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Direito Eleitoral - Resumo

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DIREITO ELEITORAL
Professor: Fabrício Aita Ivo

Art. 1º, CF

Fundamentos da RFB:

II – Cidadania

 Exercida por meio do VOTO

 Quem não pode votar (ex: -16 anos), não será tratado como cidadão

Parágrafo único: “todo poder emana do povo”

 O povo é o titular do poder constituinte, que exerce esse poder por seus
representantes eleitos OU diretamente* nos termos da Constituição

*Art. 114, CF:

Referendo:

 Consulta como condição de vigência de lei

 Aprovar ou não aprovar algo

 Dever ser “convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao


povo a respectiva ratificação ou rejeição” (cf. art. 2º, § 2º).

 Portanto, o referendo é uma consulta popular direta, em que o povo diz sim ou não para
confirmar ou rejeitar uma lei.
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Plebiscito:

 Consulta prévia

 Deve ser “convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo,
pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido” (cf. art. 2º, § 1º).

Ex: criação de um novo Estado (Tapajós/Carajás)

Iniciativa popular:

Municipal (art. 29, XIII, CRFB)

 Precisa ser subscrita por 5% dos ELEITORES*, não da população

*Somente o eleitor é considerado cidadão

Estados:

Federal (art. 61, pár. 2º, CF)

 Lei Ordinária

 Lei Complementar

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento
dos eleitores de cada um deles.
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Ex: Lei da Ficha Limpa

Segundo a redação do art. 13, caput, da Lei n. 9.709/98, a iniciativa popular “consiste na
apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento
do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três
décimos por cento dos eleitores de cada um deles”.

Ainda sobre a iniciativa popular, cumpre salientar que:

a) o projeto “deverá circunscrever-se a um só assunto” (cf. art. 13, § 1º);

b) “não poderá ser rejeitado por vício de forma, cabendo à Câmara dos Deputados, por seu órgão
competente, providenciar a correção de eventuais impropriedades de técnica legislativa ou de
redação” (cf. art. 13, § 2º);

c) cumpridas as exigências do art. 13, o projeto seguirá o processo legislativo, em seus ulteriores
termos, consoante as normas do Regimento Interno da Casa;

d) diante da Federação e autonomia das Casas Legislativas, é possível à Constituição Estadual


(Poder Constituinte Derivado Decorrente) e à Lei Orgânica Municipal também preverem em seus
diplomas legislativos a oportunidade de iniciativa popular, respectivamente, no tocante às leis
estaduais e municipais, seguindo as normas gerais da CF/88.

Os representantes são eleitos de que forma?

 Pelo sufrágio universal* e pelo voto

*Direito de votar titularizado por todos os nacionais que tiverem capacidade política. O
voto, portanto, é comum a todos os cidadãos e por eles é exercido. O sufrágio universal é
um dos instrumentos por meio dos quais o povo exerce sua soberania pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, nos termos da lei. Assim, a concepção do sufrágio
universal não pode ser levada em termos absolutos, uma vez que existem requisitos
indispensáveis para a participação do corpo eleitoral. A conclusão que devemos entender
é a de que o sufrágio universal é um direito de voto para todos os cidadãos, como princípio
da isonomia, garantido constitucionalmente, ou seja, todos são iguais perante a lei, exceto
aqueles expressamente indicados na Constituição.

Art. 14, CF: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto, secreto, com igual valor para todos
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Art. 60, pár. 4º, CF – cláusula pétrea

II – VOTO

1) Direto

2) Secreto

3) Universal

4) Periódico

5) Obrigatório (não é para todos)

VOTO FACULTATIVO VOTO OBRIGATÓRIO

 16 – 18 anos  > 18 anos

 > 70 anos  < 70 anos

 Analfabetos*  Desde que alfabetizados

*Não podem ser eleitos (inelegíveis).


Para votar, devem apenas saber ler e
escrever

INALISTÁVEIS (art. 14, pár. 2º, CF)

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço


militar obrigatório, os conscritos.

1) Estrangeiros

 Caso se naturalize, será obrigado a se alistar e a votar


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2) Conscritos (recrutas – são os convocados para o serviço militar obrigatório)


durante o serviço militar obrigatório

 Mesmo os que forem prestar o serviço militar obrigatório posteriormente

Obs:

16 anos ----------------------- 18 anos


Alistamento eleitoral Alistamento militar

 O fato de já ter se alistado não dá o direito de votar, nem de poder ser votado

 Ainda que alistado com 16 anos, não será obrigado a votar aos 17 anos

INELEGÍVEIS (art. 14, pár. 4º)

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

 São aqueles que não podem ser eleitos

1) Inalistáveis (estrangeiros; conscritos durante o serviço militar obrigatório)

2) Analfabetos

 São ALISTÁVEIS
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ATIVA PASSIVA
(Alistáveis) (Elegíveis)

Capacidade eleitoral Para votar Para ser votado

Analfabeto SIM (alistamento e voto NÃO


facultativos)

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE

 Capacidade eleitoral passiva

1) Nacionalidade brasileira

 BR nato (Presidente e Vice-Presidente da República)

2) Pleno exercício dos direitos políticos

Art. 15, CF

 VEDADA A CASSAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS (retirá-los sem qualquer


fundamento/justificativa)

PERDA SUSPENSÃO

I - cancelamento da naturalização por II - incapacidade civil absoluta


sentença transitada em julgado
 Apenas os menores de 16 anos
*Apenas brasileiro naturalizado (ex: ato
nocivo ao interesse nacional) III - condenação criminal transitada em
julgado, enquanto durarem seus efeitos;
*Brasileiro nato pode perder, mas não
cancelar os direitos políticos V - improbidade administrativa, nos
termos do art. 37, § 4º.
II – cancelamento da naturalização por
adquirir outra nacionalidade  Privação temporária dos direitos políticos,
 Privação dos direitos políticos de forma cuja reaquisição é automática, leia-se
duradoura
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Readquirir a nacionalidade e/ou direitos readquire-se os direitos políticos com o fim de


políticos somente por Ação Rescisória na sua causa.
Justiça comum no prazo de 2 anos.

IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do


art. 5º, VIII (PERDA OU SUSPENSÃO?)

Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

2 teorias:

PERDA: José Afonso da Silva, Lenza, Alexandre de Moraes

Por que? Pois a pessoa deixa de cumprir obrigação legal ou prestação alternativa (ex:
multa)

 Quando pagar a multa, terá um novo número de título de eleitor (novo registro)

SUSPENSÃO:

 Também haverá um novo registro, um novo número de eleitor

3) Alistamento eleitoral

4) Domicílio eleitoral na circunscrição

 Eleição: direito de escolher o domicílio eleitoral


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5) Filiação partidária (regra geral)

O art. 18 da Lei Orgânica dos Partidos Políticos exige que, para concorrer a cargo eletivo, os
brasileiros natos e naturalizados que gozam de seus direitos políticos filiem-se a agremiação
partidária em até 1 ano antes das eleições visadas

6) Idade mínima

18 anos (Vereador)
21 anos (Juiz da Paz, Prefeito, Vice-Prefeito, Deputado Federal, Deputado Estadual,
Deputado Distrital)
30 anos (Governador e Vice-Governador de Estado-Membro e do Distrito-Federal)
35 anos (Presidente, Vice-Presidente, Senador, Suplente de Senador)

RESTRIÇÕES (APLICAM-SE PARA OS CHEFES DO PODER EXECUTIVO,


NÃO DO LEGISLATIVO)

Art. 14, CF

§ 5º - REELEIÇÃO

“O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos


e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos
para um único período subsequente”

CHEFES DO PODER EXECUTIVO (Presidente, Governadores* de Estado e do Distrito


Federal, Prefeitos):

 Podem ter somente 1 reeleição para o mandato subsequente

*Não se aplica aos Governadores de Territórios


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Obs:

 Caso o Temer quisesse concorrer à reeleição, só poderia ser UMA única vez

 PARA CONCORRER À REELEIÇÃO, NÃO É NECESSÁRIO RENUNCIAR

 Substituir ou suceder em caráter definitivo (??)

§ 6º - RENÚNCIA PARA CONCORRER

“Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado


e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito”

 A renúncia deve ocorrer somente se quiserem concorrer para OUTRO CARGO,


devendo essa se dar 6 meses antes do PLEITO, não do mandato

 A renúncia é definitiva, isto é, caso não consiga se eleger no caso pretendido, não
retornará ao cargo que renunciou

Desincompatibilização

É o ato pelo qual o candidato se desvencilha da inelegibilidade a tempo de concorrer à


eleição.
Em algumas hipóteses, a desincompatibilização só é possível com o afastamento
definitivo do cargo, por renúncia ou exoneração, como nos casos das pessoas que ocupam
cargos de chefe do Executivo ou de sua confiança (Ministro ou Secretário).
Em outros casos, basta simples licenciamento, como nos de autoridades policiais,
membros do Ministério Público (admitidos após 1988 e antes da Reforma do Judiciário), agentes
administrativos etc.
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Obs:

 O Senador, como faz parte do Poder Legislativo, pode concorrer sem renunciar. Caso
seja eleito, não poderá acumular os cargos, de modo que terá que renunciar.

§ 7º - INELEGIBILIDADE

“São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição”.

 Aplica-se ao cônjuge/companheiro ou parentes até o 2º grau ou por adoção

 São inelegíveis no TERRITÓRIO DE JURISDIÇÃO DO TITULAR*

*TSE estendeu essa inelegibilidade para os municípios contíguos (Ex: POA – Canoas)

 São inelegíveis dentro dos seis meses anteriores ao pleito, mesmo que seja em caráter
temporário, SALVO se já titulares de mandato eletivo e concorrente à reeleição

Ex:

Maria pretende concorrer ao cargo de Prefeito


João, filho de Maria, pretende concorrer ao cargo de Vereador

Antes da eleição, não eram titulares de mandato eletivo

 NESSE CASO, PODEM ASSUMIR E CONCORRER À REELEIÇÃO


POSTERIORMENTE
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E se Joana, irmã de João, quisesse concorrer?

 NESSE CASO, NÃO SERIA INELEGÍVEL POR CAUSA DE JOÃO, MAS SIM
POR CAUSA DE SUA MÃE, MARIA

 Giza-se que João não está absolutamente inelegível, pois pode concorrer em outra
jurisdição

E se a próxima eleição para Prefeito fosse na data de 31/12/2018?

 NESSE CASO, HOJE (22/08/2018), JOANA ESTARIA INELEGÍVEL POR CAUSA


DE SUA MÃE, SALVO SE ESTA RENUNCIASSE AO CARGO DE PREFEITO, UMA
VEZ QUE ESTAMOS A HÁ MENOS DE 6 MESES DO PLEITO (SE ESTIVÉSSEMOS
HÁ EXATAMENTE 6 MESES, A MESMA REGRA SE APLICARIA).

E se Maria fosse casada com Paulo?

 HOJE, PAULO ESTARIA INELEGÍVEL NO TERRITÓRIO DE JURISDIÇÃO DE


MARIA

E se durante o mandato de Maria houvesse a dissolução da sociedade conjugal?

Súmula vinculante 18:


“A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal”.

 Paulo não poderia concorrer durante todo o mandato de Maria. Se por exemplo a
dissolução ocorresse no primeiro mandato de Maria, nada impediria que Paulo
concorresse no segundo mandato desta, mas não no primeiro
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§ 8º - MILITAR

O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

 Os 10 anos de serviço podem ser militar ou não militar (ex: iniciativa privada).
Ademais, podem ser descontínuos

I – MENOS DE 10 ANOS DE SERVIÇO

“Afastar” significa deixar de ser militar. Se não se elege, não volta a ser militar

II – MAIS DE 10 ANOS DE SERVIÇO

 Não precisa se afastar. Fica agregado pela autoridade superior

 Agregado significa “suspenso”. Não terá mais poder de comando sobre as tropas

Fica agregado até a eleição:

Caso não seja eleito: retorna às suas atividades

Caso seja eleito: no ato da diplomação, passa automaticamente para a inatividade (como
se fosse aposentado)

§ 10 – IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO

“O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude”
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 15 dias contados da diplomação (entrega do certificado – diploma – com o resultado


oficial das eleições)

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o


autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Obs:

Prisão Parlamentar: apenas no caso de flagrante de crime inafiançável (a partir da


entrega do diploma)

Art. 16 – ANUALIDADE OU ANTERIORIDADE

“A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”

Ex:

15/08/2018 – Publicação de lei alterando o processo eleitoral

 Entra em vigor na data de sua publicação (não há vacatio legis)

07/10/2018 – Eleições Gerais

 A lei supramencionada não será aplicada

 Só será aplicada nas eleições que ocorram após 1 ano de sua vigência, ou seja, a partir
de 15/08/2019.
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PARTIDOS POLÍTICOS

(Art. 17, CF)

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:

I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros


ou de subordinação a estes;

III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,


registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à


televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento)
dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com
um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos
um terço das unidades da Federação.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que
os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
15

DIREITO ELEITORAL

 Ramo do Direito Público

 Função principal: regular as regras das eleições, além de todo o processo eleitoral

 Autônomo: normas e princípios próprios

 “O Direito Eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos


que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo que
se estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental”

FONTES DO DIREITO ELEITORAL

Fontes específicas Fontes subsidiárias Fontes supletivas


(Direito comum)

 Constituição Federal  Direito Civil  Estatutos dos Partidos


Políticos (regulam as
 Emendas à Constituição  Processo Civil normas sobre disciplina e
fidelidade partidária) –
 Leis Complementares  Direito Penal – crimes podem determinar
eleitorais condições para que um
 Leis Ordinárias candidato, devidamente
 Processo Penal registrado, possa concorrer
 Instruções, resoluções,
consultas do TSE (atos  Jurisprudência da
com força normativa, Justiça Eleitoral
servem para (TER;TSE)
regulamentação)
 Doutrina
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PRINCÍPIOS INFORMADORES DO DIREITO ELEITORAL

1) Universalidade (todos participam) e igualdade (cada pessoa tem direito a um voto)


do sufrágio

2) Voto secreto

3) Igualdade de oportunidades para todos os candidatos

4) Isonomia partidária

O princípio da isonomia visa combater qualquer forma de discriminação. Uma vez que todos
são iguais perante a lei, não se pode conferir vantagens especiais a ninguém, pois não há
nenhum indivíduo mais importante que outro. Todos têm os mesmos direitos e deveres e, por
isso, o Direito deve trata-los de forma homogênea.
No direito eleitoral, a isonomia está presente em diversas situações, normas e ideais.
Portanto, considerando que todos os candidatos devem ter as mesmas condições e
oportunidades, há uma data para se iniciar a campanha eleitoral, pré-estabelecida justamente
para evitar que partidos com maior poder econômico possam começar antes dos outros e tenham
mais tempo de campanha.
Entretanto, é importante ressaltar que existem naturais desigualdades entre os candidatos a
cargos político-eletivos que devem ser consideradas. O maior exemplo disso é o tempo de
propaganda eleitoral na televisão e no rádio, que varia de acordo com o tamanho do partido e/ou
da coligação. Todos têm as mesmas oportunidades de veiculação da propaganda eleitoral,
entretanto essa desigual distribuição de tempo, que confere aos maiores partidos maior tempo
de propaganda, é compatível com a ideia de fortalecimento dos partidos, ideia que acaba dando
mais estabilidade ao governo.

5) Moralidade
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6) Eliminação do abuso de poder econômico e da captação ilícita de sufrágio


(compra de voto)

A famosa compra de votos, espécie do gênero abuso do poder econômico, está prevista no art.
41-A da Lei nº 9.504/1997 e busca reprimir:

[...] doação, oferecimento, promessa, ou entrega, ao eleitor, pelo candidato, com o fim de obter-
lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública,
desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a
cinqüenta mil Ufirs, e cassação do registro ou do diploma.
Na captação ilícita de sufrágio, ou compra de votos, o beneficiário da ação do candidato deve
ser, necessariamente, o eleitor, caso contrário, não haverá perigo ou ameaça ao bem jurídico
tutelado, que é a liberdade de voto, não se configurando, portanto, o ilícito. Do mesmo modo, a
compra de votos só se torna juridicamente relevante no curso do processo eleitoral, devendo ser
realizada por aquele que já é candidato, o que só se verifica entre a data do pedido de registro
de candidatura (5 de julho) e as eleições.
O abuso do poder econômico, ao contrário da captação ilícita de sufrágio, é conceito
indeterminado, que, na realidade, pode assumir contornos diversos, a depender do caso
concreto. Desse modo, apenas as peculiaridades examinadas na situação real permitirão ao
julgador afirmar se está diante da prática de abuso ou não.
Adriano Soares da Costa procura defini-lo como a “vantagem dada a uma coletividade de
eleitores, indeterminada ou determinável, beneficiando-os pessoalmente ou não, com a
finalidade de obter-lhe o voto”

7) Anterioridade da lei eleitoral (art. 16, CF)

Interpreta-se que é preciso que uma lei alteradora do processo eleitoral, para que tenha
eficácia, seja publicada no Diário Oficial da União (DOU), no mínimo, um ano e um dia antes da
respectiva eleição.
Assim, toda lei que alterar o processo eleitoral tem vigência (ou aplicação) imediata à
data de sua publicação, leia-se, ingressa imediatamente no ordenamento jurídico pátrio e,
portanto, não se aplica a vacatio legis. Contudo, terá apenas eficácia imediata (efeitos já
aplicados) se publicada um ano antes da eleição em trâmite, pois, do contrário, terá vigência
imediata, mas eficácia contida (para as próximas eleições).

8) Lisura e transparência do processo eleitoral


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STF
Art. 101, CF

CNJ
15 membros
1/3 – Adv e MP
Art. 103, B, CF - Funções STJ TST STM TSE
§4º - Composição
Art. 104, CF Art. 111 – A 15 Ministros Mínimo de 7
CF Ministros
Mínimo de 33 5 civis
Ministros 27 Ministros 10 militares

1/3 p/STJ 1/3 p/STJ


1/5 – Adv e MP 1/5 – Adv e MP

TJ TRF TRT TRE


Art. 94, CF Art. 94, CF Mínimo de 7 Des.
7 Des.

Juízes de Juízes Juízes do Juízes Juízes


Direito Federais Trabalho Militares Eleitorais
20

Considerações:

 STF possui duas competências: originária e recursal. Esta é exercida através do RE


(art. 102, III, CF) e do RO (art. 102, II, CF)

 Quinto Constitucional: art. 94, CF

Órgãos da Justiça Eleitoral:

 TSE, TER, Juízes Eleitorais, Juntas Eleitorais*


*Não é órgão do judiciário, apenas da Justiça Eleitoral

COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS:

TSE (art. 119, CF)

O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:


I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal (1 será o Presidente; 1 será
o Vice-Presidente)
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça (1 será o Corregedor-
Geral Eleitoral)
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente
dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Obs:

 A previsão de juízes eleitorais tem fundamento no art. 121, §1º, CF e no art. 32 e


seguintes do Código Eleitoral, sendo que no exercício de suas funções eleitorais, gozarão
de plenas garantias e serão inamovíveis. Cada juiz eleitoral terá jurisdição em uma zona
21

eleitoral, sendo que nas localidades onde houver mais de uma Vara da Justiça Comum
Estadual, o TER designará aquela a quem incumbe o serviço eleitoral

 As juntas eleitorais serão nomeadas 6 dias antes da eleição, pelo Presidente do TER,
sendo que serão compostas por 1 Juiz de Direito e de 2 a 4 cidadãos de notória idoneidade

Competência: art. 40, Código Eleitoral

TRE (art. 120, § 1º, CF)

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito
Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
22

SISTEMA ELEITORAL

MAJORITÁRIO PROPORCIONAL
(Número fixo, não se altera de acordo com a (Número variável, altera-se de acordo com a
população) população)

EXECUTIVO: Prefeito; Governador;  Vereador*


Presidente da República
 Deputado Estadual

LEGISLATIVO: Senado Federal  Deputado Federal

Vence a eleição o candidato que obtiver a  Deputado Distrital


maioria dos votos, podendo ser simples,
quando em um único turno de votação O sistema proporcional de eleição apresenta
proclama-se o candidato que tiver obtido duas técnicas de divisão dos votos: a do
maioria simples ou relativa, ou t seja, mais da quociente eleitoral e a do quociente fixo. A
metade dos votos válidos dos eleitores que técnica do quociente eleitoral consiste na
compareceram à votação, por exemplo, as divisão do número de votos válidos na
eleições para Senador. Além disso, pode ser circunscrição (quociente local) ou no país
por maioria absoluta, isto é, mais da metade (quociente nacional) pelo de mandatos a
dos votos válidos dos eleitores da serem conferidos, de modo que cada partido
circunscrição. O sistema majoritário por elegerá tantos representantes quantas vezes
maioria absoluta, no primeiro ou segundo a totalidade de seus votos contenha o
turno de votação, é acolhido para eleição de quociente eleitoral. No tocante ao quociente
Presidente e Vice (art. 77 da CF/88), fixo, este procura, sobretudo, garantir
Governador e Vice (art. 28 da CF/88), Prefeito absoluta igualdade entre os eleitos. Antes do
e Vice (art. 29, II, da CF/88). Portanto, o pleito, a lei prescreve um quociente fixo, pelo
sistema majoritário identifica-se pela qual se dividirá a totalidade dos votos válidos
necessidade de os candidatos obterem a atribuídos a uma legenda
maioria dos votos de uma circunscrição ou .
distrito eleitoral para serem eleitos.

*Município: art. 29, IV, CF

RESUMINDO...

SISTEMA MAJORITÁRIO SISTEMA PROPORCIONAL

 Candidatos (votos são pessoais,  População


pertencem aos candidatos)
 Votos são para o partido político
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Número de Deputados Federais:

 Proporcionalmente à população de cada Estado e do DF

Art. 45, §1º, CF:

Mínimo: 8 por Estado


Máximo: 70 por Estado

Número de Deputados Estaduais:

 Fixados a partir do número de Deputados Federais

Até 12 Deputados Federais: multiplica por 3

Ex: se o Estado tem 10 Deputados Federais, terá 30 Deputados Estaduais

Acima de 12 Deputados Federais: pega o número 36 e soma com o número de Deputados


Federais acima de 12

Ex: 13 (Deputados Estaduais) –––––––– 36 + 1 (Deputados Federais)


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Obs:

 Cada Estado e o DF elege 3 Senadores

CÂMARA SENADO
(Proporcional) (Majoritário)

 Representantes do Povo  Representantes dos Estados e do DF

 4 anos  8 anos

Nas eleições proporcionais é preciso destacar 2 institutos importantes:

a) Quociente Eleitoral:

Número de votos válidos/número de cadeiras

Ex: 9.000/9 vereadores (considerando um município de 13.000 habitantes) => 1.000


(número necessário para se eleger)

b) Quociente Partidário: servirá para determinar quantos votos válidos cada partido
deverá ter obtido para eleger um candidato, a ser apurado a seguinte forma:

Número de votos válidos do partido/quociente eleitoral

Ex: 9.000 votos válidos

Partido A: 4.000
Partido B: 2.500
Partido C: 1.000
Partido D: 1.500

A: 4.000/1.000 => 4 (ficará com 4 cadeiras das 9 disponíveis)


25

Obs:

 Nas eleições proporcionais, os votos excedentes ao número necessário para eleger o


candidato pertencem ao partido político e serão destinados aos demais candidatos por ele
regulado

Ex: considerando o exemplo anterior, no partido “A”, que possui 4.000 votos válidos, 4
irão se eleger, assim:

Candidato João: 3500 votos


Candidato Marcelo: 200 votos
Candidata Bianca: 180 votos
Candidata Joaquina: 400 votos
Candidato Luís: 10 votos
Candidato Pedro: 5 votos
Candidata Lúcia: 5 votos

 Nesse caso, João necessitava apenas de 1.000 votos para se eleger (sempre
considerando o exemplo anterior). Desse modo, excedeu em 2.500 votos, os quais serão
distribuídos proporcionalmente a Marcelo, Bianca e Joaquina

Ex2: considerando o exemplo anterior, no partido “C”, que possui 1.000 votos válidos, 1
irá se eleger, assim:

Candidata Eduarda: 400 votos


Candidata Joana: 300 votos

 Nesse caso, apenas Eduarda seria eleita. Nota-se que Joana, mesmo possuindo mais
votos que Marcelo, não seria eleita, em razão do excedente de votos mencionado no
exemplo acima.
26

DEMOCRACIA DIRETA

 É quando a soberania popular é exercida diretamente pelo povo, sem que haja a ocorrência
de eleição de representantes. Portanto, ao contrário da democracia indireta, as aprovações das
leis e das decisões governamentais passam pelo crivo direto da população, que é chamada a se
manifestar sobre o assunto.

DEMOCRACIA SEMI-DIRETA (adotada pelo Brasil)

 No sistema de democracia semidireta, o Estado tem a oportunidade de praticar a soberania


popular pela forma direta e também pela indireta, ou seja, pratica ambas ao mesmo tempo. Para
muitos estudiosos, o Brasil se inclui no sistema de democracia semidireta, pois as assembleias
Legislativas, o Congresso Nacional, as Câmaras de Vereadores e os membros do Executivo são
eleitos representantes do povo e, assim, exercem o poder popular indiretamente.

 De outro lado, a população também decide e manifesta seu poder de forma direta (não
somente indiretamente), como no caso dos plebiscitos, referendos e projetos de lei de iniciativa
popular. É o que se tem denominado de “democracia participativa”, em que a sociedade é
chamada a opinar por meio de debates públicos, audiências públicas, etc.

DEMOCRACIA INDIRETA

 A chamada Democracia Indireta também é conhecida por democracia representativa, uma


vez que a população exerce o seu poder soberano por intermédio dos representantes que elege.
Por meio das eleições, o povo é convocado a delegar seu poder soberano de decidir os seus
representantes que, de forma indireta, exercem o Poder Popular.
27

2º bimestre

REGISTRO DE CANDIDATOS

1º passo: escolha dos candidatos nas Convenções dos Partidos Políticos

O Estatuto pode estabelecer condições, a saber:

a) Tempo de filiação mínima ao partido:

 Não precisa ser necessariamente o tempo previsto na legislação (1 ano). Pode ser
uma regra interna do próprio partido

b) Proibição de reeleição:

 Ir alterando de cargo para o qual foi eleito

Questão legal:

 É necessário haver pelo menos 30% de pessoas do mesmo sexo (IMPORTANTE)

Art. 7º As normas para a escolha e substituição dos candidatos e para a formação


de coligações serão estabelecidas no estatuto do partido, observadas as disposições
desta Lei.

§ 1º Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de direção nacional do partido


estabelecer as normas a que se refere este artigo, publicando-as no Diário Oficial da União
até cento e oitenta dias antes das eleições.

§ 2º Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações,


às diretrizes legitimamente estabelecidas pela convenção nacional, os órgãos superiores
28

do partido poderão, nos termos do respectivo estatuto, anular a deliberação e os atos dela
decorrentes.

§ 2o Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre


coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos
termos do respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela
decorrentes. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 3º Se, da anulação de que trata o parágrafo anterior, surgir necessidade de registro de


novos candidatos, observar-se-ão, para os respectivos requerimentos, os prazos
constantes dos §§ 1º e 3º do art. 13.

§ 3o As anulações de deliberações dos atos decorrentes de convenção partidária, na


condição acima estabelecida, deverão ser comunicadas à Justiça Eleitoral no prazo de 30
(trinta) dias após a data limite para o registro de candidatos. (Redação dada pela Lei nº
12.034, de 2009)

§ 4o Se, da anulação, decorrer a necessidade de escolha de novos candidatos, o pedido de


registro deverá ser apresentado à Justiça Eleitoral nos 10 (dez) dias seguintes à
deliberação, observado o disposto no art. 13. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Anotações de aula:

 Nas Convenções, além de escolher os candidatos, o art. 7º da lei das eleições prevê
que na convenção serão aprovadas as coligações. Estas têm uma denominação, a qual
abrange todos os partidos

 O tempo de TV e rádio é estabelecido a partir da quantidade de partidos que integram


a coligação

 O tempo de rádio e TV de cada partido, individualmente, é estabelecido pela


representação na Câmara dos Deputados. Importante para o acesso ao fundo partidário e
para determinar a participação nos debates
29

 Quando não tem o número mínimo de Deputados, é necessário aprovação de 2/3 dos
demais candidatos concordando para que ele possa ser convidado para o debate

 Para Presidente, é necessário pelo menos 5 Deputados Federais para participar dos
debates

APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES

 Deve ser realizada inicialmente pelas juntas eleitorais, quando realizadas nas zonas
sob sua jurisdição, sendo de competência dos Tribunais Regionais Eleitorais quando se
tratar de eleições para os cargos de Governador e Vice; Senador; Deputado Federal e
Estadual; sendo de competência do TSE a apuração das eleições para o cargo de
Presidente e Vice-Presidente

Eleições municipais:

 As Juntas Eleitorais realizam a apuração

Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual:

 O TRE realiza a apuração, com apuração prévia pelas Juntas Eleitorais

Presidente, Vice-Presidente

 O TSE realiza a apuração, após apuração prévia pelo TER


30

FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA (FEFI) – LEI


13487/17

 É constituído por Dotações Orçamentárias da União em ano eleitoral, portanto integra


parte do financiamento público das campanhas eleitorais

 LOA: iniciativa do Presidente da República. Congresso e Emenda podem dispor sobre

Aspecto positivo:

 Igualdade de condições. Sendo o financiamento de campanha público, todos os


candidatos concorrerão em condições de igualdade econômica, além de poder controlar
quanto cada partido vai poder arrecadar

Aspecto negativo:

 Poderá ser usado para outras finalidades. Dificuldade de fiscalização (caixa 2). É parte
das Dotações Orçamentárias da União.

**No Brasil, adota-se o sistema misto (público + privado)

 Quem apresentar uma emenda parlamentar, deverá indicar da onde vem o dinheiro
(cancelamento de uma despesa). Deve cancelar a despesa para gerar a receita

VALOR DESTINADO/PREVISTO NA LEI ORÇAMENTÁRIA DEVERÁ


CORRESPONDER A PELO MENOS:

 O equivalente ao definido pelo TSE

 30% dos recursos de reserva de fundo partidário


31

Os recursos devem ser depositados pelo Tesouro Nacional no Banco do Brasil, e serão
distribuídos da seguinte forma:

1) 2%  divididos igualmente entre todos os partidos com registro no TSE

2) 35%  divididos entre os partidos que tenham pelo menos um representante na


Câmara dos Deputados, proporcionalmente ao número de votos nas eleições para a
Câmara do período anterior

3) 48%  divididos entre os partidos proporcionalmente ao número de representantes na


Câmara dos Deputados

4) 15%  divididos entre os partidos proporcionalmente ao número de representantes no


Senado

Importante:

 Os valores ficam, inicialmente, a disposição dos partidos políticos, e serão


disponibilizados aos candidatos mediante requerimento apresentado ao órgão partidário.
O valor é repassado do partido ao candidato, o qual deve fazer um requerimento ao partido

 O candidato deve abrir conta bancária para o recebimento dos recursos de campanha
(fundo especial; fundo partidário; financiamento privado)

 Ao término da campanha, o candidato deve prestar contas da arrecadação e das


despesas durante a mesma

DOAÇÕES PARA CAMPANHAS – FINANCIAMENTO PRIVADO

 Pessoas físicas – limite correspondente a 10% dos rendimentos brutos auferidos pelo
doador no ano anterior à eleição
32

Vedado às seguintes entidades fazer doações:

I – entidade ou governo estrangeiro;

II – Órgão da administração pública direta e indireta ou fundação


mantida com recursos provenientes do poder público;

III – Concessionário ou permissionário de serviço público;

IV – Entidade de direito privado que receba, na condição de


beneficiária, contribuição compulsória em virtude de disposição legal
(exemplos: SESI e SENAI);

V – Entidade de utilidade pública;

VI – Entidade de classe ou sindical;

VII – Pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do


exterior;

VIII – Entidades beneficentes e religiosas;

IX – Entidades esportivas que recebam recursos públicos;

X – Organizações não-governamentais que recebam recursos públicos;

XI – Organizações da sociedade civil de interesse público;

XII – Sociedades cooperativas de qualquer grau ou natureza;

XIII – Cartórios de serviços notariais e de registro.


33

Obs:

 Não se incluem nas vedações as cooperativas cujos cooperados não sejam


concessionários ou permissionários de serviços públicos, desde que não estejam sendo
beneficiadas com recursos públicos

2 coisas que o partido deve fazer:

1) Não receber

2) Receber, devolver ou destinar ao Tesouro Nacional

 Em caso de arrecadação irregular, o partido não receberá sua cota de participação no


fundo partidário do ano posterior

FISCALIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES (LEI 9.504/97)

Art. 65. A escolha de fiscais e delegados, pelos partidos ou coligações, não poderá recair
em menor de dezoito anos ou em quem, por nomeação do juiz eleitoral, já faça parte de
mesa receptora.
§ 1º O fiscal poderá ser nomeado para fiscalizar mais de uma seção eleitoral, no mesmo
local de votação.
§ 2º As credenciais de fiscais e delegados serão expedidas, exclusivamente, pelos partidos
ou coligações.
§ 3º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o presidente do partido ou o
representante da coligação deverá registrar na Justiça Eleitoral o nome das pessoas
autorizadas a expedir as credenciais dos fiscais e delegados.
§ 4º Para o acompanhamento dos trabalhos de votação, só será permitido o
credenciamento de, no máximo, 2 (dois) fiscais de cada partido ou coligação por seção
eleitoral.
34

 3 etapas da fiscalização: votação; apuração; totalização

Representantes indicados pelos partidos políticos a Coligações:

Ao partido ou coligação, é vedada a indicação de:

 Menores de 18 anos

 Dos membros da mesa receptora nomeados pela justiça eleitoral (mesários)

Obs:

 A fase de preparação da urna eletrônica é acompanhada por técnicos indicados pelo


partido político, pela OAB e MP, até 6 meses antes das eleições, quando são
desenvolvidos os programas de computador pelo TSE. Os programas são entregues ao
TSE até 20 dias antes das eleições. No prazo de 5 dias podem ser apresentadas
impugnações

Encerradas as eleições, serão expedidos os boletins de urna. Estes contêm o nome de


todos os candidatos votados nas urnas, bem como a indicação de voto nas legendas

 Total de votos

 Brancos/nulos

 Ausentes

 Os dados do boletim de urna poderão ser conferidos pelos fiscais ou delegados, e sem
a identificação do voto confirmado com os dados registrados pela mesa receptora
35

 O boletim de urna é encaminhado à justiça eleitoral, sendo entregue cópia aos partidos
e coligações concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram até 1 hora após a
expedição

 Após a conclusão, poderão ser apresentadas impugnações diretamente ao presidente


da mesa, ou à junta eleitoral

 As impugnações não recebidas poderão ser encaminhadas em 48 horas diretamente


ao TRE

 2 testemunhas

Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos:

Lei nº 6.996/1982, art. 15: "Incorrerá nas penas do art. 315 do Código Eleitoral quem, no
processamento eletrônico das cédulas, alterar resultados, qualquer que seja o método
utilizado".

I – obter acesso a um sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço


eleitoral, a fim de alterar a apuração ou a contagem de votos;

II – desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de


destruir, apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou
provocar qualquer outro resultado diverso do esperado em sistema de tratamento
automático de dados usados pelo serviço eleitoral;

III – causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na


totalização de votos ou a suas partes.

Ac.-TSE, de 11.5.2017, no AI nº 13146: inaplicabilidade do princípio da


insignificância ao dano cometido contra o patrimônio público em detrimento de
serviços públicos essenciais.
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DISPOSIÇÕES PENAIS EM MATÉRIA ELEITORAL

Código Eleitoral:

Arts. 283-288  disposições preliminares

Arts. 289-354-A  crimes eleitorais (tipos)

Arts. 355-364  processo das infrações

DISPOSIÇÕES PREMILINARES

Membros ou funcionários da Justiça Eleitoral:

 Juízes que se encontram cumprindo funções determinadas pela Justiça Eleitoral

 Cidadãos que integrem órgão da Justiça Eleitoral

 Funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral

Sanções aplicadas pela Justiça Eleitoral:

 Art. 5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal

 Detenção; reclusão; dias-multa


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Art. 284, Código Eleitoral

Pena mínima geral: detenção geral


Pena máxima geral: reclusão de 1 ano

Agravantes e atenuantes: entre 1/5 e 1/3

Obs:

 O valor da multa é fixado pelo Juiz Eleitoral de acordo com as condições pessoais e
econômicas do apenado, sendo que, o valor mínimo não poderá ser inferior ao salário
mínimo nacional por dia (art. 286, Código Eleitoral)

Mínimo: R$ 31,80 (1 dia de salário mínimo nacional)


Máximo: R$ 954,00 (1 salário mínimo mensal)

 O Juiz poderá elevar o valor máximo ao triplo quando, considerando a condição


econômica do condenado, torna ineficaz a sanção cominada em lei

PROCESSO DAS INFRAÇÕES

Ação Pública: intentada pelo MP – ação penal privada subsidiária da pública

 Cidadão é parte legítima para apresentar comunicação de qualquer crime eleitoral,


sendo esta escrita ou verbal (mesmo sendo verbal, deve ser encaminhada ao MP)

 MP: prazo de 10 dias para apresentar denúncia

Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro
do prazo de 10 (dez) dias.
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§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o


arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá a
denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias,
a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará
contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará ao Procurador
Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do Ministério
Público se o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.

*Se o MP entender que não há crime e, portanto, não apresentar denúncia, caberá ação
penal privada subsidiária da pública? NÃO

 Após a promoção requerendo o arquivamento da comunicação, o Juiz poderá, se


considerar improcedentes as razões alegadas, remeter a comunicação ao Procurador
Regional, que poderá oferecê-la, designando outro Promotor ou mantendo o pedido de
arquivamento, o qual vinculará o juízo

Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:

I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;


II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o
exercício da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da denúncia não obstará ao exercício
da ação penal, desde que promovida por parte legítima ou satisfeita a condição.
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Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do
acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público.
Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer
alegações escritas e arrolar testemunhas.

Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências


requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á o prazo
de 5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para alegações finais.

Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de quarenta e oito
horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional fôr condenatória, baixarão imediatamente os


autos à instância inferior para a execução da sentença, que será feita no prazo de 5 (cinco)
dias, contados da data da vista ao Ministério Público.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a execução da
sentença serão aplicadas as normas constantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do Art. 357.

Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-se-á,
como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal.
40

EXERCÍCIOS

1) Diante da composição da Câmara dos Deputados é fixado o número de Deputados


Estaduais. Indique a forma de cálculo dos Deputados Estaduais nos Estados com o
mínimo e o máximo de Deputados Federais previstos na CF

R: é estabelecido a partir do número de deputados federais no Estado

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