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Primeiros Registros Históricos do Agronegócio

vBuranello (2013) relata os primeiros registros


Contabilidade Agrária históricos do agronegócio, que teve seu
desenvolvimento nas regiões dos Vales dos rios
Nilo, Egito, Mesopotâmia, Eufrates e Tigre.
vDe acordo com o autor, a agricultura foi
determinante para o homem se alocar em caráter
permanente em determinadas regiões, deixando
de ser nômade e extrativista.

Primeiros Registros Históricos do Agronegócio O que é Agronegócio?


vA partir da melhoria das técnicas de cultivo da terra O conjunto organizado de atividades econômicas que
e manejo de animais, como o aumento de envolve todas as etapas compreendidas entre o
produtividade após a utilização da irrigação, que fornecimento de insumos para produção até a
possibilitou um melhor uso das terras e a diversificação distribuição para consumo final de produtos,
do plantio, os produtores rurais começaram a possuir subprodutos e resíduos de valor econômico relativos a
excedentes de produção, em decorrência disto foi alimentos, fibras naturais e bioenergia, também
necessária a criação de comércios relacionados à
compreendidas as bolsas de mercadorias e futuros e as
produção rural, começando a fomentar as
formas próprias de financiamento (BURANELLO,
atividades econômicas (BURANELLO, 2013).
2013).
O que é Agronegócio? Agronegócio no Contexto Brasileiro
Para Buranello (2013), podemos dividir o sistema agroindustrial vMoreira (2009), destaca que o agronegócio “sempre desempenhou um
em antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira. papel fundamental no desenvolvimento da economia brasileira”.
vAntes da Porteira: é responsável pelos insumos que serão vEsta importância pode ser observada em alguns ciclos econômicos
utilizados na produção agropecuária, tanto os produtos brasileiros, como o período vivido em 1800 a 1930, denominado ciclo
quanto os serviços utilizados e as pesquisas de
desenvolvimento do setor; do café, onde a commoditie era um dos motores da economia
brasileira.
vDentro da Porteira: refere-se, como o nome sugere, à
produção dentro da porteira, que contempla desde o preparo vOutro exemplo é a política do “café com leite”, executada durante a
para a produção até a estocagem do produto colhido; república velha, onde o governo brasileiro era dividido entre os
vDepois da Porteira: refere-se a fase de processamento e representantes dos estados de São Paulo e Minas Gerais, estados que
distribuição até o consumidor final. eram grandes produtores de Café (São Paulo) e Leite (Minas Gerais).

Participação na Economia Brasileira Realidades


v44% das exportações do país¹
v23% do Produto Interno
Bruto²
vEmprega 18,41 milhões de
pessoas³

¹ (MAPA, 2018a); ² (MAPA, 2018b); ³ (CEPEA, 2019).


Tecnologia no Agronegócio
vPivô de irrigação
vUso de drones para controle do plantio Dados sobre o Agronegócio
vEstação meteorológica
vTrator Conceito Autonumus, guiada somente
por GPS através de um tablet, sem cabine para
o operador.
vGestão Financeira???
Referências
• BURANELLO, R. Manual do Direito do Agronegócio. 1 ed. São Paulo : Saraiva, 2013.
• CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA (CEPEA). MERCADO DE
TRABALHO DO AGRONEGÓCIO, 2019. Disponível em: https://www.cepea.esalq.usp.br/br/mercado-de-
trabalho-do-agronegocio.aspx. Acesso em: 05/01/2019.
Agronegócio e
• MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA). Agropecuária puxa o PIB de
2017, 2018b. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/noticias/agropecuaria-puxa-o-pib-de-2017. Acesso
em: 20/12/2018.
• ______.Superavit de US$ 81,86 bilhões do agronegócio foi o segundo maior da história, 2018a. Disponível em:
Informações Financeiras
http://www.agricultura.gov.br/noticias/superavit-de-us-81-86-bilhoes-do-agronegocio-foi-o-segundo-maior-da-
historia. Acesso em: 20/12/2018.
• MOREIRA, V. R. Gestão dos Riscos do Agronegócio no Contexto Cooperativista. Tese (Doutorado) – Escola de
Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2009.

Informação
Empresas Rurais Empresas Rurais
vEmpresas rurais são aquelas que exploram a capacidade produtiva vO campo de atividades das empresas rurais pode ser dividido em três
do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da grupos distintos:
transformação de determinados produtos agrícolas qProdução vegetal: atividade agrícola
vArt. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade qProdução animal: atividade zootécnica
própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de qIndústrias rurais: atividade agroindustrial
acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as
formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita,
ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária
(BRASIL, Código Civil, 2002).

Atividade agrícola Atividade Zootécnica (criação de animais)


vCulturas hortícola e forrageira: vApicultura (criação de abelhas);
qCereais (feijão, soja, arroz, milho, trigo, aveia...);
qHortaliças (verduras, tomate, pimentão...); vAvicultura (criação de aves);
qTubérculos (batata, mandioca, cenoura...); vCunicultura (criação de coelhos);
qPlantas oleaginosas (mamona, amendoim, menta...);
qEspeciarias (cravo, canela...); vPecuária (criação de gado);
qFibras (algodão, pinho); vPiscicultura (criação de peixes);
qFloricultura, forragens, plantas industriais...
vRanicultura (criação de rãs);
vArboricultura:
qFlorestamento (eucalipto, pinho...); vSericultura (criação de bicho-da-seda);
qPomares (manga, laranja, maça...)
vOutros pequenos animais.
qVinhedos, olivais, seringais etc.
Atividade Agroindustrial Contabilidade
vBeneficiamento do produto agrícola vA contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as
empresas) ou particular (aplicada a certo ramo de atividade ou setor da
qExemplos: arroz, café, milho economia).
vTransformação de produtos zootécnicos vTendo em vista as características específicas de determinados ativos,
qExemplos: mel, laticínios, casulos de seda transações ou setor, foram criadas normas que estabelecem tratamento
contábil especifico e as respectivas divulgações.
vTransformação de produtos agrícolas, exemplos: v CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola
qCana-de-açúcar: álcool e aguardente qO objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil, e as
qSoja: óleo, respectivas divulgações, relacionados aos ativos biológicos e aos produtos
agrícolas.
qUvas: vinho e vinagre

Mensuração Mensuração
vPara Ijiri(1975, p. 54 apud Relvas, 2008) a atribuição de números a
objetos nada pode significar se ela não expressar uma relação válida entre
tais elementos, pois, uma compreensão inadequada dos fenômenos,
implica em mensurações igualmente inadequadas.
vA mensuração depende de uma quantidade enorme de variáveis. Como
não podemos controlá-las, reduzimos a uma quantidade gerenciável,
conforme o objetivo da nossa necessidade de determinar valor. (GODFREY,
et al, 2006 apud Marques 2017)
vSob o ponto de vista da subjetividade, o valor correto de um ativo, por
exemplo, embora possa ser exato, é inerentemente subjetivo. (Lustosa,
2009)
Contabilidade
vContabilidade Agrícola: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas agrícolas;
vContabilidade Rural: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas rurais;
vContabilidade da Zootécnica: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas
que exploram a Zootécnica.
vContabilidade da Pecuária: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas
pecuárias;
vContabilidade Agropecuária: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas
agropecuárias;
vContabilidade da Agroindústria: é a Contabilidade Geral aplicada às empresas
agroindustriais.

Ano Agrícola x Exercício Social Ano Agrícola x Exercício Social


vNa atividade agrícola, a receita concentra-se, vAo término da colheita e, quase sempre, da comercialização dessa colheita, temos o
encerramento do ano agrícola.
normalmente, durante ou logo após a colheita.
vO ano agrícola é o período em que se planta, colhe e, normalmente, comercializa a
vAo contrário de outras atividades cuja comercialização safra agrícola.
se distribui ao longo de 12 meses, a produção agrícola, vAlgumas empresas, em vez de comercializarem o produto, desde que possível,
essencialmente sazonal, concentra-se em determinado armazenam a safra para obter melhor preço.
período que pode traduzir-se em alguns dias de um mês vNeste caso, considera-se o ano agrícola o término da colheita.
do ano.
vRecomenda-se fixar para após a colheita e a comercialização (término do ano agrícola)
vPensando em oferecer a melhor informação, é melhor: o encerramento do ano social.
qRealizar a apuração do resultado em 31/12/XXXX vNa atividade da pecuária, o período adequado para o encerramento do exercício
social, assim como o da atividade agrícola, não é do ano civil. O ideal é realizá-lo logo
qRealizar a apuração do resultado após a colheita após o nascimento dos bezerros ou do desmame.
Produtos agrícolas com colheitas em
períodos diferentes Exercício social e imposto de renda
vHá empresas que diversificam suas culturas e apresentam colheitas em vCom o advento da Lei nº 4.750/85, o Imposto de Renda tornou
períodos diferentes no ano. obrigatório, para todas as empresas, o exercício social coincidindo com o
vNesse caso, recomenda-se que o ano agrícola seja fixado em função da cultura ano civil, ou seja, de 1º/01 a 31/12.
que prevaleça economicamente.
vEssa imposição veio trazer sérios prejuízos à contabilidade rural, já que
vAssim, se a empresa, em cultura conjugada, planta feijão entre os pés de café, esse setor, necessariamente, deveria ter seu exercício social coincidente
ou milho entre as ruas de uva, certamente o período de colheita do café e da
uva é que determinará o ano agrícola, mesmo que no seu encerramento haja com o ano agrícola, para melhor avaliar o desempenho da empresa.
uma cultura secundária em formação (o que é inevitável). vPorém, nada impede que se faça de acordo com o que descrevemos nos
vAssim sendo seria feita a avaliação da cultura em formação, e a avaliação, itens anteriores, o que gerencialmente será de extrema relevância.
ainda que não perfeita, não traria grandes distorções à contabilidade, pois o
valor apurado não seria relevante em relação a cultura principal.

Atividade Agrícola - Culturas Temporárias


vCulturas temporárias são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita.

Planificação contábil na vNormalmente, o período de vida é curto.


vApós a colheita, são arrancadas do solo para que seja realizado novo
plantio.
atividade agrícola qExemplos:
qSoja, milho, arroz, feijão, batata, legumes...
vEste tipo de cultura também é conhecido como anual.
Atividade Agrícola - Culturas Temporárias Custo x Despesa
vEsses produtos são contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem um “Estoque em vConsideram-se custos de cultura todos os gastos identificáveis direta ou
Andamento” numa indústria. indiretamente com a cultura (ou produto), como:
vDessa forma, todos os custos serão acumulados numa subconta com o título específico da vSementes, adubos, mão de obra (direta ou indiretamente), combustível,
cultura em formação (arroz, ou trigo, ou alho, ou cebola, ou...) da conta “Culturas Temporárias”. depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na cultura, serviços
vOs custos que compõem esta rubrica são: sementes, fertilizantes, mudas, demarcações, mão agronômicos e topográficos etc.
de obra, encargos, energia elétrica, encargos sociais, combustível, seguro, serviços profissionais, vComo despesa do período entendem-se todos os gastos não identificáveis com
inseticidas, depreciação de tratores e outros imobilizados na cultura em apreço. a cultura, não sendo, portanto, acumulados no estoque (culturas temporárias),
vObserve-se que, em se tratando de uma única cultura (o que é muito mais raro de ocorrer), mas apropriados como despesa do período.
todos os custos se tornam diretos à cultura, sendo apropriados diretamente.
vSão as despesas de venda (propaganda, comissão de vendedores...), despesas
vTodavia, existindo várias culturas, fato que ocorre com maior frequência, há a necessidade do administrativas (honorários dos diretores, pessoal de escritório...) e despesas
rateio dos custos indiretos, proporcional a cada cultura. financeiras (juros, taxas bancárias...).

Colheita Custo de Armazenamento


vTodo o custo da colheita será acumulado na conta “Cultura Temporária” e, após o término da vEstes gastos são normalmente tratados como Despesa de Vendas, no
colheita, essa conta será baixada pelo seu valor de custo e transferida para uma nova conta,
denominada “Produtos Agrícolas”, sendo especificado, como subconta, o tipo de produto (soja, grupo Despesa Operacional, e não Custo do Produto. Dessa forma, são
milho, batata...). considerados custo do período e não do produto.
vA essa conta de “Produtos Agrícolas” serão somados todos os custos posteriores à colheita
(para acabamento do produto ou para deixá-lo em condições de ser vendido, consumido ou vTodavia, considerando que o produto agrícola pode ficar em estoque
reaplicado, tais como beneficiamentos, acondicionamentos etc.) e todos os custos para para vendas futuras (especulação), algumas vezes ultrapassando um ano,
manutenção desse estoque: silagem, congelamento, etc.
há quem prefira contabilizar o gasto de armazenamento acumulando no
vÀ medida que a produção agrícola for vendida, dá-se proporcionalmente baixa na conta custo (estoque), identificando melhor o custo do produto no momento da
“Produtos Agrícolas” e transfere-se o valor de custo para a conta “Custo do Produto Vendido”
(resultado), especificando-se o tipo de produto agrícola vendido (trigo, tomate, abóbora...). venda.
Dessa forma, haverá o confronto entre a Receita e o Custo do Produto Vendido, podendo-se
apurar o Lucro Bruto.
Culturas Permanentes Culturas Permanentes
vSão aquelas que permanecem vinculadas ao solo e proporcionam mais de uma colheita ou vÉ importante ressaltar que as despesas administrativas, de vendas e
produção. Normalmente, atribui-se às culturas permanentes uma duração mínima de quatro
anos. financeiras não compõem o gasto de formação de cultura, mas são
apropriadas diretamente como “despesa do período” e não são, portanto,
Do nosso ponto de vista basta apenas a cultura durar mais de um ano e propiciar mais de uma ativadas.
colheita para ser permanente.
◦ Exemplos: cana-de-açucar, citricultura (laranjeira, limoeiro...), cafeicultura, silvicultura (essências
florestais, plantações arbóreas), oleicultura (oliveira), praticamente todas as frutas arbóreas (maça,
vOs custos para formação da cultura são acumulados na conta “Cultura
pêra, jaca, jabuticaba, goiaba, uva...) permanente em formação”, da mesma forma como acontece com a conta
“Imobilização em andamento” ou em curso em uma indústria.
vNo caso de cultura permanente, os custos necessários para a formação da cultura serão
considerados Ativo Não Circulante – Imobilizado. vDentro da conta “Cultura permanente em produção” há subcontas que
◦ Os principais custos são: adubação, formicidas, forragem, fungicidas, herbicidas, mão de obra, encargos
sociais, manutenção, arrendamento de equipamentos e terras, seguro da cultura, preparo do solo, indicam especificamente o tipo de cultura: café, pastagem, florestamento
serviços de terceiros , sementes, mudas, irrigação, produtos químicos, depreciação de equipamentos (araucária, eucaliptos...), guaraná, seringueira etc.
utilizados na cultura etc.

Culturas Permanentes Colheita ou Produção


vApós a formação da cultura, que pode levar vários anos (antes do primeiro ciclo de produção vA colheita caracteriza-se, portanto, como um Estoque em Andamento, uma
ou maturidade, ou antes da primeira florada, ou da primeira produção), transfere-se o valor produção em formação, destinada a venda.
acumulado da conta “Cultura Permanente em Formação” para a conta “Cultura Permanente ◦ Daí a sua classificação no Ativo Circulante.
Formada”, identificando-se uma subconta por tipo de cultura específica.
vComo o ciclo de floração, formação e maturação do produto normalmente é
vComparando-se tal fato com uma indústria que constrói máquinas para seu próprio uso, longo, pode-se criar uma conta de “Colheita em Andamento”, sempre
estaríamos no estágio em que a máquina está pronta para produzir.
identificando o tipo de produto que vai ser colhido.
vDaí por diante, na fase produtiva, os custos já não compõem o Imobilizado, mas são tratados
como estoque em formação e são acumulados ao produto que está sendo formado. vEssa conta é composta de todos os custos necessários para a realização da
colheita:
vHá caso em que a cultura permanente não passa do estágio de cultura em formação para ◦ mão-de-obra e respectivos encargos sociais (poda, capina, aplicação de herbicida, desbrota,
cultura formada, pois, no momento de se considerar acabada, ela é ceifada. raleação...), produtos químicos (para manutenção da árvore, das flores, dos frutos...), custos
◦ Cana de açúcar, o palmito, o eucalipto, o pinho e outras culturas extirpadas do solo ou cortadas para com irrigação (energia elétrica, transporte de água, depreciação dos motores...), custo do
brotarem novamente. combate a formigas e outros insetos, seguro da safra, secagem da colheita, serviços de
terceiros etc.
Colheita ou Produção Colheita ou Produção
vAdiciona-se ao custo da colheita a depreciação (ou exaustão) da “Cultura vApós o término da colheita, transfere-se o total acumulado de “Colheita
Permanente Formada” (Ativo Biológico), sendo consideradas as quotas em andamento” para “Produtos Agrícolas”. Nessa conta são acumulados,
anuais compatíveis com o tempo de vida útil de cada cultura. se houver, custos de beneficiamentos, de acondicionamentos
vA depreciação/exaustão normalmente, é o principal item do cálculo do (embalagens), de silagem etc.
custo da colheita.
vÀ medida que a produção agrícola é vendida, dá-se proporcionalmente
vSe durante a colheita ou qualquer momento forem aplicados recursos a baixa na conta de “Produtos Agrícolas” e transfere-se o valor do custo a
cultura permanente para melhorar a produtividade ao longo dos anos ou conta “Custo do Produto Vendido” (resultado do exercício), especificando-
aumentar a vida útil da cultura, evidentemente não se deve sobrecarregar se o tipo de produto agrícola vendido (algodão, uva, café...
a safra do ano, mas o imobilizado, e este ativo será diluído às safras por
meio da depreciação (ou exaustão). vDessa forma, haverá o confronto entre a Receita e o Custo do Produto
Vendido, podendo-se apurar o Lucro Bruto.

Adequação de alguns itens para as Adequação de alguns itens para as


empresas agrícolas empresas agrícolas
vMatéria-prima: na indústria, significa todo o material empregado na fabricação vProduto Acabado: na indústria, significa o produto terminado e pronto
de um produto. Na empresa agrícola, significa produtos que compõem a cultura, para venda. Da mesma forma, na empresa agrícola, significa produção
tais como semente, adubos, inseticidas etc. No plano de contas de empresa colhida, ou seja, produtos agrícolas prontos para venda. No plano de
agrícola, esta conta é chamada insumo. contas, esta conta é denominada “Produtos Agrícolas”.
vProduto em elaboração: na indústria, significa a produção que está inacabada vAlmoxarifado: numa indústria, assim como numa empresa agrícola,
(em andamento) por ocasião do encerramento do exercício social. Na empresa
significa um estoque de consumo que não compõe o produto (ou cultura),
agrícola, significa uma cultura temporária em formação (em andamento) ou
uma colheita em andamento (ou safra em andamento) de uma cultura mas é utilizado para outras finalidades.
permanente. Aqui esta conta é denominada “Culturas Temporárias em
Formação”, para as culturas temporárias, e “Colheitas em Andamento”, para as
culturas permanentes.
◦ Pelo CPC 29 estes grupos de Culturas Temporárias e Culturas Permanentes passam a ser
denominados de Ativos Biológicos (plantas)
Estoques Ativos Biológicos – Culturas Temporárias
1.1.3 Estoques (Empresa Agrícola) ◦ 1.1.3.2 Ativos Biológicos – Culturas Temporárias
◦1.1.3.1 Insumos (matérias-primas) 1. Soja
1. Sementes 2. Milho
2. Adubos 3. Arroz
3. Fertilizantes
4. Herbicidas 4. Feijão
5. Inseticidas 5. Batata
6. Embalagens 6. Horticultura
7. Formicidas 7. Abóbora
8. Mudas
8. Trigo

Colheitas em andamento* – (Culturas Produtos Agrícolas (Prontos para venda


permanentes) ou consumo)
◦ 1.1.3.3 Colheitas em andamento* – (Culturas permanentes) ◦ 1.1.3.4 Produtos Agrícolas (Prontos para venda ou consumo)
1. Café
2. Algodão
1. Soja
3. Laranja 2. Milho
4. Maça 3. Feijão
5. Jaca 4. Café
6. Cacau
7. Uva 5. Algodão
8. Florestas 6. Laranja
9. Cana-de-açúcar
*Desde a floração até a colheita
Almoxarifado Imobilizado
◦ 1.1.3.5 Almoxarifado 1.2.3.1 Ativos Biológicos – Cultura Permanente em Formação
1. Café Controle por cultura Café
1. Combustível 2. Algodão (vale para outras culturas)
2. Lubrificante 3. Laranja 1.2.3.1.1 Adubação
2 Formicidas
3. Ferramentas 4. Maça
3 Fungicidas
5. Eucalipto 4 Sementes/mudas
4. Peça de manutenção 6. Seringueira 5 Mão de Obra
5. Drogaria 7. Cana-de-açúcar 6 Encargos Sociais
8. Pastos 7 Seguro
6. Material de escritório 8 Serviços de Terceiros
9 Produtos Químicos
10 Depreciação Equipamentos
11 Combustível
12 Aluguel
13 Seguro da CV/NN

Imobilizado Imobilizado
1.2.3 Imobilizado 1.2.3 Imobilizado
1.2.3.2 Ativos Biológicos – Cultura Permanente Formada 1.2.3.4 Benfeitorias na Propriedade
1. Pastos Naturais 1. Terreno Cimentado
2. Pastos Artificiais 2. Canais de Irrigação
3. Café 3. Poços
4. Estradas
4. Algodão
5. Açudes
5. Laranja
6. Cercas
6. Goiaba
7. Matas
1.2.3.5 Edifícios e Construções
1. Casas para Administração
1.2.3.3 Terras 2. Casas para Colonos
1. Área de exploração 3. Escolas
2. Área Florestal 4. Paióis
Imobilizado Operacionalização do plano de contas
1.2.3 Imobilizado vUm dos primeiros aspectos para operacionalizar o plano de contas é
considerar o tipo de Inventário que a empresa agrícola utiliza.
1.2.3.6 Animais de Trabalho (Semoventes)
1.2.3.7 Florestas (Matas) vInventário
1.2.3.8 ............................ vInventário, em sentido contábil amplo, é o processo de verificação de
(-) Depreciação existências na empresa.
(-) Exaustão vEm sentido restrito, inventário refere-se ao processo de verificação das
existências dos estoques: portanto, faz parte do controle de estoque.
Dessa forma, a verificação e a contagem física do bem, in loco,
caracterizam o inventário

Inventário Permanente Inventário Periódico


vDesde que o controle de estoque forneça permanentemente o valor dos vÉ o inventário levantado ao fim de cada período contábil, geralmente adotado quando o
permanente é inviável.
estoques, com certeza a existência das quantidades correspondentes, diz- vO melhor método, na atividade agrícola, é o permanente, pois possibilita conhecer, a qualquer
se que o regime de controle de estoque é permanente; e o estoque é momento, o custo da cultura temporária em formação, o custo das colheitas em andamento
(cultura permanente) etc.
permanentemente conhecido por meio do controle.
vObserve-se que, num final de exercício, não seria nada fácil, no caso de inventário periódico,
vDessa forma, em qualquer momento, para se conhecer o estoque, basta avaliar uma cultura em formação ou uma safra em formação. Daí a dificuldade contábil em
operacionalizar dentro desse método.
observar a “Ficha de Estoque”.
vNo art. 188 do Regulamento de IR, é previsto que os estoques de produtos agrícolas, animais e
extrativos poderão ser avaliados aos preços correntes de mercado, conforme as práticas usuais
vQualquer acréscimo ou diminuição no estoque é imediatamente em cada tipo de atividade.
registrado pela contabilidade. vRessalta-se entretanto, que as culturas em formação, mesmo a preço de mercado, são de difícil
avaliação.
vAlém disso, a avaliação a preço de mercado provocaria uma superavaliação do Estoque Final,
reduzindo o custo, aumentando o lucro bruto e propiciando antecipação do pagamento do
Imposto de Renda.
Apuração do custo – inventário periódico Apuração do custo – inventário periódico
Admitindo-se que a empresa insista em trabalhar com o inventário periódico (que não é Dessa forma, apura-se o Custo do Produto Vendido por
recomendado), o plano de contas evidenciaria, no item Custo do Produto Vendido
(DRE), os seguintes grupos: meio da fórmula:
5.1 Custos dos Produtos Vendidos
5.1.1 Estoques Iniciais (avaliados no início do período)
◦ Insumos (conta 1.1.3.1 Estoque)
(+) 5.1.2 Compras no Exercício Estoques Iniciais + Compras do Exercício + Mão de Obra +
◦ Insumos (conta 1.1.3.1 Estoque)
Outros Custos Agrícolas (-) Estoques Finais
(+) 5.1.3 Mão de Obra
(+) 5.1.4 Outros Custos Agrícolas
(-) 5.1.5 Estoques Finais (avaliados ao final do período)

Apuração do Custo – inventário permanente Apuração do Custo – inventário permanente


A – Término da Cultura ou Colheita (não há cultura ou colheita em andamento B – Término do Exercício Social com a cultura ou colheita em andamento

vQuando a cultura em formação é colhida, dá-se baixa na conta “Cultura vNo final de cada exercício, por ocasião do levantamento do balanço ou
ou Colheita em Andamento” pelo seu valor de custo e o saldo é mesmo do balancete, transfere-se o valor da conta “Cultura ou Colheita
transferido a débito da conta Produtos Agrícolas, sendo especificado o em Andamento” para a conta “Culturas Temporárias em Formação”, caso
tipo de produto no Estoque. se trate de culturas temporárias; tratando-se de colheita de cultura
permanente, transfere-se para a conta “Colheitas em andamento”.
vNa conta de “Produtos Agrícolas” serão somados todos os custos
posteriores à colheita para acabamento do produto e manutenção do vDessa maneira, o estoque será evidenciado no Balanço Patrimonial pelo
estoque (silagem, congelamento, embalagem...). seu valor de custo, dispensando-se o Inventário Periódico, principalmente
para a cultura em formação.
Modelo de DRE Referências
4.1 Receita de Produtos Agrícolas BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano
139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.
4.1.1 Arroz
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola. Disponível em:
4.1.2 Milho http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60
4.1.3 Soja GODFREY, J.; HODGSON, A.; HOLMES, S.; TARCA, A. Accounting theory. 6 ed. John Wiley & Sons Australia, Ltd, 2006. In:
Marques, T. O. Informações a valor justo: o atendimento às características qualitativas das estruturas conceituais da
4.2 Receitas na Variação dos Ativos Biológicos (quando não vendidos)* contabilidade na perspectiva dos resultados de estudos empíricos. Tese Doutorado (Doutorado em Ciências Contábeis):
Universidade de Brasília, 2017.
4.2.1 Arroz
IJIRI, Y. Theory of accounting measurement. Studies in Accounting Research, 10. Flórida: American Accounting
4.2.2 Milho Association, 1975.In: Relvas, TSR. Relação entre a mensuração contábil e a mensuração científica. 18º Congresso
Brasileiro de Contabilidade. 24 a 28 de agosto de 2008. Gramado-RS.
4.2.3 Soja
LUSTOSA, P. R. B. Ativo e sua Mensuração. In. Ribeiro Filho, J. F., Lopes, J., & Pederneiras, M. (Org.). Estudando Teoria da
5.1 Custo do Produto Vendido contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
5.1.1 Arroz MARION, José C. Contabilidade Rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 14º edição. São Paulo: Atlas,
2014.
5.1.2 Milho
NAKAO, Sílvio H. Contabilidade Financeira no Agronegócio. São Paulo. Atlas, 2017.
5.1.3 Soja

*Ajustes ao Valor Justo

Ativo Biológico CPC 29


Atividade Agrícola - Culturas Temporárias Atividade Agrícola - Culturas Temporárias
vCulturas temporárias são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita. vEsses produtos são contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem um “Estoque em
Andamento” numa indústria.
vNormalmente, o período de vida é curto. vDessa forma, todos os custos serão acumulados numa subconta com o título específico da
cultura em formação (arroz, ou trigo, ou alho, ou cebola, ou...) da conta “Culturas Temporárias”.
vApós a colheita, são arrancadas do solo para que seja realizado novo
plantio. vOs custos que compõem esta rubrica são: sementes, fertilizantes, mudas, demarcações, mão
de obra, encargos, energia elétrica, encargos sociais, combustível, seguro, serviços profissionais,
qExemplos: inseticidas, depreciação de tratores e outros imobilizados na cultura em apreço.
qSoja, milho, arroz, feijão, batata, legumes...
vObserve-se que, em se tratando de uma única cultura (o que é muito mais raro de ocorrer),
vEste tipo de cultura também é conhecido como anual. todos os custos se tornam diretos à cultura, sendo apropriados diretamente.
vTodavia, existindo várias culturas, fato que ocorre com maior frequência, há a necessidade do
rateio dos custos indiretos, proporcional a cada cultura.

Culturas Permanentes Culturas Permanentes


vSão aquelas que permanecem vinculadas ao solo e proporcionam mais de uma colheita ou vÉ importante ressaltar que as despesas administrativas, de vendas e
produção. Normalmente, atribui-se às culturas permanentes uma duração mínima de quatro
anos. financeiras não compõem o gasto de formação de cultura, mas são
apropriadas diretamente como “despesa do período” e não são, portanto,
Do nosso ponto de vista basta apenas a cultura durar mais de um ano e propiciar mais de uma ativadas.
colheita para ser permanente.
◦ Exemplos: cana-de-açucar, citricultura (laranjeira, limoeiro...), cafeicultura, silvicultura (essências
florestais, plantações arbóreas), oleicultura (oliveira), praticamente todas as frutas arbóreas (maça,
vOs custos para formação da cultura são acumulados na conta “Cultura
pêra, jaca, jabuticaba, goiaba, uva...) permanente em formação”, da mesma forma como acontece com a conta
“Imobilização em andamento” ou em curso em uma indústria.
vNo caso de cultura permanente, os custos necessários para a formação da cultura serão
considerados Ativo Não Circulante – Imobilizado. vDentro da conta “Cultura permanente em produção” há subcontas que
◦ Os principais custos são: adubação, formicidas, forragem, fungicidas, herbicidas, mão de obra, encargos
sociais, manutenção, arrendamento de equipamentos e terras, seguro da cultura, preparo do solo, indicam especificamente o tipo de cultura: café, pastagem, florestamento
serviços de terceiros , sementes, mudas, irrigação, produtos químicos, depreciação de equipamentos (araucária, eucaliptos...), guaraná, seringueira etc.
utilizados na cultura etc.
Culturas Permanentes Estoques
vApós a formação da cultura, que pode levar vários anos (antes do primeiro ciclo de produção
ou maturidade, ou antes da primeira florada, ou da primeira produção), transfere-se o valor
1.1.3 Estoques (Empresa Agrícola)
acumulado da conta “Cultura Permanente em Formação” para a conta “Cultura Permanente ◦1.1.3.1 Insumos (matérias-primas)
Formada”, identificando-se uma subconta por tipo de cultura específica. 1. Sementes
vComparando-se tal fato com uma indústria que constrói máquinas para seu próprio uso, 2. Adubos
estaríamos no estágio em que a máquina está pronta para produzir. 3. Fertilizantes
vDaí por diante, na fase produtiva, os custos já não compõem o Imobilizado, mas são tratados 4. Herbicidas
como estoque em formação e são acumulados ao produto que está sendo formado. 5. Inseticidas
vHá caso em que a cultura permanente não passa do estágio de cultura em formação para 6. Embalagens
cultura formada, pois, no momento de se considerar acabada, ela é ceifada. 7. Formicidas
◦ Cana de açúcar, o palmito, o eucalipto, o pinho e outras culturas extirpadas do solo ou cortadas para 8. Mudas
brotarem novamente.

Estoques: Ativos Biológicos – Culturas Estoques: Colheitas em andamento* –


Temporárias (Culturas permanentes)
◦ 1.1.3.2 Ativos Biológicos – Culturas Temporárias ◦ 1.1.3.3 Colheitas em andamento* – (Culturas permanentes)
1. Café
1. Soja 2. Algodão
2. Milho 3. Laranja
3. Arroz 4. Maça
4. Feijão 5. Jaca
6. Cacau
5. Batata 7. Uva
6. Horticultura 8. Florestas
7. Abóbora 9. Cana-de-açúcar
*Desde a floração até a colheita
8. Trigo
Estoques: Produtos Agrícolas (Prontos
para venda ou consumo) Imobilizado
◦ 1.1.3.4 Produtos Agrícolas (Prontos para venda ou consumo) 1.2.3.1 Ativos Biológicos – Cultura Permanente em Formação
1. Café Controle por cultura Café
1. Soja 2. Algodão (vale para outras culturas)
2. Milho 3. Laranja 1.2.3.1.1 Adubação
2 Formicidas
3. Feijão 4. Maça
3 Fungicidas
5. Eucalipto 4 Sementes/mudas
4. Café 6. Seringueira 5 Mão de Obra
5. Algodão 7. Cana-de-açúcar 6 Encargos Sociais
8. Pastos 7 Seguro
6. Laranja 8 Serviços de Terceiros
9 Produtos Químicos
10 Depreciação Equipamentos
11 Combustível
12 Aluguel
13 Seguro da CV/NN

Imobilizado Termos Importantes do CPC 29


1.2.3 Imobilizado Atividade agrícola é o gerenciamento da transformação biológica e
1.2.3.2 Ativos Biológicos – Cultura Permanente Formada da colheita de ativos biológicos para venda ou para conversão em
1. Pastos Naturais
2. Pastos Artificiais produtos agrícolas ou em ativos biológicos adicionais, pela entidade.
3. Café
4. Algodão Ativo biológico é um animal e/ou uma planta, vivos.
5. Laranja
6. Goiaba Produção agrícola é o produto colhido de ativo biológico da
7. Matas
entidade.
1.2.3.3 Terras A soja colhida é um ativo Biológico?
1. Área de exploração
2. Área Florestal
Ativo Biológico X Produto Agrícola

Planta portadora Não são plantas portadoras:


Planta portadora é uma planta viva que: Não são plantas portadoras:
(a) é utilizada na produção ou no fornecimento de produtos (a) plantas cultivadas para serem colhidas como produto agrícola (por
agrícolas; exemplo, árvores cultivadas para o uso como madeira);
(b) é cultivada para produzir frutos por mais de um período; e (b) plantas cultivadas para a produção de produtos agrícolas, quando há a
possibilidade maior do que remota de que a entidade também vai colher
(c) tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto e vender a planta como produto agrícola, exceto as vendas de sucata
agrícola, exceto para eventual venda como sucata. como incidentais (por exemplo, árvores que são cultivadas por seus frutos
e sua madeira); e
Ativo Biológico Imobilizado (CPC 27)
(c) culturas anuais (por exemplo, milho e trigo).
Ativo Biológico (CPC 29)
Plantas portadoras: Alcance
vQuando as plantas portadoras não são mais utilizadas para a Este Pronunciamento deve ser aplicado para contabilizar os
produção de produtos, elas podem ser cortadas e vendidas como seguintes itens relacionados com as atividades agrícolas:
sucata, por exemplo, para uso como lenha. Essas vendas de sucata
(a) ativos biológicos, exceto plantas portadoras; (Alterada pela
incidentais não impedem a planta de satisfazer à definição de planta
Revisão CPC 08) *
portadora.
(b) produção agrícola no ponto de colheita;
vProduto em desenvolvimento de planta portadora é ativo
biológico. (c) subvenções governamentais previstas nos itens 34 e 35.

Alcance Reconhecimento
Este pronunciamento não é aplicável em: (a) controla o ativo como resultado de eventos passados;
(a) terras relacionadas com atividades agrícolas (ver CPC 27 – Ativo
Imobilizado e CPC 28 – Propriedade para Investimento); (b) for provável que benefícios econômicos futuros associados com o
(b) plantas portadoras relacionadas com a atividade agrícola (ver CPC 27). ativo fluirão para a entidade; e
Contudo, este pronunciamento aplica-se ao produto dessas plantas portadoras;
(c) o valor justo ou o custo do ativo puder ser mensurado
(c) subvenção e assistência governamentais relacionadas às plantas
portadoras (ver CPC 07); confiavelmente.
(d) ativos intangíveis relacionados com atividades agrícolas (ver CPC 04 – Ativo
Intangível); (Alterado pela Revisão CPC 08)
(e) ativos de direito de uso decorrentes de arrendamento de
terrenos relacionados à atividade agrícola (ver CPC 06 – Operações de Arrendamento
Mercantil). (Incluída pela Revisão CPC
Ativo Biológico ao Valor Justo Ativo Biológico ao Valor Justo
vO Ativo Biológico deve ser mensurado ao seu valor justo menos as
despesas de venda. Mensuração
vHá uma premissa de que o valor justo dos ativos biológicos pode ser Reconhecimento Inicial
mensurado de forma confiável. Contudo, tal premissa pode ser rejeitada Valor Justo é Mensuração Subsequente
no caso de ativo biológico cujo valor deveria ser cotado pelo mercado, Praticável Valor Justos
porém, este não o tem disponível e as alternativas para mensurá-los não
são, claramente, confiáveis. menos Valor Justos
vEm tais situações, o ativo biológico deve ser mensurado ao custo, menos despesas de menos
qualquer depreciação e perda por irrecuperabilidade acumuladas.
vEssa presunção pode ser rejeitada somente no reconhecimento inicial. A
venda despesas de
entidade que tenha mensurado previamente o ativo biológico ao seu valor venda
justo, menos a despesa de venda, continuará a mensurá-lo assim até a sua
venda.

Ativo Biológico ao Valor Justo Produto Agrícola ao Valor Justo


vO produto agrícola colhido de ativos biológicos da entidade deve ser
Mensuração mensurado ao valor justo, menos a despesa de venda, no momento da colheita.
Reconhecimento Inicial vEm todos os casos, a entidade deve mensurar o produto agrícola no momento
Valor Justo é Mensuração Subsequente
da colheita ao seu valor justo, menos a despesa de venda. Este Pronunciamento
assume a premissa de que o valor justo do produto agrícola no momento da
impraticável Custos menos: colheita pode ser sempre mensurado de forma confiável.
a) Depreciação Valor Justos
vO CPC deve ser aplicado para a produção agrícola, assim considerada aquela
b) Perdas por menos despesas obtida no momento e no ponto de colheita dos produtos advindos dos ativos
Impairment test de venda assim biológicos da entidade. Após esse momento, o CPC 16 – Estoques, ou outro
que for possível. Pronunciamento Técnico mais adequado, deve ser aplicado.
Produto Agrícola ao Valor Justo Mensuração
vEntidades, frequentemente, fazem contratos para vender seus ativos biológicos ou
Mensuração produtos agrícolas em data futura. Os preços contratados não são, necessariamente,
relevantes na mensuração do valor justo porque este reflete as condições do mercado
Reconhecimento Inicial corrente em que compradores e vendedores participantes do mercado realizariam a
Valor Justo Mensuração Subsequente
transação.
deve ser Valor Justos vComo consequência, o valor justo de ativo biológico ou produto agrícola não deve ser
ajustado em função da existência do contrato. Em alguns casos, um contrato para venda
Praticável menos Conforme de ativo biológico ou produto agrícola pode ser um contrato oneroso, como definido no
Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
despesas de estabelecer o Contingentes e que é aplicável aos contratos onerosos. (Alterado pela Revisão CPC 03)
venda CPC 16 - vA entidade não deve incluir na estimativa de fluxo de caixa quaisquer expectativas de
Estoques financiamento de ativos, tributos ou restabelecimento do ativo biológico após a
colheita (por exemplo, o custo de replantio de árvores em plantação após a colheita).
Sigo o mercado ou o meu contrato?

Valor Justo

29
Histórico Histórico
1898 Causa julgada pela suprema corte dos EUA
SFAS 157 - unificou os fundamentos conceituais sobre Valor Justo até então desuniformes e espalhados em 61 pronunciamentos do FASB (37 normas3, 4
O congresso dos EUA aprovou a Lei Federal de Avaliação, que determinava itens para a apuração do custo das companhias ferroviárias do país, sobre o qual seria 2006
1913 interpretações, 4 boletins técnicos e 16 posicionamentos).
pago o retorno justo do investimento realizado pelos acionistas.
1929 A contabilidade tornou-se mais conservadora e o valor justo foi abandonado. As falências de bancos e o colapso do mercado sub-prime foram atribuídos à contabilização do valor justo (...) O Congresso até ordenou que a SEC estudasse se a
ARS 3 - O estudo recomendou que quaisquer mudanças no valor dos ativos que poderiam ser “objetivamente determinados” deveriam ser reconhecidas (APB, 1962), 2008
contabilidade de marcação a mercado (valor justo) ajudou a acelerar o colapso do sistema financeiro dos EUA.
por exemplo alterações nos níveis de preços ou alterações nos custos de substituição. Houve uma reação negativa, e até mesmo seu órgão matriz, o AICPA, declarou
1962
que “embora esses estudos sejam uma contribuição valiosa para o pensamento contábil, eles são radicalmente diferentes dos atuais GAAP para aceitação no
Fasb Staff Position (FSP) 157-4: reafirmou a validade dos fundamentos da norma SFAS 157, mas acrescentou uma nova seção caracterizando o que é um
momento” (AICPA, 1962).
mercado anormal e irregular e passou a permitir que o valor justo nesses casos seja apurado por meio de técnicas de avaliação como se o mercado não existisse.
1975 FAS 8 - Ativos e passivos de uma operação realizada no exterior devem ser ajustados ao seu valor justo na data da aquisição. 2009
Isso permitiu que as instituições afetadas pela norma, principalmente os bancos, voltassem a apresentar seus balanços com números semelhantes ao período
SFAC 5 - “Reconhecimento e Mensuração nas Demonstrações Financeiras de Empresas”, forneceu orientação sobre ambos os critérios de reconhecimento e a anterior à explosão da crise, revertendo as perdas antes reconhecidas e restabelecendo o preço de suas ações no mercado acionário.
1984 maneira pela qual os itens devem ser valorizados. O SFAC 5 listou cinco métodos alternativos de avaliação (FASB, 1984): (1) custo histórico, (2) custo atual, (3) valor
de mercado atual, (4) valor realizável líquido e (5) valor presente. 2009 IASB - Exposure Draft Fair Value Measurement published.
SFAS 115 - Títulos de dívida que são “mantidos até o vencimento” deveriam ser reportados pelo custo amortizado. Dívidas e investimentos de capital com valores de 2011 IASB - IFRS 13 Fair Value Measurement issued. Effective for annual periods beginning on or after 1 January 2013
mercado prontamente determináveis que foram designados como “negociação”, foram reportados pelo valor justo e quaisquer ganhos ou perdas não reconhecidos 2012 CPC 46. O valor justo é uma mensuração baseada em mercado e não uma mensuração específica da entidade.
1988 incluídos na receita. Aqueles investimentos que não foram atribuídos a nenhuma das categorias listadas acima foram considerados “disponíveis para venda”.
Investimentos desse tipo também foram reportados pelo valor justo, mas quaisquer ganhos ou perdas não reconhecidos foram reportados como um componente IFRS 13 post-implementation review added to the IASB agenda (The IASB carries out a post-implementation review of each new IFRS or major amendment. This
2017
separado do acionista. capital próprio. is normally carried out two years after the new requirements have become mandatory and been implemented). Comment deadline is 22 September 2017.
Barth e Landsman - "Fundamental issues related to using fair value accounting for financial reporting". A perspectiva do FASB deve se concentrar no valor de saída,
1995 porque sua principal preocupação é o “relatório financeiro dos ativos de uma empresa em vigor e não os ativos a serem adquiridos” (Barth e Lansman, 1995, 103). A Diretoria discutiu um resumo dos comentários recebidos da RFI e a revisão acadêmica em janeiro de 2018. A Presidência observou que há um consenso geral
2018
Assim, sua definição de valor justo deve ser interpretada do ponto de vista do vendedor (ou seja, valor de saída). de que a IFRS 13 está funcionando bem e pediu que a equipe se concentre apenas em possíveis mudanças absolutamente necessárias.

2005 Memorandum of Understanding (MoU) between the IASB and FASB (The Norwalk Agreement - 2002): Project on fair value measurement added to the IASB's agenda. Fonte: Marques (2017); Emerson, Karim e Rutledge (2010); IASB; Lustosa (2010); FASB;

31 32

Conceito de Valor Justo Conceito de Valor Justo


SFAS 157 IFRS 13 CPC 46 O valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um
O valor justo é o preço O valor justo é o preço O valor justo é o preço ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em
que seria recebido para que seria recebido pela que seria recebido pela uma transação ordenada entre participantes do mercado na
vender um ativo ou pago venda de um ativo ou que venda de um ativo ou que data de mensuração. (IASB, FASB, CPC)
para transferir um passivo seria pago pela seria pago pela
em uma transação transferência de um transferência de um
ordenada entre passivo em uma passivo em uma O Valor Justo é somente o Valor de Mercado ?
participantes do mercado transação ordenada entre transação não forçada
na data de mensuração. participantes do mercado entre participantes do Valor de Saída
na data de mensuração. mercado na data de
mensuração.
33 34
Aplicação do Valor Justo em ativos não
financeiros Abordagem
A mensuração do valor justo de um ativo não financeiro leva Uma entidade utilizará técnicas de avaliação que sejam
em consideração a capacidade do participante do mercado de apropriadas nas circunstâncias e para as quais haja dados
gerar benefícios econômicos utilizando o ativo em seu suficientes disponíveis para mensurar o valor justo,
melhor uso possível (highest and best use) ou vendendo-o a maximizando o uso de dados observáveis relevantes e
outro participante do mercado que utilizaria o ativo em seu minimizando o uso de dados não observáveis. Três técnicas
melhor uso. (IASB, IFRS 13) de avaliação amplamente utilizadas são a abordagem de
mercado, a abordagem de custo e a abordagem de receita.
(IASB, IFRS 13)

35 36

Abordagem Hierarquia
Abordagem do mercado: utiliza preços e outras informações relevantes geradas Para aumentar a consistência e a
pelo mercado envolvendo ativos ou passivos idênticos ou comparáveis. comparabilidade nas mensurações do valor
Abordagem do custo: considera o custo de reposição do ativo na ótica de um justo e nas divulgações correspondentes,
participante do mercado que tivesse que comprar ou produzir um bem substituto esta IFRS estabelece uma hierarquia de
de utilidade similar ao bem que seria reposto. valor justo que classifica em três níveis as
Abordagem da Receita: utiliza técnicas de avaliação (valor presente, modelos de informações para as técnicas de avaliação
precificação como Black-Scholes e outros) que apuram o valor de expectativas utilizadas na mensuração do valor justo.
correntes sobre alguma medida de Receita no futuro (por exemplo, fluxos de (IASB, IFRS 13)
caixa ou lucro contábil).
(Lustosa, 2010)

37 38
Hierarquia
Hierarquia Nível 1: são preços cotados (não ajustados) em S
mercados ativos para ativos ou passivos idênticos a que a U
B
entidade possa ter acesso na data de mensuração. J
E
T
Hierarquia Nível 2: são informações que são observáveis I
para o ativo ou passivo, seja direta ou indiretamente, exceto V
preços cotados incluídos no Nível 1. I
D
A
Hierarquia Nível 3: são dados não observáveis para o ativo D
E
ou passivo. (Marques, T. O, 2017)

(IASB, IFRS 13) 39 40

Ganhos e perdas Subvenção governamental


vO ganho ou a perda proveniente da mudança no valor justo menos a despesa de venda de vSubvenção governamental é uma assistência governamental
ativo biológico reconhecido no momento inicial até o final de cada período deve ser incluído no geralmente na forma de contribuição de natureza pecuniária, mas
resultado do exercício em que tiver origem.
não só restrita a ela, concedida a uma entidade normalmente em
vA perda pode ocorrer no reconhecimento inicial de ativo biológico porque as despesas de troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições
venda são deduzidas na determinação do valor justo. O ganho pode originar-se no
reconhecimento inicial de ativo biológico, como quando ocorre o nascimento de bezerro.
relacionadas às atividades operacionais da entidade. Não são
subvenções governamentais aquelas que não podem ser
vO ganho ou a perda proveniente do reconhecimento inicial do produto agrícola ao valor justo, razoavelmente quantificadas em dinheiro e as transações com o
menos a despesa de venda, deve ser incluído no resultado do período em que ocorrer.
governo que não podem ser distinguidas das transações comerciais
v O ganho ou a perda pode originar-se no reconhecimento inicial do produto agrícola como normais da entidade.
resultado da colheita.
vEx: Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) CONAB
Subvenção governamental Subvenção governamental
vA subvenção governamental incondicional relacionada a um ativo vOs termos e as condições das subvenções governamentais variam. Por
biológico mensurado ao seu valor justo, menos a despesa de venda, exemplo, uma subvenção pode requerer que a entidade agrícola cultive
deve ser reconhecida no resultado do período quando, e somente durante cinco anos em determinada localidade, devendo devolvê-la,
quando, se tornar recebível. integralmente, se o cultivo se der em período inferior. Nesse caso, a
subvenção não pode ser reconhecida no resultado antes de se passarem
vSe a subvenção governamental relacionada com o ativo biológico os cinco anos. Contudo, se os termos contratuais permitirem a retenção
mensurado ao seu valor justo menos a despesa de venda for do valor proporcional à passagem do tempo, seu reconhecimento contábil
condicional, inclusive quando exigir que a entidade não se envolva também deve ser proporcional.
com uma atividade agrícola especificada, deve ser reconhecida no vSe a subvenção governamental estiver relacionada com ativo biológico
resultado quando, e somente quando, a condição for atendida. mensurado ao custo menos qualquer depreciação ou perda irrecuperável
acumuladas (ver item 30), o Pronunciamento Técnico CPC 07 – Subvenção
e Assistência Governamentais deve ser aplicado.

Referências
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola. Disponível em:
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 46: Mensuração do Valor Justo. Disponível em:
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=78.
EMERSON, D. J,; KARIM, K. E.; RUTLEDGE, R.W.“Fair Value Accounting: A Historical Review Of The Most Controversial Accounting Issue In
Decades”, Journal of Business & Economics Research, Vol. 8, No.4. 2010.
FASB (2007). Statement of Financial Accounting Standards 157 – Fair Value Measurements. Disponível em www.fasb.org
Ativo Biológico -
IASB – International Accounting Standards Board. IFRS Standard 13: Fair Value Measurement. Disponível em: https://www.ifrs.org/issued-
standards/list-of-standards/ifrs-13-fair-value-measurement/
LUSTOSA, P. R. B. A (In?) Justiça do Valor Justo: SFAS 157, Irving Fisher e Gecon. Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 2010.
Anais... São Paulo: FIPECAFI, 2010.
Contabilização
MARION, José C. Contabilidade Rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 14º edição. São Paulo: Atlas, 2014.
MARQUES, T. O. Informações a valor justo: o atendimento às características qualitativas das estruturas conceituais da contabilidade na
perspectiva dos resultados de estudos empíricos. Tese Doutorado (Doutorado em Ciências Contábeis): Universidade de Brasília, 2017
NAKAO, Sílvio H. Contabilidade Financeira no Agronegócio. São Paulo. Atlas, 2017.
Ativo Biológico X Produto Agrícola

Planta portadora
Planta portadora é uma planta viva que:
(a) é utilizada na produção ou no fornecimento de produtos
agrícolas;
(b) é cultivada para produzir frutos por mais de um período; e
(c) tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto
agrícola, exceto para eventual venda como sucata.
Ativo Biológico Imobilizado (CPC 27)
Não são plantas portadoras: Ativo Biológico ao Valor Justo
Não são plantas portadoras:
Mensuração
(a) plantas cultivadas para serem colhidas como produto agrícola (por
Reconhecimento Inicial
exemplo, árvores cultivadas para o uso como madeira);
Valor Justo é Mensuração Subsequente
(b) plantas cultivadas para a produção de produtos agrícolas, quando há a Praticável Valor Justos
possibilidade maior do que remota de que a entidade também vai colher
e vender a planta como produto agrícola, exceto as vendas de sucata
menos Valor Justos
como incidentais (por exemplo, árvores que são cultivadas por seus frutos despesas de menos
e sua madeira); e venda despesas de
(c) culturas anuais (por exemplo, milho e trigo). venda
Ativo Biológico (CPC 29)

Ativo Biológico ao Valor Justo Produto Agrícola ao Valor Justo


Mensuração Mensuração
Reconhecimento Inicial Reconhecimento Inicial
Valor Justo é Mensuração Subsequente Valor Justo Mensuração Subsequente
impraticável Custos menos: deve ser Valor Justos
a) Depreciação Valor Justos Praticável menos Conforme
b) Perdas por menos despesas despesas de estabelecer o
Impairment test de venda assim
que for possível.
venda CPC 16 -
Estoques
Hierarquia
Abordagem
Abordagem do mercado: utiliza preços e outras informações relevantes geradas Hierarquia Nível 1: são preços cotados (não ajustados) em S
mercados ativos para ativos ou passivos idênticos a que a U
pelo mercado envolvendo ativos ou passivos idênticos ou comparáveis. B
Abordagem do custo: considera o custo de reposição do ativo na ótica de um entidade possa ter acesso na data de mensuração. J
participante do mercado que tivesse que comprar ou produzir um bem substituto E
de utilidade similar ao bem que seria reposto. T
Hierarquia Nível 2: são informações que são observáveis I
Abordagem da Receita: utiliza técnicas de avaliação (valor presente, modelos de para o ativo ou passivo, seja direta ou indiretamente, exceto V
precificação como Black-Scholes e outros) que apuram o valor de expectativas preços cotados incluídos no Nível 1. I
correntes sobre alguma medida de Receita no futuro (por exemplo, fluxos de D
caixa ou lucro contábil). A
Hierarquia Nível 3: são dados não observáveis para o ativo D
(Lustosa, 2010) E
ou passivo.

10 (IASB, IFRS 13) 11

A empresa Cabras S/A tem como atividade principal a produção e a venda de leite. Em
01/01/x1 a empresa adquiriu 5 cabras, pagando um valor total de R$ 5.000,00, à vista.
Contabilização Cabras S/A Até 31/01/x1 a empresa incorreu em gastos, no valor de R$ 500 à vista, para
A empresa Cabras S/A tem como atividade principal a produção e a venda alimentação e cuidados dos animais, para que os mesmos estivessem formados para
de leite. Em 01/01/x1 a empresa adquiriu 5 cabras, pagando um valor produção de leite. Nessa data, o valor justo líquido identificado dos animais era de R$
total de R$ 5.000,00, à vista. Até 31/01/x1 a empresa incorreu em gastos, 6.100,00.
no valor de R$ 500 à vista, para alimentação e cuidados dos animais, para
que os mesmos estivessem formados para produção de leite. Nessa data, Reconhecimento Inicial D – Ativo Biológico em formação R$ 5.000,00
o valor justo líquido identificado dos animais era de R$ 6.100,00. Em
01/04/x1 os animais estão prontos para iniciarem a produção de leite. C – Caixa R$ 5.000,00
Nesse mês, os gastos ocorridos com alimentação e cuidados com as
cabras para produção do leite foram de R$ 400, pagos à vista. Em 05/04 a Gastos à Vista D – Ativo Biológico em formação R$ 500,00
empresa procedeu à extração de leite do dia, gastando R$ 100 para isso.
Nesse dia, foi identificado que o valor justo líquido médio do leite extraído C – Caixa R$ 500,00
era de R$ 650,00. No dia seguinte, depois de extraído, o leite passou por
um processo de higienização para deixá-lo em condições de venda, Ajuste a Valor Justo D – Variação a Valor Justo do Ativo Biológico (BP) R$ 600
gastando R$ 50. A empresa vendeu a produção por R$ 800, à vista.
C – Variação a Valor Justo do Ativo Biológico (DRE) R$ 600
Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
DRE Ativo Circulante
Receita de Vendas - 1.1.1 Caixa 4.500
Ativo Não Circulante
(-) CPV - 1.2.1 Ativo Biológico 6.100 Capital Social 10.000
1.2.1.1 Custo do Ativo Biológico 5.500 Resultado 600
(+/-) Variação a Valor Justo 600,00 1.2.1.2 Variação a Valor Justo 600
(=) Lucro Bruto 600,00 TOTAL 10.600 TOTAL 10.600

Em 01/04/x1 os animais estão prontos para iniciarem a produção de leite.

01/04/x1
D – Ativo Biológico R$5.500
C – Ativo Biológico em formação R$5.500

Nesse mês, os gastos ocorridos com alimentação e cuidados com as cabras


para produção do leite foram de R$ 400, pagos à vista.

D – Produção em Crescimento R$ 400


C – Caixa R$ 400
Em 05/04 a empresa procedeu à extração de leite do dia, gastando R$ 100 para isso. No dia seguinte, depois de extraído, o leite passou por um processo de
higienização para deixá-lo em condições de venda, gastando R$ 50.
D – Produção em Crescimento R$ 100
C – Caixa R$ 100 D – Produção em Crescimento R$ 50,00
C – Caixa R$ 50,00
Nesse dia, foi identificado que o valor justo líquido médio do leite extraído era de
D – Estoque de Leite 700,00
R$ 650,00.
Produção em Crescimento C – Produção em Crescimento 550,00
400,00 C – Variação a Valor Justo do Produto Agrícola 150,00
100,00 A empresa vendeu a produção por R$ 800, à vista.
500,00
D – Caixa 800,00
D – Variação a Valor Justo do Produto Agrícola (BP) R$150 C – Receita de Vendas 800,00
C – Variação a Valor Justo do Produto Agrícola (BRE) R$150
D – Custo do Produto Vendido 700,00
C – Estoque de Leite 700,00

Demonstração do Resultado do Exercício - DRE Balanço Patrimonial


Ativo Passivo + PL
DRE Ativo Circulante
Receita de Venda 800,00 1.1.1 Caixa 4.750
Ativo Não Circulante
(–) CPV -700,00 1.2.1 Ativo Biológico 6.100 Capital Social 10.000
1.2.1.1 Custo do Ativo Biológico 5.500 Resultado 850
(+/–) Variação a Valor Justo 750 1.2.1.2 Variação a Valor Justo 600
(=) Lucro Bruto 850,00 TOTAL 10.850 TOTAL 10.850
Referências
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola. Disponível em:
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 46: Mensuração do Valor Justo. Disponível em:
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=78.

Exercício Fazenda Grande S.A. EMERSON, D. J,; KARIM, K. E.; RUTLEDGE, R.W.“Fair Value Accounting: A Historical Review Of The Most Controversial Accounting Issue In
Decades”, Journal of Business & Economics Research, Vol. 8, No.4. 2010.
FASB (2007). Statement of Financial Accounting Standards 157 – Fair Value Measurements. Disponível em www.fasb.org

Contabilidade Rural Marion IASB – International Accounting Standards Board. IFRS Standard 13: Fair Value Measurement. Disponível em: https://www.ifrs.org/issued-
standards/list-of-standards/ifrs-13-fair-value-measurement/
LUSTOSA, P. R. B. A (In?) Justiça do Valor Justo: SFAS 157, Irving Fisher e Gecon. Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 2010.
Anais... São Paulo: FIPECAFI, 2010.
MARION, José C. Contabilidade Rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 14º edição. São Paulo: Atlas, 2014.
MARQUES, T. O. Informações a valor justo: o atendimento às características qualitativas das estruturas conceituais da contabilidade na
perspectiva dos resultados de estudos empíricos. Tese Doutorado (Doutorado em Ciências Contábeis): Universidade de Brasília, 2017
NAKAO, Sílvio H. Contabilidade Financeira no Agronegócio. São Paulo. Atlas, 2017.

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