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Curso Mecânica de Motos

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CURSO DE

MECÂNICA DE
MOTOS
Inspeção do Motor

EDUBRAS
PROIBIDA A REPRODUÇAO, TOTAL OU PARCIAL DESTA OBRA, POR QUALQUER MEIO OU METODO SEM AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO DO EDITOR
© TODOS OS DIREITOS FICAM RESERVADOS.
INSPEÇÃO DO MOTOR

INSPEÇÃO DO MOTOR
Os objetivos desta unidade são:

Entender os sintomas e as causas de dano no motor.


Aprender a desmontar, inspecionar, recondicionar
e montar um motor de dois tempos.
Aprender a desmontar, inspecionar, recondicionar
e montar um motor de quatro tempos.
Aprender a realizar a manutenção dos sistemas de lubrificação
e arrefecimento.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 2


INSPEÇÃO DO MOTOR

INSPEÇÃO DO MOTOR
Nesta unidade se inclui a inspeção dos componen- Os batimentos, vibrações, consumo excessivo de
tes do motor. A inspeção do mesmo leva muito tempo óleo podem indicar rupturas ou problemas nos pis-
e requer a desmontagem de várias peças, por isso, é tões, bielas, anéis, árvore de manivelas ou rolamen-
imprescindível assegurar-se que a falha ou o motivo tos.
que ocasiona essa inspeção, seja originada no mo-
tor, para não começar uma desmontagem desneces- A falta de potência e o arranque difícil (pesado)
sária. podem ser causados pelo desgaste excessivo nos
anéis e no pistão, junta velha ou mal instalada, de-
pósito de carvão na câmara de combustão e no es-
capamento.
PROCEDIMENTOS
Lembre-se de que a falta de potência e o arranque
Este texto descreve, passo a passo, procedimentos pesado ou difícil podem ser causados também por pro-
gerais de inspeção e manutenção do motor. Podem blemas na carburação e na ignição. Verifique estes
haver variações com respeito aos procedimentos indi- sistemas antes de iniciar uma inspeção no motor.
cados pelo fabricante da motocicleta na que você es-
tiver trabalhando. Sempre siga os procedimentos indi- Todas estas falhas do motor possuem causas va-
cados no manual do fabricante da motocicleta. Utilize riadas, entre elas encontramos:
a ferramenta indicada. Não substitua as instruções do - Desgaste normal.
manual de serviço da motocicleta pelas deste texto - Falha no sistema de lubrificação.
se não forem iguais. Caso sejam diferentes em algum - Regulagem incorreta das peças.
procedimento, siga o indicado pelo fabricante. - Dano causado por partículas de material estranho.
- Sobreaquecimento.

SEGURANÇA SOBREAQUECIMENTO
Lembre-se de observar as normas de segurança re- O sobreaquecimento pode ser ocasionado pelos se-
queridas pelas autoridades no seu país e àquelas des- guintes problemas:
critas no manual do fabricante da motocicleta na que - Avanço da ignição retardado.
você estiver trabalhando. - Folga excessiva entre peças.
- Carburação mal ajustada, com mistura pobre.
- Nível da bóia incorreto.
SINTOMAS E CAUSAS - Falsas entradas de ar.
- Detonação (batida de pino).
DE DANO NO MOTOR - Vela de ignição com grau térmico incorreto.

Quando a falha está no motor, surgem certos sinto-


mas que são fáceis de evidenciar. PROVA DE COMPRESSÃO
Por exemplo, fumaça branca contínua, baixa com-
pressão e vibração podem ser indicadores de proble- Sempre deve ser realizada a prova de compressão
mas no conjunto da árvore de comando, válvulas e antes de começar a abrir o motor. Uma baixa com-
balancins. pressão indica um mau funcionamento nos pistões,
anéis, válvulas, sedes e juntas.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 3


INSPEÇÃO DO MOTOR

LIMPEZA - Desconecte a mangueira de óleo. Coloque nesta,


uma tampa para que o óleo não se escorra.
DA MOTOCICLETA - Retire o cabo da bomba de óleo.
- Retire o cabo da embreagem, o cabo do tacôme-
tro, o cabo do pistão do carburador, outros cabos do
Antes de desmontar uma parte do motor ou todo ele, carburador ou conjunto de carburadores.
limpe a moto na zona do mesmo. Utilize uma mangueira - Retire o carburador. Cubra-o com um pano limpo
de água com alta pressão para retirar a sujeira, barro e para evitar que a sujeira penetre.
materiais estranhos. Utilize ar comprimido para secar. - Retire o pedal de câmbio.
Qualquer partícula de material que penetre dentro do - Retire a tampa do volante.
motor pode ocasionar danos. - Retire o volante. Utilize uma ferramenta para sujei-
tar e um extrator para remover o volante.

PROCEDIMENTOS
DE DESMONTAGEM
É importante saber se para a reparação será necessá-
ria a desmontagem parcial ou total do motor. Em ambos
casos, é aconselhável colocar a moto sobre uma ban-
cada de trabalho com sujeitador para a roda. Se não
tiver essa bancada, assegure-se de que a moto esteja
parada sobre seu suporte de forma segura. Os procedi-
mentos de desmontagem variam de motocicleta para
motocicleta. Por isso, é indispensável contar com o ma-
nual de serviço da moto para o processo de desmonta-
gem.
Os manuais indicam, passo a passo, parte por parte,
a seqüência de desmontagem. Seguindo as instruções
de desmontagem do manual você economizará tempo e
trabalho.

REMOÇÃO
DO MOTOR
As seguintes instruções são generalizadas. Siga o ma-
nual para a seqüência apropriada.
- Retire a carenagem da moto ou outro tipo de pro-
teção que ela possua.
- Retire o selim (banco).
- Desconecte a bateria retirando primeiro o terminal ne-
gativo. Logo após, retire a bateria.
- Mova a torneira de combustível para a posição «OFF»
e desconecte o tubo de combustível do carburador.
- Retire o tanque de combustível. Coloque-o num lugar
onde não possa cair.
- Drene todo o óleo do motor. Reinstale o bujão de
drenagem.
- Retire o cano de escape.
- Retire a tampa da bomba de óleo (motor de 2 tem-
pos).

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INSPEÇÃO DO MOTOR

Desconecte os fios das bobinas.


Retire o conjunto das bobinas.
MOTOR DE DOIS TEMPOS
- Retire o pinhão e a corrente de transmissão. MONOCILÍNDRICO
- Drene todo o líquido de arrefecimento ou água do
sistema de arrefecimento. - Retire a vela de ignição.
- Retire as mangueiras e o termostato (válvula ter- - Retire o cabeçote do cilindro. Afrouxe as porcas
mostática). dando meia volta de forma parelha. Caso ele tenha
- Retire os parafusos que fixam o motor ao quadro. porcas de diferentes tamanhos, retire primeiro as mais
Devido a que estes parafusos suportam parte do peso pequenas. Retire o cabeçote. Se o mesmo estiver tran-
do motor, talvez seja necessário elevar o motor leve- cado e houver um espaço ao redor da junta, coloque
mente com um macaco hidráulico para retirar os para-
uma alavanca para destrancá-lo. Se não houver, bata
fusos facilmente e de maneira segura. Depois de reti-
levemente com um martelo de plástico. Caso seja um
rar o motor, reinstale os parafusos na sua posição ori-
ginal no quadro para evitar seu extravio. motor com aletas, cuide para não danificá-las.
- Retire o motor. Alguns motores podem sair de seu - Retire a junta do cabeçote. Limpe com uma espá-
alojamento somente numa direção (esquerda ou direi- tula os restos de junta.
ta). Assegure-se de que todos os cabos estejam des- - Retire o cilindro. Repita a mesma operação ante-
conectados antes de retirar o motor. rior, caso ele esteja trancado. Também pode afrouxá-
- Coloque o motor num suporte de fixação especial -lo batendo levemente desde sua parte superior com
ou sobre um suporte retangular feito com quatro sarra- um martelo de plástico.
fos de madeira. Peça ajuda se o motor for muito pesa- - Retire o cilindro. Se o pistão estiver muito aperta-
do ou difícil de segurar. do, você deve segurar o virabrequim enquanto retira o
cilindro. Retire o cilindro com cuidado para que nen-
DESMONTAGEM hum resto de anel roto caia dentro do motor. Limpe os
restos de junta.
DO MOTOR - Caso possua válvula de controle de escape, retire--a.
- Caso possua válvula de palhetas, retire-a.
- Retire o pistão e seu pino.
CONSIDERAÇÕES - Cubra o cárter com um pano limpo para evitar que
os anéis de retenção do pino do pistão caiam dentro
Siga as instruções da seqüência da desmontagem do motor.
que indica o fabricante. - Retire os anéis de retenção do pino do pistão com
Antes de desarmar o motor, selecione uma superfí- uma ferramenta especial.
cie ampla e limpa para colocar as peças.
Mantenha as partes relacionadas e seus parafusos
juntos e marcados. Estas partes entram em contato
uma com a outra durante o funcionamento do motor e
se desgastam uniformemente. Ao serem reutilizadas,
devem ser reinstaladas na mesma posição que esta-
vam montadas previamente para evitar a formação de
um novo padrão de desgaste, o que produziria um des-
gaste mais acelerado, encurtando a vida do motor.
Estas partes são, por exemplo, pistão, pino e biela,
metal, munhão, etc.
As partes podem ser colocadas em sacos, bande-
jas, caixas marcadas ou, simplesmente, podem ser
bem ordenadas sobre um pano ou plástico preferen-
temente branco, sobre uma ampla superfície plana
(bancada de trabalho).
- Durante a desmontagem do motor, limpe todas as
partes e coloque-as sobre a mesa ou nos sacos ou - Limpe a área do pino, caso possua sedimentos.
caixas na sua ordem de desmontagem. - Retire o pino. Geralmente, se retira empurrando-o
- Utilize as ferramentas indicadas pelo fabricante ou (sem martelo) com um ponto. Se estiver trancado se
outras similares. pode utilizar um extrator de pino de pistão.

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INSPEÇÃO DO MOTOR

- Se o pino do pistão possuir rolamento, retire-o.


Para retirar o virabrequim e a biela será necessário
abrir o cárter. Para isso, siga os seguintes passos.
Existem diferentes desenhos de embreagens e seu
modo de extração varia. Siga as instruções do manual.
Também, o método e ordem de remoção das peças
que se encontram no cárter podem variar de moto para
moto.
- Retire o pedal de partida.
- Retire a embreagem.
- Afrouxe os parafusos de forma parelha. Retire as
molas.
- Retire a tampa com a vareta de empuxo.
- Retire os discos de fricção e de embreagem.
- Endireite a arruela trava da porca do cubo da em-
breagem. Retire a porca e a arruela.
- Retire o cubo e a campana.

- Retire a engrenagem motora e a do balanceiro.


- Retire o conjunto acionador da embreagem.
- Retire o conjunto da engrenagem de partida.
- Remova o conjunto do eixo seletor de marchas.
- Retire a válvula rotativa, caso ela exista.
- Separe o cárter utilizando a ferramenta adequada,
auxiliada por um martelo de plástico.
Com o martelo, você baterá suavemente nas partes
reforçadas. Assegure-se de que as partes do cárter se
separem de maneira parelha. Não faça força excessi-
va se alguma parte não se separa. Localize a causa
da trava, ex.: um parafuso não removido, etc.
- Retire o virabrequim.

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INSPEÇÃO DO MOTOR

MOTOR DE QUATRO TEMPOS separem de maneira parelha. Não faça força excessi-
va se alguma parte não se separa. Localize a causa
MONOCILÍNDRICO da trava, ex.: um parafuso não removido, etc.
- Retire o virabrequim.
- Retire a tampa das válvulas.
- Retire a árvore de comando das válvulas.
- Desconecte o esticador da corrente. INSPEÇÃO E
- Retire o cabeçote. Retire primeiro os parafusos ou
porcas. Se for necessário fazer alavanca para retirar o MONTAGEM DO MOTOR
cabeçote, faça com uma chave de fenda plana o mais
chata possível cuidando para não danificar as superfí- DE DOIS TEMPOS
cies de apoio. Utilize somente um martelo de plástico,
caso tenha que bater no cabeçote para afrouxá-lo. Nesta seção se cobre a inspeção, o diagnóstico e o
- Afrouxe o cilindro manualmente. Se ele estiver tran- recondicionamento das peças de um motor de dois
cado, siga o mesmo procedimento usado para o mo- tempos monocilíndrico e sua montagem. Estes méto-
tor de dois tempos. dos podem variar de acordo com o modelo de motoci-
- Retire o cilindro. cleta. Lembre-se sempre de seguir as instruções do
- Retire o pistão e seu pino. fabricante.
- Cubra o cárter com um pano limpo para evitar que
os anéis do pino do pistão caiam dentro do motor. REMOÇÃO DOS DEPÓSITOS
- Retire os anéis com uma ferramenta especial.
- Limpe a área do pino se nela existirem sedimentos.
DE CARVÃO
- Retire o pino. Geralmente, se retira empurrando-o
(sem martelo) com um ponto. Se estiver trancado, você Os motores de dois tempos apresentam geralmente
pode utilizar um extrator de pino de pistão para remo- restos de carvão na cabeça do pistão, canaletas de
anéis, janela de escape, cano de escape e câmara
vê-lo.
de combustão. Isto se produz devido à queima de óleo
Para retirar o virabrequim e a biela, você necesitará junto com a mistura.
desarmar o cárter. Para isso, siga os seguintes pas- Para remover o carvão, utilize um raspador arredon-
sos. dado, não agudo. Para remover o carvão das canale-
Existem vários tipos de desenhos de embreagens e tas do pistão você pode utilizar um anel velho.
seu modo de extração varia. Siga as instruções do Retire o carvão da câmara de combustão, da janela
manual. Também, o método e ordem de remoção das de escape, dos extremos do cano de escape, da vál-
peças que se encontram no cárter pode variar de moto vula de controle de escape, da cabeça e das canale-
para moto. tas do pistão.
- Retire o pedal ou motor de arranque. Limpe em seguida com ar comprimido.
- Retire a bomba de óleo e o filtro.
- Retire a embreagem.
- Afrouxe os parafusos de fixação de forma parelha.
- Retire as molas.
- Retire a tampa com a vareta de empuxo.
- Retire os discos de fricção e de embreagem.
- Endireite a arruela de trava da porca. Retire a
porca e a arruela.
- Retire o cubo e a campana.
- Retire a engrenagem motora e a de balanceamen-
to.
- Retire o conjunto acionador da embreagem.
- Retire o conjunto da engrenagem de partida.
- Retire o conjunto seletor de marchas.
- Separe o cárter utilizando a ferramenta adequada,
auxiliada por um martelo de plástico.
Com o martelo você baterá suavemente nas partes
reforçadas. Assegure-se de que as partes do cárter se

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INSPEÇÃO DO MOTOR

Para remover o carvão do pistão não é necessário - Os orifícios na cabeça do pistão são causados pelo
retirá-lo. Coloca-se um pano ao redor do pistão cubrin- uso de uma vela de ignição de grau térmico incorreto.
do o motor para que os restos de carvão não pene- As rupturas da cabeça surgem por problemas de de-
trem dentro deste. tonação, ocasionados por um combustível ruim, de-
pósitos de carvão ou má carburação.
CABEÇOTE Se uma cabeça de pistão ou seu cabeçote apre-
sentam muitas marcas de golpes, isso indica que um
Comprove que a superfície do cabeçote não esteja ou mais anéis se romperam e seus pedaços foram
deformada além do límite indicado no manual. Para projetados contra os mesmos.
verificar, coloque uma régua nas posições indicadas.
Em cada posição trate de introduzir a lâmina de um
calibrador de lâminas de espessura imediatamente
maior do que a indicada. Se a lâmina penetra, a de-
formação é maior que a permitida. Para corregir isto,
coloque uma lixa d' água especificada sobre uma su-
perfície plana e nivele o cabeçote lixando-o em forma
de «oito». Meça novamente e comprove a correção.

Inspecione o pino do pistão visualmente para ver se


não está azulado (perdeu endurecimento).

INSPEÇÃO VISUAL DO CILINDRO


Verifique se o cilindro possui rachaduras, óxido, ou
outro dano nas suas paredes. Se for assim, leve-o a
retificar ou substitua-o.

MEDIÇÕES DO CILINDRO
E DO PISTÃO
Primeiro o cilindro deve ser medido, pois se está fora
das especificações, o pistão, por melhor que esteja,
deverá ser substituído por um de tamanho superior .
PISTÃO E CILINDRO As medidas que devem ser tomadas do cilindro são
as seguintes: o diâmetro externo máximo, a conicida-
de e a ovalização.
INSPEÇÃO VISUAL DO PISTÃO
Inspecione a parede do pistão. Verifique se ela tem MEDIÇÃO DO CILINDRO
encaixes, rachaduras, trincas ou rupturas.
As medidas são tomadas com um paquímetro de in-
Comprove que o alojamento do pino esteja em bom
terior, em três níveis do cilindro: acima, no meio e
estado. Inspecione a cabeça. Veja se existem marcas
abaixo. Em cada nível se mede duas vezes em forma
de golpes ou rupturas. Caso encontre qualquer um
de cruz.
destes problemas, você deverá substituir o pistão.
O diâmetro maior de todos os seis medidos é o que
- O deslocamento do material na parede do pistão,
deve ser considerado.
visto como marcas de excessivo desgaste, é causado
A conicidade se obtém assim: subtraia da medida
por uma mistura pobre ou deficiente lubrificação. Ge-
maior das duas tomadas acima (a1 ou a2), a medida
ralmente isso obriga a fazer a troca do pistão e uma
menor das duas tomadas abaixo (c1 ou c2). Como
retificação e limpeza do cilindro.
você pode ver, a conicidade é a diferença entre o diâ-
metro superior maior e o diâmetro inferior menor.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 8


INSPEÇÃO DO MOTOR

Existem outros trabalhos que, geralmente, se deixam


a cargo do retificador, como retificado e reparação do
virabrequim, desarmado e armado do jogo de bielas e
virabrequim, retificado da tampa de cilindro (escovar),
retificação da sede da válvula, etc.
Alguns mecânicos inclusive, deixam a tarefa da me-
dição dos componentes a cargo do retificador, seja
por não ter os instrumentos de medição ou por não
saber operá-los. Recomenda-se que as medições
sejam feitas por você, pois dessa maneira saberá exa-
tamente que trabalhos terá que realizar.
Limpeza após a retificado ou brunidura.
Depois desta operação,ficarão restos de material
sobre a superfície do cilindro. Lave o cilindro com água
sob pressão. Depois disso, limpe o cilindro com ar com-
primido. Os solventes não são bons para esta limpe-
za. Lembre-se que uma limpeza deficiente pode dani-
ficar o motor. Passe óleo de motor sobre as partes
brilhantes, evitando assim sua oxidação.

MEDIÇÃO DO PISTÃO
Mede-se também o diâmetro da saia do pistão com
um micrômetro. Esta medição é feita a uma altura da
saia determinada pelo manual. Se estiver fora do limi-
A ovalização é a diferença de medida entre o maior te, o pistão deverá ser substituído. Alguns fabricantes
diâmetro 1 tomado em cada nível e o menor diâmetro não indicam a medida limite do diâmetro do pistão,
2 tomado em cada nível, ou seja, o maior de a1, b1 ou mas sim, o limite da folga entre o pistão e o cilindro.
c1 menos o menor de a2, b2 ou c2. Para obter esta medida, é necessário subtrair o diâ-
Se qualquer uma destas medidas superar os limites metro externo do pistão do diâmetro maior do cilindro
permitidos, o cilindro deverá ser retificado e o pistão obtido previamente. Essa medida resultante é a fol-
substituído. ga. Se ela for excessiva, se deverá retificar o cilindro e
trocar o pistão.
Retificação.
A retificação do cilindro deve ser feita quando este te-
nha ultrapassado o limite de desgaste.
A brunidura deve ser realizada cada vez que se substi-
tuam os anéis.
O retificado e inclusive a brunidura do cilindro são tare-
fas que requerem equipamento caro de retificação e bas-
tante destreza para executá-lo.
Se for necessário retificar e brunir um cilindro, se reco-
menda enviá-lo a um retificador profissional. Se você tra-
tasse de fazer o trabalho, poderia danificar o cilindro.
Existem algumas oficinas mecânicas que pelo volu-
me e pelo tipo de trabalho que realizam, possuem o
dinheiro e o espaço suficientes para adquirirem e tra-
balharem com máquinas retificadoras.
Mesmo assim, não é necessário que você as adqui-
ra. Enviando o trabalho a um retificador profissional
obterá excelentes resultados.

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INSPEÇÃO DO MOTOR

MEDIÇÃO DO PINO DO PISTÃO


Você também deverá medir o diâmetro do pino do
pistão, nos extremos e no meio, com um micrômetro.
Se a medida ultrapassa os limites de desgaste, subs-
titua o pino.

Você também deverá verificar o estado do rolamen-


to do pino do pistão. Verifique que não tenha fendas,
que não apresente dano e que não esteja colorido, o
que indicaria aquecimento.
Se estiver bem, coloque o rolamento dentro do pé
da biela.
Se o pino puder ser utilizado, coloque-o por dentro
do rolamento.
Verifique que o pino gire livremente, mas que não
possua folga. Se houver folga, substitua o rolamento.
O problema também pode estar num excessivo des-
gaste do pé da biela, onde vai alojado o pino. Para
verificar isto, e se o manual indica as medidas limite,
meça o pé da biela com um paquímetro.

Outra prova é a de introduzir o pino dentro do orifício


do pistão e verificar se há folgas. Se houver folga sen-
sível se deverá substituir o pino ou o pistão.

MEDIÇÃO DA FOLGA ENTRE


AS EXTREMIDADES DO ANEL
Se o pistão está em bom estado e não for necessá-
rio substitui-lo, você pode começar a inspecionar os
anéis.
Verifique que as extremidades dos anéis não este-
jam rotas.
Retire os anéis com cuidado para não quebrá-los.
Coloque o aro no ponto mais baixo do cilindro, ou
seja, no P.M.I. Introduza-o com a mão e acomode-o
empurrando-o com a cabeça do pistão.
Meça a folga entre as extremidades com um calibra-
dor de lâmina.
Se estiver fora do limite, substitua todo o conjunto
de anéis conforme indica o manual.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 10


INSPEÇÃO DO MOTOR

MEDIÇÃO DA FOLGA ENTRE


O ANEL E A CANALETA
Meça a folga com um calibrador de lâmina. Substi-
tua o anel se a folga ultrapassar o limite. Geralmente,
é colocado um suplemento para eliminar essa folga.

VÁLVULA DE PALHETAS
O serviço que se realiza na válvula de palhetas, ou
flappers, consta de controlar se as lâminas estão ro-
tas ou empenadas. Verifique o assento da lâmina.
Controle a altura dos batentes com um paquímetro.
Prove a vedação das lâminas colocando um pouco
de combustível e observando que não goteie.

BIELA
Se a biela estiver torta, dobrada ou com dano visí-
vel, deve ser substituída.
As medições que podem ser feitas a uma biela que
aparenta estar em bom estado são:
Deflexão, folga radial e folga lateral. Para estas me-
dições, os metais e o virabrequim devem estar sem
óleo.
Todas estas medições devem ser realizadas com a
biela instalada no virabrequim. Pode esta, ou não, den-
tro do motor.
Para medir a deflexão coloque um relógio compara-
dor com a ponta tocando o extremo da biela.
Mova o extremo da biela até seu tope e faça a leitu-
ra.

Para medir a folga radial coloque o relógio compa-


rador com a ponta tocando a ponta da biela.
Mova a biela para cima e faça a leitura.
Em alguns manuais se indica que o simples fato de
«sentir» a folga radial obriga a substituir a biela.

Para medir a folga lateral primeiro certifique-se de


que as arruelas do mancal da biela não estejam dani-
ficadas ou desgastadas.
Introduza uma lâmina de um calibrador de lâmina
com a espessura especificada para medir a folga. Se
ela estiver fora do limite, o virabrequim deve ser desar-
mado e os rolamentos ou metais devem ser sustituí-
dos.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 11


INSPEÇÃO DO MOTOR

VIRABREQUIM
ROLAMENTOS
Os rolamentos devem ser inspecionados.
Retire os rolamentos como indica o manual.
Lave-os com solvente e seque-os. Não os faça rolar
com ar comprimido pois isso poderia danificá-los, rom-
pê-los em pedaços, os quais voariam perigosamente
podendo causar sérios danos.
Verifique se possuem folga lateral ou radial.
Se estiverem dentro dos limites, inspecione visual-
mente para ver se não apresentam sinais de sobrea-
quecimento e dano.
Substiua os rolamentos caso evidencie qualquer um
destes problemas.

DESVIO DO VIRABREQUIM
Deve-se verificar o desvio existente em ambos extre-
mos do virabrequim, ou seja, em cada eixo.
Pode-se verificar com o virabrequim, dentro do motor
ou fora deste, se possui blocos em «v».
Coloque o relógio comparador com a ponta tocando
o eixo. Meça a excentricidade.
Faça o mesmo no outro extremo.
Se as leituras estiverem fora do limite, será neces-
sário recondicionar ou substituir o virabrequim.

REPARAÇÃO DO VIRABREQUIM
A reparação deste tipo de virabrequim (monocilíndri-
co de dois tempos), inclui sua desmontagem, a insta-
lação de uma nova biela, arruelas de encosto, rola-
mentos, pino do virabrequim e sua montagem.
Para esta tarefa é necessário ter uma prensa hidráu-
lica bastante poderosa, planchas de separação do
virabrequim, pinos de pressão, bancada de alinhamen-
to e um martelo de bronze.
Geralmente, este trabalho se deixa a cargo do retifi-
cador, o qual possui todo este equipamento e tem a
destreza para executá-lo.

MONTAGEM
A montagem do motor não é simplesmente colocar
as peças do mesmo modo e na seqüência oposta à
desmontagem. Existem várias coisas que se deve le-
var em conta:
A instalação dos retentores de óleo do cárter deve
estar bem feita pois senão, o óleo, a pressão e o vá-
cuo do cárter escaparão.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 12


INSPEÇÃO DO MOTOR

As juntas devem ser instaladas corretamente. Exis- - Instale a vareta de empuxo.


tem motores que utilizam seladores em vez de juntas. - Se o motor tiver válvula rotativa em vez de palhetas,
As peças devem ser apertadas ao torque indicado e coloque a válvula alinhando as marcas desta com a
na seqüência descrita no manual. existente no cárter do motor, no virabrequim, etc.
As peças devem ser lubrificadas à medida que vão - Instale a tampa do cárter, aperte-a ao torque indi-
sendo instaladas, conforme indica o manual. cado.
Siga sempre as instruções do manual. Cada moto - Coloque óleo de motor no cárter.
tem sua seqüência e método de montagem específi-
cos. PISTÃO
A seguir, se descreve um exemplo de seqüência de - Coloque óleo de motor no pino do pistão, no seu
montagem. rolamento, nas suas canaletas e na sua saia.
- Instale o rolamento.
VIRABREQUIM - Cubra o motor com um pano limpo para evitar que
os anéis, anéis travas, etc. caiam dentro do cárter.
Instale o virabrequim no cárter e, se for necessário, - Coloque o pistão. A flecha deverá apontar para onde
com a ferramenta especial indicada. o fabricante indica.
- Coloque o pino e os anéis trava. Utilize anéis trava
TRANSMISSÃO E EMBREAGEM novos.
- Coloque os anéis com a marca «T» (TOP) para cima
Sempre se deve aproveitar a desmontagem do mo- e da maneira indicada no manual.
tor para também realizar a manutenção da transmis-
são e da embreagem. Na unidade de manutenção da
transmissão e da embreagem deste programa se rea-
lizam esses procedimentos. A seguir, é dada somente
uma breve descrição de sua montagem.

- Instale o conjunto da transmissão, o trambulador,


os garfos de câmbio, as barras guias e os eixos.
- Coloque o selador indicado (junta) nas superfícies
coincidentes das duas metades do cárter.
- Encaixe as duas faces do cárter.
- Assegure-se de que a transmissão gira adequada-
mente.
- Instale e aperte os parafusos do cárter com o tor-
que e seqüência apropriados.
- Coloque a placa de encosto do rolamento e o re-
tentor de óleo.
- Coloque o mecanismo de mudanças.
- Coloque o conjunto da engrenagem de partida.
- Coloque a engrenagem primária.
- Instale a campana da embreagem. VÁLVULA DE PALHETAS E DE
- Instale o cubo, a arruela trava e a porca, utilizando
uma ferramenta fixadora da embreagem, para apertar CONTROLE DE ESCAPE
a porca sem que se mova o conjunto. Dobre a arruela
trava. - Instale o conjunto de válvula de palhetas no cilin-
- Instale os discos da embreagem na posição e se- dro. Aperte os parafusos ao torque e na seqüência
qüência idênticas a como estavam instalados. indicados.
- Instale a placa de pressão. Coloque as molas e os - Se o motor tiver conjunto de válvula de controle de
parafusos. Aperte-os na seqüência e no torque indi- escape, instale-o.
cados.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 13


INSPEÇÃO DO MOTOR

CILINDRO
- Instale uma junta nova no cilindro.
- Coloque abundante óleo de motor nos anéis.
- Instale o cilindro. Comprima os anéis com uma mão
e introduza o cilindro por cima do pistão com a outra.
Não gire nem force o cilindro ao instalá-lo. Alinhe per-
feitamente o pistão e o cilindro antes de começar a
instalação.

- Abaixe o cilindro e assegure-se de que esteja ade-


quadamente posicionado.
- Gire o virabrequim para observar se o pistão está
com movimento livre.
- Retire o excesso de óleo da parte superior do cilin-
dro.
- Coloque a nova junta do cabeçote.
- Instale o cabeçote. Aperte os parafusos na seqüên-
cia e torque indicados no manual.

VOLANTE
- Instale o conjunto do estator.
- Instale o volante e sua porca. Ao instalá-lo, certifi-
que-se de que a chaveta está posicionada correta-
mente sobre o virabrequim. Aplique uma fina camada
de graxa a base de sabão de lítio na ponta cônica do
virabrequim.
- Aperte a porca do volante. Utilize a ferramenta de
fixação do rotor para travá-lo e assim poder apertar a
porca.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 14


INSPEÇÃO DO MOTOR

REINSTALAÇÃO DO MOTOR INSPEÇÃO E MONTAGEM


- Instale o motor no quadro. Aperte os parafusos ao DO MOTOR DE QUATRO
torque indicado.
- Instale o conjunto do pedal de freio.
TEMPOS
- Coloque o pinhão e a corrente de transmissão e a Nesta seção podem ser vistos a inspeção, o diag-
tampa. nóstico, o recondicionamento e a montagem das se-
- Ajuste a tensão da corrente (este procedimento guintes peças:
pode ser visto detalhadamente na unidade de manu- - Cabeçote e pistão do motor monocilíndrico.
tenção da transmissão e da embreagem deste progra- - Bielas e virabrequim do motor de quatro cilindros.
ma) Estes métodos podem variar de acordo com o mo-
- Instale as juntas e as tampas do motor. delo da motocicleta.
- Instale o pedal de câmbio. Lembre-se sempre de seguir as instruções do fabri-
- Instale a vela de ignição. cante.
- Instale as mangueiras do sistema de arrefecimen-
to. REMOÇÃO DOS DEPÓSITOS
- Instale o carburador. Aproveite essa ocasião para
limpá-lo, inspecioná-lo e também fazer-lhe um ajuste DE CARVÃO
inicial. Verifique também o filtro de ar. Os motores de quatro tempos também podem ter res-
- Instale o tanque de combustível e conecte a linha tos de carvão. Remova o carvão da mesma maneira
de alimentação ao carburador. Verifique a torneira de que você fez no motor de dois tempos.
combustível.
- Instale o cabo do acelerador ao pistão do carbura- CABEÇOTE
dor e ajuste-o.
- Instale o comando da válvula de controle de esca- ÁRVORE DE COMANDO DE VÁLVULAS
pe.
- Instale o cabo da embreagem e ajuste-o. Meça o diâmetro da árvore de comando de válvulas
- Instale o tubo de injeção de óleo e o cabo. com um micrômetro em forma de cruz. Compare as
- Ajuste-o. Faça a sangria no sistema se o mesmo leituras e verifique se existe ovalização.
tiver ar.
- Instale a tampa da bomba de óleo.
- Instale o cano de escape.
- Instale a bateria, caso ela exista.
- Coloque o óleo de transmissão e o líquido de arre-
fecimento que o fabricante indique na quantidade es-
pecificada.
- Verifique se existem vazamentos de óleo e/ou lí-
quido de arrefecimento.
- Dê partida ao motor
- Verifique o funcionamento da bomba de óleo.
- Verifique o ponto da ignição com uma lâmpada es- Meça a altura de cada ressalto com um micrômetro.
troboscópica.
- Verifique se existem vazamentos, ruídos estranhos
ou aquecimento.
- Ajuste o ar, ou a mistura, e a marcha lenta do mo-
tor.
- Faça um teste de rodagem.
- Cada vez que o motor é recondicionado, é neces-
sário um período de amaciamento. Durante esse pe-
ríodo (geralmente 300 km.), evite sobreaquecer e exi-
gir muito do motor e conduzir em altas r.p.m.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 15


INSPEÇÃO DO MOTOR

Inspecione a árvore de comando de válvulas visual-


mente. Certifique-se de que não exista desgaste, per-
da de material por atrito e manchas por aquecimento.
Nos motores maiores se pode colocar a árvore de
comando de válvulas sobre dois blocos em "V" e me-
dir a excentricidade com um relógio comparador.

Se todas essas medidas estiverem fora do limite,


você deverá substituir a árvore de comando de válvu-
las.
Meça o diâmetro interno dos rolamentos da árvore
de comando de válvulas. Subtraia do mesmo o diâme-
tro da árvore. Se esta diferença (folga) está fora do
limite, você deverá substituir os metais.
Inspecione os balancins para ver se não estão des-
gastados.
Inspecione os orifícios de óleo para ver se não es-
tão obstruídos.
Retire os balancins e meça seu diâmetro interno.

Meça o diâmetro do eixo dos balancins em ambos


extremos com um micrômetro.
Subtraia o diâmetro do eixo do diâmetro interno do
balancim. Se esta folga estiver fora do limite, será ne-
cessário seu recondicionamento e, em último caso,
sua substituição.

VÁLVULAS
Com um compressor de molas de válvulas, compri-
ma a mola, retire as travas e solte a mola.
- Retire o plato e as molas.
- Faça o mesmo com a/s outra/s válvula/s.
- Retire as arruelas localizadas debaixo das molas.
- Retire as válvulas.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 16


INSPEÇÃO DO MOTOR

INSPEÇÃO DA SUPERFÍCIE
DO CABEÇOTE
Com uma régua reta especial e um calibrador de lâ-
minas do tamanho especificado verificamos se o ca-
beçote se encontra plano. A lâmina não deve poder
penetrar em nenhuma posição da régua ao longo da
mesma. Se a lâmina entra, significa que o cabeçote
está deformado. No manual se indica de que maneira
se deve colocar a régua. Siga as instruções do ma-
nual para saber o que fazer caso o cabeçote esteja
deformado.

Devemos fazer um controle para ver se não existem


trincas, fendas ou rupturas na superfície do cabeçote
e na câmara de combustão. A zona entre o orifício da
vela de ignição e os orifícios das válvulas é a mais
importante. Se existirem rupturas, o cabeçote deve ser
substituído.

Meça o comprimento das molas com um paquímetro


comparando com os dados do manual.
Com um esquadro sobre uma bancada plana verfi-
camos se as molas não estão tortas.

Verifique as válvulas visualmente. Assegure-se de


que não estejam danificadas. Observe bem a face da
válvula que está em contato com o seu assento (sede).
É neste lugar onde se produz maior desgaste.
Meça o diâmetro do vástago da válvula com um mi-
crômetro no meio e no extremo. Compare as medidas
com as do manual.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 17


INSPEÇÃO DO MOTOR

Meça o interior das guias de válvulas com um cali-


brador para orifícios pequenos e um micrômetro.
Se as válvulas estão bem e se o desgaste das guias
e das válvulas está dentro dos limites normais, as vál-
vulas não devem ser substituídas.
Se as válvulas ou hastes estão desgastadas, tro-
que as válvulas.
Se as válvulas estão em bom estado e as guias em
mau, troque as guias.
A troca da guia é feita, geralmente, pelo retificador.
Mesmo assim, a seguir é feita uma descrição do pro-
cedimento.

Para instalar uma nova guia:


- Aqueça o cabeçote num forno na temperatura e no
tempo especificados no manual.
O calor uniforme do forno dilata o cabeçote.
- Retire o cabeçote do forno. Retire as guias com um
extrator de guia de válvulas. A dilatação do cabeçote
facilita a extração da guia.

- Depois que o cabeçote se esfriou, retire as limal-


has de metal e o carvão dos orifícios das guias.
- Esfrie as guias num freezer ou congelador. Estas
se contrairão.
- Aqueça outra vez o cabeçote no forno para dilatá-
lo novamente.
- Instale as guias geladas utilizando um martelo e
um instalador. Estas entrarão com facilidade pois es-
tão contraídas e o orifício está dilatado.
- Corte as guias à medida depois que o cabeçote se
esfriou.

ASSENTAMENTO DE VÁLVULAS
- Coloque uma capa fina de Azul de Prússia na face
de cada válvula. Instale a válvula na sua guia. Gire a
válvula contra a sua sede. O Azul de Prússia desapa-
rece na área de contato. Deste modo, se comprova a
área de contato válvula-sede.
- Para corregir o assento, coloque um pouco de car-
borundum na face de cada válvula.
- Coloque cada válvula na sua respectiva guia (não
misture).
- Coloque uma ferramenta sugadora (chupão) em
cada válvula e faça-a girar sobre seu assento várias
vezes movendo alternativamente a haste da ferramen-
ta.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 18


INSPEÇÃO DO MOTOR

- Retire a válvula e limpe os restos do carborundum


da válvula e do assento desta.
- Inspecione o desenho feito na face da válvula, se
este apresenta sinais de contato irregular, a válvula
deve ser trocada.

VERIFICAÇÃO DA SEDE
Com um paquímetro meça a largura da marca feita
durante o assentamento. A medida é a largura da face
da sede.
Se está dentro dos limites especificados, a sede está
em bom estado.
Se não está, você deverá retificar (cortar) o assento.
Se o desenho da sede mostrar evidência de conta-
to desigual, você deverá retificar a sede.
O corte do assento é uma tarefa que geralmente é
realizada pelo retificador. Mesmo assim, a seguir é fei-
ta uma descrição desse procedimento.

RETIFICAÇÃO DA SEDE
DA VÁLVULA
A sede da válvula deve ser cortada ou trabalhada
para poder acomodar a válvula nova ou recondiciona-
da. Deve ter a largura correta e estar concêntrica com
a guia da válvula. As mossas, amassamentos, trinca-
duras e limalhas de metal devem ser eliminadas.

A largura da sede pode variar ligeiramente entre os


fabricantes. Uma sede muito estreita não poderá dis-
sipar o calor da face da válvula enquanto que uma
sede muito larga poderá criar o acúmulo de carvão.
Selecione um esmerilador ou pedra do ângulo e diâ-
metro corretos para o assento. Se as pedras estão
usadas, devem ser cortadas antes de serem usadas.
Selecione o tamanho correto de guia de centrado
(ou de alinhamento) ou selecione uma guia de centra-
do expansível. Instale a guia de centrado na guia de
válvula e fixe-a.
Instale a pedra ou o esmeril na guia de centrado e
elimine uma quantidade pequena de material do as-
sento. Examine o assento e repita o procedimento até
que o assento da válvula esteja limpo e livre de arra-
nhões, mossas e trincas.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 19


INSPEÇÃO DO MOTOR

- Retire o esmeril e a guia de centrado.


- Elimine os desperdiços da sede da válvula.
- Coloque uma pequena quantidade de Azul de Prús-
sia na face da válvula e introduza-a na guia até que a
face faça contato com o assento.
- Gire a válvula a 90 graus no sentido das agulhas do
relógio e depois em sentido contrário.
- Retire a válvula e verifique a posição da sede. Esta-
rá indicada pela linha do Azul de Prússia na face da
válvula.
O assento deve fazer contato com a face da válvula
bem em cima da linha do centro da válvula.
1) Se o contato do assento está muito embaixo
da face da válvula (muito perto da haste da válvula)
instale novamente a guia de centrado e elimine mais
material do assento usando um esmeril com o ângulo
de base.
2) Se o contato do assento está demasiado alto
na cara da válvula (demasiado perto da cara da válvu- A- ACOPLE DA PEDRA F- EIXO PILOTO
la) instale novamente a guia de centrado e elimine B- PEDRA G- PEDRA MUITO LARGA
mais material do assento usando um esmeril ou pe- C- FOLGA H- PEDRA MUITO CURTA
dra que seja de um ângulo de 15 graus menor do que D- PONTO DE ATRITO
o ângulo de base do esmeril. Por exemplo, para um E- PEDRA ENCAIXA BEM
assento de 45 graus use um esmeril de 30 graus para
baixar o ponto de contato.
Depois que esteja corregida a posição do assento,
revise sua largura. Deve ser de aproximadamente 1,68
mm.
1) Se está muito estreito, corte-o mais com o
esmeril de ângulo de base.
2) Se o assento está muito largo, você deverá
deixá-lo mais estreito utilizando para isso um esmeril
ou pedra que seja de um ângulo de 15 graus maior do
que o ângulo do esmeril de base. Por exemplo, para
um assento de 45 graus, use um esmeril de 60 graus
para deixá-lo mais estreito.

A- O ASSENTO DEVE D- MUITO CURTO


COINCIDIR COM O E- MUITO LARGO
CENTRO DA FACE F- MUITO BAIXO
B- ANGULO CERTO G- MUITO ALTO
C- LARGO CORRETO

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 20


INSPEÇÃO DO MOTOR

- Bata suavemente com um martelo de plástico so-


bre as molas para que se assentem.

INSTALAÇÃO DO CABEÇOTE
- Coloque o cabeçote sobre o cilindro.
- Aperte os parafusos ao torque especificado.

SINCRONIZAÇÃO DO
ACIONAMENTO DAS VÁLVULAS
Coloque a corrente e a árvore de comando na posição
e da maneira que indica o fabricante. Geralmente, uma
marca no virabrequim deve coincidir com uma marca no
cárter a qual indica P.M.S.
Depois disso, uma marca na árvore de comando de
válvulas deve ser alinhada com uma marca no cabeço-
te.

AJUSTE DA FOLGA DAS VÁLVULAS


CABEÇOTE E SISTEMA DE - Retire a tampa de válvulas.
- Gire o virabrequim manualmente com uma chave
COMANDO DE VÁLVULAS até que o balancim feche a válvula de admissãoe a
de escape.
- Instale a corrente de distribuição e seu esticador. - Certifique-se de que as marcas de P.M.S. (T) do
- Instale uma junta nova ou selador e seus anéis «O» virabrequim se alinham com a do cárter.
se for necessário. Isso indica que o pistão está em P.M.S. do tempo
- Instale o eixo de balancins. de compressão.
- Também pode colocar a ponta de um relógio com-
INSTALAÇÃO DAS VÁLVULAS parador dentro do orifício da vela de ignição. Quando
- Coloque as válvulas no lugar. o pistão chega ao seu tope, o relógio comparador não
- Coloque as arruelas que vão debaixo das molas. se moverá mais. O pistão está no seu P.M.S.
- Coloque selos novos.
- Coloque as molas com os elos mais próximos junto
ao cabeçote.
- Coloque o prato das molas.
- Comprima cada mola com um compressor de mo-
las de válvula.
- Grude as travas numa chave de fenda imantada ou
engraxada e instale-as no seu lugar, na haste da vál-
vula.
- Descomprima as molas e deixe que elas se posi-
cionem.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 21


INSPEÇÃO DO MOTOR

- Verifique no manual a medida das folgas de válvu- REINSTALAÇÃO DO MOTOR


las indicadas.
- Selecione a lâmina do tamanho indicado no cali- - Instale o motor no quadro. Aperte os parafusos ao
brador de lâminas. torque indicado.
- Introduza a lâmina entre o balancim e o extremo da - Assegure-se de que não exista nenhum fio que in-
válvula. terfira com a instalação.
- A lâmina deverá passar ajustada, com um pouco - Instale o conjunto de pedal de freio.
de dificuldade. - Coloque o pinhão, a corrente de transmissão e sua
- Se a lâmina não passar ou passar sem dificuldade, tampa.
a folga deve ser ajustada. - Ajuste a tensão da corrente (este procedimento
pode ser visto detalhadamente na unidade de manu-
tenção da transmissão e da embreagem neste progra-
ma).
- Instale a junta e a tampa esquerda ou direita do
motor.
- Instale o pedal de câmbio (pedal de mudanças).
- Instale o carburador. Aproveite essa ocasião para
limpá-lo e inspecioná-lo e também fazer um ajuste ini-
cial no mesmo. Verifique também o filtro de ar.
- Instale o tanque de combustível e conecte a linha
de alimentação ao carburador. Verifique a torneira de
combustível.
- Instale o cabo do acelerador ao pistão do carbura-
dor.
- Instale o cabo da embreagem e ajuste-o.
- Instale o cano de escape.
- Afrouxe a porca e gire o parafuso de ajuste para - Coloque o óleo de motor especificado. Assegure-
um lado ou outro dependendo se o que se quer é se de que o bujão do óleo esteja apertado.
aumentar ou diminuir a folga. - Instale a vela de ignição.
- Introduza a lâmina novamente para comprovar se a - Reconecte o negativo da bateria.
folga é a adequada. Faça o ajuste até que a consiga. - Dê partida ao motor
- Aperte a porca. - Verifique o tempo de sincronização da ignição
- Repita a mesma operação com todas as válvulas. A com uma lâmpada estroboscópica.
sequência de ajuste é dada pelo manual.O procedimen- - Verifique se existem vazamentos, ruídos estra-
to será feito com o motor em frio ou em quente confor- nhos ou aquecimento.
me indique o fabricante. - Ajuste o ar, ou a mistura e a marcha lenta do
- Reinstale a tampa do cabeçote e aperte os parafu- carburador.
sos. - Faça um teste de rodagem.
- Cada vez que o motor se recondiciona, se ne-
VOLANTE cessita um período de amaciamento. Durante esse
período (geralmente 300 km.), evite sobreaquecer e
- Instale o estator. sobrecarregar o motor e conduzir a altas R.P.M.
- Instale o volante e sua porca. Ao instalá-lo assegure-
se de que a chaveta está corretamente colocada sobre
o virabrequim. Coloque graxa a base de sabão de lítio
na ponta cônica do virabrequim.
- Aperte a porca do volante. Utilize a ferramenta de
fixação do rotor para travar o volante e assim poder aper-
tar a porca.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 22


INSPEÇÃO DO MOTOR

SISTEMA ao fluxo. Os aditivos garantem que o óleo mantenha a


viscosidade apropiada.
DE LUBRIFICAÇÃO Garantem a firmeza da película de óleo para preve-
nir o contato entre as peças.
Resistem à formação de espuma. Ao passar por par-
FUNÇÃO tes de rápido movimento do motor e misturar-se com o
ar do cárter, o óleo pode formar espuma. Esta con-
O sistema de lubrificação e seu agente lubrificante, dição diminui a capacidade lubrificante e refrigerante
o óleo, estão desenhados para: do óleo e predispõe à oxidação.
1) reduzir a fricção entre partes em movimento, atuan- Resistem à oxidação produzida pela combinação do
do como uma fina película protetora, óleo e do oxigênio e pela contaminação do óleo devi-
2) limpar as partículas contaminadoras produzidas do ao óxido, água, ácidos ou carvão.
pelo desgaste do metal e pelos depósitos de carvão, Melhoram a capacidade de manter as partículas con-
retendo-as no filtro de óleo. taminantes em suspensão. Para isso contém deter-
3) ajudar na dissipação do calor produzido pela com- gentes que mantêm os subprodutos da combustão e
bustão, absorvendo-o e dissipando-o através das ale- os restos de metal em estado de suspensão.
tas ou de um radiador. Nos motores de dois tempos, onde o óleo se quei-
4) prevenir os vazamentos de compressão. ma junto com a mistura, os aditivos garantem uma com-
O óleo tem que ter também propriedades detergen- bustão limpa e uma boa lubrificação.
tes, ou seja, deve neutralizar os ácidos e dissolver os
compostos orgânicos formados durante a combustão.
Existe óleo para motor de quatro tempos e óleo para Classificação do óleo
motor de dois tempos, ambos feitos a base de petró-
leo. Também existem óleos sintéticos, não feitos a O óleo se classifica de acordo com a sua utilização.
base de petróleo. Os óleos utilizados em motocicletas são os SF (me-
Existem óleos para caixa de câmbio, para motores lhor qualidade) e os SE. Esta classificação é feita pelo
de carreira, para garfo telescópico, etc. American Petroleoum Institute.
A viscosidade se identifica por números dados pela
Society of Automotive Engineers (SAE). Por exemplo,
CARACTERÍSTICAS os números 10, 20, 30 e 40. Destes quatro óleos, o
40 é o mais viscoso, ou seja, que é o de fluxo mais
DOS ÓLEOS lento.

O óleo se engrossará num clima muito frio. Isto torna


COMPONENTES E QUALIDADES difícil o arranque do motor.
Mas depois de haver arrancado e elevar-se a tempe-
ratura do motor, o óleo se afina, perdendo firmeza.
Aditivos Para evitar esta condição, foi desenvolvido o óleo
multigrado. Este óleo se comporta como um SAE 10
Os aditivos melhoram a capacidade de lubrificação ou 20 ao arrancar em clima frio, porém se a tempera-
do óleo. tura ambiente aumenta, se «transforma» em um SAE
Controlam a viscosidade a diferentes temperaturas. 30 ou 40 para garantir uma película firme e de boa
Maior viscosidade significa maior dureza e espessura espessura.
da película. A temperatura modifica a viscosidade do Sempre coloque o óleo indicado pelo fabricante. Os
óleo. Com uma temperatura maior do motor, o óleo se manuais indicam que índice de viscosidade é aplicável,
afina e flui com maior velocidade. Em climas frios, o de acordo com a temperatura ambiente da zona geo-
óleo fica mais viscoso e oferece uma resistência maior gráfica onde se dirige a motocicleta.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 23


INSPEÇÃO DO MOTOR

LUBRIFICAÇÃO LUBRIFICAÇÃO POR


DO MOTOR DE DOIS TEMPOS INJEÇÃO DE ÓLEO
PRÉ-MISTURA Este sistema utiliza uma pequena bomba para su-
gar o óleo do depósito externo e injetá-lo no carbura-
Existem motos que utilizam o sistema de pré-mistu- dor.
ra, no qual o óleo e a gasolina se misturam no tanque O óleo e a mistura se unem antes de chegar ao cár-
de combustível numa determinada proporção. ter. Este sistema não necessita a pré-mistura do óleo
A proporção se forma por partes de gasolina por cada com a gasolina. A proporção de óleo-gasolina conse-
parte de óleo. Por exemplo, 50 partes de combustível guida com a bomba, chamada geralmente "Autolube",
por parte de óleo, ou seja, 2 %. é muito mais eficiente que no sistema de pré-mistura
e se acomoda às diferentes necessidades do motor,
de acordo com a sua velocidade.
Por exemplo, a bomba fornecerá mais óleo a altas
R.P.M. e apenas o necessário em marcha lenta.
A bomba "Autolube" é girada (atuada) pelo virabre-
quim e controlada (comandada) pelo acelerador.

TANQUE DE GASOLINA

CARBURADOR

LINHA DE
GASOLINA

LINEA DE ÓLEO
LINEA DE ÓLEO
BOMBA DE ÓLEO

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 24


INSPEÇÃO DO MOTOR

Além da bomba standard, existem também as bom- A marca de referência na alavanca da bomba deve
bas de alta compressão e as do tipo mic. estar alinhada com a marca do corpo da bomba.
Para alinhar estas marcas deve-se afrouxar, ou aper-
ALAVANCA DE tar, o parafuso de ajuste do cabo.
CONTROLE CABO INTERNO

Outras bombas possuem um acionamento do tipo


pistão.
O que se deve controlar nelas é o curso mínimo da
MANUTENÇÃO DA BOMBA bomba.
"AUTOLUBE" A ilustração exemplifica este caso.

Sangrado
Cada vez que o ar entra no circuito de lubrificação, o
óleo perde a capacidade de lubrificação pois as bo-
lhas de ar são facilmente comprimidas fazendo que
não se transmita a força inicial de bombeamento.
As bombas têm um parafuso de sangria, que ao ser
afrouxado faz com que o ar flua para fora.
Deve-se sangrar até que o óleo não apresente bo-
lhas.

LUBRIFICAÇÃO DA ENGRENAGEM
PRIMÁRIA E DA CAIXA DE CÂMBIO
ERRA- CERTO
DO Geralmente, se utiliza um banho de óleo para lubrifi-
car a caixa de câmbio nos motores de dois tempos.
Deve-se utilizar um óleo especial na quantidade indi-
BOLHAS DE AR
cada pelo fabricante e se deve trocar de acordo com
as instruções do manual.
Ajuste da bomba
O cabo que provém do acelerador e controla a bom-
ba deve estar ajustado corretamente.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 25


INSPEÇÃO DO MOTOR

LUBRIFICAÇÃO DO MOTOR
DE QUATRO TEMPOS
O motor de quatro tempos não queima o óleo no
motor.
O óleo é reutilizado.
A bomba de óleo faz circular permanentemente o
óleo pelas peças do motor.

LUBRIFICAÇÃO
COM CÁRTER SECO
Neste sistema, o óleo é bombeado desde um reser-
vatório externo até as passagens de óleo no motor
para lubrificar as partes em movimento.
O óleo expulsado pelas partes em movimento lubrifi-
ca outras peças através de salpicamento ou vapori-
zação. RESERVATÓRIO
DE ÓLEO LINHA
A sobra do óleo retorna até o tanque de óleo atra-
DE ALIMENTAÇÃO
vés de outra bomba.

LUBRIFICAÇÃO
COM CÁRTER ÚMIDO
Neste sistema, o óleo é armazenado no cárter. A
bomba extrai o óleo do cárter e o envia a pressão até
as partes que estão em atrito.
O excesso de óleo é drenado para o cárter.
De aí, a bomba faz ele recircular novamente pelo
motor.
Geralmente, este sistema lubrifica também a caixa
de câmbio e a engranagem primária.

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 26


INSPEÇÃO DO MOTOR

BOMBA DE ÓLEO
Tipo rotor
Este tipo de bomba é o mais utilizado.
Possui um eixo acoplado a um rotor interno que gira
dentro de uma cavidade. O eixo e o rotor interno estão
descentrados (fora do centro) dentro da cavidade.
À medida que a bomba gira, as pás ou extremida-
des do rotor interno impulsionam o óleo.
O óleo é retirado constantemente da entrada da bom-
ba e é escorrido entre as pás do rotor interno. Assim,
o óleo é enviado a pressão até a saída da bomba.
Este tipo de bomba pode produzir grande volume de
fluxo e alta pressão.

PARA OS LABIRINTOS DE LUBRIFICAÇÃO


De engrenagens
PINHÃO LIVRE
Esta bomba tem uma cavidade, uma engrenagem
condutora e uma engrenagem conduzida.
Os dentes das engrenagens ao rotar, capturam o
óleo de um lado da bomba e o expulsam pelo outro
lado. A pressão e o volume produzidos por estas bom-
bas é menor do que nas de rotor.

PINHÃO
MOVIDO

VÁLVULA DE ALÍVIO
LABIRINTOS DE LUBRIFICAÇÃO
A válvula de alívio é um dispositivo que controla a
pressão máxima do óleo. Se a pressão é muito alta, a
válvula de alívio se abre. O excesso de óleo volta ao
cárter.
Como a pressão aumenta ao serem incrementadas
as R.P.M., a válvula é necessária para manter uma
pressão constante. ENTRADA
A mola da válvula deve estar bem esticada e o pis-
tão ou esfera não deve ficar preso.

ALIVIO AO CÁRTER

EDUBRAS MECÂNICA DE MOTOS 27


INSPEÇÃO DO MOTOR

FILTROS DE ÓLEO pe-a, introduza-a de novo, sem enroscar, retire-a e ob-


serve o nível do óleo.
Os filtros de óleo retêm as partículas estranhas para Se de acordo com a leitura e o que sugere o ma-
que não sigam circulando pelo motor. nual, o nível estiver muito baixo, acrescente a quanti-
dade necessária de óleo. Utilize o mesmo tipo de óleo
Filtro centrífugo presente no motor.

Este sistema utiliza a força centrífuga ocasionada TROCA DE ÓLEO E/OU


pelo giro do filtro (movido pelo virabrequim) para arre- DE FILTRO
messar as partículas mais pesadas do que o óleo para
as paredes do filtro. As motocicletas têm diferentes procedimentos para
a troca de óleo. Sempre consulte o manual e siga os
Filtro de papel passos indicados. Faça a troca de óleo nos intervalos
indicados pelo fabricante.
É feito de papel dobrado e é muito eficiente. As par- A seguir, se descreve um procedimento generaliza-
tículas estranhas são atrapadas pelo filtro à medida do. Pode não ser totalmente aplicável a outras moto-
que o óleo circula através deste. cicletas.
Caso o filtro se entupa, uma válvula de desvio permi- - Leve o motor à temperatura de funcionamento. Isto
te o fluxo do óleo ao redor do filtro. é necessário para que o óleo capture qualquer sedi-
mento e possa ser drenado com facilidade.
- Coloque um recipiente debaixo do motor. Retire o
bujão e deixe sair todo o óleo.
- Se o filtro deve ser substituído por um novo, siga as
instruções do manual para fazer sua instalação.
- Verifique a arruela do bujão para ver se não está
danificada. Substitua-a se estiver.
- Depois de que todo o óleo foi drenado, coloque a
arruela e o bujão e aperte-o ao torque indicado.
- Encha o motor com o óleo e com a quantidade es-
pecificados.
- Verifique o nível. Para isto você deve dar partida na
moto e operar o motor em marcha lenta durante vários
minutos para encher o filtro com óleo. Logo após, você
deve parar o motor e esperar vários minutos para que
o óleo desça.

MANUTENÇÃO INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO


DO SISTEMA DA BOMBA
A seguir, se descreve um procedimento generaliza-
INSPEÇÃO DO NÍVEL DE ÓLEO do. Sempre consulte o manual da moto com a que
você está trabalhando.
O funcionamento da motocicleta com o óleo deterio- - Drene o óleo.
rado, contaminado ou em insuficiente quantidade, pro- - Retire os componentes que necessite na ordem
vocará um desgaste prematuro e dano no motor. indicada para retirar a bomba de óleo.
Se a motocicleta recém há sido usada, espere uns - Desmonte a bomba.
minutos para que o óleo desça. - Inspecione visualmente o corpo da bomba, os roto-
Coloque a motocicleta perpendicular ao solo e verifi- res interno e externo e as tampas.
que o nível do óleo: Certifique-se de que os rotores não apresentem ris-
- Em algumas motos observe o visor de nível. cos, desgaste desparelho ou outros danos. Se apre-
- Em outras, retire a vareta do nível de óleo, lim- sentarem, substitua os rotores ou o conjunto.

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INSPEÇÃO DO MOTOR

- Meça a folga entre o rotor interno e o externo e entre transfere esse calor para a atmosfera.
a cavidade e o rotor externo com um calibrador de lâmi- Este sistema proporciona uma temperatura de fun-
nas especificado, como se mostra na figura. cionamento mais uniforme e não é afetado tanto pe-
Se ultrapassar o limite, substitua os rotores ou o con- las variações de temperatura ambiente.
junto. Este sistema permite o uso de folgas menores entre
as partes em movimento, melhorando a eficiência do
motor.
A desvantagem com relação às aletas é que o siste-
ma de refrigeração líquida possui um custo maior de
fabricação e requer bastante manutenção.

O sistema ilustrado está composto pelos seguintes


elementos:
- A bomba, que impulsa o líquido através do siste-
MEDIR ma.
- As cavidades por onde circula o líquido.
- A válvula termostática, que controla o fluxo do líqui-
do para o radiador, regulando a temperatura.
MEDIR - A mangueira que vai da válvula termostática até o
radiador.
- O radiador.
- A válvula de alívio na tampa do radiador.
- O reservatório de retorno.
- A mangueira que leva o líquido esfriado do radiador
para a bomba.
A água quente sobe impulsionada pela bomba atra-
vés das cavidades do motor, passa através da válvula
SISTEMA DE termostática (se ela estiver aberta, caso o motor esti-
ver quente), chega ao tope do radiador por meio da
REFRIGERAÇÃO mangueira, desce pelo radiador, esfriando-se, e entra
na bomba através de outra mangueira.

REFRIGERADO A AR RESERVATÓRIO
Os motores refrigerados a ar dissipam o calor por DE EXPANSÃO
meio de aletas.
As aletas se encontram na parte exterior do cilindro MANGUEIRA
e do cabeçote.
As aletas devem ser mantidas limpas e não devem
estar cobertas densamente por pintura.
As aletas podem quebrar-se, portanto nunca se deve
bater nelas. VÁLVULA
A superfície das aletas dos motores de dois tempos TERMOSTÁTICA
RADIADOR
é maior do que nos de quatro tempos.
Isto acontece porque o motor de dois tempos ne- CILINDRO
cessita dissipar maior quantidade de calor.
Devemos lembrar que este tipo de motor produz uma
explosão em cada volta do virabrequim.

REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA MANGUEIRA


Neste sistema, a solução de água e líquido de arre-
fecimento absorve o calor gerado pelo motor. CÁRTER
Esta solução circula por cavidades dentro do cabeço-
te e do cilindro. BOMBA
O líquido retém o calor e se dirige ao radiador, o qual

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INSPEÇÃO DO MOTOR

Existem sistemas que possuem um ventilador, ativa- de água destilada). O líquido de arrefecimento deve ser
do eletricamente, no radiador. o recomendado, este previne a oxidação e eleva a tem-
Um interruptor térmico (thermo switch), conectado na peratura de ebulição da água.
bateria e instalado no motor, se ativa quando a tem- Instale a tampa do radiador.
peratura do motor chega a certo nível. Este interrup- Faça o motor funcionar durante alguns minutos.
tor, ao ativar-se, fecha o circuito que energiza o venti-
lador.

TERMOSWITCH

INSPEÇÃO DO NÍVEL DO LÍQUIDO


Verifique o nível do líquido no radiador.
Se estiver baixo, complete-o com mais líquido de arre-
fecimento até chegar ao tope do radiador.
Adicione líquido ao reservatório até chegar na mar-
MANUTENÇÃO ca «full» ou «cheio».
Verifique que não existam perdas em todo o circuito
Cada vez que se inspeciona o motor se deve fazer a de refrigeração. Se houverem, faça as reparações cor-
manutenção deste sistema. O fabricante indica a neces- respondentes.
sidade de inspeções periódicas que não requerem a re-
moção de todas as partes. Sempre consulte o manual.
INSPEÇÃO VISUAL
TROCA DO LÍQUIDO DE VAZAMENTOS
DE ARREFECIMENTO Toda vez que o sistema perca líquido lentamente, veri-
fique se existem vazamentos.
Não retire a tampa do radiador se o motor ou o radia- Verifique o orifício de drenagem da bomba para ver se
dor estiverem quentes. O líquido e o vapor poderiam es- não existem perdas.
capar a pressão e ocasionar queimaduras graves. Espe- Se o selo (vedação) do eixo está danificado, substitua a
re que o motor se esfrie, logo após, abra a tampa do bomba.
radiador colocando um pano grosso sobre esta. Se não existem vazamentos aparentes, faça uma pro-
Primeiro gire a tampa para à esquerda lentamente até va de pressão no sistema.
que fique frouxa. Espere que a eventual pressão esca-
pe. Logo após, comprima a tampa enquanto a gira para
a esquerda. VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO
Depois de retirar a tampa, retire os parafusos de dre- DO SISTEMA
no.
Drene o líquido completamente. Retire a tampa do radiador.
Lave o sistema com água limpa como indica o fabri- Instale o medidor de pressão do sistema de refrige-
cante. ração.
Inspecione as arruelas dos parafusos de dreno. Umedeça as superfícies de vedação da tampa com
Instale os parafusos de dreno. água para prevenir perdas de pressão.
Coloque a solução de líquido de arrefecimento e água Aplique a pressão especificada pelo fabricante duran-
na proporção e quantidade indicadas pelo fabricante (por te o tempo indicado. Verifique se a pressão não dimi-
exemplo, um litro de líquido de arrefecimento e um litro nuiu durante esse tempo.

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INSPEÇÃO DO MOTOR

Se a pressão se manteve, o sistema está bem, por-


tanto você deverá completar com líquido e tampar o
radiador.
Se a pressão cair e não se evidenciam vazamentos
externos, verifique se existem vazamentos internos
(óleo do motor esbranquiçado).
Verifique a junta da tampa do cabeçote.

PARA OS LABIRINTOS DE LUBRIFICAÇÃO

INSPEÇÃO DO RADIADOR
Retire o radiador do modo indicado pelo fabricante.
Verifique a colméia do radiador.
Se houverem obstruções, retire-as com ar comprimi-
do apontando com a pistola de ar desde a parte tra-
seira do radiador em forma perpendicular.
Se as lâminas estiverem deformadas, endireite-as
cuidadosamente com uma chave de fenda plana fina.
INSPEÇÃO Se estiverem muito amassadas, você deverá substi-
tuir o radiador.
DA BOMBA DE ÁGUA Verifique o pescoço do cano onde a tampa se as-
senta para ver se não está danificado.
Retire o líquido de arrefecimento. Para isto retire o Verifique a sede da tampa. Ela deve estar limpa e
parafuso de dreno da bomba. em bom estado.
Afrouxe e retire as mangueiras que conectam a bom- Se houverem demasiadas obstruções no radiador,
ba. substitua-o.
Retire a tampa da bomba.
Verifique que o anel «O» esteja em bom estado.
Inspecione o rotor visualmente.
Verifique que as pás não estejam danificadas e que
a superfície não esteja corroída.
Se for assim, substitua o rotor.
Retire o parafuso de montagem da bomba e retire a
unidade de seu alojamento.
Controle a folga dos rolamentos do eixo. Se a folga
for excessiva você deverá consertar ou trocar a bom-
ba.
Instale a bomba do modo indicado pelo fabricante.

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INSPEÇÃO DO MOTOR

INSPEÇÃO INSPEÇÃO DA VÁLVULA


DA TAMPA DO RADIADOR TERMOSTÁTICA
A tampa do radiador tem uma válvula com uma mola A válvula termostática é sensível à temperatura que
que permite a passagem da pressão excessiva para o controla o fluxo do líquido de arrefecimento à medida
reservatório de retorno. que a temperatura deste muda.
Verifique o estado da mola e de ambos selos. Quando o motor está frio, a válvula termostática está
Se você notar algum dano, substitua a tampa. fechada e não permite a passagem do líquido de arrefe-
Para provar a pressão da abertura da válvula, cimento para o radiador. Ao elevar-se a temperatura, a
- molhe as superfícies de vedação da tampa, válvula termostática vai se abrindo permitindo a passa-
- retire a tampa do radiador e coloque o manô- gem do líquido de arrefecimento para o radiador, man-
metro, tendo uma temperatura constante.
- aplique a pressão indicada durante o tempo A inspeção da válvula termostática consta em verificar
especificado. que comece a abrir-se na temperatura indicada pelo fa-
- Se a tampa se abre a uma pressão menor do bricante e que chegue a sua máxima abertura a certa
que a especificada, troque a tampa. temperatura.
Desta maneira nos asseguramos de que a válvula ter-
mostática está funcionando bem. Uma abertura tardia
e/ou insuficiente indicaria que a válvula termostática não
funciona adequadamente e deve ser substituída.
Retire a válvula termostática de sua sede como indica
o manual.
Inspecione a válvula termostática a temperatura am-
biente. Se a válvula está aberta, substitua-a por uma nova.
Para verificar a temperatura e a distância de abertura,
faça o seguinte:
- Coloque a válvula termostática suspensa num
recipiente com água.
- Coloque um bom termômetro na água.
- Aqueça a água lentamente.
- Observe a válvula termostática. Imediatamente
que esta começa a abrir-se, verifique a tempe-
ratura no termômetro.
Se a temperatura de abertura não está dentro dos limi-
tes indicados, substitua a válvula termostática.
Se a temperatura de abertura for a correta, espere que
a válvula termostática se abra completamente.
- Verifique a que temperatura se abriu completa-
mente e meça a distância da abertura.
Se estas duas medidas estiverem fora de especificação,
substitua a válvula termostática.
TAMPA

INSPEÇÃO DE MANGUEIRAS
Inspecione as mangueiras e o tubo de retorno.
Verifique se não estão arranhadas, rachadas ou res-
secadas. Para isto você deverá apertá-las com a mão.
Substitua as mangueiras que estiverem nestas con-
dições.

Agradecemos a colaboração da YAMAHA MOTOR DO BRASIL Ltda. pelo fornecimento de manuais técnicos utilizados na elaboração
deste curso.

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