TCC - Thamires Ohana Coelho Lima 2018
TCC - Thamires Ohana Coelho Lima 2018
TCC - Thamires Ohana Coelho Lima 2018
Boa Vista/RR
2018
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Boa Vista/RR
2018
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_______________________________________________
Profª. Drª. Gioconda Santos e Souza Martinez.
Orientadora / Curso de Engenharia Civil - UFRR
_______________________________________________
Profº. MSc. João Bosco Pereira Duarte
Curso de Engenharia Civil - UFRR
_______________________________________________
Profª. Drª. Elaine Jaricuna Pereira de Albuquerque
Curso de Engenharia Civil - UFRR
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, por sua infinita graça e amor. Por renovar minhas
forças e fé a cada dia, e por tudo que tem me proporcionado.
À minha mãe Aline Cristina Gomes Coelho, pelo amor, carinho, cuidado e atenção;
por sempre está ao meu lado me incentivando, aconselhando e dando todo suporte necessário.
Ao meu pai Evaristo Ferreira Lima, por sempre me apoiar e incentivar, por todas as
ligações diárias perguntando como foi meu dia na faculdade e sempre dizendo que eu iria
conseguir.
Aos meus irmãos Cristion Guilherme e Ronara Mirella e sobrinha Annabelle Lima,
por todo amor, carinho e paciência.
À minha orientadora Professora Drª. Gioconda Santos e Souza Martinez, por ter me
acolhido e me orientado durante esses dois anos e meio de elaboração de projetos de pesquisa.
Obrigada por ter agregado tanto na minha vida acadêmica e pessoal, por acreditar em mim e
sempre estar à disposição.
Agradeço ao Prof. MSc. João Bosco Pereira Duarte, por sempre está disponível para
tirar dúvidas e orientar. Obrigada pelas conversas e direcionamento.
Minha amiga Engenheira e Mestranda Márcia Severino da Costa, por sempre me
ajudar, auxiliar e orientar ao longo do meu curso, em especial na conclusão deste trabalho.
Ao laboratorista e amigo Glebisson Cunha da Silva, pelo auxilio nos ensaios de
laboratório e por sempre compartilhar seus conhecimentos.
Ao departamento e professores do curso de Engenharia Civil, em especial a
coordenação do curso pelo suporte no uso dos laboratórios do Núcleo de Pesquisa em
Engenharia (NUPENG).
Ao Instituto Euvaldo Lodi (IEL), pela iniciativa de cooperação com o projeto do
BITERR, que foi um dos primeiros projetos de pesquisa que fiz na graduação, e foi um
grande colaborador na elaboração dos meus projetos de pesquisa e conclusão deste trabalho.
Aos amigos que fiz na graduação, Nadyne Gonzales, Flaider Pimentel, Josiane Teles,
Gustavo Nunes, Lucas Matheus, Ylorranne Ferreira, Juciane Coelho e Vitória Araújo.
Obrigada pela ajuda, incentivo e momentos que passamos juntos.
Á todos meus amigos que de forma direta e indireta me ajudaram nessa jornada.
Obrigada a todos envolvidos na minha formação acadêmica.
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RESUMO
LIMA, T.O.C. (1); MARTINEZ, G. S. and S. (2), "Analysis of the mechanical behavior of
concrete and physical, chemical and mineralogical properties of the alternative
aggregates used", tataohana12@gmail.com; gioconda.martinez@ufrr.br; (1) Academic of the
Civil Engineering Course - UFRR; (2) Professor Drª. associate IV of the Department of Civil
Engineering - CCT-UFRR.
ABSTRACT
This work presents a study performed at the Nucleus of Engineering Research (NUPENG) of
the Federal University of Roraima (UFRR) and discusses the possibility of insertion of
alternative aggregates, currently considered only as waste for deposition in landfills. The
choice of residues was based on potential pollution and local availability, that is, residues
were chosen to be used as alternative aggregates that had an impact on the metropolitan area
of Boa Vista. The selected residues were the rice husk ash, Inajá straw (Maximiliana maripa),
and crushed tires. The physical, chemical and mineralogical properties of the aggregates and
the properties of the concrete in the fresh and hardened state were analyzed. The behavior of
the concrete was analyzed for the different insertions of alternative aggregates. At the end, it
was determined the aggregate that contributed the most to increase the resistance to simple
compression and those that brought greater decrease of the mentioned resistance. The possible
causes of this behavior were also analyzed. Rice husk ash was the element that promoted the
greatest increment of resistance at ages greater than 3 days of cure.
Keywords: Alternative aggregates. Rice husk. Ash on concrete. Shredded tire. Simple
compression strength.
8
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14
2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 16
3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 17
3.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................... 17
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 17
4. REFERÊNCIAS TEÓRICO ................................................................................... 18
4.1 CONCRETO .............................................................................................................. 18
4.1.1 História do cimento .................................................................................................. 18
4.1.2 Experiência Brasileira .............................................................................................. 19
4.1.3 Tipos de cimento ....................................................................................................... 20
4.2 PROPRIEDADES DO CONCRETO FRESCO E ENDURECIDO .......................... 21
4.2.1 Concreto fresco ......................................................................................................... 21
4.2.1.1 Consistência ............................................................................................................... 21
4.2.1.2 Plasticidade ................................................................................................................ 21
4.2.1.3 Trabalhabilidade ......................................................................................................... 22
4.2.1.4 Exsudação .................................................................................................................. 22
4.2.2 Concreto endurecido ................................................................................................ 22
4.2.2.1 Resistência à compressão ........................................................................................... 22
4.2.2.2 Cura do Concreto........................................................................................................ 23
4.3 AGREGADOS ALTERNATIVOS - PESQUISAS RECENTES .............................. 24
4.3.1 Resíduos da cinza da casca de arroz ....................................................................... 24
4.3.2 Resíduos de pneu triturado ..................................................................................... 26
5. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 28
5.1 MATERIAIS .............................................................................................................. 28
5.1.1 Cimento ..................................................................................................................... 28
5.1.2 Agregado miúdo ....................................................................................................... 28
5.1.3 Agregado graúdo ...................................................................................................... 29
5.1.4 Água ........................................................................................................................... 29
5.1.5 Resíduos..................................................................................................................... 29
5.1.6 Cinza da casca de arroz ........................................................................................... 30
5.1.7 Palha de inajá............................................................................................................ 30
5.1.8 Pneu triturado........................................................................................................... 30
5.2 MÉTODOS ................................................................................................................. 31
5.2.1 Coleta dos agregados alternativos........................................................................... 31
13
1. INTRODUÇÃO
A palha de Inajá constitui-se numa praga que tem trazido grande transtorno aos
proprietários de terra no Estado de Roraima. Segundo a Fundação de Amparo à pesquisa do
Estado de São Paulo (FAPESP), o inajá (Maximiliana maripa) é uma palmeira abundante na
região amazônica, sendo considerada uma praga por muitos habitantes locais. Traz prejuízos
à pecuária, pois suas sementes são dispersas facilmente por diversos animais, e a planta, que
atinge até 20 metros, resiste ao fogo, brotando novamente onde são feitas queimadas para
preparação de pastagens. Diante deste cenário e ciente de várias referências bibliográficas que
tem apontado para o potencial das fibras de algumas palmeiras como incrementadoras da
resistência do concreto.
No caso da casca de arroz, tais resíduos geram problemas pela deposição inadequada
no meio ambiente. O Estado de Roraima gera uma produção de aproximadamente 75 mil
toneladas de arroz em casca (SANTOS, 2014), e não destina adequadamente todo o
quantitativo de cascas que são originadas quando do beneficiamento do arroz. Neste contexto,
é viável a disponibilidade de cinzas, praticamente sem custos, às empresas locais, fomentando
a substituição do agregado convencional pelos resíduos de cinzas de casca de arroz na
fabricação de blocos de concreto para pavimentação.
2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVOS
4. REFERÊNCIAS TEÓRICO
4.1 CONCRETO
calcários moles e argilosos. Em 1818, o francês Vicat obteve resultados semelhantes aos de
Smeaton, pela mistura de componentes argilosos e calcários. Ele é considerado o inventor do
cimento artificial. Em 1824, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente
pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura
que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções. A mistura
não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de
cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e
solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland (ABCP,2017).
O mercado nacional dispõe de 8 opções, que atendem com igual desempenho aos
mais variados tipos de obras. O cimento Portland comum (CP I) é referência, por suas
características e propriedades, aos 11 tipos básicos de cimento Portland disponíveis no
mercado brasileiro.
Quadro 1: Tipos de cimento Portland.
Tipo Código
CP I-25, CP I-32, CP I-40
Comum
CP I-S-25, CP I-S-32, CP I-S-40
CP II-E-25, CP II-E-32, CP II-E-
40 CP II-Z-25, CP II-Z-32,
Composto
CP II-Z-40 CP II-F-25, CP II-F-
32, CP II-F-40
Alto-Forno CP III-25, CP III-32, CP III-40
Pozolânico CP IV-25, CP IV-32
Fonte: Adaptado Portland (2002).
O concreto é considerado como fresco até o momento em que tem início a pega do
aglomerante e após o fim desse processo o material é considerado concreto endurecido.
4.2.1.1 Consistência
4.2.1.2 Plasticidade
devido a elevada área específica. Também é extremamente importante lembrar que o uso de
areia em quantidades exageradas aumenta demasiadamente a coesão da mistura e dificulta o
lançamento e adensamento do concreto em formas, além de aumentarem o consumo do
cimento e, consequentemente, o custo final.
4.2.1.3 Trabalhabilidade
4.2.1.4 Exsudação
É o fenômeno que deve sempre ser evitado, caracterizado pela separação da água
dos demais componentes do concreto e pela subida deste até a superfície da peça concretada.
Este fenômeno acontece quando no processo de lançamento do concreto nas formas a parte
solida não é capaz de reter a água de amassamento e geralmente em concretos com pequena
porcentagem de finos provocando um concreto muito poroso e menos resistente.
A NBR NM 67 (ABNT, 1998) é o método de ensaio definido pela normalização
brasileira para determinação da consistência do concreto fresco através do abatimento do
tronco de cone. Nos concretos especiais como, por exemplo, os bombeados, as características
para a bombeabilidade (trabalhabilidade) dependerão não só do abatimento, mas também do
diâmetro máximo do agregado graúdo, do consumo de cimento e do teor de argamassa.
geral da qualidade do concreto, pois está diretamente relacionada com a estrutura da pasta de
cimento hidratada. Propriedades como módulo de elasticidade, impermeabilidade e resistência
às intempéries são diretamente relacionadas com a resistência à compressão (MEHTA e
MONTEIRO, 1994; NEVILLE, 1997). A resistência de um material é dada como a
capacidade de resistir à tensão sem se romper. No concreto, a resistência está relacionada à
tensão necessária para causar a ruptura, definida como tensão máxima que a amostra do
concreto pode suportar (METHA e MONTEIRO, 1994).
A NBR 5738 (ABNT, 2015) determina os procedimentos para a moldagem e cura
dos corpos-de-prova, que podem ser realizados por imersão em água ou em câmara úmida,
com condição de temperatura e umidade relativa do ar controlada. Os corpos-de-prova devem
ser cilíndricos, sendo mais comumente utilizados no Brasil, os de 10cm de diâmetro por 20cm
de altura e os de 15cm de diâmetro por 30cm de altura. O ensaio de resistência à compressão
dos corpos de prova cilíndricos deve seguir os procedimentos da 5739 (ABNT, 2018), que
define os tratamentos que podem ser empregados no topo dos corpos-de-prova, a velocidade
de carregamento, a umidade dos corpos-de-prova, dentre outras condições de ensaio que
possam influenciar nos resultados. A qualidade potencial do concreto depende da relação
água/cimento e do grau de hidratação. São esses os dois principais parâmetros que regem as
propriedades de absorção capilar da água, de permeabilidade por gradiente de pressão de água
ou de gases, de difusividade da água ou dos gases, de migração elétrica de íons, assim como,
todas as propriedades mecânicas, tais como: módulo de elasticidade, resistência à compressão,
à tração, fluência, relaxação, abrasão e outras.
De acordo com Neville (1997), a cura é a denominação dada aos procedimentos que
se recorre para promover a hidratação do cimento e consiste em controlar a temperatura e a
saída e entrada de umidade do concreto. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de
Serviços de Concretagem a cura do concreto é uma etapa importante da concretagem, pois
evita a evaporação prematura da água e fissuras no concreto. Depois de lançado e adensado, o
concreto desenvolve sua resistência ao longo do tempo e a água do interior da mistura tende a
evaporar. ABESC aconselha a cura através de aspersão de água sobre a superfície do
concreto, através da molhagem das fôrmas, pelo recobrimento com areia, serragem e outros,
através de membranas de cura, submersão ou cura a vapor.
A cura do concreto tem por objetivo evitar a perda de umidade e controlar a
24
temperatura por um período suficiente para atingir o nível de resistência desejado (METHA e
MONTEIRO, 1994).
4.3 AGREGADOS ALTERNATIVOS - PESQUISAS RECENTES
Fonte: LUDWIG(2014)
Ainda segundo LUDWIG (2014) concluiu-se que o concreto com adição da cinza de
casca de arroz pode ter amplo espaço em meio ao mercado da construção civil, visto que o
produto testado com 3% de CCA possui desempenho superior ao concreto apresentado como
traço de referência no presente trabalho.
Portanto, cabe salientar que a adição de CCA é benéfica para a produção de concreto,
elevando sua resistência, mesmo que em uma quantidade não tão alta.
Com a redução da quantidade de cimento, o qual é produzido através da extração de
recursos naturais, e aplicação de CCA em concretos, introduz-se no processo um material
sustentável, gerado pelo resíduo da produção de arroz.
26
Segundo SANTOS (2018), uma boa forma de aproveitamento dos resíduos de pneus,
como agregado miúdo, seria na fabricação de calçadas para pedestre, ciclovias, sarjetas e na
confecção de peças pré-moldadas tipo meio fio, uma vez garantida a resistência mínima
especificada por normas para esses materiais de construção.
Por outro lado, a necessidade de compatibilizar o concreto convencional para receber
a modificação, por meio da adição de determinados aditivos e o custo industrial da
modificação podem onerar o custo do concreto borracha em relação ao preço do convencional
em curto prazo. Mas este custo a mais é plenamente justificável perante o seu benefício.
O trabalho desenvolvido por SANTOS (2018), trata da análise das propriedades
mecânicas do concreto de cimento Portland, elaborado a partir da substituição de parte do
agregado miúdo por diferentes percentagens, em peso, de borracha de pneu inservíveis e
triturado.
Constatou-se que, entre os traços ensaiados, o resultado menos favorável foi obtido
para o concreto com 15% de borracha, tendo o mesmo atingido a resistência aos 28 dias de
8,37MPa. Esse resultado, no entanto, atende às prescrições da NBR 6136 (ABNT, 2016) para
a confecção de blocos vazados de concreto para alvenaria. Satisfazendo a resistência mínima
exigida para os blocos de todas as classes da referida norma, como ilustrado na Quadro 5. No
entanto, é importante ressaltar que a resistência não é o único fator a ser levado em relevância,
outros fatores devem ser estudados para realmente comprovar o uso de resíduos borracha em
bloco vazadas de concreto para alvenaria.
30,00
25,00
Resistência à compressão média
20,00
13,39
10,72
10,00
8,76
5,00
7 dias
Idade de ruptura
Ainda segundo SANTOS (2018), pode-se observar que o aumento dos percentuais de
resíduos no concreto teve como consequência queda significativa na resistência à compressão
quando comparado o concreto referência. Nos corpos de prova com idade de 28 dias, os
concretos com incorporação de resíduo de borracha de 5%, 10% e 15% em substituição a
areia, apresentaram uma perda de resistência de 49,19%, 59,31% e 68,23%, respectivamente,
em relação ao concreto padrão.
Esse comportamento já era um esperado, visto que o mesmo foi constatado por
outros trabalhos encontrados na literatura consultada. Um dos fatores que podem ter afetado
nesta perda de resistência é má aderência entre a pasta de cimento e a borracha, como
constatado nas literaturas. Além disso, atribui-se a perda de resistência ao aumento do teor de
ar incorporado nos concretos com resíduos de borracha de pneu.
28
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 MATERIAIS
Os materiais usados para este trabalho foram: cimento, agregado miúdo (areia),
agregado graúdo (brita 0), água e resíduos de cinza da casca de arroz, palha de inajá e pneu
triturado.
5.1.1 Cimento
Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e
ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 µm em ensaio realizado de acordo
com a NBR NM 248 (ABNT,2003) com peneiras definidas pela NBR NM ISO 3310-1
(ABNT,2010). A Tabela 2 apresenta os ensaios realizados para caracterização do agregado
miúdo.
29
Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam
retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm em ensaio realizado de acordo com a
NBR NM 248 (ABNT,2003) com peneiras definidas pela NBR NM ISO 3310-1
(ABNT,2010). A Tabela 3 apresenta os ensaios realizados para caracterização do agregado
graúdo.
Tabela 3: Ensaios de caracterização do agregado graúdo.
ENSAIO NORMA
Massa especifica ABNT NBR NM 53(2009)
Analise granulométrica ABNT NBR NM 248(2003)
Fonte: Autoria própria.
5.1.4 Água
5.1.5 Resíduos
5.2 MÉTODOS
Caracterização
Coleta dos Análise
Beneficiamento física do
agregados granulométrica
cimento
Processo de Resistência à
Moldagem
Slump test cura em câmara compressão
dos CP umida simples
A coleta dos agregados alternativos se deu por via terrestre, na região de Boa Vista –
Mucajaí, com exceção do pneu triturado que foi em Manaus/AM.
32
As cascas de arroz foram submetidas à queima no forno elétrico tipo mufla (KK 260,
LINN HIGH THERM) a uma temperatura de 500ºC à taxa de 3ºC/min e patamar de 120 min
e resfriamento por convecção natural. A Figura 5 apresenta os resíduos da casca de arroz.
Figura 5: Forno elétrico tipo mufla, casca de arroz antes e após queima a 500ºC.
Para a moldagem dos Corpos de Prova (CPs), o pneu triturado passou por um
processo de peneiramento na peneira de 1,18 mm de abertura.
33
Para classificação dos agregados foi utilizada as Equações 5-1 e 5-2 respectivamente.
D
𝐶u = D60 Equação 5-1
10
D30 ²
𝐶𝐶 = D Equação 5-2
60 x D10
Em que:
Cu = Coeficiente de uniformidade
Cc = Coeficiente de curvatura
𝐷10, 𝐷30, 𝐷60 = Diâmetro efetivo
O ensaio de massa especifica foi realizado conforme a norma NBR 52 (ABNT, 2009)
para o agregado miúdo (areia), o pneu triturado e a cinza da casca de arroz. Para o ensaio de
massa especifica do agregado graúdo foi realizado conforme a norma NBR 53 (ABNT,2009).
Para a determinação da massa especifica da cinza de casca de arroz (Figura 9), optou-se por
utilizar querosene em substituição à água destilada devido à densidade do querosene ser
menor que da água destilada.
35
O ensaio Slump Test (Figura 13) foi realizado de acordo com a NBR NM 67(ABNT,
1998). Foram realizados 4 determinações de abatimento do cone, um para cada dosagem.
câmara úmida (Figura 15) de acordo com a NBR 5738 (ABNT, 2015). Os Corpos de Prova
(CPs) foram de concreto convencional e com substituição do agregado miúdo (areia) por uma
porcentagem ótima dos agregados alternativos. A Tabela 4 apresenta a quantidade de CPs
moldados e a idade de rompimento.
6. RESULTADOS E DISCUSÕES
Água 141,459 g
Cimento 500g
Porcentagem de água 28,3%
Fonte: Autoria própria.
80 20
70 30
60 40
% RETIDA
50 50
40 60
30 70
20 80
10 90
0 100
0,10 0,20 0,40 0,80 1,60 3,20 6,40
DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS(mm)
90 10
80 20
70 30
60 40
% RETIDA
50 50
40 60
30 70
20 80
10 90
0 100
1,00 2,00 4,00 8,00
DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS(mm)
90 10
80 20
70 30
60 40
% RETIDA
50 50
40 60
30 70
20 80
10 90
0 100
0,10 0,20 0,40 0,80 1,60 3,20 6,40
DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS(mm)
O pneu triturado apresentou o módulo de finura de 3,35, sendo esse valor dentro do
módulo de finura da zona utilizável superior, que varia de 2,90 a 3,50, de acordo com a NBR
7211(ABNT, 2009). Este valor está próximo ao resultado de 3,45 encontrado por Santos
(2018). O material apresentou Cu de 4,67, sendo classificado com um material uniforme
segundo a Equação 5-1 e apresentou CC de 1,33, sendo classificado como material bem
graduado segundo a Equação 5-2.
400
350
INTENSIDADE (u.a)
300
250
200
150
100
50
0
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
2Ɵ (GRAUS)
A Tabela 11 apresenta os resultados dos ensaio de Slump test para cada dosagem de
concreto. Os dados de slump atenderam aos critérios de trabalhabilidade requeridos para
concretagem dos CPs, que foi de 10 ± 2 cm.
Os resultados de RCS obtidos dos CPs ensaiados neste trabalho, são mostrados na
Tabela 12.
A Figura 22 apresenta um gráfico para melhor visualização dos resultados de RCS dos
CPs da dosagem convencional e com adição dos agregados alternativos.
50,00
45,00 43,32
40,21
40,00 37,58
34,65
35,00 33,07
31,33
RESISTÊNCIA (MPa)
30,20
30,00 28,57
25,93
24,72
25,00 23,92 23,64
21,75 20,77
20,00 17,62
14,77
15,00
10,00
5,00
0,00
3 7 14 28
IDADES DE ROMPIMENTO (DIAS)
7. CONCLUSÃO
Com relação à metodologia adotada conclui-se que essa atendeu aos objetivos
propostos, tendo sido considerada satisfatória.
Com relação aos aspectos de viabilidade comercial para utilização de tais agregados,
pode-se afirmar que o mercado de Boa Vista carece de empresas que forneçam
serviços de beneficiamento de resíduos sólidos urbanos, notadamente para os
resíduos de pneus.
Quanto às propriedades do concreto fresco, observou-se que a inserção de resíduos
de cinza da casca de arroz e de pneus não influencia significativamente na
trabalhabilidade da mistura, já para a palha o comportamento não foi o mesmo.
Em termos de RCS, conclui-se que a cinza da casca de arroz foi o agregado que
apresentou maior incremento de resistência, sendo indicado para melhorar o
desempenho de concretos. Já a palha de inajá produziu uma queda de resistência,
devendo ser reanalisada com outro tipo de beneficiamento de fibra.
Os CPs moldados com resíduos de pneus não apresentaram um bom desempenho
mecânico, provavelmente devido à falta de adesividade na mistura.
Tecnicamente é viável a substituição dos três agregados alternativos usados neste
trabalho. Pois tais resistências atendem ao tráfego leve, como opção para elementos
que visem embutir na construção civil, resíduos que tenham grave impacto e
priorizem o respeito ao meio ambiente.
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REFERÊNCIAS
______. NBR 52: Agregado miúdo – Determinação da massa especifica e massa especifica
aparente. Rio de Janeiro, 2009. 6 p.
______. NBR 53: Agregado graúdo – Determinação da massa especifica, massa aparente e
absorção de água. Rio de Janeiro, 2009. 8 p.
______. NBR 7211: Agregados para concreto - Especificações. Rio de Janeiro, 2009. 9 p.
______. NBR 5738: Concreto - Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio
de Janeiro, 2015. 9 p.
______. NBR 11579: Cimento Portland – Determinação do índice de finura por meio da
peneira 75 µm (nº 200). Rio de Janeiro, 2012. 4 p.
______. NBR 16606: Cimento Portland – Determinação da pasta de consistência normal. Rio
de Janeiro, 2017. 8 p.
______. NBR 16607: Cimento Portland – Determinação dos tempos de pega. Rio de Janeiro,
2017. 4 p.
______. NBR 6136: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria — Requisitos. Rio de
Janeiro, 2016. 10 p.
PAES, I.L. Apostila: Dosagem de concreto. Mini curso. X semana de Engenharia Civil-
UFRR.2016.