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    Poema - Adélia Prado

    Enviado por

    Thiago Carneiro
    A poeta acorda de madrugada assombrada por uma dor antiga que ignorou por anos. Ela se percebe à beira de um abismo emocional e pede socorro a figuras religiosas, familiares e ancestrais para que a ajudem a suportar a dor e o sofrimento que agora compreende. A poeta reconhece que Jesus esteve ao seu lado o tempo todo, mas que precisava ter prestado mais atenção para enxergar seu amor, que a faria ficar bem.

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    Poema - Adélia Prado

    Enviado por

    Thiago Carneiro
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    A poeta acorda de madrugada assombrada por uma dor antiga que ignorou por anos. Ela se percebe à beira de um abismo emocional e pede socorro a figuras religiosas, familiares e ancestrais para que a ajudem a suportar a dor e o sofrimento que agora compreende. A poeta reconhece que Jesus esteve ao seu lado o tempo todo, mas que precisava ter prestado mais atenção para enxergar seu amor, que a faria ficar bem.

    Descrição original:

    Um poema do livro " Poesia Reunida".

    Título original

    poema - Adélia Prado

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    A poeta acorda de madrugada assombrada por uma dor antiga que ignorou por anos. Ela se percebe à beira de um abismo emocional e pede socorro a figuras religiosas, familiares e ancestrais para que a ajudem a suportar a dor e o sofrimento que agora compreende. A poeta reconhece que Jesus esteve ao seu lado o tempo todo, mas que precisava ter prestado mais atenção para enxergar seu amor, que a faria ficar bem.

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    Poema - Adélia Prado

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    Thiago Carneiro
    A poeta acorda de madrugada assombrada por uma dor antiga que ignorou por anos. Ela se percebe à beira de um abismo emocional e pede socorro a figuras religiosas, familiares e ancestrais para que a ajudem a suportar a dor e o sofrimento que agora compreende. A poeta reconhece que Jesus esteve ao seu lado o tempo todo, mas que precisava ter prestado mais atenção para enxergar seu amor, que a faria ficar bem.

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    de 1

    O QUE PODE SER DITO

    (Adélia Prado)

    Quase indizível o experimento histórico,


    porque o mês é setembro,
    o ano, o de 2011
    e às três da manhã me percebo acordada
    me equilibrando à beira de um buraco
    de que só agora meço o fundo e escuto
    a radiação contínua de uma dor
    por anos de distração ignorada.
    Quem pode me consolar
    a não ser Vós, face desfigurada de solidão e tormento?
    Que fiz eu, desatenta a vida inteira?
    Com que ocupava as horas
    quando, à minha frente, muda
    levantáveis os olhos para mim
    esperando mais que migalhas?
    Chorem comigo, céus,
    para que o desvão transborde.
    Me socorre, pai, mãe, me socorre,
    irmãos meus, ancestrais, pecadores todos.
    Quem viu o que vejo
    venha me socorrer.
    Sempre quis ver Jesus
    e Ele esteve comigo o tempo todo.
    Só era preciso um olhar,
    um olhar atento meu.
    Era só ficar junto e de modo perfeito
    tudo estaria bem, de modo miraculoso.
    Ó Vós que me fizestes,
    bendigo-Vos pela cruz
    da qual ainda viva me desprendes.
    Eu não preciso mais acreditar.
    Na minha carne eu sei que sois o amor
    e é dele que renasço
    e posso voltar a dormir.

    (Poema do livro “Poesia Reunida”/ Adélia Prado. 4. Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2017.)

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