Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Saethe Teresina

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 90

>>> SAETHE 2016

Sistema de Avaliação
Educacional de Teresina

ISSN 2359-5426

revista do
PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA
2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

entrevista
Avaliação externa:
instrumento de mudança

o programa
O Sistema de Avaliação Educacional
de Teresina – SAETHE

resultados
Os resultados alcançados em 2016
ISSN 2359-5426

>>> SAETHE 2016


Sistema de Avaliação Educacional de
Teresina

revista do
PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA
2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
FICHA CATALOGRÁFICA
TERESINA. Secretaria Municipal de Educação.
SAETHE – 2016 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 (jan./dez. 2016), Juiz de Fora, 2016 – Anual.
Conteúdo: Revista do Professor - Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do Ensino Fundamental.
ISSN 2359-5426

CDU 373.3+373.5:371.26(05)
PREFEITO DE TERESINA
Firmino da Silveira Soares Filho

VICE-PREFEITO DE TERESINA
Luiz de Sousa Santos Júnior

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Kleber Montezuma Fagundes dos Santos

SECRETÁRIA EXECUTIVA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Irene Nunes Lustosa

DIVISÃO DE AVALIAÇÃO
Giovanna Saraiva Bezerra Barbosa
Maria Salete Linhares Boakari
Daniela Bandeira de Carvalho
Vivian Veloso Chaves
Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora
Marcus Vinicius David

Coordenação Geral do CAEd


Lina Kátia Mesquita de Oliveira

Coordenação da Unidade de Pesquisa


Tufi Machado Soares

Coordenação de Análises e Publicações


Wagner Silveira Rezende

Coordenação de Design da Comunicação


Rômulo Oliveira de Farias

Coordenação de Gestão da Informação


Roberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo

Coordenação de Instrumentos de Avaliação


Renato Carnaúba Macedo

Coordenação de Medidas Educacionais


Wellington Silva

Coordenação de Monitoramento e Indicadores


Leonardo Augusto Campos

Coordenação de Operações de Avaliação


Rafael de Oliveira

Coordenação de Processamento de Documentos


Benito Delage
sumário

7 apresentação

entrevista o programa
9 Avaliação externa: 16 O Sistema de Avaliação Educacional
instrumento de mudança de Teresina – SAETHE

resultados padrões e itens


29 Os resultados alcançados em 2016 50 Padrões de desempenho
33 Resultados da escola 51 Língua Portuguesa - Leitura
35 Roteiros de leitura e 59 Língua Portuguesa - Escrita
análise de resultados
67 Matemática
46 Resultados por turma
sugestões pedagógicas
75 Sugestões para a prática pedagógica
apresentação

P rofessor, esta revista é para você. Pensada e fei-


ta para possibilitar seu uso no cotidiano peda-
gógico. Nela, você encontra os resultados da sua es-
dos estudantes. Esse roteiro propõe algumas ativida-
des, cujo objetivo é fornecer ferramentas que permi-
tam a interpretação pedagógica dos resultados.
cola no SAETHE 2016. Com esses resultados, você Além dos resultados obtidos nos testes realiza-
obtém um diagnóstico do desempenho de seus es- dos pelos estudantes, você tem acesso a algumas
tudantes nos testes de proficiência. A partir disso, po- informações sobre o contexto da sua escola, como
tencialidades e fragilidades podem ser identificadas o Índice Socioeconômico (ISE), e indicadores de
no processo de ensino e aprendizagem, permitindo qualidade, como o Índice de Desenvolvimento da
uma ampla reflexão sobre as práticas pedagógicas. Educação Básica (Ideb).
Inicialmente, apresentamos o SAETHE e as infor- Por fim, apresentamos sugestões para a prática
mações que o constituem: os dados fornecidos pela pedagógica, com o objetivo de auxiliá-lo na utili-
avaliação, bem como os dados da realidade escolar, zação dos resultados da avaliação, para que ações
os quais compõem esse grande cenário que é o Sis- pedagógicas sejam planejadas e executadas em sua
tema de Avaliação Educacional de Teresina. escola. Trata-se de uma sugestão de ação. Seu intui-
A partir de uma análise do panorama do sistema to não é outro senão incentivá-lo a tratar os dados
de avaliação, desde sua criação, no ano de 2014, até da avaliação como parte do Projeto Político Pedagó-
seu penúltimo ciclo de aplicação, em 2015, apresen- gico da escola.
tamos os dados do programa, dando ênfase aos ga- Nosso compromisso é oferecer a você uma visão
nhos experimentados pela rede municipal de ensino geral da avaliação externa e dos resultados obtidos
no que diz respeito aos resultados. por sua escola no SAETHE. Esses resultados devem
Em seguida, trazemos os resultados da avaliação ser amplamente debatidos, com o envolvimento de
de 2016. Junto às informações pertinentes aos resul- toda a comunidade escolar. Esperamos que este
tados – participação, proficiência média, percentual material atinja esse propósito.
de estudantes pelos padrões de desempenho, per-
centual de acerto por habilidade avaliada –, oferece- Boa leitura!
mos a você um roteiro que pode ajudá-lo a ler e a
compreender as informações produzidas pelo SAE-
THE, de modo que você possa utilizá-las para siste-
matizar estratégias para a melhora do desempenho

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  7


Kleber Montezuma Fagundes dos Santos
Secretário Municipal de Educação de Teresina

Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Fe-


deral do Piauí (1985) e Mestre em Educação pela Universidade
Federal do Piauí (1995). Doutor em Políticas Públicas pela Uni-
versidade Federal do Piaui. Professor da Universidade Estadual
do Piauí. Economista da Prefeitura Municipal de Teresina. Foi
professor da Universidade Federal do Piauí, do Instituto Camillo
Filho. Professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Mara-
nhão. Tem experiência na área de Educação e Gestão, atuando
principalmente nos seguintes temas: gestão educacional, do-
cência no ensino superior, movimento de professores, cidada-
nia, gestão pública e questão urbana.

8  SAETHE 2016
entrevista
Avaliação externa:
instrumento de mudança

O Secretário Municipal de Educação de Teresina, Kleber Montezuma Fa-


gundes dos Santos, fala sobre a importância da avaliação externa para a
educação teresinense.

CAEd – Secretário, uma das coisas caminhando na direção dos objetivos


que nos chamam a atenção no SAE- propostos.
THE é a preocupação com a avalia-
ção dos anos iniciais do ensino fun- CAEd – Depois de instituir essa
damental, e um diferencial do projeto avaliação da educação infantil, é pos-
é a avaliação da educação infantil. sível perceber algum movimento di-
Qual foi a motivação do município ferenciado nas escolas?
para avaliar esta etapa, especifica- Secretário – Está ocorrendo uma
mente? verdadeira revolução nas escolas.
Secretário – A motivação foi dada Com o programa de ensino estrutu-
pela experiência observada nas esco- rado, com a organização do trabalho
las particulares, em que as crianças voltado ao desenvolvimento das habi-
são alfabetizadas até os cinco anos lidades e com a avaliação, responsável
de idade. Na rede pública, tínhamos por captar o resultado do que é reali-
crianças que chegavam aos dez anos zado, nós estamos conseguindo reo-
sem ter consolidado o processo de rientar nossas ações. Isso tem levado
alfabetização. Idealizamos o proje- os professores a trabalhar de forma
to para iniciarmos esse processo já planejada e com objetivos melhor de-
na pré-escola, de tal modo que os finidos. O retorno dos resultados das
alunos, ao chegar no Ensino Funda- avaliações tem sido fundamental para
mental, estejam preparados para con- que as escolas possam se replanejar.
solidar a alfabetização. Para isso, nós Hoje, já observamos que o percentual
precisávamos não só de um progra- de alunos que chegam alfabetizados
ma estruturado, que facilitasse o tra- ao 1º ano do ensino fundamental au-
balho dos professores, mas também mentou em mais de 20% entre 2014 e
de um modelo de avaliação adequada 2016. Pelas nossas avaliações prelimi-
à idade dessas crianças. Uma avalia- nares, nós estamos com a expectativa
ção em que se conseguisse perceber de que entre 80% e 85% dos alunos já
se aquilo que está sendo feito está cheguem alfabetizados ao 1º ano em
2017. As equipes escolares da Educa-

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  9


ção Infantil estão muito motivadas com Esses alunos têm acesso a um trabalho
esse trabalho e as do Ensino Funda- pedagógico que dialoga melhor com o
mental estão muito satisfeitas porque nível avançado em que se encontram.
estão recebendo alunos melhor prepa- As avaliações do SAETHE são muito
rados. importantes para identificarmos esses
estudantes com os melhores desempe-
CAEd – O senhor destaca a boa uti- nhos, de modo que possamos oferecer
lização da avaliação pelas equipes das atividades que desafiem estes alunos a
pré-escolas, o que reflete aumento dos buscarem resultados de excelência, em
índices de alfabetização no município. diversas olimpíadas regionais e nacio-
Isso também ocorre nas outras etapas nais.
em que o sistema de ensino é avaliado?
Secretário – Sim, nas outras etapas CAEd – Vamos falar sobre o Índice
a avaliação também orienta todo o pla- de Desenvolvimento da Educação Bá-
nejamento, inclusive a formação dos sica, o Ideb. A rede municipal obteve
professores. Por meio dos resultados um resultado bem interessante: tanto
das avaliações do SAETHE, nós detec- nos anos iniciais quanto nos anos finais
tamos as habilidades que têm o menor do ensino fundamental. O município
índice de acertos. Essas habilidades registrou um aumento significativo no
compõem um quadro para a reorienta- Ideb de 2013 para 2015. Nos anos ini-
ção do nosso planejamento, a progra- ciais, o Índice subiu de 5,0 para 6,1 e,
mação da formação dos professores, nos anos finais, de 4,3 para 5,2. Qual
inclusive os projetos de reforço escolar foi o trabalho realizado para atingir
que estamos fazendo. esse crescimento e superar, inclusive,
as metas estipuladas pelo Ministério da
CAEd – E essas ações têm boas en- Educação?
tradas nas escolas? Secretário – Nós trabalhamos, no
Secretário – Sim, excelente recepti- município, com um planejamento es-
vidade. Os professores se sentem mais tratégico, que visa não só à questão da
seguros, porque agora têm respostas gestão, mas, sobretudo, às estratégias
mais claras e objetivas sobre o desem- de ensino que nós implementamos na
penho dos alunos. rede. Nós temos um conjunto de ha-
bilidades que coincide com aquelas
CAEd – A rede municipal de Te- presentes nas matrizes de referência
resina obteve 74 medalhas na última das avaliações externas. Estas habili-
Olimpíada Brasileira de Astronomia dades direcionam a formação e o pla-
e Aeronáutica, a OBA. Isso provavel- nejamento dos professores e também
mente tem relação com um programa orientam a gestão da escola para lograr
desenvolvido no município, o Cidade êxito com as metas estabelecidas. Por
Olímpica Educacional. O senhor pode- meio da avaliação, nós temos os re-
ria falar um pouco sobre ele? sultados, sabemos as habilidades com
Secretário – O programa Cidade maiores e menores índices de acertos.
Olímpica Educacional seleciona alunos Temos o cuidado de trabalhar de ma-
com altos índices de desempenho, ma- neira integrada, levando em conta a
triculados nas escolas da rede, para te- gestão, a formação dos professores e
rem aulas extras de diversas disciplinas. o ensino. Tudo isso ancorado nas infor-

10  SAETHE 2016


mações geradas pela avaliação. Mas o se esses alunos estão avançando ou
que é mais importante não é termos não em seu desempenho estudantil?
os resultados e sim o uso que nós Se estão avançando, o quanto estão
fazemos desses resultados e a velo- avançando? Como você sabe se você
cidade com que nós conseguiremos está ou não numa trajetória correta,
imprimir ações baseadas no retorno para chegar ao final da década e lo-
dessas informações. grar êxito em tudo aquilo que foi es-
tabelecido pelo PME? Nós temos um
CAEd – Sobre o Plano Municipal de instrumento que ajuda, orienta, ilumi-
Educação, o PME, que, em Teresina, é na o nosso trabalho, que é a avaliação.
elaborado e acompanhado de forma Com uma avaliação parametrizada,
democrática: qual é a importância que utiliza uma matriz de referência
de existir, além dos documentos na- consonante com a utilizada na Pro-
cionais, que orientam as diretrizes da va Brasil e nas provas padronizadas,
educação, um plano municipal? é possível saber como nós estamos
Secretário – Eu considero que um e, sobretudo, o que precisamos fazer
dos grandes ganhos da educação para corrigir rumos, quando necessá-
brasileira foi conseguir ter um Plano rio.
O retorno dos Nacional de Educação que orienta a
educação em nível nacional e que es- CAEd – Gostaríamos que o senhor
resultados das tabelece, pelos seus objetivos, metas deixasse um recado para os profissio-
avaliações tem para as mais variadas áreas da edu- nais da educação do município, de
sido fundamental cação, seja na implantação da escola estímulo à continuidade do trabalho
de tempo integral, na formação dos que vem sendo realizado.
para que as professores, na valorização dos pro- Secretário – Eu sou grato a todos
escolas possam fissionais, na ampliação de vagas, na os professores da nossa rede. Eu sou
se replanejar. universalização de vagas para a edu- grato a todos os gestores das nossas
cação infantil, no financiamento da escolas. Porque, fundamentalmente,
educação. Isso teve um desdobra- são eles que implementam as políticas
mento nos estados e, também, nos educacionais. Eles têm conseguido fa-
municípios. A partir dessa orientação zer isso de uma forma bastante com-
geral é possível fazer o que tem de ser petente, como reflete o nosso resulta-
feito, ano após ano, de acordo com do na última Prova Brasil. Isso mostra
os objetivos estabelecidos e as metas que nós podemos alcançar patamares
que foram determinadas. mais avançados em relação aos níveis
de proficiência. Nós acreditamos que
CAEd – O senhor enxerga que, estamos no rumo certo, pois nossos
de alguma forma, a avaliação externa professores demonstraram ser ca-
pode auxiliar no monitoramento das pazes, responsáveis e competentes
metas do plano? para desempenhar essa tarefa e, mais
Secretário – A avaliação tem um do que isso, os nossos alunos são in-
peso fundamental. Como você sabe teligentes. Quando ensinamos, eles
em que situação a sua rede de esco- aprendem.
las está em um determinado momen-
to? Como você sabe qual é o nível de
aprendizado dos alunos em um deter-
minado momento? Como você sabe

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  11


Aprender - Direito de todos
Aprender é um direito de todos. A materialização pode interferir nos resultados, é importante destacar
desse direito é um enorme desafio para professores, também aqueles internos à vida da escola: as carac-
gestores e toda a comunidade escolar. terísticas da gestão, as práticas pedagógicas, o clima
O direito à aprendizagem está relacionado com escolar etc.
objetivos que trabalham os aspectos cognitivos, que O clima escolar está relacionado a vários aspec-
são fundamentais e, portanto, devem ser atingidos. tos característicos do processo educativo e que são
Entretanto, cabe à escola, para que este direito seja, importantes para um bom desenvolvimento das ati-
de fato, uma realidade, trabalhar também com valo- vidades curriculares: convivência, cuidado, discipli-
res que estão relacionados à formação do ser huma- na, interesse e motivação, organização e seguran-
no e à construção de uma sociedade justa, demo- ça; uma gestão democrática comprometida com a
crática e solidária. Essa é a complexidade da ação qualidade da educação; professores comprometi-
pedagógica que desafia o dia a dia dos profissionais dos com o sucesso escolar e com a viabilização do
da educação. Nesse sentido, a definição das orien- direito dos seus alunos aprenderem etc. Todos esses
tações curriculares, e a implementação do projeto aspectos refletem uma concepção de escola e de
político pedagógico no interior de cada escola são educação, perpassando toda a dinâmica da escola,
elementos essenciais para garantir o êxito do pro- inclusive na forma como a avaliação é concebida e
cesso educativo. apropriada pelos agentes que a constituem. Logo,
A avaliação em larga escala se situa no interior de tudo isso deve estar contido no projeto político pe-
cada escola, em particular, e na rede de ensino, de dagógico da escola, a partir de um marco referencial
modo geral, como uma linha auxiliar ou uma ferra- que trabalha a formação de valores e, portanto, a
menta para que o direito de aprender seja garantido importância da educação na vida dos estudantes.
a todos os estudantes. É nesse sentido que os resultados do SAETHE
A igualdade de oportunidades educacionais é 2016 devem ser apropriados pela comunidade es-
um dos pilares para a construção de uma escola colar, como um diagnóstico importante para as re-
democrática, inclusiva e de qualidade. É com esse visões necessárias ao processo pedagógico desen-
olhar que professores e gestores devem analisar e se volvido. Devem ser analisados em conjunto com as
apropriar dos resultados da avaliação em larga esca- atividades curriculares e com os processos de avalia-
la, dando vida e significado pedagógico aos núme- ção interna previstos no cotidiano da escola.
ros, aos gráficos, aos dados estatísticos. Sabemos que são muitos os desafios da escola
Os dados não falam por si. Eles devem ser con- no mundo atual: ela deve ser um espaço de conhe-
textualizados, considerando vários fatores que estão cimento, de liberdade, de criação, de cidadania e de
relacionados com os resultados obtidos pela escola busca permanente pela equidade, além de transmitir
no processo de avaliação em larga escala. São um os conhecimentos historicamente acumulados. E é
ponto de partida, um convite à análise e ao plane- com o olhar de educador que enfrenta esses desa-
jamento para promover a equidade e melhorar a fios e mantém a esperança e a capacidade de luta
qualidade do ensino ofertado. As avaliações externas que convidamos você a acompanhar os relatos a
complementam o trabalho diário da escola e suas seguir.
avaliações internas, jamais as substituem.
Além do perfil socioeconômico, que já vem sen-
do estudado pelas avaliações como um fator que

12  SAETHE 2016


Um desafio que se transformou em um grande orgulho
O dia na Escola Municipal Professor Manoel Pau- fizeram com que os resultados atingidos nas avalia-
lo Nunes amanheceu com um prenúncio positivo ções externas não fossem os esperados. Até os fa-
para o município de Teresina. Isso porque, segundo miliares costumavam preferir que seus filhos fossem
a sabedoria popular, quando chove no dia de San- matriculados em outras escolas.
ta Luzia, é sinal de que o inverno que se aproxima Aos poucos, as mudanças na gestão da escola
será bom. A chuva, que não decepcionou naquela foram trazendo mais motivação aos professores e
manhã, não nos impediu de conhecer a rotina da modificando as relações que ali se estabeleciam en-
escola. tre alunos, docentes e a direção. A diretora nos mos-
“A escola aqui é mais antiga, a entrada não é tão tra o seu espaço. As mesas do refeitório, novinhas
bonita quanto as das escolas novas. Mas o que im- em folha, compõem um ambiente que agora tem
porta é o que acontece lá dentro”. Então seguimos dupla função. "Essas cadeiras eram carteiras velhas,
para descobrir. A diretora nos recebe com um sor- com os braços quebrados. Mandamos reformar to-
riso de quem se orgulha do trabalho que desenvol- das, e agora elas fazem parte do nosso auditório".
ve. Ela foi convidada a assumir a direção da Paulo Em seguida vamos à biblioteca, que foi reorgani-
Nunes quando a escola era considerada um gran- zada e hoje recebe os alunos com mais frequência.
de desafio. Alguns problemas na gestão da equipe Mas são os troféus na estante que nos chamam a
pedagógica e dificuldades para lidar com os alunos atenção. A diretora nos conta que eles são resulta-

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  13


do do projeto de handebol desenvolvido pelo professor de educação física.
Muitos alunos considerados dispersos e indisciplinados se envolveram com
esse projeto, melhorando seu comportamento e seu desempenho escolar.
Os alunos descobriram uma paixão por esse esporte e, hoje, disputam diver-
sos campeonatos estudantis, alguns, inclusive, fora do Brasil.
Visitamos algumas salas de aula de alunos que participariam do SAETHE
naquela semana. Eles parecem animados e confiantes para os testes que irão
realizar. “Vocês gostam de estudar aqui?”, pergunta a diretora, para ser res-
pondida com um sonoro “Sim!”, uníssono. Eles garantem, sorrindo, que não
estão respondendo apenas para agradar a diretora ali presente. Então, aguar-
damos o intervalo das aulas. “Hoje, o intervalo é anunciado calmamente, pelo
microfone. Não utilizamos mais aquele sinal barulhento que deixava os alu-
nos agitados”, conta a diretora, enquanto os alunos deixam tranquilamente as
salas de aula. Conversamos com alguns estudantes para saber deles o que a
Paulo Nunes tem que a faz tão especial.

14  SAETHE 2016


f "Se eu fosse contar pra alguém como é a minha
escola, eu resumiria em uma palavra: Maravilhosa."

f "Hoje não fica ninguém sem aula. Se o professor


falta por algum motivo, a própria diretora vai até a sala
e propõe atividades."

f "Saímos de um Ideb de 3,6 nos anos finais do ensino fundamen-


tal, em 2013, para o maior Ideb da rede municipal de todo o estado
do Piauí, em 2015. Isso é a prova de que, quando há pessoas bem
intencionadas e com vontade de trabalhar, o resultado aparece."

f "Fui assistir ao treino de handebol, gostei e acabei entran-


do para o time. Hoje já viajei para Fortaleza e outros lugares."

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  15


o programa
O Sistema de Avaliação Educacional de
Teresina – SAETHE
A qui, você encontra um pouco da história do SAETHE, das principais mudanças
ocorridas ao longo do tempo e dos ganhos experimentados pela rede muni-
cipal de ensino no que diz respeito aos seus resultados. Uma história feita não só de
números, gráficos e dados, mas, principalmente, enredada pela vida escolar e pelo
dia a dia de milhares de crianças e jovens teresinenses.

A Secretaria Municipal de Educação de Teresina implantou, em 2014, sistema


próprio de avaliação do desempenho dos estudantes da rede pública municipal.
Alguns aspectos positivos estão relacionados a um sistema próprio, como o Sis-
tema de Avaliação Educacional de Teresina (SAETHE). Dentre eles, a utilização de
estudos que visam compreender o processo de ensino e aprendizagem na própria
realidade, bem como a possibilidade de se avaliar um número maior de estudantes
em comparação às avaliações amostrais realizadas no âmbito nacional.
Outro aspecto positivo associado ao SAETHE é a sua ênfase na educação de
base, notadamente na educação infantil e no ensino fundamental. Essas etapas
de ensino são, inclusive, objeto de esforços empreendidos pelo setor público, no
período recente, para a melhoria da qualidade da oferta dos sistemas públicos de
2014 ensino. O crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
no ensino fundamental é mais substancial do que o observado no ensino médio.
O SAETHE se caracteriza por elevados níveis de participação, como indica o
gráfico 1.
Gráfico 1
Taxas de Participação SAETHE

95%
94%
94%
93%
93%

92%

91%

90%

89%
88%
88%

87%

86%

85%
2014 - Entrada 2014 - Saída 2015

Fonte: CAEd/UFJF

16  SAETHE 2016


Em 2014, foram realizadas duas avaliações – entrada e saída. Na primeira, foram avaliados o 2º, 4º e 8º
anos do ensino fundamental. Na segunda, foram avaliados esses anos e o 2º período da educação infantil.
Em 2015, foram avaliados o 2º período da educação infantil e o 2º, 3º e 7º anos do ensino fundamental.
Para estimar o desenvolvimento da aprendizagem, apresentamos os principais resultados referentes ao
desempenho dos estudantes da rede municipal de Teresina nas avaliações externas realizadas desde 2014.
Os gráficos 2 e 3 mostram os resultados de língua portuguesa para a avaliação de entrada de 2014. A
proficiência dos estudantes do 2° ano os alocou no padrão adequado. Em relação às demais etapas, 4° e 8°
ano, no padrão básico. Notamos ainda que inexistiu diferença significativa entre os estudantes da zona rural
em relação aos estudantes do zona urbana.
Gráfico 2
Proficiência Média em Língua Portuguesa por Localização – 2EF/4EF – SAETHE Entrada 2014

529,5
2º ANO
508,8

616,5
4º ANO
630,0

0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 900,0 1000,0

Urbana Rural

Fonte: CAEd/UFJF

Gráfico 3
Proficiência Média em Língua Portuguesa por Localização – 8EF – SAETHE Entrada 2014

Rural 222,4

Urbana 223,8

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 500,0

Fonte: CAEd/UFJF

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  17


Os resultados de matemática são apresentados nos gráficos 4 e 5. Novamente, não constatamos diferen-
ças significativas entre estudantes pertencentes a escolas de diferentes localidades. Quando consideramos
os padrões de desempenho, o pior resultado foi o do 8° ano cuja média foi alocada no padrão abaixo do
básico. Embora os resultados em matemática do 2° e 4° anos tenham sido melhores, ambas as médias ainda
se encontravam no padrão básico.
Gráfico 4
Proficiência Média em Matemática por Localização – 2EF/4EF – SAETHE Entrada 2014

449,4
2º ANO
435,9

530,2
4º ANO
535,3

0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0

Urbana Rural

Fonte: CAEd/UFJF

Gráfico 5
Proficiência Média em Matemática por Localização – 8EF – SAETHE Entrada 2014

Rural 218,2

Urbana 222,7

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 500,0
Fonte: CAEd/UFJF

18  SAETHE 2016


Os resultados da avaliação realizada no final de 2014 são apresentados nos gráficos 6 a 9. Repete-se a
tendência de observarmos o padrão de língua portuguesa piorar conforme avançamos na progressão esco-
lar. Com efeito, na educação infantil e no 2° ano as médias de proficiência pertenciam ao padrão adequado,
mas as demais etapas atingiram apenas o padrão básico.
Gráfico 6:
Proficiência Média em Língua Portuguesa por Localização – 2EI/2EF/3EF/4EF – SAETHE Saída 2014

587,5
Educação Infantil
575,6

571,8
2º ANO
549,5

586,3
3° ANO
591,1

629,4
4º ANO
629,1

500,0 520,0 540,0 560,0 580,0 600,0 620,0 640,0

Urbana Rural

Fonte: CAEd/UFJF

Gráfico 7
Proficiência Média em Língua Portuguesa por Localização – 8EF – SAETHE Saída 2014

Rural 232,0

Urbana 229,2

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 450,0 500,0
Fonte: CAEd/UFJF

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  19


Em contraste com o que observamos para o início de 2014, os gráficos 8 e 9 mostram que na maior
parte das etapas a proficiência média atingiu o padrão adequado. A exceção ficou por conta do 8° ano que
atingiu o padrão básico, apresentando, todavia, uma evolução já que essa etapa encontrava-se abaixo do
básico no início do ciclo.
Outro fato digno de nota é que, tanto em língua portuguesa quanto em matemática, o desempenho nos
primeiros anos de escolaridade se mostrou mais sensível à intervenção escolar, em relação ao desempenho
nos anos posteriores. Podemos observar que as evoluções do 2° e 4° anos são mais destacadas do que a
verificada para o 8° ano.
Gráfico 8
Proficiência Média em Matemática por Localização – 2EF/3EF /4EF – SAETHE Saída 2014

501,8
2º ANO
483,8

517,1
3° ANO
518,1

566,2
4º ANO
573,4

0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 900,0 1000,0

Urbana Rural
Fonte: CAEd/UFJF

Gráfico 9
Proficiência Média em Matemática por Localização – 8EF – SAETHE Saída 2014

Rural 232,4

Urbana 231,0

230,0 230,5 231,0 231,5 232,0 232,5 233,0

Fonte: CAEd/UFJF

20  SAETHE 2016


Os resultados da avaliação única de 2015 são objeto dos gráficos
10 a 13. Verificamos mais uma vez a ausência de diferenças relevantes
entre resultados de estudantes da zona rural e de estudantes da zona
urbana.
2015 Os resultados de língua portuguesa apresentados no gráfico 6
mostram que a média do 2° período ficou no padrão avançado, e
as do 2° e 3° anos no padrão adequado. Apenas a média do 7° ano
encontrou-se no padrão básico, repetindo a tendência de etapas mais
avançadas terem um desempenho relativamente pior que as demais.

Gráfico 1
Proficiência Média em Língua Portuguesa por Localização – 2EI/2EF/3EF – SAETHE Saída 2015

600,4
2º PERÍODO
598,5

601,9
2º ANO
565,3

610,2
3º ANO
590,6

540,0 550,0 560,0 570,0 580,0 590,0 600,0 610,0 620,0

Urbana Rural
Fonte: CAEd/UFJF

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  21


Gráfico 11
Proficiência Média em Língua Portuguesa por Localização – 7EF – SAETHE Saída 2015

Rural 207,7

Urbana 217,2

202,0 204,0 206,0 208,0 210,0 212,0 214,0 216,0 218,0

Fonte: CAEd/UFJF

Em 2015, os resultados de matemática permaneceram estáveis quando consideramos os padrões de


desempenho observados em 2014. Os anos avaliados naquele ciclo, 2° e 3° ano, mantiveram-se no padrão
adequado de desempenho. O 7° ano, por sua vez, atingiu o padrão básico.
Gráfico 12
Proficiência Média em Matemática por Localização – 2EF/3EF/7EF – SAETHE saída 2015

521,8
2º ANO
486,6

537,5
3º ANO
520,7

221,0
7º ANO
212,0

0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0

Urbana Rural

Fonte: CAEd/UFJF

22  SAETHE 2016


Gráfico 13
Proficiência Média em Matemática por Localização – 7EF – SAETHE Saída 2015

Rural 212,0

Urbana 221,0

206,0 208,0 210,0 212,0 214,0 216,0 218,0 220,0 222,0

Fonte: CAEd/UFJF

A avaliação em Teresina, desde 2014, permitiu o (re)planejamento das ações da rede municipal, que al-
cançou bons indicadores de qualidade, como apresentado nos gráficos 14 e 15. Em 2013, o Ideb observado
dos anos iniciais não alcançou a meta, ficando 0,3 ponto abaixo do esperado. Em 2015, para essa etapa,
houve crescimento de 1,1 ponto, o suficiente, inclusive para ultrapassar a meta em 0,5 ponto. O desenvol-
vimento da qualidade da educação ofertada nos anos finais, pela rede municipal, acompanhou a evolução
notada para o primeiro ciclo do ensino fundamental: em 2013, o Ideb observado não atingiu a meta e, em
2015, ele a ultrapassou, ainda que timidamente, traduzindo crescimento de 0,9 ponto no indicador.
Gráfico 14:
Ideb – Metas e Índices Alcançados – Anos Iniciais

10,0

8,0

6,0

4,0

6,1
5,3 5,6
5,0
2,0

0,0
2013 2015

META IDEB
Fonte: Inep

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  23


Gráfico 15
Metas e Índices Alcançados – Anos Finais

10,0

8,0

6,0

4,0

5,1 5,2
4,8
2,0 4,3

0,0
2013 2015

META IDEB

Fonte: Inep

As análises do desempenho de estudantes e do Ideb não podem se dar isoladamente. Para o pleno de-
senvolvimento da qualidade da educação, é preciso tomarmos outros dados do contexto, como as carac-
terísticas dos atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Com efeito, para a composição de um perfil sociodemográfico das escolas é preciso olhar também para
as características dos professores – atores importantes para o funcionamento escolar e para a eficácia do
processo de ensino e aprendizagem.
Na edição de 2014 do SAETHE, constatamos que a grande maioria dos professores das etapas avaliadas
era do sexo feminino. As mulheres representavam 84% do total de docentes. No que diz respeito à cor/raça
declarada, 63% dos professores da rede municipal de Teresina se autodeclararam pardos, brancos e pretos
responderam por 18% e 15% do total, respectivamente. Os demais professores se autodeclararam amarelos
ou indígenas.
Os gráficos 14 e 16 trazem informações mais detalhadas para a escolaridade e a experiência dos profes-
sores.
Notamos que a maioria dos professores possuía especialização. Além disso, cerca de 23% fizeram peda-
gogia ou normal superior. Uma minoria se formou em outras áreas ou possuía pós-graduação stricto senso.

24  SAETHE 2016


Gráfico 16
Escolaridade dos Professores – SAETHE 2014

Doutorado ou posterior. ,0%

Mestrado. 1,9%

Especialização (mínimo de 360 horas). 52,0%

Ensino Superior – Outros. 1,9%

Ensino Superior – Licenciatura. 19,8%

Ensino Superior – Pedagogia ou Normal Superior. 22,8%

Ensino Médio – Magistério. 1,6%

0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Fonte: CAEd/UFJF

A maioria dos professores possuía experiência na carreira docente entre um e dez anos. Contudo, um
percentual significativo (16,4%) afirmaram possuir mais de 21 anos de sala de aula.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  25


Gráfico 17
Experiência dos Professores – SAETHE 2014
35,0%

29,3%
30,0%

25,0% 23,5%

20,0%
16,4%
14,7%
15,0%
11,4%

10,0%

4,7%
5,0%

0%
Há menos de 1 Entre 1 e 5 anos. Entre 6 e 10 Entre 11 e 15 Entre 16 e 20 Há mais de 21
ano. anos. anos. anos. anos.
Fonte: CAEd/UFJF

Em 2015, a grande maioria dos professores (88%) afirmou ser do sexo feminino, 69% eram da cor/raça
parda, seguidos de pretos(a), brancos(a) e amarelos(a), 15%, 13% e 3%, respectivamente. Nenhum professor
autodeclarou-se indígena. A maior parte dos professores possuía idade entre 26 e 40 anos.
A maioria dos professores, à época, tinha especialização como o maior grau de escolaridade, como pode
ser observado no gráfico 16. No que se refere ao tempo de experiência total, objeto do gráfico 17, a maioria
dos professores informou possuir entre um e dez anos de experiência no total (52%).
Gráfico 18
Doutorado
Escolaridade dos Professores ou posterior.
– SAETHE 2015 ,0%

Mestrado. 1,9%

Especialização (mínimo de 360 horas). 52,0%

Ensino Superior – Outros. 1,9%

Ensino Superior – Licenciatura. 19,8%

Ensino Superior – Pedagogia ou Normal Superior. 22,8%

Ensino Médio – Magistério. 1,6%

0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Fonte: CAEd/UFJF

26  SAETHE 2016


Gráfico 19
Experiência dos Professores – SAETHE 2015

35,0%

29,3%
30,0%

25,0% 23,5%

20,0%
16,4%
14,7%
15,0%
11,4%

10,0%

4,7%
5,0%

0%
Há menos de 1 Entre 1 e 5 anos. Entre 6 e 10 Entre 11 e 15 Entre 16 e 20 Há mais de 21
ano. anos. anos. anos. anos.
Fonte: CAEd/UFJF

Nesta apresentação, procuramos destacar as principais tendências e conjunturas da educação em Teresi-


na que puderam ser observadas a partir do SAETHE, até 2015. Destacamos, ainda, que os dados da avaliação
são mais amplos do que os expostos neste breve resumo. De todo modo, a partir deles, tendo em vista as
melhorias ou as dificuldades diagnosticadas, é possível levantar hipóteses sobre os motivos pelos quais elas
foram obtidas. Eles podem ser inúmeros e oriundos de diferentes fontes.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  27


Este é um exercício que cabe a todos os profissionais envolvidos com a edu-
cação no município de Teresina. Os resultados da avaliação podem ser o ponto
de partida para uma série de reflexões acerca das políticas públicas educacio-
nais e das ações, pedagógicas e de gestão, no interior de cada escola, pois os
resultados do SAETHE são, na verdade, um dos muitos aspectos que envolvem
a realidade educacional da rede municipal de ensino. Debruçar-se sobre eles e
analisá-los é uma ação essencial para que os mesmos cumpram um importante
papel na garantia do direito de toda criança aprender!

28  SAETHE 2016


resultados
Os resultados alcançados em 2016

P rofessor, apresentamos os resultados alcançados


pela sua escola na avaliação de Língua Portugue-
sa e Matemática do SAETHE 2016. É importante que
teiro de leitura e interpretação das informações dis-
poníveis. Em primeiro lugar, são apresentados os
resultados de proficiência média, a distribuição dos
você leia, analise e compreenda as informações. estudantes pelos padrões de desempenho e a parti-
Entretanto, você não deve parar por aqui. É im- cipação. Em seguida, estão dispostos os percentuais
prescindível que toda a escola seja envolvida na de acerto em relação às habilidades avaliadas nos
discussão desses dados. Acreditamos que a escola testes. Cada tipo de resultado conta com roteiro es-
capaz de fazer a diferença é, também, aquela que pecífico.
consegue garantir a aprendizagem dos seus estu- Além disso, são apresentadas informações acer-
dantes, interpretando, analisando e utilizando as ca do contexto de sua escola, como o Índice So-
informações da avaliação educacional – externa e cioeconômico (ISE), e indicadores de qualidade, no
interna –, com vistas à melhoria permanente dos re- caso, o Índice de Desenvolvimento da Educação
sultados. Básica (IDEB).
Nesta seção você encontra os resultados de cada
etapa de escolaridade avaliada, seguidos de um ro-

O que é o IDEB?
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é
um indicador que reúne dois elementos importantes para a qua-
lidade da educação: o fluxo escolar e o desempenho nas ava-
liações em larga escala. O indicador é calculado com base nos
dados sobre aprovação, obtidos através do Censo Escolar, e nos
dados de desempenho, obtidos através dos testes padronizados
do Saeb. Dessa forma, o IDEB apresenta resultados sintéticos,
permitindo traçar metas de qualidade para os sistemas educa-
cionais, específicos para cada escola.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  29


O que é ISE – Índice
Socioeconômico dos
Estudantes?
Os resultados são impactados por di-
versos fatores. Dentre eles, o mais co-
nhecido é o nível socioeconômico. Os
recursos culturais, sociais e econômi-
cos da família exercem influência sobre
os resultados escolares dos estudantes.
Eles também indicam, em maior ou
menor medida, o investimento feito
pelas famílias na educação dos filhos.
Dada a importância dessa dimensão,
criamos, por meio das respostas aos
questionários que acompanham o tes-
te cognitivo na avaliação, uma medida
que contempla as informações sobre
esses recursos. Essa medida é deno-
minada Índice Socioeconômico dos
Estudantes, ou, simplesmente: ISE.

30  SAETHE 2016


O ISE é criado pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), le-
vando em conta a escolaridade dos pais dos estudantes, os
bens de consumo e bens culturais presentes no domicílio, o
acesso a serviços públicos e a atividades culturais, caracte-
rísticas dos domicílios etc. A TRI permite gerar o índice, mas
os valores criados são pouco “interpretáveis” – o resultado é
sempre uma escala com média 0 e desvio-padrão 1. Por essa
razão, padronizamos o ISE em uma escala de 0 a 10 – onde
0 não indica ausência de nível socioeconômico, mas sim o
menor valor gerado, enquanto 10 indica o maior valor – e
criamos grandes grupos aos quais designamos níveis do ISE.
Em cada um desses níveis, podemos dizer que a probabili-
dade de encontrar determinado “bem” é maior que 50%. O
quadro abaixo elenca esses “bens” por nível do ISE.

Os níveis de ISE calculados para o SAETHE são:

Nível
1 Nível

Nível 1
2 Nível

Nível 2
3 Nível

Nível 3
4 Nível

Nível 4
5 Nível

Nível 5
6
+ + + + +
»» Ter uma máquina »» Ir quase nunca à »» Ter um »» Ir quase sempre »» Ter dois ou mais »» Ter mãe com
de lavar praia computador ao parque automóveis ensino superior
»» Ter calçamento »» Ir quase nunca ao »» Ter acesso à »» Ir quase sempre »» Ir quase sempre completo
»» Ter de um a vinte cinema internet à praia ou sempre ao »» Ter pai com
livros »» Ir quase nunca ao »» Ir quase nunca ao »» Ir quase sempre teatro ensino superior
»» Ter coleta de lixo parque teatro ao cinema »» Ir sempre à praia completo
»» Ter um banheiro »» Ir quase nunca a »» Ir quase nunca ao »» Ir quase sempre à »» Ir sempre ao »» Ter dois ou mais
»» Ter pai com os show museu show cinema banheiros
anos iniciais do »» Ter um videogame »» Ter de vinte um a »» Ter quarto próprio »» Ter mãe com »» Ir sempre ao
fundamental »» Ter um automóvel cem livros »» Ter um micro- ensino médio parque
completo »» Ter dois ou mais »» Ter um ar- ondas completo »» Ter mais de cem
»» Ter mãe com dicionários condicionado »» Ter dois »» Ter pai com livros
os anos iniciais »» Ter pai com os smartphones ensino médio »» Ter duas ou mais
do fundamental anos finais do »» Ter dois ares- completo máquinas de lavar
completo fundamental condicionados ou »» Ter dois »» Ter dois ou mais
»» Ter um dicionário completo mais computadores ou dicionários
»» Ter um »» Ficar em casa nas mais
smartphone férias »» Não há pessoa
»» Ter mãe com que receba bolsa
os anos finais família
do fundamental »» Ir quase sempre
completo ao museu
»» Passear na cidade »» Há dois ou mais
nas férias dicionários no
domicílio
»» Ir sempre a show
»» Há dois ou mais
videogames no
domicílio

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  31


O que é Índice Socioeconômico Médio das Escolas (ISM)?
No âmbito da escola, o que temos é a compo- encontrado e 10 o maior valor – e dividimos a esca-
sição, ou seja, o nível socioeconômico médio. A la em níveis, ou, mais precisamente, em Quartis do
depender do nível socioeconômico do público que ISM. O primeiro quartil (Q1) sempre se refere às es-
recebe, uma escola pode estar em pior ou melhor colas no primeiro quartil, ou seja, os 25% de escolas
posição para atingir bons resultados. Para represen- com o mais baixo nível no ISM, que traduz a condi-
tar a composição de cada escola, calculamos o Índi- ção socioeconômica média. O segundo quartil (Q2)
ce Socioeconômico Médio das Escolas (ISM) através refere-se aos 25% de escolas seguintes. O terceiro
da média aritmética simples dos ISEs dos estudantes quartil (Q3) diz respeito ao grupo de escolas com
que compõem cada uma delas. Essa média também ISM entre os 50% e 75% mais altos. Por fim, o quartil
gera valores pouco “interpretáveis”; por essa razão, mais alto (Q4), ou seja, os 25% de escolas com o
padronizamos aqui também o índice em uma esca- mais alto nível no ISM.
la de 0 a 10 – onde 0 indica o menor valor do ISM

Gráfico 1: Quartis do Índice Socioeconômico Médio das Escolas.


100%
Q4
Quartis do ISM

75%
Q3
50%
Q2
25%
Q1
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Índice Socioeconômico Médio das Escolas

E como esses os Níveis do ISE se relacionam com os Quartis do ISM


(ISM x ISE)?
Como dissemos acima, para as escolas, o que te- 1, Nível 2 e Nível 3 estão mais no quartil mais bai-
mos é a composição, ou seja, a Relação entre Níveis xo (Q1) do que no quartil mais alto (Q4). Os quartis
do ISE e Quartis do ISM. Assim, podemos dizer que medianos (Q2 e Q3) apresentam uma composição
há muito mais alunos com ISE do Nível 4, Nível 5 e intermediária. Essa relação é esperada, visto que o
Nível 6 no quartil mais alto do ISM (Q4) do que no ISM de cada escola é a agregação, pela média, dos
quartil mais baixo (Q1). Já os alunos com ISE do Nível ISEs de seus respectivos alunos.

Tabela 1: A Relação entre ISE e ISM.


ISE
ISM Total
N1 N2 N3 N4 N5 N6
Q1 8% 27% 34% 24% 7% 0% 100%
Q2 3% 14% 37% 35% 10% 1% 100%
Q3 1% 11% 34% 38% 14% 2% 100%
Q4 1% 5% 27% 42% 22% 3% 100%

32  SAETHE 2016


Resultados da escola

la
sco
ae
sd
do
lta
su
Re
Re
sulta
do
sd
ae
sco
la
Roteiros de leitura e
análise de resultados

Com o intuito de ajudá-lo no processo de leitura e análise dos resultados,


sugerimos dois roteiros com orientações, passo a passo, de como deve ser feita
a leitura e a interpretação dos resultados do SAETHE 2016, em cada etapa de
escolaridade avaliada. Para isso, você deve reproduzir as atividades para cada
uma das etapas.
Para aprofundar nas reflexões acerca dos resultados da avaliação em larga
escala, é importante, ainda, consultar o Glossário da Avaliação em Larga Escala,
disponível em www.saethe.caedufjf.net, bem como os padrões de desempenho
estudantil, os quais descrevem, pedagogicamente, o significado das médias al-
cançadas pelos estudantes da rede municipal de Teresina que participaram do
SAETHE 2016. Essas descrições estão disponíveis na seção Padrões de desem-
penho desta revista e ilustradas com itens representativos de cada padrão.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  35


1
Este primeiro roteiro orienta a leitura e interpretação dos resultados gerais
da sua escola: proficiência, distribuição percentual dos estudantes pelos
padrões de desempenho e participação.

Proficiência alcançada pela escola nas três últimas edições do


SAETHE em Língua Portuguesa e Matemática.

Esta é a primeira informação sobre o desem-


penho dos estudantes de sua escola: a média de
proficiência1 alcançada pela escola nas três últimas
edições do SAETHE, nas disciplinas Língua Portu-
guesa e Matemática. A observação da média nos
ajuda a verificar a melhoria da qualidade da educa-
ção ofertada, a partir da evolução do desempenho
da escola ao longo do tempo.

O termo proficiência refere-se ao


conhecimento ou à aptidão que os
alunos demonstram ter em relação a um
determinado conteúdo de uma disciplina
avaliada pelos testes cognitivos.

1  A média de proficiência da escola é o valor da média aritmética das


proficiências alcançadas pelos estudantes da escola, no teste.

36  SAETHE 2016


ATIVIDADE 1
Observe, na página de resultados, as proficiências alcançadas pelos estudantes nas três últimas
edições do SAETHE e preencha o quadro a seguir.

EDIÇÃO PROFICIÊNCIA ANÁLISE

2014 Qual é o comportamento da média de proficiência


da sua escola, ao longo dos anos?
(  ) Está aumentando
2015
(  ) Está estável
(  ) Está diminuindo
2016 OBS.:

Com seus colegas professores e com a equipe pedagógica, levante algumas hipóteses sobre a
evolução dos resultados da sua escola ao longo do tempo. Registre o que vocês discutiram. Isso
pode ajudá-los na apropriação das informações fornecidas pelos resultados do SAETHE.

Repita o processo para as disciplinas avaliadas.

Distribuição percentual dos estudantes pelos padrões de


desempenho nas três últimas edições do SAETHE.

Depois de observar a proficiência da escola, para que haja menos estudantes nos padrões mais
vamos verificar como os estudantes estão distri- baixos, aumentando o percentual nos padrões
buídos pelos padrões de desempenho. De acordo mais elevados, pois almejamos uma educação que
com a proficiência alcançada no teste, o estudan- seja de qualidade e para todos. Por isso, essa aná-
te demonstra um determinado perfil ou padrão de lise é tão importante, professor. Ela lhe dará infor-
desempenho, ou seja, quanto maior a proficiência mações fundamentais para o seu planejamento,
do estudante, mais elevado é o seu padrão de de- para a construção permanente do projeto políti-
sempenho. co-pedagógico e para a definição de metas, estra-
Entretanto, em uma turma ou em uma escola, tégias e metodologias adequadas às necessidades
os estudantes apresentam diferentes padrões de dos seus alunos.
desempenho. Sendo assim, a escola deve trabalhar

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  37


ATIVIDADE 2
Observe o segundo gráfico da página de resultados e preencha o quadro abaixo com o per-
centual de estudantes que se encontra em cada um dos padrões de desempenho. Em seguida,
acrescente o número absoluto de estudantes, na edição de 2016, em cada padrão2.

EDIÇÃO ABAIXO DO BÁSICO BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO

2014

2015

% de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos


2016

CC Os percentuais de estudantes nos padrões mais baixos têm diminuído, aumentado ou man-
tiveram-se estáveis ao longo do tempo?

CC Qual é o padrão em que se encontra o maior número de estudantes?

CC Observando o percentual de estudantes em cada padrão de desempenho, é possível dizer


que os estudantes da sua escola apresentaram:

(  ) Melhora gradativa
(  ) Estabilidade no desempenho
(  ) Queda no desempenho

CC Junto com seus colegas e equipe pedagógica, levante possíveis hipóteses para esses resul-
tados.

CC Que estratégias podem ser utilizadas para aqueles estudantes que estão nos padrões mais
baixos?

Esse exercício é importante para que as ações sejam bem direcionadas e possam ajudar os
estudantes a desenvolverem as competências necessárias, a fim de que tenham seu direito à
aprendizagem garantido.

2  Para encontrar o número absoluto de alunos, em cada padrão, pode ser feito um cálculo utilizando regra de três, considerando o total de
alunos que realizou o teste.
Exemplo: Alunos avaliados: 80; percentual de alunos no padrão básico: 20%; total de alunos nesse padrão: 16.

38  SAETHE 2016


Dados de participação nas avaliações do SAETHE nas três últimas
edições.

Depois de observar o desempenho alcançado Ou seja, quanto maior for a participação dos estu-
pelos estudantes da sua escola, é hora de verificar dantes nos testes, mais consistente é o resultado
como foi a participação no teste. O indicador de de desempenho alcançado. Consideramos como
participação revela o nível de adesão à avaliação e percentual mínimo para a generalização dos resul-
é uma informação muito importante para que os tados da escola uma participação acima de 75%.
resultados alcançados possam ser generalizados.

ATIVIDADE 3
Na página de resultados, localize o percentual de participação dos estudantes da sua escola
para a etapa de escolaridade que você está analisando.

EDIÇÃO PARTICIPAÇÃO ANÁLISE

Ao longo do tempo a participação

2014 (  ) cresceu;
(  ) ficou estável;
(  ) diminuiu.
Levante hipóteses para o atual índice de participação
2015 da escola em relação aos anos anteriores.
Caso a participação em 2016 não tenha
correspondido às expectativas, o que pode ser feito
para aumentá-la no próximo ciclo do SAETHE?

2016 Um ponto importante nessa atividade é comparar


a participação dos estudantes no dia da aplicação
do teste com a sua frequência às aulas.

Depois que você já identificou e refletiu um pouco sobre os resultados alcançados por sua
escola, é hora de interpretá-los pedagogicamente.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  39


ATIVIDADE 4
Uma interpretação pedagógica dos resultados consiste em identificar as habilidades desenvol-
vidas, ou não, pelos grupos de estudantes, de acordo com o padrão de desempenho em que se
encontram. Para isso, volte à Atividade 2 e copie o número de alunos encontrados. Em seguida,
vá à seção Padrões de desempenho e registre, em cada padrão, as habilidades desenvolvidas por
cada grupo de estudantes.

ABAIXO DO BÁSICO BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO


Nº de
estudantes

Habilidades
desenvolvidas

CC Quais são as diferenças significativas no desenvolvimento das habilidades entre os estudantes


desta etapa de escolaridade? Para responder a essa pergunta, você precisa comparar o que
os estudantes de padrões mais avançados desenvolveram em relação aos estudantes aloca-
dos nos padrões mais baixos. Registre e discuta com seus colegas sobre suas constatações.

40  SAETHE 2016


ALGUMAS DICAS SOBRE O USO DOS RESULTADOS

O QUE FAZER O QUE NÃO FAZER


COM OS DADOS COM OS DADOS

MÉDIAS DE PROFICIÊNCIA

Comparar os resultados da sua escola


ao longo dos anos, para a mesma
etapa de escolaridade. Interpretar os resultados como dados
longitudinais.

Comparar os resultados das diferentes


etapas de escolaridade, com a mesma
escala de proficiência, para uma
mesma disciplina avaliada.
Comparar os resultados das diferentes
disciplinas.

Analisar os resultados a partir da


leitura da escala de proficiência,
observando o significado pedagógico
Tomar a média de proficiência de
da média, tendo em vista o
maneira isolada, sem analisá-la com a
desenvolvimento de habilidades e
ajuda da escala.
competências.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  41


PADRÕES DE DESEMPENHO

Entender que, quando os estudantes


melhoram sua proficiência, eles
necessariamente avançam nos
padrões de desempenho.

Identificar, em cada disciplina e etapa,


Entender que os alunos que se
os alunos que têm apresentado
encontram em um padrão de
maiores dificuldades de aprendizagem.
desempenho em uma disciplina se
encontram no mesmo padrão em
outra.

Reconhecer que a cada padrão


Entender que os padrões de
correspondem níveis diferentes de
desempenho são os mesmos para
aprendizagem e usar essa informação
todas as etapas e disciplinas avaliadas.
para o planejamento pedagógico.

Entender que os alunos que se


encontram no padrão mais baixo não
são capazes de aprender.
Acompanhar, ao longo do tempo,
se a escola tem tido resultados
semelhantes para cada etapa e
disciplina.

Entender que os alunos que se


encontram no padrão mais avançado
não necessitam de atenção por parte
do professor e da escola.

42  SAETHE 2016


PARTICIPAÇÃO

Acompanhar a participação dos


estudantes nos testes, de modo a
buscar a maior participação possível. Acreditar que, uma vez que a
participação já esteja elevada, não é
preciso realizar nenhuma ação para
que o percentual aumente ainda mais.

Entender que a participação nos


testes mensura a garantia do aluno de
ser avaliado, decorrência de seu direito
de aprender.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  43


DADOS CONTEXTUAIS

ISE

Compreender que as condições


socioeconômicas dos estudantes afetam
seu desempenho escolar.
Atribuir apenas às condições
socioeconômicas o resultado da
aprendizagem dos alunos.

Reconhecer que as escolas desempenham


importante papel na aprendizagem dos
estudantes, a despeito de suas origens sociais.

METAS

Atribuir a dificuldade na melhoria dos resultados


Monitorar os resultados da escola ao longo do
apenas à ação de professores e diretores.
tempo a partir do alcance de metas.

Comparar os resultados com os de outras


Planejar ações pedagógicas e de gestão escolas, sem observar dados de contexto.
na escola com base nos resultados.

44  SAETHE 2016


Re
sul
tad
os
po
r tu
rm
a
Re
sul
tad
os
po
r tu
rm
a
2
Este é o segundo roteiro que completa as orientações para leitura e interpretação dos resultados da
sua escola. Além dos resultados gerais vistos até agora, você tem acesso aos resultados de cada
turma da escola.

Para cada turma, apresentamos os resultados (TRI) e o percentual de acerto por habilidade com
de proficiência, padrão de desempenho e parti- base na Teoria Clássica dos Testes (TCT). É impor-
cipação com base na Teoria da Resposta ao Item tante conhecer e refletir sobre cada um.

Proficiência alcançada por cada turma na avaliação do SAETHE


2016, em Língua Portuguesa e Matemática.

ATIVIDADE 1
CC Analise a proficiência média das turmas e o padrão em que elas estão localizadas. Há gran-
des diferenças de desempenho entre as turmas?

CC E entre os turnos, há diferenças?

CC Como foi a participação das turmas?

CC Dialogue com seus pares e levante possíveis hipóteses para esses resultados.
PROFICIÊNCIA PADRÃO DE DESEMPENHO
TURMA3 PARTICIPAÇÃO
MÉDIA (DE ACORDO COM A MÉDIA)

3  Caso haja mais turmas avaliadas, reproduza os quadros e faça a atividade contemplando todas as turmas.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  47


Percentual de acerto nas habilidades avaliadas pelo SAETHE 2016.

ATIVIDADE 2
Depois de conhecer e refletir sobre a proficiência, o padrão de desempenho e a participação
das turmas é hora de analisar as habilidades avaliadas no SAETHE 2016 e verificar quais apresenta-
ram maiores dificuldades para os alunos. Analise a proficiência média das turmas e o padrão em
que elas estão localizadas. Há grandes diferenças de desempenho entre as turmas?

CC Identifique, em cada turma, as habilidades que tiveram menos de 50% de acerto.


CC Relacione a habilidade descrita e escreva, na frente de cada turma, o percentual de acerto
referente a ela4 .

CC No portal da avaliação, observe quantos itens cada estudante acertou em relação a cada
descritor/habilidade. Observe em quais habilidades o estudante não obteve nenhum acerto.

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

4  Caso seja necessário, reproduza os quadros e faça a atividade contemplando todos as habilidades que tiveram menos de 50% de acerto.

48  SAETHE 2016


TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  49


Padrões de desempenho
P ara caracterizar o desenvolvimento de habilida-
des e competências, são definidos padrões de
desempenho estudantil. A partir deles, você, profes-
Além disso, apresentamos um item exemplar
para cada padrão. Esse item corresponde à avalia-
ção de uma das habilidades compreendidas nesse
sor, pode enriquecer sua prática docente e organi- intervalo. As descrições das habilidades relativas aos
zar melhor as intervenções pedagógicas, seja de re- padrões de desempenho de Língua Portuguesa e
cuperação, reforço ou aprofundamento, de acordo Matemática estão de acordo com a descrição pe-
com o perfil cognitivo dos estudantes identificado dagógica apresentada pelo CAEd, na análise dos
pela avaliação. resultados do SAETHE 2016.
Esta seção contém informações sobre os pa-
drões de desempenho e as habilidades e competên-
cias alocadas nos intervalos menores da escala.

/// Avançado
/// Básico Padrão de desempenho desejável para a
Padrão de desempenho considerado básico etapa e área de conhecimento avaliadas.
para a etapa e área de conhecimento Os alunos que se encontram neste
avaliadas. Os alunos que se encontram padrão demonstram desempenho além do
neste padrão caracterizam-se por um esperado para a etapa de escolaridade em
processo inicial de desenvolvimento que se encontram.
das competências e habilidades
correspondentes à etapa de escolaridade
em que estão situados.

/// Abaixo do Básico


Padrão de desempenho muito abaixo /// Adequado
do mínimo esperado para a etapa de Padrão de desempenho considerado
escolaridade e área do conhecimento adequado para a etapa e área do
avaliadas. Para os alunos que se conhecimento avaliadas. Os alunos que
encontram neste padrão, deve ser se encontram neste padrão demonstram
dada atenção especial, exigindo uma ter desenvolvido as habilidades essenciais
ação pedagógica intensiva por parte da referentes à etapa de escolaridade em que
instituição escolar. se encontram.

50  SAETHE 2016


Língua Portuguesa - Leitura
2º ano do Ensino Fundamental
Abaixo do Básico
ATÉ 400 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC Os estudantes que se encontram neste padrão de desempenho apresentam as primeiras manifes-


tações de habilidades relacionadas ao sistema alfabético. Essas habilidades dizem respeito tanto a
aspectos gráficos – distinção entre letras e outras formas de representação, como o desenho, por
exemplo – quanto sonoros (consciência fonológica). Dado o caráter inicial desse processo de re-
conhecimento de convenções do sistema alfabético, as habilidades de leitura são ainda incipientes
neste padrão.

CC A partir dos 250 pontos de proficiência, os estudantes já identificam algumas letras do alfabeto (es-
pecialmente as letras iniciais), quando apresentadas isoladamente ou em um conjunto de letras (se-
quência de três letras).

CC Os estudantes com proficiência a partir de 300 pontos, além das habilidades descritas anteriormente,
identificam a sílaba inicial de uma palavra, especialmente em palavras formadas exclusivamente por
sílabas no padrão CV (consoante/vogal). Esse fato indica que os estudantes os quais se encontram
nesse nível de proficiência percebem as relações entre fala e escrita de forma mais sistemática.

CC Estudantes que estão no limite da passagem deste padrão ao seguinte – entre 350 e 400 pontos
–, além de terem consolidado as habilidades relacionadas à identificação de letras do alfabeto, re-
conhecem uma mesma letra, ou uma sequência de letras, grafada em diferentes padrões gráficos
(maiúscula, minúscula, de imprensa, cursiva). Esses estudantes leem palavras dissílabas e trissílabas,
especialmente as paroxítonas, quando formadas exclusivamente por sílabas no padrão CV (consoan-
te/vogal), ou por sílaba formada exclusivamente por uma vogal. Tal constatação indica que esses es-
tudantes desenvolveram habilidades iniciais de leitura de palavras, sendo esse um marco importante
de seu processo de alfabetização. Ainda no que tange à leitura, os estudantes que se encontram nes-
te padrão de desempenho já realizam inferências em textos não verbais, como tirinhas, por exemplo.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  51


(P010194E4) Veja a letra abaixo.

Faça um X no quadradinho onde aparece a letra que você viu escrita de outra forma.

Esse item avalia a habilidade de distinguir, como letra “e”, minúscula e de imprensa, dentre as alter-
leitor, diferentes tipos de letras. Essa é uma habili- nativas apresentadas em maiúscula. Os distratores
dade importante, pois o reconhecimento de uma apresentam semelhança sonora e/ou gráfica com a
mesma letra escrita em diferentes padrões permite letra apresentada no suporte.
que o leitor possa ler mensagens escritas em dife- Os estudantes que marcaram a alternativa B, o
rentes portadores de texto. Além de ser necessária gabarito, demonstraram ter desenvolvido a habilida-
em seu cotidiano, já que os estudantes têm contato de avaliada pelo item, pois identificaram a letra “E”
com palavras escritas em diferentes padrões gráficos maiúscula na forma como circula socialmente.
e precisa reconhecê-las.
Para resolver a tarefa proposta pelo item, o es-
tudante tem que identificar a outra forma gráfica da

52  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Básico
DE 400 A 500 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC Os estudantes que apresentam o padrão básico desenvolveram as habilidades descritas no padrão


abaixo do básico. Além dessas habilidades, os estudantes com nível de proficiência entre 400 e 450
pontos realizam a leitura de palavras dissílabas ou trissílabas, paroxítonas, formadas por diferentes
estruturas silábicas (sílaba no padrão CV, CVC, ditongo).

CC Os estudantes que estão no limite da passagem deste padrão de desempenho ao seguinte, entre
450 e 500 pontos, identificam o gênero ao qual pertencem alguns textos mais familiares, como, por
exemplo, receita. Surgem, nesse nível, as primeiras ocorrências da habilidade de leitura de frases na
ordem direta (sujeito, verbo, objeto). Também aparecem ocorrências de localização de informações
explícitas (que se encontram na superfície textual) em textos curtos e de gênero familiar ao contex-
to escolar, como parlendas e textos que informam sobre curiosidades. Em textos narrativos curtos
(entre três e quatro linhas), os estudantes que apresentam esse nível de proficiência identificam ele-
mentos, como o tempo em que ocorre um determinado fato e o personagem principal da narrativa.

CC Em seu conjunto, o desenvolvimento de habilidades de leitura relacionadas a este padrão de desem-


penho caracteriza um leitor que lê e interpreta pequenos textos com alguma autonomia.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  53


(P020100G5) Veja a figura abaixo.

Qual é o nome dessa figura?

ASPARGO

CASACO

SÁBADO

SAPATO

Esse item avalia a habilidade de ler palavras. O suporte


apresenta a imagem de uma palavra paroxítona, trissílaba
e canônica, o que pode ter contribuído para facilitar a
resolução da tarefa.
Para acertar o item, o estudante precisa ler integral-
mente as palavras apresentadas nas alternativas e atribuir
sentido a elas, observando as semelhanças e diferenças
silábicas e/ou fonéticas presentes para, então, identificar
aquela que nomeia a figura que serve de suporte para a
tarefa proposta.
Os estudantes que optaram pela alternativa D, o gaba-
rito, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item, pois
identificaram corretamente que a palavra que dá nome à
figura é “SAPATO”.

54  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Adequado
DE 500 A 600 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC Os estudantes que apresentam padrão adequado desenvolveram, além das habilidades de leitura
descritas anteriormente, outras habilidades que ampliam suas possibilidades de interação com os
textos como leitores.

CC Aqueles com proficiência entre 500 e 550 pontos ampliam habilidades relacionadas à consciência
fonológica, identificando sílabas no padrão CV no final de palavras.

CC Com relação às habilidades relacionadas aos usos sociais da leitura e da escrita, inicia-se o desenvol-
vimento da habilidade de identificar gêneros textuais menos familiares, como a carta e a finalidade de
textos, como bilhete, lista de compras, folheto, tabela de preços. Os estudantes que se encontram
neste padrão de desempenho identificam também o assunto de textos verbais.

CC Os estudantes com proficiência entre 550 e 600 pontos, que se encontram, portanto, no limite para
a passagem ao próximo padrão de desempenho, consolidaram habilidades relacionadas à consciên-
cia fonológica, como a de identificar sons iniciais e/ou finais de palavras formadas sílabas no padrão
CV e também as relativas à leitura de palavras em diferentes extensões e padrões silábicos.

CC As habilidades relacionadas à localização de informações em texto se ampliam, uma vez que os es-
tudantes os quais se encontram nesse nível localizam informações em textos de diversos gêneros,
podendo tal informação estar no início, meio ou fim do texto. Esses estudantes identificam o espaço
entre os elementos que compõem uma narrativa. Ampliam-se, também, aquelas habilidades relacio-
nadas à identificação de gênero, finalidade e assunto de textos, assim como se amplia a extensão dos
textos que esses estudantes conseguem ler.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  55


Questão ## P020147G5

Veja as figuras: mamadeira, nariz, batedeira, panela, serrote, esponja,


olho, orelha.

Faça um X no quadradinho onde os nomes das figuras começam com a


mesma sílaba (pedaço).

Esse item avalia a habilidade de identificar sílabas sílabas iniciais das palavras que nomeiam as figuras
de uma palavra. Essa habilidade está relacionada ao trazidas em pares nas alternativas possuem seme-
desenvolvimento da consciência fonológica, sendo lhança sonora entre si. Essa semelhança pode con-
importante no processo inicial de alfabetização, visto tribuir para aumentar a complexidade da tarefa.
que permite ao estudante perceber que uma mesma Os estudantes que marcaram a alternativa D, o
sílaba pode estar presente em diferentes palavras. gabarito, demonstraram ter desenvolvido a habili-
Para resolver o item, o estudante precisa analisar dade avaliada, pois identificaram as sílabas iniciais
as imagens apresentadas e identificar, dentre as al- iguais nas palavras “OLHO” e “ORELHA”
ternativas, o par que possui a mesma sílaba inicial. As

56  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Avançado
ACIMA DE 600 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC A principal característica dos estudantes que apresentam proficiência compatível com o padrão avan-
çado é o fato de terem desenvolvido habilidades de leitura além daquelas esperadas para a etapa de
escolarização em que se encontram. Este padrão abriga vários níveis de desempenho, portanto as
habilidades descritas apresentam diferentes níveis de complexidade, a depender do nível em que se
encontram os estudantes.

CC Os estudantes que se encontram no nível até 650 pontos, além de localizarem sílabas iniciais e finais
de palavras formadas exclusivamente pelo padrão CV, reconhecem sílabas mediais dessas palavras.
Quanto às habilidades de leitura, elas se ampliam, tanto aquelas que se referem à apreensão de ele-
mentos que se encontram na superfície textual e à identificação de elementos da narrativa, quanto
àquelas que dizem respeito à realização de inferências.

CC Ampliam-se também as habilidades relacionadas aos usos sociais da leitura e da escrita, o que indica
que esses estudantes demonstram ter maior familiaridade com gêneros textuais diversos.

CC Os estudantes com proficiência entre 650 e 700 pontos desenvolveram habilidades mais sofistica-
das, ligadas à consciência fonológica, como a habilidade de identificar o número de sílabas de pala-
vras de diferentes extensões e formadas por padrões silábicos diversos.

CC As habilidades de realização de inferência também se ampliam, pois os estudantes que se encontram


nesse nível de proficiência apresentam a habilidade de inferir o assunto de um texto a partir de seu
título. A partir dos 700 pontos, os estudantes ampliam a habilidade de inferir informações em textos
que conjugam linguagem verbal e não verbal, como tirinhas.

CC Observa-se, portanto, que as principais conquistas a partir desse nível de proficiência dizem respeito
à capacidade de interagir com os textos mais complexos e de diferentes gêneros textuais.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  57


(ESP03.031) Leia o texto abaixo.

ANIVERSARIANTES DO MÊS DE MAIO

ANA
BEATRIZ
CARLA
FABIANO
_________
HÉLIO

De acordo com a ordem alfabética, qual é o nome que deve ficar no espaço vazio
dessa lista?

AMANDA

GILMAR

JONAS

KARINA

Esse item avalia a habilidade de reconhecer os suportes organizados dessa forma, como o dicioná-
usos sociais da ordem alfabética. Nesse item, o estu- rio e a lista de presença da turma, por exemplo.
dante deve identificar qual o nome do aniversariante Os estudantes que marcaram a alternativa B, o
do mês de maio que deve, de acordo com a ordem gabarito, demonstraram ter compreendido a ordem
alfabética, ficar no espaço vazio da lista. alfabética, entendendo corretamente, a partir da
Para realizar essa tarefa, o estudante deve acionar identificação do local de inserção da letra inicial, que
conhecimentos relacionados à aprendizagem da or- o nome “GILMAR” é aquele que ocupa o espaço va-
dem alfabética, que se dá ao longo do processo de zio da lista de aniversariantes do mês de maio.
alfabetização por meio, principalmente, do uso de

58  SAETHE 2016


Língua Portuguesa - Escrita
2º ano do Ensino Fundamental
Abaixo do Básico
ATÉ 400 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC Os estudantes que se encontram neste padrão de desempenho começam a desenvolver as habilida-


des relacionadas à aprendizagem do sistema de escrita.

CC Dado o caráter inicial desse processo, as habilidades de escrita são ainda incipientes. Isso significa
que eles reconhecem que, na escrita, são usadas letras, embora ainda não saibam como agrupá-las
de forma convencional tanto na leitura quanto na escrita.

CC Assim, neste padrão, os estudantes demonstram já conseguir observar algumas regras de utilização
da página, embora possam não obedecer aos limites das margens ou à necessidade de recomeçar a
escrita na margem esquerda ao passarem de uma linha a outra do texto/caderno.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  59


O item selecionado avalia a habilidade de se escre-
ver a palavra ditada “PIRULITO”. Essa palavra nomeia um
doce bastante conhecido e apreciado pelos estudantes
e é constituída por sílabas no padrão canônico (CV). A
complexidade dessa palavra polissílaba reside em sua ex-
tensão, assim como na variação dos fonemas que ini-
ciam cada sílaba (/p/, /r/, /l/, /t/).
Ao analisar essa produção, conclui-se que o estudan-
te encontra-se no nível silábico, pois sua escrita apresen-
ta ora uma sílaba completa, ora uma letra representando
uma sílaba. Pode-se, então, afirmar que esse estudante
reconhece o valor sonoro das letras que constituem a
palavra “PIRULITO”, mas ainda não consegue agrupá-las
para a composição do vocábulo.
Ao escrever a palavra proposta, o estudante cometeu
os seguintes desvios:
»» substituiu a letra “I” por “A” na primeira sílaba, além da letra “R” por
“L”, na segunda;
»» omitiu a penúltima sílaba “LI”, assim como a letra “T” na sílaba final.

60  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Básico
DE 400 A 500 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC Os estudantes cuja proficiência está alocada no padrão de desempenho Básico, além de demons-
trarem já ter desenvolvido todas as habilidades de escrita descritas no Abaixo do Básico, começam
a escrever palavras dissílabas, trissílabas ou polissílabas e em diferentes padrões silábicos, como CV
(consoante/vogal), CVC (consoante/vogal/consoante), CVV (consoante/vogal/vogal), V (vogal) ou VV
(vogal/vogal).

CC No entanto, como ainda se encontram em processo de aprendizagem da língua escrita, ao escreve-


rem, esses estudantes o fazem a partir da hipótese silábica e/ou da silábico-alfabética. Isso significa
que podem usar apenas uma letra para representar cada sílaba da palavra ou, ainda, que podem uti-
lizar ora uma letra para cada sílaba, ora uma letra para cada som da palavra.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  61


Nesse caso, a palavra “PIRULITO” também foi ditada
para esse estudante, cuja escrita se aloca no nível silábi-
co-alfabético.
Ao analisar a escrita apresentada, percebe-se que, em-
bora o estudante tenha registrado corretamente três das
sílabas que compõem a palavra proposta, ele omitiu a
segunda sílaba, “RU”, grafando “PILITO”.
Assim sendo, conclui-se que esse escritor avançou
um pouco mais na escrita, em comparação com o exem-
plo do padrão anterior, mas ainda não consolidou os co-
nhecimentos acerca da escrita de palavras mais extensas
como “PIRULITO”.

62  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Adequado
DE 500 A 600 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC As crianças que apresentam padrão de desempenho Adequado desenvolveram, além das habilidades
descritas anteriormente, outras habilidades que ampliam suas possibilidades de interação com os
textos enquanto escritores.

CC Esses estudantes apresentam uma escrita que pode ser, em alguns casos, ainda silábico-alfabética
e, em outros, alfabética, escrevendo palavras de diferentes extensões e padrões silábicos – CV, VC,
CVC, CVV –, em conformidade com essas hipóteses de escrita.

CC Uma conquista importante das crianças que apresentam esse nível de proficiência é a habilidade de
usar a página adequadamente, respeitando margens e a sequência adequada das palavras, inclusive
quando há mudança de linha. Elas também produzem uma escrita alfabética de palavras de diferen-
tes extensões e formadas por padrões silábicos variados: CV, VC, CVC, CVV, CVCC, CCVC.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  63


O item utilizado para ilustrar este padrão de de- Na locução verbal, “TAVA TOCÃONO”, percebe-
sempenho avalia a habilidade de escrever uma frase -se a omissão de sílaba no verbo auxiliar “TAVA”, por
a partir de dada cena. influência da oralidade, cuja ocorrência é comum
Neste caso, percebe-se que o estudante produ- no ciclo de alfabetização. Já no verbo principal, “TO-
ziu uma frase oracional, contendo sujeito, verbo e CÃONO” (“TOCANDO”), o estudante provavelmente
complemento, além de ter observado o espaçamen- utilizou “ÃO” para realizar a nasalização da sílaba me-
to entre as palavras. dial “CAN” e, assim, empregar o “N” na sílaba final, em
Observa-se, também, que a escrita desse estu- lugar do “D”, transcrevendo a palavra tal qual a sua
dante se aloca no nível alfabético, mas apresenta- pronúncia. Já na última palavra, “PIYANO”, o estu-
-se também como ortográfica, a exemplo da palavra dante acrescentou a letra “Y”, mas isso não impediu
“CACHORRO”, cuja complexidade reside no empre- a compreensão da palavra na frase.
go dos dígrafos “CH” e “RR”.

64  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Avançado
ACIMA DE 600 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC A principal característica dos estudantes que apresentam proficiência compatível com o padrão de
desempenho Avançado é o fato de terem desenvolvido habilidades de escrita além daquelas espera-
das para a etapa de escolarização em que se encontram. Esse padrão abriga vários níveis de desem-
penho, portanto, as habilidades descritas apresentam diferentes níveis de complexidade, conforme o
intervalo de proficiência em que se encontram os estudantes.

CC Os estudantes com até 650 pontos de proficiência começam, a partir de um ditado, a escrever frases
curtas, no padrão sintático sujeito/verbo/complemento, com ou sem espaçamento correto entre as
palavras. No caso de frases não ditadas, produzidas a partir de uma gravura, inicia-se o desenvolvi-
mento da habilidade de escrevê-las, ainda que no padrão de escrita silábico-alfabética, com ou sem
uso de pontuação e de letras maiúsculas no início das frases.

CC No intervalo entre 650 e 700 pontos na Escala de Proficiência, os estudantes demonstram ganhos
significativos quanto à escrita. Observa-se, pois, o início de uma transição de uma escrita alfabética
para uma escrita com observância de algumas regras ortográficas, especialmente as contextuais: uso
de “l” ou “u” em final de palavra; uso de “ss”, “ç” ou “c”, dentre outras. Os estudantes escrevem, ainda,
palavras com dígrafos, marcas de nasalização e irregularidades ortográficas, como o uso de “s”/“z”;
“s”/“c”; “x”/“ch”; “g”/“j”; “ss”/“ç”.

CC No caso da escrita de frases ditadas, observa-se, na maioria dos casos, o uso de espaçamento entre pa-
lavras, o que não acontece sempre quando se trata da escrita de frases a partir de imagens. Nesse caso,
observa-se a plausibilidade da frase escrita em relação à cena apresentada, embora possam aparecer
equívocos ortográficos decorrentes da semelhança entre os modos de articulação de alguns sons (trans-
crição da fala para a escrita). Esses equívocos também ocorrem no caso da escrita de frases ditadas.

CC Nesse padrão, tem início o desenvolvimento de habilidades necessárias à produção de uma escrita
ortográfica: observância de regras que orientam o uso de letras que podem representar um mesmo
som em diferentes contextos; uso adequado de marcas de nasalização; uso de letras que podem
representar um mesmo som em contextos semelhantes.

CC Além disso, os estudantes começam a desenvolver a habilidade de produzir textos de gêneros mais
familiares a partir da proposição de uma situação comunicativa: “escrever um bilhete para transmitir
um recado a alguém e/ou um convite para determinado evento”.

CC A partir dos 750 pontos de proficiência, os estudantes também já conseguem produzir uma história
a partir de uma cena ou sequência de cenas (tirinha/história em quadrinhos) que apresentam: per-
sonagens praticando ações em uma sequência temporal; uso de articuladores, como marcadores
temporais (“então”, “depois”); uso de recursos coesivos, como pronomes, que contribuem para a
continuidade temática do texto sem torná-lo repetitivo.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  65


Esse item avalia a habilidade de produzir texto a po, com personagens praticando ações, além de uma
partir de uma sequência de imagens, nesse caso, uma finalização plausível. Nesse caso, a ausência do ele-
tirinha composta por três cenas mento lugar não interferiu na compreensão do texto.
. Para avaliar a escrita do estudante, dois aspectos Já com relação ao aspecto linguístico, a escrita
foram considerados: adequação à proposta e aspec- apresentou desvios na palavra “GOLERO”, na qual o es-
tos linguísticos. tudante omitiu a letra “I”, na segunda sílaba (que se dá
No primeiro aspecto, adequação à proposta, o es- por influência da oralidade quando da transcrição da
tudante produziu uma narrativa de acordo com a se- palavra), e trocou o “L” final por “U” no vocábulo “GOU”.
quência dos quadrinhos, contendo definição de tem-

66  SAETHE 2016


Matemática
2º ano do Ensino Fundamental
Abaixo do Básico
ATÉ 350 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC As habilidades matemáticas que se evidenciam neste padrão de desempenho são elementares para o
período de escolarização. No campo geométrico, os estudantes identificam a localização de objetos
em representações do espaço, por meio dos conceitos em cima/embaixo e perto/longe, reconhe-
cendo também a palavra distante. Esses estudantes associam objetos do mundo físico à forma da
pirâmide, do cubo, do cilindro, do cone e do paralelepípedo (ou bloco retangular), associam também
figuras bidimensionais presentes em objetos do cotidiano à nomenclatura do círculo e do quadrado,
além de reconhecer o quadrado e o círculo em uma coleção de figuras bidimensionais, representa-
das em malhas quadriculadas ou não.

CC No campo numérico, associam números de um algarismo à sua escrita por extenso, quantidades de
até 20 objetos, dispostos de forma organizada, ou quantidades até dez objetos, dispostos de forma
desorganizada, à representação numérica e reconhecem o primeiro elemento de uma fila.

CC No campo de grandezas e medidas, os estudantes comparam atributos como altura, tamanho, es-
pessura e comprimento, reconhecem as cédulas de 10, 20 ou 50 reais e moedas de 50 centavos do
Sistema Monetário Brasileiro e identificam diferentes modelos de balança como instrumento utiliza-
do para medir massa.

CC Devido à presença ainda incipiente de habilidades matemáticas neste padrão de desempenho, tor-
na-se necessário que a escola amplie o contato com atividades que sejam significativas, de forma a
possibilitar o desenvolvimento de habilidades relativas a grandezas e medidas e tratamento da infor-
mação, além de ampliar os campos numérico e geométrico.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  67


(M010505E4) Observe abaixo o pacote de biscoito que Elisa comprou no mercado.

Biscoito

Esse pacote de biscoito lembra a forma de qual sólido geométrico?

Esse item avalia a habilidade de identificar a re- do pacote e a representação geométrica do para-
presentação de figuras geométricas tridimensionais. lelepípedo, observando, por exemplo, que ambos
Para acertá-lo, os estudantes devem associar o são prismas formados por seis faces retangulares.
pacote de biscoito apresentado no suporte do item Os estudantes que marcaram a alternativa A, prova-
à representação geométrica do paralelepípedo. Para velmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo
isso, são mobilizados conhecimentos que consistem item.
em perceber as semelhanças entre as características

68  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Básico
DE 350 A 450 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC Os estudantes que apresentam o padrão de desempenho básico desenvolveram todas as habili-


dades descritas no padrão abaixo do básico. Além dessas habilidades, os estudantes com nível de
proficiência entre 350 e 450 pontos, no campo geométrico, identificam a localização de objetos em
representações do espaço, por meio dos conceitos na frente/atrás e entre; associam figuras bidi-
mensionais presentes em objetos do cotidiano à nomenclatura do triângulo; além de reconhecê-lo
em uma coleção de figuras bidimensionais, representadas em malhas quadriculadas ou não.

CC No campo numérico, associam números de dois algarismos à sua escrita por extenso, quantidades
de 11 a 20 objetos, dispostos de forma desorganizada, à representação numérica, reconhecem o
segundo, o terceiro e o último elemento de uma fila, identificam, por meio da contagem, a coleção
com a maior/menor quantidade de objetos, completam uma sequência de intervalos unitários com
esses números, além identificar o número que vem depois de um número natural de um algarismo,
porém sem reconhecer a palavra sucessor. Ainda nesse campo, os estudantes executam o cálculo
de adição de um número natural de até dois algarismos por outro de um algarismo, sem reagru-
pamento; e o cálculo de adição de três números naturais de um algarismo, sem reagrupamento,
dada a sentença matemática e com resultado menor que dez. Resolvem problemas envolvendo o
significado de juntar/acrescentar da adição com números de um algarismo, com ou sem apoio de
imagem, resolvem problemas que requerem a compreensão do significado de retirar da subtração
com números de até dois algarismos, sem reagrupamento, com resultado menor que dez, com ou
sem apoio de imagem e resolvem problemas de divisão exata de números naturais de um algarismo
com apoio de imagem e ideia de partilha.

CC No que se refere a grandezas e medidas, os estudantes identificam instrumentos utilizados para me-
dir tempo, comprimento e temperatura. No eixo tratamento da informação, localizam informações
relativas à categoria de maior/menor frequência em gráficos de coluna ou pictóricos, identificam
dados apresentados em gráficos de colunas, associando as informações dos eixos e identificam in-
formações numéricas apresentadas em tabelas simples e com até quatro linhas.

CC Ao considerar esse conjunto de habilidades, evidencia-se a necessidade de continuar a desenvolvê-


-las, sobretudo, as que dizem respeito aos campos geométrico e grandezas e medidas, que neces-
sitam de uma intervenção mais efetiva da escola em diálogo com outras áreas do conhecimento.
 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  69
(M020057E4) Observe abaixo os objetos na estante.

Qual desses objetos está entre a televisão e o vaso de flor?

A)

B)

C)

D)

Esse item avalia a habilidade de identificar a localiza- na última prateleira, identificando o objeto que está
ção objetos em uma representação plana do espaço. presente entre eles, ou seja, o telefone.
Para resolvê-lo, é necessário que os estudantes Os estudantes que optaram pela alternativa D,
observem os objetos dispostos na estante e locali- provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada
zem a televisão e o vaso de flor, que estão dispostos pelo item.

70  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Adequado
DE 450 A 550 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC Neste padrão de desempenho, é perceptível um aumento do grau de complexidade das habilidades.


No campo geométrico, isso pode ser verificado quando esses estudantes demonstram localizar um
objeto em uma malha quadriculada a partir de duas coordenadas ou referências e identificar a lo-
calização de objetos em representações do espaço tendo como referência a posição do estudante
por meio dos conceitos direita/esquerda. Os estudantes ainda associam objetos do mundo físico à
nomenclatura do paralelepípedo, do cubo, da pirâmide, da esfera, do cilindro e do cone, associam a
esfera ao seu nome, identificam, em uma coleção de sólidos geométricos, aqueles que têm superfí-
cies arredondadas, reconhecem o retângulo representado em uma malha quadriculada e a nomen-
clatura do triângulo como figura geométrica de três lados, sem apoio de imagem.

CC No campo numérico, identificam igualdades de quantidades por meio da contagem, reconhecem


os números ordinais do 4º ao 9º, associam um número natural de três algarismos à sua escrita por
extenso, reconhecem o menor número em uma coleção de números naturais de dois algarismos
e identificam uma sequência de números naturais formados por um algarismo ordenada crescen-
temente. Ainda nesse campo, os estudantes executam o cálculo de adição de até três números
naturais de até três algarismos, com um reagrupamento; de subtração de números naturais de até
dois algarismos, com ou sem reagrupamento; e de números naturais de até três algarismos, sem
reagrupamento, dada a sentença matemática e o algoritmo da multiplicação de fatos fundamentais.
São capazes também de resolver problemas envolvendo reagrupamento e sem apoio de imagem; o
significado de juntar/acrescentar da adição com números naturais de até dois algarismos; o significa-
do de juntar/acrescentar da adição com três valores monetários inteiros de um algarismo, com resul-
tado menor que dez, sem apoio de imagem; o significado de retirar da subtração com números de
até dois algarismos, sem reagrupamento, com resultados maiores que dez e sem apoio de imagem;
e o significado de completar da subtração com resultado menor ou igual a dez, com ou sem apoio
de imagem. O aumento do grau de complexidade das habilidades também pode ser evidenciado
nesse campo quando os estudantes resolvem problemas de multiplicação de números naturais de
um algarismo com ideia de soma de parcelas iguais, proporcionalidade ou dobro, com ou sem apoio
de imagem; de multiplicação de um número natural de um algarismo por dez, com ideia de soma de
parcelas iguais e com apoio de imagem; de divisão exata entre um número natural de dois algarismos
por outro de um algarismo, com apoio de imagem e ideia de partilha ou metade; e de divisão exata
entre números naturais de um algarismo sem apoio de imagem com ideia de partilha.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  71


CC No campo de grandezas e medidas, ordenam objetos pelo atributo tamanho e altura, associam a
data de determinado evento ao dia da semana com apoio do calendário, leem hora exata em reló-
gio digital, reconhecem o valor de um agrupamento de cédulas e de moedas do Sistema Monetário
Brasileiro e realizam a troca de uma cédula de 2 reais por quatro moedas de 50 centavos. No campo
de tratamento da informação, os estudantes localizam informações numéricas apresentadas em di-
ferentes gêneros textuais como lista de compras, receitas, convites, cartazes, ingressos, entre outros
e identificam informações numéricas apresentadas em tabelas simples de cinco linhas ou mais ou
tabelas de dupla entrada.

CC Ao observar o conjunto de habilidades que estão localizadas neste padrão de desempenho, cons-
tatam-se marcos cognitivos significativos nos campos numérico, geométrico e das medidas. Esses
estudantes, possivelmente, percebem a relação existente entre a matemática e o mundo.

Observe abaixo os ingredientes que Josiane utilizou para fazer uma


(M020079E4)

macarronada.

Macarronada

1 lata de creme de leite.


3 colheres de manteiga.
½ tablete de caldo de carne.
½ lata de milho verde.
12 azeitonas inteiras e sem caroço.
1 lata de molho de tomate.
2 tomates picados em cubos.
4 dentes de alho.
Sal a gosto.

Qual é a quantidade de tomates que Josiane utilizou nessa receita?

12

Esse item avalia a habilidade de identificar infor- siane para preparar uma receita. Em seguida, devem
mações relativas ao significado numérico em dife- encontrar o ingrediente “tomate” nessa lista e verificar
rentes gêneros textuais. a quantidade relacionada a ele, no caso, 2. Portanto,
Para resolvê-lo, os estudantes devem perceber que os estudantes que assinalaram a alternativa C, possivel-
a lista apresentada no suporte traz informações sobre mente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
as quantidades de cada ingrediente utilizado por Jo-

72  SAETHE 2016


2º ano do Ensino Fundamental
Avançado
ACIMA DE 550 PONTOS

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000

CC A principal característica dos estudantes que apresentam proficiência compatível com o padrão de
desempenho avançado é o fato de terem desenvolvido habilidades matemáticas além daquelas es-
peradas para a etapa de escolarização em que se encontram. Os estudantes que possuem profi-
ciência acima de 550 pontos desenvolveram as habilidades dos níveis anteriores. Além disso, de-
monstram ampliar o conhecimento, no campo geométrico, identificam a localização de objetos em
representações do espaço tendo como referência uma posição diferente da do estudante por meio
dos conceitos direita/esquerda e associam figuras bidimensionais presentes em objetos do cotidiano
à nomenclatura do retângulo.

CC No campo numérico, identificam uma sequência de números naturais formados por dois ou três
algarismos ordenada crescentemente e uma sequência de números naturais formados por até dois
algarismos ordenada decrescentemente, completam sequências de números naturais de dois alga-
rismos com intervalos de duas, três ou dez unidades e sequências de números naturais de três alga-
rismos com intervalos de cinco unidades. Executam o cálculo de adição de dois números naturais
de três algarismos, com dois reagrupamentos; o cálculo de subtração de dois números naturais de
até dois ou três algarismos, com dois reagrupamentos e o algoritmo da divisão (fatos fundamentais).
Esses estudantes ainda resolvem problemas envolvendo as quatro operações de maneira mais com-
plexa; o significado de juntar/acrescentar da adição com números naturais de três algarismos, com
reagrupamento; o significado de comparar da subtração com números naturais de até três algaris-
mos, com ou sem reagrupamento; o significado de completar da subtração com resultado maior
que dez sem apoio de imagem. Resolvem, ainda, problema de multiplicação de um número natural
de um algarismo por outro de dois algarismos (diferente de dez), sem apoio de imagem, com ou sem
reagrupamento; de multiplicação de números naturais de um algarismo, com ideia de proporciona-
lidade, com resultado maior que dez, sem apoio de imagem; de multiplicação de números naturais
de um algarismo, com ideia de combinação, com apoio de imagem; de divisão exata de um número
natural de até dois algarismos por outro de um algarismo com ideia de medida e de divisão exata de
um número natural de até três algarismos por outro de um algarismo com ideia de partilha.

CC No campo grandezas e medidas, reconhecem duas coleções de moedas que somam o mesmo va-
lor, estabelecem trocas entre cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro, leem horas exatas
e meia hora em relógio analógico, reconhecem um relógio analógico e um digital que marcam o
mesmo horário, fazem a conversão de semanas para dias e dias para semanas e reconhecem que
um mês tem 30 dias e que um ano tem 12 meses.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  73


(ESM.25.2919) Observe as moedas que as crianças ganharam e responda à pergunta.

ALICE PEDRO CARLA BRUNO

Quais crianças ganharam o mesmo valor em dinheiro?

ALICE E CARLA.

BRUNO E PEDRO.

CARLA E BRUNO.

PEDRO E ALICE.

Esse item avalia a habilidade de identificar diferentes


combinações de moedas do Sistema Monetário Brasilei-
ro que correspondem a um mesmo valor.
Para resolvê-lo, o estudante precisa conhecer as ca-
racterísticas do Sistema Monetário Brasileiro, identificar o
valor que cada criança ganhou, para, então, estabelecer
uma comparação entre esses valores e concluir que Bru-
no e Pedro possuem a mesma quantia.
Os estudantes que optaram pela alternativa B, possi-
velmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

74  SAETHE 2016


Sugestões para a prática pedagógica
Depois de conhecer e analisar os resultados Antes de iniciar um planejamento escolar, inde-
da sua escola e de suas turmas, é hora de pensar pendente da fase em que estamos, devemos estar
em metas e estratégias que visem à melhoria dos sempre atentos a uma perspectiva formativa, cujo
resultados alcançados, tendo como referência o foco é o processo e a aprendizagem dos estudan-
projeto político-pedagógico da escola. tes. Além disso, temos que considerar a flexibilida-
Esta seção apresenta algumas sugestões pe- de do projeto político-pedagógico e a possibilida-
dagógicas que podem contribuir para aprimorar a de de mudanças no planejamento escolar sempre
qualidade do trabalho docente. que for necessário.

1 Coletar e conhecer os materiais de orientação para sala de aula.

2 Comparar descritores/habilidades avaliadas nos testes do SAETHE 2016


com os conteúdos abordados e avaliados em sala de aula.

3 Elaborar o Plano de curso, com os conteúdos que devem ser trabalhados


durante o ano.

4 Comparar os resultados das avaliações internas com os resultados das


avaliações externas.

5 Relacionar os dados das avaliações com os conteúdos indicados no Plano


de curso.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  75


1 Coletar e conhecer os materiais de orientação para sala de aula.

Vamos reunir os materiais de orientação do trabalho escolar:

Orientações
curriculares

Livros e outros
materiais didáticos

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D1 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D2

D3
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Matriz(es) de
referência
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D4 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

da avaliação
D5 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D6 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D7 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D8 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

É preciso conhecer, estudar e esmiuçar as orientações curriculares, que fundamentam o trabalho peda-
gógico na escola, bem como a(s) matriz(es) de referência, que fundamenta(m) a elaboração dos testes da
avaliação em larga escala. Os livros didáticos e outros materiais são importantes no apoio ao trabalho em
sala de aula.

76  SAETHE 2016


Comparar descritores/ habilidades avaliadas nos testes do SAETHE 2016 com os conteúdos
2 abordados e avaliados em sala de aula.

Vamos partir de um exemplo hipotético. Mas você deve seguir o que está previsto nas orientações cur-
riculares de seu município:

ORIENTAÇÕES CURRICULARES
MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO

1. Compreender as diferenças entre a escrita alfabética e


outras formas gráficas.
Reconhecer as letras do alfabeto.
2. Dominar convenções gráficas:
MM Compreender a orientação e o alinhamento da
Identificar letras entre desenhos, números e
escrita da língua portuguesa.
outros símbolos gráficos.
MM Compreender a função da segmentação dos
espaços em branco e da pontuação de final de frase.
Identificar as direções da escrita.
3. Conhecer o alfabeto:
MM Compreender a categorização gráfica e funcional
das letras. Reconhecer as diferentes formas de grafar uma
MM Conhecer e utilizar diferentes tipos de letras (de mesma letra ou palavra.
forma e cursiva).

4. Consciência fonológica. Identificar a unidade palavra em frases.

MM Contar sílabas de uma palavra ouvida ou com base


em uma imagem (canônica ou não canônica).
MM Identificar a sílaba inicial, final ou medial de uma Identificar o número de sílabas de uma palavra.
palavra (canônica ou não canônica).
MM Identificar palavra iniciada por uma letra com uma
única realização sonora/fonética. Identificar sílabas de uma palavra.
MM Identificar palavra ou figura que tenha mais de uma
realização sonora/fonética.

5. Ler palavras compostas por sílabas no padrão Identificar variações de sons de grafemas.
consoante/vogal e/ou outros padrões silábicos como
vogal, consoante, consoante, vogal; consoante, vogal,
Ler palavras formadas por diferentes padrões
vogal.
silábicos.
MM Relacionar palavra à figura ou vice-versa.
MM Associação de textos formados por uma única frase
à imagem que os representem. Ler frases.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  77


Elaborar o Plano de curso, com os conteúdos que devem ser trabalhados durante o ano. Essa
3 organização deve seguir o planejamento (p. ex.: bimestral, trimestral...)

Antes de partir para o planejamento de cada aula, você deve organizar os conteúdos que serão abor-
dados em sala de aula, durante todo o ano letivo. Para isso, vamos seguir o exemplo e destacar conteúdos
considerados importantes para o desenvolvimento das habilidades destacadas:

PLANO DE CURSO

1. Identificar letras entre desenhos, números e • Contar sílabas de uma palavra com
outros símbolos gráficos. base em uma imagem (canônica ou não
canônica).
• Identificar letras quando misturadas a
rabiscos e desenhos.
6. Identificar sílabas de uma palavra.
• Identificar letras quando misturadas
a números ou outros símbolos gráficos • Identificar a sílaba inicial ou a sílaba
também utilizados na linguagem escrita . final de uma palavra (canônica ou não
canônica).
2. Reconhecer as letras do alfabeto. • Identificar a sílaba medial de uma
palavra (canônica ou não canônica).
• • Reconhecer as letras isoladamente .
• • Reconhecer as letras em uma sequência
7. Identificar variações de sons de grafemas.
de letras.
• Identificar palavra iniciada por uma
• • Reconhecer a letra em uma determinada
letra com uma única realização sonora/
palavra.
fonética .
• Identificar palavra ou figura que tenha
3. Identificar as direções da escrita .
mais de uma realização sonora/fonética.
• Reconhecer a primeira ou última palavra
de um texto de circulação social (poemas,
8. Ler palavras formadas por diferentes padrões
parlendas, narrativas curtas).
silábicos.
• Relacionar palavra à figura ou vice-
4. Identificar a unidade palavra em frases.
versa.
• Identificar, entre frases, aquela que
• Relacionar palavra dissílaba ouvida
apresenta segmentação correta das
(pouco usual) à palavra escrita.
palavras que a compõem.
• Identificar o número de palavras que
9. Ler frases.
compõem uma frase .
• Ler frase com estrutura sintática simples
(sujeito, verbo, complemento).
5. Identificar o número de sílabas de uma
palavra. • Ler frase com estrutura sintática
complexa (sujeito, verbo, complemento,
• Contar sílabas de uma palavra ouvida
adjuntos adnominais e adverbiais).
(canônica ou não canônica).

78  SAETHE 2016


Comparar os resultados das avaliações internas (dados como frequência às aulas, nota de
provas, parecer, relatório e trabalho individual e em grupo) com os resultados das avaliações
4 externas (dados como participação, proficiência, padrão de desempenho, percentual de acerto por
habilidade).

CC Como os estudantes da(s) sua(s) turma(s) vêm desenvolvendo os conteúdos previstos em sala de aula?
CC Você sente necessidade de modificar as estratégias de ação e planos de aula para um melhor desenvol-
vimento dos estudantes em relação a esses conteúdos?
Para isso, recorra aos resultados das avaliações.

AVALIAÇÃO INTERNA
Frequência, provas, testes, observação
Por etapa e turma

Língua Portuguesa – 2º ano EF Turma A1


Nota/Avaliação/Parecer sobre os estudantes:

• Estudante 1: 4,9
• Estudante 2: 6,0
• Estudante 3: 8,5
• ...
Relatório geral da turma:

• U
ma proposta de intervenção didática que explora o desenvolvimento do sistema de
apropriação da escrita , assim como a leitura de palavras, frases com diferentes níveis
de complexidade e de textos literários próximos ao universo infantil , contribui para
a alfabetização quaisquer que sejam os níveis de proficiência da turma.
Relatório por estudante:

• Estudante 1: Aos estudantes com proficiência mais baixa, essa proposta possibilita o
contato com atividades indispensáveis à formação leitora, o que requer sistematização.

• Estudante 2: Àqueles que já começaram a compreender o processo de alfabetização,


representa uma forma de ampliarem suas experiências leitoras, pois colocam em
conflito aprendizagens já adquiridas sobre o processo de formação da consciência
silábica.

• Estudante 3: O mesmo ocorre entre os estudantes que já apresentam uma proficiência


mais à direita da Escala, uma vez que a leitura é a base das tarefas propostas.

DADOS DA QUAIS RESULTADOS? DADOS DA


AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO
INTERNA EXTERNA
QUAIS AVALIAÇÕES?
ESCOLA SAETHE

AVALIAÇÃO EXTERNA

RESULTADOS DA ESCOLA NO SAETHE 2016

Retome a coleta e a análise que você fez sobre os resultados da sua escola
e de cada turma na seção Resultados alcançados em 2016.
Consulte também os resultados dos seus estudantes no portal da avaliação.
A seguir, faça o que se propõe na Etapa 5.

1  Trata-se de um exemplo hipotético. Você deve utilizar os dados da(s) sua(s) turma(s) para realizar essa atividade.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  79


5 Relacionar os dados das avaliações com os conteúdos indicados no Plano de curso.

/// PARTE A  C  Resultados da Escola


Observe as competências e as habilidades desenvolvidas e em desenvolvimento pelos estudantes,
com base na proficiência média da escola, percentual de acerto das habilidades (da escola) e diagnóstico
interno (escola e turmas).

UM OLHAR PARA OS DIAGNÓSTICO DA PROJETO POLÍTICO-


DIFERENTES DADOS ESCOLA PEDAGÓGICO

Parecer da Escola Relacione as informações coletadas Plano de ação da Escola


. Escola e Turmas . nas duas avaliações:
Os conteúdos podem ser relacionados
MM São resultados similares? às habilidades não desenvolvidas?
Com base nos resultados das avalia-
MM As dificuldades apresentadas em
ções internas, identifique, junto com SIM!
sala de aula são as mesmas que
seus pares, as principais dificuldades Então vamos pensar em planos de
aquelas apresentadas na avaliação
apresentadas pelos estudantes em ação para o desenvolvimento conjunto
do SAETHE 2016?
relação aos conteúdos desenvolvidos desses conteúdos, competências e
MM Junto com os seus colegas,
durante o ano letivo. Para isso, utilize habilidades.
levante hipóteses para o que
as notas e relatórios.
vocês identificaram. NÃO!
Os planos de ação devem ser elaborados
para cada conteúdo. Vamos ficar atentos
De acordo com a proficência média Retome o Plano de curso e relacione para não desenvolver planos de ação
da escola e o percentual de acerto conteúdos e habilidades que não foram para uma única habilidade, mas para
por descritor/habilidade das turmas, desenvolvidos de modo apropriado: um conjunto delas, relacionadas a um
identifique em quais habilidades os - Conteúdo 1 determinado conteúdo proposto nas
estudantes demonstraram maiores Habilidade A - resultados orientações curriculares.
dificuldades. Habilidade B - resultados
... Lembre-se de que todo o planejamento
- Conteúdo 2 da escola é coletivo e tem como refe-
... rência o projeto político-pedagógico!

É importante compreender a relação


entre as orientações curriculares e
as habilidades avaliadas pelo SAE-
THE. As hipóteses levantadas no
diagnóstico poderão ajudá-lo nessa
tarefa.

80  SAETHE 2016


Esses dados já estão
prontos. Basta você
consultar as atividades
propostas nos roteiros de leitura
e interpretação dos resultados
alcançados.

/// PARTE B  C  Resultados dos estudantes


Observe as habilidades e as competências desenvolvidas e em desenvolvimento pelos estudantes da
escola, com base na distribuição desses estudantes por padrão de desempenho, no percentual de acerto
dos itens de cada estudante e no diagnóstico interno dos estudantes.

DIAGNÓSTICO DOS PLANO DE AÇÃO DO


EXEMPLO
ESTUDANTES PROFESSOR

O próximo passo será elaborar um pla- De acordo com o padrão de desem- Agora é possível elaborar um planeja-
no de ação de acordo com o desem- penho em que se encontram, os es- mento pedagógico com base no Plano
penho dos estudantes. Para isso, uti- tudantes apresentam dificuldades que de Ação da Escola e no PPP, obser-
lize o diagnóstico já realizado por você requerem intervenções de Recupera- vando as competências e habilidades
nas Atividades 1 e 2 dos resultados ção, Reforço ou Aprofundamento. ainda não desenvolvidas pelos estu-
das turmas. dantes.
Ao pensar na sua sala de aula, você
deve propor um plano de ação que Apresentaremos, a seguir, alguns
contemple intervenções orientadas exemplos de habilidades, relacionadas
para estudantes com diferentes níveis às respectivas competências, acom-
de desenvolvimento de habilidades e panhadas por atividades pedagógicas
competências. e itens de avaliações em larga escala
que abordam essas habilidades. É im-
portante ressaltar que o trabalho com
os conteúdos curriculares pode ser
reformulado durante o ano letivo, com
vistas ao desenvolvimento pleno das
habilidades esperadas para cada eta-
pa de escolaridade.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  81


Professor (a), as atividades sugeridas para desenvolver as habilidades apresentadas anteriormente
estão relacionadas aos eixos da oralidade, análise linguística (leitura) e escrita. Através desses eixos
pretende-se desenvolver habilidades elementares ao processo de alfabetização.
A proposta é que as tarefas sugeridas não sejam desenvolvidas em um bimestre apenas, mas sim
retomadas a partir de textos de diferentes gêneros ao longo do ano.

I. ATIVIDADE EM SALA DE AULA

OS BICHOS TAMBÉM SONHAM

O TAMANDUÁ SONHA COM UM BICHO DE ORELHAS COMPRIDAS.


O COELHO SONHA COM UM BICHO QUE TEM O NARIZ EM FORMA DE TROMBA.
O ELEFANTE SONHA COM UM BICHO QUE FICA MERGULHADO COM AS ORELHAS, OS OLHOS E
O NARIZ FORA D’ÁGUA.
O HIPOPÓTAMO SONHA COM UM BICHO DE PESCOÇO COMPRIDO.
A GIRAFA SONHA COM UM BICHO QUE SÓ TEM DUAS PATAS E DOIS DEDOS EM CADA UMA.
O AVESTRUZ SONHA COM UM BICHO QUE TEM UMA BOLSA NA BARRIGA.
O CANGURU SONHA COM UM BICHO COM UMA BOCA EM FORMA DE TROMBA.
A ANTA SONHA COM UM BICHO CASCUDO.
O TATU SONHA COM UM BICHO DE LÍNGUA COMPRIDA.
E O TAMANDUÁ TAMBÉM É UM SONHO.

Autora: Andréa Daher


Ilustrador: Zaven Paré
Editora: Martins Fontes

O livro “Os bichos também sonham” compõe o acervo dos livros disponibilizados pelo Ministério da Educação pelo Programa Nacional de Biblioteca na
Escola (PNBE).

82  SAETHE 2016


1º Momento: Preparando-se para a leitura, mobilizando estratégias de
antecipação.

ORALIDADE

Professor (a), essa atividade explora a oralidade, observando o conhecimento extralinguístico do estu-
dante sobre os sonhos a partir de seu imaginário, relacionando realidade e fantasia por meio da ideia de
que “Os bichos também sonham”. Nesse caso, atente para os conhecimentos prévios do estudante sobre o
tema e também sobre questões relacionadas à forma do suporte livro de literatura (capa, contracapa, autor,
ilustrador, editora, título).

1.1 CONVERSANDO SOBRE SONHO


»» Você sabe o que é um sonho?

»» Você se lembra de algum sonho que teve? Conte-o para a turma.

»» Às vezes a gente pode sonhar acordado? Isso já aconteceu com você?

»» Para você, os bichos podem sonhar como a gente sonha?

»» Com o que os bichos podem sonhar?

MM As respostas são pessoais. É importante deixar que os estudantes exponham suas hipóteses sobre o conteúdo do livro.
Não existem respostas certas ou erradas para essas questões.

1.2 OBSERVANDO A ILUSTRAÇÃO DA CAPA DO LIVRO “OS BICHOS TAMBÉM SONHAM”


»» Do que você acha que esse livro vai tratar?

»» Que bicho você acha que é esse?

MM As respostas são pessoais. É importante deixar que os estudantes exponham suas hipóteses sobre o conteúdo do livro.
Não existem respostas certas ou erradas para essas questões.

1.3 OBSERVANDO OS ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS


»» Na capa, aparecem alguns nomes além do título. Você sabe que nomes são esses?

MM Neste caso, é importante que os estudantes observem que, na capa, além do título, aparecem os nomes do autor, do
ilustrador e da editora.

Após a conversa sobre esses pontos e outros que porventura surgirem, realize uma leitura oral do texto e
atente aos elementos que permitem sua fluidez (a entonação da voz, o uso adequado dos sinais de pontua-
ção, o tom de voz). Também é importante criar um ambiente favorável à leitura: reservar um momento do
dia especialmente para este fim, de preferência que não seja nos minutos finais da aula; preparar os estudan-
tes para receberem a história, motivando-os para isso; criar um ambiente confortável para ouvir a história.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  83


2º Momento: Lendo uma história

LEITURA ORAL DO LIVRO DE LITERATURA


MM Explore as ilustrações, envolvendo os estudantes durante o momento de contação, criando expectativas que seduzam
o leitor.

3º Momento: Retomando a leitura

3.1 ATIVIDADE DE RECONTO

Após a leitura oral do livro, proponha que os estudantes retomem suas hipóteses iniciais sobre a história,
principalmente as relacionadas aos sonhos dos bichos. A ideia central aqui é a de que os estudantes possam
confirmar ou refutar suas hipóteses iniciais após conhecerem o conteúdo do livro.
Reconte a história, se os estudantes solicitarem, ou convide-os a recontá-la. Esse movimento de reconto
costuma agradar aos estudantes, que continuam estabelecendo relações de sentido com o texto literário.
Essa atividade possibilita a apropriação da linguagem escrita, auxiliando na formulação de sínteses e desen-
volvendo inclusive uma escuta atenta ao outro e a ampliação do repertório linguístico dos estudantes. O
reconto pode provocar o mesmo fascínio de quando a história foi ouvida pela primeira vez. Trata-se de uma
estratégia que forma leitores contadores de histórias e mediadores de leituras.
Ofereça o livro para que os estudantes façam esse reconto e esclareça que, mesmo sem saber ler o tex-
to sozinhos ainda, eles podem se apoiar nas imagens para recontar o que lembram da história. Essa é uma
estratégia importante para que os estudantes possam se apropriar do vocabulário da história, fazendo uso,
em seu reconto, de palavras que muitas vezes não conhecem ou usam pouco.

3.2 ATIVIDADE ORAL


»» O que você entendeu da leitura desse texto?

»» O que mais chamou sua atenção?

»» De que parte mais gostou? Por quê?

»» Teve alguma parte do texto de que não gostou? Por quê?

MM As respostas são pessoais. É importante deixar que os estudantes exponham sua síntese sobre o conteúdo do livro.
Não existem respostas certas ou erradas para essas questões.

3.3 ATIVIDADE ESCRITA 1

A atividade proposta aqui é a de registrar por escrito as interações orais dos estudantes sobre o que en-
tenderam da leitura. Sugerimos que essa escrita seja registrada em um papel pardo e que você, professor (a),
convide os estudantes, em pequenos grupos, para desenharem tanto nas margens quanto ao final do cartaz.
Explore oralmente as respostas dadas às duas últimas perguntas propostas: de que parte mais gostou e
de qual não gostou. Atente para as explicações, mediando as discussões para que os estudantes percebam

84  SAETHE 2016


se gostaram dos mesmos sonhos ou de sonhos diferentes. Crie outro quadro no qual possam exprimir suas
opiniões sobre a história ouvida e outras contadas ao longo da Unidade.

GOSTEI MUITO! GOSTEI! NÃO GOSTEI!

3.4 ATIVIDADE ESCRITA 2

Escrita coletiva de frase.


Professor (a), proponha à turma a escrita coletiva de uma frase em que apareça um dos bichos da história
“Os bichos também sonham”. Durante essa escrita coletiva, solicite que os estudantes falem as frases em
voz alta. Na sequência, peça que soletrem as palavras que irão compor a frase e, enquanto forem soletran-
do, questione-os sobre quais letras ou sílabas usar. Anote no quadro, realizando a leitura com os estudantes
à medida que a frase for sendo construída. Ao final, proponha que todos registrem no caderno a frase e a
ilustrem.
Sugerimos que cada estudante da turma tenha um caderno de anotações sobre as histórias que ouvem.

3.5 ATIVIDADES DE ANÁLISE LINGUÍSTICA

Leia a frase abaixo:

A ANTA SONHA COM UM BICHO CASCUDO.

Peça que os estudantes leiam a frase em voz alta. Em seguida, pergunte:


»» Quantas palavras formam a frase?

MM A frase é formada por sete palavras. Em geral, os estudantes tendem a não considerar os artigos como palavras,
especialmente quando têm apenas uma letra, como no caso da frase apresentada.

»» Quantas letras formam cada uma das palavras?

MM Para realizar esta atividade, faça uma lista das palavras no quadro e registre o total de letras à frente de cada uma.

»» Pergunte qual das palavras é formada por três sílabas e peça que os estudantes a registrem no caderno. Em seguida,
peça que localizem, na frase, a palavra trissílaba – CASCUDO – e que circulem a sílaba medial dessa palavra.

»» Agrupe, juntamente com os estudantes, as palavras que possuem o mesmo número de letras (5): sonha e bicho.

»» Depois, peça que os estudantes observem as outras palavras e que identifiquem quais delas têm mais do que cinco
letras, e quais têm menos de cinco letras. Organize-as para que eles possam visualizar as diferenças e as semelhanças.

Professor (a), essas atividades contribuem para o desenvolvimento das habilidades de ler palavras e
frases com estrutura sintática simples, que os estudantes que se encontram nos padrões mais elemen-
tares ainda não desenvolveram. Trata-se de uma tarefa desafiadora para os estudantes alocados nesses
padrões, mas que pode também trazer contribuições para aqueles que se encontram nos demais padrões
de desempenho.

 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  85


II. ITENS RELACIONADOS ÀS HABILIDADES

86  SAETHE 2016


 Língua Portuguesa e Matemática - 2º ano do ensino fundamental  87
Sistema de Avaliação
Educacional de Teresina

Você também pode gostar