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Limitacoes Metodo Introspectivo

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Limitações do Método introspectivo

O método introspectivo foi alvo de críticas, assentes na falta de rigor e nos limites que
apresenta.

Falta de rigor

Advém da dificuldade de o observador se observar a si mesmo. Segundo Comte, o sujeito


pensante não se pode dividir em dois, um que pensa e outro que se analisa a pensar, tal como
"ninguém pode estar à janela para se ver passar na rua".
Resulta da mobilidade do fenómeno psíquico. Este nunca é coincidente no tempo com a sua
observação, pelo que não se efectua uma introspecção, mas uma retrospecção que pode ser
distorcida pela memória.
Provém do facto de a tomada de consciência de um fenómeno modificar esse fenómeno. A
análise racional de um facto psíquico elimina, em grande parte, os componentes afectivos
desse facto. "... tomar consciência de que sou tímido já não é ser tímido..." (Sartre).
Deriva da impossibilidade de o psicólogo observar a consciência de outrém, não permitindo
que a auto-observação seja controlada por outro observador.
Deve-se ainda ao facto de a linguagem não ser um espelho fiel do pensamento. Nem sempre o
sujeito dispõe de linguagem apropriada para transmitir o que se passa no seu interior. Além
disso, pessoas diferentes têm formas de expressão não coincidentes para descrever o mesmo
fenómeno.

Limites de aplicação

Não se destina aos factos de natureza fisiológica, que são objectivos, visando apenas os
estados de consciência, que são interiores e subjectivos.
Não se pode aplicar no âmbito da psicologia infantil, da psicologia patológica nem da psicologia
animal.
A introspecção destina-se aos fenómenos conscientes, não permitindo observar os factos do
foro inconsciente que, segundo a psicanálise, têm papel de relevo na nossa conduta.

Apesar de todos estes inconvenientes, a auto-observação continua a usar-se na psicologia,


embora em contextos circunstanciais diferentes daquele em que Wundt a utilizava.

Abrunhosa, Maria Antónia. Leitão, Miguel (2006). Psicologia 12, Volume 1. Areal Editores.Porto.

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