Os Dogmas Católicos PDF
Os Dogmas Católicos PDF
Os Dogmas Católicos PDF
OS
DOGMAS
CATÓLICOS
OS DOGMAS CATÓLICOS
· Dogmas Marianos
1. A Imaculada Conceição de Maria
2. Maria, Mãe de Deus
3. A Assunção de Maria
4. A Virgem
A EXISTÊNCIA DE DEUS
por: Dercio Antonio Paganini
Possibilidade de reconhecer a Deus como a única luz da razão natural - O concilio Vaticano I
(1869-1870), sob Pio IX (1846-1870), declarou:
· "Se alguém disser que Deus vivo e verdadeiro, criador e Senhor nosso, não pode ser
reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana por meio das coisas que foram
feitas, seja excomungado." (Dz. 1806). "A mesma Santa Mãe Igreja sustenta e ensina que
Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser reconhecido com certeza pela luz natural
da razão humana partindo das coisas criadas." (cf. Dz. 1785).
O Concilio apresenta os seguintes elementos:
a. O objeto de nosso conhecimento é Deus uno e verdadeiro, Criador e Senhor nosso; é
portanto um Deus distinto do mundo e pessoal.
b. O princípio subjetivo do reconhecimento é a razão natural em estado de natureza caída.
c. Os meios do reconhecimento são as coisas criadas.
d. Esse reconhecimento é de per si um reconhecimento certo.
e. E é possível, ainda que não constitua o único caminho para chegar a conhecer a Deus.
Provas da Escritura:
· "Pela grandeza e formosura das criaturas, por racionalidade se chega a conhecer ao
Criador delas" (Sab.13,1-9.15).
· "Porque desde a criação do mundo, a invisibilidade de Deus, Seu eterno poder e Sua
divindade são conhecidos através das criaturas, de modo que são inescusáveis" (Rm 1,20).
A idéia de Deus não é inata em nós, mas temos a capacidade para conhece-Lo com facilidade, e de
certo modo espontaneamente por meio de Sua obra.
· "A Santa Igreja Católica Apostólica e Romana, crê e confessa que existe um único Deus
Verdadeiro" (Dz. 1782).
Este mesmo Concílio condenou como herética a negação da existência de Deus:
· "Se alguém negar que apenas Deus é o Verdadeiro Criador e Senhor das coisas visíveis e
invisíveis, seja excomungado" (Dz. 1801).
Provas da Escritura:
A fé na Escritura de Deus é condição indispensável para a salvação:
· "Sem a fé é impossível agradar a Deus, pois é preciso que quem se acerque de Deus creia
que Ele existe e que é remunerador dos que O buscam" (Hb 11,6)
A revelação sobrenatural da existência de Deus confirma o conhecimento natural de Deus, faz com
que todos possam conhecer a existência de Deus com facilidade. Não existe contradição no sentido
de que uma pessoa possa temer ao mesmo tempo a ciência e a fé da existência de Deus, já que, em
ambos os casos, o objeto formal é diverso:
Evidência Natural X Revelação Divina
Ao primeiro chegamos pela razão natural e, ao segundo, pela razão ilimitada da fé.
A UNICIDADE DE DEUS
por: Dercio Antonio Paganini
Não existe mais que um único Deus - O concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III (1198-1216)
declarou:
· "Firmemente cremos e simplesmente confessamos que Deus é apenas Um" (Dz. 428). "A
santa Igreja Católica Apostólica romana crê e confessa que existe um único Deus
Verdadeiro e Vivo" (Dz. 1782).
Provas das Escrituras:
· "Ouve Israel, Iaveh é nosso Deus, apenas Iaveh" (Dt 6,4).
· "Sabemos que o ídolo não é nada no mundo e que não existe mais que um único Deus." (1
Cor. 8,4).
· v. tb. At 14,14; 17,23; Rm 3,39; Ef 4,6; 1Tim 1,17; 2,5.
Os Santos Padres provam a unicidade de Deus por Sua perfeição absoluta e pela unidade da ordem
do mundo. Diz Tertuliano:
· "O Ser Supremo e Excelentíssimo precisa ser único, e não pode haver igual a Ele, porque
se não for assim, Ele não seria o Ser Supremo, e como Deus é o Ser Supremo, com razão diz
nossa verdade Cristã: Se Deus não é o Único, não há nenhum Deus"
São Tomás [de Aquino] deduz especulativamente a unicidade de Deus devido à Sua simplicidade, da
infinidade de Suas perdições e da unidade do universo (S.Th. I,11,3).
A história comparada das religiões nos ensina que a evolução religiosa da humanidade não passou do
politeísmo ao monoteísmo, mas sim, ao contrário, ou seja, do monoteísmo ao politeísmo (cf. Rm
1,18). Se opõe a este dogma básico do Cristianismo o politeísmo dos pagãos e o dualismo agnóstico-
maniqueista que supunha a existência de dois princípios não criados e eternos.
DEUS É ETERNO
por: Dercio Antonio Paganini
Deus não tem princípio nem fim - O Concílio IV de Latrão e o Concílio Vaticano atribuem a Deus
a eternidade:
· "Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Verdadeiro Deus
eterno..." (Dz. 428). "A Santa Igreja Católica, Apostólica Romana crê e confessa que existe
um único Deus Verdadeiro, Vivo, Eterno, Imenso, Incompreensível, Infinito em Seu
entendimento e vontade e em toda perfeição" (Dz. 1782).
O Dogma diz que Deus possui o Ser Divino sem princípio nem fim, sem sucessão alguma, em um
agora permanente e indivisível.
Provas das Escrituras:
· "Antes que os montes, a terra e o universo tivessem sido criados, Tu existíeis desde a
eternidade até a eternidade" (Sl 89,2).
· "Antes que Abraão nascesse, eras Tu" (Sl 2,7; Jo 8,58).
Especulativamente, a eternidade de Deus se demonstra por sua absoluta imutabilidade; a razão última
da eternidade de Deus é a plenitude absoluta de um ser que exclui toda potencialidade e, portanto,
toda sucessão (S.Th. I,10,2-3).
SANTÍSSIMA TRINDADE
por: Dercio Antonio Paganini
Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina
que é numericamente a mesma - O Concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III (1198-1216) diz:
· "Firmemente cremos e simplesmente confessamos que apenas um é o Deus Eterno,
Verdadeiro, Imenso, Imutável, Incompreensível, Onipotente e Inefável; Pai, Filho e Espírito
Santo; três pessoas certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente
simples. O Pai não vem de ninguém, O Filho apenas do Pai, e o Espírito Santo de Um e de
Outro, sem começo, sempre, e sem fim" (Dz.428).
O dogma da Trindade é declarado por este Concílio, mas o Concílio de Florença (1438-1445), sob
Eugênio IV (1431-1447), apresentou um compêndio desta doutrina que pode ser considerada como a
meta final da evolução do dogma:
· "Por razão desta unidade, o Pai está todo no Filho todo no Espírito Santo; o Filho está
todo no Pai e todo no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho.
Nenhum precede ao outro em eternidade, ou o excede em grandeza, ou o sobrepuja em
poder..." (Dz. 704).
Provas das Sagradas Escrituras:
· No Antigo Testamento fica subentendida a alusão ao mistério da Trindade:
· "Façamos ao homem..." (Gn 1,26).
· "Disse-me Iaveh: Tu és Meu Filho hoje Te gerei" (Sl 2,7).
· No Novo Testamento:
· "O Espirito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com Sua sombra,
e por isto, o Filho criado será Santo, será chamado Filho de Deus" (Lc 1,35) -
Espírito Santo, Altíssimo e Filho do Altíssimo.
· "Viu o Espírito Santo de Deus descer como pomba e vir sobre Ele, enquanto uma
voz do céu dizia: 'este é Meu Filho Amado, em Quem tenho Minha complacência'"
(Mt 3,16ss).
· "Ide, pois, e ensinai a todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo" (Mt 28,19).
Onde é revelado claramente o mistério da Trindade é em Mt 28,19. Assim como o homem pode por
sua única razão descobrir a um Deus Uno, ao conhecimento de um Deus Trino não poderá chegar
senão através da Divina Revelação.
Em Deus, a ação de entender, o mesmo que a de amar, se identificam com sua própria essência
divina, pois seu entender e seu querer constituem um mesmo Ser. Por isso, nos dois procedimentos
divinos, ou seja, que dá origem ao Filho por via de geração, e a que dá origem ao Espírito Santo por
via de amor procedente do Pai e do Filho, não se dá sucessão alguma, nem por prioridade nem por
posteridade... são eternas com a mesma eternidade de Deus.
O Pai, com efeito, vendo refletido em sua própria essência a Seu Verbo Divino, que é a Imagem
perfeitíssima de Si mesmo, O ama com um amor sem limites. E o Verbo, que é a Luz do Pai, Seu
Pensamento eterno, Sua Glória, Sua Formosura, o Esplendor de todas Suas perfeições infinitas,
CADA UMA DAS DUAS NATUREZAS EM CRISTO POSSUI UMA PRÓPRIA VONTADE
FÍSICA E UMA PRÓPRIA OPERAÇÃO FÍSICA
por: Dercio Antonio Paganini
Declara o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agatão (678-681):
· "Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem
também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não
seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas
não se opõe uma a outra como afirmam os ímpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).
Sagradas Escrituras:
· "Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres..." (Mt 26,39).
· "Não seja feita Minha vontade, mas sim a Tua..." (Lc 22,42).
· "Desci do céu para fazer não a Minha vontade, mas sim a vontade de Quem Me enviou..."
(Jn. 6,38).
· "Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de
recobrá-la novamente..." (Jo 10,18).
Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a vontade
humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à vontade Divina.
· "Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo..." (Hb 9,28).
O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia
recordou o sacrifício de Sua morte:
· "Este é Meu corpo que será entregue por vós..." (Lc 22,19).
Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza
Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.
Sua razão foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o Pai e o
Espírito Santo. Foi causa instrumental a parte humana de Cristo, unida hipostaticamente com a
divindade, ou seja, o corpo e a Alma. É negada a ressurreição de Cristo em todas as formas de
racionalismo antigo e moderno. Tal negação foi condenada por Pio X (Dz. 2036).
Sagradas Escrituras:
· Não deixarás Tu minha alma no inferno, não deixarás que Teu justo experimente a
corrupção..." (Sl 15,10).
· "[Cristo predisse:] pois da mesma forma que Jonas esteve no ventre da baleia três dias e
três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra três dias e três noites..."
(Mt. 12,40).
· "Os Apóstolos davam testemunho, com grande poder, da ressurreição do Senhor Jesus..."
(At 4,33).
Do ponto de vista apologético: a ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade dos
ensinamentos de nosso Senhor:
· "... e se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vazia e também a vossa fé..." (1Cor
15,14).
CRISTO SUBIU EM CORPO E ALMA AOS CÉUS E ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS
PAI
por: Dercio Antonio Paganini
Sob Inocêncio III (1198-1216), declarou o IV Concilio de Latrão (1215):
· "...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou dentre os mortos e subiu ao
céu em Corpo e Alma..." (Dz. 429).
Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico:
· "...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...".
Cristo subiu aos céus por sua própria virtude. O racionalismo é contrário a este dogma. O testemunho
claro desta verdade da época apostólica, não deixa tempo suficiente para formação de lendas.
Sagradas Escrituras:
· Cristo havia predito: "O espírito é aquele que dá a vida; a carne de nada serve. As
palavras que lhes disse são espirito e são vida..." (Jo 6,63; 14,2; 16,28).
· A realizou diante de testemunhas: "...com isto, o Senhor Jesus, depois de falar-lhes, foi
elevado ao céu e se sentou à direita de Deus..." (Mc 16,19; Lc 24,51).
CONSERVAÇÃO DO MUNDO
por: Dercio Antonio Paganini
Deus conserva na existência a todas as coisas criadas - Diz o Concílio Vaticano I (1869-1870),
sob Pio IX (1846-1877), a 24 de Abril de 1870:
· "A Igreja Católica declara a partir desta cátedra... Tudo o que Deus criou, com sua
providência o conserva e governa..." (Dz. 1784).
Provas da Sagrada Escritura:
· "E como poderia subsistir nada se Tu no quiseras ou como poderia conservar-se sem Ti?"
(Sb 11,26).
· "Meu Pai segue trabalhando ainda e eu também trabalho" (Jo 5,17).
· "E tudo Nele subsiste" (Col 1,17).
A ação conservadora de Deus é um constante influxo causal pelo que mantém as coisas na
existência. São Tomas de Aquino define a conservação do mundo como continuação da ação
criadora de Deus. É condizente à sabedoria e bondade de Deus conservar na existência as criaturas
que são vestígio das perfeições divinas e servem, portanto, para dar glória a Deus
dogma católico contra os que dizem que consta de três partes essenciais: o corpo, a alma animal e a
alma espiritual, o Concílio de Constantinopla declarou:
· "... que o homem tem apenas uma alma racional e intelectual..." (Dz. 338).
A alma espiritual é o princípio da vida espiritual e ao mesmo tempo o é da vida animal (vegetativa e
sensitiva) (Dz. 1655).
Sagradas Escrituras:
· "O Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em seu rosto o alento da vida..."
(Gn 2,7).
· "...antes que o pó volte à terra de onde saiu, e o espírito retorne a Deus..." (Ecl 12,7).
· "Não tenhais medo dos que matam o corpo, e à alma não podem matar; temeis muito mais
àquele que pode destruir o corpo e a alma na geena..." (Mt 10,28).
Se prova especulativamente a unicidade da alma no homem por testemunho da própria consciência,
pela qual somos conscientes de que o mesmo Eu, que é o princípio da atividade espiritual, é o mesmo
que gere a sensibilidade e a vida vegetativa.
· "Eis que aqui nasci; em culpa e em pecado me concebeu minha mãe..." (Sl 50,7).
· "Assim então, por um homem entrou o pecado no mundo... e assim a morte passou a todos
os homens... pela obediência de um, muitos serão justiçados..." (Rm 5,12-21).
O efeito do Batismo, segundo a doutrina do Concílio de Trento, é apagar realmente em nós o pecado
e não apenas que não nos impute uma culpa estranha (Dz. 792).
a. Maria desde o primeiro instante que é constituída como pessoa no seio de sua mãe, o é sem
mancha alguma de pecado (=pecado original).
b. Como foi concebida sem pecado:
1. Ausência de toda mancha de pecado.
2. Lema da graça Santificante.
3. Ausência da inclinação o mal.
c. Este privilégio e dom gratuito foi concedido apenas à Virgem e a ninguém mais, em
atenção àquela que havia sido predestinada para ser a Mãe de Deus.
d. Em previsão dos méritos de Cristo porque a Maria a Redenção foi aplicada antes da morte
do Senhor.
Provas das Escrituras:
· "Estabeleço hostilidade..." (Gn 3,15).
· "Deus te salve, cheia de graça." (Lc 1,28).
· "Bendita tu entre as mulheres..." (Lc 1,42).
A ASSUNÇÃO DE MARIA
por: Dercio Antonio Paganini
O Papa Pio XII, na Bula "Munificentissimus Deus", de 1º de Novembro de 1950, proclamou
solenemente o dogma da assunção de Maria ao céu:
· "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada
Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, cumprindo o curso de sua vida terrena, foi assumpta
em corpo e alma à gloria celeste" (Dz. 2333).
A Virgem Maria foi assumpta ao céu imediatamente depois que acabou sua vida terrena; seu Corpo
não sofreu nenhuma corrupção como sucederá com todos os homens que ressuscitarão até o final dos
tempos, passando pela descomposição.
O essencial do dogma é que a Virgem foi levada ao céu em corpo e alma, com todas as qualidades e
dotes próprios da alma dos bem-aventurados e igualmente com todas as qualidades próprias dos
corpos gloriosos.
Se entende melhor tudo ao recordar:
1. Maria foi isenta de pecado original e atual.
2. Teve a plenitude da graça.
Fundamentos deste dogma:
Desde os primeiros séculos foi um sentir unânime da fé do povo do Deus, dos cristãos. Os Santos
Padres e Doutores manifestaram sua fé nesta verdade:
· São João Damascemo (séc. VII): "Convinha que aquela que no parto havia conservado a
íntegra de sua virgindade, conservasse sem nenhuma corrupção seu Corpo, depois da
morte."
· São Germano de Constantinopla (séc. VII): "Assim como um filho busca estar com a
própria Mãe, e a Mãe anseia viver com o filho, assim foi justo também que Tu, que amavas
com um coração materno a Teu Filho, Deus, voltasses a Ele."
Portanto, o fundamento deste dogma se depreende e é conseqüência dos anteriores.
A Virgem
Em sentido próprio é a integridade física dos órgãos reprodutivos. Muitas vezes a virgindade de
Maria foi atacada pelos hereges. É verdade da fé católica que Nossa Senhora ficou perfeitamente
sempre virgem, antes do parto, no parto e depois do parto.
No Símbolo apostólico se diz: "Nascido de Maria Virgem"; nas antigas liturgias é freqüente o titulo
de Maria sempre virgem. No Concílio Romano do ano 649 se defini Maria Imaculada, sempre
virgem, que concebeu sem concurso de homem e ficou também intacta depois do parto.
Na Sagrada Escritura temos a famoso trecho de Isaías 7, 14: "Eis que uma virgem conceberá e dará a
luz a um filho e o chamará Deus conosco". O texto é certamente messiânico e portanto a Virgem é
Maria. No Evangelho cita-se esta profecia (Mt. 1, 18-23) e se conta com exatas palavras o
nascimento virginal de Jesus, por obra do Espirito Santo. Os Padres da Igreja, no trecho de Ez. 44,2
veja a virgindade de Maria depois do parto: "este pórtico ficará fechado. Não se abrirá e ninguém
entrara por ele, porque por ele entrara Iahweh, o Deus de Israel, pelo que permanecera fechado".
Toda a Tradição e concorde em defender a virgindade perpetua de Maria: Santo Agostinho afirma:
"A Virgem concebeu, a Virgem ficou gravida, a Virgem deu a luz, a Virgem é virgem perpetua". A
razão teológica deste dogma é clara e tão simples, ela esta na divindade do Verbo e na maternidade
de Maria, ao qual repugnou toda a corrupção.
· Mt. 4,18: Escolhe a doze para "que Lhe acompanhem e enviá-los a pregar...", "...com
poder de expulsar demônios..." (Lc 16,13).
· Ele os chamou de Apóstolos: enviados, legados; lhes ensinou a pregar (Mc 4,34; Mt 13,52).
· Lhes deu o poder de ligar e desligar (Mt 18,7).
· De celebrar a Eucaristia (Lc 22,19).
· De batizar (Mt 28,19).
cristãos, define por sua suprema autoridade apostólica que uma doutrina sobre a fé e
costumes deve ser sustentada pela Igreja universal, pela assistência divina que lhe foi
prometida na pessoa de Pedro, goza daquela infalibilidade que o Redentor divino quis que
estivera provisionada sua Igreja na definição sobre a matéria da fé e costumes, e portanto,
as definições do Bispo de Roma são irreformáveis por si mesmas e não por razão do
consentimento da Igreja." (Dz. 1839; Dz. 466-694).
Para compreender este dogma, convém ter na lembrança:
1. Sujeito da infalibilidade é todo o Papa legítimo, em sua qualidade de sucessor de Pedro e
não outras pessoas ou organismos (ex.: congregações pontificais) a quem o Papa confere
parte de sua autoridade magistral.
2. Objeto da infalibilidade são as verdades de fé e costumes, reveladas ou em íntima
conexão com a revelação divina.
3. Condição da infalibilidade é que o Papa fale ex catedra:
a. Que fale como pastor e mestre de todos os fiéis fazendo uso de sua suprema
autoridade.
b. Que tenha a intenção de definir alguma doutrina de fé ou costume para que seja
acreditada por todos os fiéis. As encíclicas pontificais não são definições ex catedra.
4. Razão da infalibilidade é a assistência sobrenatural do Espírito Santo, que preserva o
supremo mestre da Igreja de todo erro.
5. Conseqüência da infalibilidade é que a definição ex catedra dos Papas sejam por si
mesmas irreformáveis, sem a intervenção ulterior de qualquer autoridade.
Sagradas Escrituras:
· "a ti darei as chaves do Reino..." (Mt 16,18).
· "apascenta Minhas ovelhas" (Jo 21,15-17).
· "Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça ... confirma a teus irmãos" (Lc 22,31).
Para poder cumprir com a função de ordenar eficazmente, é necessário que os Papas gozem de
infalibilidade em matéria de fé e costumes.
· "O pontífice Romano quando fala ex catedra... possui aquela infalibilidade que o Divino
Salvador quis que estivesse dotada sua Igreja quando definisse algo em matéria de fé e
costumes" (Dz. 1839).
O Concílio Vaticano I, na definição da infalibilidade do Papa, pressupõe a infalibilidade da Igreja.
São contrários a este dogma os que, ao rechaçar a hierarquia (Papa), rechaçam também o Magistério
da autoridade da Igreja.
Sagradas Escrituras:
· A razão intrínseca da infalibilidade da Igreja se apoia na assistência do Espírito Santo, que
Cristo prometeu a Seus Apóstolos para desempenho de sua missão de ensinar em Jo 14,16:
"Eu rezarei ao Pai e os darei outro Advogado que estará convosco para sempre. O Espírito
da Verdade."
· Cristo exige a obediência absoluta à fé e faz depender disto a salvação eterna em Mc 16,16:
"Aquele que crer se salvará...e aquele que no crer se condenará." e em Lc 10,16: "Aquele
que a vós ouve a Mim ouve; Aquele que a vós deprecia, a Mim deprecia".
Os Apóstolos e seus sucessores (a Igreja) se acham livres do perigo de errar ao pregar a fé (Dz. 1793-
1798).
Estão sujeitos à infalibilidade:
1. O Papa, quando fala ex catedra.
2. O episcopado pleno, com o Papa cabeça do episcopado, é infalível quando reunido em
concílio universal ou disperso pelo rebanho da terra, ensina e promove uma verdade de fé ou
de costumes para que todos os fiéis a sustentem.
· Obs: cada Bispo em particular não é infalível ao anunciar a verdade revelada (ex.:
Nestório caiu em erro e heresia). Mas cada bispo em sua diocese, por razão de seu
cargo, é mestre autorizado da verdade revelada enquanto esteja em comunhão com a
Sé Apostólica e professe a doutrina universal da Igreja.
O Papa Leão Magno, contra os abusos da confissão pública declarou: "basta indicar a culpa
da consciência apenas aos sacerdotes mediante confissão secreta." (Dz. 145).
"Transubstanciação" é uma conversão no sentido passivo; é o trânsito de uma coisa a outra. Cessam
as substâncias de Pão e Vinho, pois sucedem em seus lugares o Corpo e o Sangue de Cristo. A
Transubstanciação é uma conversão milagrosa e singular diferente das conversões naturais, porque
não apenas a matéria como também a forma do pão e do vinho são convertidas; apenas os acidentes
permanecem sem mudar: continuamos vendo o pão e o vinho, mas substancialmente já não o são,
porque neles está realmente o Corpo, o Sangue, Alma e Divindade de Cristo.
Sagradas Escrituras:
· Mc 14,22: "Tomai, este é Meu Corpo...".
· Lc 22,19: "Tomou o pão, e dando graças o deu a seus discípulos dizendo: Este é Meu
Corpo...".
Cristo restaurou o matrimônio instituído e bendito por Deus, fazendo que recobrasse seu primitivo
ideal da unidade e indissolubilidade e elevando-o a dignidade de Sacramento.
O CÉU (PARAÍSO)
por: Dercio Antonio Paganini
As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram
no céu. Benedito XII (1334-1342), pela Constituição "Benedictus Deus", de 29 de Janeiro de 1336,
proclama:
· "Por esta constituição que há de valer para sempre e por autoridade apostólica
definimos... que segundo a ordenação de Deus, as almas completamente purificadas entram
no céu e contemplam imediatamente a essência divina, vendo-a face a face, pois a referida
Divina essência lhes é manifestada imediata e abertamente, de maneira clara e sem véus, e
as almas em virtude dessa visão e esse gozo, são verdadeiramente ditosas e terão vida eterna
e eterno descanso" (Dz. 530).
Também o Símbolo apostólico declara: "Creio na vida eterna" (Dz. 6 e 9).
Sagradas Escrituras:
O INFERNO
por: Dercio Antonio Paganini
As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vão ao inferno. Benedito XII (1334-1342), na
Constituição "Benedictus Deus", de 29.01.1336, declara:
· "Segundo a comum ordenação de Deus, as almas dos que morrem em pecado mortal,
imediatamente depois da morte, baixam ao inferno, onde são atormentadas com suplícios
infernais." (Dz. 531).
O inferno é um lugar de eterno sofrimento onde se acham as almas dos réprobos. Negam a existência
do inferno aqueles que não acreditam na imortalidade pessoal (materialismo).
Sagradas Escrituras:
· Jesus ameaça com o castigo do inferno: "Se teu olho direito é causa de pecado, retira-o e
afasta-o de ti; muito mais te convém que percas um de teus membros do que tenhas todo o
corpo jogado na geena..." (Mt 5,29).
· "E não temais aos que matam o corpo e não podem atingir a alma; temais bem mais
àquele que pode levar a alma e o corpo à perdição, destinando-os à geena..." (Mt 10,28).
· "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que percorreis mar e terra para fazer um
prosélito, e quando chegais a fazê-lo, o fazeis filho da condenação ao dobro de vós mesmos!"
(Mt 23,15).
· Trata-se de fogo eterno: "Então dirá também aos de sua esquerda: 'Afastai-vos de mim,
malditos, ao fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos...'" (Mt 25,41).
· E de suplicio eterno: "E irão estes a um castigo eterno, e os justos a uma vida eterna." (Mt
25,46).
· São Paulo, em 2Ts 1,9, afirma: "Serão castigados à eterna ruína, longe da face do Senhor
e da glória de Seu poder..."
São Justino, funda o castigo do inferno na idéia da Justiça Divina, a qual não pode deixar impune
aos transgressores da Lei.
O PURGATÓRIO
por: Dercio Antonio Paganini
As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas
temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação. O II Concílio
de Leão (1274), sob Gregório X (1271-1276), afirma:
· "As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com verdadeiro
arrependimento de seus pecados, antes de ter satisfeito com verdadeiros frutos de penitência
por seus pecados de atos e omissão, são purificadas depois da morte com as penas do
purgatório..." (Dz. 464).
Sagradas Escrituras:
Ensinam indiretamente a existência do purgatório concedendo a possibilidade da purificação na vida
futura.
· Os judeus oraram pelos caídos, aos quais se haviam encontrado objetos consagrados aos
ídolos, afim de que o Senhor perdoasse seus pecados: "Por isso mandou fazer este sacrifício
expiatório em favor dos mortos para que ficassem liberados do pecado..." (2Mc 12,46).
· "Quem falar contra o Espirito Santo não será perdoado nem neste tempo nem no
vindouro...".
Para São Gregório Magno, esta última frase indica que as culpas podem ser perdoadas neste mundo e
também no futuro. A existência do Purgatório se prova especulativamente pela Santidade e Justiça de
Deus. Esta exige que apenas as almas completamente purificada sejam exibidas no céu; Sua Justiça
reclama que sejam pagos os restos de penas pendentes, e por outro lado, proíbe que as almas unidas
em caridade com Deus, sejam atiradas ao inferno. Por isso se admite um estado intermediário que
purifique e de duração limitada.
No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens. O Símbolo
Niceno-Constantinopolitano, aprovado pelo I Concílio de Constantinopla (381), sob São Dâmaso
(366-384), declara:
· "...e outra vez deverá vir com glória para julgar aos vivos e aos mortos... " (Dz. 86).
Sagradas Escrituras:
· Jesus predisse muitas vezes sua segunda vinda: "porque o Filho do homem há de vir na
glória de Seu Pai, com seus anjos, e então cada um pagará segundo sua conduta..." (Mt
16,27).
· "Porque quem se envergonhar de Mim e de Minhas palavras nesta geração adúltera e
pecadora, também o Filho do Homem dele se envergonhará quando vier na glória de Seu Pai
com os Santos Anjos..." (Mc 8,38; Lc. 9,26).
· "O Filho do homem há de vir na glória de Seu Pai com Seus anjos, e então julgará a cada
um segundo suas obras..." (Mt 24,30; cf. Dn 7,13).
· "A finalidade da Segunda vinda será ressuscitar os mortos e dar a cada um o que
merece..." (2Ts 1,8).
· "Por isso devemos ser encontrados 'irrepreensíveis'..." (1Cor 1,8; 1Ts 3,13).
Sinais precursores da segunda vinda:
1. Pregação do Evangelho por todo o mundo: "Esta Boa Nova do Reino deverá ser
proclamada no mundo inteiro, para dar testemunho a todas as nações. E então, virá o fim..."
(Mt 21,14). "E é preciso que antes seja proclamada a Boa Nova a todas as nações..." (Mc
13,10).
2. A conversão dos judeus: "Então não quero que ignoreis, irmãos, este mistério, que não
ocorra que vos presumais de sábios, o amadurecimento parcial que sobreveio a Israel,
perdurará até entre a totalidade dos gentios, e assim todo Israel será salvo, como diz a
Escritura: Virá de Sion o Libertador, afastará de Jacó as impiedades. E esta será Minha
Aliança com eles quando tenham apagado seus pecados... " (Rm 11,25-27; totalidade moral).
3. A apostasia da fé: "Jesus lhes respondeu: Olhai para que ninguém vos engane, porque
virão muitos usurpando Meu nome e dizendo 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos..." (Mt
24,4; falsos profetas). "Que ninguém os engane de nenhuma maneira. Primeiro deverá vir a
apostasia e manifestar-se o homem ímpio, o filho de perdição, o adversário que se eleva
sobre tudo o que leva o nome de Deus, ou é objeto de culto, até o extremo de sentar-se ele
mesmo no Santuário de Deus e proclamar que ele mesmo é Deus..." (2Ts 2,3; apostasia da fé
Cristã).