CARVALHO, Ronald De. Toda A América (1926)
CARVALHO, Ronald De. Toda A América (1926)
CARVALHO, Ronald De. Toda A América (1926)
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Obrds de Ronald de Cdrvdlho
LUZ GLORIOSA. (Poemas) 1913. esg.
POEMAS E SONETOS. 1» edição. 1919.
PEQUENA HISTORIA DA LITERATURA BRASI-
LEIRA. 1» ed. 1919.
EPIGRAMMAS IRÔNICOS E SENTIMENTAES. 1»
ed. 1922.
POEMAS E SONETOS, 2« ed. 1922.
PEQUENA HISTORIA DA LITERATURA BRASI-
LEIRA. 2* ed. 1922.
O ESPELHO DE ARIEL (Ensaios) 1923.
ESTUDOS BRASILEIROS. (1* Série) 1924.
EPIGRAMMAS IRÔNICOS E SENTIMENTAES. 2-
ed. 1925.
TODA A AMERICA (Poemas) 1925.
PEQUENA HISTORIA DA LITERATURA BRASI-
LEIRA. 3" ed. 1925.
 apparcccr
ESTUDOS BRASILEIROS. (2« Série).
JOGOS PUERIS.
GRAVURAS DO MÉXICO.
O CLARO RISO DOS MODERNOS.
ESTHETICA.
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1YZA
RONÀLD DE CARVALHO
POR
NICOLA DE GARO
TODA A AMERICA
ADVERTÊNCIA
UROPEU!
Nos taboleiros de xadrez da
tua aldeia,
florindo;
11
na tua sala de jantar, junto do fogão de
e faià,
colheitas e enterros,
e do bom-senso,
velinho de chifres!
coxilha verde,
lei!
correr!
14
Alegria de criar o caminho com a planta
do pé!
Europeu!
sobre as cousas,
ricano!
15
BRASIL
o Fernando Haroldo
" QlhQ 1
O
O
palmas paradas
S* r4 v Y/Jxy,
pedras pollidas
claridades
faíscas
scintillações
folhagens;
chato;
céu!
21
Eu ouço os arroios que riem, pulando na
locas;
sussuaranas e maçarocas,
igapós.
gritando, vociferando!
papagaios,
arranhacéus,
correm pelo ar
24
a couveiva dos fazendeiros nos cafezacs,
bateas,
roças.
de sol puro
palmas paradas
pedras polidas
claridades
brilhos
25
taiscas
scintillações
o homem de amanhã!
26
CARTAS
a Guilherme de Almeida
MERCADO DE TRINIDAD
o I'elippc D'Oli\viici
ERCADO de Trinidad
frutas,
escamas oxydadas,
31
o amarello e o vermelho dos papagaios
riscam o ar,
murchas,
do alcatrão,
Mercado de Trinidad
limoeiros,
'CP ^ ®
1 CÊ)
\ ,
33
NOCTURNO DAS
ANTILHAS
a Ribeiro Couto
1 STE nocturno das Antilhas
1
1
1 1
quieto, morno,
marinhas,
cabellos,
meus ouvidos,
mento .
A terra próxima.
Olor de mata.
Silencio.
luzes penduradas no ar
Lui&Stevenson.
Aroma de chá,
fumo da Virgínia,
cakes,
sweet-home.
redes
missangas,
plumas,
âmbar,
39
fermentos ácidos,
volúpia,
A terra diminue.
O ultimo farolim.
Silencio.
40
BARBADOS
'J7/T/1 ^ss
^ A ilha toda clara,
ha pregões de missangas e
quinquilharias.
preguiçosas,
Súbito,
damente .
44
BROADWAY
a Mario de Andrade
HATO, pardo-cinzento, o chão
gira,
rodopia,
47
turbilhona e ferve num vapor subtil de linhas
e movimentos.
do mundo!
isbas da Ukrania,
vinhas de Bordeus,
parques do Tâmisa,
saveiros do Volga,
guano de Mollendo,
cannaviaes de Cuba,
juncos de Shangaí,
48
cafezaes de Ribeirão Preto,
chifres do Pampa,
óleos de Tampico,
salitres de Iquique,
barbatanas da Terra-Nova,
terras gordas,
nhosas,
cristaes,
rios onde boiam troncos, plantas, cobras e
tartarugas,
49
florestas de plumas, pennas e folhagens,
desertos,
civilizações.
passo humano!
New-York. 1923.
51
TONALÁ
agachada na terra,
rosadas,
e baila no chão
rola
56
ciranda
repiquetea
pachola,
e fica assustando o ar
brava!
nichos,
morno,
entre as patas,
Tonalá. 1923.
58
PUENTE DEL INCA
sinto, America!
innocentes,
Adriático,
61
o homem do Rheno e o homem do
Guadalquivir
valles chatos
luz virgem.
nós.
águas
mero entenebreceu.
resoando,
atropelando-se!
63
Como um cavallo selvagem o meu sangue
coxilha,
andares,
64
das que mergulham nos poços de petróleo,
Tlaquepaque,
ências,
que destroem.
sinto, America!
cundar!
violado.
66
UMA NOITE EM
LOS ANDES
a Paulo Silveira
TÇ ar
O Q Ç> Q
De repente,
carioca balançou no ar
córrego tranquillo,
69
escorregando como um lagarto pela terra
molhada.
humidas.
Queimou-se no sereno.
doces, maternaes.
70
CRISTAL MARINHO
a Navarro da Costa
~Qü
tlil
i r
\W\ lui UM
. M£2==
rados no golfo.
n água.
brigues,
bergantins,
barcaças
espumas amargas.
melho,
74
os seus carabineiros pintados de verde,
creanças,
75
e o ar do crepúsculo, aromado de sal,
Arica,
Tacna,
Maipo,
íngremes e inúteis,
salitre
pyramides,
cones,
cubos,
cylindros,
espheras,
77
poesia do numero claro,
a melancolia,
gencia.
Antofagasta. 1924.
78
ENTRE BUENOS-AIRES
E MENDOZA
a Àgrippino Grieco
U vi o pampa!
Eu vi a manhã do pampa,
81
com filas negras de caminhões rolando
pelos trigaes,
cos rectangulares,
xarque;
c fios telegraphicos;
82
Eu vi as estradas do pampa, cheias de
automóveis e locomotivas,
de machinas compressoras,
tubos, turbinas, chaminés e caldeiras!
lhando espigas;
Eu vi agrônomos experimentando nitratos,
Eu vi o pampa!
84
Fronteira do Rio Grande
ERVURA de areiaes,
Cardos.
Cardos.
Magueyes.
zonte.
Chão de scintillaçÕes.
Silêncios vigiados,
homens por trás de todos os silêncios.
87
Campainhas de cabras.
Fogo de sarapes.
México!
Junho. 1923.
88
JJÕÕ OÕO 0 0 0 6 U U 0 Ü O O 0 Ü Ü U Ü U
>oooooooooooOoooooooOoc
o ooo o OOOOOOOOOooooooooc
Xochimüco ou o Epigramma
da índia exilada
Xochimüco.
J reflectir-me?
Junho. 1923.
89
San Agustin Acólman
tin
é dos g o r r i o n e s ou do
bronze?
É o pássaro ou o metal
Julho. 1923.
91
O • o • o » o < o • o • o • o <
miÉIIÉÉÜâlÉáiHÉ«ÉÉi
Cholula
Cholula!
Pyramide verde
Agosto. 1923.
93
,0 O o o
Bmmmmll
Puebla de los Angeles
talavera,
thedral,
Julho. 1923.
95
Puebla
tornos, 4e tão e s g u i o s ,
ondulam, i
voar!
do sol,
ço das cadeirinhas,
cissões,
99
Por todas as janelas "Viva Cristo Rey!"
guiçosas,
sem dentes,
Beatas ferozes,
Cachorros amáveis.
Julho. 1923.
100
>/WW
IU IÕ m
^O^V^N
Gl
México (D. F )
nela,
como é feliz!
muy bien",
101
nos pés as sandálias de tacoes duros, para
riscar o jarabe,
rythmos,
Agosto. 1923.
102
Guadalajara
a Roberto Mottòenegro
UADALAJARA, tu és toda
uma dansa!
lago ingênuo
oca.
nicos,
nos teus ventos que levantam as saias das
tapatias,
aérea,
Julho. 1923.
104
TODA A AMERICA
a Renato Almeida
1
O alto dos Andes, America,
xicanas,
Xochimüco,
milagre,
espumas e as areias,
HQ
America dos cafezaes, dos serifígaes e dos
cannaviaes,
insolvaveis,
grandezas latentes^
choques,
saltos,
clamores,
vibrações,
claridades,
um deus.
alegre de posse.
Alaska,
Hudson,
fornos de Tonalá,
America!
America!
e de Palermo!
pelo sol!
121
Montanhas, chãs, planaltos, mangues,
plumas, C u a u h t é m o c e Ataualpa,
Huitzüopoxtli,
migrações do crepúsculo,
122
vê agora, oh! America, a maravilhosa
confusão do Oriente,
magdalenicas,
os estupradores do Atlântico!
124
X X
X X
X X
X X
; X *
meio-dias voluptuosos,
humidas,
127
as tuas casas de adobe que dormem
cabras,
assobiam e fervem,
0 JÊSPÃÇO * 9 temm ?
barbaras?
queimadas,
pesadelos irremediáveis.
129
Ah! como sabes queimar todos esses
pela destruição!
homens,
proas ehthusiasmadas,
cruzam,
bronze,
e esses olhos boreaes encharcados de luz
e de verdura,
131
e esses caheüos muito finos que procrearão
desertos!
Jatlfips,,
as JHÃ93 da cr-eação!
pi*xUg*©s,
submissa,
caberão,
133
e tudo será poesia na força da sua
ínnocencia.
gregos e latinos!
134
i ANJO, guitarra, maracá,
v i o l ã o , torocaná, quena,
America!
137
Quem exprimiu jamais a tua grande
Prata,
arvores,
noite.
139
Batuques, jongos, tangos, maxixes, jarabes,
cuecas, c a t e r e t ê s , um vertiginoso
rythmo se agita em ti,
e a quena de Oroya, a marimba de
Tenochtitlan, a guitarra de Bogotá, a
viola de Joazeiro misturam na tua noite
a lascívia das raças.
141
\ H ! America, o teu poeta será
um constructor,
barco migrador,
machina,
paredes,
145
e qual o que domina a massa pelo numero,
^ y/'i
146
^
i
TAbOA
ADVERTÊNCIA 11
BRASIL 19
CARTAS 23
MERCADO DE TRINIDAD 31
NOCTURNO DAS ANTILHAS 37
BARBADOS 37
BROADWAY 43
TONALÁ 55
PUENTE DEL INCA 61
UMA NOITE EM LOS ANDES 69
CRISTAL MARINHO 73
ENTRE BUENOS AIRES E MENDOZA 81
JORNAL DOS PLANALTOS 85
FRONTEIRA DO RIO GRANDE 87
XOCH1MILCO 89
SAN AGUSTIN ACÓLMAN 91
93
CHOLULA . . .
PUEBLA DE LOS ANGELES 95
149
PUEBLA 97
QUERÉTARO .. .. 99
MEXJCO 101
GUADALAJARA .. 103
TODA A AMERICA 105
1 109
2 117
3 127
4 137
5 145
:7fã
150
Terminou a composição deste livro, que De
Garo illustrou, e imprimiu o editor Pimenta
de Mello & C, em 15 de Dezembro de 1925
Foram tirados três exemplares em papel
Whatman (1923) e doze exemplares em
papel de Hollanda, numerados e rubricados
pelo autor.
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BRASILIANA DIGITAL
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