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M23 Matematica Resolucao2

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Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Exame de Acesso
ACFES Maiores de 23; Acesso Especı́fico

Matemática

PROVA MODELO - proposta de resolução

- INSTRUÇÕES -
• Deverá responder à prova na folha de ponto e preencher o cabeçalho e todos os
espaços reservados à sua identificação, com letra legı́vel.

• Em hipótese alguma serão aceites folhas de ponto dobradas ou danificadas. Exclui-


se, para efeitos de classificação, toda e qualquer resposta apresentada em folhas de
rascunho.

• A prova é constituı́da por 5 página e termina com a palavra FIM. Verifique o seu
exemplar e, caso encontre alguma anomalia, dirija-se ao professor vigilante nos pri-
meiros 15 minutos da prova.

• Utilize unicamente tinta azul ou preta.

• Nas questões que envolvam cálculos ou demonstrações o aluno deve explicitar todos
os passos necessários.

• Não é permitido usar máquina de calcular nem elementos de consulta.

• O exame tem a duração de 2 horas e 30 minutos.


Justifique todas as afirmações e apresente os cálculos realizados para as obter

1. (3 valores) Considere a experiência aleatória que consiste em retirar, uma a uma,


5 cartas de um baralho usual de 52 cartas (13 de cada variedade - paus, ouros, espadas,
copas).

1.a) Determine o número de elementos do espaço de resultados e dê um exemplo de


um elemento desse espaço.

1.b) Qual é a probabilidade de obter uma sequência de 5 cartas de Ouros? justifique.

Soluções:
1.a) O número de elementos do espaço de resultados desta experiência, ou seja, o total de
sequências possı́veis na extração das 5 cartas, pode ser determinado usando o Princı́pio
da Multiplicação ou Arranjos sem repetição. Podemos escolher 5 cartas, sucessivamente
ou uma a uma, de um baralho com 52 cartas de 52 × 51 × 50 × 49 × 48 = 311875200
maneiras.
De forma equivalente, podemos usar os arranjos sem repetição:

52 52! 52!
A5 = = = 52 × 51 × 50 × 49 × 48 = 311875200
(52 − 5)! 47!

Um elemento do espaço de resultados pode ser a seguinte sequência: (valete de paus; sete
de espadas; três de ouros; cinco de copas; ás de paus).

1.b) A probabilidade será igual ao quociente entre o número de casos favoráveis à


situação indicada - todas as 5 cartas são de Ouros - , e o número total de casos possı́veis
(todas as maneiras/sequências possı́veis).
Número de casos possı́veis - corresponde ao total calculado em em 1. a).
O número de casos favoráveis - todas as sequências de 5 cartas de ouros (sendo cartas reti-
radas sucessivamente, identifica-se a ordem de saı́da). São todas as permutações possı́veis
de 5 cartas retiradas das 13 do naipe ouros. Novamente, o total de casos pode ser obtido
pelo princı́pio da multiplicação ou pelos arranjos sem repetição: 13 × 12 × 11 × 10 × 9 =
154440
Por fim, calculamos a probabilidade calculando o quociente do número de casos favoráveis
154440
pelo número total de casos possı́veis:
311875200
Uma pergunta alternativa, na área das probabilidades e estatı́stica descri-
tiva é a seguinte:
1. (3 valores) Os 300 habitantes de um pequeno bairro da periferia da capital do paı́s
responderam a uma sondagem, indicando o número de vezes que foram a uma consulta
Medicina Familiar nos últimos 6 meses. 60 habitantes responderam não ter ido a nenhuma
consulta. A tabela seguinte resume os resultados:

1
1.a) Complete o quadro de frequências utilizando a informação dada, transcrevendo
para a folha de ponto e justificando os cálculos.

1.b) Quais são a moda, média e mediana do número consultas?

1.c) Se escolhermos ao acaso um habitante do bairro, qual a probabilidade deste ter


realizado no máximo 2 consultas de medicina familiar?

No de con- ni fi Fi
sultas
medicina
familiar

0 n1 = 60 0,2 0,2
1 n2 = 150 0,50 0,70
2 n3 = 75 0,25 0,95
3 n4 = 15 0,05 1

ni representa frequência absoluta, fi representa frequência relativa simples, Fi


representa frequência relativa acumulada.

Soluções:
1.a) Havendo 60 habitantes que não foram ao médico, i. e., foram a 0 (zero) consultas de
medicina familiar, em 300 habitantes, facilmente se determina que a frequência relativa
de 0 é f = 0, 2 ou 20%.
Sendo que 50% dos habitantes foram apenas a uma consulta - frequência relativa de 0,5
- quer dizer que são 150 os habitantes nesta situação.
Os restantes em falta obtêm-se por diferença, ou seja n4 = 300 − 60 − 150 − 75 = 15
e f4 = 1 − 0, 2 − 0, 5 − 0, 25 = 0, 05
As frequência acumuladas obtêm-se facilmente por acumulação das freq. relativas.

1.b) A moda é o valor do acontecimento/caracterı́stica em estudo que tem a frequência


absoluta (ou relativa) mais elevada. Então, a moda é 1, pois é o número de consultas de
medicina familiar com maior frequência.
A média pode ser calculada fazendo a soma dos produtos entre o valor da variável em
estudo (número de consultas) e a sua frequência relativa. Cálculo de média em tabela de
frequências.
x̄ = 0 × 0, 2 + 1 × 0, 5 + 2 × 0, 25 + 3 × 0, 05 = 1.15
Em média, os habitantes do bairro foram a 1.15 consultas nos 6 meses.
A mediana é o valor que acumula 50% das observações. Neste caso olhando para as
frequências acumuladas, verifica-se que sendo F1 = 0, 70, é em 1 consulta médica que se
encontra a mediana (em 0 só acumula 20% dos habitantes, em 1 é o primeiro que acumula
50% ou mais)

1.c) A probabilidade de ter ido no máximo a 2 consultas determina-se considerando


as situações possı́veis. No máximo 2 consultas é o mesmo que dizer - foi a 0 consultas,

2
OU foi a 1 consulta, OU foi a 2 consultas. Resumindo, foi a 2 consultas ou menos.
Assim a probabilidade é a acumulada até 2, P(no maximo 2 consultas) = 0, 95

2. (4 valores) Calcule os seguintes limites:



a) limn→∞ n2 + 2 − n

x2 − 1
b) limx→−1
x3 + 1

Solução:
a) Cálculo de um limite em n utilizando um ’artifı́cio’ bem conhecido, que é multiplicar
e dividir pela expressão conjugada da expressão dada.

2
√ n + 2 − n√= ∞ − ∞ (indeterminação)
limn→∞
( n2 + 2 − n)( n2 + 2 + n)
limn→∞ √
( n2 + 2 + n)
n2 + 2 − n2 2
= limn→∞ √ = limn→∞ √ =0
( n2 + 2 + n) ( n2 + 2 + n)

b) Cálculo de um limite de uma função em R, usando a fatorização dos polinómios.

x2 − 1 0
limx→−1 3
= (indicar que é indeterminação).
x +1 0
x2 − 1 (x + 1)(x − 1) x−1
limx→−1 3 = limx→−1 2
= limx→−1 2 = −2/3
x +1 (x + 1)(x − x + 1) x −x+1

nota: recorde que (a2 − b2 ), é uma diferença de quadrados e é igual a (a − b) × (a + b),


neste caso, (x2 − 12 ) = (x + 1)(x − 1)

3. (4 valores) a) Determine o domı́nio e os zeros de


 
1
a) f (x) = ln x
e −1

x2 − 3x + 2
b) g(x) =
1 − | cos(x)|

Solução:

a) Domı́nio:

3
O denominador tem que ser não nulo, para que o quociente exista, então procuramos
os valores de x tais que ex − 1 6= 0 ⇔ ex 6= 1 o que é equivalente a ter, para o expoente,
x 6= 0.
O argumento de ln (logaritmo neperiano (na base e) tem que ser positivo, portanto é
procurar os valores de x que tornam a fração positiva, 1/(ex − 1) > 0 ou seja x > 0.
Concluı́mos que o domı́nio é x > 0.
Zeros da função: determinar para que valores de x a expressão da função se anula.

ln(1/(ex − 1)) = 0 ⇔ 1/(ex − 1) = 1 ⇔ ex − 1 = 1 ⇔ ex = 2


ou seja x = ln(2).

b) Domı́nio:
O argumento da raı́z tem que ser não-negativo (≥ 0) e o denominador tem que ser
não-nulo (6= 0), portanto o domı́nio é determinado resolvendo
x2 − 3x + 2 = (x − 1)(x − 2) e portanto, o argumento da raı́z é não-negativo para x ≤ 1
ou x ≥ 2 e anula-se para x = 1, 2.

nota: recorde uma forma de verificar o sinal de um polinómio de 2o grau. fora das
raı́zes do polinómio tem o sinal de a, coeficiente de x2 , (que aqui é positivo), e entre as
raı́zes tem o sinal contrário ao de a (neste exercı́cio o polinómio é negativo entre 1 e 2).

1 − |cos(x)| anula-se sempre que cos(x) = 1 em valor absoluto, ou seja, para todos os
x que se escrevam como x = kπ, k ∈ Z. (exemplos x = .... − 3π, −2π − 1π, π, 2π, 3π, ....).
Finalmente, o domı́nio é a intersecção das duas condições: todos os pontos em que o
polinómio é não nulo, excetuando os x que anulam o denominador.

D = (]−∞, 1] ∪ [2, +∞[) \ πZ

Zeros: x = 1, 2.

4. (4 valores) Considere a função



 1, 0 < x ≤ 1
f (x) = x
 ax + b, x > 1

onde a e b são números reais.

a) Assumindo b = −1, determine a de forma a que f seja contı́nua em x = 1.

b) Determine a e b de forma a que f seja diferenciável em x = 1.

Solução:

4
a) A continuidade em x = 1 implica ter os dois ramos da função iguais nesse ponto:
(1/x) = ax + b para x = 1. Como b = −1, fica 1 = a − 1, portanto a = 2.

b) A derivada de 1/x (um quociente) é −1/x2 , que tem valor −1 para x = 1. Então
é condição necessária para que exista diferenciabilidade em x = 1 que o declive da recta
ax + b seja a = −1 . Por continuidade da função, terá que se verificar 1/x = ax + b em
x = 1, portanto 1 = −1 + b, ou b = 2.

5. (5 valores) Calcule as seguintes derivadas:

a) f (x) = e x cos x

sin(2x)
b)
x2

Solução: mostrar que conhece as regras de derivação do produto de duas funções, da


função composta, do quociente, da potência, e apresentar os cálculos o mais desenvolvidos
possı́vel.
a)
f 0 (x) = (x cos x)0 e x cos x = (cos x − x sin(x))e x cos x
b)

sin(2x) (sin(2x))0 x2 − sin(2x)(x2 )0


=
x2 x4
0 0
(2x) (sin (2x))x2 − sin(2x)2x
=
x4
2
2 cos(2x)x − 2x sin(2x)
=
x4
2x cos(2x) − 2 sin(2x)
=
x3

FIM

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