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Resenha de O Kitsch

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— 605 —

MOLES (Abraham) . — O "Kitsch", a arte da felicidade. São Paulo. Editora


Perspectiva. 1972.
Define-se o Kitsch como sendo imitação da arte, diluição de formas origi-
nais, pseudo-arte, mas o problema é muito mais complexo do que dá a perce-
ber a generalização aqui proposta, e, por motivos práticos, e para isolar um
veio do discurso, iremos redefini-lo pouco a pouco, como o livro de Abraham
Moles o faz, até inculcarmos a consciência do Kitsch e os problemas derivados.
Nesses últimos dez anos, ouvimos falar esparsamente, em reuniões acadê-
micas e mesmo em artigos de jornais, sobre o fenômeno Kitsch, sem que tenha
havido uma elucidação estruturada sobre esse processo social que vem se desen-
volvendo e alastrando desde o fim do século passado.

Ainda que certas consciências linguísticas, artísticas e históricas já mani-


festavam concretamente o conhecimento desse processo (é o caso de Hegel,
que já havia previsto todo o complexo sócio-cultural que decorreria com o
surgimento da sociedade de consumo; é o caso de Charles Sanders Pierce,
que já iniciava a teoria da informação; é o caso dos simbolistas, que já anteviam
o processo de consumo e diluição das artes — Mallarmé, já dizia "tudo que
não é Poesia é Economia"), não havia ainda um denotatum semântico para o
significar, pois o Kitsch é um fenômeno mais conotativo, intuitivo e sutil.
Desse modo, a terminologia significativa e definitiva do fenômeno já se
vinha fazendo necessária, visto que em nossa época os eventos se sucedem ver-
tiginosamente, necessitando de constantes redefinições, resultantes da própria na-
tureza dos meios de comunicação. Observe-se ainda que a própria França, com
suas pretensões culturais, tentou mudar a terminologia para Art Boutot, mas
a persistência do vocábulo alemão quase que nos faz prever já o engavetamento
da terminologia nas enciclopédias culturais.
O grande antropofágico Oswald de Andrade já dizia violentamente, nos
moldes mallarmáicos: "Ou tudo é Arte, ou nada é Arte!" (1922) . Não é de
se espantar pois que tenha surgido aqui no Brasil a edição do livro de Abraham
Moles, O Kitsch, tratado que já devia ter se manifestado há mais tempo, posto
que os fenômenos artísticos são reflexos da cultura e nós tambem fomos atingi-
dos pela sociedade de consumo (logicamente num repertório mais baixo) e,
temos tambem processos de "Kitschização", conscientes em nossas vanguardas
artísticas.
O alto grau de conotação do fenômeno Kitsch deixa margem a muitas in-
terpretações filológicas. Alguns autores afirmam que talvez seja corruptela da
palavra alemã Sketch (lembrancinha, esboço, agradavel aos olhos, etc. ) que,
teria estado em voga na época da ocupação americana na Alemanha, específica-
mente quando os soldados americanos enviavam às suas namoradas na Amé-
rica os cartões postais da romântica Alemanha.
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Entretanto, Abraham Moles, fazendo várias exegeses de textos, relacionou


a palavra Kitsch com Kitschen, palavra bem conhecida do alemão do sul e que
significa atravancar, fazer móveis novos com velhos. A mesma palavra Kitsch
é raiz de um outro verbo, verkitschen e que quer dizer trapacear, receptar, ven-
der alguma coisa em lugar do que havia sido combinado.
Em todo caso há toda uma conotação ético-pejorativo, uma negação do
autêntico em ambas as interpretações filológicas. O inegavel é que o termo
surgiu na Alemanha, e o surgimento desse termo nessa região equivale dizer
que esse fenômeno iniciou-se aí, ou pelo menos em seus arredores. Fica tam-
bem explícito que não é de se espantar ser justamente na Alemanha, que reina
as mais vastas "literaturas" sobre o Kitsch.
O fator histórico preponderante que permitiu o fenômeno nessa região foi
a vitória alemã na guerra franco-prussiana, cuja consequência foi a consolida-
ção de uma classe média alemã, que, ingenuamente, começa a consumir a cultura
estandartizada.

A título de ilustração, observe-se que o costume de consumir a cultura já


se manifestava fortemente arraigada nas atitudes alemãs: o grande rei do Kitsch,
Luis da Baviera, o maior consumidor da cultura já existente na Alemanha, em
seu desejo de grandeza irrealizada, fixa-se na imagem do rei Sol, Luis XIV,
e procura realizar esta imagem, chegando ao cúmulo de mandar construir em
Herrenchiensee uma cópia de Versalhes (e por- sinal superior ao original) .
Atualmente, os castelos românticos e grandiosos desse rei das maravilhas
e do fantástico (que ocupou muitos sonhos de donzelas nos contos de fada —
der MiirchenK5nig) são apenas objetos de admiração para os turistas e origem
de fortuna para os cofres do Estado. As obras são perpetuadas mais nos
souvenis do que na História e são vendidas nas mais vulgares lojinhas junto
aos lugares célebres, como mais um monumento comercializado.
Surgiram já há muitos decênios atrás, os ensaios sobre uma tipologia do
Kitsch e que Abraham Moles tentou resumir em seu pequeno livro, definições
do fenômeno de acordo com dois pontos de vista:
— definições que determinam o Kitsch por propriedades formais dos
objetos ou dos elementos do ambiente;
— as definições que consideram o Kitsch a partir de relações específi-
cas que o homem mantem, seja ele criador ou consumidor, com os objetos.
Decorrência natural desses dois pontos de vista é, logicamente, a existência
de manifestações Kitsch em graduações variáveis, na arte, no ambiente, nas
relações sociais, nas atitudes humanas, nos entretenimentos, no trabalho, no
consumo.
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A primeira fase do Kitsch culmina exatamente na época da plena ascensão


da Burguesia, denominada por Moles, como o século 1900 (1889-1914), carac-
terizada principalmente pelo poder e vontade aquisitivos do burguês industrial,
que, tendo conquistado um vasto poderio econômico, tenta se afirmar tambem
em sua cultura, consumindo o repertório erudito, distintivo da elite.
Os Kitsch que se desencadeiam são bem característicos de um tipo de cul-
tura que estava em processo de mudança para uma fase industrial, e o "bur-
guês", por não entender o seu tempo, não cria uma linguagem apropriada. O
homem começa a temer o futuro pois não compreende nem o presente, perde
a sua identidade, gerando medo e angústia. E por isso ele sente atraido ao má-
ximo à linguagem sócio-cultural já adquirida.
Esse complexo homem da primeira fase do Kitsch traduz a informação
original para o seu repertório:
1. — O Kitsch nobre := consumo de distintivos aristocráticos:
começa-se a imitar os comportamentos da nobreza que havia sucum-
bido, mas que deixara marcada fortemente a nossa cultura;
corrida para a aquisição de títulos nobres;
encomendas de quadros estilos renascentistas, clássicos etc;
compra de castelos e palácios para moradia;
lembranças exóticas são trazidas para a decoração.
Na América, como não há tradição cultural aristocrática, os novos-ricos
mandam importar castelos inteiros para o novo continente, introduzindo uni-
formes em amas, empregadas e chofer.
A diluição mais radical do Kitsch-nobre observa-se em nossa época: a elei-
ção da Miss Universo com seu manto, coroa e cetro, e a parafernália geral das
rainhas das batatas, dos ovos, dos cafés, das uvas, dos refrigerantes e de outros
produtos; o prateado, o dourado, e o cintilante das pedras preciosas, oferecidas
a preço de banana (para o Brasil) e a preço de maçã (para os EEUU), nos
bazares e lojinhas de qualquer bairro vulgar.
2. — Kitsch — imitação da arte e formação de estereotipos.
Os imitadores e diluidores da arte começam a desenterrar a cultura do
passado para atender as clientes burguesas: o estilo colonial, o estilo rococó,
o neo-grego o renascentista. O mercado consumidor burguês exige selos e sím-
bolos da erudição em suas encomendas.
Os criadores de tipos são imitados -- toda a vasta literatura Kitsch é
um estereótipo do romantismo, numa metáfora simples, de fácil associação,
pois a intenção é, antes de tudo, o consumo: a heroina passeia sua virtude in-
tacta pelos antros de malandros, casas de caridades, hoteis de luxo, seus cabelos
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são dourados, seus dentes são de pérolas; o heroi, intrépido e incansavel, per-
manece um cavalheiro nos combates, o coração puro, e um amor profundo e
inalteravel. A criança é orfã, o servidor é fiel, o amigo é leal, o irmão é fra-
ternal, a mãe é maternal. O final, sempre feliz.
Essa literatura Kitsch se estendeu até a modernidade e transpôs o seu con-
teudo para o cinema, para as telenovelas, para as revistas sentimentais (Capri-
cho, Romântica, Sétimo Céu).

Em poesia a diluição tambem disvirtuou a arte: todos os namorados


fazem poemas às suas namoradas, sem discernimento de poética, métrica, rima
ritmo. Tudo é cozinhado em um banho maria de sentimentalismo e pieguis-
mo, previsíveis em todas as circunstâncias semânticas e fonéticas; constante-
mente rima-se "amor" e "dor", ou então, o "amor" se transforma em "flor"
esta flor se transforma em "dor" .
A música tambem não escapou ao consumo geral: vende-se Tchaiko-
visky tocado por Ray Coniff; ouve-se a Marcha Nupcial de Mendelsohn no
acordeón; a Serenata de Toselli em orgão; a Nona Sinfonia em Orquestra de
Cervejaria.
Alemanha, o maior centro da música erudita, é tambem o maior centro de
diluição da música "clássica": os sistemas musicais Kitsch são aparentemente
comunicativos, desenvolvem-se através de clichês, e estimulam modelos de rea-
ção estandartizados; sabe-se de antemão o que vai acontecer — o ritmo não
traz surpresa, a melodia e a harmonia seguem a gramática tonal não causando
nenhum choque.
— Kitsch religioso.

A emoção estética que a arte religiosa traz a seu favor tambem é desvir-
tuada: os cemitérios estão abarrotados de estátuas de Virgem-Maria, de Cristo
crucificado, Anjinhos com asinhas, Profetas, santos e santas. Nos refeitórios
abundam quadros da Santa Ceia, de Moisés, Cristo-Rei, Santa Thereza (Santa
Terezinha para os brasileiros), São Jorge Guerreiro, São Sebastião.
— O Neo-Kitsch.

O caso mais gritante da diluição da cultura se manifesta na arquitetura.


Observou-se na França a fundação de escolas de arquitetos permanentes,
onde se defendem a tese de que a cópia é tão boa como o original (pode ser
até melhor por ser menos velha e gasta), ensina-se estereótipos de imagens de
castelos da Idade Média. A cultura do arquiteto revela-se ao burguês na pro-
fusão dos estilos que ele domina: superposição de um pagode hindú de tijolos
envernizados sobre um imovel de seis andares.
Há uma mania de neo e do empilhamento dos neos que dá aparência de
cultura.
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O apogeu da arquitetura Kitsch se manifestou na América, na cidade de


Nova York — a futura capital do mundo não podia deixar de lado a decoração,
e como os artigos já haviam encontrado o estilo, bastava copiá-los. Dai resulta
o esforço dos arquitetos de desenterrar os tratados de estilos para projetarem
suas construções e com o crescimento das cidades, os americanos (com seu
espírito prático) simplesmente decoravam a parte térrea e o último andar com
um estilo qualquer, preenchendo o intervalo com o maior número possivel de
andares com sacadas "imperiais" .
Felizmente, para os arquitetos Kitsch americanos, descobriu-se o gótico,
cujas linhas verticais e orgivas eram congruentes com o estilo vertical do arra-
nha-céu em pleno impulso. Tratava-se apenas de dissimular as estruturas pela
decoração em quantidade suficiente para dar impressão de riqueza consideravel.
A cidade de Nova York é um imenso porta-agulha de Kitsch arranha-céus, apar-
tamentos e Kitschnette, pois a preocupação principal dos arquitetos responsá-
veis pela urbanística da cidade foi no sentido vertical.
Somente, após 1935, é que vemos surgir algumas construções que se ma-
nifestam mais na horizontal que na vertical. Isso se deve longinquamente a
Bauhaus, pois nos primórdios dos movimentos estéticos de Gropius, Mies van
der Rohe, Max Bill, o trabalho se desenvolveu mais no plano horizontal, fun-
cional e objetivo. As pesquisas encaminham-se para o setor de criação de uma
nova linguagem para a sociedade industrial, estabelecendo que os objetos devem
ser rigorosamente determinados por sua função, e por isso mesmo, os objetos
inúteis devem ser eliminados.
A estética da Bauhaus contradiz diretamente o sistema formado pela so-
ciedade afluente, que se caracteriza por sua vontade de acelerar cada vez mais
a máquina econômica através da demanda eterna do consumidor.
Surgem as contradições, mas nem por isso intransponíveis para a sociedade
de consumo, que lança mão de objetos funcionais e práticos adicionados com o
princípio de extinção incorporada do objeto (que tem garantia temporária),
com o princípio da redistribuição das necessidades, vale dizer, a fabricação de
objetos com uma série de funções técnicas diferentes (como por exemplo: um
aspirador-encerador-polidor); com o princípio de divisão de funções (como moe-
dor de carne-cafeteira-serviço de café); com o princípio de reagrupamento de
funções (um descaroçador de azeitonas que é tambem cortador de ovos co-
zidos) .
Desse modo, tenta-se sempre manter e ampliar o mercado consumidor em
compatibilidade com as forças produtivas, lançando mão de pesquisa de mer-
cado, psicologia social, sociologia do lazer e do entretenimento.
O incentivo ao consumo é altamente estimulado através de um elemento
(de acordo com Moles), que fica entre o consumidor e o engenheiro de produ-
ção: o designer —
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■-!
"que se inspira nos grandes inovadores, embora a interpreta-
ção por ele efetuada não se dê jamais ao nivel da cópia, mas, ao
nivel dos morfemas, dos elementos de forma (gestaltung), ao ni-
vel das doutrinas culturais" (p. 175) . "Este mediador necessá-
rio entre o criador e o mercado consumidor explora idéias e for-
mas novas criadas pelo artista, passa a adota-las e arranja as for-
mas pela diluição da sua originalidade de forma a torna-las assi-
miláveis pela camada consumidora" (p. 176) .
Nesse sentido o Kitsch moderno seria deliberadamente provocado pelo
designer em torno dos predicados de base da média, conjunto de displays:
dormir, dirigir-se ao banheiro, ir ao serviço, lazer e diversão — que é avaliado
através do grau de estereotipia de uma pessoa, de um grupo, de uma comu-
nidade, de uma cultura.
Com esse material o designer pode ter uma norma de necessidade de um
grupo.
Atualmente, o impulso dado ao estímulo ao consumo é tão importante
quanto a produção e o próprio consumo, e dai a importância tremenda que se
aplica aos designeis criativos — (termo perigoso, pois até que ponto podemos
dizer que ele é criativo?, e até que ponto o termo não se aplica a eficiência
da venda da imagem do produto e não da criação?)
O livro, pouco a pouco nos levanta vários problemas de ordem social,
que, num sentido exagerado, pode acarretar em global "Kitschização" do
mundo, na medida em que todos nós temos um pouco de Kitsch, e todos nós
somos mais ou menos previsíveis diante da máquina econômica. Universaliza••
ção das linguagens? Massificação? Escravização? Alienação?
São esses os problemas que surgem com o processo desencadeado a me-
nos de um século e que cada dia que passa acelera-se e se redefine sem exaustão.
Ao processo de diluição da informação, paralelamente, ocorre o fenôme-
no de "criação" de significados novos para os objetos de uso, por exemplo:
uma panela de ferro, com significado atualmente — ou seja, sofisticação na de-
coração. Usa-se a panela, mas não nos moldes pioneiros de antigamente, isto
é redescobre-se o objeto, mas não se redimensiona a ideologia contida na forma.
O que se intenta dizer é que a massa, com o processo de diluição cria sua
própria linguagem com elementos combinatórios infinitos possíveis, capazes de
permitir todo tipo de vida no interior daquela forma, dissociando o significan-
te do seu significado e substituindo e enriquecendo seu significado por outros
significados possíveis pelo uso: ocorre uma descontextualização do signo e rein-
serção deste num contexto novo que o carrega de significados diferentes.
A diluição é necessária à cultura pois revela o envelhecimento das formas
e, enriquecimento e redefinição dessas formas em uma nova linguagem. Afinal
não é isso o mesmo que certas vanguardas artísticas americanas fizeram com
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suas obras? Tomaram o Kitsch como conteudo •de suas mensagens fazendo a
arte erudita tomar consciência da nova linguagem que está se formando na
sociedade de consumo, fenômeno universal.
É uma pena que Abraham Moles tenha se detido apenas descritivamente
aos fenômenos estéticos do Kitsch.

MITIKO OTOFUJI

*
SOUZA (Roberto Antônio de Mello e) . — Mina R: narrativa. São Paulo.
Livraria Duas Cidades, 1973, 170 p.
Em meio às contribuições de carater pessoal e profissional sobre a atuação
da FEB na Segunda Guerra Mundial, e que vinham rareando já há alguns anos,
surge a narrativa de Roberto Antônio de Mello e Souza, cabo de um pelotão de
minas, evocando experiências vividas nos campos italianos.

" ... Umas minas estavam aparecendo na flor do chão — o


vento tinha varrido a terra seca de cima delas — e o que se via
eram quatro ou cinco, com certeza do começo do campo. As
tampas amarelas... " .
Anotando tranquilamente o que lhe passa pela memória, Mello e Souza
vai "falando" despreocupadamente de tudo o que se lembra, colocando aqui
ali, em meio aos seus próprios sentimentos, os companheiros ainda suficien-
temente vivos em sua mente, tanto os que voltaram, como aqueles que perma-
neceram na Itália.
Se preocupação houve na transcrição de suas recordações, certamente não
preocupou o estilo literário, mas muito mais, a sinceridade na descrição lo-
cal, em meio às lutas com o inimigo separado pela "terra de ninguem" .

" ... Era um dia bonito ainda de manhã, fim de abril sem
chuva, 'o tempo firme o ceu muito azul por igual, poucas nuvens
mas bem brancas, e naquele lugar, afundado no meio das mon-
tanhas, o capim já estava brotado e tinha uns matos mais altos,
florzinhas de todas as cores pelas colinas em volta e uma ou
outra árvore só que muito machucadas. Muito machucadas as
folhas verde-claro começando a sair dos galhos decepados a esti-
lhaço e uma delas estava estourada pela raiz porque aquilo era
terra-de-ninguem..." .
Utilizando termos bem seus, dentro de uma onomatopéia toda peculiar,
autor vai descrevendo pitorescamente a paisagem local, retornando às suas
emoções da época da guerra, na incerteza diária da luta, e na expectativa da
nova luta. Segue assim, num desencadeamento sem forma, sem métrica, sem

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