (SOH, PTR e "payload" de
informação), conforme mostra a Figura 2.2. Consiste de 9 linhas por Nx270 bytes, lidos da
esquerda para a direita e de cima para baixo.

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a. Overhead de Seção (SOH)

O SOH é dividido em duas áreas. Nas linhas de 1 a 3 e colunas de 1 a 9 tem-se o


Overhead da Seção Regeneradora (RSOH), enquanto que nas linhas de 5 a 9 e colunas de 1 a
9 encontra-se o Overhead da Seção Multiplexadora (MSOH).

b. Ponteiro de Unidade Administrativa (AU PTR)

O AU PTR está localizado dentro da linha 4 das colunas 1 a 9.

c. "PAYLOAD" (AUG)

O "payload" de informação do STM-N é formado por N AUGs, onde:

- AUG = um AU-4, ou

- AUG = três AU-3

O AU-3 e o AU-4 são formados pelo ponteiro de AU mais o VC-3 ou o VC-4,


respectivamente, sendo que o VC-n associado ao AU-n não tem a fase fixa em relação ao
quadro STM-N, porém o ponteiro de AU-n tem uma localização fixa no quadro STM-N. Deste
modo, a posição do VC-n pode variar, pois o ponteiro de AU-n indicará onde inicia o primeiro
byte do VC-n. A Figura 4.3 exemplifica essa condição para o caso do STM-1 utilizando um AU-
4 como "payload".

FIG.: 2.3 – STM-1 com AU-4

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O mesmo acontece com os VC-m associados ao TU-m que não têm fase fixa em
relação ao início do VC-n. O ponteiro de TU-m, que tem uma posição fixa dentro do VC-n
indicará onde está o primeiro byte do VC-m. A Figura 4.4 exemplifica essa condição para um
sinal STM-1 formado por um AU-4 contendo três TUs em um VC-4.

FIG.: 2.43 – STM-1 com AU-4 contendo três TU´s emcom VC-4

3. MÉTODOS DE MULTIPLEXAÇÃO
Na Figura 3.1 é mostrada a estrutura de multiplexação simplificada, apenas com as taxas de
hierarquia européia.

3.1. FORMAÇÃO DO VC-12 A PARTIR DE 2Mbps

A primeira etapa para a formação do VC-12 é a inserção do sinal de 2.048Kbps em uma


estrutura denominada Container-12 (C-12). O número 1 de C-12 refere-se ao mapeamento de
sinais PDH de primeira ordem e o número 2 diferencia o container C-12 do container análogo
da Sonet, C-11.

O C-12 é uma estrutura de 4 x 34 bytes contendo o sinal de 2.048Kbps além de bytes fixos de
enchimento, bits de controle de justificação, bits de justificação e bits de informação. O
mapeamento de tributários em um C-12 é efetivo a cada quatro quadros de 125s, formando-
se assim um multiquadro de 500s.

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Fig. 3.2- ESTRUTURA DE MULTIPLEXAÇÃO SIMPLIFICADA

a. Mapeamento Assíncrono
O mapeamento assíncrono apresenta as seguintes características:
•permite o mapeamento de um tributário de 2Mbps com qualquer estrutura de quadro;
•não permite visibilidade dentro do VC-12 de qualquer sinal integrante do tributário;
•utiliza o processo de justificação de bit para o mapeamento, possibilitando que o
tributário seja um sinal com tolerância de 50ppm.

O C-12 consiste de 1.023 bits de informação (bits I), dois bits de oportunidade de justificação
(S1 e S2), 6 bits de controle de justificação (C1C1C1 e C2C2C2) e 8 bits reservados para uso
futuro como overhead (bits O). Os bits restantes são bits fixos de enchimento.

Dois conjuntos de três bits de justificação (C1 e C2) são usados para controlar as duas
oportunidades de justificação S1 e S2, respectivamente. O bit S2 é utilizado para justificação
positiva enquanto que o bit S1 é utilizado para justificação negativa. Quando C1C1C1 = "000",
há uma indicação de que S1 é um bit de informação, enquanto que para C1C1C1 = "111", a
indicação é de que S1 é um bit de justificação. Os bits C2 controlam S2 da mesma forma.

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3.2. FORMAÇÃO DO TUG-2 A PARTIR DE VC-12


Afim de prover o ajuste de fase de sinais de 2Mbps mapeados de forma assíncrona, são
inseridos à estrutura de VC-12 quatro bytes de ponteiro, um a cada quadro. Com a adição de
ponteiros ao VC-12, forma-se a estrutura de TU-12, com 4 x 36 bytes a cada 500s.

Três TU-12 são multiplexadas para dar origem ao TUG-2, formado por 108 bytes e
representado por uma estrutura de 9 linhas por 12 colunas de bytes. A Figura 3.4. representa
também o TU-12 na forma matricial, por uma estrutura de 9 linhas por 4 colunas.

É importante observar que, como a estrutura de TUG-2 ocorre em 125s, apenas os primeiros
quadros de cada um dos três TU-12 são multiplexados neste processo. Outros três TUG-2
serão formados a partir dos segundos, terceiros e quartos quadros de cada TU-12.

3.3. Overhead de Seção – SOH (Cabeçalho de Seção)


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O SOH é a informação adicionada ao "payload" para formar um STM-N, sendo dividido em


RSOH( Regerenation SOH – Cabeçalho da Seção Reneradora) e MSOH( Multiplexer SOH
– Cabeçalho da Seção Multiplexadora). No SOH podem ser encontradas as informações de
alinhamento de quadro, manutenção, monitoração de desempenho e outras funções
operacionais.

A informação do RSOH é terminada na Camada da Seção Regeneradora, permitindo a


monitoração do caminho percorrido nesta seção. Os bytes do RSOH são lidos por todos os
equipamentos que compõe a rede SDH (multiplexadores, regeneradores e DXCs).

A informação do MSOH passa através dos regeneradores transparentemente e termina na


Camada da Seção Multiplexadora, onde os AUGs são montados e desmontados monitorando,
dessa forma, o caminho percorrido dentro da Camada da Seção Multiplexadora.

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- A1 e A2 : Palavra de Alinhamento de Quadro: São bytes reservados para a transmissão da
informação de início de quadro, denominados Palavra de Alinhamento de Quadro (PAQ).
Através de um algoritmo de identificação e confirmação da PAQ, o receptor pode identificar o
início do quadro STM-N.
A1 = 11110110; A2 = 00101000.

- B1 : Monitoração de Erros na Seção Regeneradora: Esse byte permite a monitoração de


erros na Seção Regeneradora utilizando o código BIP-8 ("Bit Interleaved Parity" - 8). O BIP-8 é
um código de 8 bits, usando paridade par, formado no transmissor após o embaralhamento do
quadro.
Todos os bits do quadro STM-N anterior são divididos em seqüências (blocos) de 8 bits. A
quantidade de bits "1" nos primeiros bits das seqüências de 8 bits tem de ser par, incluindo o
byte B1. Da mesma forma a quantidade de bits "1" nos segundos bits das seqüências de 8 bits
tem de ser par e assim por diante, até os oitavos bits nas seqüências de 8 bits.

- J0 : “Trace” de Seção de Regeneração: O byte J0 é alocado como “trace” de uma seção de


regeneração, devendo existir concordância mútua, quanto a seu valor, entre elementos de
rede. O operador da rede pode “escrever” seu conteúdo de forma a identificar a seção em
questão. A Figura 3.7 apresenta um exemplo de sua utilização entre dois elementos de rede.

Figura 3.7- Exemplo de Programação do Byte Jô

- E1 e E2 : Canal de Serviço: Os bytes E1 e E2 constituem canais de 64Kbps de serviço para


comunicação de voz, sendo que E1 faz parte do RSOH, podendo ser acessado tanto nos
regeneradores quanto nos demais equipamentos. E2 faz parte do MSOH podendo ser
acessado nos equipamentos que compõe a Seção Multiplexadora.

- F1 : Canal de Usuário: Reservado para uso da empresa operadora da rede. Seu conteúdo
ainda não é definido, entretanto, pode ser utilizado como um canal de 64Kbps para
comunicação de dados na seção regeneradora.

- D1 a D12 : Canal de Comunicação de Dados- DCC: Os bytes D1 a D3 (DCCr) formam um


canal de 192Kbps para comunicação no percurso do sinal dentro da Camada de Seção
Regeneradora. Os bytes D4 a D12 (DCC m) formam um canal de 576Kbps para comunicação
no percurso dentro da Camada de Seção Multiplexadora.

B2 : Monitoração de Erro na Seção Multiplexadora: Os bytes B2 permitem a monitoração de


erros na Seção Multiplexadora através do código BIP-Nx24 ("Bit Interleaved Parity" Nx24), que
é um código de 24 bits com paridade par. O BIP-Nx24 tem a mesma filosofia do BIP-8, porém é
mais preciso pois além de ter mais bits (24), esse número aumenta com o aumento da
hierarquia STM-N. Por exemplo: para um sinal STM-4, o número de bits será 4 x 24 = 96 bits.

K1 e K2 : Comutação Automática de Proteção: K1 e K2 são bytes reservados para um


protocolo de sinalização automática de proteção. São utilizados para comunicação entre NE’s
local e remoto, com o propósito de controlar comutações de linha através de um protocolo
orientado a bit.

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Os três últimos bits do byte K2 têm como função indicar a presença de RDI (Indicação de
Defeito Remoto) ou de SIA (Sinal Indicativo de Alarme) na seção multiplexadora. Os bits 6, 7 e
8 do byte K2 podem assumir os seguintes valores após o desembaralhamento:

“110” Indicação de Defeito Remoto(RDI) na seção multiplexadora.


Indica para o lado de transmissão que o lado de recepção detectou uma falha de seção
no sinal recebido ou está recebendo MS-SIA.
“111” Sinal Indicativo de Alarme (SIA) na seção multiplexadora.

- S1 : Status de Sincronização: Os bits de 5 a 8 do byte S1 são alocados para Mensagens de


Status de Sincronização. A Tabela 3.1 mostra os padrões de bits para os quatro níveis de
sincronização utilizados. Além dos padrões definidos para níveis de sincronismo, são
definidos ainda outros dois padrões, um para indicar que a qualidade da sincronização
é desconhecida e outro para sinalizar que a seção não deve ser usada para sincronização.
Os códigos restantes são reservados e não devem ser utilizados até que sejam definidos.

Tabela 3.1 - Níveis de Sincronização SDH

- Z1 e Z2 : Bytes Reservados: São bytes reservados para funções ainda não definidas.
Podem ser utilizados como canais de dados de 64Kbps até que sua função seja definida pelo
ITU-T.

M1 : REI de Seção Multiplexadora: A Indicação de Erro Remoto (REI) na seção de


multiplexação transporta a contagem dos blocos errados (0 a N) detectados pelo código BIP-N
x 24 (B2) na seção multiplexadora. A Figura 3.8 mostra o SOH do sinal STM-4. Podemos notar
que a capacidade desse SOH é quatro vezes a capacidade do SOH do sinal STM-1, porém
nem todos os bytes se repetem. O mesmo ocorre com os overheads dos demais quadros STM.

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Figura 3.8- SOH para Sinal STM-4

4. MODOS DE OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS SDH.

Os equipamentos SDH podem operar em vários modos, de acordo com as unidades montadas
e a configuração efetuada via software local ou gerência de redes. A versatilidade
proporcionada pelo equipamento torna a rede SDH ainda mais simples e econômica.

4.1. MULTIPLEXADOR TERMINAL

O equipamento SDH no modo terminal suporta transmissão ponto-aponto. O multiplexador


terminal é caracterizado por possuir tributários sendo multiplexados e crossconectados na
forma de sinais agregados síncronos.

4.2. MULTIPLEXADOR ADD-DROP

O multiplexador Add-Drop proporciona acesso aos sinais tributários dos sinais compostos,
permitindo extrair e inserir tributários ao feixe de alta velocidade.

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4.3. CROSS-CONNECT LOCAL

O Cross- Connect local proporciona funcionalidades típicas de roteador ao equipamento SDH.

4.4. REGENERADOR

Este modo de operação permite a configuração como regenerador de linha.

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5 – TIPOS DE SISTEMAS DE ANÉIS

5.1: SISTEMA ANEL 2F-USHR( Unidiriccional Self Healing Ring)


(Anél Unidirecional Auto Recuperável)

O equipamento SDH pode ser configurado como anel com comutação de via unidirecional,
também conhecido por Proteção de Via com conexão de sub-rede (SNC/P). Esta configuração
permite operações de Add-Drop. No anel 2F-USHR os sinais tributários são enviados em
ambas as direções (sentido horário e anti-horário) ao longo do anel. No nó de recepção os
sinais de ambas as direções são comparados e o de melhor qualidade é escolhido para
recepção. Os sinais tributários podem ser inseridos/derivados ou Cross-conectados em cada
equipamento que compõe o anel.

5.2: SISTEMA ANEL 2F-BSHR( Bidireccional Self Healing Ring)


(Anel Bidirecional Auto Recuperavel)
No Sistema anel a duas fibras bidirecional com proteção de linha, uma fibra é compartilhada
por canais de trabalho e canais de proteção. Na ocorrência de uma falha, os canais de
proteção passam a transportar os canais que estavam trafegando pelos canais de trabalho
através da comutação em anel (comutação Ring). Conforme representado na Figura 4.6 ambos
os nós, adjacentes ao ponto de falha, ativam a comutação de anel. Em consequência, os
canais de trabalho comutam para os canais de proteção. Nos demais nós da rede os canais de
proteção apresentarão uma conexão de passagem, de forma que o sinal de transmissão entre
o nó A e o nó C é recuperado pela passagem através do canal de proteção comutado.

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IFSP –SP SISTEMA SDH – REDE ÓPTICA DISCIPLINA: MIT

Fig.: 4.6 – Anel Bidirecional com Duas Fibras

5.3: SISTEMA ANEL 4F-BSHR ( Bidiricional Self Healing Ring)


(Anel Bidirecional Auto Recuperável)

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IFSP –SP SISTEMA SDH – REDE ÓPTICA DISCIPLINA: MIT
No Anel 4 fibras bidirecional com proteção de linha, quando ocorre uma falha somente na linha
de trabalho, é executada a proteção Span como ocorre no sistema linear ponto-a-ponto. Por
outro lado, quando a falha ocorre em ambas as linhas, de trabalho e de proteção, é executada
a comutação de anel como ocorre no sistema 2F-BSHR.

6. COMUTAÇÃO AUTOMÁTICA DE PROTEÇÃO

O equipamento SDH realiza comutação automática de proteção a fim de proteger as linhas e


as unidades e assegurar uma via de transmissão altamente confiável. A comutação de
proteção é executada conforme descrito nos próximos itens.

6.1. TIPOS DE PROTEÇÃO

Na ocorrência de uma falha na linha óptica ou na unidade óptica, o equipamento SDH


proporciona comutação automática para uma linha de proteção ou para uma unidade de
proteção a fim de impedir danos ao serviço.

A configuração do sistema de proteção de linha pode ser bidirecional 1+1 ou 1:1, conforme
selecionado pelo usuário. Na configuração 1+1(Um Mais Um), o mesmo sinal é transmitido nas
linhas de trabalho e de proteção (ponte permanente) e a comutação é não-reversível. Na
comutação 1:1( Um para Um) o sinal é transmitido somente através das linhas de trabalho,
sendo comutado para as linhas de proteção em caso de falha na linha ou unidades de trabalho.
Neste caso acesso à linha de proteção permite tráfego extra por esta linha, porém, sem
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IFSP –SP SISTEMA SDH – REDE ÓPTICA DISCIPLINA: MIT
proteção. Se a linha de trabalho falha então o seu tráfego é comutado para a linha de proteção,
provocando a perda do tráfego extra.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Conforti, E., “Tecnologia e Sistemas por Fibras Ópticas”, apostila de curso,
São Paulo-SP, 1998.

[2] Justino, J.A.R, “Sistemas de Comunicações Ópticas”, vol.1, apostila de curso,


Santa Rita do Sapucaí – MG, 1995.

[3] Giozza, W. F., Conforti, E. e Waldman, H., “Fibras Ópticas: Tecnologia e projeto
de sistemas”, Makron, McGraw Hill e Embratel, São Paulo, 1991.

[4] Tabini, R., Nunes, D., “Fibras Ópticas”, Érica, São Paulo, 1990.

[5] http:www.hp.com/hp-comp/fiber – 1998

[6] http:www.pirelli.com.br – 1999

[7] http:www.embratel.com.br – 1999

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