O Aquecimento Global e PDF
O Aquecimento Global e PDF
O Aquecimento Global e PDF
Semestre de 2007
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pp.1-2
EDITORIAL
O AQUECIMENTO GLOBAL E
A TEOLOGIA DO SÉCULO XXI
Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda uma vez, dentre em pouco, farei abalar o
céu, a terra, o mar e a terra seca (Ag 2:6).
Teria esse fenômeno algum relacionamento com as palavras de Jesus, ditas no Seu
discurso escatológico no final do seu ministério?
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em
perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que
desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os
poderes dos céus serão abalados. (Lc 21:25-26)
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O quarto anjo derramou sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com
fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o
nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para
Lhe darem glória (Ap 16:8-9).
O texto bíblico exorta aquele que crê no Senhor a se manter vigilante, observando os
sinais dos tempos, a fim de saber em que fase da história humana ele está vivendo e assim
estar pronto para a volta de Jesus (Mt 24:32-44). A revista Kerygm@ estará, sem dúvida,
vigiando e acompanhando de perto esses eventos, procurando analisá-los à luz da revelação
bíblica.
Na presente edição de Kerygm@, o tema do tempo da volta de Cristo é o assunto
abordado no ensaio sobre a “tardança da Parousia”. A seção de artigos traz também estudos
sobre o fenômeno da glossolalia (o falar em línguas), sobre a leitura cristocêntrica do Antigo
Testamento, por parte dos autores neotestamentários, e sobre o tema da mulher virtuosa em
Provérbios 31.
Uma série de trabalhos de conclusão de curso (TCCs) torna público o esforço e a
pesquisa acadêmica dos formados no bacharelado em Teologia do Unasp, Campus
Engenheiro Coelho, notadamente do ano 2006. Como de costume, esses trabalhos estão
disponíveis na sua íntegra, ao leitor interessado, no formato pdf. A seção de dissertações e
teses traz o resumo das pesquisas doutorais do Prof. Dr. Renato Stencel, defendida na
Unimep, de Piracicaba, e do Dr. Alceu Nunes, apresentada no próprio Unasp. O tema da
ciência e da fé, evolução e criação, volta a ser analisado pelo Prof. Dr. Nahor N. Souza Jr, por
meio da resenha do livro Fé, Razão e História da Terra, de Leonard Brand.
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Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre de 2007
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pp.3-6
ARTIGOS
INTRODUÇÃO
Este artigo tem como tema de estudo a mulher ideal. Se você tivesse que opinar a
respeito, o que diria? Como a descreveria? Destacaria seus atributos físicos como medidas,
cor de pele, de olhos ou de cabelo? Ou valorizaria bastante suas habilidades e qualidades
morais? Ou salientaria sua posição social, sua educação e seus recursos financeiros?
Na Bíblia Sagrada, Deus nos deixou uma descrição da mulher ideal. Ela se encontra
em Provérbios 31:10-31. É apresentada na forma de uma poesia acróstica com vinte e dois
versos, cada um contendo duas linhas poéticas. Para facilitar a memorização do poema, cada
verso começa com uma das vinte e duas letras do alfabeto hebraico, na devida ordem. É claro
que na tradução isso se perde.
A mulher aqui retratada é uma dama de certa posição, que além de diversas
habilidades, possui servas a seu dispor e dinheiro para investir. Por essa razão, relativamente
poucas mulheres possuirão seu padrão de vida e poderão realizar o que ela faz. Contudo,
precisamos saber também que, sendo um livro de religião prática que trata da conduta,
Provérbios tem o propósito de demonstrar os resultados da fé em ação 1 .
Portanto, ao apresentar várias amostras de comportamento, recomenda que aquelas
que demonstram sabedoria sejam imitadas, tanto quanto possível. Assim, nesse relato da
mulher ideal, existem alguns aspectos que servem como modelo para as demais mulheres, não
importa a época ou o lugar em que vivam. Vamos examiná-los.
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Quando esteve aqui na Terra, Jesus ensinou que nosso dever mais importante é amar
a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12:29), o que indica, entre
outras coisas, o amor a si mesmo é parte integrante da vida de um cristão. Também o é de
uma personalidade emocionalmente equilibrada. Quem não gosta de si mesmo está em
dificuldades e não poderá amar seu semelhante, como Deus deseja. A mulher desse relato é
espiritual e, como tal, ama a Deus, ama a si mesma e ama ao próximo.
“Ela se relaciona bem com Deus” (vs. 8 -10). Abriga em seu coração o temor do Senhor
e esse é o segredo de sua vida exitosa. Mas o que significa temer a Deus? Ao longo do texto
sagrado o temor do Senhor é apresentado como algo positivo, benéfico e imprescindível para a
formação de um caráter cristão. Ter o temor do Senhor abrigado em nosso coração significa
conhecê-Lo (Pv 2:5; 9:10), o que nos levará a admirá-Lo por Sua grandeza, por Seu caráter,
pelo que Ele é e pelo que tem feito (Sl 33:4-8), a reverenciá-Lo (Hb 12:28) e louvá-Lo (Sl 22:23;
115:10, 11, 13; Sl 118:3-4), a confiar Nele (Sl 115:11) e a Ele nos submeter, obedecendo com
alegria aos Seus mandamentos (Sl 112:1) 11 . A mulher ideal tem esse tipo de relacionamento
com Deus. O temor do Senhor é seu valor primordial e o que dá verdadeiro valor a todas às
demais virtudes 12 .
“Ela se relaciona bem com seus semelhantes” (vs. 8 e 13). No relato, nós a vemos
cuidando bem de sua família, dos criados e até dos pobres de sua comunidade.
Freqüentemente o sucesso financeiro das pessoas também conduz a uma completa falta de
compaixão pelos menos capazes e pobres. Mas não nesse caso. Essa mulher se preocupa
com eles e os socorre em suas necessidades 13 , sendo generosa para com eles. Além disso,
ela atua como mestra, aconselhando e ensinando sabedoria, não de forma crítica ou áspera,
mas com a bondade do céu (v. 26).
“Ela está de bem consigo mesma” (vs. 8 e 13). Isso pode ser constatado porque ela,
além de valorizar o que é bom e belo, é vigorosa no corpo, elegante no vestir-se, digna,
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Ela é o deleite de sua família. Seu marido a considera a melhor mulher do mundo, e diz
isso a ela, enquanto que seus filhos não se cansam de elogiá-la (vs.28-29). Não há conflito de
gerações em seu lar. Ela tem sucesso na vida e sucesso no lar 15 .
Ela colhe o que semeou (v. 31). Uma das grandes leis da vida é que colhemos o que
semeamos (Gl 6:7). Cada dia, cada momento, por meio de nossas palavras, de nossas ações,
de nosso comportamento, estamos semeando sementes do bem ou do mal e, mais cedo ou
mais tarde, haveremos de colhê-las; freqüentemente aqui mesmo, nesta vida. A mulher ideal
semeou sempre e somente o bem e, agora, é retratada como a colher o que lhe é devido. É
respeitada, apreciada e elogiada pelo marido, pelos filhos, pela comunidade e, mediante as
Escrituras, pelo próprio Deus.
CONCLUSÃO
Ao descrever a mulher ideal, o texto nada diz quanto à sua aparência física. Não diz se
é alta ou baixa, robusta ou esguia, se é loira ou morena, se os seus olhos são azuis, verdes ou
castanhos, porque embora os aspectos físicos possam ter os seus encantos, a beleza, a graça
e o charme são passageiros e de pouco valor, quando comparados com a beleza moral.
“Elegância de formas, simetria na fisionomia, dignidade nas maneiras, beleza no rosto, todas
essas coisas são vãs. A enfermidade as deforma; o sofrimento as macula e a morte as
destrói” 16 . Em contraste com aqueles valores encantadores na aparência está o verdadeiro
valor, o temor do Senhor, que é o lema do livro de Provérbios.
Embora muitos provérbios deste livro tenham sido sobre mulheres de vida imoral e
mulheres contenciosas (2:16; 3:3-13; 6;24-25; 11:22; 21:9, 19; etc.) , cuja companhia é
indesejável, suas últimas palavras são um elogio às mulheres virtuosas. Este texto é um
verdadeiro espelho para as mulheres cristãs, que seriam ricamente abençoadas se
freqüentemente olhassem para ele.
Mas, por que Provérbios, escrito, sobretudo, para os homens, termina exaltando a
mulher virtuosa? Primeiramente porque é um livro sobre sabedoria, que aqui é personificada
como uma mulher, por um lado porque é um nome feminino e, por outro, porque a mulher é um
excelente exemplo da variedade de aplicações práticas da sabedoria. Esta é melhor ensinada
e vivida no lar e resulta numa vida equilibrada, e que é dada atenção aos assuntos domésticos
bem como aos empreendimentos dos negócios e às obras de caridade, e nos inspira a sermos
fervorosos no uso do tempo e dos dons que Deus nos deu, de modo que outros também sejam
beneficiados por ela.
Desse modo, vemos a sabedoria em ação no dia-a-dia e assim captamos lições
concretas e não apenas a teoria. Ao mesmo tempo este poema vai de encontro à literatura do
mundo antigo, que costumava ver a mulher simplesmente como algo decorativo, com charme e
beleza, mas sem substância, e constitui-se num modelo para aqueles, homens e mulheres, que
desejam desenvolver uma vida de sabedoria 17 .
Em segundo lugar, uma vez que a sabedoria aqui ensinada se origina no temor do
Senhor, que é o tema de Provérbios, o livro encerra com o exemplo prático de alguém cuja
virtude principal é justamente o temor do Senhor. De fato, Provérbios, que depois de uma
breve introdução na qual são mencionados os objetivos do livro e seu público-alvo (1:1-6),
começou com o temor do senhor (1:7), e depois retornou a ele diversas vezes (1:29; 2:5; 8:13;
9:10; etc.), agora termina com uma mulher que o possui (31:30) e que por isso também revela
aquelas qualidades que foram exaltadas por todo o livro e é apresentada como um exemplo a
ser seguido.
E, finalmente, porque de todas as pessoas com quem um homem se relaciona, quem
mais pode contribuir para que em sua vida ele reflita as orientações do livro de Provérbios e se
torne um sábio é a mulher temente a Deus: primeiro na qualidade de mãe e, depois, de
esposa. Portanto, a descrição da mulher virtuosa encerra com “chave de ouro” as instruções
precedentes, dedicadas todas ao homem 18 e nos ensina que Deus quer que cada mulher de
Sua igreja tenha o Seu temor no coração e dê prioridade em conquistar aquelas qualidades
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que o céu aprova. Deseja que não viva para si, mas que a sua influência de modo a beneficiar
a todos que puder.
NOTAS DE REFERÊNCIA
1
Virgínia Everett Davidson, “Provérbios que servem de orientação”, Lição da Escola Sabatina –
Adultos, 4º Trim. (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1991), 3.
2
Derek Kidner, Provérbios – introdução e comentário, Série Cultura Bíblica (São Paulo: Vida
Nova e Mundo Cristão, 1980; reimpresso em 1982), 92 e 177. A expressão hebraica para
“mulher virtuosa” inclui prudência, fidelidade, laboriosidade, generosidade e iniciativa. –
Matthew Henry, Comentário exegético-devocional a toda la Biblia, 13 vols. (Viladecavalis,
Barcelona: CLIE, 1988), 2:374.
3
Ibid.
4
Ibid., 2:373.
5
R. N. Champlin, O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo, 7 vols. (São Paulo:
Hagnos, 2001), 4:2693.
6
Joseph S. Exell, The Biblical Illustrator, 23 vols. (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House,
s. d.), 5:688.
7
F. D. Nichol, ed., Seventh-day Adventist Bible Commentary [SDABC], 7 vols. (Washington,
DC: Review and Herald), 1953-1957, 3:1070. Nos tempos antigos, muitas atividades
econômicas eram parte das funções de uma mulher, como esposa e mãe: prover alimento e
vestuário para a família e para si mesma, engajar-se em compra e venda e efetuar negócios
que requeriam prudência e bom gerenciamento. – The Interpreter’s Bible, 12 vols. (Nashville,
New York: Abington Press, 1955), 4:956.
8
Champlin, 4:2693.
9
Ibid., 4:2694
10
Henry, 2:375-376.
11
Emilson dos Reis, “Temor e medo de Deus: um estudo homilético sobre a relação com o
divino nas Escrituras”, Parousia, 2° semestre de 2004: 64-65.
12
Henry, 2:375.
13
SDABC, 3:1071.
14
Exell, 5:688-690.
15
Na tradição judaica, este poema era recitado pelos maridos e pelas crianças na hora da
refeição na sexta-feira à noite. – Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor’s Bible Commentary
[TEBC], 12 vols. (Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1991), 5:1128.
16
Adam Clarke, citado em Champlin, 4:2695.
17
TEBC, 5:1130.
18
Henry, 2:372.
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ARTIGOS
ABSTRACT: Glossolalia, one of the most researched phenomena of the Christian world, can be
viewed from three basic perspectives: (1) as a normal expression of known languages, but
improper for the occasion, violating the accepted diglossia (naturalistic model), (2) as a
supernatural expression of unlearned human languages (miraculous model), and (3) as an
enthusiastic expression of inarticulate speech (ecstatic model). The biblical pattern seems to fit
better into the miraculous model, but could include elements of the ecstatic model. For both
Luke and Paul, the gift of tongues is an inspired intelligible utterance with multiple purposes,
revelational/doxological content, and one source/origin (the Spirit). After decades of research,
the ambiguity of this phenomenon still remains. However, a few provisional “certainties” can be
outlined: (1) the understanding of glossolalia is highly dependent on one’s theological
presuppositions; (2) the glossolalic phenomenon is not peculiar to Christian charismatism; (3)
glossolalia has multiple possible sources; (4) modern glossolalia can be identified with a learned
behavior and bear no intelligible content; (5) glossolalia has a communitarian dimension; (6)
glossolalia implies an altered state of consciousness; (7) current psychological research on
glossolalia seems more objective; (8) glossolalia should not be taken as a sign of orthodoxy or
higher spiritual status; (10) glossolalia in Christian settings should have a minimum of
correspondence to the New Testament phenomenon.
KEYWORDS: glossolalia, speaking in tongues, diglossia, gift, sign, interpretation of tongues, Holy
Spirit.
INTRODUCTION
Speaking in tongues, or glossolalia, is one of the most controversial and studied gifts
1
in the recent history of Christian scholarship. Although there are scores of studies on the
2
subject, I would like to highlight three landmarks in the field: Glossolalia, released in 1985 by H.
Newton Malony and A. Adams Lovekin, which is the most comprehensive/authoritative overview
3
from a social and behavioral perspective; Prophecy and Inspired Speech in Early Christianity
and its Hellenistic Environment, authored in 1997 by Christopher Forbes, which is perhaps the
4
best approach to inspired speech available; and Speaking in Tongues, recently edited by Mark
5
J. Cartledge, which provides a useful multi-disciplinary analysis of the topic.
Not surprisingly, speaking in tongues has challenged theologians and other scholars
for a long time. C. S. Lewis confessed that glossolalia was “a stumbling-block” and “an
6
embarrassing phenomenon” to him. Long ago, Henry Barclay Swete said: “There is no
historical statement in the New Testament which is more difficult to interpret than St Luke’s
7
account of the Pentecostal gift of tongues.” Perhaps only the Pauline theological statements
about the same gift surpass Luke’s account in mystery.
1. MODELS OF INTERPRETATION
What was the linguistic nature of this New Testament phenomenon? Is the biblical
gift identical to the phenomenon known today as glossolalia? If the phenomena are different,
how should one explain glossolalia?
To begin with a working definition, the biblical gift of tongues is a special ability that
God gives to some believers to express potentially intelligible utterances to communicate the
gospel, praise God, and/or attest God’s presence. Examples include the apostles (Acts 2:4), the
household of Cornelius (Acts 10:44-48), a group of believers from Ephesus (Acts 19:6), the
Corinthians (1 Cor 14:26), and Paul (1 Cor 14:18).
The Greek expression glossa lalein (literally, “to speak in tongues”) appears in five
8
New Testament passages. Considering all references or allusions, there is a total of
approximately 35 instances in the New Testament, with predominance in Pauline literature. The
simpler expression glossa lalein possibly is an ellipse or abbreviation of the more original
9
formula heterais glossais laleo (Acts 2:4) or heteroglossais laleo. As Roy Harrisville underlines,
perhaps “by the time Paul and the author of Acts had put pen to paper the terms had become
more or less fixed, a possibility which would also explain the combination of glossa with lalein,
10
but never with legein.”
A plethora of commentary interpretations have been offered for the biblical gift of
11
tongues. The options include tongues as an enthusiastic expression in native languages
12
improper for a given setting, and against collective expectation, in a context of diglossia; the
13 14
ability to speak real unlearned languages (xenolalia or xenoglossia); angelic speech; “a kind
15
of structured or ordered babbling”; complex speech patterns that “may bear all kinds of
16
cognitive information in some coded array”; “a piece without fragments from known human
languages, having linguistic deviations from patterns common to human languages, yet being
17
indistinguishable by a naïve listener from a foreign language”; “language of the unconscious,
18
but language capable of becoming conscious”; “prayer without concepts, prayer at a deep,
19
noncognitive level”; an eschatological Spirit-inspired “groaning,” that is, a free, transcendent,
20
and “unclassifiable” response to the free, transcendent, and “unclassifiable” Spirit of God; a
“discourse of resistance,” which resists current philosophical categories and defies the powers
21
of the world, a kind of linguistic surrealism, a symbol/indicator of a divine reality.
All these options may be simplified into three: (1) known languages improper for the
occasion (naturalistic model), (2) previously unlearned human languages (miraculous model),
and (3) inarticulate speech (ecstatic model). Another possibility is that Luke understood the
phenomenon as intelligible, while Paul viewed it as unintelligible.
Supporters of the naturalistic model argue that the disciples spoke in Aramaic and
Greek in a context of worship (the feast of Pentecost), so violating the Jewish diglossia. In plain
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terms, diglossia is a kind of bilingualism with a “high” language for formal use and a “low”
22
language for day-to-day talks. In the context of our study, this concept means that Hebrew
was an upper or H language, proper for ceremony, liturgy, and learning (or the “holy language”
of the temple), in the same sense that Latin once was the language of the Catholic liturgy.
Aramaic and Greek were lower or L languages, everyday vernacular. Therefore, from a gentile
understanding, we think that the disciples spoke in the languages of several nations; but in fact,
from a Jewish understanding, they spoke in “other tongues” (Acts 2:4) than Hebrew.
This view assumes that Acts 2:9-11 presents a list of nations (geographical areas),
not of languages, and that there was a small linguistic diversity among the first-century Jews of
the Diaspora. The Septuagint would be just one evidence that most scattered Jews spoke
Greek. Besides, Luke includes “Judea” in the list. So, why a language miracle? On the other
hand, it is argued, the believers of Corinth spoke remote native languages, without translation,
23
in the worship setting, violating the Greek as lingua franca, which everyone knew.
Another interpretation related to diglossia has been recently offered by William
Harmening, an instructor of psychology and criminal law at Lincoln Land Community College in
24
Springfield, Illinois. Citing Jewish sources, including the Talmud, he argues that Hebrew was
seen by the Jews as the language of God and the angels. Therefore, its use in the worship
environment was heavily regulated. The meturgeman, or interpreter, was a key element in the
liturgy of the synagogue because he “translated”/interpreted into the mother tongue of the
assembly what was read from the scrolls in Hebrew, the holy tongue. The Christian
synagogue/church followed the basic liturgy of the Jewish synagogue, but in Corinth there were
25
some deviations.
According to Harmening, the linguistic phenomena described in Acts and 1
Corinthians are radically different. At Pentecost, in parallel with the giving of the Torah at the
Sinai, the disciples were given the miraculous power to speak real unlearned languages, in
order to start the Christian church. In Corinth, the Christian Jews, following the cultic traditions
of the synagogue, were trying to impose a ritualistic use of the holy language (Hebrew) into the
Christian assembly. Paul accepts the use of the Jewish tradition, but devalues the effectiveness
of an enthusiastic recitation of the Scripture in the sacred tongue, especially when used without
the help of a gifted interpreter and in a non-ordered way.
After quoting a statement by John Lightfoot (1602-1675) that seems to validate his
26
view, Harmening observes that “the use of Hebrew would have been confusing to the Gentile
population in the Church who neither understood the language nor had any tradition requiring its
use, thus resulting in the problems Paul addresses in his epistle.” Therefore, Paul “de-ritualizes
the use of Hebrew and pulls away from using the language solely for the sake of fulfilling a
27
synagogue requirement.”
This naturalistic interpretation is ingenious, but does not explain satisfactorily all facts
stated in the text. For example, in Acts 2:6-12, people from many places wonder how Galileans
could speak in their (the hearers’) own languages. It seems that their sense of wonder did not
have to do only with the boldness of the apostles in speaking the things of God in common
language (rather than Hebrew, the holy language), but with a much more spectacular
phenomenon, namely, a linguistic miracle. Anyway, it is a welcome different exploration.
Conservative Protestant theologians tend to favor the option 2 above (the miraculous
28 29
model). Most Adventist theologians also support the miraculous model (so Ellen White,
30 31
Gerhard Hasel [see below], Morris Venden, and George Rice ), but there are defenders of
32
some version of the ecstatic model (so William Richardson [see below] and Ivan Blazen ). The
authors of the Seventh-day Adventist Commentary support the miraculous model for the
phenomenon of Acts, but progressively work with both possibilities (the miraculous and the
33
ecstatic models) for the Corinthian phenomenon.
The early Pentecostals started by explaining their glossolalic experience as a
miraculous expression of previously unlearned languages (xenolalia), granted by God for the
evangelization of foreign peoples, but linguistic counter-evidence made them to abandon this
34
explanation in favor of the option 3 (ecstatic model). Sophisticated research made an
impossible shift possible. Technology sometimes changes theology! So, according to the
current mainstream Pentecostal/charismatic interpretation, instead of a missiological gift,
glossolalia is an ineffable gift for worship or private edification. In some way, the focus has been
changed from the earth to heaven.
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As James Smith puts it, “in the popular imagination, glossolalia is often thought to be
a quintessentially unmediated, divinely given, ecstatic discourse which bypasses the conditions
of interpretation – a kind of pure conduit from God, without the static or supposed distortion of
35
semiotic mediation.” Accordingly, while people do not understand the grammar of the s/Spirit,
God does.
John Bertone, who sees a reference to glossolalic utterance in Romans 8:26, even
for “the unlikelihood of silent prayer in antiquity” (people used to pray aloud), comments:
“Glossolalic speech is the fundamental prerogative of the children of God exercising their right
of expression through prayer; it is an acknowledgment of their insufficiencies and need for
reliance upon God, who in turn understands their situation and meets their need by praying with
36
them and for them.” In this experience, the believer is intimately aligned with God and God is
emotionally aligned with the believer.
This theology is beautiful. However, does the ecstatic view fit the biblical portrayal of
glossolalia? For a tentative answer, see the assessment below. A key point to make here is that
the apostle Paul clearly links tongues with interpretation, aiming at communication between
utterer and listener.
Richardson, in consonance with many modern charismatic scholars, sees a
difference between the gift in Acts and the gift in Corinth. In Pentecost, according to him, the gift
was unlearned foreign language, given with two purposes: (1) “to enable the apostles to
communicate in various dialects” and (2) “to grab the attention of the crowds and thereby add
37
credence and credibility to the words of the apostles.” In Corinth, the gift was a kind of holy
38
enthusiasm, a euphoric experience, that is, unintelligible speech or ecstatic utterance. He
concludes:
Corinthian glossolalia, the charism that Paul included in his list of gifts, and that is
nearly hidden behind all the abuses, began as a genuine, personal experience of
prayer and praise, characterized by surrender of the human spirit to the divine Spirit.
The result was an emotional feeling difficult to put into words. Occasionally, however,
it burst forth in rapturous vocalizing, not unlike continuous expressions of “hallelujah,”
which would need “interpretation” before anyone else could fully benefit from the
39
reasons behind such enthusiasm.
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2. B IBLICAL PERSPECTIVES
41
In Acts, Luke seems to make a deliberate effort to present the gift of tongues as
unlearned foreign languages, but he also allows for an emotional accompaniment. First, the
sacred historian declares that the Spirit “enabled” the disciples “to speak in other tongues” (2:4),
which suggests a gift whose source lies not merely on human psychology. If their utterance
were common or caused through some trance-inducing process, it would be difficult to explain
the astonishing perceived novelty.
Then, using a hyperbole, Luke states that in Jerusalem there were Jews from “every
nation under heaven” (vs. 5), a preparatory description for what he will say. In vs. 6, he adds
that each one in the international and bewildered crowd heard the disciples speaking in his “own
language” (idia dialekto). Here Luke seems to emphasize again the specificity and wideness of
the phenomenon. The question of the amazed visitors whether the speakers were not all
“Galileans” (vs. 7) reinforces the linguistic nature of the phenomenon.
To highlight his point, Luke says that the listeners wondered how each one was
hearing “in his own native language” (vs. 8). This Lukan statement has been used to interpret
the tongues at Pentecost as a miracle of hearing (akolalia). Luke Timothy Johnson and Jenny
42
Everts are modern interpreters, among others, who support this view. Yet, the whole context,
particularly vs. 4, seems to dismiss this interpretation.
Sharpening the focus, Luke then cites a list of countries and peoples that “closely
resembles that of the regions and peoples of the Persian Empire according to the inscription
43
made by Darius I at Behistun.” Luke describes an “assembly of Jews in Jerusalem regarded
as representing ‘every nation under heaven,’ but named for the dominions of the King of
Persia,” perhaps in order to “represent, not the Dispersion, but the Return of the scattered
44
people of God.”
If this hypothesis is correct, then the so divulged idea that the list of nations in Acts
represents a reversal of the scattering in the episode of the Tower of Babel (Gen 11:1-8) loses
force. I am not particularly impressed with the Babel case. In spite of the links between Genesis
45
11 and Acts 2 suggested by J. G. Davies and others, I find Babel a little bit out of context in
the account of Pentecost. Of course, it is possible to elaborate a theological contrast/connection
46
between Babel and Pentecost, as Frank Macchia does so well. However, such construal is
more theological than exegetical. In this sense, while Babel was an arrogant, defiant, idolatrous,
monolithic, homogeneous, oppressive, excluding, and failed experiment, Pentecost was a
humble, submissive, worshipful, pluralistic, unifying, liberating, embracing, and successful
47
event.
I see more plausibility in a connection between the giving of the law to Israel at the
Sinai and the internalization of the law by the new international Israel at Pentecost. I will not
48
discuss the evidences here, but they are strong. “Patterned by the first Pentecost, when God
gave the law on Mount Sinai, the antitypical Pentecost also is marked by a scenario of fire,
49
earthquake, and wind.” Luke is a Jew/Christian universalizing author. As such, he focuses on
the Jews’ response to Christ, especially in the first chapters of Acts, as well as on the
acceptance of the Gentiles into the covenant. He democratizes the identity of God’s people and
the experiences of the Spirit, who makes possible the obedience to the law.
Finally, in the sequence of Acts 2, Luke observes that the phenomenon was
perceived by some as a declaration of “the wonders of God,” and compared by others to
drunkenness, although none knew exactly its meaning (vss. 11-13). This suggests that, even
being an inspired utterance in foreign languages, the phenomenon may have involved a high
level of emotion.
The other two occurrences of tongues in Acts, although not marked by external
phenomena (fire, wind, earthquake), were patterned by that of Pentecost (10:44-47 [cf. 15:8];
19:6), probably with a similar emotional involvement (note the praise in 10:46), except that in
Ephesus the believers also “prophesied” (19:6). If the phenomena in Acts 10 were different from
those of Pentecost, Peter probably would not have considered them as a proof of the
acceptance of the Gentiles by God.
Accepting the phenomenon in Acts as foreign languages, as the natural reading
50 51
suggests and the early Christian writers seem to have understood it, what are we to do with
the phenomenon in Corinth? Are both the same? Must we study them separately? Is it
legitimate to use the clearer text of Acts to illuminate the more obscure text of Corinthians?
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First of all, one thing seems logical: if we are to use any source to clarify or establish
the meaning of tongues in Corinth, the best option is a sacred source that shares some kind of
identity in terms of phenomenon, community, authorship, and interpretation. Jewish people in
the first century, as a rule, were zealous for their uniqueness. Even a cosmopolitan Paul, with
his contextualizing impetus, hardly would violate his religious-ethnic background, unless directly
52
convinced by God.
Most scholars assume that the Corinthian phenomenon had counterparts in the
53
Greco-Roman environment. Nils I. J. Engelsen, in his research of ancient Greek and Hebrew
sources, concludes that similar phenomena were known outside the Christian circles, but the
technical terms glossa or glossais lalein do not appear in pre-Christian literature because
automatic/inarticulate speech was “envisioned as an inherent feature of (ecstatic) prophetic
speech,” that is, the phenomenon was considered part of divination or prophecy. He writes:
“The ecstatic phenomena in Corinth are not as such distinctively Christian, but are pan-human.
Still there might be essential differences because the faith which creates them gives to them its
54
own motivation and intellectual frame of reference.” However, Christopher Forbes has
55
seriously challenged this consensus, arguing that the Christian phenomenon was unique. T.
56
M. Crone also has shown the improbability of such alleged parallels. More recently, Gerald
57
Hovenden came to a similar conclusion.
The phenomenon of tongues in Corinth seems to have been the specific catalyzer of
the whole discussion about spiritual gifts in 1 Corinthians 12-14, although the overarching
problem was perhaps of an eschatological nature. The Corinthians apparently had an
58
“overrealized” eschatology, as defended by Anthony Thiselton and others. They probably were
influenced in their overall concept of spirituality by their social context.
Corinth, capital of the Roman province of Achaia, was proverbial by its sexual
license. Destroyed in 146 B.C. and rebuilt in 44 or 46 B.C. by order of Julius Caesar (100-44
59
B.C.), it was a sparkling metropolis (for that time) and a competitive center for trade. Temples
dedicated to Aphrodite (goddess of love, beauty, and fertility; patroness of the sacred
prostitutes), Asklepios (god of healing), and Apollo (god of prophecy), among other deities,
punctuated the landscape of the city. Inserted in an honor-shame oriented world, the
Corinthians apparently used a series of means to achieve high social status. “Corinth was a city
60
where public boasting and self-promotion had become an art form,” says Witherington.
Therefore, reflecting the larger society and a pagan background, the church of Corinth had a
series of doctrinal, ethical, and spiritual problems.
61
For the Corinthians, the gift of tongues probably was a “status indicator.” However,
the specific status conferred by tongue-speaking may have had an internal, Jewish-Christian
origin or influence. Pentecost, showing dramatic phenomena, involving apostolic leadership,
62
and receiving eschatological interpretation, must have had a great impact on the early church.
Therefore, the gift of tongues, regarded as an emblematic sign of the manifestation of the Spirit,
must have incited a showy desire in Corinth—a phenomenon not without parallel in the twenty-
first century.
To put it in fewer words, the believers of Corinth received the gift of tongues from
their new Jewish-Christian community, but brought from their Hellenistic background a taste
and/or motivation to use that gift as a mark of status. While the practice of tongues was typically
Christian, the exaggerated elitism conferred on it in Corinth was typically pagan—not because
the pagans necessarily had a similar phenomenon, but because the believers of Corinth, like
their pagan co-citizens, were immature and valued flashy spirituality.
With pastoral sensitivity, Paul tries to create a more balanced view by (1) relativizing
the gift of tongues as just one gift among many others (chapter 12); (2) encouraging love as the
supreme way of the life controlled by the Spirit and the real measure of all gifts (chapter 13);
and (3) stressing the intelligibility of tongues and underscoring the utilitarian primacy of
prophecy over tongues (chapter 14).
Paul’s arguments about tongues in 1 Corinthians may be interpreted in harmony with
the Lukan perspective. One may argue that evidence is pointing in another direction. This is not
necessarily the case. To begin with, Paul may envisage tongues as a complex multiform
63
phenomenon. “It is possible that there was a continuum of experiences that moved from
known human languages on one end of the spectrum, through several intermediate categories
64
of language structure, to unintelligible vocalizations on the other end.” Let us examine some
data.
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In 13:1, Paul says hypothetically that if he spoke “in the tongues of men and of
angels,” but had not love, this ability would be meaningless. Here the apostle probably is not
identifying the gift of tongues as tongues of angels. “This type of conditional clause in the Greek
language is one that does not speak about reality,” observes Hasel. “Paul seems to say with
hyperbole that if all linguistic possibilities, including angelic speech, were at his disposal and yet
65
he lacked love, it would mean nothing.”
In 14:2, Paul says that “anyone who speaks in a tongue does not speak to men but
to God,” and “utters mysteries with his spirit.” An alternative translation for this last clause is
“speaking mysteries in the Spirit” (RSV). This solution seems better, for the word “his” is not in
the original Greek text. The word “mysteries” may be taken in the “normal” Pauline usage, as
something once hidden but now revealed by God, or as a contrast to the revelation of prophecy.
For Richardson, this verse says that the gift of tongues “wasn’t a medium of communication with
other humans but rather a medium of communication with God”; or, in other words, “the tongues
66
experience had a vertical dimension but not a horizontal one.” For Hasel, the mystery is due to
67
the absence of people who understand the foreign language spoken. John Baldwin thinks
68
Hasel’s point of view is favored over that of Richardson.
Tongues really have a vertical dimension, but Paul is trying to restore the horizontal
one. Prophecy, by its nature, is a vertical phenomenon, which becomes horizontal at the
moment of communication to other humans. That is, it comes from God to the prophet and goes
to the listeners in an intelligible way. Tongues, by their nature, are a vertical phenomenon,
which only become horizontal when interpreted. That is, tongues come from God to the
speaker, go back to God in form of praise, return to the interpreter, and then reach the audience
69
as an intelligible message. In Corinth, where the phenomenon had become an end in itself, at
least for a group, the last part of the process was lacking. Yet, with their immature or childish
behavior (vs. 20), the Corinthians continued to value tongues above other gifts, love, and
community.
With a series of successive remarks in 1 Cor 14, especially in vss. 1-19, Paul seems
engaged in making clear that tongues must be an intelligible phenomenon. To achieve this goal,
he establishes two practical conditions: (1) the orderly utterance in the public worship of up to
three speakers, one at a time, and (2) followed by interpretation (vs. 27). Therefore, tongues
could be a form of praise or prayer with spiritual profit for the tongues-speaker (vss. 14-17), but
was unprofitable (or, worse, harmful) for the community, leading unbelievers to charge the
church with madness (vs. 23). If outsiders came into their gathering, they would consider them
crazy, or mad, or possessed, no matter the kind of impression. In this case, tongues would have
70
a negative evangelistic impact. At least, this gift was an insufficient evangelistic tool.
At one level, the Corinthians had misunderstood the primary purpose of tongues, and
71
accordingly were misusing the gift. The basic functions/purposes of tongues apparently are to
magnify God through inspired prayer, to be (historically) a sign to unbelievers of a new
international covenant, and to reveal inspired content. In Corinth, these purposes were
incomplete. To meet their elitist/spiritualizing agenda, the Corinthians were extolling a lesser
function of tongues to the detriment of its higher function. With this, we come to the question of
tongues as a sign.
3. TONGUES AS A SIGN
72
In 1 Corinthians 14:21, Paul, with a rabbinical taste for midrashic interpretation and
apostolical authority to apply Old Testament passages to new contexts, appeals to Isaiah 28:11,
12 (echoing the covenantal curse of Deuteronomy 28:49-50) in order to make his point that
tongues, especially uninterpreted, are not designed to dominate the corporate worship. He says
that tongues are a sign for unbelievers. In what sense are tongues a sign? There are multiple
73
interpretations.
In my view, at Pentecost, in a Jewish context, tongues were implicitly (1) a sign of
judgment for the unbelieving Israel, indicating that the kingdom was being given to people of all
nations; (2) a sign of opportunity to the world, attesting that Jesus was the Messiah, now
enthroned in heaven, and that God was speaking through the apostles; and (3) a sign of
blessing for the church, evidencing that God was empowering the believers to extol God’s
74
salvation and to preach Christ. In other words, tongues as witnessed in its historical setting,
outside the worship space, were a sign, either negative or positive, primarily for virtual
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“unbelieving” believers (Jews), secondarily for potential “believing” unbelievers (Jews and/or
Gentiles), and tertiarily for real “believing” believers (followers).
Independently, Blaine Charette also has advanced the argument that “the Pentecost
language event,” as an eschatological event centered in Jesus, signals at the same time
blessing (for the obedient, those who accept God’s salvation) and judgment (for the disobedient,
those who refuse to accept God’s offer). The aspect of judgment is implied in Luke’s reference
75
to “tongues as of fire” (Acts 2:3) in the Pentecost narrative.
But what kind of sign were tongues in Corinth, in a Gentile context? It is possible that
76
Paul, in order to restrict the Corinthians, and having their “own point of view in mind” (to
77
correct it), was remitting them to the primary historical roles of tongues at Pentecost. Paul
seems to be saying: “God used tongues in a context of attestation of his new people before
unbelievers; now you are using tongues in a context of exhibition before believers.” In some
way, the remembrance of tongues as a sign for unbelievers, parallel to (or contradistinct of)
prophecy as a sign for believers, was just one more theological/rhetorical device in the Pauline
repertoire to make the triple point that the believers of Corinth should have a more realistic view
of tongues, that prophecy is more profitable than tongues, and that public worship should be
78
developed in an intelligible/orderly/edifying way.
There are, however, other plausible solutions. One is offered by Joop Smit, who
considers irrelevant the original context of the quotation of Isaiah, and applies it “not to the
glossolalists among the believers, but to the ecstatic speakers, present everywhere in the
Hellenistic surroundings.” The correct rendition of vs. 22 in the form of a definition, in this case,
would be: “So the tongues, regarded as a sign of recognition, are not proper to the believers,
but to the unbelievers.” Smit concludes: “The thesis is simple: faced with ecstatic speakers the
79
ordinary observer does not think of believers, but of unbelievers.” A problem with this
hypothesis is that it assumes (1) the Corinthian phenomenon had a Hellenistic background and
(2) a highly negative view of tongues, which seems to go beyond Paul’s appraisal of the gift.
Another possible solution is presented by Robert Gladstone, who, promising to tie
together all strands of the text, suggests this alternative translation to vs. 22: “Therefore tongues
are a sign, not resulting in believers, but resulting in unbelievers; But prophecy [is a sign], not
resulting in unbelievers, but resulting in believers.” With their “infatuation with tongues,” the
Corinthians thought this gift would impress and convert unbelievers, but Paul warns them that
80
they were not truly considering the perspective of the outsiders.
More recently, Stephen Chester wrote a fine article, trying to solve the puzzle of 1
Corinthians 14:23 by ascribing a positive reaction to the outsider (a non-expert) in face of the
glossolalic manifestation. For him, the verb maineste—traditionally understood in a negative
sense and diversely translated as “you are mad” (JB, KJV, REB, RSV), “you are out of your
mind” (NRSV, NVI), “you are crazy” (GNB)—should be understood in a positive sense and is
best translated as “you are inspired.” Tongues would be “a sign for unbelievers in the
straightforward sense that they alert the outsider to the presence of divine activity among the
Corinthian believers.” Instead of alienation or repulsion, the exclamation of the outsider would
81
be recognition of “divine madness” among the Corinthians.
Chester defends that Paul’s citation of Isaiah 28:11-12 (in 1 Corinthians 14:21)
possibly applies either to the outsiders or to the insiders. In the first case, Paul’s statement in
14:22 that tongues are a sign for “unbelievers” would mean that tongues indicate divine
presence to the outsiders, but do not cause their conversion. Therefore, tongues are in fact a
sign, “but not a sufficient one.” In the second case, Paul’s statement would mean that the
Corinthians were being childish for valuing tongues over prophecy, and (as in Isaiah 28) “God
82
could then only speak” to them “using the babble of baby talk” (of uninterpreted tongues). No
doubt, Chester’s hypothesis deserves serious attention.
No matter one’s view of Paul’s statement about sign, one has to recognize that the
apostle emphasizes the importance of interpretation and intelligibility. If we accept that the gift of
tongues was a supernatural ability to speak in foreign unlearned languages during a somewhat
ecstatic state, what can we say about the gift of interpreting tongues?
One’s understanding of the “interpretation of tongues” (hermeneia glosson) in 1
Corinthians (12, 14) depends on one’s understanding of the term “tongues.” What one thinks of
the nature of the gift of tongues will determine what one thinks the gift of interpretation of
tongues is. There are two basic interpretations: (1) to translate the inspired content to another
language and (2) to put the unintelligent glossolalia into intelligible words or to bring it to
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83
articulate expression. Although both views are possible, the “normal” use of the verbs
84
hermeneuo and diermeneuo is in the linguistic sense of translation or interpretation.
Based on this, I would say that the gift of tongues-interpretation is a special ability
that God gives to some believers to make sense in vernacular language of the content of
inspired speech given through the gift of tongues. Although there are no biblical specific
85
examples of tongues-interpreters, the gift certainly was known.
So far, the general conclusion is that for both Luke and Paul the gift of tongues an
inspired intelligible utterance with multiple purposes, revelational/doxological content, and one
source/origin (the Spirit). It is possible, as Forbes argues, that Luke, unlike Paul, “conceives of
glossolalia as a subspecies within the broader category of ‘prophecy,’ rather than as a separate,
86
though related, phenomenon.” Yet both are speaking of the same phenomenon, although in
diverse contexts, and with different purposes.
Given this fact, what could we say about modern glossolalia? After decades of
research, the ambiguity of this phenomenon still remains. However, a few provisional
“certainties” can be outlined.
First, Christian understanding of glossolalia is highly dependent on one’s theological
presuppositions. Traditional Protestant theologians tend to see the biblical phenomenon as real
87
languages and the modern phenomenon as gibberish, which causes them to oppose the
modern experience. Pentecostal/charismatic theologians tend to see both Corinthian and
contemporary phenomena as unintelligible utterances.
Second, the glossolalic phenomenon is not peculiar to, or exclusive of,
Pentecostalism/charismatism. Anthropologist L. Carlyle May documented cases among several
88
twentieth-century non-Christian cultures. The respected Pentecostal scholar Russell Splitter
recognizes: “Whatever its origin, glossolalia is a human phenomenon, not limited to Christianity
89
nor even to religious behavior.” Splitter mentions dramatic glossolalia, when actors, using their
talents in television comedies, “spontaneously initiate a language, then put the punch line in the
vernacular”; spiritualistic glossolalia, practiced by mediums and firstly studied by psychologists;
pathological glossolalia, which “result of such causes as organic neurological damage, effects of
90
drugs, or psychotic disorders”; and pagan glossolalia, both ancient and modern. For someone
concerned with biblical identity, this fact should suggest caution.
Third, glossolalia has three possible sources: (1) the Holy Spirit (divine origin), (2) the
91
speakers (human origin), or (3) Satan (demonic origin). Options 2 and 3 certainly could be
mixed. The question is: Can options 1 and 2 be mixed likewise? Might the Holy Spirit take a
human-initiated phenomenon and transform it into a gift of praise to God? Biblically, no one can
dare to say with assurance “yes” or “no,” although in some way every charismatic phenomenon
is a confluence of divine and human elements.
Fourth, modern glossolalia, rightly or wrongly associated with the biblical gift of
92 93
tongues, has been almost beyond doubt identified with a learned behavior, bearing no
intelligible or meaningful content. According to Malony and Lovekin, “it can with certainty be
stated that there has been little or no confirmation of the claims that glossolalists have spoken in
94
modern languages currently being spoken.” Noted linguists have pointed out that glossolalia
lacks the basic linguistic features. William Samarin writes: “When the full apparatus of linguistic
science comes to bear on glossolalia, this turns out to be only a facade of language—although
95
at times a very good one indeed.” Glossolalics “have not tried to produce lexicons, nor do they
feel a need to do so”; “they do not know what their speeches mean, and they trust God to
96
interpret the meaning through the insight He gives to another person.”
Fifth, glossolalia has a communitarian dimension. “Public religious glossolalia
typically occurs in an environment of shared expectations. The presence of God is assumed,
and the power of the Holy Spirit to speak through individuals is taken for granted.” Yet, it must
be noted, there are “individual differences among those who desire to become glossolalic”; not
97
all who seek to speak in tongues receive this ability, probably due to personality traits. That
the cultural environment provides the socio-religious-psychological “rules” for the glossolalic
experience seems beyond doubt.
98
Sixth, glossolalia implies an extraordinary or altered state of consciousness, which
may have diverse psychological/anthropological interpretations. Felicitas Goodman, noted for
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99
her cross-cultural research, has assumed that glossolalia involves a complex state of trance.
According to Malony and Lovekin, trance (“the phenomenon observed from the outside,”
“defined observationally”) and possession (“the experience reported from the inside,” “typically
defined personally and culturally”) are the two words that have been applied to the glossolalic
100
state. John Kildahl sees a similarity between glossolalia and hypnosis in that either
101
experience can be induced by an authority figure.
Seventh, psychological research on glossolalia seems to be more objective today
than it was in the past. William Kay says: “Early research on glossolalia was almost uniformly
hostile, though with honourable exceptions, and this must reflect the value systems inherent
within early psychology. . . . More recent investigation has been friendly, theologically informed
102
and deliberately interdisciplinary.” Hopefully, there is less bias now. So, it is important to look
for recent research, in order to correct eventual conceptual distortions inherited from various
sources.
Eighth, glossolalia should not be seen as an isolated phenomenon. “Recent research
on glossolalia has been concerned with wider theological contexts, whether these are related to
103
churches, theological symbols, ministerial functions, congregational growth or healing.” It is
important to discover what the role of glossolalia is in a community of faith and whether it has a
positive or negative impact on personal/collective spirituality.
Ninth, glossolalia, regardless of its nature, should not be taken as a sign of orthodoxy
or higher spiritual status. Who dares to deny today that the glossolalic Corinthians were
immature, carnal, and almost heretic? For Bloesch, “tongues should be related to the childhood
of faith or to new beginnings in faith,” appearing “when we try to integrate past memories
104
embedded in the unconscious with the new vision.” Classical Pentecostal understanding of
105
tongues as a/the sign of Spirit-baptism has been challenged by sound exegesis. Moreover,
Paul answers this question with another question: “Do all speak in tongues?” (1 Cor 12:30). The
logical answer is “no.” If the gift is given only to some (vs. 10), how can it be a sign for all? Paul,
106
evidently, does not consider the gift of tongues as normative for all believers.
Finally, glossolalia in Christian settings should have at least a minimum of
correspondence to the New Testament phenomenon. Hasel rightly says: “If any contemporary
glossolalia is to be identified with the New Testament gift of tongues-speaking, then it will have
to be demonstrated that it matches the New Testament definition and specifications for
‘speaking in tongues,’ including its source, its purpose, its nature, its orderliness, its outreach
107
design and so on.”
When evaluating an ambiguous phenomenon like glossolalia, one should be careful
to avoid two pitfalls: (1) to accept it uncritically and (2) to reject it prejudicedly. The more
ambiguous a phenomenon, the more one needs discernment.
For a long time, charismatics have spoken in tongues, and they certainly will
continue to speak. Likewise, for a long time, researchers have spoken on tongues, and they
probably will continue to speak. Speaking “in” or “on,” let the speakers speak intelligibly and with
108
love, as Paul would advise. There are different kinds of tongues and varieties of
interpretations, but the goal is the same—to make sense of the sounds of glossolalia.
NOTES
1.
This article is a revised version of my analysis of the gift of tongues presented in Marcos C.
De Benedicto, “The Role of the Holy Spirit in Enabling Believers for Ministry: An Adventist
Perspective” (D.Min. dissertation, Andrews University, 2004), 290-308.
2.
For a still helpful literary/bibliographic source on the subject, see Watson E. Mills, ed.,
Speaking in Tongues: A Guide to Research in Glossolalia (Grand Rapids: Eerdmans, 1986).
3.
H. Newton Malony and A. Adams Lovekin, Glossolalia: Behavioral Science Perspectives on
Speaking in Tongues (New York: Oxford University Press, 1985).
4.
Christopher Forbes, Prophecy and Inspired Speech in Early Christianity and its Hellenistic
Environment (Peabody: Hendrickson, 1997).
5.
Mark J. Cartledge, ed., Speaking in Tongues: Multi-Disciplinary Perspectives (Bletchley, UK;
Waynesboro, GA: Paternoster, 2006).
6.
C. S. Lewis, The Weight of Glory and Other Addresses (New York: Macmillan, 1949), 16.
7.
Henry Barclay Swete, The Holy Spirit in the New Testament: A Study of Primitive Christian
Teaching (London: Macmillan, 1909), 72.
www.unasp.edu.br/kerygma/artigo5.02.asp 16
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8.
Mark 16 (vs. 17, in the so-called “longer ending”), Acts 2 (vss. 4, 6, 11), Acts 10 (vs. 46), Acts
19 (vs. 6), and 1 Cor 12-14 (12:31; 13:1; 14:2, 4, 5 [2x], 6, 13, 18, 19, 21, 23, 27, 39).
9.
See Roy A. Harrisville, “Speaking in Tongues: A Lexicographical Study,” The Catholic Biblical
Quarterly 38 (1976): 35-48.
10.
Ibid., 45.
11.
See Vern S. Poythress, “The Nature of Corinthian Glossolalia: Possible Options,”
Westminster Theological Journal 40 (1977): 130-135; and Mark J. Cartledge, “The Nature and
Function of New Testament Glossolalia,” The Evangelical Quarterly 72 (2000): 136-139.
12.
Bob Zerhusen, “An Overlooked Judean Diglossia in Acts 2?” Biblical Theology Bulletin 25
(1995): 118-130; idem, “The Problem Tongues in 1 Cor 14: A Reexamination,” Biblical Theology
Bulletin 27 (1997): 139-152; and Renton Maclachlan, Tongues Revisited: A Third Way
(Wellington, NZ: ClearSight, 2000).
13.
For example, Robert H. Gundry, “‘Ecstatic Utterance’ (N.E.B.)?” Journal of Theological
Studies 17 (1966): 299-307; Max Turner, The Holy Spirit and Spiritual Gifts in the New
Testament Church and Today, rev. ed. (Peabody: Hendrickson, 1998), 227-229; and Forbes,
chapter 3 (44-74, especially 57-64).
14.
Gordon D. Fee, God’s Empowering Presence: The Holy Spirit in the Letters of Paul
(Peabody: Hendrickson, 1994), 200, 201. See the Testament of Job 48-50.
15.
Luke Timothy Johnson, “Glossolalia and the Embarrassments of Experience,” The Princeton
Seminary Bulletin 18 (1997): 121.
16.
D. A. Carson, Showing the Spirit: A Theological Exposition of 1 Corinthians 12-14 (Grand
Rapids: Baker, 1987), 85.
17.
See Poythress, 133.
18.
Gerd Theissen, Psychological Aspects of Pauline Theology, trans. John P. Galvin
(Philadelphia: Fortress, 1986), 304.
19.
Clark H. Pinnock, Flame of Love: A Theology of the Holy Spirit (Downers Grove: InterVarsity,
1996), 173.
20.
Frank D. Macchia, “Sighs Too Deep for Words: Towards a Theology of Glossolalia,” Journal
of Pentecostal Theology 1 (1992): 47-73.
21.
James K. A. Smith, “Tongues as ‘Resistance Discourse’: A Philosophical Perspective,” in
Speaking in Tongues: Multi-Disciplinary Perspectives, ed. Mark J. Cartledge (Bletchley, UK;
Waynesboro, GA: Paternoster, 2006), 81-110.
22.
For studies on diglossia in ancient Hebrew and first-century Palestine, see Stanley E. Porter,
ed., Diglossia and Other Topics in New Testament Linguistics (Sheffield: Sheffield Academic
Press, 2000).
23.
See the defense of this point of view in Zerhusen, cited above.
24.
William M. Harmening, Mystery at Corinth: Seeking a Jewish Answer to a Christian Mystery
(Lincoln, NE: iUniverse, 2006).
25.
Ibid., 97-109.
26.
John Lightfoot wrote: “While I consider these things used in the synagogues of the Jews, and
remember that a great part of the church at Corinth consisted of Jews, I cannot but suspect that
their ministers also used the same tongue according to the old custom; namely, that one read
the scripture out of the Hebrew text, another prayed or preached in the Hebrew language
according to the custom used in the synagogues. Which indeed the Apostle allowed, so there
were an interpreter, as was done in the synagogue: because that language, full of mysteries,
being rendered by a fit interpreter, might very much conduce to the edification of the church”
(Commentary on the New Testament from the Talmud and Hebraica [Oxford: Oxford University
Press, 1859], 4:261, cited by Harmening, 108).
27.
Harmening, 108, 113.
28.
See, for example, Robert Gromacki, The Holy Spirit: Who He Is, What He Does (Nashville:
Word, 1999), 229-232.
29.
At the Pentecost, according to Ellen G. White, the disciples (1) were enabled to speak with
“fluency” and “accuracy” languages with which they “had been unacquainted”; (2) received this
“miraculous gift” as an “evidence to the world that their commission bore the signet of Heaven”;
and (3) now could permanently speak with precision in either “their native tongue or in a foreign
language” of their target-audience (The Acts of the Apostles [Mountain View, CA: Pacific Press,
1911], 39-40).
30.
Morris L. Venden, Your Friend, the Holy Spirit (Boise, ID: Pacific Press, 1986), 79-85.
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31.
George E. Rice, “Spiritual Gifts,” in Handbook of Seventh-day Adventist Theology, ed. Raoul
Dederen (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2000), 616-617. “Uttering sounds that cannot
be identified with any human language is not a perversion of but a counterfeit of the genuine
[gift of tongues],” he states (619).
32.
Ivan T. Blazen, The Gospel on the Street: Paul’s First Letter to the Corinthians (Nampa, ID:
Pacific Press, 1997), 109-117.
33.
See the “Additional Note on [1 Corinthians] Chapter 14,” The Seventh-day Adventist Bible
Commentary, ed. Francis D. Nichol (Washington, DC: Review and Herald, 1957), 6:795-796.
34.
For a fine discussion of this central experience of the early Pentecostals, see Grant Wacker,
Heaven Below: Early Pentecostals and American Culture (Cambridge, MA: Harvard University
Press, 2003), 35-57.
35.
Smith, 98.
36.
John Bertone, “The Experience of Glossolalia and the Spirit’s Empathy: Romans 8:26
Revisited,” Pneuma 25 (2003): 54-65, citations from 54, 64.
37.
William E. Richardson, Speaking in Tongues: Is It Still the Gift of the Spirit? (Hagerstown,
MD: Review and Herald, 1994), 55.
38.
See ibid., 69-94.
39.
Ibid., 91-92.
40.
Gerhard F. Hasel, Speaking in Tongues: Biblical Speaking in Tongues and Contemporary
Glossolalia (Berrien Springs, MI: Adventist Theological Society Publications, 1995), 43-51, 70-
71, 119, 121-122, passim.
41.
As Hanz Conzelmann says, the basis for the Pentecost “account is clearly not a naive
legend”; there is theological reflection (Acts of the Apostles, Hermeneia [Philadelphia: Fortress,
1987], 15).
42.
Luke Timothy Johnson, Religious Experience in Earliest Christianity (Minneapolis: Fortress,
1998), 111; Jenny Everts, “Tongues or Languages? Contextual Consistency in the Translation
of Acts 2,” Journal of Pentecostal Theology 4 (1994), 71-80. For an additional discussion, see
Gerald Hovenden, Speaking in Tongues: The New Testament Evidence in Context (Sheffield:
Sheffield Academic Press, 2002), 64-72.
43.
See Justin Taylor, “The List of the Nations in Acts 2:9-11,” Revue Biblique 106 (1999): 408-
420 (quoted from summary). Probably knowing this list through literary tradition, Luke may have
been also influenced by the preamble to Cyrus’s decree in 2 Chr 36:23.
44.
Ibid., 419-420.
45.
J. G. Davies, “Pentecost and Glossolalia,” Journal of Theological Studies 3 (1952): 228-231.
46.
Frank D. Macchia, “Babel and the Tongues of Pentecost: Reversal or Fulfilment? A
Theological Perspective,” in Speaking in Tongues: Multi-Disciplinary Perspectives, ed. Mark J.
Cartledge (Bletchley, UK; Waynesboro, GA: Paternoster, 2006), 34-51.
47.
See ibid., 39-45. Insightfully, Macchia writes: “The tongues of Pentecost thus represent the
first ecumenical language of the church. The first ecumenical language was not Greek or Latin.
The tongues of Pentecost indicate that no single language can claim any absolute status with
regard to one’s understanding of truth. . . . There is in this event of Pentecost an inherent
protest against any effort to domesticate the gospel to a single idiom or culture” (47).
48.
See the verbal allusions in Acts 2 to Exod 19 and 20 worked out by Jacques Dupont in his
book The Salvation of the Gentiles: Essays on the Acts of the Apostles (New York: Paulist,
1979), 35-59. See also the parallels suggested by Harmening, 48-50. Regarding the giving of
the law, Philo wrote that “a voice sounded forth in the midst of the fire which had flowed down
from heaven, a most marvelous and awful voice, the flame being endowed with articulate
speech in a language familiar to the hearers” (Decalogue 11.46). Was Luke a reader of Philo?
49.
De Benedicto, 329.
50.
Max Turner correctly writes: “Luke appears to understand the Pentecost phenomenon . . . to
be xenolalia: that is, the speaking of actual (but unlearned) foreign languages. This is suggested
prima facie by the very word glossa (the regular lexeme for human language, especially as it is
qualified by hetera (‘other’). More important, this sense is virtually demanded co-textually, where
it is said of the crowd of diaspora pilgrims that ‘they each heard them speaking in their own
dialect’” (“Early Christian Experience and Theology of ‘Tongues’: A New Testament
Perspective,” in Speaking in Tongues: Multi-Disciplinary Perspectives, ed. Mark J. Cartledge
[Bletchley, UK; Waynesboro, GA: Paternoster, 2006], 4, italics in original).
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51.
For the possible presence and interpretation of glossolalia in the patristic age, see Harold
Hunter, “Tongues-Speech: A Patristic Analysis,” Journal of the Evangelical Theological Society
23 (1980): 125-137. According to Hunter, “when the fathers clarified the nature of the tongues-
speech being practiced they most usually specified them as being xenolalic” (135).
52.
Let us remember that Paul only ceased to persecute the Christians after his experience on
the road to Damascus (Acts 9).
53.
For example, Watson E. Mills writes: “[W]hen the texts of Acts and 1 Corinthians were written
there was extant a widely known practice variously referred to by terms like ecstatic and
ecstaticism. These ecstatic ‘states’ of being were generally at variance with the range of
‘normal’ behavior. These states were often, though not always, induced. In many instances the
context of these altered states is described in specific ways that appear to fall well within the
parameters of what today is regarded as a ‘religious context.’ The speech arising in these
contexts is often, though not always, unintelligible on its face and was sometimes regarded as
arising out of a god or gods. . . . [T]he elements of tongues accounts may well have their origin
in the ancient ecstatic practices” (“Early Ecstatic Utterances and Glossolalia,” Perspectives in
Religious Studies 24 [1997]: 29-40, citation from 39, 40).
54.
Nils I. J. Engelsen, “Glossolalia and Other Forms of Inspired Speech According to I
Corinthians 12-14” (Ph.D. dissertation, Yale University, 1970), ii, 20-21, 23.
55.
“In the case of early Christian glossolalia I have argued that no convincing parallels
whatsoever have been found within the traditions of Graeco-Roman religion, as they were
known in the environment of the New Testament, whether it be at the level of terminology,
phenomena or concept,” Forbes concludes (316).
56.
T. M. Crone, Early Christian Prophecy (Baltimore: St. Mary’s University Press, 1973), chapter
1.
57.
Hovenden, 6-30.
58.
A. C. Thiselton, “Realized Eschatology at Corinth,” New Testament Studies 24 (1978): 510-
526; see also Carson, 16-17.
59.
The literature about Corinth is immense. For a helpful annotated bibliography on the
archaelogical evidence and topics related to the epistles of Paul to the Corinthians, see Ben
Witherington III, Conflict & Community in Corinth: A Socio-Rhetorical Commentary on 1 and 2
Corinthians (Grand Rapids: Eerdmans; Carlisle: Paternoster, 1994), 48-67.
60.
bid., 8.
61.
For interesting insights on glossolalia as status indicator, see D. B. Martin, The Corinthian
Body (New Haven: Yale University Press, 1995), 87-103; and idem, “Tongues of Angels and
Other Status Indicators,” Journal of the American Academy of Religion 59 (1991): 547-589.
62.
Here in some way I am following John Chrysostom (Homilies on 1 Corinthians 29:1, 35:1), as
well as Forbes (12, 172-174), who have a similar view about the origin of the status of tongues
in Corinth.
63.
When Paul mentions “kinds of tongues” (1 Cor 12:10, 28), is he alluding to many kinds of
languages or to multiple functions, species or expressions of tongues? Interpretations here
vary. Anthony C. Thiselton stresses that we must take the word gene (“kinds,” “sorts,”
“species”) “with full seriousness” (The First Epistle to the Corinthians: A Commentary on the
Greek Text [Grand Rapids: Eerdmans; Carlisle: Paternoster, 2000], 970). “Too much literature
seeks to identify glossolalia as ‘one thing’ when Paul takes pains to refer to different species,”
says the scholar (ibid., italics and bold removed from original). His opinion may be conditioned
by his view of glossolalia as unintelligible, a “childish” characteristic of immature believers, but
the warning is valid. Cyril G. Williams also carefully avoids pointing a straight meaning, for terms
like ecstasy may have nuances (Tongues of the Spirit: A Study of Pentecostal Glossolalia and
Related Phenomena [Cardiff: University of Wales Press, 1981], 30).
64.
William E. Richardson, “Liturgical Order and Glossolalia: 1 Corinthians 14:26c-33a and its
Implications” (Ph.D. dissertation, Andrews University, 1983), 244.
65.
Hasel, 123.
66.
Richardson, Speaking in Tongues, 75.
67.
Hasel, 126.
68.
In an editorial note to my dissertation (mentioned above), Dr. John T. Baldwin, my adviser,
made the following remarks: “In 1 Cor 14, Paul seems to describe the problems of the
Corinthian use of tongues. Thus, not all elements in 1 Cor 14 are normative. This shows that
Hasel’s point of view is favored over [those of] Blazen and Richardson, who see no text in 1 Cor
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14 as pejorative, but all as normative, which in my thinking is not correct. I think Paul is, as I
said, describing the problem in 1 Cor 14:2, 14. Therefore, in these two texts, Paul is not telling
us how things should be in speaking in tongues, but how they should not be. . . . Paul is saying:
‘If I speak in tongues the way you, dear people, are doing in Corinth, then my spirit is praying to
God (I know what I am saying), but my mind (nous, idea, concept, thought, prayer in this
context) is not fruitful to those who are listening to me (because I am speaking in a language
they do not understand).’ The purpose of tongues in 1 Cor 14 is the edification of the church,
and understanding is the only basis of edification in 1 Cor 14. Thus, the tongues-speaker edifies
him or herself because the message is known.”
69.
Hasel would say that tongues are purely horizontal, which is why Paul criticized the non-
intelligible manifestation. A horizontal communication which is unintelligible is useless. I am
trying to broaden the concept in order to include the “praise” that clearly appears in both Luke
and Paul as a vertical manifestation.
70.
Since the mystery religions of Corinth put emphasis on ecstaticism, Paul’s preoccupation
makes still more sense. “The expression of the ecstatic state took various forms, such as
gashing one’s flesh, dancing nude in a frenzy, and speaking in ecstatic utterance,” describes H.
Wayne House (“Tongues and the Mystery Religions of Corinth,” Bibliotheca Sacra 140 [1983]:
139).
71.
In my view, the Corinthian glossolalia was not a counterfeit, for in this case Paul, with his gift
to discern spirits, had prohibited the gift, not just corrected its use (see 1 Cor 14:39, 40). To
argue that Paul did not forbid the phenomenon due to a pastoral concern, in order not to quench
the charismata, only would make sense if Paul were sure that the phenomenon was not a
counterfeit. That the phenomenon could be somewhat ambiguous, no question, but not a clear
counterfeit. The Bible has no cases of true prophets, like Paul himself, condoning counterfeit
phenomena in the name of pastoral diplomacy. Besides, Paul himself confesses to be a tongue-
speaker (vs. 18).
72.
Midrash: a Hebrew method of searching and expounding Scripture, updating and applying
ancient sacred texts to current situations in creative ways.
73.
See O. Palmer Robertson, “Tongues: Sign of Covenantal Curse and Blessing,” Westminster
Theological Journal 38 (1975): 43-53; B. C. Johanson, “Tongues, a Sign for Unbelievers? A
Structural and Exegetical Study of 1 Corinthians XIV.20-25,” New Testament Studies 25 (1979):
180-203; J. P. M. Sweet, “A Sign for Unbelievers: Paul’s Attitude to Glossolalia,” New
Testament Studies 13 (1967): 240-257; Wayne Grudem, “1 Corinthians 14:20-25: Prophecy and
Tongues as Signs of God’s Attitude,” Westminster Journal of Theology 41 (1979): 381-396;
Forbes, 175-181; Carson, 108-117.
74.
“It is reasonable to assume Luke considered the Pentecostal recognition of xenolalia, and
the positive effect of this, to be a unique and providential sign marking the beginning of the age
of the Spirit of prophecy: one that was not repeated exactly elsewhere,” comments Max Turner
(The Holy Spirit and Spiritual Gifts, 226).
75.
Blaine Charette, “‘Tongues as of Fire’: Judgment as a Function of Glossolalia in Luke’s
Thought,” Journal of Pentecostal Theology 13 (2005): 173-186.
76.
Fee, 240. See also Sweet, 241, and Johanson, 193-194.
77.
Here one may object that the Corinthians did not know this theological technicality. Well, the
right question is: Did Paul know this argument? And if he knew it or was able to elaborate or just
to cite it, would he do it? We must not underestimate Paul’s theological sophistication or his
tendency to elevate the level of the debate in spite of his audience’s maturity.
78.
This means that one should not press much on this passage, or on Pentecost accounts, to
make a case on the role of tongues as a physical initial evidence of the Spirit’s presence. In our
modern context, glossolalia may be used in a Corinthian fashion as a sign of a “higher”
spirituality. Could in the future a gift of tongues more patterned by the Lukan account of
xenolalia come to be known during a final outpouring of the Spirit in attestation of the remnant?
This is, of course, speculation.
79.
Joop F. M. Smit, “Tongues and Prophecy: Deciphering 1 Cor 14,22,” Biblica 75 (1994): 186,
187.
80.
Robert J. Gladstone, “Sign Language in the Assembly: How Are Tongues a Sign to the
Unbeliever in 1 Cor 14:10-25?” Asian Journal of Pentecostal Studies 2 (1999): 177-194,
citations from 185, 192.
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81.
Stephen J. Chester, “Divine Madness? Speaking in Tongues in 1 Corinthians 14.23,” Journal
for the Study of the New Testament 27 (2005): 417-446, citation from 419.
82.
Ibid., 438-446, citations from 441, 443.
83.
A. C. Thiselton defends this second use in his article “The ‘Interpretation’ of Tongues? A
New Suggestion in the Light of Greek Usage in Philo and Josephus,” Journal of Theological
Studies 30 (1979): 15-36. However, see the strong criticism of Forbes (65-72).
84.
Forbes argues that “there are a large number of cases [in Philo and Josephus] where ‘to
translate’ or ‘to interpret or expound’ is the translation required” (65).
85.
See 1 Cor 12:10, 30; 14:13, 26-28.
86.
Forbes, 51.
87.
Reflecting the hypercritical view of the past on glossolalia, Merrill F. Unger wrote: “Much of
what parades as an ecstatic utterance supposedly evidencing a deeper spiritual experience is
mere gibberish produced by auto-suggestion under great emotional stress and strong desire for
rd
a tongues experience” (New Testament Teaching on Tongues, 3 ed. [Grand Rapids: Kregel,
1973], 166).
88.
L. Carlyle May, “A Survey of Glossolalia and Related Phenomena in Non-Christian
Religions,” American Anthropologist 58 (1956): 75-96.
89.
R. P. Splittler, “Glossolalia,” Dictionary of Pentecostal and Charismatic Movements, ed.
Stanley M. Burgess and Gary B. McGee (Grand Rapids: Zondervan, 1988), 336.
90.
Ibid., 336.
91.
Unger, 163-164.
92.
D. Moody Smith suggests: “The modern critical view that the translation miracle of Acts is a
later interpretation of Luke still seems the best one. . . . [M]odern glossolalia is probably a
revival of the New Testament phenomenon as it is described by Paul” (“Glossolalia and Other
Spiritual Gifts in a New Testament Perspective,” Interpretation 28 (1974): 307-320, citation from
318. Well, in spite of his theological elaboration, Luke certainly wrote what he thought was a
historical fact. Regarding the identification of modern glossolalia with the Corinthian gift of
tongues, no one knows for sure if the phenomena are the same.
93.
See W. J. Samarin, “Glossolalia as Learned Behavior,” Canadian Journal of Theology 15
(1969): 60-64.
94.
H. Newton Malony and A. Adams Lovekin, Glossolalia: Behavioral Science Perspectives on
Speaking in Tongues (New York/Oxford: Oxford University Press, 1985), 28.
95.
W. J. Samarin, Tongues of Men and Angels: The Religious Language of Pentecostalism
(New York: Macmillan, 1972), 127-128.
96.
Malony and Lovekin, 32.
97.
Ibid., 31, 63.
98.
In modern science, altered states of consciousness do not imply necessarily abnormality or
psychopathology; today extraordinary phenomena are studied with less prejudice than in the
past.
99.
Felicitas D. Goodman, Speaking in Tongues: A Cross-Cultural Study of Glossolalia (Chicago:
University of Chicago Press, 1972), 8, 124.
100.
Malony and Lovekin, 98, 99.
101.
John Kildahl, The Psychology of Speaking in Tongues (New York: Harper & Row,
1972), 37, 54, 55.
102.
William K. Kay, “The Mind, Behaviour and Glossolalia: A Psychological Perspective,” in
Speaking in Tongues: Multi-Disciplinary Perspectives, ed. Mark J. Cartledge (Bletchley, UK;
Waynesboro, GA: Paternoster, 2006), 204. He summarizes: “Recent research has overturned
most of the findings of earlier research: glossolalics are not in trance-like states when they are
speaking in tongues; they do not show signs of psychopathology; they are not especially
susceptible to hypnosis; they are not neurotic; evidence for social learning of glossolalia is
weak; glossolalics are not especially dependent on authority figures; glossolalia may be, but
need not to be, a sign of commitment to a charismatic group; the meaning of glossolalia may
indeed be theologically derived, but this need not be to its detriment” (204-205). We must
consider his positive evaluation, but I do not think that his conclusions invalidate my
assessment of glossolalia.
103.
Ibid., 205.
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104.
Donald G. Bloesch, The Holy Spirit: Works & Gifts (Downers Grove: InterVarsity, 2000),
196. Theissen also believes that “glossolalia does in fact exhibit regressive traits in linguistic,
social, and psychological aspects” (312).
105.
For a recent bibliography on the Pentecostal doctrine of initial evidence, see Gerald J.
Flokstra III, “Sources for the Initial Evidence Discussion: A Bibliographic Essay,” Asian Journal
of Pentecostal Studies 2 (1999): 243-259.
106.
See Max Turner, “Tongues: An Experience for All in the Pauline Churches?” Asian
Journal of Pentecostal Studies 1 (1998): 231-253.
107.
Hasel, 153.
108.
“Unless you speak intelligible words with your tongue, how will anyone know what you
are saying? You will just be speaking into the air” (1 Cor 14:9). “If I speak in the tongues of men
and of angels, but have not love, I am only a resounding gong or a clanging cymbal” (1 Cor
13:1).
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Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre de 2007
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pp.23-42
ARTIGOS
ABSTRACT: The concept of a “delay” of the Parousia has become a common idea in the
theological circles that deals with New Testament‘s eschatology. It is usually accepted that
Jesus and the Early Church expected an imminent coming of God’s kingdom, and its
implementation in the midst of humanity in their days. The passing of time, however, brought
only disillusion and confusion to the NT believers who tried to cope with such a crisis through
the belief in a “delay” of the Parousia. This concept, however, raises in itself a series of complex
questions in relation to Jesus, the Bible, and the Christian faith. It is the purpose of this study to
approach this issue from the perspective of a “holistic” view of the question, investigating it both
from the divine and human perspectives that are presented in the biblical text. This kind of
“holistic” approach has being generally forfeited by the theologians that deals with the question.
KEYWORDS: Parousia, delay, imminence, Jesus, Apostles, New Testament, Theology.
INTRODUCTION
The concept of the "delay" of the Parousia is a pretty well established idea in modern
Christian theology (cf. Smalley, 1964, p. 41-54; Taylor, 1999, p. 40-42). Most scholars maintain
the point of view that the NT writers, in general, as well as the Early Christians, expected that an
imminent, visible return of Christ would occur at any time after his ascension to heavens.
However, with the passing of time such a hope resulted into a crisis in the Early Church which was
answered by a shift from this imminent expectation to a belief in a delayed Parousia (Käsemann,
1964, p. 170). Finally, the centuries that followed the Early Church Era saw a complet eclipse of
the belief in the Parousia and of the eschatological hope of the kingdom of God and their
replacement by ecclesiology (cf. McArthur, 1962, p. 658-661).
However, as Gallagher (1982, p. 363-365) observed, the implications of this theory can be
quite heavy. The concept of a "delay" of the Parousia often carries within it a negative idea, as if a
mistake had occurred, an error was done, a failure had happened. Such a notion led some
theologians to speak about the misguided belief of Jesus and of the Early Church concerning an
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imminent Parousia (Schweitzer, 1968, p. 123-125, 137-139; Taylor, 1999, p. 34-36). Reacting
against such a negative notion, some scholars defend that Jesus never believed in a imminent
Parousia (Dodd, 1952, p. 101-110); while others maintain that the "delay" concept is more of a
problem for modern scholarship than it was for the Early Church (Morris, 1973, p. 126), and so on.
So the concept of a "delay" raises questions concerning Jesus. Did he really know what
he was talking about? Was he right? Was he wrong? Was he really what he taught to be? It also
raises questions concerning the sayings of Jesus. Were they really his own or the Church's, or the
Redactor's? It raises questions about the nature of the NT. Was it inspired or was it the fruit of
human experience and genius, the result of some men religious deceptions and struggles, and the
reformulation of their previous ideas? It even raises questions concerning God, the God depicted
in the NT, and in the Bible1. Is He really omniscient, omnipotent? Is God really like the way the NT,
or the Bible depicts Him?
Therefore, to have a good perception of the so called "delay" of the Parousia and its
theology is not an issue of minor importance for the understanding of the Bible and its message. It
is the purpose of this paper to inquiry into this question in view of a better understand of the
matter.
This study will first present a synthetic overview of the main texts in the NT which deal
with the question of the "delay". Then, it will briefly survey the major different approaches to these
texts in modern theology. A special attention will be given to the way the question has been
treated in the Seventh-day Adventist context. In a third moment, a brief critical analysis will be
presented to each approaches covered in the previous section. Finally, there will be an essay of
an answer concerning the questions raised by the concept of the "delay" of the Parousia. Since it
will not be able to cover all the questions that may rise from such an important issue (and some of
them were just presented above), this paper will concern itself with the basic question of the
relevance of the hope in the Parousia for Christians today. It will try to address this problem by
focusing in the three basic issues that seens to be central to this issue: the questions of time,
imminence, and delay.
"You will hear of wars and rumors of wars, but see to it that you are not
alarmed. Such things must happen, but the end is still to come" (Mt 24:6).
"When you hear of wars and rumors of wars, do not be alarmed. Such things must
happen, but the end is still to come" (Mk 13:7).
"When you hear of wars and revolutions, do not be frightened. These things must happen
first, but the end will not come right away" (Lk 21:9).
He then spoke about a time of animosity among the nations, famine, pestilences and
earthquakes. In that time, Christ's followers would be persecuted and betrayed by all ( Mt 24:9,10;
Mk 13:9,11,12; Lk 21:12-18). This sayings clearly present a time of trouble that will precede the
end. It is this difficult time that would be imminent in the believers nearby future and not the
Parousia. In view of that, Christ exhorted his disciples to stand firm, to endure to the end ( Mt
24:13; Mk 13:13; Lk 21:19 - Luke however does not have the temporal clause "to the end"). This
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time, which precedes the Parousia, would be long enough to allow the Gospel to be preached to
all the nations, in accordance to Matthew and Mark as follow:
And this gospel of the kingdom will be preached in the whole world as a testimony to all
the nations , and then the end will come" (Mt 24:14).
And the gospel must first be preached to all the nations (Mk 13:10).
In the sequence of the Synoptic Apocalypses, Jesus spoke about the destruction of
Jerusalem (Mt 24:15-20; Mk 13:14-18; Lk 21:20-23), then about a time of great tribulation and
affliction which Matthew presents as being posterior to the destruction of Jerusalem (see Holman,
1982, p. 277-279, for the use of the adverb tóte in the Greek text as carrying an idea of
consequence or subsequence in time and action). It is only after this time of great tribulation that
the Parousia would take place:
Immediately after the distress of those days the sun will be darkened, and the moon will
not give its light; the stars will fall from the sky, and the heavenly bodies will be shaken.
At that time the sign of the Son of Man will appear in the sky, and all the nations of the
earth will mourn. They will see the Son of Man coming on the clouds of the sky, with
power and great glory. (Mt 24:29,30)
But in those days, following that distress, the sun will be darkened and the moon will not
give its light; the stars will fall from the sky, and the heavenly bodies will be shaken. At
that time men will see the Son of Man coming in clouds with great power and glory. (Mk
13:24-26)
... Jerusalem will be trampled on by the Gentiles until the times of the Gentiles are fulfilled
. There will be signs in the sun, moon and stars. On the earth , nations will be in anguish
and perplexity at the roaring and tossing of the sea. Men will faint from terror,
apprehensive of what is coming on the world, for the heavenly bodies will be shaken. At
that time they will see the Son of Man coming in a cloud with power and great glory. (Lk
21:24-27)
The idea of the "delay" appears also in the "watch" parables. In the Synoptic text, these
parables are preceded by the assertion that no one knows the day and the hour of Christ's second
coming but only the Father, therefore there is a need to "watch" and be ready (Mt 24:42-44; Mk
13:33-37; Lk 12:35-40; 21:34-36). While Mark stresses only on the need to be ready, to be
watchful, for the Parousia can occur any time – an emphasis that goes with the line of an
imminent expectation; the text of Matthew and Luke presents also a "delay" element in these
parables. In the parable of the faithful and the wicked servants (Mt 24:45-51; Lk 12:42-48), while
the faithful servant, who was put in charge of the household while his master goes in travel, does
whatever is needed faithfully until the return of the master, the wicked says to himself:
He starts then to beat his fellow servants, eat and drink until to the point of getting drunk.
But on a day the wicked servant does not expect his master comes and punishes him severely.
That parable seems to be a rebuke to the members of the Early Church who would be tempted to
have the same attitude of the wicked servant in face of the "delay" of Christ's Coming (see Lk
12:45 in Nolland, 1993; and Mt 24:48 in Hagner, 1995) .
Only the Gospel of Matthew has then the "Parable of the Ten Virgins"2 (Mt 25:1-13).
These virgins went out to meet the bridegroom, but they all became drowsy and fell asleep
because "the bridegroom was a long time in coming" (Mt 25:5). When the bridegroom finally
came, only those virgins who thought it could be a "delay" went with him to the wedding banquet,
while the others who expected an imminent coming where rebuked and did not get in. The
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exhortation is then to "keep watch, because you do not know the day or the hour" (Mt 25:13). So it
seems that here christians who only expected an imminent coming were rebuked, while those
who have made room for a possible "delay" of the Parousia were praised.
Both the Gospel of Matthew and Luke have the "Parable of the Talents" or "of the Ten
Minas" (Mt 25:14-30; Lk 19:12-27 ) that speaks of a man, or a noble, who went on a journey and
entrusted his property to three servants. The two first worked with the portion they got, while the
third one hid his part. The issue of the "delay" appears in Matthew by the end of the parable:
"After a long time the master of those servants returned and settled accounts with them"
(Mt 25:19).
"A man of noble birth went to a distant country to have himself appointed king and then to
return" (Lk 19: 12).
When the master settles accounts with his servants, he praises those who worked
diligently with the amount they got to the point of doubling it, but he rebukes the one who did
nothing while waiting for his return (Mt 25:20-30; Lk 19:15-26).
These texts of the Synoptic Apocalypses and of the "watch" parables are comonly
considered as evidences of the shift in the Early Church from an expectation for an imminent
Parousia (indicated in passages such as Mt 24:34, Mk 13:30, and Lk 21:32 that speak of the
Parousia as an event that would take place in "this generation") to the teaching of a delayed
Parousia which would be preceded by a certain indefinite time.
In book of Acts, the theme of the "delay" of the Parousia seems to be evidence in the
fact that the book shows little concern with eschatology. While the first two chapters of Acts have a
strong eschatological tone (cf. Ac 1:3, 6, 11; 2:17-21) this tone seems to cease from chapter 3
onwards. Indeed, Luke seems to be more concerned in Acts with writing the history of the
Christian religion as a secular history, fact that for theologians as Käsemann (1969, p. 21) "only
becomes possible where primitive Christian eschatology, the dynamic force of New Testament
preaching, is in eclipse", for " you do not write the history of the Church, if you are expecting the
end of the world to come any day" (Käsemann, 1964, p. 28).
According to the Lord own word, we tell you that we who are still alive , who are left till the
coming of the Lord, will certainly not precede those who have fallen asleep. For the Lord
himself will come down from heaven, with a loud command, with the voice of the
archangel and with the trumpet call of God, and the dead in Christ will rise first. After that,
we who are still alive and are left will be caught up together with them in the clouds to
meet the Lord in the air. And so we will be with the Lord forever.
Many scholars consider that Paul expected the Parousia in his lifetime, since he included
himself and his readers among those who would be alive in the Second Coming (Bruce, 1982, 99,
105). However, Paul's expectation for the imminence of the Parousia seems to have been
lessened in his later letters. This "shifting" in Paul's expectations would be evidenced by passages
such as in 2 Thessalonians, Philippians and 2 Timothy:
Concerning the coming of our Lord Jesus Christ and our being gathered to him, we ask
you brothers, not to become unsettled or alarmed by some prophecy, report or letter
supposed to have come from us, saying that the day of the Lord has already come. Don't
let anyone deceive you in any way, for that day will not come until the rebellion occurs and
the man of lawlessness is revealed, the man doomed to destruction." (2Th 2:1-3)
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"I am torn between the two: I desire to depart and be with Christ which is better by far"
(Php 1:23).
For I am already being poured out like a drink offering, and the time has come for my
departure. I have fought the good fight, I have finished the race, I have kept the faith. Now
there is in store for me the crown of righteousness, which the Lord, the righteous Judge,
will award to me on that day –and not only to me, but also to all who have longed for his
appearing. (2Ti 4:7, 8)
In 2 Thessalonians Paul speaks about a time of rebellion before the Parousia so that the
christians in Thessalonica should not expect for an imminent Parousia. In Philippians, Paul does
not see to expect be alive anymore during Parousia. In 2 Timothy, he expects the Parousia in the
future without making any reference to time. Therefore, some conclude that his imminent
expectation became a hope in the Parousia but no connection qith a time schedule anymore. This
fact would indicates by itself Paul's shift from an imminent to delayed Parousia (McArthur, 1962, p.
659-660; Bruce, 1982, p. 105).
First of all, you must understand that in the last days scoffers will come, scoffing and
following their own evil desires. They will says, "Where is this 'coming' he promised? Ever
since our fathers died, everything goes on as it has since the beginning of creation... ..
But do not forget this one thing, dear friends: With the Lord a day is like a thousand years,
and a thousand years are like a day. The Lord is not slow in keeping his promise, as
some understand slowness. He is patient with you, not wanting anyone to perish, but
everyone to come to repentance. But the day of the Lord will come like a thief...
This passage of 2 Peter seems to clearly present the crisis which occurred in the Early
Church when the time passed by. The generation that received the apostles' message was dying
and the Lord had not come. Some members started to doubt the Lord's promise, and apostasy
followed. Peter appears to be facing the problem by trying to provide an answer to the dilemma of
the "delay" (Bauckham, 1980, p. 19-28).
By the testimony of these diverse sections of the NT, many scholars concluded that the
Early Church faced the problem of the "delay" of the Parousia, and that there was a shift from an
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imminent expectation to a delayed one. However, if this reality of the early christian experience is
accepted by almost the majority of the theologians (cf. McArthur, 1962, p. 660-661; and Rowland,
1992, p. 168-169), the interpretation of it differs widely among them. These different
interpretations are exactly the subject of the next section.
Modern theology has six major trends of eschatological interpretation (Ladd, 1982, p. 130-
131; see also Aune, 1992, p. 599-600): 1) The "Consistent (also called 'Unrealized' or
'Consequent') Eschatology"; 2) the "Realized Eschatology"; 3) the "Existentialism"; 4) the
"Timeless Eschatology"; 5) the "Moderate (also called 'Proleptic') Eschatology"; and 6) the "Or-
thodoxism". Each trend approaches the question of the "delay" from a different perspective. In the
sequence, their majors representatives will be surveyed with their respective answers to the
problem of the "delay" of The Parousia.
To how an extent this was the case in regard to the mission of the Twelve is clearly seen
from the "charge" which Jesus gave them. He tells them in plain words (Matt. x. 23), that
He does not expect to see them back in the present age. The Parousia of the Son of Man,
which is logically and temporally identical with the dawn of the kingdom, will take place
before they shall have completed a hasty journey through the cities of Israel to announce
it... It is equally clear, and here the dogmatic considerations which guided the resolutions
of Jesus become still more prominent, that this prediction was not fulfilled. The disciples
returned to Him; and the appearing of the Son of Man had not taken place... [italics
supplied] (Schweitzer, 1950a, p. 358, 359).
This was the first "delay of the Parousia". It provoked an alteration in Jesus' plans, after
that he started to believe that he must bring in the Kingdom by his own suffering and death (ibid.,
p. 359, 360). For Schweitzer:
In order to understand Jesus' resolve to suffer, we must first recognize that the mystery of
this suffering is involved in the mystery of the Kingdom of God, since the Kingdom cannot
come until the peirasmós has taken place... The 'must be' of the sufferings is the same –
the coming of the Kingdom, and the Parousia, which are dependent upon the peirasmós
having first taken place. (Schweitzer, 1950b, p. 387).
Jesus then died as an disillusioned man, without revealing his understanding of the
meaning of his death to the disciples. Schweitzer sustained that "Jesus carried with him to the
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grave the secret of the Passion which was to be revealed to the inheritors of the Kingdom at its
coming. But the Kingdom did not come" (Schweitzer, 1950a, p. 152), and "since the Kingdom had
not arrived and the original causal connection [Jesus' hope that his death would bring the
Kingdom] was dissolved with the temporal" there was there another "delay" (ibid., p. 153).
For Schweitzer, the "delay" of the Parousia is the most influencial factor in the shaping of
Christianity, since its very beginning, as he explains:
The whole history of 'Christianity' down to the present, that is to say, the real inner history
of it, is based on the delay of the Parousia , the non-occurrence of the Parousia, the
abandonment of eschatology, the progress and completation of the "de-eschatologising"
of religion which has been connected therewith. [italics supplied] (Schweitzer, 1950b, p.
360).
Therefore, for him the "delay" of the Parousia is associated a mistaken hope that
misquided Jesus and the early christians who expected the coming of the kingdom, the Parousia.
Both hope for the Parousia and the "delay" explanations found in the NT and Early Christianity
must be understood as a temporal garb that must be discarded, and that was indeed was by
Christianity in the following centuries. Therefore, the "delay" of the Parousia does not constitute a
problem for the "Consistent Eschatology," for even to speak about it today is a nonsense, as
Schwietzer observed:
...The expectation of the Kingdom which would come of itself was not to find actual
fulfillment. For centuries Christianity looked for it in vain. It could not easily come to terms
with the fact. It had to try to understand what could be learned from it. When it applied
itself to the interpretation of the signs of the times, it could understand them only as
meaning that it is called up to renounce its old ideas and learn anew. The task was laid
upon it of giving up its belief in the Kingdom which would come of itself and giving its
devotion to the Kingdom which must be made real.
... In the thought of Paul the supernatural Kingdom is beginning to become the ethical and
with this to change from the Kingdom to be expected into something which has to be
realized. It is for us to take the road which this prospect opens up. (Schweitzer, 1968, p.
183).
But Jesus declares that this ultimate, the Kingdom of God, has come into history, and He
takes upon Himself the 'eschatological' role of 'Son of Man.' The absolute, the 'wholly
other,' has entered into time and space. And the Kingdom of God has come and the Son
of Man has come, so also judgement and blessedness have come into human
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experience. The ancient images of the heavenly feast, of Doomsday, of the Son of Man at
the right hand of power, are not symbols of the supra-sensible, supra-historical realities;
they have also their corresponding actuality within history. Thus both the facts of the life of
Jesus, and the events which He foretells within the historical order, are 'eschatological'
events, for they fall within the coming of the Kingdom of God. The historical order however
cannot contain the whole meaning of the absolute. The imagery therefore retains its
significance as symbolizing the eternal realities, which though they enter into history are
never exhausted. The Son of Man has come, but also He will come; the sin of men is
judged, but also it will be judged.
But these future tenses are only an accommodation of language. There is no coming of
the Son of Man 'after' His coming in Galilee and Jerusalem, whether soon or late, for there
is no before or after in the eternal order. The Kingdom of God in its full reality is not
something which will happen after other things have happened. It is that to which men
awake when this order of time and space no longer limits their vision, when they 'sit at
meat in the Kingdom of God' with all the blessed dead, and drink with Christ the 'new
wine' of eternal felicity. 'The Day of the Son of Man' stands for the timeless fact. [italics
supplied] (ibid., p. 107-108)
For Dodd, the view of Jesus and of the Early Church's, immediately after Jesus' life on
earth, was that they were living in "the age of fulfillment" (ibid., p. 132). The apostles, however,
expected the end of the "crisis" in the shortest time possible, by the coming of the End. But, as
months and years went by and everything remained as before, the question rose "where was the
promise of His coming on the clouds of heaven?" Dodd stated that:
In the course of time the better minds of the Church, under the guidance of such teachers
as Paul and the author of the Fourth Gospel, arrived at an interpretation which did justice
to the deeper meaning of Jesus. But meanwhile those who took his words literally built up
a new Christian eschatology on the lines of the Jewish apocalyptic tradition.
The result of this development was that the original unity and continuity of the
eschatological process was broken up. This is the profound and significant difference
between the outlook of the sayings of Jesus and that of the formed tradition of His
teaching as it entered into our written Gospels. The sayings were uttered in and for a brief
period of intense crisis: the tradition was formed in a period of stable and growing
corporate life, conceived as the interval between two crisis, one past, the other yet to
come. [italics supplied] (ibid., 133,134).
Therefore, the "delay" of the Parousia is a relecture of Jesus' words influenced by Jewish
apocalypticism, in order to give to the Early Church, which was so influenced by the Jewish
eschatology, a reason for the "delay". For Christinity today, the "Realized Eschatology" see no
motif for speaking of a "delay" of the Parousia, for the coming of Christ is always present through
the ongoing spiritual relationship present in conversion, baptism, meditation and death (ibid., p.
108). Dodd affirmed:
...But we have warrant to affirming that God comes to meet us in history, and sets before
us the open but narrow door of His Kingdom. To accept His Kingdom and enter in brings
blessedness, because the best conceivable thing is that we should be in obedience to the
will of God. Such blessedness may be enjoyed here and now, but it is never exhausted in
any experience that falls within the bounds of time and space. Our destiny lies in the
eternal order... (ibid., p. 209, 210; for another expositor of the "Realized Eschatology"
ideas see Glasson, 1963, p. 116-167).
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seems be at its end. When a person is confronted by the demands of God, he who answers
positively enters into an eschatological existence. He comes to the end of his old life –he is free
from his past; and he enters into a new life –he is open to the future (Ladd, 1982, p. 131). As
representative of the "existentialism", this study will try to survey briefly the view of Rudolf
Bultmann.
Rudolf Bultmann is the foremost representative of the perspectives of "Existentialism" in
rapport to the NT. For him, the "early Christian community understands itself not as a historical
but as an eschatological phenomenon", "the new people of God has no real history, for it is the
community of the end-time" (Bultmann, 1957, p. 37, 36). Such consciousness however was tread
by the lengthening of time. The expected coming of Christ failed to take place and disappointment
and doubt were rising. 2 Peter 3: 5-10 represents an essay of answer to those problems.
However, "such answer could not provide a solution of the problem for any length of time" (ibid.,
37). For Bultmann:
The problem of Eschatology grew out of the fact that the expected end world failed to
arrive, that the 'Son of Man' did not appear in the clouds of heaven, that history went on,
and the eschatological community could not fail to recognize that it had become a
historical phenomenon and that the Christian faith had taken on the shape of a new
religion. This is made clear by two facts: (a) the historiography of the author of Luke and
the Acts of the Apostles (b) the importance which tradition gained in the Christian
community. (Ibid., p. 38).
The Parousia was then moved to the indefinite future. Christians became used to waiting,
and finally the eschatological hope was replaced by the sacramentalism, and the "delay" was not
a problem anymore (ibid., p. 51). Bultmann urges, however, our present need of re-interpreting
such forms of ancient belief in order to make it relevant for today. For him, the hope in the
Parousia is an expression of an existential relationship with God, a symbol of the moment of
decision, to be ready for the future that God has to every one of us, as he states:
... this hope or this faith can be called readiness for the unknown future that God will give.
In brief, it means to be open to God's future in the face of death and darkness.
... to be open to God's future which is really imminent to every one of us; to be prepared
for this future which can come as a thief in the night when we do not expect it; to be
prepared for this future will be a judgement on all men who have found themselves to this
world and are not free, not open to God's future. (Bultmann, 1958, p. 31, 32).
For Bultmann, every instant of history "has the possibility of being an eschatological
instant and in christian faith this possibility is realized" (Bultmann, 1957, 154).
For today, in "Existentialism," there is no question of a "delay" of the Parousia, for the
Parousia is part of the existential now, the decision point in relating to God, as Bultmann makes
plain:
... According to the New Testament, Jesus Christ is the eschatological event, the action of
God by which God has set up an end to the old world. In the preaching of the Christian
Church the eschatological event will ever again become present and does become
present ever and again in faith. The old world has reached its end for the believer, he is 'a
new creature in Christ'. For the old world has reached its end with the fact that he himself
as 'the old man' has reached his end and is now 'a new man', a free man. (Ibid., 151).
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earnestness of eternity in every existential situation'" (Hoekema, 1979, p. 307, 308). Writing on
Romans 13:11, Barth commented the following concerning the "delay" of the Parousia:
... It is not time but Eternity that lies 'beyond'. Standing on the boundary of time, men are
confronted by the overhanging, precipitous wall of God, by which all time and everything
that is in time are dissolved. There it is that they await the Last Hour, the Parousia of
Jesus Christ. But the Day and the Hour no man knoweth.... Do not our ears burn when we
hear this? Will there never be an end of all our ceaseless talk about the delay of the
Parousia? How can the coming of that doth not enter in ever be delayed ? The End of
which the New Testament speaks is no temporal event, no legendary 'destruction' of the
world; it has nothing to do with any historical, or 'telluric', or cosmic catastrophe [italics
supplied]. The end of which the New Testament speaks is really the End; so utterly the
End, that in measure of nearness or distance our nineteen hundred years are not merely
of little, but of no importance; so utterly the End that Abraham already saw the Day - and
was glad.... What delays its coming is not the Parousia, but our awakening.... But rather,
knowing that the eternal 'Moment' does not, has not, and will not, enter in, we should then
become aware of the dignity and the importance of each single concrete temporal
moment, and apprehend its qualification and its ethical demand. Then we should await
the Parousia: we should , that is to say, accept our present conditioning its full
seriousness; we should apprehend Jesus Christ as the Author and the Finisher; and then
we should not to hesitate to repent, to be converted, to think the thought of eternity, and
therefore to-love. (Barth, 1933, p. 500-501).
Therefore there is not such a thing as a "delay" of the Parousia, as commonly understood,
for there will be nothing of a such cosmic end, a cosmic Parousia. If is there a "delay", this is the
result of our poor or missing awakeness. If we do awake in any "single concrete temporal
moment" (that means "accept our present condition", "apprehend Jesus Christ as the Author and
the Finisher", "to repent", "to be converted", "to think the thought of eternity", "to love" ) the
Parousia will take place. In the "timeless eschatology" there is no reason for speaking of a "delay"
of the Parousia for here, as in the "Existentialism," the important factor is the "now," as Barth
explains it:
...whether we wish it or not, we do stand at every moment on the frontier of time; did we,
standing in the frontier, dare to love the Unknown, to apprehend and lay hold of the
Beginning in the End...
... Far too nigh at hand is the Kingdom of God, far too near is the overhanging wall of
eternity - in every stone and flower, in every human face! - far too oppressive is the
boundary of time - memento mori! - far too insistent and compelling is the presence of
Christ as the turning-point of time. The direct and concrete movement of life, governed as
it is by BIOS and EROS and PATHOS, cannot remain undisturbed. Indeed, it has already
been disturbed. The form of this world passeth away, and the Kingdom of God cometh.
Love, and all that proceeds from love, demonstrates this passing away and this coming.
(ibid., p. 501).
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... Jesus does not proclaim in quite general terms the future coming of the Kingdom of
God, but also its imminence . What is more: on the one hand he emphasized this so
concretely that he limited it to the lifetime of his hearer's generation; yet on the other hand
he only expected a part of them to live to experience this eschatological event; so he did
not wish to limit its proximity too closely. It is very clear that this prediction of Jesus was
not realized and it is therefore impossible to assert that Jesus was not mistaken about
this. On the contrary it must be unreservedly admitted that Jesus' eschatological message
remained confined at least in this respect to a form conditioned by time, which proved
untenable owing to developments after the beginning of Christianity. Now the significance
of what has just been established must certainly not be overrated. For the number of texts
which place a definite limit to the imminent expectation (Matt. 10.23; Mark 9.1; 13.30) is
extraordinarily small and it is correct to conclude from this fact that this idea did not
received much emphasis in Jesus' message. (Ibid., p. 149, 150).
For Kümmel, concepts such imminence and "delay" are secondary, for the eschatological
event does not depend of an "end of the world as such, but in the fact that the approaching
eschatological consummation will allow the Kingdom of that God to become a reality which has
already in the present allowed his redemptive purpose to be realized in Jesus" (ibid., p. 154).
Kümmel does not see a need to give an "eschatological" significance for the present, and thereby
speak about "delay" or imminence; rather, the meaning of the eschatological message lies in just
this: that in Jesus the Kingdom of God came into being and in him it will be consummated (ibid., p.
155).
Hence, the "delay" of the Parousia is not a problem for the "Moderate Eschatology." The
lapse of time does not constitute in itself a problem that would lead a Christian to forsake the hope
in the coming kingdom of God, for it was made sure already in Jesus. Indeed Kümmel explains:
...for the believer the question is not whether he will accept the correctness of the
apocalyptic prediction or of an interpretation referring to the present of that which relates
to the beyond, but whether he will respond to the divine mission of that Jesus who could
promise us the reign of God, because it was already fulfilled in him. The christian can
assent to this question with complete confidence only because he knows of God's action
in raising the one who was crucified and in founding his Church through the gift of the
Spirit which lies beyond the earthly activity of Jesus. But the Christian knows also that the
possibility of a such a faith is bound up with the reality of the Jesus in whom God brought
his salvation to fulfillment in history and through whom God authoritatively promised his
approaching consummation of history. (ibid.)
2. 6. THE "ORTHODOXISM"
The "Orthodoxism" is mainly represented by conservative Protestantism. However, its
perspectives are very diferenciated from a conservative protestant group to another. As
representatives of the major orthodox approaches this paper will briefly cover: first, the
dispensationalistic view, taking as a representative John F. Walvoord; second, the classical
evangelical view, through Anthony A. Hoekema; and finally, the Seventh-Day Adventist view.
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imminence of his coming that determines the urgency of preparation. (Walvoord, 1975, p.
56, 57).
Such imminence was the hope of the Early Church, it has been the expectation of each
generation of Christians. There was no mistake in the apostles prediction about the imminence of
the Parousia and this was not a naive hope, but it is the very expression of the faithful christian
hope (ibid., p. 48).
The second aspect is that the Parousia will occur at a fixed time, after the 7 last years of
the seventy weeks prophecy of Daniel 9. At that time, the Lord will come to establish his kingdom
on earth, as he explains: "... The "end" of which Daniel 9:27 speaks can only be the return of
Christ to bring righteousness, peace, prosperity, and universal knowledge of God to this evil
world" (ibid., p. 78).
Therefore, with such double approach, he sees two future comings of Christ (ibid., p. 87,
88). The concept of a "delay" of the Parousia has no place in the thinking of Walvoord, for, in that
which concerns the time of the Parousia, in one hand it is imminent with the Translation through
the secret rapture; and in the other hand, it is a fixed prophetic time in what concerns the final
coming.
... Whatever the reasons may be, the loss of a lively, vital anticipation of the Second
Coming of Christ is a sign of a most serious spiritual malady in the church. Though there
may be differences between us on various aspects of eschatology, all Christians should
eagerly look forward to Christ's return, and should live in the light of that expectation every
day anew. (Ibid., p. 110, 111).
Concerning the "delay" of the Parousia, Hoekema (ibid., p. 122) wrote that in the Synoptic
Gospel: First, Jesus did not set a date for his return (Mt 24: 36; Mk 13: 32), therefore one can
note speak about a "error in perspective" on his part. Second, "Jesus did, however, teach that
within the lifetime of his hearers he would come in kingly glory (Mt 16:28); these words referred to
his resurrection, which would be a prelude to and a guarantee of his Parousia. Jesus therefore
taught the certainty of his Parousia, without giving us its exact date". Third, some of the sayings of
Jesus leave room for a considerable amount of time before his return. Fourth, since the date is
unknown there is need of constant watchfulness, which is not idle waiting but diligent use of our
gifts in the service of Christ's kingdom.
For Hoekema, all the dimensions above need to be considered together for a whole
picture of the issue; to neglect one or another is a "gross oversimplification" (ibid., p. 112).
About Paul's eschatological perspective he says that:
.. It seems quite evident that Paul did indeed expect Christ to return very soon. In fact, it
seems reasonable to believe that Paul himself hoped still to be living at that time. But that
does not mean that Paul left room for no other possibility, nor that he set a "within-this-
generation" date for the Parousia as a part of his authoritative teaching. Paul was not
interested in date-setting; his great interest was teaching the certainty of Christ's return,
and the importance of being always ready for that return. To say Paul hoped still to be
alive at the Parousia is one thing; but to say that he definitely taught that the Parousia
would occur before his death is quite another thing. (ibid., p. 124).
On 2Pe 3:3-4, he observed that were the scoffers who spoke of a delay. So the "delay" of
the Parousia is not a question raised by the anxious believer but by mockers who were attempting
to discredit God's Word. Peter's answer shows that the so called "delay" by the mockers "is not a
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stalling off the return of Christ, as if he has forgotten his promise, but is deliberated waiting in order
the better to reveal his love, his compassion, and his forbearance toward sinners" (ibid., p. 127).
Therefore, he concluded that instead of speaking about a "delay," "we should thank God for this
manifestation of his love, and be all the more diligent to bring the gospel to those who may not yet
have heard it" (ibid.).
Therefore, for Hoekema, the concept of the "delay" of the Parousia as maintained by
many NT scholars, with its co-related idea of Jesus and the Early Church's mistaken belief in a
soon Parousia, is not found in the teaching of Bible when it is correctly understood (ibid., p. 126,
127).
...the delay in the harvest of this world has not been due to a change of mind on the part
of the divine Husbandman, or because of a mistake in the divine catalog describing the
harvest of this world. As far as God is concerned, and should have ripened decades ago.
The divine catalog said: 'anytime within the generation living in 1844!' We live now in the
time of the delayed harvest. The fruit - the Christian witness that reproduces the character
of Jesus - has not matured as God has wished. Thus, the purpose of planting the gospel
seed has not been achieved. (Ibid., p. 68).
The third subgroup can be represented by the position of Morris Venden (1987, p. 25-30).
Observing the parallels between the Exodus of Israel from Egypt to Canaan and the Advent
movements1, Venden underlines Dt 9: 4-7. In this biblical text, Moses said that it was not because
of the righteousness of the children of Israel that the Lord giving them the Land, for they were a
stiffnecked people; but it was because of the wickedness of the nations of Canaan that the Lord
was driven them before Israel (ibid., p. 28). For Venden, the reason of the "delay" is primarily the
fact that the world did not yet filled up the measure of its iniquity, as he writes: "So there will come
a time at the end of the world, a certain point, when the world has filled up its cup of iniquity and
corruption. And that time will come, regardless of what you or I do, or don't do, regardless of what
you and I am - or we aren't." (Ibid., p. 29).
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(2) The divine aspect - for the tenants of such position, the reasons for the time of the
Second coming do not depend of man but rather it has a cosmic dimension and depends much
more of God. Branson (1986, p. 13) writes that "when the Lord will return and exactly what will
bring His return is beyond our finite knowledge." He concludes that the "'problem of the delay' is a
mystery to be acknowledged" (ibid.). In an article maintaining a similar position, Firtz Guy writes
that:
When the element of transcendence and mystery in the advent hope is recognized, there
is no demand for an answer to the question, "Why hasn't Jesus come?"... As in the biblical
drama of Job, there may be reasons for the absence of God that remain unknown to
humans until after the new beginning of human existence when we enter the immediate
presence of God. (Guy, 1986, p. 118).
(3) The third group can be represented by Ralph E. Neall. For him there is no "delay" of
the Parousia at all, it is more an apparent "delay" for us who do not know the time. He makes a
comparison with a four year-old child who waits for Christmas, for the child "the holiday seems
long delayed" (Neall, 1988, p. 91). For Neall "God's purpose know no haste and no delay," there-
fore the world still waits, but the inheritance will be given at the time God has set (ibid.).
In conclusion, in the "Orthodoxism" the answers to the question of the "delay" of the
Parousia can be either positive or negative. In one side, there those who maintain that is a "delay"
and the reason for it can be either because of human factors (as in the answers of the first group
of the Seventh-Day Adventist ), or because of divine factors (second group among the Seventh-
Day Adventists and Hoekema ). On the other side, there are those who deny the very idea of a
"delay" (the third Seventh-day Adventist group and the Dispensationalism).
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as ethics, and both truths cohere – that Our Lord comes in, even as we wait for him" (ibid., p. 54).
Commenting on the tension between imminence - "delay," Leon Morris observed that: "Clearly the
first Christians expected some interval and they never indicated how long it would be... All in all
one cannot escape the impression that the delay of the parousia is more of a problem to some
modern scholars than ever it was to the early Christians" (Morris, 1973, p. 126). For Gallagher1:
... The parousia as understood by the New Testament writers is an ever- present reality
that no believer can ignore, but its fulfillment cannot be (and never was) quantified in
terms of time.
The parousia has always been near since Christ's first advent made his second advent
possible. It is hard for western minds to accept the concept of nearness in time not being
quantifiable, but that is the very message of the gospels. (Gallagher, 1982, p. 373)
The problem of the the "delay" of the Parousia, as currently understood in modern
interpretation, has been usually interpreted more in accordance with the western mind, under a
Hegelien structure of thought, than in accordance with the semitic mind where the tension
between imminence - "delay" exist and cannot be separated from one another. Therefore the
"Consistent Eschatology", the "Realized Eschatology", the "Timeless Eschatology", the
"Existentialism" and even the "Moderate Eschatology"5 do not make justice to biblical expectation
by judging it with a western mind and by modern concepts. Indeed, the reality of the Parousia and
of the kingdom of God play little role in these interpretations.
On the other side, "Consistent Eschatology" seems to be right when it points the
eschatological expectation in the NT as future. However, as Kümmel (1957, p. 62-64) observed, it
forces the texts when it wants to see an expectation for the Parousia in the return of the disciples
to Jesus in Mt 10:23, or in the death of Jesus at the cross. The "Realized Eschatology" seems
also to be right when it points to the importance of Jesus ministry, life, death and resurrection.
However, its denial of a future kingdom of God is criticized by many as introducing a Platonic
notion into the biblical thought. Dodd's proposal that the kingdom of God is "beyond time and
space," that it belongs to "that order of eternal reality whose shadows or reflections form the world
of phenomena," is against the biblical concept of the kingdom of God as a reality connected to
6
time and space. For the Bible, the kingdom of God is a historical reality (see futher criticism to
Dodd's idea in Hoekema, 1979, p. 296). In the "Existentialism," one can appreciate the insistence
on the need for a decision in response to the word of God. However, its rejection of all future
eschatology is totally arbitrary and the biblical message is reduced to anthropology (cf. ibid., p.
311). The "Timeless Eschatology" also urges man to experience God's reality now. It is, however,
very vague in referring to the second coming and the future kingdom of God. Indeed, it almost
dismisses these ideas as mere superstitions and comes close to Plato's concept of "timeless"
eternity and far away from the biblical view (ibid., p. 305). The "Moderate Eschatology" does much
more justice to the NT and its eschatological view. However, it somehow keeps Schweitzer's
negative perception on Jesus' and the Early Church's expectation for an imminent Parousia.
In what concerns the "Orthodoxism," the one-sidedness that usually characterizes its
approach is its major problem. In the quest to understand the issues related to the Parousia,
"Orthodox" tehologians have a tendency to emphasize either the divine aspects of the issue at the
expense of the their human side, or the reverse. In the NT, the Parousia is depicted as an event
that involves both the divine and the human, and therefore any consideration on the "delay" of the
Parousia needs to take in consideration both aspects. So "Dispensationalism" seems to take it
only under the divine perspective. It emphasizes imminence because of the Secret Rapture that
can occur at anytime (whenever God desires). Athte same time the Parousia will take palce at a
fixed time, at the end of the last week of the seventy weeks of Daniel (the time fixed by God). It
fails to consider passages such as Rev 6:10, the "how long?" question of the saints. The texts of
the "delay" are completely rule out. Besides, "Dispensationalism" view of the Parousia as a double
event is highly questionable since the The Bible seems to point rather to an unique Parousia, both
for the Church and for the world after a period of tribulation (cf. the discussion in LaRondelle,
1983, p. 186-204). The classical evangelical view held by Hoekema represents a well balanced
position that tries to take into consideration the different ideas related to the Parousia in the NT. It
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is an intereting and serious approach to the problem, however, it is a little vague and general in its
definitions. Seventh-day Adventist answers show clearly the tendency of emphasizing either the
human or the divine side of the problem. The three groups analyzed had good points and have
established them from the perspective of the biblical text. Nevertheless, their one sidedness is
perceptible, leaving room for improvement.
3.2.1. TIME
In any reflection on the question of time and the Parousia both the divine and the human
aspects of the problem must be taken into consideration.
Jonathan Gallagher (1982, p. 368, 369) in his dissertation calls the attention to the
relationship between God and time. He points out that God, as part of His divine attributes, is
understood to be besides our restriction in time. The eternity of God places Him above time and
out of human time. Ps 90: 4 and 2 Pet 3: 8 call one's attention to the fact that for the Lord "a day
is like one thousand years, and a thousand years like a day", i.e., there is no time for God, or it is
very relative (long periods of time for Him are equal to human very short time). Taking into
consideration the divine sphere, it is hard to speak about "delay" in time. In God sphere, it would
seem rather be more adequate to speak of imminence for no matter how long a time could last, for
it is "like a day that just has gone by, or like a watch in the night" ( Ps 90: 4 ). It is only in the
relationship between God and the human time, in the action of God in the human sphere, that
such notions of time such as imminence or "delay" take meaning. In His relation to the human
time, the Bible represents God as the One who has control of it (Da 2:21; Ac 17:26). When the
Bible speaks about the time of the Parousia and God, there is no notion of either of a shortening
or of delaying in time, but rather of an established time: The Father knows the day and the hour of
the Parousia (Mt 24:36; Mk 13:32); He has set it by His own authority (Ac 1:7 ); He does not delay
it (2Pe 3:9); He will bring it in the time He has established (1Ti 6:14, 15 ). Therefore, in what
concerns God, it seems to be more appropriate to say that "God's purposes know no haste and no
delay" (Neall, 1988, p. 91).
However, when the NT speaks about man and the time of the Parousia, then a tension
between imminence and "delay" is clearly presented. In the watch parables, since man does not
know the day and the hour of the Parousia, it is depicted as imminent (Mt 24:42; 25:13; Mk 13:33-
37; Lk 12:40; Rev 3:3). The notion of a "delay" in relation to the wicked servant (Mt 24:48; Lk
12:45), the ten virgins (Mt 25:4), and the servants who received the talents or minas (Mt 25:19; Lk
19:12). From this Bible's depiction, one can conclude that the concepts of imminence and "delay"
need to be taken in relation to time and man and not to time and God.
3.2.2. IMMINENCE
In Php 1:20-23, Paul expresses his desire "to depart and be with Christ". As Oscar
Cullmann noticed, it does not refer to the immortal soul that goes to heaven after the death, but to
death and resurrection, as it is indicated later on in chapter 3: 21 of the same book (Cullmann,
1969, p. 170). The interesting point is that Paul associates the immediacy of God's kingdom with
the concept of death and resurrection. Does other passages in the NT do the same? In Mt 22: 23-
33 and its parallels (Mk 12:18-27; Lk 20:27-40) when questioned about the reality of resurrection,
Jesus not only affirmed it but he stated that through resurrection the gap between the living and
dead is undone in the perspective of the kingdom for "have you not read what God said to you, 'I
am the God of Abraham, the God of Isaac, and the God of Jacob' ? He is not the God of the dead
but of the living" (Mt 22:31, 32). In 1Th 4: 15-17, Paul explains that the resurrection makes the
Parousia a reality both for the living and dead. One could say that here it is imminent for both, as
Paul seems to imply by saying that "He died for us so that, whether we are awake or asleep, we
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may live together with him" (1Th 5:10). This statement of Paul appears in the context of a
discussion about the soon coming of Christ. Also, when Paul says "whether we live or die, we
belong to the Lord" (Rm 14:8), for Christ is "the Lord of both the dead and the living" (Rm 14:9 )
he does it in the context of God's judgement, a theme related to the Parousia. The same appears
when he speaks of death and resurrection in 2Co 5 (cf. Cullmann, 1969, p. 167-169). All these
passages are related to resurrection and therefore to the hope in the Parousia (ibid., p. 169). The
resurrection plays an important role in NT eschatology for "if only for this life we have hope in
Christ, we are to be pitied more than all men" (1Co 15:19). In the sequence of this text Paul
presents again the importance of that hope in relation to the Parousia (1Co 15: 51-56 ) and
exhorts his readers to be faithful for their labor in the Lord will not be in vain (v. 58).
Having therefore such dimension of death and resurrection in relation to the Parousia,
one can really say that the coming of the Lord is imminent for no one will wait for the Lord more
then the length of his life, and then it becomes really imminent for no one knows how long his life
is.
3.2.3. "DELAY"
Looking at the sayings of the "delay" in the NT, it is quite noticeable that they are related
to multiples aspects, usually related to the human side of the problem, as emphasized by the first
Seventh-Day Adventist group of interpretation (preaching of the Gospel; God's people
preparedness; possibility of repentance and salvation of future generation; mankind's
wickedness). One can also recognize a relationship to a cosmic level as the one emphasized by
the second Seventh-Day Adventist group. However, such sayings of the "delay" are kept in
balance with those which present God has an appointed time. And when the NT speaks about
"delay" it implies that there is no "delay" at all, or that this "delay" is only apparent, as Ralph E.
Neall has observed.
Therefore, it would seem more correct to say that the NT presents not exactly a tension
between imminence and "delay", but rather the tension between imminence- apparent "delay"-and
appointed time, where each element is not conflicting each other but naturally understandable
when taken in the tension of time in relation to man and to God. As 2Pe 3:9 says, "the Lord is not
slow in keeping his promise as some understand slowness."
CONCLUSION
The concept of the "delay" of the Parousia, as first proposed by Schweitzer and accepted
by a great majority of scholars today, does not do justice to the biblical text and its teaching
concerning the Parousia. It is hard even to speak of a "delay," as one usually understand it, for
such conception denotes a postponement of an indicated time, implying an error of calculation,
and idea that 2Pe 3 clearly argues against. But instead of error, one can perceive an harmony in
the NT texts for they take the question of the Parousia in all its dimension, both human and divine.
This wholistic view provide the basis upon which the concept of the time of the Parousia must be
understood. And Gallagher (1982, p. 369) seems right when he says that:
Since the parousia is a divine event, and since God Himself can experience no delay, it is
perhaps more correct to speak of an "apparent" delay since it is only from the man's
viewpoint that more time has seemed to elapse than might have been expected. After all,
God is said to know the day and the hour of the parousia (Mt. 24:36)."
NOTES
1.
The question of the "delay" of the Parousia in the NT is often related to its parallel issue of the
"Day of the Lord" and the coming of God's kingdom in the OT and in the Jewish Intertestamental
and Rabbinic Literature (cf. Sinclair, 1975, p. 19-35; Bauckham, 1980, p. 3-36; and Holman,
1982). Therefore its implications goes far beyond the scope of the Early Church, it involves the
whole Bible, and the very basis of the judeo-christian religious belief.
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2.
Unless otherwise indicated, all scriptural quotations are from The NIV Study Bible, Grand
Rapids: Zondervan, 1985. All the word in italics in the biblical text represent my own emphasis to
highlight the idea of the delay.
3.
Although there are many similarities between the parable of the Ten Virgins and Luke 12:35-38
( keeping the lamps burning, waiting for someone, a wedding banquet, knocks at the door,
opening the door ) there are too many difference: in Luke there is the question of male servants
who wait for their master when in Matthew there is the question of ten virgins who wait for the
bridegroom; the master comes from a wedding banquet in Luke, the bridegroom goes to the
wedding banquet in Matthew; the master knocks at the door in Luke, the five foolish virgins knock
at the door in Matthew; the servants open the door in Luke, the bridegroom opens the door in
Matthew; the master does good to his servant in Luke, the bridegroom does not acknowledge the
foolish virgins. Therefore the parable of the Ten virgins will be taken in an independent way.
4.
Cf. Rm 2: 16; 8: 18 ff; 13:11; 1Co 1: 7; 4:5; 5:5; 11:26; 15: 20-28, 51-57; 16:22; 2Co 4: 14; 5: 1-
10; Php 1: 6,10; 2: 16; 3: 20-21; 4: 5; Col 3: 4; 1Th 1: 9-10; 2: 19; 3: 13; 4: 13-5:10; 5: 23; 2Th 1:
5-10; 2:1-12; 1Ti 6: 14; 2Ti 1: 18; 2: 11ff.; 4: 1,8; Tit 2: 13; Heb 9: 28; 10: 25.
5.
Although the "Moderate Eschatology" theologians do recognize the tension between the "now"
(imminence) and the "not yet" (delay), they usually consider the imminent expectation to be a
mistake.
6.
In the message of the prophets and of the apostles, the theme of the kingdom is always related
to time and space, for they spoke about a future time when God will bring His kingdom and
establish it upon the earth – cf. passages such as Isa 35; 60; 65:17-25; Da 2:44, 45; 7:13, 14, 26,
27; 12:1-3; Am 9:11-15; Mt 5: 1-12; Jn 14:1-3; Ac 1:6-8; Hb 10:8-16; 2Pe 3: 1-13; Rev 21; 22.
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Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre de 2007
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pp.43-48
ARTIGOS
INTRODUÇÃO
As modernas leituras e releituras da História têm proporcionado uma continuidade e
uma descontinuidade, ao mesmo tempo, em relação à nossa aproximação da Bíblia Sagrada.
Trata-se da forma como os destinatários imediatos receberam essas Escrituras e como nós,
muitas vezes, as lemos hoje em dia.
Dizemos “continuidade”, porque a exegese bíblica revela-se uma teologia em constante
projeto. Ou seja, estamos sempre avançando em nosso conhecimento acerca da Palavra de
Deus. Jamais haverá época em que não existam novidades a serem exploradas. Não obstante,
é claro que tais verdades não devem contradizer marcos já estabelecidos e dos quais não se
pode prescindir. A Teologia Bíblica, portanto, da mesma forma que é expansível, constitui-se,
em alguns aspectos, um saber irredutível, pois não podemos abrir mão das verdades trazidas
pela Revelação divina.
Ademais, o exegeta nunca deve olvidar o fato de que cada passagem do Antigo e do
Novo Testamento possui um contexto (Sitz im Leben), que a antecede e envolve. Em termos
de “método”, torna-se necessário dizer que somente depois de descobrir qual é esse contexto,
é que estamos realmente aptos para entender o seu alcance teológico até os nossos dias.
A “descontinuidade”, por sua vez, aparece no choque que nossa mentalidade moderna
sofre ao deparar-se com a hermenêutica dos primeiros exegetas do Cristianismo. À primeira
vista, dá-se a impressão que eles estariam forçando passagens do Antigo Testamento a um
contexto cristológico que, originalmente, não fazia parte de seu conteúdo e propósitos iniciais.
Noutras palavras, não estaria na mente do profeta vétero-testamentário predizer aquilo
que o autor do Novo Testamento disse que ele previu. Exemplos disto podem ser vistos nas
citações mateanas dos profetas em relação a Cristo: os textos de Isaías 7:14; Oséias 11:1 e
Jeremias 31:15, todos citados no início do Evangelho, não parecem, em princípio, aludir ao
Messias. Antes, parecem passagens distorcidas que foram “cristianizadas” pelo evangelista. E
esse é um argumento muito utilizado por biblistas da linha minimalista1.
A conclusão sustentada por estes acadêmicos seria a de que os primeiros teólogos do
Cristianismo, com severo acento em Paulo, forjaram uma hermenêutica artificial e anti-semita
do gênio da literatura hebraica. Logo, teriam forçado o Antigo Testamento a emitir conceitos,
sobretudo cristológicos, que jamais poderiam ter sido aceitos por seus autores originais.
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Nada, porém, estaria mais longe de ser autêntico. O Antigo Testamento era o padrão
teológico da Igreja primitiva e eles o liam com o mesmo respeito hermenêutico que o mais
conservador dos líderes judeus2. Conforme nos lembra R. Greer, ”os escritores do Novo
Testamento assumem a autoridade da Bíblia hebraica e fazem uso dela não somente na
citação de textos, mas ainda no uso de suas categorias para expor a Cristo e sua importância.
Muitos outros cristãos tiveram a mesma aproximação e até mesmo os cristãos gnósticos foram
obrigados a interpretar a Bíblia hebraica...” 3.
Uma atenta verificação das várias escolas interpretativas do primeiro século, mostra-
nos que essa leitura enfaticamente messiânica ou cristocêntrica das Escrituras Hebraicas não
era característica única dos primeiros cristãos4. O mesmo comportamento pode ser visto em
exegetas de outros ramos do Judaísmo, especialmente nos escritos dos rabinos e da
comunidade de Qumran5 .
13 e que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho
amado;
14 em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados;
15 o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo
foi criado por ele e para ele.
17 Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas;
18 também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a preeminência,
19 porque aprouve a Deus que nele habitasse toda a plenitude,
20 e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que
estão nos céus.
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Porém, o que esperávamos ser uma analogia do relato das origens, acaba sendo
abruptamente interrompido por uma série de adjetivos atribuídos ao Filho de Deus. A
concatenação das palavras parece sugerir que, embora o autor não se empenhe num exercício
targúnico, pois está escrevendo em grego e não em aramaico, ele empreende uma espécie de
tradução parafrástica de Gênesis 1:1.
O processo utilizado seria o de esgotar ao máximo os possíveis sentidos semânticos
do texto hebraico para o grego. Talvez uma forma literária de tentar equiparar a riqueza das
duas línguas ou, ainda, exaltar o hebraico como língua superior uma vez que esta precisará de
apenas um vocábulo para expressar uma idéia messiânica. Enquanto que grego pressupõe
uma pluralidade de sinônimos para abarcar, de modo não tão perfeito, a mesma verdade
doutrinária.
Ora, é evidente que este “patriotismo idiomático” está longe de ser uma verdade
gramatical quando comparamos a pobreza de vocabulário do paleo-hebraico com a riqueza
vocabular de outras línguas, especialmente a grega. No entanto, o que nos interessa aqui será
ver como o cristocêntrismo exegético direciona a leitura paulina do Gênesis.
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Cabeça (parte física do corpo ou chefe de grupo) = Gênesis 3:15, Êxodo 6:14; 12:9;
Números 31:26; Zacarias 4:7.
Primeiro = Isaías 9:1; Ezequiel 20:40.
Princípio = Gênesis 10:10; Provérbios 8:23; Eclesiastes 3:11.
Primogênito ([por inferência] relativo às primícias. Correlato de nābar)15 = Levítico
2:12; 23:10; Neemias 12:44.
Preeminência = Números 18:12; Daniel 11:41.
“Ele é antes [ i.e. o ‘primeiro’] de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas;
também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a preeminência,” (grifo nosso)
Note que nos verbetes assinalados temos explícita a correlação dos possíveis sentidos
de rē’shît à pessoa de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
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1º. Semestre de 2007
enfático: o universo, isto é, “o todo” existe e se reconcilia com Deus, apenas por causa de
Cristo.
É bem provável que seja este o ponto faltante em muitas reflexões e releituras da
atualidade, e, talvez aqui, resida a maior contribuição desta perícope. Toda a busca racional,
especialmente o saber da Fé, deve ter a Segunda Pessoa da divindade como centro e como
ponto de partida. Não que o cristocentrismo exclua as demais leituras e reflexões da teologia
bíblica, porém, ele as coloca no seu devido lugar, impedindo uma perda de objetivo ou um
enaltecimento além daquele que lhes convém.
Portanto, as teologias genitivas a partir do pobre, da mulher, do negro, do excluído, etc.
ou mesmo as leituras estruturalistas, discursivas e contextualizadoras das Escrituras, deveriam
ser, segundo Paulo, teologias a partir de Cristo que incluam as necessidades modernas, mas
não as torne o centro da reflexão. Sem a figura de Cristo, todo saber teológico se resumiria a
uma poluição sonora, cheia de ruídos irritantes que não trazem nenhum significado.
NOTAS DE REFERÊNCIA
1.
Para uma visão dos estudos gerais a este respeito veja: Coleman, R. O., “Matthew’s use of
the Old Testament”, in Southwestern Journal of Theology 5 (1962), pp. 29-39; O’Rourke,
“Fufilment Texts in Matthew” in Catholic Biblical Quarterly 24 (1962), pp. 394-403; Gundry R. H.,
The Use of the Old Testament in St. Matthew’s Gospel, Leiden: Brill, 1967.
2.
Lindars, S. B., New Testament Apologetic, Philadelphia: Westminster, 1961,pp. 216-217.
3.
Greer, R. A. e Kugel, J. L., Early Biblical Interpretation, Philadelphia: Westminster Press,
1986, p. 126.
4.
Vários exemplos de exegeses cristocêntricas ou messiânicas de grupos contemporâneos ao
cristianismo primitivo podem ser vista na reunião de vários ensaios de David Flusser que
resultaram na obra em três volumes O Judaísmo e as origens do cristianismo,[coleção bereshit]
Rio de Janeiro: Imago, 2000.
5.
Veja alguns exemplos desta exegese em Vanderkan, J. e Flint, P., The Meaning of Dead
Sea Scrolls – Their Significance for Understanding the Bible, Judaism, Jesus and Christianity,
New York: HarperCollins Publishers, 2002, pp. 293-308; Campbell, J. “The Use of Scriptures in
the Damascus Document 1-8, 19-20” in Beihefte zur Zeitscrift für die alttestamentliche
Wissenschaft 228, Berlim e New York: DeGruyter, 1995.
6.
Neste trabalho, o leitor perceberá uma proposital intercambialidade entre os termos
“cristologia” e “messianismo”. O sentido será mostrar que tanto cristãos como judeus viviam
uma atmosfera altamente messiânica. Afinal, devemos lembrar que os primeiros seguidores do
Jesus de Nazaré eram judeus que espelhavam as mesmas expectativas dos seus
contemporâneos, ainda que estes últimos não tenham aceitado a Jesus como o Cristo.
7.
W. Kaiser argumenta que a promessa messiânica é o foco central do pacto de Deus com o
homem desde o princípio, e o papel principal dos escritores do Novo Testamento foi
reconhecer Jesus Cristo como o cumprimento de todas as modalidades desta antiga aliança.
C.f. Kaiser, W. C., Toward an Old Testament Theology, Grand Rapids, MI: Zondervan, 1978,
pp.12,14, 32 - 35.Vide ainda Manson T. W., The Servant Messiah, Grand Rapids, MI: Baker
Book House, 1953, veja o cap. I sobre a natureza da esperança messiânica nos salmos de
Salomão (Salmo 8 e 17); Longenecker, R., Biblical Exegesis in the Apostolic Period, Grand
Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans Pub. Co., 1977 p. 29.
8.
Price, R. Secrets of Dead Sea Scrolls, Eugene: Oregon, 1996, p. 298; Ferch, A. J., “The Two
Aeons and the Messiah in Pseudo-Philo, 4 Ezra, and 2 Baruch” in Andrews University Seminary
Studies (2/1977)pp. 135 - 151.
9.
Veja como claro exemplo a exegese emergente dos textos de Qumran. Sua leitura
messiânica do Pentateuco, por exemplo, compara Moisés como tipo histórico do Profeta
Escatológico (anunciador do Messias?) e Arão e Israel como símbolos perfeitos de dois
Messias um procedente do sacerdote outro do povo. É com esta hermenêutica que a Regra da
Comunidade (IQS IX, 10 e 11) lê Deuteronômio 18, 15 - 18. Sobre este tipo de exegese em
Qumran, vide Price, R.,op. cit., pp. 239-311; Greer, R. A., op. cit., p. 127; Pouilly, J. Qumrã
[sic], São Paulo, Ed. Paulinas, pp. 92 a 97; Barrea, J. T., A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã,
Petrópolis, RJ: Vozes, 1996, pp. 517 - 520 e 541 - 550 e ainda a controvertida obra de
Eisenman, R. e Wise, M., A Descoberta dos manuscritos do Mar Morto, São Paul:, Ediouro,
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1992 p. p. 91 e 92. Para uma tradução dos textos de Qumran, vide Martínez, F. G., Textos de
Qumran, Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
10.
Veja Limentani, G., O Midraxe [sic] como os mestres judeus liam e viviam a Bíblia, São
Paulo: Paulinas1998, esp. Pp. 13-25; Goulder, M. D., Midrash and Lection in Matthew, London:
SPCK, 1974; pp; 28-47.
11.
A transliteração do hebraico segue conforme a lista de Harris, R. L, Archer, Jr., G. L., Waltke,
B. K., Dicionário internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Editora Vida
Nova,1999, pp. xiv-xvii.
12.
A transliteração do grego segue conforme a lista de Rega, L. S., Noções do grego bíblico,
São Paulo: Vida Nova 1992, p. 3.
13.
Rienecker, F. e Rogers, C., Chave lingüística do Novo Testamento grego, São Paulo, Ed.
Vida Nova, 1988, p.161; Brown, R. The Anchor Bible: The Gospel According to John, New
York: Doubleday & Company, Inc.1979, vol. 29, pp.4-5.
14.
c.f. White, W., rê’shit in: Harris, L. R., Archer Jr., G. L, Waltke, B. K., op. cit., 1387-1389;
König, E., Hebräisches und aramäisches Wörterbuch zum Alten Testament, Leipzig,
Dieterich’sche Verlagsbuchhandlung, 1922, p. 427; Davidson, B. The Analyical Hebrew and
Chaldee Lexicon, London:, Samuel Bagster & Sons Ldt., 1967,pp. 671 e 672.
15.
c.f. Wilson, W., Wilson’s Old Testament Word Studies, McLean, VA: Mac Donald Publishing
C. , s.d., p.166.
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Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre de 2007
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p.49
LIGAR E DESLIGAR:
UM ESTUDO EXEGÉTICO DE MATEUS 18:18
Elton Batista
Bacharel em Teologia pelo Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP
TCC apresentado em dezembro de 2006
Orientador: Wilson Paroschi, Ph.D.
elton.souza@unb.org.br
RESUMO: Em Mateus 18:18, Jesus disse que tudo que a Igreja “ligasse” ou “desligasse” na
Terra, o mesmo se daria no Céu. Essa autoridade de que trata o texto tem recebido várias
interpretações: (1) seria uma autoridade de estabelecer doutrinas; (2) de perdoar pecados;
ou (3) aplicar disciplina eclesiástica. Essa pesquisa tem o objetivo de buscar uma melhor
interpretação do texto, por meio de um estudo contextual e léxico-gramatical das principais
palavras do verso. Concluí-se que a passagem trata da disciplina eclesiástica.
PALAVRAS-CHAVE: autoridade da Igreja, perdão de pecados, estabelecimento de doutrinas,
disciplina eclesiástica, Mateus.
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ELTON BATISTA DE SOUZA
LIGAR E DESLIGAR:
um estudo exegético de Mateus 18:18
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
0.1. Problema ............................................................................................ 1
0.2. Propósito............................................................................................. 1
0.3. Metodologia ........................................................................................ 1
0.4. Delimitações ....................................................................................... 1
CAPÍTULOS
CONCLUSÃO .................................................................................................... 20
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 22
1
INTRODUÇÃO
0.1 PROBLEMA.
0.2 PROPÓSITO.
0.3 METODOLOGIA.
0.4 DELIMITAÇÕES.
Alguns autores acreditam que Mateus 18:18 fala da autoridade doutrinária dada
à igreja. Raymond Collins 1 classifica estes intérpretes como aqueles que acreditam,
ter Cristo delegado autoridade aos discípulos para desenvolverem uma Halakah
cristã. Então teriam toda a autoridade de estabelecer regras e mandamentos,
semelhante a tradição oral dos mestres de Israel.
R. T. France 2 reconhece a autoridade delegada por Cristo, como sendo o
privilégio de poder definir o que é pecado e o que não é pecado. Outro teólogo que
tem posição semelhante é Leon Morris 3 . Ele afirma que provavelmente Jesus está
concedendo autoridade de permitir e proibir. A igreja é comissionada a decidir a
conduta correta do crente. Com uma pequena nuance de diferença, Ulrich Luz 4
interpreta a autoridade de Mateus 18:18 como autoridade de ensinar em nome de
Jesus.
1
Raymond Collins, “Bind and Loose”, in David Noel et al. (eds.), The Anchor Bible Dictionary
(New York: Doubleday Anchor Books, 1992), 1:744.
2
R. T. France e Leon Morris (eds.), Tyndale New Testament Commentaries (Grand Rapids, MI:
Eerdmans, 1985), 1:275.
3
Leon Morris, The Gospel According to Matthew (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1992), 469.
4
Ulrich Luz, The Theology of Gospel of Matthew (Cambridge: Cambridge University Press, 2003),
97.
3
1.2 AUTORIDADE PARA PERDOAR PECADOS.
Existem autores que interpretam a autoridade de “ligar” e “desligar” dada por
Jesus em Mateus 18:18 como sendo uma autorização para perdoar pecados.
Um dos teólogos que pensam desta maneira é Michael Wilkins 1 . Ele acredita que
Mateus 18:18 tem o significado paralelo ao de João 20:22,23, onde é dito: “E
havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de
alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos”.
Semelhantemente a Michael Wilkins, David Garland 2 também interpreta Mateus
18:18 com base em outras passagens dos evangelhos (Mt 9:1-8;16:19 e Jo 20:23).
Deste modo Garland advoga que Jesus concedeu autoridade à igreja, para perdoar
pecados.
Outro autor que interpreta Mateus 18:18 como autoridade para perdoar pecados
é Donald Hagner 3 . Ele diz que o verso fala sobre a autoridade da igreja em tomar
decisões referentes ao pecador. Hagner também interpreta o verso com base em
João 20:23. Hagner compara o verso com Mt 16:19, mas salienta algumas
diferenças entre as duas passagens. Mateus 16:19 teria um caráter mais geral
enquanto Mateus 18:18 tem um caráter mais específico na questão do trato com o
pecador. Ele interpreta “δεω” (ligar) como reter pecados e “λυω” (desligar) como
perdoar pecados.
Como já mencionamos no tópico anterior, R. T. France 4 advoga que o texto trata
da autoridade doutrinária. Mas ele também defende que o texto fala de perdão ou
condenação do pecador.
Outro argumento a favor desta posição é o de George A. Buttrick 5 . Ele
argumenta que “δεω”e “λυω”originalmente tinham o significado de proibir e permitir,
mas neste verso é utilizado no contexto de condenação e absolvição. O autor
completa dizendo que este pensamento é endossado pelo autor do quarto
evangelho ao apresentar a frase dita pelo Cristo ressurreto (Jo 20:23). Segundo o
autor a autoridade de perdoar e condenar certamente foi exercida pela Igreja nos
primeiros séculos da era cristã.
1
Michael Wilkins, Discipleship in the Ancient world and Matthew’s Gospel (Grand Rapids, MI:
Baker Books, 1995), 194-198.
2
David Garland, A Literally & Theological Ccommentary on the First Gospel (Macon, Georgia:
Smyth & Helwys Publishing, 2001), 103.
3
Donald A. Hagner, in: Bruce Metzger (ed.), Word Biblical Commentary: Matthew 14 – 28
(Nashville: Nelson Publishers, 1995), 33b: 532-534.
4
France e Morris (eds.), Tyndale New Testament Commentaries, 1:275.
5
George A. Butrick (ed.), The interpreter’s Bible: The Gospel according to St. Matthew; The
Gospel according St. Mark (New York: Abingdon Press, 1952), 12:473.
4
Uma idéia semelhante à de Buttrick e dos outros já citados é a de Oscar
Cullmann 1 . Ele também interpreta o verso com base na etimologia dos termos “δεω”
e “λυω”. Cullmann afirma que estes termos, de acordo com o uso rabínico têm dois
sentidos. O primeiro sentido é o de “proibir” e “permitir”, e o segundo tem o sentido
de “proscrever” e “absolver”. Ele defende que o segundo sentido foi utilizado por
Mateus. A passagem se refere ao perdão de pecados, à semelhança dos outros
autores citados neste tópico ele interpreta o texto com base em João 20:23.
1
Oscar Cullmann, Peter: Disciple, Apostle, Martyr (Philadelphia: The Westminster Press, 1967),
205.
2
Ralph Earle et al., Wesleyan Bible Bible Commentary (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1969),
4:81-82.
3
Matthew Henry, Comentario Exegético-devocional a Toda la Bíblia (Barcelona, Espanha: CLIE,
1983), 347-349.
4
John Calvin, Calvin’s Commentary (Grand Rapids, MI: Associated Publishers and Authors, s.d.),
7: 367.
5
homens. Mas, quem for contrário à repreensão será condenado pela igreja e Deus
ratificará a decisão.
Segundo Calvino, a autoridade da Igreja não está acima da autoridade de Deus
e Ele não ratifica as decisões e doutrinas da Igreja, independente de como elas
sejam. Pelo contrário, Ele guia as decisões através de Sua palavra e do Espírito
Santo. A conclusão final de Calvino sobre Mateus 18:18 é: “Quem liga e desliga é
Cristo por meio da igreja. Ao dar a autoridade à igreja, Cristo não diminui a Sua
autoridade, só aumenta”.
George M. Smiga 1 declara que Mateus 18:17,18 reflete o pensamento judaico
em relação à excomunhão. Ligar e desligar tem um pano de fundo judaico. Segundo
ele as expressões “gentio” e “publicano” são um reflexo do pensamento judaico.
Para Wayne Grudem 2 Mateus 18:18 trata da autoridade para disciplinar ou livrar
de disciplina. Por causa da semelhança entre Mateus 16:19 e 18:18 Grudem afirma
que juntando as duas passagens pode-se definir as chaves do céu como: 1)
capacidade de admitir pessoas no reino através da pregação (Mt 16:19); 2)
autoridade de exercer a disciplina (Mt 18:18).
Grudem afirma que no verso é usada a expressão “o que” e não “quem”. Esta
expressão mostra que a ênfase no ato de ligar e desligar não seriam em pessoas,
mas em situações, acontecimentos ou relacionamentos.
Uma idéia semelhante à de Grudem é apresentada por Craig S. Keener 3 . Ele
afirma que Mateus 18:18 fala sobre a autoridade judicial decidida com base na lei de
Deus. Ao analisar o uso das expressões “δεω”e “λυω” Gerhard Kittel 4 afirma serem
termos rabínicos que designavam livre poder para realizar mágicas. Mas Cristo teria
usado estes termos com sentido diferente do sentido rabínico. Jesus estaria
aplicando os termos no contexto de imposição ou remoção de membro por decisão
doutrinária.
Mesmo advogando que Mateus 18:18 fale sobre perdão de pecados, Michael
Wilkins 5 também acredita que o texto fala sobre a autoridade para fazer entrar ou
banir, tanto no reino do céu (Mt 16:19) quanto na igreja local (Mt 18:18).
1
George Smiga, Pain and Polemic: Anti-Judaism in the gospels (Mahwah, NJ: Paulist Press,
1992), 53.
2
Wayne Grudem, Teologia Sistemática (São Paulo: Edições Vida Nova, 2002), 746-748.
3
Craig S. Keener, A Commentary on the Gospel of Matthew (Grand Rapids, MI: Eerdmans,
1999), 454-455.
4
Gerhard Kittel, Theological Dictionary of New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1983),
2:60-61.
5
Wilkins, Discipleship in the Ancient World and Matthew’s Gospel, 194-198.
6
Um dos pais da igreja, Theodoreto 1 utiliza Mateus 18:18 para advogar
excomunhão em caso de propagação de falsas doutrinas.
O reformador Martinho Lutero 2 utiliza Mateus 18:18 no contexto de excomunhão,
mas critica aqueles que utilizam tal passagem para advogar os abusos feitos pela
igreja de Roma em relação à excomunhão. Lutero enfatiza o aspecto pedagógico da
excomunhão, pois ela deve ser amada e não temida.
Daniel Patte 3 afirma que Mateus 18:18 não pode ser interpretado
separadamente de Mateus 18:19. Ele afirma que a autoridade dada por Deus à
igreja é condicional. A condição é a união dos membros, a oração e por
conseqüência a igreja é levada a tomar decisões corretas. Esta autoridade seria de
excluir ou readmitir o pecador na comunidade. Patte declara que o objetivo principal
da disciplina é “ganhar o irmão e a irmã”, pois quando se ganha o irmão e a irmã,
ganha-se também a autoridade de ligar e desligar.
Ao falar sobre o abuso de autoridade exercido por algumas igrejas baseando-se
em Mateus 18:18, Francis Nichol 4 declara que a igreja só permitirá e proibirá aquilo
que o céu permitir (Mt 7:21-27; Mc 7:6-13). Ampliar o significado de ligar e desligar
para autoridade doutrinária seria um erro, seria colocar a autoridade humana acima
da divina.
Considerando a audiência de Jesus no discurso que está escrito em Mateus 18,
Jay E. Adams 5 afirma que Cristo estava antevendo as dificuldades que os discípulos
enfrentariam, por isso deu as instruções contidas em Mateus 18:15-20, para
encorajar a igreja a praticar a disciplina. Augustus H. Strong 6 declara que as
decisões feitas pela igreja, guiadas pelo Espírito Santo, em relação à disciplina
Eclesiástica são nada menos que uma “antecipação do juízo final”. Outro autor que
enfatiza a ação do Espírito Santo no ato de ligar e desligar é John Lightfoot 7 .
1
Theodoret, in: Philip Schaff (ed.), A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers of the
Christian Church (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1969), 342.
2
Martinho Lutero, In: Arnildo Figur et al. (eds.), Martinho Lutero, Obras Selecionadas: O programa
da reforma – escritos de 1520 (São Leopoldo, RS: Sinodal, 2000), 2: 197-252.
3
Daniel Patte, The Gospel according to Matthew: A Structural Commentary on Matthew’s Faith
(Philadelphia: Fortress Press, 1987), 253-254.
4
Francis D. Nichol (ed.), Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washington, D.C.: Review
and Herald, 1980), 5: 432, 433, 448.
5
Jay E. Adams, Handbook of Church Discipline: A Right and Privilege of Every Church (Grand
Rapids, MI: Zondervan, 1974), 11-12.
6
Augustus H. Strong, Teologia Sistemática (São Paulo: Editora Hagnos, 2003), 2: 690.
7
John Lightfoot, Commentary in the New Testament from the Talmud and Hebraica (Peabody,
Massachussetts: Hendricksen Publisher, 1983), 1:215.
7
O caráter eclesiológico de Mateus 18:18 é enfatizado por Miroslav M. Kis 1 . Ele
afirma que a disciplina eclesiástica contribui para o processo de santificação da
igreja, não é mera votação, mas tem um objetivo maior 2 .
1
Miroslav Kis, “Holiness of the church”, in Gerald e Martin Klingbeil, Miguel Angel Núñez (eds.),
Pensar la Iglesia Hoy: Hacia una eclesiología adventista (Entre Rios: Editorial Universidad Adventista
del Plata, 2002), 218-221.
2
Para outros autores com idéias semelhantes a esta, ver: Stanley D. Toussaint, Behold the King:
A Study of Matthew (Grand Rapids, MI: Keregel Publications, 1980), 206; Ellen G. White, Atos dos
Apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990), 304.
3
L. R. Keylock, “Bind and Loose”, in Merrey Tenney (ed.), Zondervan Pictorial Encyclopedia
(Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1967), 1: 611.
4
Citado em Raymond Collins, “Bind and Loose”, in David Noel et al. (eds.), The Anchor Bible
Dictionary, 744.
5
Ibid.
6
W. von Meding e D. Muller, “amarrar”, in Collin Brown e Lothar Coenen (eds.), O Novo
Dicionário de Teologia do Novo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 1995), 1:109.
7
Paul F. M. Zahl, A Short Systematic Theology (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2000), 27-28.
8
1
Para um estudo mais completo ver: Frank E. Gaebelein (ed.), The Expositor’s Bible Commentary
(Grand Rapids, MI: Zondervan, 1979), 8:20-22; D. A. Carson, Douglas J. Moo e Leon Morris, A
Introduction to the New Testament (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1992), 76-77; R. K. Harrison,
“Gentiles”, in Tenney (ed.), Zondervan Pictorial Encyclopedia, 5:176-179.
2
Caio Suetônio, A Vida dos Doze Césares (São Paulo: Martin Claret, 2005), 395.
3
Ibid., 341.
4
Ibid., 354
5
Ibid., 372
6
Ibid., 395.
7
Bíblia de Jerusalém (São Paulo: Paulus, 2002), 2186-2187.
10
No tempo da composição do evangelho de Mateus havia judeus espalhados nas
principais cidades do Império; as línguas faladas eram o aramaico o grego e o
hebraico era uma língua restrita aos eruditos 1 .
Os dois principais locais de adoração para um judeu eram o templo de Jerusalém
e as sinagogas espalhadas por todo o império. A tradição judaica afirma que as
sinagogas tiveram sua origem em Moisés, mas é mais evidente que tenha surgido a
partir do exílio babilônico quando não existia mais templo. Nesta época os
sacerdotes e levitas continuaram a instrução religiosa em locais que passaram a se
chamar “sinagogas” que em grego significa “reunidos juntos”. O propósito da
sinagoga não incluía o oferecimento de sacrifícios, mas sim a instrução da lei 2 .
As sinagogas eram administradas por um grupo de anciãos que eram chamados
“Zeqenim” ou “Archontes”, dentre eles era eleito um presidente que era chamado de
“Sheliach” ou “Archesynagogós”. A função do presidente da sinagoga era manter a
ordem durante as reuniões e escolher o orador para o culto de Sábado. O presidente
tinha um auxiliar chamado de “Hazzam” que tinha a função de produzir e manusear
as Escrituras. É possível que a responsabilidade do ensino tenha sido transferida
gradualmente a ele 3 .
O Sinédrio executava a função da suprema corte dos judeus, tendo o sumo
sacerdote como presidente. A tradição diz que a origem do sinédrio ocorre no
conselho mencionado em Números 16:16. Os anciãos na história de Israel exerciam
poder judiciário, legislativo e executivo da nação. Em alguns períodos da história o
sinédrio não exerceu grande influência, como por exemplo, na época de Herodes o
Grande, mas houve tempos de grande influência e poder como na época de Jesus e
na era apostólica 4 .
O sinédrio era composto por no mínimo setenta e um membros e era liderado
pelo sumo sacerdote. Era composto de muitos membros que pertenciam à linhagem
sacerdotal (saduceus), alguns fariseus ricos e bem conhecidos, especialmente os
grandes rabis. “Através da tradição rabínica pode-se dizer que é possível que o
1
Broadus D. Hale, Introdução ao Estudo do Novo testamento (Rio de Janeiro: JUERP, 1983), 7.
2
Ibid., 16.
3
Ibid.
4
Ibid., 18.
11
sinédrio tinha o poder de legislar regras de conduta para todos os judeus em todo o
lugar” 1 .
O julgamento por parte do sinédrio funcionava da seguinte forma: 1) A sentença
capital só ocorria com permissão do Império Romano; 2) utilizavam o termo “ligar”
para proibir, declarar uma ação ilegal e “desligar” para permitir, declarar uma ação
legal; 3) No caso de absolvição era necessário o voto de maioria simples; 4) No caso
de condenação o voto precisaria de uma maioria de no mínimo dois terços; 5)
Discípulos dos rabis do sinédrio tinham participação restrita podendo falar apenas
para a absolvição, nunca condenação 2 .
Tanto na literatura secular romana e helenista, no Novo Testamento e nos
escritos rabínicos encontramos a figura do cobrador de impostos (publicano)
retratada numa visão negativa. Escritores romanos e helenistas como Cícero e
Diógenes Cynicus, Lucan e Dio Chrysostomo os comparavam com “pedintes,
ladrões e salteadores”. O Novo Testamento os apresenta sendo comparados a
pecadores (Mc 2.15; Mt 9.10; 11.19; Lc 7.34; 15.2), pessoas imorais (Mt 21:31)
estando a nível de igualdade com os gentios (Mt 5.46; 18.17). Os Fariseus os
colocavam no mesmo grau de culpa de ladrões, adúlteros e injustos (Lc 18.11).
Quando os fariseus queriam difamar a Jesus o chamavam de “bebedor de vinho,
amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11.19). Os escritos rabínicos, escritos com
base na tradição oral, apresentavam os cobradores de impostos como salteadores,
assassinos, e pecadores e aparece na lista de “trabalhos desprezados” 3 .
Outro grupo proscrito pelos judeus nos primeiros séculos da era cristã era dos
Gentios. Temendo contaminação com o paganismo no período grego levou os
judeus a adotarem atitudes rigorosas com os povos não judeus. O termo gentio se
tornou sinônimo de “alvo de desprezo” 4 .
1
Ibid.
2
Bruce Metzger, The New Testament: Its Backgraund, Growth, and Content (Nashville: Abingdon,
1965), 52-53.
3
John R. Donahue, “Tax Collector” in Noel et al. (eds.), The Anchor Bible Dictionary, 6:337-338.
4
Harrison, “Gentiles”, 2:697.
12
1
R. V. G. Tasker, Mateus: Introdução e Comentário (São Paulo: Vida Nova, 1980), 133.
13
CAPÍTULO III
1
Para outros usos da palavra Αμην ver: W. E Vine, Diccionário Expositivo de Palabras del Nuevo
Testamento (Barcelona: CLIE, 1984), 1:91-92.
2
Para outros significados de λεγω ver: F. W. Gingrich e F. W. Danker; Shorter Lexicon of the
Greek New Testament (Chicago: University of Chicago Press, 1983), 117; Balz e Schneider;
Exegetical Dictionary of the New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1990), 2:346.
3
J. H. Moulton e G. Milligan, The Vocabulary of the Greek New Testament (London: Hodder and
Stoughton, 1952), 368.
4
Joachim Jeremias, Teologia do Novo Testamento (São Paulo: Paulinas, 1977), 60; idem, The
Problem of the Historical Jesus (Philadelphia: Fortress Press, 1964), 18.
5
Ver: Mt 10:23; 19:28; 24:34; 25:40.
6
Carlos Rusconi, Dicionário do Grego do Novo Testamento (São Paulo: Paulus, 2003), 339.
15
caso de, eventualmente, até se, embora, quando 1 . Segundo Wayne Grudem o fato
de ‘οσα εαν ser uma expressão neutra não está se referindo especificamente à
pessoas mas a situações e relacionamentos 2 .
Duas palavras que ocorrem em Mateus 18:18 e que trazem auxilio para uma
melhor compreensão do texto são: γη (terra) e ουρανος (céu). Estas duas palavras
quando somadas trazem dois sentidos básicos: 1) conjunto da obra criada pelas
mãos de Deus 3 ; 2) Mundo criado em contraste com o local da habitação de Deus 4 .
O contexto eclesiológico de Mateus 18:18 indica que Cristo utiliza estas duas
palavras para mostrar uma conexão existente entre igreja terrestre e o trono de Deus
5
.
1
Ibid., 141.
2
Grudem, Teologia Sistemática, 747.
3
Ver: Mt 5:18; 24:35; Lc 12:56; 2 Pe 3:13; Ap 14:7; 21:1.
4
Ver: Mt 6:10; 11:25; 16:19; 28:18; Lc 10:21; 11:2; Ef 1:10.
5
Para um estudo mais completo de γη e ουρανος ver: R. Morgenthaler, “terra” in Brown e
Coenen (eds.), O Novo Dicionário de Teologia do Novo Testamento, 2:2493-2494.
6
A. T. Robertson, Word Pictures on the New Testament: The Gospel According to Matthew; The
Gospel According to Mark (Kregel Publications, 2003), 156.
7
Wilber T. Dayton, John 20:23; Matthew 16:19 and 18:18 in the Light of Greek Perfect Tenses
(The Asbury Seminarian, 1974), 74-89.
8
Outras ocorrências da palavra δεω na LXX se encontram nas seguintes passagens: Jz
15:10,12,13; 16:5,6,7,8,10,11,12,13,21; 2 Rs 7:10; 12:21; 17:04; 25:7; 2 Cr 33:11; 36:6; Jt 6;13; 16:8;
Tb 8:3; Sl 149:8; Jó 36:13; 40:25; 40:29; Sb 17:16; Eclo 28:19; Is 42:7; 43:14; Jr 52:11; Ez 3:25.
16
1
A palavra δεω no Novo Testamento aparece 43 vezes . Ela aparece com os
seguintes significados: Ligar 2 ; acorrentar 3 ; amarrar: alguém 4 ; algo 5 ; por na prisão
literal 6 ; ser encarcerado 7 ; prisão espiritual 8 ; envolver 9 ; algemar 10 .
Ao se estudar as ocorrências desta palavra no NT, pode-se notar que em alguns
casos a palavra é utilizada em um sentido literal, geralmente em uma narrativa onde é
narrado um aprisionamento. Mas existem algumas referencias que mostram um
sentido mais metafórico da palavra δεω.
Para uma melhor compreensão do sentido metafórico de δεω 11 , será feita uma
breve análise de suas ocorrências no sentido metafórico. Mateus 16:19 e 18;18 serão
estudados à parte logo mais. Lucas 13:19 apresenta Cristo curando uma mulher
enferma que estava “aprisionada por Satanás” por 18 anos. Em Atos 20:22 diz estar
“amarrado” pelo Espírito, ou seja estava constrangido, compromissado ou ligado ao
Espírito santo ou ao seu próprio espírito. O apóstolo Paulo em Romanos 7:2 e em 1
Coríntios 7:27, 39, utiliza a palavra δεω no contexto da união matrimonial, afirmando
que o casal é unido através de um compromisso eterno. Paulo em 2 Timóteo 2:9
utiliza δεω para dizer que a Palavra de Deus não está “algemada”, neste exemplo
pode-se ver que Paulo utiliza uma palavra concreta para passar uma idéia abstrata.
Ao se ver como o Novo Testamento utiliza δεω também de forma abstrata referente
a uma forma de compromisso firmado, pode-se sugerir que em Mateus 18:18 Cristo
poderia estar falando de um certo compromisso firmado 12 .
1
F. Standinger; δεω in: Balz e Schneider; Exegetical Dictionary of the New Testament, 292-294.
2
Mt 16:19; 18:18; 20;22; Rm 7:2; 1Co 7:27,39.
3
Mc 5:3,4; At 12:6.
4
Mt 12:29; 14:3; 22:13; 27:02; Mc 3:27; Mc 15:1; Jo 11:44; 18:12,24; At 9:21; 21:11; 22:5; 22:29;
Ap 9:14.
5
Mt 13:30; 21:2; Mc 11:2,4; Lc 19:30.
6
Mc 15:7; At 9:2,14; 21:13; Cl 4:3; Ap 20:2.
7
Mc 6:17; At 24:27.
8
Lc 13:16.
9
Lc 19:40.
10
2 Tm 2:9.
11
Mt 16:19; 18:18; Lc 13:16; At 20:22; Rm 7:2; 1 Co 7:27; 7:39; 2 Tm 2:9. Mt 16:19 e 18:18.
12
Meding e Muller, “amarrar”, in Brown e Coenen (eds.), O Novo Dicionário de Teologia do Novo
Testamento, 1:109.
17
O verbo λυω também é encontrado duas vezes em Mateus 18:18. Na primeira vez
ele aparece como λησητε que esta no subjuntivo aoristo ativo da segunda pessoa do
plural. Que semelhante a δησητε indica uma ação possível de se ocorrer.
Na segunda vez que a palavra λυω ocorre, ela aparece como λελυμενα que está
no particípio perfeito passivo nominativo neutro plural 1 . Que semelhante a δεδεμενα
indica uma ação indica uma ação já completado no tempo futuro considerado e como
tendo resultados permanentes 2 .
Na LXX o sentido da palavra λυω traduz sete diferentes verbos hebraicos com os
seguintes significados: Abrir (Gn 42:27); livrar (Sl 105:20); soltar presos (Sl 146:7);
tirar sandálias (Êx 3:5); desatar nós (Dn 5:12); estar contente (Is 40:2); levantar (Jó
42:9); remover 3 . Estes sentidos ocorrem tanto de forma literal quanto na figurada 4 .
A palavra λυω no Novo Testamento aparece com os seguintes significados: 1)
soltar, libertar, redimir, resgatar 5 ; 2) remover, violar, destruir, anular, derrubar 6 ; 3)
desligar 7 ; 4) desamarrar 8 ; 5) falhar 9 ; 6) destravar 10 ; 7) despedir 11 ; 8) abrir.
Ao se analisar as ocorrências da palavra λυω também pode-se notar que existem
algumas vezes que a palavra tem um sentido literal e outras vezes metafórico.
A seguir serão estudadas algumas passagens em que λυω ocorre em um sentido
metafórico. Em Lucas 13:16 a palavra é utilizada para descrever um livramento de
possessão demoníaca. Em Atos 2:24 o sentido de λυω é o de “romper os grilhões da
morte”. O apóstolo Paulo em 1Coríntios 7:27 utiliza λυω para expressar a idéia de que
um solteiro é alguém “livre” de mulher. Em Efésios 2:14 o apóstolo Paulo utiliza λυω
1
Robertson, Word Pictures on the New Testament, 156.
2
Dayton, John 20:23; Matthew 16:19 and 18:18 in the light of greek perfect tenses, 74-89.
3
Brown (ed.), “redenção” in Brown e Coenen (eds.), O Novo Dicionário de Teologia do Novo
Testamento, 2:1974.
4
As demais passagens em que λυω ocorre na LXX são: Êx 3:5; Js 5:15; 1 Ed 1:52; 9:13, 46; Jud
6:14; 9:2; Tob 3:17; 3 Mac 1:4; 6:27,29; 4 Mac 3:11; 7:13; 12:8; 12:9; Sl 101:21; 104:20; 145:7; Jó
5:20; 39:2; 39:5; Eclo 28:2; Is 5:27; 14:17; 58:6; Jer 47:4; Dn 3:92.
5
Lc 19;30,31,33; Lc13:16; 1 Co 7:27; At 22:30; Ap 1:5; 9:14,15; 20:3,7.
6
Mt 5:19; Jo 2:19; 5:18; 7:23; At 2:24; Ef 2:14; 2 Pe 3:10,11,12; 1 Jo 3:8 .
7
Mt 16:19; 18:18.
8
Mt 21:2; Mc 1:7; 11:2,4,5; Lc 3:16; 13:15; Jo 1:27; Jo 11:44; At 7:33; 13;25; Ap 5;2,5.
9
Jo 10:35.
10
Lc 7:35.
11
At 13:43.
18
para descrever a “derrubada do muro” que separa judeus e gentios. Em 1João 3:8 a
palavra λυω é utilizada no sentido de “destruir” as obras do Diabo.
Ao se estudar as palavras δεω e λυω de maneira separada, pode-se notar que elas
adquirem o sentido metafórico quase sempre em discursos, sermões e conselhos
enquanto o sentido literal destas palavras quase sempre é encontrado nas narrativas.
As palavras δεω e λυω eram usadas na literatura rabínica como termos referentes
a autoridade disciplinar e autoridade doutrinária 1 . John Lightfoot cita dezenas de
exemplos na literatura rabínica em que estas palavras aparecem no contexto
doutrinário, em muitos destes exemplos pode-se notar frases como “a escola de
Shammai proíbe algo e a escola de Hillel permite algo”. Lightfoot afirma que na
literatura rabínica nunca é encontrada as palavras δεω e λυω se referindo a pessoas
mas sempre a coisas 2 .
Sem dúvida Cristo fez uso da linguagem rabínica mas isto não quer dizer que Ele
utilizou esta linguagem para denotar o mesmo sentido dos mestres da sua época.
Através de estudo cuidadoso dos ensinos de Cristo nos evangelhos pode-se concluir
que Ele não estava preso as convenções de sua época (Mt 15:1-9). Ele poderia estar
utilizando estas expressões tanto para concordar com o pensamento rabínico quanto
para refutá-lo 3 .
1
Meding e Muller, “amarrar”, in Brown e Coenen (eds.), O Novo Dicionário de Teologia do Novo
Testamento, 1:109; Wilkins, Discipleship in the Ancient world and Matthew’s Gospel, 194-198.
2
Lightfoot, Commentary in the New Testament from the Talmud and Hebraica, 236 -241
3
Meding e Muller, “amarrar”, in Brown (ed.), O Novo Dicionário de Teologia do Novo Testamento,
1:109.
4
Ver: Mt 15:10-20; 16:5-12; 24-26.
19
Mateus 18:18 é parte de um discurso sobre o trato com novos conversos e
pecadores dentro da comunidade messiânica 1 .
As “chaves do Reino” são tradicionalmente identificadas como os ensinamentos
de Cristo ou a Palavra de Deus 2 . Era costume nos tempos bíblicos um patrão
conceder as chaves de sua propriedade para um mordomo como autorização para
administrar seus bens 3 como se pode ver em Isaías 22:21-22. Com base nesta
informação pode-se interpretar que a autoridade confiada por Cristo em Mateus
16:19 é voltada à pregação do evangelho. Seria então a autoridade de admitir
pessoas no Reino dos céus através da pregação da Palavra de Deus.
1
Ver: Mt 18:5-11; 15-20.
2
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1991), 413-414; R. C. Sproul (ed.), Bíblia de Estudo de Genebra (São Paulo: Editora Cultura Cristã,
1999), 1124.
3
José M. Rocha, Organização e Administração Eclesiástica (notas de sala de aula, 2005), 26.
20
CONCLUSÃO
BAZAGLIA, Paulo (Ed.). Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Editora Paulus, 2002.
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25
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Keregel Publications, 1980.
WHITE, Ellen G. Atos dos Apóstolos. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990
THE INTEGRATION BETWEEN THE PASTORAL MINISTRY AND THE PUBLICATION MINISTRY: HOW A
PASTOR CAN MAKE USE OF CANVASSING IN HIS PASTORAL DISTRICT
ABSTRACT: The objective of this research is to analyze the possibility of integration between
the work of a pastor with the implementation of a program of Canvassing (evangelism
through the selling of religious literature). From this perspective, the research aimed to
identify the spiritual, practical and numerical results obtained by a pastor and his members
trough Canvassing. The methodology of the research was based on the analysis of pertinent
bibliographical sources on the subject. The research also surveyed 240 students of the
Adventist Theological Seminary at the UNASP, Campus Engenheiro Coelho. This survey
had the goal of verifying what were the expectations and the ideas of these students
concerning this kind of integration in their future pastoral ministry. The research concluded
that the integration between pastor and colporteur results in a doctrinal solidification of the
members and in a numerical growth of converses to the Adventism. Thus we have
qualitative growth (doctrinal and spiritual) and quantitative (baptisms).
KEYWORDS: colporteur, growth, pastor, preaching, message, canvassing.
www.unasp.edu.br/kerygma/monografia5.02.asp 50
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Campus Engenheiro Coelho
Faculdade Adventista de Teologia
Bacharel em Teologia
por
Dezembro de 2006
A INTEGRAÇÃO ENTRE O MINISTÉRIO PASTORAL E O MINISTÉRIO DE
PUBLICAÇÕES: COMO O PASTOR PODE FAZER USO
DA PÁGINA IMPRESSA NO
SERVIÇO PASTORAL
Por
COMISSÃO DE APROVAÇÃO:
___________________________ __________________________
José Miranda Rocha Avaliação
Orientador
___________________________ _________________________
Emilson Reis Data da Aprovação
Leitor
___________________________
Amin Américo Rodor
Diretor do Curso de Teologia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 1
Definição do problema 1
Propósito do estudo 2
Delimitação 2
Metodologia 3
Definição de termos 3
Organização do estudo 4
Capítulos
O chamado 37
A missão 40
O apoio 43
Conclusão parcial 50
Conclusão parcial 61
ii
A colportagem evangelística no trabalho pastoral 65
Conclusão parcial 68
CONCLUSÃO 70
Resumo 70
Conclusões 72
Sugestões 73
APÊNDICE 1 74
Pesquisa de campo 74
APÊNDICE 2 75
O programa de colportagem com pastores 75
APÊNDICE 3 80
O evangelismo através da “Colportagem Comunitária” 80
APÊNDICE 4 83
Tributo à colportagem – testemunho 83
APÊNDICE 5 85
Disciplina na FAT sobre o Ministério de Publicações 85
BIBLIOGRAFIA 88
iii
INTRODUÇÃO
Definição do problema
conceitos e a preservação de ensinos para os anos posteriores. Também tem sido usada
usar a página impressa para estes fins é conhecida como colportagem evangelística, e a
pessoa que desenvolve este trabalho é conhecida como colportor. Este método de trabalho
De que maneira o pastor adventista pode fazer uso deste método evangelístico
em suas atividades pastorais? Quais são as estratégias que o pastor pode usar para o
pela mensagem? Como que o uso da imprensa pode ser útil para o exercício da pregação do
evangelho?
1
Sigla usada para identificar a Igreja Adventista do Sétimo Dia que será
adotada neste trabalho.
1
2
Propósito do estudo
resultados espirituais, práticos e numéricos quando o pastor faz uso das publicações em
pregação do evangelho.2
IASD.
Metodologia
O método a ser usado nos primeiros dois capítulos é uma análise bibliográfica e
está baseado no uso de fontes primárias mais relevantes e representativas sobre o assunto.
(pesquisa com 240 alunos da FAT) e o método de pesquisa qualitativa que será feita por
Ministério Pastoral.
2
Ellen G. White, O Colportor evangelista (Casa Publicadora Brasileira, 1983),
98.
3
Delimitação
tempos de estudante e quais sãos os fatores que determinarão o seu grau de participação na
ministério pastoral com o objetivo de observar como esta integração pode promover o
Definição de termos
da IASD. Alguns destes termos, usados neste trabalho, são definidos na lista que se segue:
Organização do estudo
pós 1844 e no início do adventismo no Brasil. Estes exemplos procuram destacar o uso da
usado atualmente pela IASD em seus projetos evangelísticos. Neste capítulo são usados
o pastorado.
formulará uma declaração final conclusiva do estudo, seguida de propostas para futuros
alguns exemplos do uso da escrita com a pregação nos tempos bíblicos; 2) o início da
O primeiro exemplo na Bíblia em que a escrita foi usada para proclamar uma
mensagem é do próprio Deus. Após a batalha de Israel com Amaleque, Deus dá a seguinte
ordem a Moisés: “Escreve isto para memória num livro e repete-o a Josué; porque Eu hei
leis para o regimento de Israel, de tudo o que foi comunicado “Moisés escreveu todas as
palavras do Senhor...” (Êxodo 24:4). Deus não só pediu para que Moisés escrevesse, mas
Ele mesmo fez uso da escrita na entrega da Sua lei: “E, tendo acabado de falar com ele
3
O “livro” dos tempos bíblicos era de material diverso dos livros atuais. A
escrita era feita em material de papiro, pergaminho ou até mesmo em pedras.
6
7
[Moisés] no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra,
escritas pelo dedo de Deus”. (Êxodo 31:18). No texto dos Dez Mandamentos (Êxodo 20:3-
17) observamos os seis elementos indispensáveis para que se ocorra uma comunicação
israelitas. 5
Outros meios Deus poderia ter usado para Se comunicar. Por que então Ele fez
uso da palavra escrita? Almir Marroni enumera algumas razões: 1) a capacidade mental
mensagem escrita ajudaria a relembrar as instruções dadas ao longo dos séculos. O quarto
deveria ser preservada com exatidão; e 3) a Palavra escrita inspira autenticidade e faz com
escrita. Ao mesmo tempo em que Deus, através da Sua voz, proclamava a Sua lei, Israel
recebia esta mesma lei escrita em tábuas de pedra. Este seria o método que Deus usaria para
5
Howard Faigao, “O Ministério de Publicações – Um plano divino”, O
Colportor Evangelista, ab./jun., 2003, p. 3
6
Almir Marroni, Colportando com sucesso: manual de capacitação do
colportor evangelista, vol. I (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004), 9.
8
escrita - ambas usadas pelos Seus profetas no decorrer dos séculos. “Desde a entrega da lei
a Moisés, Deus tem usado a comunicação escrita para preservar a verdadeira história da
Falando através do profeta Isaías, Deus pediu para que a Sua mensagem falada
fosse escrita “numa tábua” e registrada “num livro” (Isaías 30:8). A mesma instrução
repete-se em profetas tanto do Antigo como do Novo Testamento, a mensagem pregada era
e organizado por Pedro Valdo, comerciante rico que morava no sul da França. 9 Após ter
deixando apenas o suficiente para o sustento da sua família. Investiu sua fortuna na
tradução da Bíblia para os habitantes do sul da França e para o norte da Itália. Pedro Valdo
7
Ibid.
8
Jacynto Col Neto, “A teologia do ministério impresso”, Revista Adventista,
novembro, 2001, 20.Ver também entrevista com o Pr. Paulo Korkischko no apêndice 1.
9
Ronald E. Appenzeller, Curso básico para colportores, (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 1997), 10.
9
pregava para as pessoas em suas casas e vendia exemplares da Bíblia que ele mesmo
trabalhou para serem traduzidos. 10 Muitos se uniram a ele, formando assim o movimento
evangelho com a venda das Escrituras. Eles se espalharam pela Europa vendendo Bíblias e
porções destas que haviam copiado, carregavam todos estes exemplares em uma bolsa
pendente no pescoço, daí o termo colportor, que é uma palavra derivada do francês e
significa aquele que “vende ou distribui livros religiosos de porta em porta” 11. Já Wilson
Sarli confirma a origem francesa da palavra e acrescenta que o seu significado é “vendedor
completa dizendo que o mais importante “não é o significado do termo em si, mas,
elevados Alpes do noroeste da Itália. 14 Havia entre eles assistência espiritual pelos seus
10
Ibid.
11
Antonio Houssais; Mauro de Salles Vilar, Dicionário Houssais de língua
portuguesa (Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2001), 764.
12
Wilson Sarli, Colportagem: o que é? objetivos e algumas dicas (Tatuí, SP:
Casa Publicadora Brasileira, 1994), 25.
13
Ibid.
14
Virgílio E. Robinson, Heróis de todas as épocas: a história dos valdenses
(Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1969), 7.
10
distribuição.
pastoral deveriam passar os primeiros três anos colportando em terras estrangeiras a fim de
acompanhado do uso da escrita, a qual eles utilizavam para a preservação das Escrituras e
Após o período dos valdenses, houve pessoas que também contribuíram para o
Wycliffe logo identificou erros doutrinários na Igreja Católica e viu que a confissão desta
multidões que se aglomeravam para ouvi-lo. Ele “começou a escrever e a publicar folhetos
15
Ellen G. White, O Grande conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1988), 68.
16
Nicolas Chaij, O Colportor de êxito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1998), 23.
17
Ellen G. White, O Grande conflito, 80.
11
Além destes folhetos, ele “pregava ao povo o Evangelho simples na linguagem popular”.19
Esta é a primeira vez em que Wycliffe começa usar a escrita para disseminar os seus
ensinos.
O maior desejo deste pré-reformador era traduzir para o seu país a Bíblia
Sagrada. Com muito esforço, esta tarefa foi concluída, e então, Wycliffe organizou um
grupo de pregadores para disseminar os seus ensinos e distribuir a Bíblia e os seus escritos.
“com êxito tal que a nova fé foi aceita por quase metade do povo da Inglaterra”. 20
a se volverem para a Bíblia ao invés das tradições religiosas dominantes na época. Podemos
mencionar a esposa de Ricardo II que era rei da Inglaterra, após convertida por intermédio
dos escritos de Wycliffe os espalhou na Boêmia, a sua terra natal.21 Este trabalho teve
Praga, João Huss, que também aceitou a mensagem de Wycliffe. Ambos, Jerônimo e Huss,
18
Ibid, 84.
19
A. Knight, & W. Anglin, História do cristianismo: dos apóstolos do Senhor
Jesus ao século XX (Rio de Janeiro, RJ: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1983),
182.
20
Ellen G. White, O Grande conflito, 89.
21
A. Knight, & W. Anglin, História do cristianismo: dos apóstolos do Senhor
Jesus ao século XX, 189.
12
uniram-se à proclamação destes novos ensinos usando também a escrita para defenderem o
movimento iniciado por Wycliffe. Por fim, foram condenados pela Igreja Católica como
requeria muito tempo da parte do escritor e do copista. Mesmo diante desse esforço, a
escrita era o principal instrumento para a divulgação da Bíblia e das idéias reformadoras.
Porém, já no segundo século da nossa era, os chineses já usavam tipos de madeira antes
mesmo que Johannes Gutenberg, no século XV, inventasse a imprensa. 25 O que Gutenberg
fez foi desenvolver letras em tipos de metal, e começar a imprimir com esta nova forma de
tipos que eram mais resistentes do que os de madeira – assim surgiu a imprensa em tipos de
metal em 1448. 26 A primeira obra que Gutenberg imprimiu foi a Bíblia Sagrada, conhecida
como a Bíblia das 42 linhas por conter este total de linhas nas duas colunas de cada
22
Ibid., 99. Ver o capítulo 6 intitulado “Dois Heróis da Idade Média”.
23
A. Knight, & W. Anglin, História do cristianismo: dos apóstolos do Senhor
Jesus ao século XX, 189.
24
Sônia M. M. Gazeta, “A Obra de Publicações Através das Eras”, em A
Colportagem Adventista no Brasil: uma breve história, ed. Alberto Ronald Timm
(Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2000), 8.
25
Wilson Martins, A Palavra escrita permanece: história do livro, da imprensa
e da biblioteca (São Paulo, SP: Ática, 1998), 127, 128 e 135.
26
Ronald E. Appenzeller, Curso básico para colportores, 11.
13
página.27
classes. O povo comum teria com mais rapidez em suas mãos a Bíblia Sagrada e os escritos
dos reformadores. 28 “As tiragens fabulosas atingidas nessa época demonstram que o livro
vinha responder a uma necessidade... havia nessas populações que não conheciam o livro
uma extraordinária fome de leitura: nenhuma invenção terá surgido mais do que a
imprensa no seu momento próprio”. 29 Certamente, o cenário estava preparado para o início
Um dos grandes líderes deste período, o qual deu início a este movimento foi
universidade.31 Neste período, ele já havia contrastado alguns erros da Igreja Romana com
27
Ibid.
28
Rubem Scheffel, “A Importância da Imprensa”, em Revista Adventista,
janeiro de 2006, 17.
29
Wilson Martins, A Palavra escrita permanece, 187. Itálico suprido.
30
A. Knight, & W. Anglin, História do cristianismo: dos apóstolos do Senhor
Jesus ao século XX, 207.
31
Marc Lienhard, Martin Lutero: tempo, vida e mensagem (São Leopoldo, RS:
Sinodal, 1998), 32, 37.
14
os ensinamentos das Escrituras, erros tais como o uso das tradições em substituição à Bíblia
dois canais essenciais pelos quais a mensagem de Lutero se espalhava: por meio dos seus
escritos e por meio da pregação.33 Isto se vê pela primeira vez quando ele afixou nas portas
da igreja de Wittenberg as suas noventa e cinco teses que contrariavam a doutrina das
recursos para continuarem os seus estudos. 35 Além destes estudantes, muitos dos seus
seguidores vendiam seus escritos e a Bíblia que ele mesmo traduzira para o alemão,
formando grupos de pregadores que também tinham sido influenciados pelas idéias
reformadoras e saíam pela Europa levando a mensagem luterana. Observa-se que o uso de
pregada.
Ellen G. White informa que o povo recebia com alegria os escritos de Lutero.
Quando seus livros chegavam às aldeias, os professores liam em voz alta para que todos
32
A. Knight, & W. Anglin, História do cristianismo: dos apóstolos do Senhor
Jesus ao século XX, 212-215.
33
Marc Lienhard, Martin Lutero: tempo, vida e mensagem, 95.
34
Ellen G. White, O Grande conflito, 129-130.
35
Nicolas Chaij, O Colportor de êxito, 26.
15
Lutero. 37 Ellen White acrescenta que “de seus sermões e escritos procediam raios de luz
A obra mais importante de Lutero foi traduzir a Bíblia das línguas originais
para o alemão, fazendo isto, o reformador tinha como objetivo colocar as Escrituras nas
mãos do povo. Lutero começou com o Novo Testamento, o qual em 11 (onze) semanas já
estava traduzido e que foi publicado em 1522. O Antigo Testamento só foi concluído em
1534, completando assim todo o volume das Escrituras. Esta Bíblia de Lutero alcançou
ampla circulação, pois até a sua morte “mais de 430 edições da Bíblia por ele traduzida ou
de extratos dessa Bíblia viram a luz do dia. Foi possível calcular que em 1535 um alemão
Não só Lutero, mas outros reformadores como Zwínglio, João Calvino, João
36
Ellen G. White, O Grande conflito, 194.
37
Marc Lienhard, Martin Lutero: tempo, vida e mensagem, 96.
38
Ellen G. White, O Grande conflito, 133.
39
Marc Lienhard, Martin Lutero: tempo, vida e mensagem, 274 e 277.
16
distribuição de literatura, sendo esta última uma força propulsora para a primeira. 40 Lutero
ainda afirmou que “A imprensa é o último supremo dom, pois através dela Deus quer tornar
conhecida em toda Terra a questão da verdadeira religião... É a última chama de luz antes
No final do século XVIII, começou haver um interesse pelo estudo das profecias
bíblicas concernentes ao Segundo Advento de Jesus Cristo. Neste período, alguns sinais
Estes eruditos também fizeram uso da página impressa para exporem as suas
conclusões sobre a brevidade da volta de Cristo à luz das profecias bíblicas. Menciona-se o
Espanha e na Itália, o livro La Venida del Mesías en gloria y majestad (A Vinda do Messias
circulando em latim e italiano. 43 Tratando-se do seu livro “Uma vez impresso, se espalhou
40
Sônia M. M. Gazeta, “A Obra de Publicações Através das Eras” em A
Colportagem adventista no Brasil, 11.
41
Marc Lienhard, Martin Lutero: tempo, vida e mensagem, 263.
42
Gerard Damsteegt, Foundations of the Seventh-day Adventist Message and
Mission (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1990), 25, 26.
43
Richard W. Schwarz; Floyd Greenleaf, Portadores de Luz: historia de la
Iglesia Adventista del Séptimo Día (Buenos Aires, Argentina: Asociación Casa Editora
Sudamericana, 2002), 25.
17
Latina”.44 Ellen White também acrescenta que esta obra de Lacunza “serviu para
advento”.45
Bengel e Gaussen também foram outros que preferiram usar a escrita a fim de
propagarem os seus estudos sobre o advento. Sobre Gaussen, informa-se que ele publicou
um conjunto de lições com o objetivo de promover o estudo das profecias nas igrejas de
língua francesa. 46
estudo da Bíblia procurando compreender os versos mais obscuros. Destes versos, o que
mais despertou a sua atenção foi Daniel 8:14, levando-o a concluir que a segunda vinda de
Cristo ocorreria por volta de 1843, quando finalizaria a contagem profética mencionada
as pessoas do fim iminente. Para cumprir este propósito, em 15/02/1836, ele usou pela
44
Ibid.
45
Ellen G. White, O Grande conflito, 363.
46
Ibid., 365.
47
Everett N. Dick, “The Millerite Movement, 1830-1845”, em Adventism in
America: a history, ed. Gary Land (Berrien Springs, MI: Andrews University, 1998), 3.
48
Idem, Fundadores da mensagem (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1995), 17, 18.
18
ano de 1843. 49
também se uniram ao movimento. Josiah Litch, pregador metodista, após ter lido um dos
livros de Miller, aceitou os seus pontos de vista e uniu a sua voz à pregação do milerismo.
Litch também fez uso da página impressa preparando um livro de 200 páginas, intitulado,
Segunda Vinda Ocorrer ao Redor de 1843).51 Outro associado de Miller foi Joshua V.
Himes, o contato entre os dois fora feito quando Himes convidou Miller para dirigir uma
série de pregações em sua igreja. Após este contato, o milerismo recebeu novo ímpeto. 52
Qual foi a contribuição que Himes deu a Miller? Que método ele usou para
49
Ibid., 21.
50
Alberto Ronald Timm, O Santuário e as três mensagens angélicas: fatores
integrativos no desenvolvimento das doutrinas adventistas (Engenheiro Coelho, SP:
Instituto Adventista de Ensino – Campus 2, 2002), 19.
51
Richard W. Schwarz; Floyd Greenleaf, Portadores de Luz: historia de la
Iglesia Adventista del Séptimo Día, 32.
52
Sonia M. M. Gazeta, “A Obra de Publicações Através das Eras” em A
Colportagem adventista no Brasil,13.
19
publicar em 20/03/1840 a revista Signs of the Times (Sinais dos Tempos) que tinha como
Um dos métodos que Himes usava para fortalecer a pregação de Miller era
outono de 1842, em Nova York, os dois planejaram uma série evangelística, e para
despertar os habitantes da cidade, Himes fundou o jornal Midnight Cry (O Clamor da Meia-
Noite), que era vendido por meninos jornaleiros com uma saída diária de dez mil
exemplares. A próxima série foi na cidade de Rochester, e para esta foi criado um outro
jornal, intitulado, They Glad Tiding of the Kingdom to Come (As Alegres Novas do Reino
maneira, os líderes mileritas anunciavam o breve retorno de Cristo interligando estes dois
série, ele publicou muitos folhetos com as explicações de Miller os quais eram enviados aos
correios de todo o país e aos capitães de barcos nos diversos portos. Este empreendimento
foi de tamanha amplitude, que no começo de 1843 esses folhetos podiam ser encontrados
geralmente não era enviar missionários, mas colocar suas publicações em navios destinados
a vários portos marítimos. Foi assim que... Himes pôde escrever que as publicações
O uso da imprensa foi marcante no início deste movimento, seus defensores não
ousaram dispensar este recurso, pois criam que este era o método mais eficiente para
cumprirem a comissão evangelizadora ordenada por Jesus Cristo em Mateus 28: 19-20. 60
Acaso Miller não tivesse se encontrado com Himes, será que o milerismo
alcançaria tal êxito? O que seria deste movimento sem o uso da publicidade de Himes
distribuição de literatura e a pregação da mensagem iam de mãos dadas, pois aonde quer
que fosse o pregador havia imediato pedido de literatura, e onde quer que a literatura
chegasse havia pedidos de pregadores”.61 Assim se percebe que não havia uma
conjunta indispensável para levar o movimento “de uma curiosidade local, a uma causa que
58
Richard W. Schwarz; Floyd Greenleaf, Portadores de Luz: historia de la
Iglesia Adventista del Séptimo Día, 36, 37.
59
George R. Knight, Uma igreja mundial, 15.
60
Uma breve descrição das literaturas que foram publicadas neste período
encontra-se em Land, Adventism in América, 10-13.
61
Everett Dick, Fundadores da mensagem, 54.
21
No final de 1842, Miller afirmara que a data para o advento de Cristo seria entre
21/03/1843 a 21/03/1844, 63 mas Samuel Snow, após pesquisar o período profético de 2300
dias de Daniel 8:14 e fazendo uma comparação desses dias proféticos com o calendário
judaico, concluiu que o final exato desta profecia se daria em 22/10/1844.64 Ao aproximar-
se o dia, os mileritas redobraram as suas forças fazendo com que o prelo trabalhasse
Mas ao chegar o dia marcado, o evento tão esperado não ocorreu, trazendo
dos cálculos proféticos, mas na interpretação do evento que ocorreria no final desta
com fogo por ocasião da volta de Jesus, mas estudos posteriores revelaram que o santuário
62
Richard W. Schwarz; Floyd Greenleaf, Portadores de Luz: historia de la
Iglesia Adventista del Séptimo Día, 33.
63
Alberto Ronald Timm, O Santuário e as três mensagens angélicas, 32.
64
George R. Knight, Uma igreja mundial, 19.
65
C. Mervyn Maxwell. História do adventismo (Santo André, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 1982), 33.
66
Ibid., 18.
22
investigativo.67
grupos: (1) Adventistas Evangélicos; (2) A Igreja Cristã do Advento; (3) Adventistas da
Era Vindoura; e (4) Adventistas do Sábado e da Porta Fechada. Deste último surgiram os
68
Adventistas do Sétimo Dia. Qual foi a contribuição das publicações no inicio da Igreja
Adventista do Sétimo Dia e como elas foram usadas pelos pioneiros pós 1844?
Hahn começaram a estudar com mais cuidado o texto bíblico de Dan. 8:14; convictos, eles
literatura que conteve estas conclusões de Edson foi publicada em Março de 1845,
intitulada, The Day – Dawn (O Amanhecer do Dia) e no dia 07/02/1846 foi lançado o The
67
Frank B. Holbrook, O Sacerdócio expiatório de Jesus Cristo (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2002), 169-171.
68
Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor: o ministério profético de Ellen
G. White (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002), 50.
69
Para um estudo mais detalhado sobre este tema ver White, O Grande
Conflito, 479-491.
70
Sônia M. M. Gazeta, “A Obra de Publicações Através das Eras” em A
Colportagem Adventista no Brasil, 21.
71
Enoch de Oliveira. A Mão de Deus ao leme (Santo André, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 1985), 153.
23
unir o movimento, Edson convenceu-se do poder da imprensa como um veículo eficaz para
a pregação do evangelho. Esta convicção levou-o em 1852 vender a sua fazenda e aplicar as
New Hapshire. Ele recebeu em sua igreja a visita de uma senhora chamada Raquel Preston,
que era membro da Igreja Batista do Sétimo Dia. Após entreter conversa com Preston,
Wheeler aceita o sábado em 16/03/1844 como verdadeiro dia de guarda, sendo o primeiro
pastor adventista a se decidir por esta doutrina. 73 Entretanto, antes de conversar com
Wheeler, Preston também já havia aceitado o adventismo e tinha distribuído aos membros
Outro pastor que também se tornou observador do sábado foi Tomás M. Preble,
extenso estudo sobre o sábado. 76 Preble vai começar publicar suas convicções sobre o
sétimo dia somente em 28/02/1845, na revista Hope of Israel (Esperança para Israel). Neste
72
Ibid., 154.
73
Alberto Ronald Timm, História da Igreja Adventista do Sétimo Dia
(Engenheiro Coelho, SP: Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, 2003), 23.
74
Nicolas Chaij, O Colportor de êxito, 36.
75
Alberto Ronald Timm, História da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 23.
76
George Knight, Em busca de identidade: o desenvolvimento das doutrinas
adventistas do sétimo dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), 67, 68.
24
mesmo ano, ele também preparou um folheto de doze páginas contendo mais argumentos a
favor do sábado, este folheto intitulava-se Tract, Showing That the Seventh-Day Should Be
Observed as the Sabbath, Intead of the First Day; “According to the Commandment”
(Folheto Mostrando que o Sétimo Dia, e não o primeiro, é o Sábado Que Dever Ser
No ano de 1845, o artigo que Preble publicou na Hope of the Israel é lido por
decidiu publicar um folheto que tratasse do assunto. Publica em agosto, de 1846, o folheto
intitulado The Seventh Day Sabbath, a Perpetual Sign (O Sábado do Sétimo Dia, um Sinal
Perpétuo). Este folheto contribuiu para que outros adventistas aceitassem a observância do
interpretação profética das três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12. Desta forma,
nos escritos de Bates, estavam inseridos “em essência a plataforma do que viria a ser o
núcleo da teologia adventista do sétimo dia”. 80 Estas primeiras publicações sobre o sábado
77
Idem, Uma igreja mundial, 37.
78
Alberto Ronald Timm, História da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 37.
79
Ibid.
80
George R. Knight, Em busca de identidade, 69.
25
foram fundamentais para formarem a teologia adventista sobre o quarto mandamento. Bates
fazia com que as publicações fossem um meio para que a comunidade adventista
conhecesse esses pontos doutrinários “Embora o testemunho pessoal de Bates tenha tido
sua importância no desenvolvimento da mentalidade sabatista, seus livros foram ainda mais
essenciais”. 81
do mesmo ano, Ellen G. Harmon83 recebeu sua primeira visão84 que se seguiria de muitas
outras as quais contribuíram para confirmar sobre Ellen o recebimento do dom profético
conforme crêem os adventistas do sétimo dia. 85 Ellen G. White e seu esposo também
fizeram uso das publicações para que o grupo de adventistas conhecesse e aceitasse as
No início de seu ministério, Ellen White foi chamada por Deus para escrever as
visões e as mensagens que Ele revelara. Devido a esta vocação, ela desenvolveu um
81
Ibid.
82
Ellen G. White, Testemunhos para a igreja, 1 vol. (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2004), 9.
83
Este era o seu nome como solteira. Em 30/08/1846, ela casou-se com o Pr.
Tiago White e passou assinar Ellen G. White. Ver Douglass, Mensageira do Senhor, 52.
84
Ellen G. White, Vida e ensinos, 57-61.
85
Rubens S. Lessa; Márcio D. Guarda; Rubem M. Scheffel (eds.), Nisto
cremos: 27 ensinos bíblicos dos Adventistas do Sétimo Dia, trad. Hélio L. Grellmann, 7º
ed., (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), 301-307.
86
Richard W. Schwarz; Floyd Greenleaf, Portadores de Luz: historia de la
Iglesia Adventista del Séptimo Día, 69.
26
profícuo ministério como escritora, alcançando no final de sua vida um total com mais de
cinco mil artigos escritos e cerca de cem mil páginas, incluindo cartas, manuscritos e livros,
Tiago, Ellen White e José Bates, intitulada, A Word to the “Little Flock” (Uma Palavra
Para o “Pequeno Rebanho”). Nesta obra incluía várias visões de Ellen, algumas
formação inicial do corpo doutrinário dos adventistas sabatistas. Estes pioneiros não se
limitaram apenas à pregação da mensagem pela voz, mas fizeram abundante uso da página
impressa. Suas publicações serviram para convocar, informar e unir o grupo de crentes em
adventismo. Dick informa que em “22 de Outubro de 1848, numa reunião em Topsham, no
Maine, os crentes [entre estes Tiago White e sua esposa] tornaram a impressão da
mensagem assunto de oração”. 90 Um mês depois da reunião, Ellen G. White recebeu uma
87
Ver dados de Ellen G. White como escritora em Douglass, Mensageira do
Senhor, 108-121.
88
Richard W. Schwarz; Floyd Greenleaf, Portadores de luz: historia de la
Iglesia Adventista del Séptimo Día, 71.
89
George R. Knight, Uma igreja mundial, 54.
90
Everett N. Dick, Fundadores da mensagem, 123.
27
visão com um recado para o seu esposo: “Tenho uma mensagem para ti. Deves começar a
publicar um pequeno jornal e mandá-lo ao povo. Que seja pequeno a princípio; mas, lendo-
o o povo, mandar-te-ão meios com que imprimi-lo, e alcançará bom êxito desde o
princípio. Desde este pequeno começo foi-me mostrado assemelhar-se a torrentes de luz
primeiro periódico adventista chamado The Present Truth (A Verdade Presentte), lançado
em Julho de 1849. Em Agosto de 1850, foi publicado outro periódico chamado Adventist
em um só, intitulado Second Advent Review and Sabath Herald (Revista do Segundo
membros da igreja para ingressarem na colportagem a fim de ajudá-lo nas vendas destes
livros. Ele foi o primeiro colportor da IASD, alcançando êxito desde o início do seu
91
Ellen G. White, Vida e ensinos, 128.
92
George R. Knight, Uma igreja mundial, 55, 56.
93
Ibid.
28
trabalho. 94
Por que os pioneiros dispensaram tanta atenção à página impressa? Mais uma
vez, o uso deste método serviu como uma “alavanca” para desenvolver e fortalecer o
crescimento do adventismo do sétimo dia. Timm completa dizendo que “Essas publicações
estes dois ministérios, pois sabiam que a página impressa daria “asas” à mensagem falada a
pioneiros que usufruíram a força da imprensa e alcançaram excelentes resultados tanto para
o crescimento de membros como para alcançar novos convertidos. Cita-se o Pastor Arthur
G. Daniells que foi presidente da Associação Geral de 1901-1922. Ele fazia campanhas
94
Nicolas Chaij, O Colportor de êxito, 38-41.
95
Alberto Ronald Timm, O Santuário e as três mensagens angélicas, 64.
96
Leonard Masuku, “Uma Olhada Histórica no Ministério de Publicações”, O
Colportor Evangelista, jan. – set., 2005, 9.
29
Ellen White escreve sobre os pastores afirmando que esses são os mais qualificados para
pensamento, e para ele, uma das maneiras do pastor fazer esta promoção era realizar um
trabalho conjunto: além de visitar as pessoas e orar com elas ele [o pastor] deveria fazer
circular nossas publicações por onde quer que fosse. 98 Com este apoio, Tiago White
cresceria a tal ponto que espalharia a mensagem adventista em todo o mundo. Como
Editoras 56
97
Ellen G. White, Testemunhos para a igreja, vol., 1, 687.
98
Felix Cores, “O Poder da Imprensa”, O Colportor Evangelista, out. – dez.,
2000, 14.
99
Ibid.
100
Rubens S. Lessa, ed. Casa publicadora brasileira 100 anos (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2000), 7.
30
Os dados acima são referentes ao ano 2000, mas abaixo segue um relatório
divulgado pela Associação Geral101 que apresenta o trabalho realizado pelo programa
Vendas US$350.000.000
101
Órgão administrativo superior da IASD com sede em Silver Spring, MD–
USA.
102
José Luis Campos, “Um Qüinqüênio de Milagres com Nossas Publicações:
um exército de corajosas testemunhas para Cristo”, O Colportor Evangelista, jan. – set.,
2005, 4.
31
A partir daquele simples começo na casa de Tiago White, quando foi impresso
Brasil.
existir regiões que não haja nenhuma presença adventista, de uma forma geral, nota-se o
êxito que a Igreja está tendo neste país; porém, é interessante rever como foi o começo de
tudo isto.
Por volta de 1878, um jovem alemão por sobrenome Buchard, comete alguns
103
Nicolas Chaij, O Colportor de êxito, 26.
104
Ruy H. Nagel, “Nossa Igreja cresce sob a influência do Espírito Santo:
relatório da Divisão Sul-Americana publicado na Adventist Review por ocasião da 58º
Assembléia da Associação Geral em St. Louis”, Revista Adventista, julho de 2005, 10-12.
32
crimes no sul do país e foge de navio para a Alemanha. Durante a viagem, ele conversa
estudar a Bíblia com eles e lhes dá o seu endereço aqui no Brasil para que sejam enviadas
algumas literaturas à sua família. Foi assim que um pacote contendo dez revistas alemãs
chegou a um mercado próximo à cidade de Brusque, Santa Catarina. Este mercado também
servia como agência rural de correio e o seu dono era David Hort. O pacote foi aberto e as
revistas eram a Stime der Wahrheit (A Voz da Verdade), que foram distribuídas pelo Srº
Dreefke.105
distribuidores estava um alcoólatra, que vendia as revistas para sustentar o seu vício; mais
Daniel”. Guilherme Belz encontra este livro e o lê, aceitando logo em seguida a doutrina
sobre o sábado com mais três famílias que totalizaram vinte e duas pessoas. 106
Foi somente em Maio de 1893 que pisa em solo brasileiro o primeiro colportor
adventista, Albert B. Stauffer. Após ele, imigra para o país mais colportores como Elwin
período, eles trabalharam com literatura alemã no sul do Brasil e alguns livros traduzidos
do inglês para o português, mas somente em 1900, no Rio de Janeiro, foi impresso o
105
Werner Mayr, “O Ministério de Publicações”, O Colportor Evangelista, ab.-
jun., 2000, 3.
106
Michelson Borges, A Chegada do Adventismo ao Brasil, 2 ed. (Tatuí-SP:
Casa Publicadora Brasileira, 2001), 59-62. Ver também os capítulos 4-6.
107
Débora C. A. Siqueira. “Desenvolvimento Cronológico da Colportagem no
Brasil”, em A Colportagem Adventista no Brasil: uma breve história, ed. Alberto Ronald
Timm, 137.
33
Já passaram mais de cem anos, e durante este século se nota o êxito que a
alimentos, são resultados daquele pacote que fora enviado em 1878 ao mercado-correio de
David Hort.
Sarli observa que “os pregadores da Palavra devem um tributo de gratidão a esses
Americana, deve em grande parte àquelas sementinhas lançadas por humildes colportores-
missionários”. 109
os dez livros mais vendidos durante estes cem anos. 110 Destacam-se os três primeiros,
108
Ibid.
109
Wilson Sarli, “Colportagem: patrimônio histórico e espiritual da Igreja”,
Revista Adventista, setembro, 1992, 16.
110
Rubens S. Lessa, “Marcos Editoriais”, Revista Adventista, abril, 2000, 14.
34
2º) O Grande Conflito – Lançado em 1921, e no ano 2000, chega à sua 35º
3º) Vida de Jesus – Sua primeira edição foi em 1910, chega em 2000 à sua 74º
Para termos números mais exatos de todo o trabalho que a Casa Publicadora
Brasileira realizou neste país, apresenta-se a relação abaixo da produção de livros durante o
Livros Quilos
111
Idem, Casa publicadora brasileira 100 anos (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2000), 138-139.
35
impressas em todo este período, se cada página fosse colocada uma ao lado da outra numa
cento e quarenta voltas ao redor da Terra. 112 É importante notar que estes dados se referem
somente à Casa Publicadora Brasileira, sem incluir as outras editoras adventistas que estão
em outros países.
Este resultado pode ser comparado ao que Ellen G. White disse ao seu esposo
sobre o começo do trabalho com publicações: “Desde este pequeno começo foi me
Assim vemos que a distribuição de literatura foi o método escolhido por Deus a
Conclusão parcial
adventista pré e pós 1844 e no início do adventismo no Brasil, nota-se que a pregação do
evangelho foi fortalecida com o ministério da página impressa. Por estes exemplos, temos
um modelo de trabalho conjunto que pode ajudar o pastor em sua missão de conservar e
112
Ibid., 179.
113
Ellen G. White, O Colportor evangelista (Santo André, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 1983), 11. Itálico suprido.
114
Rubem Scheffel, “A Importância da Imprensa”, Revista Adventista, jan.,
2006, 17.
36
Devemos continuar usando o mesmo meio que tem dado força, poder e sucesso
à mensagem adventista porque “a pregação e os livros são as duas pernas que permitem à
Igreja avançar em direção à conquista do mundo para Cristo. Se faltar um desses elementos
acrescenta que “O setor de publicações de nossa causa tem muito que ver com o nosso
poder”. 116
115
R. A. Rodriguez, “O que Um Livro Pode Fazer”, O Colportor Evangelista,
out.-dez., 2000,3.
116
Ellen G. White, O Colportor evangelista, 143.
CAPÍTULO II
evangelística da Igreja Adventista. Para realçar este conceito, Ellen G. White assevera que
“O colportor inteligente, temente a Deus e amante da verdade, deve ser respeitado; porque
ele ocupa uma posição igual a do ministro evangélico”. 116 Mas em que aspectos se pode
a função do ministro às atividades do colportor, e mostrando como pode haver entre os dois
um trabalho recíproco para a manutenção espiritual da Igreja em seu contexto atual e para a
O chamado
Assim como nos tempos bíblicos, Deus ainda escolhe pessoas para trabalhos
especiais em Sua obra, essas pessoas são comissionadas e capacitadas por Deus para
116
Ellen G. White, Testemunhos seletos, Vol. 2 (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1985), 540. Itálico suprido.
38
Aqueles que entram no pastorado devem ter a convicção que foram chamados
por Deus. Esta certeza é importante para que sustente o ministro diante dos desafios e
problemas que podem ocorrer na vida da igreja. 118 Conforme Erwin Lutzer, esta certeza
deve ser confirmada pela Palavra de Deus e pela igreja. 119 Fisher também concorda que a
vocação interior deve estar acompanhada da vocação exterior que é adquirida pela
aprovação favorável da igreja para com o ministro, 120 portanto, aquele que escolhe o
chamado. Não é por um tempo até que apareça outra ocupação mais atraente ou
conveniente, mas ao contrário disso, é uma ocupação para toda a vida”. 121
devem responder ao mesmo chamado. “Deus convida a obreiros de cada igreja entre nós,
117
Donald T. Turner. A Prática do pastorado, 12 ed. (São Paulo, SP: Imprensa
Batista Regular, 1989), 18-19.
118
David Fisher, O Pastor do século 21: uma reflexão bíblica sobre os desafios
do ministério pastoral no terceiro milênio, trad. Yolanda Mirsda Krieven (São Paulo, SP:
Vida, 2001), 117-118.
119
Erwin Lutzer, De pastor para pastor: respostas concretas para os
problemas e desafios do ministério, trad. Josué Ribeiro (São Paulo, SP: Vida, 2000), 14.
120
David Fisher, O Pastor do século 21, 120.
121
Regulamentos eclesiásticos-administrativos (Brasília-GO: Divisão Sul-
Americana da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 2002), 376.
122
Ellen G. White, O Colportor evangelista, 26. O mesmo convite é repetido
nas páginas 25, 27, 119 e 130.
39
igreja. Estas mesmas características devem ser vistas naqueles que ingressam na
colportagem. O colportor precisa ter convicção de que está cumprindo exatamente a missão
que Deus quer que ele faça, 123 esta certeza impedirá que ele se desvie do seu ministério
para outros ramos de trabalho, 124 assim como o pastor também não pode se desviar do seu
posto.125
Esta certeza acompanha o colportor, fazendo com que ele desenvolva o seu
evangelista é uma pessoa chamada pelo próprio Deus para sair e abrir as portas do céu para
todas as almas”. 126 Campos acrescenta que “Cada colportor deve estar consciente de que é
um ministro de Deus”.127
Giácomo Molina explica que esta certeza pode ser definida como um impulso
intenso que não deixa a pessoa em paz enquanto ela não atende ao chamado. A pessoa é
concretização desse desejo e se apresenta para o trabalho”. 128 Molina acrescenta que esta
convicção é despertada e confirmada pelo estudo da Bíblia e pela indicação dos membros
da igreja, que vêem na pessoa características promissoras para o ramo da colportagem. 129
A missão
administrar, aconselhar e corrigir a igreja. 130 O pastor “Deve ser o diretor e conselheiro
espiritual da igreja. Compete-lhe instruir os oficiais da igreja em seus deveres, e com eles
ordenado, ele está capacitado para dirigir todos os ritos e cerimônias da igreja. 132
128
Giácomo Molina, Como folhas de outono; memórias e reflexões de um
colportor bem-sucedido (São Paulo – SP: Editora Universitária Adventista – Eduna, 1997),
17.
129
Ibid., 18-19.
130
Orley M. Berg, “O Programa Diário do Pastor”, O Ministério, jul-ag., 1990,
30.
131
Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 14 ed., trad. Naor G. Conrado
(Tatuí – SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001), 139.
132
Ibid., 138.
133
José Carlos Ramos, “A dimensão pastoral da pregação”, Ministério, julho-
agosto, 2000, 11.
41
seu ministério. 134 E a visitação é o que torna a pregação eficaz, assim observa Berg “O
tempo despendido nos lares do povo é de vital importância, se deseja que a pregação seja
eficaz. Pregação eficaz e fiel pastoreio do rebanho são dois elementos indispensáveis na
atividade do ministério. Da mesma forma como deve o programa prover tempo suficiente
antecedem. 136 Tal tema compõe o quadro de assuntos doutrinários e proféticos da IASD e
devem ser apresentados pelo ministro com o objetivo de preparar as pessoas para o clímax
membros, atendendo-os de uma forma mais pessoal e trabalhando com os que foram
despertados para o evangelho. 138 Ellen White observa que não só a pregação, mas também
a visitação “de casa em casa constitui uma importante parte do trabalho do pastor”. 139
134
Kittim Silva, De pastor a pastor: como melhorar seu ministério pastoral
(São Paulo – SP: Vida, 1995), 7.
135
Orley M. Berg, “O Programa Diário do Pastor”, O Ministério, 30.
136
Ellen G. White, Conselhos sobre escola sabatina, 3 ed. (Tatuí – SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2002), 131.
137
Idem, Obreiros evangélicos, 5 ed. (Tatuí – SP: Casa Publicadora Brasileira,
1993), 148.
138
Idem, Evangelismo, 3 ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997),
437-438.
139
Idem, Testemunhos para a igreja, Vol. 2 (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2005), 338.
42
colportor – este tanto prega o evangelho como visita. Sua pregação é feita através da
da mesma forma e com os mesmos méritos daquele que faz evangelismo público ou que
silencioso” 141, pois a forma dele cumprir a sua missão como pregador é deixando que os
livros falem por ele nos lares das pessoas. O conteúdo da mensagem destes livros é o
mesmo que o da pregação do pastor142, e quando este conteúdo religioso é enfatizado nos
público. 143
desta forma que eles encontram pessoas interessadas em suas literaturas, “Ao entrardes nos
lares de vossos vizinhos para lhes vender ou dar nossa literatura... sereis acompanhados
pela luz do céu”. 144 Estas pessoas podem ser visitadas várias vezes pelo mesmo colportor
140
Wilson Sarli, Colportagem o que é?: objetivos e algumas dicas, 56. Itálico
suprido.
141
Ellen G. White, O Colportor evangelista, 17.
142
O conteúdo da literatura que é distribuída pelos colportores tem como
objetivo principal preparar as pessoas para o advento de Cristo através da proclamação da
tríplice mensagem angélica, principalmente com a distribuição do livro O Grande Conflito
de autoria de Ellen G. White. Ver White, O Colportor Evangelista, 12-13, 122-126.
143
José L. Campos, “Editorial”, O Colportor Evangelista, jul.-set., 2002, 2.
144
Ellen G. White, O Colportor evangelista, 88.
43
sempre quando houver interesse de mais literaturas ou quando estas visitas forem seguidas
de estudos bíblicos. Assim, o colportor pode encaminhar pessoas para a igreja, prestando
este tipo de atendimento aos seus clientes. “Quando o colportor visita as pessoas em seus
lares, muitas vezes terá oportunidade de ler partes da Bíblia ou dos livros que ensinam a
verdade. Quando ele descobre aqueles que estão buscando a verdade, pode realizar estudos
bíblicos com eles. Esses estudos bíblicos são justamente o que o povo necessita.”145
O apoio
anterior por movimentos históricos que fizeram uso da página impressa e tiveram
Fui instruída de que mesmo onde o povo ouve a mensagem do pregador vivo, o
colportor deve continuar sua obra em cooperação com o pastor; porque ainda
que o ministro apresente fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la
totalmente... As publicações farão muito maior obra iluminando e confirmando
pessoas na verdade do que a que pode ser cumprida unicamente pelo ministério
da Palavra. Os silenciosos mensageiros que são colocados nos lares pelo
trabalho do colportor fortalecerão o ministério evangélico em todo sentido;
porque o Espírito Santo impressionará a mente dos que lerem os livros, do
mesmo modo que o faz à mente dos que ouvem a pregação da Palavra. 146
Como este exemplo de integração pode ser usado atualmente? Sendo usado,
quais são os resultados que podem ser obtidos? Os exemplos citados abaixo responderão
145
Idem, Testemunhos para a igreja, vol. 6 (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2005), 324.
146
Ibid., 315-316.
44
estas perguntas.
semear, cultivar e colher”. Na primeira fase é organizada uma equipe de colportores para
os livros, os colportores inscrevem interessados nos cursos bíblicos que serão ministrados
nas visitas destes interessados a fim de que eles (os membros) prossigam com os estudos
bíblicos; na terceira fase, o pastor da igreja local realiza uma série evangelística e os
interessados que estão recebendo os estudos são convidados a comparecerem nas reuniões.
inscreveram 120 pessoas nos estudos bíblicos, destes 120, 70 continuaram estudando a
conferência foram batizadas 40 pessoas. Este resultado foi um esforço conjunto dos
colportor José Rafael Gomes, que iniciou o seu trabalho na cidade chamada Constanza,
uma cidade de cinco mil habitantes com nenhuma presença adventista. Gomez começou
vender os livros e reuniu um grupo de interessados para reuniões de estudos bíblicos. Como
resultado destes esforços foi estabelecida uma congregação de 35 pessoas, das quais 10
147
Eddie Canales, “Trabalhando em Cooperação com o Pastor”, O Colportor
Evangelista, out. – dez., 1995, 15.
45
inicialmente foram batizadas. O trabalho foi prosseguido por uma conferência realizada
realizada uma série evangelística em Nairobi, Quênia. Esta série começou a ser realizada no
dia 01 de Agosto de 1999, porém, quatro meses antes, um grupo de 215 colportores foi
designado para trabalhar no local, visitando e distribuindo literaturas para as pessoas que
seriam convidadas para a série. Como resultado deste trabalho, no dia 27 de Dezembro,
Outra série foi realizada na Uganda, África. Desta vez as palestras ocorreram
bíblico preparado especialmente para este evento. Além deste programa de visitação, os
colportores podiam expor os seus livros a cada noite após as reuniões. Deste trabalho,
o budismo, que totaliza 90% da população. Algumas tentativas de expansão foram feitas
148
Rubens S. Lessa, “Literatura abre portas na Republica Dominicana”, Revista
Adventista, maio, 1993, 30.
149
Ronald E. Appenzeller, “Campanha em Nairobi batiza mais de 3000!”, O
Colportor Evangelista, ab.-jun., 2000, 16.
150
Witson Mwamakamba, “Quando o povo de Deus se reúne”, O Colportor
Evangelista, jul.-set., 2001, 6-8.
46
pela sede da Igreja local, mas não houve possibilidades de prosseguir. Até que no mês de
Primeiramente foram escolhidos três membros da Igreja para serem líderes de colportagem,
uniu-se a estes o pastor da Igreja local, Hang Dara. Após o treinamento e a formação desta
liderança, foram recrutados e treinados mais outros membros que resultou na primeira
integrantes, e durante este período eles levaram ao batismo 49 pessoas, resultado direto da
colportagem. Além desses novos membros, 145 pessoas estão freqüentando a Igreja a cada
sábado. Agora, a Igreja Adventista de Phnom Penh está pequena para acomodar o número
O mesmo método foi usado pelo pastor Richard Elofer, pastor geral da Igreja
Adventista em Israel. Quando ele iniciou o seu trabalho naquela região, havia apenas 250
membros. Para fazer com que a Igreja crescesse, ele adicionou ao seu programa de
começou a vender com crescente êxito às diversas etnias espalhadas dentro do território de
Israel. E para atender o povo judeu com literatura hebraica, foram envidados esforços para
o início da primeira casa publicadora no país chamada Casa Publicadora Amor e Paz.
Como resultado, de 250 membros no seu início, a Igreja Adventista em Israel conta com
1500 membros, 30 igrejas e grupos que são liderados por 13 pastores. 152
151
Abraham J. Oberholster, “Uma Combinação vencedora no Camboja”, O
Colportor Evangelista, jul.-set., 2002, 14.
152
José L. Campos, “O Crescimento da Igreja em Israel: a conexão colportor
evangelista”, O Colportor Evangelista, out.-dez., 2003, 7.
47
de novas congregações em áreas ainda não penetradas. Para isto, os membros são
convidados a servirem como “Pioneiros da Missão Global”, cuja missão é servirem à Igreja
pelo menos durante um ano para abrirem uma nova congregação ou fortalecerem um
destes pioneiros adotam este método para começarem o trabalho nas áreas ainda não
qual atenderá as áreas onde ainda não foi estabelecida uma Igreja Adventista. 154
estabelece em uma cidade onde não há presença adventista, estes colportores trabalham
153
Michael Ryan, “Ministério da Colportagem e Missão Global”, O Colportor
Evangelista, jul.,-set., 1997, 10.
154
José L. Campos, “Reunião Mundial de Planejamento de Publicações da
Associação Geral: 19-23 de março de 2001, Silver Spring, Marland”, O Colportor
Evangelista, jul.-set., 2001, 13.
155
Carlos Puyol, “Pioneiros na Espanha”, O Colportor Evangelista, jul.-set.,
1993, 16-17.
48
missionária chamada Decisão. Esta revista fora lançada para o cumprimento do projeto da
Missão Global a fim “de um modo mais ágil e mais econômico alcançar todas as pessoas
experiência foi repetida com o lançamento de outra revista missionária intitulada Paz na
distribuição da revista. 159 Este exemplo é consoante ao que Ellen G. White escreveu da
cidade de Sorriso para iniciarem este trabalho. Além de visitarem as pessoas durante o dia e
resultado desta campanha, um número expressivo de livros foi entregue as diversas famílias
e 54 inscrições para cursos bíblicos foram passadas às mãos do pastor local, Roberto
Horta.162
é rebaixado de sua posição, pois ele segue o mesmo método de trabalho que era usado pelo
evangélica. 164
James Cress salienta que os pastores devem apoiar o trabalho dos colportores,
161
Ronald E. Appenzeller, “Carta ao Redator: o colportor evangelista sob a
perspectiva do observador”, O Colportor Evangelista, jan.-mar., 1997, 10.
162
Wilson Sarli, “Necessidades, desejos, problemas”, Revista Adventista,
março, 1997,35. Ver entrevista com o Pr. Paulo Korkischko no apêndice 2.
163
Ellen G. White, O Colportor evangelista, 47.
164
Idem, Testemunhos para a igreja, vol. 6, 321-322.
50
pois estes “servem como assistentes pastorais para tornar a igreja inteira eficiente”. 165
Appenzeller reforça esta idéia respondendo “que o pastor deve considerar o trabalho do
colportor como uma extensão de seu ministério; deve ver o colportor como seu assistente,
como alguém que está despertando o interesse das pessoas na mensagem”. 166
Cress também sugere algumas maneiras para que o ministro faça o trabalho do
colportor mais produtivo: o pastor pode recrutar pessoas qualificadas do seu distrito para a
colportagem; separar um tempo do seu trabalho para orar com o colportor; recomendar o
Conclusão parcial
colportor: o chamado, a missão e o apoio recíproco que deve haver entre ambos. No
chamado, tanto o pastor como o colportor recebem a mesma incumbência divina para o
também são exercidas pelo colportor. Este também visita as famílias em seus lares e prega
165
James Cress, “Eu Acredito no Ministério da Colportagem”, O Colportor
Evangelista, ab.-jun., 1996, 2-3. Cress é o Secretário Ministerial da Associação Geral e
neste artigo ele relata que “não gosta de começar uma série evangelística em uma cidade
sem que uma equipe de colportores passe ali antes de mim com literatura”, 2.
166
Ronald E. Appenzeller, “Obra de Publicações: desafios e metas”, Revista
Adventista, agosto, 1994, 5.
167
James Cress, O Colportor Evangelista, ab.-jun., 1996, 2-3.
51
através da literatura que distribui. E entre os dois ministérios existe um recíproco apoio no
trabalho, pois a pregação do pastor pode ser fortalecida com a participação do colportor na
distribuição de literatura.
mensagem; um, através da voz, o outro, através da página impressa. A mesma aprovação
Deus dispensa para ambos ministérios a fim de que cumpram a missão que lhes foi
168
Ellen G. White, O Colportor evangelista, 47.
169
Ibid., 97-98.
170
Almir Maroni, “Divisão Sul Americana: alimentando o rebanho”, O
Colportor Evangelista, jan.-set., 2005, 29.
CAPÍTULO III
No capítulo anterior, foi descrito a reciprocidade que pode haver entre o pastor
negativo, com base na experiência que os alunos de teologia obtêm no período estudantil
como colportores estudantes. Esta pesquisa foi aplicada no dia 24/05/06 e participaram 240
SIM
NÃO
94%
171
O curso de Teologia, segundo estudos administrativos patrocinados pela
União Central Brasileira dos Adventistas do Sétimo Dia, através de sua reitoria, será
transformado em Faculdade de Teologia. Levando em consideração essa perspectiva do
estabelecimento da Faculdade Adventista de Teologia, usaremos a sigla FAT para nos
referirmos ao curso de teologia. Veja no apêndice 1 o questionário aplicado para colher os
dados dessa pesquisa.
53
colportaram.
47% SIM
53% NÃO
participativo na FAT e determinante para que mais da metade dos alunos (53%) continuem
17% 2%
SIM
NÃO
NÃO RESP.
81%
decepção e 17% nunca passaram por este tipo de experiência, e os que optaram em não
pastoral.
22%
ADMINISTRATIVA
15%
75% FINANCEIRA
ESPIRITUAL
NÃO RESP.
43%
Nesta pergunta, os alunos puderam assinalar mais de uma opção. A opção com
mais porcentagem foi na área administrativa (75%). Em segundo lugar na área financeira
(43%). Em resposta a esta questão, 15% tiveram alguma decepção espiritual relacionada a
3%
SIM
NÃO
97%
Aqui se constata que 97% dos que responderam à pesquisa acreditam que a
escolheram como resposta, não. Isso significa que, mesmo ao passarem por alguma
55
A) Crescimento espiritual ( );
100% Crescimento
espiritual
80%
Relacionamento
60%
com as pessoas
40%
Melhor
20% administração da
0% vida
91% 94% 71%
mais assinalada foi a letra b (94%), em seguida a letra a (91%) e depois a letra c (71%).
melhor. Isto é indispensável para o pastor já que ele ocupa uma posição totalmente sociável
por trabalhar em contato contínuo e direto com as pessoas. Esperava-se que a posição
a fosse superior ou igualasse à posição b, mas se percebe um percentual quase igual entre
6) Você é favorável que no curso de teologia haja uma disciplina sobre o Ministério de
Publicações?
programa acadêmico do curso de teologia para que os alunos obtenham uma visão mais
ampla da filosofia teológica deste ministério. Desta vez, a pergunta foi dirigida para todos
os que responderam à pesquisa no total de 240 alunos (gráfico A), e depois dirigida aos que
já passaram por alguma decepção como colportores estudantes (gráfico B). A pergunta foi
dirigida aos dois grupos para certificar se a opinião era comum entre ambos independente
42% SIM
NÃO
56% NÃO RESP.
No gráfico A temos 56% que são favoráveis à inclusão desta disciplina, contra
42%
SIM
NÃO
58%
No gráfico B temos 58% favoráveis à inclusão desta disciplina, contra 42% não
favoráveis. Em ambos os gráficos nota-se que mais da metade dos estudantes de teologia
57
acadêmico do curso.
7) Em seu futuro ministério, com a autorização do campo, você colportará por algum
tempo?
43%
SIM
NÃO
57%
responderam sim foram 57% e os que optaram pelo não foram 43%.
que ele separará algum tempo do seu ministério para colportar. Embora ele possa apoiar a
colportagem e considerá-la necessária para o avançamento da obra, isto não indica que ele
venha incluí-la em seu programa de trabalho. Diante disso resolvemos comparar duas
A comparação foi feita nos seguintes gráficos usando os resultados obtidos das
perguntas 5 e 7:
58
100%
Sim
50% Não
0%
97% 3%
Gráfico 2. Pergunta 7. Em seu futuro ministério,
com a autorização do campo, você colportará
por lgum tempo?
60%
40% Sim
Não
20%
0%
57% 43%
perguntamos aos alunos se a colportagem contribui para a sua formação pastoral, 97%
ministério pastoral estes mesmos alunos separarão algum tempo para colportar tendo a
não.
59
Comparando estes resultados, nota-se uma diferença de 40% entre aqueles que
acreditam que a colportagem contribui para a sua formação pastoral (97% no gráfico 1) e
aqueles que no pastorado dedicarão algum tempo para a colportagem (57% no gráfico 2).
2). Estes 43 % representam os futuros pastores que em nenhum momento do seu ministério
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3
Destes 97%:
Esta comparação permite observar que um grupo destes alunos (40%) acredita
mesmo diante desta contribuição, este grupo não participará da colportagem quando forem
pastores. Isto suscita a seguinte pergunta. Se a colportagem é tão positiva para este grupo
no período estudantil, qual a razão para não incluí-la quando exercerem o pastorado?
Lembrando que todos esses dados são referentes àqueles que já vivenciaram
alguma decepção na colportagem, conclui-se que esta experiência negativa vai determinar
para que 43% dos atuais alunos de teologia não participem do Ministério de Publicações
40%
60%
colportagem e 40% que não se envolverão. Espera-se que estes últimos, mesmo não
querendo atuar por algum tempo como pastores/colportores, apóiem este ministério através
Conclusão parcial
da colportagem, mas para que esta participação seja bem representada os pastores devem
ser os primeiros a darem o exemplo. Este capítulo procurou averiguar nos estudantes de
A pesquisa revelou que dos 240 alunos entrevistados, 40% não se envolverão
com o Ministério de Publicações durante o seu pastorado. Perguntamos aos alunos se eles
entrevistados foi de 81%, esta porcentagem corresponde a 195 alunos dos 240 que
responderam à esta pergunta. Esta decepção é determinante para que 43% destes 195 alunos
que a sua igreja possui sem necessariamente usarem as publicações. Mas diante dos
exemplos que foram dados nos capítulos anteriores, a colportagem foi um método
objetiva alcançar estes dois alvos para as suas congregações, o porquê não fazer uso do
método da página impressa? O pastor não precisa necessariamente atuar como colportor,
mas espera-se que ele seja um defensor e promotor deste departamento em suas respectivas
congregações.
CAPÍTULO IV
continue cumprindo a sua missão evangelística e o pastor é uma das pessoas principais que
precisa apoiar este setor. Talvez ele não tenha o talento para colportar, mas é importante
que ele faça o uso das publicações em seu trabalho pastoral a fim de experimentar um
43% dos futuros pastores que hoje cursam a FAT não se envolverão com este ministério
por terem passado por alguma experiência negativa como colportores estudantes, e por isto,
missão adventista. Também propõe maneiras de como o pastor pode incluir o método da
disciplinas teóricas e práticas. Estas últimas os alunos podem exercer através de estágios
62
63
Mas para que o estudante de teologia adquira este devido preparo, Ellen G.
pesquisa demonstrada no capítulo anterior, 94% deles colportam e 97% acreditam que a
colportagem é fundamental para o seu preparo ministerial. Marroni completa dizendo que a
prepararão para o seu futuro trabalho. Geraldo Tostes cita oito lições essenciais que podem
lições podem habilitar o pastor “a encarar a vida com ousadia, tornando-se incapaz de
acovardar-se diante dos mais variados obstáculos.”.176 O Pr. Rodolpho Gorski confirma este
preparo, relatando que para ele a colportagem foi o fecho da preparação para o ministério,
172
Informação obtida pelo site www.unasp.edu.br/index-graduacao-gr015.html.
173
Ellen G. White, Obreiros evangélicos, 96.
174
Almir Marroni, “Tributo à educação e à colportagem”, Revista Adventista,
setembro, 2006, 20.
175
Geraldo Magela O.Tostes, “Uma escola chamada colportagem”, Revista
Adventista, janeiro, 2002, 10.
176
Ibid.
64
da psicologia.177 O Pr. Siegfried J. Schwantes, que também atuou como colportor estudante,
sugere que cada estudante de teologia deveria passar por esta experiência.178 Ele também
explica que “nem todos são talhados para a obra de colportor-evangelista, mas uma
experiência ainda que breve na colportagem devia continuar a ser um requisito para a
admissão pastoral.”179 Almir Marroni concorda com Schwantes, recomendando que seja
177
Rubens S. Lessa, “Colportagem: um estilo de vida”, Revista Adventista,
agosto, 1992, 31.
178
Siegfried J. Schwantes, Professor toda a vida (São Paulo, S. P.: Instituto
Adventista de Ensino, 1991), 22.
179
Ibid. Ver o testemunho do Pr. Malcon Gordon em Campos, “Por que ser um
colportor evangelista?”, O Colportor Evangelista, jan. - março, 2003, 13. Gordon, que no
ano de 2003 era presidente da Union Southern faz o seguinte relato: “Eu recebi meu título
do Mestrado em Divindade, mas os seis verãos que passei colportando fizeram mais pelo
meu ministério do que qualquer curso que eu tenha feito”. Verificar no apêndice 4 outro
testemunho de um pastor que também colportou quando foi estudante.
180
Almir Marroni, “O Desenvolvimento da Colportagem com Estudantes no
Brasil” em A Colportagem adventista no Brasil: uma breve história, ed. Alberto R. Timm,
111.
181
Organizações administrativas da IASD no continente asiático.
65
disciplina, o Seminário requer de cada aluno 350 horas de experiência na colportagem para
que seja graduado como pastor; na segunda fase, a disciplina é inclusa no currículo escolar
Mesmo que o estudante de teologia não tenha habilidade para colportar, estas
necessariamente atuando como colportor, mas motivando a sua igreja a fazer uso da página
impressa assim como ele pode usá-la em suas atividades pastorais. Assim, a Igreja estará
seguindo o exemplo dos valdenses que exigiam dos seus futuros pastores um período
diversas atividades que ele exerce? A seguir, seguem-se sugestões para esta integração.
trabalha um tempo limitado para querer atuar como colportor-evangelista. Ellen White
recomenda que pastores que tenham boas condições físicas possam se empenhar com
182
Howard Faigao, “Uma janela nas Divisões do Pacífico Asiático”, O
Colportor Evangelista, janeiro – março, 2002, 6-7.
183
Ibid. Ver entrevista no apêndice 5 com Pr. Emilson dos Reis.
184
Almir Marroni, “O Desenvolvimento da Colportagem com Estudantes no
Brasil”, em A Colportagem adventista no Brasil, 2000.
66
pastor estará estendendo o trabalho que ele já faz junto às suas igrejas. “O pastor-
exemplo, o pastor estará seguindo o modelo dos pioneiros adventistas, que mesmo como
pastores ainda atuavam na colportagem para fazerem com que a mensagem do advento
para alguns requisitos indispensáveis, entre estes está a preparação do local a ser
comunidade local. Um dos meios de comunicação que o pastor pode usar para a divulgação
atual da IASD.
equipe de colportores para trabalhar na região onde será feita a conferencia bíblica. Com
185
Ellen G. White, Testemunhos para a igreja, Vol. I, 688-689.
186
Ellen G. White, O Colportor evangelista, 47.
187
Ibid.
188
Samuel Eman Rodrigues. Evangelismo público no Brasil. Dissertação de
Mestrado (São Paulo, S.P.: Instituto Adventista de Ensino, 1984), 36-38. Eman apresenta
várias formas de propaganda impressa, folhetos, jornais, cartazes e revistas.
67
palestras que virão. Equipes fazendo assinaturas ou vendendo revistas avulsas também
público como em suas outras atividades pastorais. Em seu trabalho de visitação, o pastor
pode levar consigo pequenos livros, revistas ou folhetos para deixar nos lares dos
interessados. “Todos os nossos ministros devem sentir na liberdade de levar livros consigo
para dispor deles, aonde quer que vão. Aonde quer que o ministro vá, pode deixar um livro
O pastor também pode motivar a sua igreja a usar literatura para o evangelismo.
Esta foi uma das metas estabelecidas pelo Departamento de Publicações da Associação
na América do Sul adota um livro para esta finalidade, este programa é denominado
o desafio de levar cada membro a distribuir ao menos um livro por mês ou por ano. Se uma
189
Ibid., 186.
190
Ellen G. White, Testemunhos seletos, Vol. II, 540.
191
Rubens S. Lessa, ed., “Torrentes de Luz: líderes estabelecem planos de
grande alcance para a obra de publicações”, Revista Adventista, maio, 2001, 34. Alguns
objetivos estabelecidos neste Concílio foram “... levar todos os membros a se envolverem
na divulgação da mensagem impressa” e “Fortalecer o Ministério de Publicações em nível
de igreja local. Cada membro da igreja um evangelista com publicações”, 34-35.
68
Este plano ganhou força com o lançamento do livro do Pr. Alejandro Bullón,
futuro”, cinco meses após este lançamento, o livro já havia alcançado o número de 110.000
autor também foi lançado em 2001, intitulado, “Passaporte Para a Vida” que também foi
Conclusão parcial
pastor adventista subsídios de preparo e crescimento para que ele aplique-os em suas metas
192
Rubens S. Lessa; Rubem Scheffel; (eds.). “Finanças e Publicações: concílio
reúne 350 líderes sul-americanos para discutir planos financeiros e de colportagem”,
Revista Adventista, julho, 2002, 25. Ver Marco A. Pinho, “Colportagem Comunitária”,
Revista Adventista, setembro, 2002, 16. Ver também entrevista no apêndice 3.
193
Rubens S. Lessa, ed., “Juntar o Fermento à Massa”, Revista Adventista,
dezembro, 1998, 35.
194
Idem., “Novos livros para a colportagem são lançados”, Revista Adventista,
dezembro, 2001, 32.
23
Almir Marroni, “Mantendo viva a visão: há espaço para todos na obra de
publicações”, Revista Adventista, maio de 2006, 20. Só para o Brasil foram encomendados
500.000 exemplares do livro O Grande Conflito para serem distribuídos neste ano de 2006,
ver Michelson Borges “Folhas de Outono: Igreja vai distribuir meio milhão de livros O
Grande Conflito no Brasil”, Revista Adventista, outubro, 2005, 24.
69
considerarão a colportagem como um preparo para a obra pastoral, mas que compreenderão
Apocalipse 14:6-12.196 Para o cumprimento desta missão a Igreja faz uso de seus diversos
departamentos que atuam para alcançarem este objetivo missiológico. Entre estes
Resumo
Escrita”, observou como que a pregação foi acompanhada pelo uso da escrita no decorrer
da história. Alguns períodos foram considerados: (1) A pregação e o uso da escrita nos
Reforma Protestante; (4) A colportagem e o movimento adventista pré e pós 1844; e (5) A
bíblica. Também se observou três fatores que resultaram desta integração: (1) o
196
Informação obtida no site www.adventist.org/world_church/name_mission/index.html.en.
70
71
(2) a solidificação dos membros na doutrina; e a (3) união do grupo de crentes em torno de
Assim como o pastor, o colportor deve ter a convicção que foi chamado por Deus para
quando estiverem exercendo o pastorado. Com base na pesquisa realizada, se constatou que
dos 240 alunos que responderam a pesquisa, em média geral, 40% destes não se
envolverão. Isto é devido a alguma experiência negativa que eles vivenciaram quando
procurou mostrar como que o pastor pode fazer uso deste departamento no seu pastorado.
Para isto foram indicadas cinco maneiras, a começar pela Faculdade de Teologia: (1) que
72
esta integração entre pastor e colportor se inicie no curso teológico, onde o aluno
através da inclusão de uma disciplina voltada para o Ministério de Publicações; (2) o pastor
pode estar agendando com a administração regional da IASD alguns dias do ano para
colportar, desde que isto não atrapalhe o seu programa de trabalho; (3) pode solicitar uma
equipe de colportores para o ajudarem na realização de uma série evangelística; (4) que
leve literaturas para serem distribuídas em suas visitas pastorais; e (5) motive os membros
Conclusões
O presente estudo conclui que o pastor adventista do sétimo dia deve seguir o
modelo dos evangelistas pioneiros e atuais que fizeram uso da página impressa a fim de
colportagem precisa ser iniciada já no curso de teologia, no qual, de uma forma teórica e
Certamente, esta atividade não está restrita apenas ao pastor, mas os membros
de suas igrejas também devem ser motivados a incluírem as publicações em suas atividades
missionárias. Isto demonstra que a colportagem não é a única “ferramenta” que a igreja e o
departamentos que também devem ser usados e trabalhados de uma forma integral. Assim,
se reconhece que nenhum departamento é mais importante do que o outro, mas pelos
73
exemplos históricos e atuais apresentados neste estudo nota-se que o uso da página
impressa se caracteriza como uma força propulsora para a difusão da mensagem bíblica.
Igreja. Percebe que o seu campo de atuação não é só evangelizar as pessoas que não
membros do distrito regional no qual congrega, especificamente para a sua igreja na qual é
ministério.
Sugestões
O presente estudo focalizou apenas a integração que pode haver entre o pastor
portanto, que sejam feitas pesquisas em outras áreas relacionadas ao mesmo tema, que são:
(1) o perfil do colportor evangelista para que corresponda à altura da sua missão; (2) um
estudo sobre a colportagem estudantil promovida dentro dos internatos adventistas; e (3)
verificar o índice de membros da IASD no Brasil (ou em alguma região específica do país)
Pesquisa de campo
74
APÊNDICE 2
Pr. Korkischko. Não. Esta expressão “ocupa uma posição igual a do pastor
relacionada ao respeito e reconhecimento que a Igreja e os demais obreiros devam ter para
Sacerdote que era da tribo de Levi e que era sustentado pelos dízimos (assalariado) e o
Profeta que era chamado por Deus dentre o povo e cuja sustentação devia-se mais ao
habilidades pessoais (não assalariado). Hoje convivemos com a existência dos Pastores e
75
76
Pr. Korkischko. As causas podem ser várias, entre elas, o fato de que grande
parte dos membros da Igreja que se candidatam à colportagem são aqueles que tiveram
poucas oportunidades para o preparo acadêmico (ver pág. 27 – 2º parágr. do O Colp. Ev.).
Outras vezes, esta falta de valorização está atrelada ao nível de vida financeira que um
colportor vive até se desenvolver em seu trabalho; outra situação pode ser a de alguém que
se dispõe a realizar o trabalho, mas não se qualifica e nem faz o devido esforço para
bem como sua própria família, e às vezes até mesmo a Obra de Publicações.
4) O que o pastor e a Igreja podem fazer para que esta situação seja
revertida?
fazer muito no sentido de enaltecer a colportagem pregando sobre ela e valorizando com
ambos se completam.
77
5) O colportor tem alguma culpa por esta situação? O que ele mesmo deve
representar bem a sua classe de obreiros e sempre um mau exemplo acabará sendo a
primeira impressão que muitos estarão recebendo. Essa imagem negativa acaba sendo
espalhada para outros e cria-se uma antipatia não justificada à colportagem, obra esta que
de serviço dos pastores. De que maneira o pastor pode integrar a colportagem ao seu
trabalho? Quais são os benefícios que ele recebe com esta integração?
Pr. Korkischko. O pastor pode envolver a colportagem em seu trabalho não com
tendo com o “Grande Conflito”. Este programa é semelhante àquele que já tivemos com o
aplicá-las.
78
Juntos abrimos a região fazendo contato nas escolas, autoridades, prefeitura e outros.
Programamos com a igreja uma semana de oração na qual cada pastor presente dirigia uma
em outros campos?
prejudicar o seu trabalho, como por exemplo: Diretor da Escola Sabatina, Promotor de
10) A igreja a qual o colportor “pastoreia” são os seus clientes. Como que
ele pode cumprir a sua missão em atender estes clientes assim como o pastor cuida de
seus membros?
com uma igreja ou pastor. O colportor poderá e deverá sentir-se um pastor dando toda
assistência espiritual que seus clientes necessitam. Orar com eles e por eles; visitá-los
regularmente, não só para vender. Essa é na verdade a sua igreja e seu território de trabalho,
Entrevista respondia por e-mail pelo Pr. Marco Aurélio de Pinho, diretor de
escreveu sobra a Colportagem Comunitária. Explique este projeto e como está sendo
Este projeto é a igreja distribuindo literatura. Ellen White escreveu que a igreja
tem uma arma poderosa para o evangelismo que é a distribuição de nossa literatura.
projeto?
igreja na UCB, neste ano, distribuiu mais de 100.000 G.C. Fico imaginando quantas
Colportagem Comunitária?
80
81
evangelizar com literatura e muitos são alcançados pela mensagem que de outra forma não
seria possível.
missionário para aquele ano. O pastor distrital pode procurar o diretor de colportagem do
publicações devotarão mais tempo à essa obra”. Segundo esta declaração, o que pode
ser feito para que os membros dêem mais atenção à distribuição de literatura?
nossos irmãos para evangelizarem com literatura. O convite deve ser acompanhado de
motivação espiritual.
do mês para distribuírem folhetos. Como esta atividade pode ser estruturada para
Eu creio que essa distribuição deveria ser mais direcionada. Teria que ter um
propósito mais objetivo. Distribuir um folheto a uma pessoa e convida-la para uma
82
envolvam com a distribuição de literatura (TS vol. II, 540). Existe um plano para que
Sim, existe. Este projeto pode ter mais resultado quando o pastor se envolve. Na
igreja tudo passa pelas mãos do pastor, ele é o líder. Quando ele “pega o boi pelo chifre”
Posso dizer sem medo de errar: se não fosse a colportagem eu não seria hoje um
pastor. Tudo começou quando eu seguia a carreira militar. Cheguei a ser cabo e logo seria
uma pneumonia que me levou a ficar internado por três semanas no hospital militar de
Porto Alegre. Foi aí que recebi a visita de um pastor distrital, (Natanael Morais) que me
desafiou a mudar de exército. Ele me mostrou que eu poderia ser um pastor. Aceitei o
Sou oriundo de família pobre e meu pai já havia falecido. Os recursos eram
escassos. Foi então que conheci a colportagem. Fui para o campo pela primeira vez em
1983, e nunca mais parei. Era tão bom colportar que me satisfazia em ser um colportor
efetivo. No entanto conheci uma moça por nome Isaura, que hoje é minha esposa. Ela me
meu primeiro filho, quando cursava o terceiro ano, não me desequilibrou financeiramente.
Recordo-me que ao findar o período letivo, contava as horas para sair a colportar. Pela
83
84
graça de Deus, nunca fiquei sem alcançar meus alvos, ao contrário, sempre os superava.
completamente a casa, comprar livros teológicos etc. Jamais fiz outra atividade a não ser
Antes de colportar, era um moço muito tímido, não sabia falar em público,
minha formação. Além disso, minha espiritualidade cresceu muito, passei por muitas
experiências em que pude ver a mão de Deus atuando diretamente em minha vida.
Ao longo de meu ministério, percebo que os melhores pastores são os que colportaram
quando ainda estudantes. Estes pastores são intrépidos, corajosos e seus projetos
normalmente alcançam êxito. Para mim não foi diferente. Ainda hoje, utilizo as mesmas
Depois de formado, no ano de 1989, recebi três chamados, aceitei ser diretor
associado de publicações na ARJ, onde comecei meu ministério. De lá para cá, já trabalhei
em quatro campos, duas uniões e agora na CPB. Sempre envolvido diretamente na tarefa de
distribuir literatura. Se tivesse que escolher de novo, faria exatamente da mesma maneira,
pois penso que o Senhor tem dirigido meu ministério até aqui, e espero fazer isto até que
Jesus Volte.
APÊNDICE 5
Publicações no curso de Teologia. Esta entrevista foi respondida por e-mail no dia 29/11/06
pelo Pr. Emilson dos Reis que é secretário acadêmico do curso de Teologia do UNASP-EC.
de Publicações. A resposta revelou que mais da metade (56%) do grupo são favoráveis
a esta idéia. Considerando esta porcentagem, é possível que tal disciplina seja
implantada?
que o Salt não tem condição de oferecer tudo que se julga relevante para o ministério.
Algumas atividades ou temas que não foram contemplados na matriz curricular são
recentemente havia um curso ministrado aos novatos na semana anterior ao inicio do ano
letivo. Todavia, muitos, por estarem colportando, acabavam não assistindo. Nossa matriz
85
86
Pr. Emilson: É muito importante que aquele que inicia uma atividade receba
Pr. Emilson: Sim. Mas a teoria pode ser dada em outra circunstância que não
Pr. Emilson: Colportei durante quinze férias consecutivas, desde que eu tinha
catorze anos até logo após a formatura. Basicamente, a colportagem me ajudou a ter uma
experiência mais íntima com Deus, a confiar plenamente nEle e a me relacionar melhor
apreço para com este ministério, ele pode apoiar a colportagem distribuindo
literaturas ou motivando os seus membros para isto. Mas a pesquisa revelou que 40%
dos alunos de teologia não participarão da colportagem quando forem pastores por
terem passado por alguma experiência negativa na colportagem estudantil. Com base
87
nestes dados, o que pode ser feito para reverter este quadro e conseguir maior
tenho uma sugestão especifica com o que fazer com estes 40%, mas podemos mudar o
quadro em relação aos pastores do futuro, aqueles que ainda estão no processo de formação
pastoral.
6) Quando o estudante de teologia sai para colportar, o que ele deve fazer
para manter o senso missionário que deve caracterizá-lo como futuro pastor da
IASD?
mas como uma valiosa oportunidade de preparar-se para o ministério pastoral e de alcançar
__________. Curso básico para colportores. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997.
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Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre de 2007
www.unasp.edu.br/kerygma
p.51
Gilberto Messias
Bacharel em Teologia pelo Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP
TCC apresentado em novembro de 2006
Orientador: Natanael Bernardo Moraes, DTP
gilberto_messias@hotmail.com
www.unasp.edu.br/kerygma/monografia5.03.asp 51
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Campus Engenheiro Coelho
Curso de Teologia
à Obtenção da Graduação no
Bacharelado em Teologia
Por
Gilberto Messias
Novembro de 2006
“COLMÉIA” VIVA DE CRISTIANISMO PRÁTICO
Por
Gilberto Messias
COMISSÃO DE APROVAÇÃO
__________________________________ __________________________________
Natanael de Moraes Avaliação
Orientador
__________________________________ _________________________________
Emilson dos Reis Data da Aprovação
Leitor
__________________________________
Amim A. Rodor
Diretor do Curso de Teologia
1
INTRODUÇÃO
De fato a igreja Adventista do Sétimo Dia tem cumprido sua missão em anuncia o
nome de Jesus Cristo ao redor do mundo. Prova disso esta no fato de vê-la presente em 202
países ao redor do mundo e seu crescimento médio é de 500.000 novos membros a cada
ano. 2 Porém a questão é a seguinte, será que esse crescimento não poderia ser maior?
Segundo Alberto R. Timm, uma pesquisa foi realizada recentemente e comprova que a
IASD não experimenta um crescimento maior por que a média de envolvimento de seus
membros não ultrapassa a casa dos 20%. 3 Esta estatística revela que na Igreja Adventista
do Sétimo Dia, uma minoria esta sobrecarregada com as diversas tarefas a serem realizadas,
1
Portal Adventista, “Declaração de Missão”, pesquisa realizada na internet, no
site http://www.igrejaadventista.org.br/sobreadventistas.asp, no dia 12 de Novembro de
2006.
2
Conferência Geral, “Estatísticas mundial da igreja”, pesquisa realizada na
internet, no site http://www.adventiststatistics.org/view_Summary.asp?FieldAbr=GC, no
dia 12 de Novembro de 2006.
3
Alberto R. Timm, “Podemos ainda ser Considerados uma Igreja Missionária”
Revista Adventista, Fevereiro de 2002, 8-10.
2
ministérios em que ela pode atuar no cumprimento de sua missão. Este trabalho se propõe
estudar um projeto que venha somar com o cumprimento da missão da Igreja Adventista do
Sétimo Dia.
Definição do Problema
(IASD), uma pequena parcela dos membros se envolve nas atividades desenvolvidas pela
igreja, apenas alguns estão voltados para a sociedade (Clube de Desbravadores, Clube dos
pessoas e depois de atendê-las, dizia, “Segue-me”. Uma vez que esta também é a missão da
igreja, ter tantos departamentos voltados para os que já são membros não a estaria
crescimento? Também não seria este motivo que leva tantos membros da igreja a adotar um
Propósito do Estudo
mencionados pelos apóstolos Paulo e Pedro bem como suas implicações no contexto
Osasco, estado de São Paulo onde o Pr. Élcio Magalhães, responsável por este distrito, está
O presente estudo não tem como objetivo dizer que o atual sistema evangelistico
da IASD é ultrapassado e sem valor. Pelo contrário, o objetivo é oferecer a igreja, mais uma
opção evangelística para que a mesma continue sua missão de proclamação, assim como
Cristo ordenou em Mateus 28:19. Por fim, uma analise será realizada da implantação deste
projeto com o objetivo elaborar uma sugestão para a IASD na área de crescimento de
igreja.
Efetua-se uma breve análise de alguns textos bíblicos, do Novo Testamento, que
1
Ellen G. White, Beneficência social (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
ano), 112. Nesta obra a Sra. White relata que na IASD de São Francisco nos EUA, por
volta dos anos 1900 desenvolveu um trabalho missionário voltado à sociedade, e muitos
dos membros estavam envolvidos nestes projetos, por isso, a expressão “Colméia”,
posteriormente este fato tornou-se conhecido como “Colméia de São Francisco”.
2
As sete igrejas e o único grupo do distrito estão envolvidos na implantação do
projeto que esta sub-dividido em três áreas de atuação: projetos sociais, projetos de saúde e
projetos evangelísticos.
4
12:3-8; 1 Coríntios 12; Efésios 4:7-11 e 1 Pedro 4:7-11. Embora haja outros textos que
Por sua vez, Ellen G. White apresenta em seus escritos, várias sugestões de
métodos a serem aplicados para o crescimento de igreja, 1 todavia o presente trabalho fica
Metodologia
Na primeira parte deste trabalho, que esta dividido em cinco passos, analisa-se os
dons espirituais mencionados nos escritos dos apóstolos Paulo e Pedro. Primeiro, será
aprecia-se as definições que alguns escritores modernos fazem dos dons espirituais
mencionados pelos apóstolos Paulo e Pedro encontrados em Romanos 12, 1 Coríntios 12,
Efésios 4 e 1 Pedro 4. Quarto, analisa-se a relação que existe entre a Trindade e os dons
espirituais. E no quinto e ultimo passo faz-se uma análise do “dom de Cristo” mencionado
em Efésios 4:7.
1
Ellen G. White, Atos dos apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1999), 50, 88 e 274; Administração eficaz (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002),
35-36; Este dia com Deus, Meditação matinal (Santo André, SP: Casa Publicadora
Brasileira 1980), 301 e A maravilhosa graça de Deus, Meditação matinal (Santo André,
SP: Casa Publicadora Brasileira, 1974), 61.
5
De igual forma, a segunda parte deste trabalho também está dividida em quatro
estudo sobre a implantação da 17° doutrina da IASD. No segundo, uma comparação entre a
livro Beneficência Social. E, por fim, no quarto passo analisa-se a ligação entre o projeto,
Pressuposições
primeiro a Bíblia é a Palavra de Deus, única fonte de conduta para os seres humanos.
Segundo Ellen G. White foi uma profetiza inspirada por Deus. Suas visões e seus
escritos estão de acordo com a Bíblia e servem para orientar em tema relevantes para
o crescimento da igreja.
Resumo do Estudo
Este trabalho esta dividido em três capítulos. No primeiro, faz-se uma analise
Cristianismo Prático”.
6
apóstolo Paulo as instruções sobre os dons espirituais; um estudo das palavras “dom”,
Co 12, Ef 4 e I Pe 4; uma definição dos dons mencionados por Paulo; a trindade e os dons
espirituais.
IASD; a IASD e os dons espirituais; um breve estudo sobre a sistematização das doutrinas
Rodrigues; a descrição dos projetos; a Colméia na Igreja de Vila Yara; os sete pilares da
uma avaliação dos organizadores e por fim, segue uma sugestão do escritor, um projeto
intitulado, “Família Feliz” que juntamente com os demais projetos da área social,
CAPÍTULO I
Os dons espirituais dados aos homens são usados por Deus a fim de fazer Sua
igreja crescer. Nota-se no Novo Testamento, que os dons espirituais tiveram um papel
apóstolos Paulo e Pedro orientando algumas igrejas com o fim de ajudá-las neste
período. O apóstolo Paulo diz, “A respeito dos dons espirituais, não quero irmão, que
real significado dos dons, dos ministérios espirituais e o contexto em que eles foram
aplicados.
carta a igreja de Corinto as informações sobre os dons espirituais faz-se uma breve
análise do contexto em que esta igreja estava envolvida ao receber do apóstolo estas
instruções.
Com o auxílio do casal Áquila e Priscila, Paulo iniciou seu trabalho junto àquela igreja
com intensidade. Mas, como ocorrera em outros lugares por onde o apóstolo havia
Mas, mesmo diante dos perigos, o apóstolo permaneceu naquela cidade o tempo
suficiente para ali fundar uma das mais relevantes igrejas do primeiro século. 1
outros problemas, tornaram-se rotina nesta igreja. Outro problema detectado entre os
crentes de Corinto, foi o abuso feito por eles, dos dons espirituais, criando desordem no
culto da igreja. Por esses motivos, o apóstolo sentiu-se impulsionado a enviar uma
por sua vez, este termo é aplicado somente nos versículos 4, 9, 28, 30 e 31 do mesmo
capítulo. Esse termo também é traduzido por dom em Romanos 1:11; 6:23; 11:29; 12:6;
1, o termo grego usado por Paulo para se referir à palavra dom é pneûmaticos, que trás o
carisma que significa “dom”, “graça”. 5 O termo karismata tornou-se uma espécie de
1
Russell N. Champlin, O Novo Testamento interpretado (ATI), (São Paulo:
Editora Hagnos, 2002), 4:2.
2
Ellen G. White, Paulo o apóstolo da fé e da coragem, Tercio Sarli Ed. (São
Paulo, Certeza Editora, 2004), 155-171.
3
Champlin ATI, 4:189.
4
Analytical Greek Lexicon (Peabody, MA: Hendrickson Publishers), 435, ver
“Karismata”.
5
Carlo Rusconi, Dicionário do grego do Novo Testamento (São Paulo: Paulus,
2005), 492.
9
termo técnico para referir-se a dons espirituais. A raiz básica deste vocábulo é a palavra
O apóstolo Paulo faz uso do termo grego pneûmatico, que tem o sentido de
pneumaticon deriva do substantivo pnûma que significa sopro, hálito, vento, mas que
Outra palavra usada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12:5 e relevante para a
“dom espiritual” é um poder que inspira e leva o homem a realizar uma ação, um favor
“Um dom espiritual não pode ser confundido com um dom natural. Um dom
natural é uma capacidade dada por Deus para fazer bem alguma coisa, por exemplo:
tocar algum instrumento musical, saber operar um computador, ser um bom orador, um
médico, um engenheiro, etc. Já um dom espiritual é uma capacidade dada por Deus,
1
Analytical Greek Lexicon, 433, ver “Kairo”.
2
Champlin, ATI, 4:189.
3
Rusconi, 379.
4
Ibid., 124.
10
para que se possa realizar bem uma tarefa, mas que tenha um significado espiritual e
Os Dons Espirituais
assunto, os apóstolos fornecem uma lista contendo os dons em uso na igreja primitiva,
porém, cumpre destacar que nessas oportunidades, os apóstolos falam aos crentes que
traça um paralelo entre o corpo humano e a igreja, a quem ele se refere como corpo de
Cristo. Calvino certa vez disse, “nenhum membro do corpo de Cristo recebe tal
perfeição que torne apto a suprir suas próprias necessidades, sem assistência dos
outros”. 2
ministério e governo.
1
Emilson dos Reis, “Dons Espirituais”, Revista Adventista, Janeiro de 2004,
12.
2
Francis Foulkes, Efésios introdução e comentários – Série Cultura Bíblica, 2°
Edição (São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa
Editora Mundo Cristão, 1983), 95.
11
para que essas possam ministrar palavras de consolo, encorajamento, ânimo e conselho
adquiridos podem ser aplicados da melhor forma a determinadas situações críticas que
coletar, analisar e formular informações e idéias que são relevantes para o bem estar e o
crescimento da igreja. 3
e vencer os obstáculos. 4
Deus capacita a ser intermediário por meio de quem Deus restaura a saúde de pessoas
1
C. Peter Wagner, Descubra seus dons espirituais (São Paulo: Editora Abba
Press, 1995), 154.
2
Christian A. Schwarz, O Teste dos seus dons, Série: O Desenvolvimento
Natural da Igreja (Curitiba,PR: Editora Evangélica Esperança, 1997), 128.
3
Schwarz, 86.
4
Elias G. Gomes, Movimentacion laica (São Paulo: Instituto Adventista de
Ensino, 1995), 47.
5
Wagner, 263.
12
capacita a servir como instrumentos, por meio dos quais Ele age poderosamente e de
receber diretamente, por meio do Espírito Santo, uma mensagem e transmiti-la Ao seu
povo. 2
para compartilhar as boas novas do evangelho a não cristãos, de forma que essas
Pastor é uma habilidade oferecida por Deus a algumas pessoas para que essas
grupo de crentes. 4
Variedade de línguas é uma concessão dada pelo Espírito Santo a alguém para
que este, em tempo oportuno, fale em outra língua (idioma) com o fim de comunicar-se
1
Schwarz, 130.
2
Ibid., 122.
3
Wagner, 173.
4
Ibid., 143.
5
Schwarz,126.
6
“Fourteenth Year” [I Co 14:2], Seventh-day Adventist Bible Dicionary,
(SDABC) ed. Francis D. Nichol (Hagerstown, MD: Review And Hehald, 1946), 6:789-
791.
13
a algumas pessoas para que estas possam interpretar o que esta sendo dito, por alguém
base na sua autoridade espiritual, a serem reconhecidos de forma voluntária por diversas
palavra “didática”. O dom de ensinar, ou de mestre, abrange uma arte em transmitir uma
compaixão e ternura. 4
proistemi, no sentido de estar à frente, presidir, estar sobre, governar. Já, a segunda é
1
Wilson H. Endruveit, Movimento carismático (Petrópolis,RJ: Instituto
Petropolitano Adventista de Ensino, 1976), 35.
2
Schwarz, 74.
3
João A. de Souza Filho, Dons espirituais – O poder de Deus em você (Belo
Horizonte, MG: Editora Atos, 1999), 87.
4
David Kornfield, Desenvolvimento, dons espirituais e equipes de ministério,
(São Paulo: Editora Sepal, 1998), 159.
5
Souza Filho, 96.
14
versículos, nota-se uma espécie de sumário do que o capítulo inteiro haverá de dizer. Há
uma unidade essencial que envolve todos os dons espirituais, isso pelo fato de os dons
provirem de uma mesma fonte. 2 Isso é tão importante que todos os membros da
O Espírito Santo distribui os dons conforme Lhe aprouver, dando a cada pessoa
um ou mais dons com o fim de que estes possam ser utilizados para o desenvolvimento
da igreja. Jesus Cristo, por sua vez, oferece uma diversidade de ministérios, são áreas
especificas onde cada pessoa pode desenvolver seu dom, por exemplo, a habilidade de
espíritos, fé, curas, socorros e milagres. 4 E por ultimo, Deus, o pai, exerce o papel de
capacitador dando as pessoas o poder para realizar as tarefas especificas de cada dom e
O Dom de Cristo
1
Schwarz, As 3 Cores dos Seus Dons (Curitiba, PR: Editora Evangélica
Esperança, 2003), 15.
2
Champlin, ATI, 4:191.
3
Reis, 12.
4
Gomez, 46-48.
15
68:18, que diz: “Quando Ele subiu as alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dom
dons que receberam imerecidamente, e isso consiste em um privilégio, ser chamado por
Deus a realizar algum serviço e ao ser capacitado com um dom, 2 recebe uma graça
dom, por excelência, de Cristo dado de graça aos homens é o Espírito Santo. 4 Essa idéia
se confirma ao levar-se em conta os seguintes textos: João 14:26, 15:26 e 16:13-14, pois
esses textos afirmam que o Espírito Santo tem como função glorificar e testemunhar de
Jesus, guiar os fiéis em toda a verdade e os fazer lembrar das palavras de Jesus. Logo, o
dom de Cristo é o Espírito Santo dado aos homens para distribuir os dons espirituais a
O público para quem o apóstolo remete sua carta é um povo que está passando
por diversos problemas. Prova disso é que em todo o capítulo quatro do livro de 1
Pedro, o apóstolo procura motivar seu auditório para que este não desanime diante das
1
Foulkes, 95.
2
John R.W . Stott, A mensagem de Efésios (São Paulo: Abu Editora, 1994),
111.
3
Franscis W. Beare, “Exposition of the book of Ephesians” Interpreter´s Bible
(IB), (New York: Abingdon Press, 1953), 10:687-688; e Andrew T. Lincoln, Ephesians,
Word Biblical Commentary (Dallas,TX, Word Books, 1957), 42:241-242.
4
Clifton J. Allen, “Efesios”, Comentário bíblico Broadman (CBB), (RJ: Junta
de Educação Religiosa e Publicações, 1990), 11:192.
16
dificuldades. 1 É neste ambiente que Pedro fala acerca do amor intenso que um deve ter
alguns dons: hospitalidade, serviço e fala. A hospitalidade tem a ver com a habilidade
de manter a casa aberta e estar pronto, a receber de forma calorosa, pessoas que
analisados, pois são uma repetição dos dons já mencionados pelo apostolo Paulo.
que Ele concede, pois ao colocar o dom em prática pode-se ajudar a alguém, isso
que a igreja tem de descobrir seus dons espirituais. A parábola dos talentos revela que
prol da segunda vinda de Cristo. Logo essa parábola nos ensina que todos recebem pelo
menos um dom, um dom é valioso e os que não usam seus dons, podem ficar sem eles. 5
1
Allen , CBB, 12:197.
2
W. Wilbert Welch, Primeira epístola de Pedro (São Paulo: Imprensa Batista
Regular, 1978), 76.
3
Schwarz, 92.
4
Wayne A. Grudem, The First Epistle of Peter (Michigan, Willian B.
Eesdmans Publishing Company, 1998), 174-175.
5
Russell Burril, Revolução na Igreja (Almargem do Bispo, Portugal:
Publicadora Atlântico S.A., 1999), 65-74.
17
Resumo e Conclusão
foi à queda da espiritualidade e os constantes abusos cometidos com o uso indevido dos
dons espirituais. Com esta exortação, queria o apóstolo persuadir os irmãos desta igreja
com eles. Ao unir o sentido original das palavras dom, espiritual e ministério, chega-se
mencionados por Paulo que estavam em vigor nas igrejas de Roma, Corinto e Éfeso.
Foi, também, a correta aplicação destes dons que permitiu a sobrevivência dessas igrejas
os dons espirituais são uma ferramenta importante para se alcançar sem muitos
12:4 que é o Espírito Santo quem distribui os dons espirituais, mas, Efésios 4:7 afirma
que Cristo tinha um dom e Salmo 68:18 diz que Cristo concede dons aos homens.
Então, pode-se dizer que Allen, não esta equivocado ao dizer que o dom de Cristo é o
Espírito Santo. Essa idéia se confirma ao levar-se em conta os seguintes textos: João
14:26, 15:26 e 16:13-14. Esses textos afirmam que o Espírito Santo tem como função
glorificar e testemunhar de Jesus, guiar os fiéis em toda a verdade e os fazer lembrar das
palavras de Jesus. Logo o dom de Cristo é o Espírito Santo dado aos homens para
O apóstolo Pedro, por sua vez, escreve para encorajar cristãos perseguidos e
sobre o dom da hospitalidade, serviço e fala, Pedro estimula aos cristãos a se ajudarem
mutuamente.
Tanto Paulo como Pedro escreveram para um auditório que estava passando
por problemas. Entre as orientações transmitidas pelos apóstolos, estava a questão dos
dons espirituais, isso demonstra que a correta aplicação dos dons espirituais na igreja
Paulo deixa claro, que este tema é importante e deve ser considerado com atenção não
CAPÍTULO II
mensagem dos três anjos (Ap 14:6-12). Levando as pessoas a aceitar a Jesus como salvador
pessoal e unirem-se à Sua igreja. Esta é uma mensagem universal, a ser apresentada a “cada
nação, tribo, língua e povo”. Mas sem a devida organização, a IASD jamais alcançaria seus
objetivos. Segundo a Sra. White “o aumentando o nosso numero, tornou-se evidente que
sem alguma forma de organização, haveria grande confusão, e a obra não seria levada
A cidade de Corinto era uma das maiores cidades do mundo romano, estava
estrategicamente bem posicionada e era uma cidade com um alto fluxo internacional. Para a
igreja, isso não era positivo, pois sofria diversas influências negativas.
após o afastamento do apóstolo Paulo. Brigas internas, vícios, falsos mestres, tornaram-se
rotina nesta igreja. Outro problema detectado entre os crentes de Corinto foi o abuso dos
1
Ellen G.White, Testemunhos para ministros (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1993), 26.
20
dons espirituais, criando desordem no culto da igreja. Por esses motivos, o apóstolo sentiu-
se impulsionado a enviar uma correspondência a esta igreja onde trata, entre outros
concedidos pelo Espírito para a edificação daquela igreja. Porém, as disputas internas
prejudicaram o bom desenvolvimento da obra de Deus naquele local. Por isso, o apóstolo
Paulo se sentiu tocado a escrever e enviar aquela igreja algumas orientações quanto ao uso
primeiro século. Até os dias atuais, cerca de dois mil se passaram e o cenário que se vê, não
é muito diferente, igrejas cristã estão espalhadas por muitos lugares e nome de Cristo tem
sido anunciado a muitas pessoas. A IASD, mesmo com constantes os desafios que se
apresentam, a cerca de 160 tem se empenhado em anunciar a Cristo e sua breve volta.
Millerita da década de 1840. Hoje está presente em quase todas as nações do globo. O
termo “adventista” refere-se à crença no advento, ou seja, a segunda vinda de Jesus a terra e
o termo “sétimo dia” é uma referência à crença de que o Sábado é o dia da semana que
A IASD se concentrou na América do Norte até 1874, quando J.N. Andrews foi
enviado oficialmente para a Suíça como o primeiro missionário além-mar. A África teve
1
White, Paulo o apóstolo da fé e da coragem, 155-171.
21
saúde. Segundo estudo da City University of New York, nos Estados Unidos à
668.000 a 724.000. 1
IASD, primeiro porque aproximadamente dois mil anos as separam, segundo porque a
igreja de Corinto era uma igreja local e não mundial como a IASD. Talvez a semelhança
entre essas duas igrejas, esteja no fato de ambas terem sido comissionadas a “ensinar e
[João] o último dos apóstolos. A IASD não aceita este ponto de vista. Na verdade a ela se
1
Barry A. Kosmin, Egon Mayer e Ariela Keysar, American Religious
Identification Survey ( New York, The Graduate Center of the City University of New
York, 2001), 12
2
Wikipédia a enciclopédia livre, “Igreja Adventista do Sétimo Dia”, pesquisa
realizada na internet, no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Adventista_do_ S%C3%
A9timo_Dia, no dia 30 de Agosto de 2006.
3
Conferencia Geral, http://www.adventiststatistics.org/view_ Summary. asp?
FieldAbr=GC, 12/11/2006.
22
coloca como uma das defensoras da idéia de que os dons estão em vigor até hoje e também
entende que o conteúdo de Joel 2:28 que diz: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu
Espírito sobre toda carne; vossos folhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos
sonharão, e vossos jovens terão visões”, refere-se à distribuição dos dons espirituais,
inclusive o dom de profecia, também se aplica aos últimos dias da história da humanidade. 1
As ultimas palavras de Jesus antes de partir, foram: “Ide, portanto, fazei discípulos
promessa do Pai. “Mas, recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins
da terra” (At 1:4-8). Após terem sidos batizados pelo Espírito Santo os discípulos
A IASD compreende que seu dever não é diferente ao dos discípulos, pois a
ordem de Jesus, “ide, pregai e batizai”, se aplica a ela também. Porém, para cumprir tal
missão, a IASD crê que Deus concedeu dons espirituais, para que cada membro empregue
em algum ministério para o bem comum da igreja. Sendo distribuídos pelo Espírito Santo,
os dons provêem as aptidões e ministérios necessários para que a igreja tenha condições de
cumprir sua missão. Quando os membros do corpo de Cristo utilizam corretamente esses
1
James Zackrison, “Dons espirituais – chave para o ministério”, Lição da Escola
Sabatina, Janeiro-Março de 1997), Lição 3; Pág. 4.
2
Nisto cremos (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1995), 4.
23
amor. 1
dons mencionados pelos apóstolos Paulo e Pedro e já analisados no primeiro capítulo deste
trabalho. Os outros doze dons mencionados por Wagner são: administração, contribuição,
organização e missionário. 2
O fato de não se encontrar na Bíblia, menção direta a esses dons, não significa que
eles não existiram, pelo contrario, ao se estudar a vida de alguns personagens bíblicos, fica
evidente uso de alguns desses dons, principalmente o Novo Testamento. Esses dons não
foram reservados exclusivamente para a igreja moderna, porém não se sabe o porquê não
Deus usou o sistema evangelístico “centrípeto”, ou seja, o que estava na parte exterior era
atraído para o interior. Israel deveria cumprir sua missão dando testemunho do Deus que os
mantinha, e com isso, deveria atrair outras nações. Já, no Novo Testamento, há uma
interior é atraído para o exterior, ou seja, a igreja deve ir até as pessoas onde elas estão.
1
Ibid., 279.
2
Wagner, 7.
24
cumprimento de sua missão seria praticamente impossível. Por isso, ela inseriu os dons
mediante a um longo processo de estudo da Bíblia e oração, para saber qual à vontade de
movimento adventista, entre eles o pastor Arthur G. Daniells presidente da IASD de 1901-
adventistas pela primeira vez em 1931. Este documento continha 22 doutrinas e foi
elaborado para atender aos apelos dos líderes da igreja Adventista na África.
em 2005, na 58° sessão da Associação Geral 4 , após 25 anos, foi acrescentada mais uma
1
Albert R. Timm, O santuário e as três mensagens angélicas (Engenheiro
Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2002), 58.
2
Enoch de Oliveira, A mão de Deus ao leme (Santo André, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1985), 245-252.
3
Nisto cremos, 4.
4
Rubens S. Lessa, “Adventistas de 203 Países Participam da 58º Sessão da
Associação Geral”, Revista Adventista, Agosto de 2005, 27.
25
IASD contém 28 doutrinas, sendo que a 17° doutrina refere-se aos dons e ministérios
espirituais.
Percebe-se que o corpo doutrinário da IASD esta baseado na Bíblia. Outro ponto a
ser compreendido, é o fato de que este corpo doutrinário não esta fechado. O fato de se ter
introduzido uma nova doutrina na ultima sessão da Conferência Geral, demonstra que a
igreja esta atenta a esta questão. Mas a introdução de uma nova doutrina se dá mediante
desenvolvimento organizacional desta igreja. Ciente de sua missão e do fato de ser uma
igreja mundial, a IASD compreende que sem a devida organização, tanto em assuntos
objetivos.
Por volta do ano de 1853, a IASD, que na época era conhecida como “os
Sabatistas”, teve que enfrentar alguns problemas decorrentes do seu ao rápido crescimento,
1
“Crescimento em Cristo”, ultima doutrina inserida no corpo doutrinário
adventista. Foi inserida na décima primeira posição entre as doutrinas “A experiência da
salvação” e “A igreja”, respectivamente décima e décima segunda. A nova crença
fundamental tem dois propósitos. Primeiro, aborda o crescimento cristão de modo a excluir
o espiritismo e o misticismo Oriental como exercícios espirituais, por serem incompatíveis
com o evangelho cristão. Segundo, proclama a libertação do medo das forças demoníacas
por meio de Cristo de modo a demonstrar que a busca de ajuda nessas coisas é incompatível
com o crescimento em Jesus. A nova declaração reúne dois fatos inseparável da experiência
cristã, libertação das forças demoníacas por meio da morte de Jesus e o crescimento em
Cristo por meio do poder do Espírito Santo. Lessa, 27-28.
26
pois de 200 membros em 1850 saltou para 2.000 membros em 1852, um aumento de
aproximadamente 500% em apenas dois anos. Logo organizar o movimento, tornou-se uma
experimentar tal crescimento, outro grupo liderado por Tiago White entendia que se não
houvesse tal organização o movimento corria o risco de entrar num caos e logo poderia
deixar de existir. E em seis de Dezembro de 1853, Tiago White publicou na Review and
Embora o grupo pró-organização tivesse apresentado com eficiência seus argumentos nessa
ocorreu em três níveis básicos: o primeiro foi à organização de igrejas locais. A primeira
igreja Sabatista organizada, foi a de Park Ville, Michigan, no dia 13 de Maio de 1860. O
da Associação Geral, órgão maior da IASD. Nos dias 20-23 de Maio de 1863, foi adotada
1
George R. Knight, Uma igreja mundial (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
2000), 57-59.
2
Idem, Organizing to Beat the Devil – the Development of Adventist Church
Struture (Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association, 2001), 86-96.
27
de Outubro de 1860 foi definido o nome desta igreja que passou a se chamar Igreja
que enfatizaria a natureza da igreja. Como a igreja é o corpo de Cristo, logo esta igreja deve
2001: A Brief Historical Overview”, Alberto R. Timm afirma que tal “sugestão” na verdade
White 3 , e W. A. Spicer.
um fundo comum para suporte financeiro do trabalho mundial da igreja e (6) Coordenar os
1
Timm, 143-148.
2
Barry D. Oliver, SDA Organizational Structure: Past, Present and Future
(Ausdds 15, Berring Spring: Andews University Press, 1989), 139-140.
3
Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor, O ministério profético de Ellen
Gold White (Tatuí, SP: Casa Paublicadora Brasileira, 2003), 254.
28
novo presidente executivo da IASD e W.A. Spicer como secretário 1 . Diante desses dois
grupos, a senhora White optou por posicionar-se ao lado do grupo liderado por A.G.
movimento. 2
D. J. Paulsen; P. T. Magan e W. W. Prescot, a fazer tal sugestão, não seria de fato um bom
método de trabalho organizar a igreja a partir dos dons espirituais? Pois alguns especialistas
que é possível alcançar bons resultados trabalhando a partir deste princípio, levando cada
membro da igreja a atuar em uma área que está de acordo com sua capacidade.
intitulado, “Livres para Crescer”, Wilson Borba trata do relevante tema, “crescimento de
igreja”, identificando dez fatores que tornam possível este crescimento nas igrejas
modernas. Borba o apresenta como sendo uma realidade que todos os pastores gostariam de
ele cita Christian A. Shwarz, que afirma que em pesquisa realizada nas igrejas que mais
crescem nos cinco continentes, revelou que 68% dos seus membros estão envolvidos em
1
Timm, “Seventh-day Adventist Ecclesiology, 1844-2001: A Brief Historical
Overview”, Pensar en la iglesia hoy: Hacia una eclesiologia Adventista (Entre Rios, AR:
Editorial Universidad Advesntista Del Plata Libertador San Martín, 2002), 292-293.
2
C. C. Crisler, Organization, its Character, Purpose, Place and Development in
the Seventh-day Advenstist Church (Takoma Park, Washington, D.C.: Review and Herald
Publishing Association, 1938), 154-155.
3
Burril, 65-74.
4
Rick Warren, Uma igreja com propósitos (SP: Editora Vida, 1958), 68.
29
ministérios compatíveis com os dons espirituais que receberam. Ao passo que nas igrejas
em departamentos para melhor cumprir sua missão. E essa organização por departamentos,
A Departamentalização da IASD
O termo ekklesia, que significa igreja, era usada pelos gregos para denotar uma
várias ocorrências do termo ekklesia nos escritos apostólicos. Deve ser notado que em todos
os casos a palavra “igreja” refere-se sempre a pessoas e não a edifícios. No seu sentido
mais amplo, o termo é usado para descrever “o grupo de fiéis ao redor do mundo”. 2
forma de governo por meio de bispos, comumente com três ordens: Bispos, Sacerdotes e
Diáconos. A segunda forma é a papal, que tem o Papa como pessoa investida de autoridade
suprema e final dentro de seu próprio domínio. E a quarta e ultima forma é a representativa.
1
Christian A. Shwarz, O desenvolvimento natural da igreja (Curitiba, PA: Editora
Evangélica Esperança, 1996), 10.
2
José Miranda Rocha, Organização e administração eclesiástica, (Uma
monografia para o SALT “Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia sede Brasil
Sul”, segundo semestre de 2006), 1-2.
30
Esta forma de governo reconhece que a autoridade da igreja repousa nos seus membros,
Em todas as esferas, desde a igreja local até a Associação Geral., a IASD esta sub-
dividida por departamentos. E eles são: ancião; diáconos e diaconisas, únicos restritos
seguintes palavras:
1
Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2005), 25-26.
2
Ibid., 26.
3
Ibid., 49-72; 99-143.
4
White, Testemunhos para ministros, 26.
31
A IASD possui uma sólida estrutura organizacional que existe com um duplo
forma de governo reconhece que a autoridade da igreja repousa nos seus membros e é a
forma de governo eclesiástico adotado pela IASD. Todas as pessoas que exercem
Em 1876, Ellen G. White, recebeu de Deus uma visão. Nesta visão, ela se deparou
com um modelo organizacional diferente do que a IASD tem utilizado ultimamente. Por
motivos desconhecidos, somente 24 anos após a instrução divina, ela encontrou duas igrejas
Na visão a Sra. White viu uma igreja que realizava diversos projetos, alguns eram
realizados na igreja e outros fora do prédio da igreja, projetos que iam ao encontro das
pessoas e de suas necessidades onde quer que elas estivessem. Muitas eram as pessoas
envolvidas na realização de cada projeto e isso levou a Sra. White a comparar aquelas
igrejas como duas “colméias”, pois cada um realizava sua função de maneira ordenada. Ao
contemplar o trabalhos das igrejas de San Francisco e Oakland, Ellen White fez a seguinte
1
Timm, “Podemos ainda ser Considerados uma Igreja Missionária”, 8-10.
2
Ellen G. White, “The judgments of God on our Cities”, The Review and Herald
July 5, 1906, 7-9.
32
máximo de sua capacidade. Entre os motivos apresentados pela Sra. White para justificar
tal sucesso evangelistico, estão alguns projetos que são: visitação a enfermos e
verdades bíblicas eram ensinadas de casa em casa, distribuição de literaturas, aulas sobre
vida saudável e cuidado com os enfermos, escola para crianças, lar para trabalhadores, uma
Eram quatorze projetos divididos em três áreas, projetos sobre saúde, projetos
necessidades. Muitos dos membros estavam envolvidos nestes projetos, por isso, a
Resumo e Conclusão
As poucas semelhanças entre a igreja de Corinto e a IASD, estão no fato de ambas terem
Antigo e Novo Testamentos dão a idéia de que em algum momento Deus entendeu que se
1
Idem, Beneficência social, 112.
33
não houvesse uma mudança na estratégia, as pessoas não seriam evangelizadas como Ele
gostaria. Essa mudança levou a igreja a desenvolver mecanismos para alcançar as pessoas
onde elas estivessem e esses mecanismos se tornam eficientes, à medida em que cumprem
dados por Deus a cada um. Isso pode ser feito através de testes, levando os membros a
descobrir qual ou quais são seus dons e depois apresentar-lhes ministérios onde possam
aplicá-los, pois quando o assunto é crescimento de igreja, tudo deve ser realizado de tal
forma a envolver os membros neste processo de crescimento para que seja não só um
Nas igrejas que optaram por uma forma de governo eclesiastico representativa, isso é
momentos. Logo, esta forma de governo reconhece que a autoridade da igreja repousa nos
seus membros.
34
CAPÍTULO III
Tendo como base a experiência vivida pela Sra. White ao receber de Deus uma
visão e ao ter testemunhado o cumprimento desta nas igrejas de São Francisco e Oakland,
possível à implantação de um projeto semelhante. Isto foi feito nas igrejas do distrito de
compõe com outros distritos a 3° região da Associação Paulistana. É liderado pelo pastor
Élcio Magalhães desde o inicio 2005 e conta com oito igrejas, são elas: Vila Rodrigues
(sede do distrito), Cidade das Flores, Jardim Boa Vista, Jardim Oriental, Jardim Santa
Maria, Jardim Veloso, Jardim Kennedy e Vila Yara. Esta ultima agregada ao distrito em
Março de 2006, por este motivo não acompanhou os primeiros passos da implantação do
projeto Colméia, porém a partir de Outubro de 2006, esta igreja, iniciou o processo de
São Paulo, houve uma reunião em que foram lançadas as bases para a implantação do
projeto “Colméia”. Nesta reunião, estiveram presentes cerca de 125 líderes de sete das oito
igrejas do distrito, 1 junto com os pastores Sidionil Biazzi e Élcio Magalhães para avaliar o
projeto “Colméia” e decidir implantá-lo nas igrejas. Além dos quatorze projetos descritos
pela Sra. White, o grupo optou por desenvolver e implantar outros projetos e somá-los aos
três áreas: social, saúde e evangelística/mental. Cada um dos 26 projetos conta com um
diretor e cada uma das três áreas conta com um coordenador que atua diretamente com os
Adventista de Cotia entendeu, que para implantar o projeto “Colméia”, era necessário fazer
sobre a administração dos anciãos e os líderes que anteriormente estavam à frente desses
departamentos/ministérios agora estão “livres” para se envolver com algum dos projetos da
1
Vila Yara, esta igreja foi implantada ao distrito de Vila Rodrigues em Março de
2006.
36
“Colméia”.
agora pelos seguintes membros: pastor, anciãos, secretária (o), tesoureiro (a), diaconato,
foram introduzidos na colméia como projetos na área social e assim como os demais
Mesmo tendo optado por esta reestruturação, entendeu-se que esta só deveria
ocorrer após um ano de adaptação, então o ano de 2006 foi escolhido como o período em
distribuição de literatura.
em locais disponíveis como: igreja, escola, casas, etc. Este projeto é tradicionalmente
IASD a fim de reintegrá-los ao corpo de membros da igreja, para isso, promove desjejuns e
por alguma pessoa, que geralmente é do circulo de relacionamento dos membros da igreja e
dos projetos da “Colméia” que esteja necessitando de cura física, mental, social e espiritual.
levar os estudos bíblicos aos lares das pessoas que porventura não estejam participando de
idade escolar, durante o período de férias, visando o aprimoramento físico, social, mental e
dos folhetos, revistas e livros relacionados com as áreas da saúde física e espiritual.
artesanato, clube de excelente idade, dia de ação social, arte de falar em público, classe de
O curso de artesanato ensina a produzir objetos artesanais que sirvam como fonte
alternativa de renda.
O clube de excelente idade cria atividades sociais religiosas para idosos tanto da
pessoas habilitadas, a alfabetização de jovens e adultos bem como reforço escolar aos que
emocional/mental e espiritual.
Home care é um projeto que deve organizar uma equipe composta de médicos,
através da visitação a domicílios, pessoas que não tenham condições de buscar ajuda. Caso
necessário, encaminhar os casos mais complexos para um hospital a fim de obter melhores
atendimentos.
visa organizar grupos para educação física e outras atividades afins envolvendo
profissionais da área.
necessário, encaminhar os casos mais complexos para um hospital, para obter melhores
atendimentos.
mulher para palestras sobre prevenção ao abuso e violência doméstica além de outros
assuntos.
parceria com lojas já existentes. Este projeto deve trabalhar em parceria com o projeto da
fumo, passeatas, etc. Deve-se também, estabelecer um dia da semana para atendimentos
periódicos.
razões são as seguintes: por estar localizada na Escola Adventista de Vila Yara, uma das
de salas de aulas úteis para reuniões e treinamentos. Também, por contar em sua membresia
com alguns professores e alguns administradores desta escola, bem como alguns
alta.
base como nas demais colméias, mas implantar alguns projetos diferenciados das demais
colméias com a finalidade de servir como uma espécie de central, servindo tanto as
colméias do distrito como da comunidade. Os projetos também estão agrupados nas áreas
distribuição de literatura. Como se vê, não ouve alteração em nenhum projeto desta área.
Na área social os projetos são: clube de excelente idade, dia de ação social, arte de
aventureiros. A área social desta igreja não conta com os demais projetos: escola de
comunitária. Por sua vez, outros quatros projetos foram desenvolvidos para complementar
esta área, e são eles: atendimento a órfãos e idosos; curso de inglês; doutores da alegria e
palestras e eventos.
crianças, que por motivo de força maior, residem em orfanatos e lares para moços e moças,
saúde desta igreja não conta com os demais projetos: promoções de hábitos saudáveis;
naturais; controle de hipertensão e diabetes. Por sua vez, outros dois projetos foram
42
culinária vegetariana.
estejam preocupados em obter uma qualidade de vida melhor e procura fazê-lo através de
fim de servir não só a comunidade como também às demais “Colméias” do distrito, são
eles: controle de qualidade dos projetos, administração dos recursos, call center ,
projetos oferecendo aos líderes condições de executar, sem maiores dificuldades, suas
atividades.
O call center será uma central telefônica que direcionará uma pessoa que esteja a
“Colméia” esta mais próxima de sua residência fornecendo endereço, horário e qual pessoa
fotos e outros materiais necessários para manter atualizado os arquivos desta colméia.
unânimes “no templo”, partiam o pão “de casa em casa” com alegria e singeleza de coração
(At 2:44-47). Como se vê, três pontos são destacados neste verso, “diariamente”, “no
templo” e “de casa em casa”. Essa idéia é enfatizada também em Atos 5:42, onde diz: “E
todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o
Cristo.” Esses dois versos apresentam uma igreja que diariamente, tanto no templo como de
A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi
organizada para servir, e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio
tem sido plano de Deus que através de Sua igreja seja refletida para o mundo Sua
plenitude e suficiência. 1
deveriam buscar uma experiência relacional semelhante à vivida pelos cristãos da igreja
primitiva. Então, para alcançar tal experiência de forma consistente, a “Colméia” foi
elaborada tendo como base “sete pilares” que norteiam e mantêm os princípios da IASD.
“ide, fazei discípulos batizando-os” (Mt 28: 19), ou seja, pessoas trabalhando em prol de
pessoas. Para que a igreja continue crescendo, é necessário oferecer a devida atenção aos
importância de que os anciãos deveriam assumir o papel de visitadores dando, junto com o
Não é por falta de conhecimento que o povo de Deus está perecendo agora... A
luz, preciosa luz, brilha sobre o povo de Deus, mas não os salvará, a menos que
consintam em ser por ela salvos... transmitindo-a a outros que se acham em trevas. 1
de levar pessoas à salvação não repousa somente nos ombros do pastor e dos líderes da
igreja. Cada um é comissionado por Cristo ao trabalho. Com a atividade melhor distribuída,
o pastor tem mais tempo para a visitação e capacitação dos membros da igreja.
Os líderes são os responsáveis pelo bom andamento da igreja de Cristo, por isso,
esses homens e mulheres devem estar bem treinados e motivados. Numa realidade de
fundamental importância para manter os demais líderes ativos no trabalho. Logo, a idéia é a
seguinte, o pastor local dando atendimento especial para os anciãos e demais membros da
igreja, os anciãos dando atendimento especial aos demais líderes e também aos demais
deveriam ter mais contato com sermões que os ajudem a manter sua identidade
sabáticos versando sobre as 28 crenças fundamentais das IASD que visem relembrar e
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres com vistas ao aperfeiçoamento dos
santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até
que todos cheguemos à unidade da fé (Ef 4:11-13).
por uma reestruturação departamental, visando dar uma atenção maior ao foco missionário.
Ao testemunho, foi dada uma ênfase especial. Cada membro foi incentivado a
testemunhar aos que estavam ao seu redor. Em paralelo com o projeto “Colméia”, foi
desenvolvido outro projeto intitulado, “Quero Ver no Céu!”. Cada família da igreja deveria
escolher uma família vizinha ou amiga para orar por ela e com ela, e no mínimo uma vez
por semana, reunirem-se para testemunhar. Este projeto passou a ser conhecido no distrito
como micro-grupo.
“Intimidade com Deus” incentivando cada membro a separar a primeira hora do dia para a
intimidade com Deus. Estes deveriam orar por cinco amigos adventistas e por cinco
46
como uma extraordinária oportunidade, dada por Deus, de se passar tempo com a família e
não se envolver com reuniões e atividades da igreja que não sejam os cultos de adoração a
projeto decidiram executar tanto a obra do Senhor como a secular em seis dias, de domingo
família, fazendo assim com que o sábado e não o domingo seja o melhor dia da semana.
1
Idem, Filhos e filhas de Deus, Meditações diárias (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2004), 181.
47
Outra iniciativa tomada pelos líderes daquele distrito, está no fato de reverter o culto e a
escola sabatina, para que com isso, se possa em primeiro lugar na manhã de sábado. Ouvir
reunião ou ensaios no dia de sábado. Os membros estão sendo incentivados a marcar para
outros dias da semana seus compromissos com a igreja, como estudos bíblicos, visitas
Com o fim de se divulgar o projeto Colméia, foi criado um site. Este deve servir
como uma espécie de fonte de informações, onde o internauta pode, através de um simples
acesso, saber onde e quando os projetos estão acontecendo, bem como, quem são as
pessoas que estão a frente de cada um desses projetos. Seu funcionamento será semelhante
ao do call center a ser desenvolvido pela igreja de vila Yara. O endereço da “Colméia” na
da Associação Paulistana, onde existe um link que conduz diretamente para o site da
colméia.
como outra forma para divulgar o que esta acontecendo na “Colméia”. O primeiro numero
deste informativo, contém a apresentação do projeto “Colméia”, bem como seu histórico,
de forma resumida, acompanhado de algumas fotos para ilustrar o que esta acontecendo no
distrito.
“Colméia”.
vida através de projetos que vêm ao encontro das mais distintas necessidades nas áreas da
objetivo não está em inventar algo novo, e sim, sistematizar o que já existe no meio
torna-se mais fácil receber o apoio dos membros e alcançar empresas interessadas em
patrocinar este tipo de trabalho, ajudando, assim, a fazer o que sempre foi realizado pela
IASD. Não que o objetivo apenas seja angariar recursos, mas sim, receber apoio para
Um deles foi o fato de que nenhuma das oito igrejas do distrito conseguiu implantar os
vinte e seis projetos sugeridos. Outro problema esteve por conta da dificuldade de
adaptação encontrada por alguns membros a este novo sistema organizacional. Alguns
manifestaram seu saudosismo pelo sistema anterior. Talvez a igreja de Jardim Boa Vista
tenha sido a que mais enfrentou dificuldades no ato desta implantação, pois nesta igreja não
Por sua vez, a direção deste projeto entende que para o próximo ano, será
projeto, é possível obter bons resultados. Porém, não se tem a pretensão de se pensar que
este projeto solucionará todos os desafios enfrentados pela IASD e que, com a aceitação e
valor. A idéia é tê-lo como mais uma opção, mais uma forma de se cumprir à missão
ordenada por Cristo. Na verdade, este projeto em parceria com outros, trará um melhor
1
Sidionil Biazzi, “Colméia Viva do Cristianismo Prático”, pesquisa realizada na
Internet, no site http://www.colmeiaviva.org.br, no dia 15 de Outubro de 2006.
50
capacidade para íntimos relacionamentos com Deus e com outros seres humanos. Vive-se
numa época, em que tanto o casamento como as famílias estão passando por um período de
O projeto “Família Feliz” atuará em parceria com os demais da área social. Este
projeto tem como proposta, oferecer a todos quanto queiram, informações pertinentes nas
áreas de orientação pré-marital acessível a todos os casais antes do casamento; difusões das
sociedade; educação de pais, dando especial atenção às necessidades de famílias sem pai ou
laços matrimoniais e apresentar aos casais palestras que tratem, entre outros assuntos, das
finanças no lar.
apresentados, bem como, o entrosamento social dos casais. Essas atividades são:
sociais, ministrar palestras com instrutores capacitados para instruí-los em diversas áreas,
“Colméia” 1 . Este projeto é uma contribuição particular do escritor visando contribuir com a
melhoria dos serviços prestados, tanto a igreja como à comunidade pelo projeto “Colméia
Resumo e Conclusão
Considerando a experiência vivida pela Sra.White, por volta de 1900, nas igrejas
Paulo, decidiu sob liderança do pastor Sidionil Biazzi presidente a Associação Paulistana e
Élcio Magalhães pastor desse distrito implantar um projeto nos moldes do que fora
apresentado pela Sra. White no livro Beneficência Social e intitulado “Colméia de São
Francisco”. Essa nova versão em Osasco recebe o nome de “Colméia Viva de Cristianismo
Prático”.
analisando as sugestões apresentadas por todos os envolvidos, com isso, alguns novos
projetos foram sugeridos e aceitos. Então o projeto “Colméia”, nesta nova fase, é formado
mental/evangelística.
Os líderes das igrejas do distrito de Vila Rodrigues entenderam que para tornar
possível a implantação deste projeto, o distrito deveria passar por uma reestruturação
1
Alguns conceitos usados para o desenvolvimento do projeto ‘Família feliz”
foram extraídos do Manual de Atividades, “Lar – campo para sementes... frutos para
eternidade”, do Ministério da Família da Associação Paulistana do ano de 2002.
52
mulher, ministério da música e Adra. Ficaram todos sobre a administração dos anciãos e os
adaptação. Então, o ano de 2006 foi escolhido como o período em que o sistema tradicional
deveria conviver com o novo sistema organizacional. A “Colméia” da igreja de Vila Yara,
uma das oito igrejas do distrito, por suas características peculiares, tornou-se uma espécie
Vila Yara, visando divulgar e preservar os registros históricos deste projeto, decidiu criar
sete pilares, os responsáveis pela implantação deste projeto têm como objetivo fundamentá-
Mesmo que tenham inserido alguns novos projetos na ótica adventista de trabalho
atividades já realizadas pela IASD, mas que nesta nova forma de apresentação, podem
obter o interesse tanto dos membros como de parceiros que podem patrocinar a realização
Por fim, o escritor apresenta o projeto “Família Feliz” como uma sugestão que
pode enriquecer o projeto “Colméia”, uma vez que este está aberto para alterações de
53
acordo com as necessidades. Este projeto busca oferecer as famílias, nas comunidades
ministério da família.
54
CONCLUSÃO
espirituais foi o motivo que levou o apóstolo Paulo a escrever o conteúdo de 1 Coríntios 12.
Com o sentido original das palavras dom, espiritual e ministério, chega-se à conclusão de
que um “dom espiritual” é um poder que inspira e leva o cristão a realizar uma ação em
mencionados por Paulo que estavam em vigor nas igrejas de Roma, Corinto e Éfeso. Foi,
também, a correta aplicação destes dons que permitiu a sobrevivência dessas igrejas quando
o apóstolo se ausentava.
distribuição dos dons, isso se dá pelo fato de serem uma ferramenta relevante para se
Trindade na questão dos dons espirituais, o apóstolo Paulo deixa claro, que este tema deve
sobre o correto comportamento cristão em meio aquele sofrimento. Ao falar sobre o dom da
Tanto Paulo como Pedro escreveram para um auditório que estava passando por
problemas. Entre as orientações transmitidas pelos apóstolos, estava à questão dos dons
espirituais, isso demonstra que a correta aplicação dos dons espirituais na igreja minimiza
no Antigo e Novo Testamentos dão a idéia de que em algum momento Deus entendeu que
em diante não seriam evangelizadas como Ele gostaria. As vezes, mudar a estratégia ou
membros a trabalhar cada um em uma área conforme os dons dados por Deus a cada um.
Isso pode ser feito, levando através de testes, os membros a descobrir qual ou quais os seus
liderança do pastor Sidionil Biazzi e Élcio Magalhães, pastor desse distrito, implantar um
projeto nos moldes do que fora apresentado pela Sra. White no livro Beneficência Social e
intitulado “Colméia de São Francisco”. Essa nova versão em Osasco recebe o nome de
Os líderes das igrejas do distrito de Vila Rodrigues entenderam que para tornar
possível a implantação deste projeto, o distrito deveria passar por uma reestruturação
departamental. Mas, entendeu-se que esta reestruturação só deveria ocorrer após um ano de
adaptação. Então, o ano de 2006 foi escolhido como o período em que o sistema tradicional
A “Colméia” da igreja de Vila Yara, uma das oito igrejas do distrito, por suas
ministério da saúde e outros, não mais atendem os interesses dos membros somente, agora
Afinal, que proveito há em realizar alguma atividade na igreja sem que esta esteja
atividades da igreja devem suprir também as necessidades físicas, sociais e mentais. Uma
vez que estas necessidades são atendidas, o processo de evangelização torna-se mais fácil e
eficaz. Durante este período de análise, foi possível perceber transformações não somente
na vida dos amigos atendidos, mas também na vida dos que atendiam. Alguns membros
que até então estavam inativos na igreja integraram-se ao projeto, tendo a oportunidade de
Então, o escritor apresenta o projeto “Família Feliz” como uma sugestão que pode
enriquecer o projeto “Colméia”, uma vez que este está aberto para alterações segundo as
Por fim, como escritor deste trabalho e alguém que esteve envolvido na
implantação deste projeto, admito que haja dificuldades no ato da implantação do mesmo.
Porém, reconheço a eficácia deste projeto em realizar o que se propõe. Todavia, entendo
que o projeto “Colméia Viva de Cristianismo Prático” não deve ser a única atividade
envolvimento maior por parte dos membros. Em média, o envolvimento chegou à casa dos
resultado. Nesta igreja o envolvimento ultrapassou a casa de 70%. Além disso, de fevereiro
a outubro deste ano, 92 pessoas foram batizadas neste distrito. Um excelente resultado
numa região onde a média por distrito é de 50 pessoas batizadas por ano.
como mais um método evangelístico que visa o cumprimento da missão desta igreja, que é
o de tirar do pecado e guiar no serviço, homens e mulheres de diversas raças, tribos, línguas
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Janeiro-Março de 1997.
74
WEBGRAFIA
informações necessárias para a implantação do projeto. Uma ficha continha a definição dos
projetos. Também foi utilizada uma ficha para cada um dos projetos das áreas física,
inicial dos projetos. E por fim, uma ficha de compromisso de missão foi distribuída para
que cada pessoa envolvida pudesse preencher, informando em qual área gostaria de atuar e
“Colméia” da igreja de Vila Rodrigues, sede do distrito. Um diagrama onde foi registrada a
diagrama foi elaborado para registrar a estrutura departamental definitiva após a fase de
implantação. E por fim, um informativo foi desenvolvido com o fim de divulgar o projeto
“Colméia”, bem como ser um veículo para se obter parceiros interessados em apoiar as
atividades da “Colméia”.
58
DEFINIÇÃO DOS PROJETOS – ARÉA FÍSICA
O QUE É:
59
DEFINIÇÃO DOS PROJETOS – ARÉA MENTAL / EVANGELISTICA
O QUE É:
60
DEFINIÇÃO DOS PROJETOS – ARÉA SOCIAL
O QUE É:
61
PROGRAMA DE ATIVIDADES SEMANAIS DA COLMÉIA DE VILA RODRIGUES
12-13h00
13h00- ENF.COMUNITÁR.
(NV)
14h00
ENF.COMUNITÁR. HOME CARE (ext) HOME CARE (ext) HOME CARE (ext) ESCOLA MÚSICA
14h00- (NV) (NV)
15h00
15h00- HOME CARE (ext) HOME CARE (ext) HOME CARE (ext) EXCELENTE IDADE
EXCELENTE IDADE (NV)
16h00 (NV)
ORIENTAÇ.SEXUAL HOME CARE (ext) HOME CARE (ext) HOME CARE (ext) EXCELENTE IDADE
16h00- (NV) EXCELENTE IDADE HIPERTENS./DIAB. (01) (NV)
(NV)
17h00 HIPERTENS./DIAB.
(01)
ORATÓRIA (NV) SL SL TRAT.NATURAIS(02) SL
17h00- TRAT.NATURAIS(02) HIPERTENS./DIAB. (01) TRAT.NATURAIS(02)
HIPERTENS./DIAB.
18h00 (01)
62
Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre de 2007
www.unasp.edu.br/kerygma
p.52
THE GREETING MINISTRY: DEFINITION, REALITY AND RELEVANCE FOR THE CHURCH
ABSTRACT: The goal of this research is to define what is a Greeting Ministry, how does it
actually works in Adventist churches, to verify its relevance and to propose ideal Greeting
Ministry models. The research implemented also a field research developed among some
middle sized Adventist churches in the State of São Paulo, Brazil. The conclusions reached
indicated that this kind of ministry has the function to integrate new members into the local
community, as well as to promote between the general membership of the church a sense of
belonging.
KEYWORDS: Greeting Ministry; integration; members; Church.
www.unasp.edu.br/kerygma/monografia5.04.asp 52
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Curso de Teologia
O MINISTÉRIO DE RECEPÇÃO:
DEFINIÇÃO, REALIDADE E RELEVÂNCIA
NAS PROGRAMAÇÕES DA IGREJA
à Obtenção da Graduação no
Bacharelado em Teologia
Por
Dezembro de 2006
O MINISTÉRIO DE RECEPÇÃO:
DEFINIÇÃO, REALIDADE E RELEVÂNCIA
NAS PROGRAMAÇÕES DA IGREJA
Por
COMISSÃO DE APROVAÇÃO:
____________________________ ____________________________
Emilson dos Reis Avaliação
Orientador
____________________________ ____________________________
Natanael Bernardo P. Moraes Data da Aprovação
Leitor
___________________________
Amin A. Rodor
Diretor do Curso de Teologia
1
INTRODUÇÃO
A Igreja é um corpo formado por membros. Para que esse corpo seja desenvolvido
saudavelmente, os seus vários departamentos e ministérios devem atuar harmonicamente segundo
os seus princípios e propostas e, interligados, para promover o bem-estar daqueles que vêm
adorar a Deus.
No entanto, a realidade acerca de alguns departamentos e ministérios da Igreja tem apenas
ficado “no papel”. Muitas pessoas não crêem em sua importância, especialmente se
acompanhadas a outros ministérios. Dentre esses departamentos e ministérios, destaca-se o
Ministério de Recepção.
A tarefa da recepção anteriormente ficava a cargo de outros departamentos como o do
Diaconato e o do Ministério da Mulher. Mas o Ministério de Recepção foi elaborado e
desenvolvido com o intuito de promover com excelência uma boa acolhida aos que vêm à Igreja,
quer sejam membros ou visitantes, proporcionando um ambiente agradável à adoração. Entre
outras funções, destaca-se a integração que deve ser promovida entre membros e visitantes a fim
de que esses voltem em outras oportunidades. No entanto, percebe-se que existem falhas no
planejamento e na execução das tarefas desse ministério. Em muitas Igrejas, é notório, não existe
recepção, quanto mais o ministério.
Diante da negligência de muitas Igrejas Adventistas do Sétimo Dia em não promover a
existência e o funcionamento do Ministério de Recepção, faz-se necessário um estudo mais
detalhado sobre o mesmo, já que em algumas vezes, visitando Igrejas pentecostais no norte do
país, no trabalho de colportagem, todos são muito bem recebidos. O objetivo deste estudo é
buscar conhecer a definição desse ministério, sua relevância para cada reunião de adoração na
Igreja, bem como detectar as possíveis falhas existentes, procurando corrigí-las através de um
projeto de recepção ideal.
O estudo será dividido em três partes. O primeiro capítulo buscará conhecer, através de
“Ministério de Recepção”, a definição desse Ministério e sua importância para os membros locais
características que este deve possuir. O segundo capítulo, será executado com a apresentação de
2
uma pesquisa de campo e seus resultados realizada em Igrejas Adventistas do Sétimo Dia, de
Adventista de São Paulo – campus Engenheiro Coelho, a saber: de Águas de Lindóia; Central de
Socorro; Central de Jaguariúna; Jd. Santana, Jd. Santa Genebra e Jd. das Oliveiras, em Campinas
e Central e Jd. Planalto em Conchal. Ainda, buscará analisar as informações obtidas através de
acessível a todas as Igrejas e Grupos. Finalmente, após a discussão, será apresentada uma
O MINISTÉRIO DE RECEPÇÃO
Laurie (2002, p. 45) menciona que mesmo havendo algum sentimento de insegurança por
parte do visitante, “as pessoas esperam uma igreja com serviço completo”, principalmente ao
serem recepcionadas. Cremos que elas precisam disso para que o contato seja definitivamente
estabelecido, e de forma eficiente.
White (1984, p. 117) afirma que “devemos nos aproximar dos homens individualmente
com simpatia semelhante à de Cristo e procurar despertar-lhes o interesse nas coisas da vida
eterna”.
Analisando o desempenho dos cristãos dentro de sua atuação no corpo de Cristo, a igreja,
Russell e Russell (2003, p. 116-118) apóiam a idéia de que todos devem exercer sua função com
esmero, pois assim estarão honrando o nome de Cristo. Ainda, ressaltam que esse “capricho” é
uma forma eficaz de evangelização.
A recepção é muito mais do que um aperto de mão e um “bom dia”, é uma função que
exige do ministro de recepção amor e um ardente desejo de fazer com que o visitante sinta-se
bem acolhido na igreja. De acordo com Johnson (apud. Hadaway, 1991, p. 134)
uma diferença entre uma congregação vital e uma não-tão-vital pode ser
medida pela maneira como muitas pessoas recebem os visitantes e
freqüentadores regulares... É um cumprimento caloroso e amigável, não
superficial.
O ambiente deve ser tão acolhedor a ponto de o adorador exclamar o que está escrito no
Salmo 84:1, “Como é agradável o lugar da tua habitação, Senhor dos Exércitos!”, e é de
responsabilidade do ministro de recepção proporcionar para que isso aconteça. O ministro deve
trabalhar de tal forma com aqueles que vêm à igreja, como se os visitantes e os membros fossem
recebidos em sua própria casa.
Outra função que pode ser atribuída ao ministro de recepção é o de integrar os visitantes
com a comunidade da igreja. Como já foi dito, há no visitante um desconhecimento quanto ao
que o espera na igreja, e mesmo quando esse já está no templo o ambiente ainda é estranho para
ele, sendo necessário que alguém o acompanhe e o ajude - quanto a liturgia e eventuais dúvidas -
6
e quem pode fazê-lo é o membro da igreja. Cabe ao ministro de recepção providenciar para que
haja esse encontro entre o visitante e o membro.
Para C. Kirk Hadaway (1991, p. 133) o ministro de recepção é também o responsável em
guiar, principalmente os visitantes, na igreja para que os mesmos não se sintam perdidos no
prédio e saibam bem aonde ir. O ministro de recepção também deve prover aos participantes do
culto um guia para aquilo que vai acontecer no serviço de adoração.
Uma vez que as primeiras impressões são importantes, a função do ministro de recepção é
garantir ao visitante e ao membro um ambiente de fraternidade e amor para que ele possa sentir-
se parte da família de Deus e assim adorá-Lo.
A instrução do ministro de recepção não é feita por palavras, mas através dos seus atos ele
deve instruir os que entram em contato com a Igreja.
A saudação é indispensável para o ministro de recepção. Embora não deva beijar as
pessoas, como Paulo aconselha aos crentes romanos, ele deve sempre cumprimentar as pessoas
com um aperto de mão, uma saudação realmente sincera e deve demonstrar felicidade por receber
o visitante e o membro ali na igreja.
1.3. CONCLUSÃO
Nesse capítulo foi mostrado (1) que o Ministério da Recepção é o departamento responsável
por receber os que vêm à igreja e por prepará-los a participar do culto; (2) a importância desse
ministério para os membros da igreja e para os visitantes e, ainda, (3) as funções do ministro da
recepção, que são: recepcionar, acolher, integrar e guiar. Finalizando o capítulo, as ações “uns
aos outros” recomendadas por Paulo aos crentes romanos, foram aplicadas às ações do ministro
de recepção. No próximo capítulo será mostrado como isso acontece na prática em algumas
Igrejas Adventista do Sétimo Dia.
CAPÍTULO II
Nesse capítulo, serão analisados todos os resultados obtidos através de uma pesquisa sobre
o Ministério de Recepção realizada em Igrejas Adventista do Sétimo Dia, de médio porte, no
interior do Estado de São Paulo, na circunvizinhança do Centro Universitário Adventista de São
Paulo – campus Engenheiro Coelho, no território da Associação Paulista Central, a saber: Águas
de Lindóia; Central de Socorro; Jaguariúna; Jd. Santana, Jd. Santa Genebra e Jd. das Oliveiras,
todas em Campinas, e Central e de Jd. Planalto, em Conchal.
A pesquisa foi realizada nos sábados 27 de Maio e 03 de Junho de 2006, com 155 pessoas
e foram direcionadas a três públicos-alvos: (1) os líderes do Ministério de Recepção local e os
Anciãos locais, (2) os membros da Igreja e (3) os visitantes. Crianças e juvenis não foram
consultados.
sim (8)
não (0)
sim (8)
não (4)
66,6% 33,3%
Uma vez que uma boa recepção é fundamental em todos os cultos da Igreja, pediu-se:
4) Marque os cultos nos quais o Ministério de Recepção atua em sua Igreja. O resultado foi
o seguinte: 100% dos líderes responderam que em suas Igrejas há recepção na Escola Sabatina e
no Culto Divino; 50% acrescentaram que também há recepção no Culto Jovem; 75% incluíram os
cultos aos Domingos e às Quartas-feiras e 25%, apenas, responderam que há recepção em
programas e cultos especiais.
5) Em sua Igreja já foi realizado um teste de Dons Espirituais? 33,3% dos líderes
responderam que sim, e 66,6% responderam que nunca foi realizado.
s im ( 4 )
nã o ( 8 )
33,3% 66,6%
sim (7)
não (5)
58,3% 41,6%
7) O que você julga necessário para ser um Ministro de Recepção? O resulto foi o seguinte:
41,6% dos líderes responderam que o Ministro de Recepção deve ser escolhido pela comissão da
Igreja. Apenas 8,3% dos líderes responderam que ele deve ser jovem. No entanto, 75% disseram
que o membro deve possuir o dom da hospitalidade. 8,3% dos líderes responderam que o
importante é querer participar de algum Ministério. 33,3% líderes disseram que este deve estar
apenas disponível nos momentos que antecedem o culto, e finalmente, nenhum dos líderes
pesquisados respondeu que o Ministro de Recepção deve ser do sexo feminino, apenas.
11
41,6% 8,3% 75% 8,3% 33,3% 0,0% ser do sexo feminino (0)
8) Você acredita que esse Ministério é tão importante quanto um sermão? 25% dos líderes
disseram que sim, ao passo que 75% responderam que ambos são importantes.
25% 75%
9) Você acredita que uma boa recepção influencia na imagem da Igreja? Todos os líderes
afirmaram que sim.
sim (12)
não (0)
100% 0
10) Os membros são orientados quanto à forma de lidar (tratar) com os visitantes? 66,6%
dos líderes responderam que sim, e 33,3% afirmaram que não.
12
sim (8)
não (4)
66,6% 33,3%
11) Onde é realizada a recepção em sua Igreja? Obteve-se o seguinte resultado: 8,3% dos
líderes responderam que em sua Igreja a recepção é realizada no portão da mesma. 50%
responderam que é realizada no hall de entrada da Igreja. 33,3% disseram que a recepção é
executada à porta da Igreja e apenas 8,3% dos líderes responderam que a recepção acontece
dentro da Igreja.
12) A Igreja possui acesso para deficientes físicos? 50% dos líderes disseram que sim e
outros 50% disseram que não.
sim (6)
não (6)
50% 50%
13
13) A Igreja possui placas de identificação em todas as portas? 58,3% dos líderes
responderam que sim, e 41,6% responderam que não.
sim (7)
não (5)
58,3% 41,6%
14) Quais dos itens (Bíblia, Lição da Escola Sabatina, Hinário, Boletim Informativo,
Seqüência Litúrgica) são disponibilizados aos visitantes e/ou membros? Obteve-se o seguinte
resultado: 66,6% dos líderes responderam que em sua Igreja a Bíblia é cedida. 25% responderam
que o Hinário também é disponibilizado. 33,3% líderes responderam que são disponibilizados
boletins informativos e 8,3% dos líderes responderam que há disponibilização de uma seqüência
litúrgica. Nenhum deles respondeu que a Lição da Escola Sabatina é disponibilizada e, 25%
líderes afirmaram que em sua Igreja, nenhum desses itens são distribuídos.
Bíblia (8)
Hinário (3)
Boletim (4)
Seqûência Litúrgica (1)
Lição da Escola Sabatina (0)
nenhum dos itens (3)
15) A Recepção possui um sistema de cadastramento para os visitantes? 50% dos líderes
responderam que sim, e 50% responderam que não.
14
sim (6)
não (6)
50% 50%
16) Os visitantes são visitados? 33,3% dos líderes responderam que os visitantes recebem
algum tipo de visita, 50% disseram que não há essa prática, e 16,6% responderam que sempre
que possível.
sim (4)
não (6)
sempre que possível (2)
17) Todos os visitantes são bem recebidos independentemente da forma como estejam
vestidos? 91,6% dos líderes responderam que sim e apenas 8,3% responderam que não.
sim (11)
depende de quem seja (1)
91,6% 8,3%
18) Concluindo, perguntou-se: Como você avalia o Ministério de Recepção de sua Igreja?
16,6% dos líderes responderam que o Ministério de Recepção de sua Igreja é excelente, 50%
responderam que é bom, 8,3% afirmaram que é normal e 25% afirmaram que é regular.
15
excelente (2)
bom (6)
normal (1)
regular (3)
1
Ver gráfico pág. 8.
16
75%
50%
Igrejas com o Ministério de Recepção
25% 25% 25% Igrejas sem o Ministério de Recepção
50% I gre ja s c om
líderes não crê que as pessoas atuantes
Minis t é rio de
R e c e pç ã o nesse ministério tenham o dom para fazê-
2 5 ,0 0 %
I gre ja s s e m
Minis t é rio de
lo. Enquanto onde há um Ministério de
R e c e pç ã o
Os que participam da
Recepção à proporção é menor, 25%.
recepção possuem o dom
para f az ê- lo
s ou m e m bro da I gre ja
(107)
15%
f ui c onv ida do por
1% a lgué m ( 1 )
c urios ida de ( 1 )
O que faria você voltar à Igreja numa outra oportunidade? 40 pessoas responderam que o
bom sermão que presenciaram as motivaria a voltar numa outra ocasião. 22 pessoas disseram que
voltariam por causa das mensagens musicais. A simpatia dos irmãos seria o principal motivo para
que 41 pessoas voltassem à Igreja. 46 pessoas responderam que a espiritualidade do culto as
impressionou a voltar. 79 pessoas responderam que voltariam por uma necessidade de encontro
com Deus. 30 pessoas disseram que a boa recepção que tiveram as faria voltar e 5 pessoas
alegaram outros motivos.
o bom sermão (40)
29%
a necessidade de um encontro com
17% Deus (79)
a boa recepção que tive (30)
17%
outros (5)
Você acredita que o fato de ser bem recepcionado pode auxiliar no crescimento de sua fé?
106 pessoas responderam que sim, 3 afirmaram que não e 20 pessoas responderam que em parte.
15%
2%
sim
não
em parte
83%
Onde você foi recepcionado? 2 pessoas disseram que foram recepcionadas na rua, 32 foram
recepcionadas no portão da Igreja, 33, no hall de entrada, 43 pessoas forma recepcionadas à porta
da Igreja, 9 afirmaram ter sido recepcionadas dentro da Igreja e 10 pessoas, não foram
recepcionadas.
19
8% 2%
7% 25%
na rua ( 2 )
no po rt ã o da Igre ja ( 3 2 )
no ha ll de e nt ra da ( 3 3 )
à po rt a da Igre ja ( 4 3 )
32% de nt ro da Igre ja ( 9 )
nã o f o ra m re c e pc io na da s
26%
Ao chegar à Igreja, você sentiu que as pessoas estavam felizes com a sua presença? 110
pessoas responderam que sim, 2 afirmaram que não, e 17 pessoas não perceberam nenhuma
reação.
13%
2% s im ( 1 1 0 )
nã o ( 2 )
nã o pe rc e bi ne nhum a re a ç ã o
(17)
85%
Você foi bem recebido, ou seja, bem recepcionado? 119 pessoas afirmaram positivamente e
10, negativamente.
8%
s im , f ui be m re c e bido
(119)
nã o f ui be m re c e bido ( 1 0 )
92%
20
e x c e le nt e ( 3 1 )
17% bom ( 5 3 )
23%
2%
norm a l ( 1 3 )
9%
re gula r ( 1 2 )
10%
nã o há re c e pç ã o ( 2 )
39%
pre c is a de t re ina m e nt o
(22)
49%
26,80%
8,60% 11,80%
7,50%
1%
Excelente Boa Normal Regular Não Há Precisa de
Recepção Treinamento
O segundo grupo é formado por membros que foram bem recebidos, perceberam uma
reação positiva, mas não crêem que a recepção influencia no crescimento de sua fé. 2,32%dos
membros se encontram nesse grupo. Mas eles concordam que apesar disso o Ministério de
Recepção de sua Igreja é excelente.
21
O terceiro grupo é formado por 5,42% dos membros. Eles declaram que foram bem
recebidos, perceberam uma reação positiva à sua presença e acreditam que a recepção ajuda em
parte para o crescimento da fé. 14,2% deles classificou o Ministério de Recepção como
excelente; outros 14,2% como bom; 42,8% deles como normal e 28,5% declararam que o
Ministério precisa de Treinamento.
42,80%
28,50%
14,20% 14,20%
0 0
Excelente Boa Normal Regular Não Há Precisa de
Recepção Treinamento
Um quarto grupo é formado pelos que foram bem recebidos, não perceberam nenhuma
reação positiva e acreditam que uma boa recepção influencia para o crescimento da fé. Foram
4,65% dos membros que responderam dessa forma à pesquisa e na avaliação de 66,6% deles, o
Ministério de Recepção é bom. 16,6% deles considera o Ministério apenas regular e 16,6% que
ele precisa de treinamento.
66,60%
16,60% 16,60%
0 0 0
Excelente Boa Normal Regular Não Há Precisa de
Recepção Treinamento
Há ainda o grupo dos membros da Igreja que foram bem recebidos, embora não tenham
percebido nenhuma reação positiva à sua presença e que acreditam que uma boa recepção
colabora, apenas em parte, para o crescimento de sua fé. Esses 5,42% avaliaram esse Ministério
de sua Igreja da seguinte forma: 42,8% assinalaram que ele é bom; 14,2% normal; 14,2%
assinalou a opção regular e para outros 28,5%, ele precisa de treinamento.
22
42,80%
28,50%
14,20% 14,20%
0 0
Excelente Boa Normal Regular Não Há Precisa de
Recepção Treinamento
Estranhamente, 0,7% dos membros foram bem recebidos, mas não sentiram que as pessoas
estavam felizes com sua presença, e ainda, acreditam que uma boa recepção influencia para o
crescimento de sua fé. Eles classificaram o Ministério de Recepção dessa igreja como Regular.
Mais estranho ainda é o que outros 0,7% dos entrevistados responderam. Disseram que não
foram bem recebidos, embora tenham percebido que as pessoas estavam felizes com sua presença
e ainda, acreditam que uma boa recepção influencia no crescimento da fé. Eles também
classificaram o Ministério de Recepção de sua Igreja como regular.
3,10% dos membros não foram recebidos; não perceberam nenhuma reação e ainda
acreditam que uma boa recepção influencia no crescimento de sua fé. 25% deles classificou a
recepção em sua Igreja como normal, mas 75% deles apenas indicaram que esse Ministério
precisa de treinamento.
75%
25%
0 0 0 0
Excelente Boa Normal Regular Não Há Precisa de
Recepção Treinamento
O que fez você vir à Igreja hoje? 5 vieram a Igreja porque foram convidados, 1 estava
procurando uma Igreja para freqüentar, 1 foi à Igreja porque estava se sentindo só, 6 deram
outros motivos e 1 não respondeu.
O que faria você voltar à Igreja numa outra oportunidade? 3 voltariam por causa do sermão;
1 pessoa voltaria por causa das mensagens musicais; 1 voltaria por causa da simpatia dos irmãos;
5 voltariam por causa da espiritualidade do culto; 9 pessoas voltariam pela necessidade de um
encontro com Deus; 3 voltariam por causa da recepção e 1 deu um outro motivo.
outros (1)
Você acredita que o fato de ser bem recepcionado pode auxiliar no crescimento de sua fé? 9
acreditam que sim, 1 disse que não e 4 responderam que em parte.
24
29%
sim (9)
não (1)
em parte (4)
7% 64%
Onde você foi recepcionado? Ninguém foi recepcionado na rua ou no portão da Igreja, 4
foram recebidos no hall de entrada, 4 foram recepcionados à porta da Igreja, 1 foi recebido dentro
da Igreja e 5 não foram recepcionados.
0%
na rua o u no po rt ã o da
29% Igre ja ( 0 )
no ha ll de e nt ra da ( 4 )
35%
à po rt a da Igre ja ( 4 )
de nt ro da Igre ja ( 1)
nã o ho uv e re c e pç ã o ( 5 )
7%
29%
Ao chegar à Igreja, você sentiu que as pessoas estavam felizes com a sua presença? 10
responderam que sim, ninguém respondeu não e 4 não perceberam nenhuma reação.
16%
0% s im ( 1 0 )
nã o ( 0 )
nã o pe rc e bi ne nhum a r e a ç ã o
(4)
84%
25
Você foi bem recebido, ou seja, bem recepcionado? 12 foram bem recebidos, 1 não foi bem
recebido e 1 não respondeu.
7%
7%
s im , f ui be m re c e bido ( 1 2 )
nã o, f ui be m re c e bido ( 1 )
nã o re s ponde ra m ( 1 )
86%
Como você avalia o Ministério de Recepção dessa Igreja? 3 avaliaram como excelente, 4
como bom, 2 como normal, 3 como regular, 1 como ruim e 1 sugeriu treinamento.
7%
21%
7% e x c e le nt e ( 3 )
bom ( 4 )
norm a l ( 2 )
21%
re gula r ( 3 )
ruim ( 1 )
30% pre c is a de t re ina m e nt o ( 1 )
14%
37,50% 38%
12,50% 12,50%
0,00% 0% 0,00%
Excelente Boa Normal Regular Ruim Não Há Precisa de
Recepção Treinamento
7,1%, dos visitantes, que foram bem recebidos, sentiram uma reação positiva à sua
presença, mas não acreditam que uma boa recepção influencie em sua fé, classificaram o
Ministério de Recepção da Igreja que visitavam como regular.
No próximo grupo, encontram-se 14,2% dos visitantes que foram bem recebidos, embora
não tenham percebido nenhuma reação à sua presença e que acreditam que uma boa recepção
influencia apenas em parte no crescimento da sua fé. 50% deles classificou o ministério como
normal, outros 50% como regular.
Os últimos 7,1% dos visitante não foram bem recebidos, não perceberam nenhuma reação à
sua presença e acreditam que a boa recepção influencia no crescimento da fé. Para eles, esse
Ministério necessita de treinamento.
2.4. CONCLUSÃO
Neste capítulo, foram estabelecidos, através de gráficos e da correspondente descrição, os
resultados de pesquisas realizadas sobre o Ministério de Recepção.
Analisando as pesquisas respondidas pelos líderes do Ministério de Recepção,
recepcionistas e anciãos, percebeu-se que nas Igrejas onde há um Ministério de Recepção existe
uma vantagem no modo de lidar com a recepção em relação a Igrejas onde ela fica à cargo do
diaconato, sendo a única desvantagem, o número de pessoas que atuam na recepção.
Nas pesquisas dos membros e visitantes, percebe-se que as melhores avaliações vêm
daqueles que são bem recebidos, percebem que as pessoas estão felizes com a sua chegada na
Igreja e acreditam que a recepção influencia no crescimento de sua fé.
No próximo capítulo será proposto um modelo de recepção, baseando-se nos dados acima
citados.
CAPÍTULO III
atuação e a atribuição de cada ministro serão descritas em detalhes logo abaixo. As equipes
devem ser compostas por pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias possíveis,
levando-se em consideração que para ser um ministro de recepção é imprescindível possuir o
dom da hospitalidade.
A liderança do Ministério de Recepção está a cargo de um coordenador geral e de um
secretário. A suas atribuições estão descritas a seguir.
2
Ver Anexo III.
3
A “Equipe de Contato Imediato” é uma sugestão para todas as Igrejas que possuem um Ministério de
Recepção e uma Coordenação de Interessados. Essa equipe deve estabelecer contato imediato, por carta ou
telefone, à visita de alguém que não pertença à Igreja ou que esteja afastada. Embora a União Central
Brasileira demonstre que essa equipe deva pertencer ao Ministério de Recepção, acredita-se que melhor
seria estar vinculada à Coordenação de Interessados. Maiores informações sobre este item ver: O
Ministério de Recepção: coordenador. Artur Nogueira/SP: União Central Brasileira. p. 11-13.
29
recepção informando-lhes seus dias e horários de atuação. Também deve auxiliar no controle do
estoque de materiais e na reposição em algum culto, caso esgote.
3.2. CONCLUSÃO
Diante de tal proposta, os problemas detectados nas pesquisas de campo, corrigidos, e
associado às práticas já desenvolvidas pelo Ministério de Recepção, contribuirão para uma boa
imagem da Igreja, por parte dos membros e visitantes, e ainda, colaborarão como meio
evangelístico.
Deve-se atentar para o fato de que deve haver um Ministério de Recepção em cada Igreja,
algo especializado, diante da importância dos tópicos apresentados anteriormente, e não esse
ministério associado a outro, sendo desenvolvido de qualquer forma.
32
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Gibbs, Eddie. I Believe in Church Growth. Grand Rapids/MI: William B. Eerdmans Publishing
Company, 1981.
Hadaway, C. Kirk. Church Growth Principles: separating fact from fiction. Nashville/TN:
Broadman Press, 1991.
Laurie, Greg. A Igreja que Abala o Mundo. Trad. Célia Regina Chazanas Clavello. Campinas/SP:
Editora United Press, 2002.
Logan, Robert E. Beyond Church Growth: action plans for developing a dynamic church. Grand
Rapids/MI: Baker Book House, 1989.
Parrott, Leslie. The Greeter’s Manual: a guide for warm-hearted churches. Grand Rapids/MI:
Zondervan Publishing House, 1993.
Russell, Bob e Russell, Rusty. Umas Igreja de Sucesso: 10 princípios bíblicos testados e
aprovados. Trad. Bruno G. Destefani. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2003.
White, Ellen G. Serviço Cristão. Santo André/SP: Casa Publicadora Brasileira, 1984.
34
WEBGRAFIA
ANEXO I
PESQUISA SOBRE O MINISTÉRIO DE RECEPÇÃO
6. Você acredita que todos os que atuam no Ministério de Recepção da sua Igreja são
vocacionados para isso, ou seja, possuem o dom da hospitalidade?
[ ] sim [ ] não
10. Os membros são orientados quanto a forma de lidar (tratar) com os visitantes?
[ ] sim [ ] não
14. Quais dos itens são disponibilizados aos visitantes e/ou membros?
[ ] Bíblia
[ ] Hinário
[ ] Lição da Escola Sabatina
[ ] Boletim informativo
[ ] Seqüência da Liturgia do Culto
17. Todos os visitantes são bem recebidos independentemente da forma como estejam
vestidos?
[ ] sim [ ] não [ ] depende de quem seja
ANEXO II
PESQUISA SOBRE O MINISTÉRIO DE RECEPÇÃO
2. Ao chegar à Igreja, você sentiu que as pessoas estavam felizes com a sua presença?
[ ] sim
[ ] não
[ ] não percebi nenhuma reação
6. Você acredita que o fato de ser bem recepcionado pode auxiliar no crescimento de sua
fé?
[ ] sim
[ ] não
[ ] em parte
ANEXO III
Frente
Nome: ................................................................................................................................................
Endereço: ...................................................................................................................... n°: ..............
Bairro: ......................................................................... Cidade/Estado: ............................................
CEP.: ........................................ Telefone: ........................................................................................
Convidado por ...................................................................................................................................
Verso
Glauber S. Araújo
Bacharel em Teologia pelo Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP
TCC apresentado em novembro de 2006
Orientador: Alberto R. Timm, Ph.D.
glauberaraujo@yahoo.com
DESMOND FORD AND THE DOCTRINE OF THE SANCTUARY: A COMPARATIVE ANALYSIS OF TWO
DISTINCT PHASES
ABSTRACT: Since Glacier View, in 1980, a considerable quantity of literature related to the
prophecies of Daniel, the sanctuary, the book of Hebrews, the investigative judgment and
related themes has been published by Adventists, in a search for arguments against the
ideas presented by Desmond Ford in that event. Nonetheless, no study showing that Ford
himself, years earlier, has refuted the same ideas that he later espoused seems to have
being undertaken up to now. The purpose of this study is to provide a comparative analysis
of Desmond Ford’s ideas during the meetings at Glacier View with his ideas before that
event, in order to demonstrate that many of his later ideas can be refuted through his own
arguments, previously published. After an analysis of Ford’s critics related to the (1)
prophetic interpretation, (2) investigative judgment, and (3) Elle G. White’s prophetic gift, it
will be provided a critic appraisal of these question on the basis of Ford’s previous
argumentation on these issues. This study is primarily based on books, articles and other
works published by Desmond Ford.
KEYWORDS: Daniel; Sanctuary; Hebrews; Investigative Judgment; Ellen G. White.
www.unasp.edu.br/kerygma/monografia5.05.asp 53
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Campus Engenheiro Coelho
Curso de Teologia
Bacharel em Teologia
por
Glauber S. Araújo
Novembro de 2006
SUMÁRIO
Capítulo
I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
ii
iii
Contaminação e purificação do santuário em Daniel 8:14 ........................... 42
Críticas.................................................................................................. 42
Respostas Anteriores ............................................................................. 43
O Dia da Expiação em Daniel 8:14 ............................................................. 44
Críticas.................................................................................................. 44
Respostas Anteriores ............................................................................. 45
Hebreus ........................................................................................................... 45
Críticas ....................................................................................................... 45
Respostas Anteriores................................................................................... 47
Apocalipse ....................................................................................................... 48
Críticas ....................................................................................................... 48
Respostas Anteriores................................................................................... 49
Conclusão ......................................................................................................... 49
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 60
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
compreensão das profecias de Daniel: “Muitos correrão de uma parte para outra, e o
interesse no estudo do livro de Daniel. Temos observado uma intensificação desse interesse
desde as reuniões de Glacier View, em agosto de 1980, em que líderes e teólogos da igreja
busca por respostas às críticas feitas por Desmond Ford em Glacier View quanto à
1
Para um estudo mais detalhado das interpretações de Daniel ver Alberto R.
Timm, Amin A. Rodor, e Vanderlei Dorneles, eds., O futuro (Engenheiro Coelho, SP:
Unaspress, 2004), 265-302; Francis D. Nichol, ed., “History of the Interpretation of
Daniel”, Seventh-day Adventist Bible Commentary (Hagerstown, MD: Review and Herald,
1977), 4:39-78; LeRoy E. Froom, The Prophetic Faith of Our Fathers: The Historical
Development of Prophetic Interpretation (Washington, DC: Review and Herald, 1946-
1954), Vols. 3 e 4.
1
2
Definição do Problema
Embora isto tenha sido feito para refutar as idéias apresentadas por Desmond Ford em
Glacier View, até hoje não encontramos um estudo que visa mostrar o contraste de suas
propostas durante Glacier View e suas idéias antes deste evento. Vários estudos foram
apresentados, procurando revogar a nova interpretação feita por Desmond Ford naquele
evento, mas não foi encontrado um estudo mostrando que estas idéias eram revogadas pelo
Propósito do Estudo
Desmond Ford durante as reuniões em Glacier View com suas idéias antes dessa reunião, a
fim de mostrar que muitas das idéias expostas naquela reunião podem ser refutadas através
Para que o assunto possa ser melhor compreendido, uma breve descrição
histórica da vida de Desmond Ford é apresentada. Também são providos alguns detalhes
quanto ao contexto no qual Ford vivia e como ele acabou influenciando o mundo teológico
adventista. Atenção é dada aos escritos de outros autores somente quando estes provêem
View limita-se a uma análise comparativa entre as principais propostas feitas por Ford
3
neste evento, atacando a posição tradicional adventista e suas idéias anteriormente
O ano de 1959 foi o ano escolhido como o ponto de partida para análise das
publicações de Desmond Ford, pois foi naquele ano que aparece sua primeira contribuição
significativa sobre o tema do presente estudo. O ano de 1980 foi o ano escolhido para o
término do estudo pois nesse ano foi publicado seu livro contendo todas as suas propostas
Metodologia
publicados por Desmond Ford até Glacier View que tratem do livro de Daniel, o santuário,
mestrado sobre Daniel 8:14 e os últimos dias, 2 sua tese doutoral sobre a abominação da
desolação na escatologia bíblica3 e o texto publicado para Glacier View intitulado “Daniel
8:14, the Day of Atonement, and the Investigative Judgment”.4 Duas abordagens são
2
Desmond Ford, Daniel 8:14 and the Latter Days (dissertação de M.Th.,
Potolomac University, Washington, DC, setembro de 1959).
3
Idem, The Abomination of Desolation in Biblical Eschatology (tese de Ph.D.,
University of Manchester, julho de 1972).
4
Desmond Ford, Daniel 8:14, the Day of Atonement, and the Investigative
Judgment (Casselberry, FL: Euangelion Press, 1980); doravante, estaremos nos referindo a
esta obra como Daniel 8:14.
4
metodologia temático-comparativa.
Organização do Estudo
Também são abordados alguns pontos fundamentais que levaram a Glacier View. No
próximo capítulo, sob o título “Interpretação profética”, é oferecida uma comparação dos
escritos de Desmond Ford relacionados (1) ao princípio dia-ano, (2) ao chifre pequeno e
família anglicana.3 Ainda jovem, Ford desenvolveu uma paixão pela leitura de livros sobre
interesse pela leitura, Ford também era um aluno brilhante, mas teve que abandonar
temporariamente seus estudos devido à Segunda Guerra Mundial, na qual seu país também
estava envolvido.5
interessar por assuntos religiosos. Seu interesse o levou a ler O Grande Conflito de Ellen G.
1
“Des Ford” [http://www.goodnewsunlimited.org/bioford.cfm], acessado em
março de 2006.
2
Currículo de Desmond Ford concedido por sua filha Elenne.
3
Enoch de Oliveira, A mão de Deus ao leme (Santo André, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 1985), 135.
4
“Des Ford” [http://www.goodnewsunlimited.org/bioford.cfm], acessado em
março de 2006.
5
Ibid.
6
Alberto R. Timm, Desenvolvimento da doutrina do santuário no contexto do
conflito cósmico, Apostila da aula de Doutorado (Argentina: Seminário Adventista Latino-
americano de Teologia, 1997), 53; Oliveira, 135.
5
6
Foi o livro O Grande Conflito, de Ellen G. White, que o Senhor usou para tornar-me
um adventista do sétimo dia. Quando tinha 16 anos, eu o lia nos trens, bondes, e nos
cinemas ao ar livre enquanto esperava nas filas por um tíquete de entrada. Eu levava
o livro comigo ao trabalho nos sábados de manhã e o lia quando possível. Eu vivia
em outro mundo conforme aquelas maravilhosas páginas eram devoradas; e quando
terminei de lê-lo, já era, em essência, um adventista do sétimo dia, mesmo tendo meu
batismo ocorrido meses depois.7
em 1958.9 Ele está atualmente casado com Gillian, e tem três filhos.10
Desde sua infância, a vida de Ford foi marcada por uma sede e busca pelo
concluiu em 1959 com uma dissertação sobre Daniel 8:14 e os últimos dias. 11 Terminando
7
Desmond Ford, “The ‘Everlasting Gospel’ as Found in ‘The Great
Controversy’”, Australasian Record, outubro de 1977, 6-7.
8
Idem, “Investigative Judgment Forum”, Palestra oferecida em Pacific Union
College, 27 de outubro, 1979, 3 [digitado].
9
“Des Ford” [http://www.goodnewsunlimited.org/bioford.cfm], acessado em
março de 2006.
10
Desmond Ford, Discovering God’s Treasures (Washington, DC: Review and
Herald Publishing Association, 1972), contra capa; idem, Right with God Right Now: How
God Saves People as Shown in the Bible's Book of Romans (Newcastle, CA: Desmond Ford
Publications, 1999), xii.
11
Idem, Daniel 8:14 and the Latter Days.
12
Timm, 53-54.
7
Em 1972, ele obteve seu segundo Doutorado pela Manchester University com
uma tese sobre a abominação da desolação na escatologia bíblica.13 Nos 16 anos seguintes,
sobre a justificação pela fé. Na Austrália, Robert D. Brinsmead promovia idéias com um
forte teor perfeccionista,15 idéias estas que eram contestadas por Desmond Ford. Para Ford,
a justificação
tem uma significação forense... possui associações legais e está vitalmente ligada com
questões da lei... Assim, quando o pecador, pessoal e gratamente, aceita o pagamento
de Cristo, em lugar de seus próprios pecados... a divina absolvição imputa inocência,
em razão da aceitação, pelo pecador, dAquele que somente possui perfeita justiça...16
o crente consagrado tem pecado nele, mas não pecado sobre ele, tal como Cristo tinha
pecado sobre si, mas não em si... toda alma convertida tem ainda sua velha natureza
para combater... Nossa velha natureza será finalmente destruída, na glorificação,
quando nosso Senhor retornar. Então não teremos pecado nem em nós, nem sobre
nós.17
13
Timm, 54. Sua dissertação foi posteriormente publicada como Desmond Ford,
Abomination of Desolation in Biblical Eschatology (Lanham: University Press of America,
1978).
14
“Desmond Ford” [http://www.goodnewsunlimited.org/bioford.cfm], acessado
em março de 2006; Geoffrey J. Paxton, O abalo do adventismo (Rio de Janeiro, RJ:
JUERP, 1987), 135.
15
Ibid., 109-172.
16
Desmond Ford, Signs of the Times, ed. Australiana, julho de 1959, citado em
O abalo do adventismo, 135.
17
Desmond Ford, Signs of the Times, ed. Australiana, 1º de agosto de 1967,
citado em O abalo do adventismo, 130.
8
Ford não rejeitava a necessidade de santificação, mas a separava da justificação
pela fé. Em sua opinião, “santificação nunca é perfeita e não deveria ser considerada como
‘justificação pela fé’. Ela é o fruto de justificação pela fé. Porque sempre é imperfeita nesta
vida, ela nunca pode nos justificar”.18 As discussões sobre a justificação pela fé atingiram
seu auge em uma série de reuniões entre pastores e teólogos em Palmdale, Califórnia, de 23
18
Idem, The one way of salvation, não publicado, 2.
19
Paxton, 34. Para um estudo mais aprofundado sobre a compreensão de Ford
sobre justificação pela fé, ver Desmond Ford, “Sinai’s Three Secrets”, These Times,
outubro de 1973, 9-10; idem, “The Two Faces of Redemption”, Australasian Record, v.80,
fevereiro de 1975, 12-14; Idem, “From Death to Life”, These Times, v.84, agosto de 1975,
6-7; Idem, “The Everlasting Ten”, Australasian Record, v.80, agosto de 1975, 10-11; Idem,
“The Scope and Limits of the Pauline Expression ‘Righteousness by Faith’”, Document
from the Palmdale Conference on Justification by Faith, 1-13; idem “The relationship
between the Incarnation and Righteousness by Faith”, Document from the Palmdale
Conference on Justification by Faith, 25-41; idem, Ellen G. White and Righteousness by
Faith, Document from the Palmdale Conference on Justification by Faith, 42-60; idem,
“Best News Ever!” Signs of the Times, v.104, janeiro de 1977, 18-21; idem, “‘What Think
ye of Christ?’” These Times, v.86, janeiro de 1977, 22-23; idem, “Is your Wheelbarrow
Inverted?” Australasian Record, v.82, fevereiro de 1977, 6; idem, “Ignorance and his
Modern Counterparts”, Australasian Record, v.82, maio de 1977, 6-7; idem, “The Valley
of Desperation”, Australasian Record, v.82, agosto de 1977, 10-13; idem, “Letter to a
Failure”, Australasian Record, v.82, agosto de 1977, 6-7; idem, “I Believe in the
Righteousness of Christ”, These Times, v.86, outubro de 1977, 17-20; idem, “The
‘Everlasting Gospel’ as Found in ‘The Great Controversy’”, Australasian Record, v.82,
outubro de 1977, 6-7; idem, “I Believe in the Sacrifice of Jesus Christ”, These Times, v.86,
novembro de 1977, 17-20; idem, “The Greatest Book, the Greatest Invitation, the Greatest
Opportunity,--all yours!” Signs Of The Times (Australian), v.93, janeiro de 1978, 22-24;
idem, “Paul--Pattern of Perfection”, Australasian Record, v.83, fevereiro de 1978, 6-7,14;
idem, “The Lamb is the Hinge”, Ministry, v.51, maio de 1978, 4-7; idem, “How to Turn the
World Upside down” Signs of the Times (Australian), v.93, junho de 1978, 24-26; idem,
“The Truth of Paxton´s Thesis”, Spectrum, v.9, nº 3, julho de 1978, 37-45; idem, “Love
that Bled at Calvary”, Ministry, v.51, setembro de 1978, 16-18. Ver também idem,
Unlocking God´s Treasury (Waburton, Bict., Australia: Signs Pub. Co., 1964), 10, 11, 15-
18; idem, Right with God Right Now: How God Saves People as Shown in the Bible's Book
of Romans (Newcastle, CA: Desmond Ford Publications, 1999).
9
Em 1977, Ford mudou-se com sua família para os Estados Unidos, pois fora
Union College, Ford foi convidado a apresentar uma palestra em 27 de outubro de 1979
doutrina do santuário. Ele afirmou que, enquanto lia o capítulo 9 de Hebreus, pensava: “Isto
acompanhou, admite ele, durante seus últimos 35 anos como adventista. “Desde o tempo
em que era episcopal até hoje, tenho estado consciente de inconsistências e incongruências
antítipo Dia da Expiação, portanto, deveria ter iniciado naquele ano, e não em 1844.22
Segundo Ford,
naquela ocasião, foi declarado que Daniel 8:14 não tem nenhuma ligação lingüística
com o capítulo sobre o Dia da Expiação em Levítico, e nem Hebreus, em sua
exposição do santuário, nos aponta para Daniel 8:14. Foi sugerido que o bem
conhecido conceito teológico da escatologia inaugurada e consumada – onde eventos
a se cumprirem materialmente em conexão com o fim do mundo tinham uma
20
“Des Ford” [http://www.goodnewsunlimited.org/bioford.cfm], acessado em
março de 2006.
21
Ford, Daniel 8:14, i.
22
Oliveira, 135.
10
aplicação legal prévia com a cruz – nos oferece uma chave para nosso problema
principal.23
Para sustentar sua argumentação, Ford afirmou que vários dos principais
como provar o juízo investigativo”.24 Ele então exortou os adventistas a deixarem suas
decidiu conceder-lhe seis meses para desenvolver suas idéias e apresentá-las perante um
Ford e sua família foram para Washington, onde a Associação Geral lhe cedeu um
escritório, ajuda secretarial e livre acesso aos arquivos do Patrimônio Literário de Ellen G.
White.27
O resultado desses seis meses de estudo foi um texto de quase 1.000 páginas,
intitulado “Daniel 8:14, o Dia da Expiação e o Juízo Investigativo”.28 Este documento foi
estudado, analisado, e discutido por 114 líderes e teólogos da igreja em uma série de
23
Desmond Ford, Daniel 8:14, 21.
24
Idem, “Investigative Judgment Forum”, 4-5.
25
Ibid., 3.
26
“Des Ford” [http://www.goodnewsunlimited.org/bioford.cfm], acessado em
março de 2006; Timm, 54.
27
Oliveira, 135.
28
Este documento foi posteriormente publicado como Desmond Ford, Daniel
8:14, the Day of Atonement, and the Investigative Judgment (Casselberry, FL: Euangelion
Press, 1980).
11
reuniões em Glacier View, perto de Denver no Colorado, de 10 a 15 de agosto de 1980.29
As reuniões em Glacier View causaram tal impacto que o evento acabou sendo mencionado
em revistas como Newsweek, Time e Christianity Today.30 Em seu texto, Ford alegou as
seguintes posições:
Ford tentou justificar sua nova abordagem das profecias de Daniel alegando que
“desde o começo da exegese científica entre os adventistas do sétimo dia – aquela exegese
sacerdotal de Cristo e 1844 “têm sido repetidamente desafiadas por teólogos adventistas”
ou pelo menos “rejeitadas pela maioria daqueles que são especialistas nesta área bíblica em
particular”.32
aquela que ele mais tarde manteria e defenderia arduamente, surge a pergunta: O que
provocou tal mudança? Segundo Ford, quando alguém é convertido a Cristo, ele é
que então a necessidade de um juízo investigativo dos justos já que todos aqueles que
aceitaram Jesus como Salvador e Senhor já estão salvos? Sua concepção de justificação
pela fé teve um impacto direto na sua compreensão do juízo investigativo. Conforme Ford:
31
Ford, Daniel 8:14, 292-293.
32
Ibid., 291.
13
Por que nós, assim como todos os outros cristãos, fomos encarregados do “evangelho
eterno”, é essencial que nada em nossa apresentação doutrinária compita ou
contradiga este evangelho. Chegar a inferir que a obra expiatória de Cristo no
Calvário não foi completa, mas necessitava de uma fase seguinte; sugerir que os
méritos do sangue do Salvador não alcançaram o Lugar Santíssimo até 1844; declarar
que nosso Senhor esteve durante dezoito séculos envolvido em um ministério que
representava os privilégios limitados da era judaica pré-cruz (Hb 9:6-9); criar o medo
de que nossa salvação eterna repousa em certa medida em obras ao invés da fé, e que
a questão do juízo dependa desta medida de obras no crescimento cristão – é pôr em
risco o evangelho abençoado, esquecer a advertência de Judas 3, e convidar a
maldição de Gálatas 1:8, (ver Gl 2:16-21; Rm 3:19-28; Ef 2:8; Tt 3:4-7). Estes são
assuntos sérios, e mesmo que a vida professional de alguns de nós corra perigo por
ouvirem à voz da consciência, tal custo é valioso demais quando envolve deslealdade
ao evangelho. Certamente todos nós concordaríamos com a escolha de Whitefield,
quando este exclamou: “Seja meu nome esquecido, seja eu pisado pelos homens, para
que Jesus seja glorificado”.33
da igreja e alguns teólogos seguiram Desmond Ford, deixando de crer nas doutrinas do
deixaram a igreja.34 Ford se recusou a mudar de posição e, por isso, a igreja se sentiu
obrigada a pedir que suas credenciais fossem devolvidas. Desde então, Ford esteve
trabalhando com a Good News Unlimited em Auburn, Califórnia.35 Ele se mantém ocupado
33
Ibid., i.
34
Richard W. Schwarz and Floyd Greenleaf, Light Bearers (Nampa, ID: Pacific
Press Publishing Association, 2000), 634.
35
“Des Ford” [http://www.goodnewsunlimited.org/bioford.cfm], acessado em
março de 2006.
14
apresentando palestras, escrevendo artigos36 e livros.37 Mesmo depois de retornar à
Austrália e estar fora do cenário teológico adventista, Ford continua sendo discutido.
conseguiu lidar com a crise de maneira sábia e madura. Desde aquelas reuniões, uma série
36
Desmond Ford, “Parmenter-Ford Correspondence”, Ministry, v.53, outubro de
1980, 10-11; idem, “Ford's Second Reply”, Spectrum, v.11, n.2, 1980, 78; idem, “Ford's
First Reply”, Spectrum, v.11, n.2, 1980, 77; idem, “Daniel 8:14 and the Day of
Atonement”, Spectrum, v.11, n.2, 1980, 30-36; idem, “The Sabbath Brinsmead's Polemic”,
Spectrum, v.12, n. 1, setembro de 1981, 66-69; idem, “Ford Responds to Shea”, Spectrum,
v.11, n.4, 1981,54-57; idem, “Ford Responds”, Spectrum, v.12, n. 2, dezembro de 1981, 64;
idem, “Value of Questioning”, Spectrum, v.12, n. 3, abril de 1982, 63; idem, “Ford Defends
Sabbath on a Round World”, Spectrum, v.13, n. 2, dezembro de 1982, 67-68; idem,
“Responding to Paulson on Theological Change”, Spectrum, v.14, n. 2, 1983, 63; idem,
“Creationism”, Spectrum, v.16, n.1, 1985, 67-68; idem, “Desmond Ford on Adventist
Doctrine”, Spectrum, v.19, n. 2, 1988, 60-61; idem, “Good News Bursting Forth”,
Spectrum, v.22, março de 1992, 12-22; idem, “Ford on God and Creation”, Spectrum, v.22,
outubro de 1992, 60; idem, “Desmond Ford on the Danger of SDAs Joining the Anti-
Christ”, Spectrum, v.23, outubro de 1993, 54-55; idem, “Is the Seventh-Day Sabbath
Christian?” Adventist Today, v.4, julho-agosto de 1996, 11-14; idem, “Sabbath in the New
Testament”, Adventist Today, v.5, março-abril de 1997, 6; idem, “Jesus Seminar”, Adventist
Today, v.5, janeiro-fevereiro de 1997, 4; idem, “NPUC Critics of Ratzlaff Answered”,
Adventist Today, v.6, julho-agosto de 1998, 4-6; idem, “How To Understand The End-time
Prophecies Of The Bible [Review]”, Adventist Today, v.6, julho-agosto de 1998, 11-12;
idem, “Ellen White Was Right ‘Increasing Light is to Shine Upon Us’”, Spectrum, v.26,
janeiro 1998, 59-60; “Dr. Desmond Ford's Reply”, Adventist Today, v.10, setembro-
outubro de 2002, 4.
37
Idem, Physicians of the Soul: God's Prophets Through the Ages (Nashville:
Southern Pub. Association, 1980); idem, The Forgotten Day (Newcastle, CA: Desmond
Ford Publications, 1981); idem, Crisis: A Commentary on the Book of Revelation
(Newcastle, CA: Desmond Ford Publications, 1982); idem, The Adventist Crisis of
Spiritual Identity (Newcastle, CA: Desmond Ford Publications, 1982); idem, Will There Be
a NUCLEAR World Holocaust? (Auburn, CA: Good News Unlimited, 1984); idem, How to
Survive Personal Tragedy (Auburn, CA: Good News Unlimited, 1984); idem, Worth More
than a Million!: What Medical Science and Scripture Say about Immunity to Disease
(Auburn, CA: Good News Unlimited, 1984); idem, A Kaleidoscope of Diamonds
(Newcastle, CA: Desmond Ford Publications, 1986); idem, Daniel and the Coming King
(Rocklin, CA: J & M Printing, 1996); Eating Right for Type 2 Diabetes : A Christian
Perspective on a Traumatic Disease (Lincon, NE: IUniverse Book Publisher, 2004); idem,
Right with God Right Now: How God Saves People as Shown in the Bible's Book of
Romans.
15
de estudos acadêmicos, 38
38
Gerhard F. Hasel, Redenção divina hoje, Apostila de aula de Teologia
(Brasília-DF: Seminário Adventista Latino-americano de Teologia, 1981); William H.
Shea, Selected Studies on Prophetic Interpretation, Daniel and Revelation Committee
Series, vol.1 (Washington, DC: Biblical Research Institute of the General Conference of
Seventh-day Adventists, 1982); Frank B. Holbrook, ed., Symposium on Daniel:
Introductory and Exegetical Studies, Daniel and Revelation Committee Series, vol.2
(Washington, DC: Biblical Research Institute of the General Conference of Seventh-day
Adventists, 1982); idem, The Seventy Weeks, Leviticus, and the Nature of Prophecy, Daniel
and Revelation Committee Series, vol.3 (Washington, DC: Biblical Research Institute of
the General Conference of Seventh-day Adventists, 1986); idem, Issues in the Book of
Hebrews, Daniel and Revelation Committee Series, vol.4 (Silver Spring, MI: Biblical
Research Institute of the General Conference of Seventh-day Adventists, 1989); idem,
Doctrine of the Sanctuary: A Historical Survey (1845-1863), Daniel and Revelation
Committee Series, vol.5 (Silver Spring, MI: Biblical Research Institute of the General
Conference of Seventh-day Adventists, 1989); idem, The Sanctuary and the Atonement:
Biblical, Theological, and Historical Studies (Silber Spring, MI: Biblical Research
Institute, 1989); idem, Symposium on Revelation, Book 1: Introductory and Exegetical
Studies, Daniel and Revelation Committee Series, vol.6 (Silver Spring, MI: Biblical
Research Institute of the General Conference of Seventh-day Adventists, 1992); idem,
Symposium on Revelation, Book 2: Exegetical and General Studies, Daniel and Revelation
Committee Series, vol.7 (Silver Spring, MI: Biblical Research Institute of the General
Conference of Seventh-day Adventists, 1992).
16
teses, 39
39
Roy Adams, The Sanctuary Doctrine: Three Approaches in the Seventh-day
Adventist Church, Andrews University Seminary Doctoral Dissertation Series, vol. 1
(Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1981); Richard M. Davidson, Typology in
Scripture: a Study of Hermeneutical τυπος Structures, Andrews University Seminary
Doctoral Dissertation Series, vol. 2 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1981);
Angel M. Rodriguez, Substitution in the Hebrew Cultus, Andrews University Seminary
Doctoral Dissertation Series, vol. 3 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1979);
Arthur J. Ferch, The Son of Man in Daniel 7, Andrews University Seminary Doctoral
Dissertation Series, vol. 6 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1979); Samuel
Nuñez, The Vision of Daniel 8: Interpretations from 1700 to 1800, Andrews University
Seminary Doctoral Dissertation Series, vol. 14 (Berrien Springs, MI: Andrews University
Press, 1987); Gerhard Pfandl, The Time of the End in the Book of Daniel, Adventist
Theological Society Dissertation Series, vol. 1 (Berrien Springs, MI: Adventist Theological
Society Publications, 1992); Brempong Owusu-Antwi, The Chronology of Daniel 9:24-27,
Adventist Theological Society Dissertation Series, vol. 2 (Berrien Springs, MI: Adventist
Theological Society Publications, 1995); Nilton D. Amorim, “Desecration and Defilement
in the Old Testament” (tese de Ph.D., Andrews University, 1986); R. Dean Davis, “The
Heavenly Court Scene of Revelation 4-5” (tese de Ph.D., Andrews University, 1986);
Richard Fredericks, “A Sequential Study of Revelation 1-14 Emphasizing the Judgment
Motif : with Implications for Seventh-day Adventist Apocalyptic Pedagogy” (tese de Ph.D.,
Andrews University, 1987); Alberto R. Timm, O santuário e as tres mensagens angélicas:
fatores integrativos no desenvolvimento das doutrinas adventistas (Engenheiro Coelho, SP:
Imprensa Universitária Adventista, 2002); Winfried Vogel, “The Cultic Motif in Space and
Time in the Book of Daniel” (tese de Ph.D., Andrews University, 1999); Merlin D. Burt,
“The Historical Background, Interconnected Development and Integration of the Doctrines
of the Sanctuary, the Sabbath, and Ellen G. White's Role in Sabbatarian Adventism from
1844 to 1849” (tese de Ph.D., Andrews University, 2003); Elias Brasil de Souza, The
Heavenly Sanctuary/Temple Motif in the Hebrew Bible: Function and Relationship to the
Earthly Counterparts (Berrien Springs, MI: Adventist Theological Society Publications,
2005).
17
e livros40 têm sido publicados, na busca de uma melhor compreensão dos assuntos
investigativo.
Conclusão
Desmond Ford se uniu à Igreja Adventista do Sétimo Dia aos 16 anos de idade
40
C. Mervyn Maxwell, God Cares: The Message of Daniel for you and your
family (Boise, ID: Pacific Press, 1981); Morris Venden, Good News and Bad News about
Judgment (Mountain View, CA: Pacific Press, 1983); C. Mervyn Maxwell, God Cares: The
Message of Revelation for you and your family (Boise, ID: Pacific Press, 1985); Hans K.
LaRondelle, The Israel of God in Prophecy: Principles of Prophetic Interpretation (Berrien
Springs, MI: Andrews University Press, 1987); Clifford Goldstein, 1844 Made Simple
(Boise, ID: Pacific Press, 1988); idem, How Dare You Judge Us, God (Boise, ID: Pacific
Press, 1991); Leslie Hardinge, With Jess in His Sanctuary: Walk Through the Tabernacle
Along His Way (Harrisburg, PA: American Cassette Ministries, 1991); Alberto R. Treiyer,
The Day of Atonement and the Heavenly Judgment: From the Pentateuch to Revelation
(Sioam Springs, AR: Creation Enterprises International, 1992); Clifford Goldstein, False
Balances: The Truth about the Judgment, the Sanctuary, and Your Salvation (Boise, ID:
Pacific Press, 1992); Roy Adams, The Sanctuary: Understanding the Heart of Adventist
Theology (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1993); C. Mervyn Maxwell, Magnificent
Disappointment: What Really Happened in 1844… and Its Meaning for Today (Boise, ID:
Pacific Press, 1994); Frank B. Holbrook, The Atoning Priesthood of Jesus Christ (Berrien
Springs, MI: Adventist Theological Society Publications, 1996); Morris Venden, Never
Without an Intercessor: the Good News about the Judgment (Boise, ID: Pacific Press,
1996); Hans K. LaRondelle, How to Understand the End-Time Prophecies of the Bible: The
Biblical-Contextual Approach (Sarasota, FL: First Impressions, 1997); Normand Gulley,
Christ is Coming (Hagerstown, MD: Review and Herald, 1998); Paul A. Gordon, The
Sanctuary, 1844 and the Pioneers (Nampa, ID: Pacific Press, 2000); Jacques B. Doukhan,
Secrets of Daniel (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2000); Ranko Stefanovic,
Revelation of Jesus Christ (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2002); Juarez
Rodrigues Oliveira, Chronological Studies Related to Daniel 8:14 and 9:24-27
(Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2004); Gerhard Pfandl,
Daniel: The Seer of Babylon (Hagerstown, MD: Reviews and Herald, 2004); Alberto R.
Timm, Amim A. Rodor, and Vanderlei Dornelles, O futuro: A visão adventista dos últimos
acontecimentos (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2004); Clifford Goldstein, Graffiti in
the Holy of Holies (Nampa ID: Pacific Press, 2004); William H. Shea, Daniel: A Reader´s
Guide (Nampa, ID: Pacific Press, 2005).
18
Seminário Teológico em Avondale College e prosseguiu seus estudos acadêmicos até
conseguir dois doutorados. Durante os anos em que foi pastor da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, Ford se aprofundou em duas áreas da teologia adventista: (1) a justificação
pela fé e (2) temas relacionados ao livro de Daniel. Durantes seus últimos anos como pastor
adventista, Ford começou a assumir uma posição contrária à sua posição anterior com
fé. Esta mudança de pensamento acabou levando-o a discutir sua posição diante de um
diferente da posição adventista nas seguintes áreas: (1) a interpretação profética, (2) o juízo
investigativo e (3) o dom profético de Ellen G. White. Suas idéias causaram um impacto
INTERPRETAÇÃO PROFÉTICA
Analisando a obra de Desmond Ford Daniel 8:14, percebemos que ele não
concorda com a interpretação profética feita pelos adventistas. Este utiliza vários
argumentos para mostrar que tal interpretação não é bíblica e, assim, não deveria ser usada.
Ford procura mostrar que: (1) o princípio dia-ano não é válido, (2) o chifre pequeno não é
apenas Roma pagã e papal, (3) Jesus pretendia voltar no primeiro século de nossa era e (4)
de Daniel. Estudaremos cada um desses argumentos procurando mostrar como suas idéias
se contradizem quando comparadas com o que ele havia publicado anteriormente sobre os
mesmos assuntos.
O princípio dia-ano
Críticas
outubro de 1844. Em primeiro lugar, ele procura mostra que o princípio dia-ano – no qual
um dia profético equivale a um ano literal – não deveria ser empregado na interpretação de
profecias de tempo, tais como as 2.300 tardes e manhãs, as 70 semanas, os 1.260 dias, os 42
meses, ou um tempo, tempos, e metade de um tempo. Este princípio pode ser encontrado
19
20
em Números 14:32-35 e Ezequiel 4:1-8, mas não é “um princípio designado a governar
outras passagens”.1
Como segundo argumento, Ford enfatiza que Daniel 8:14 não fala de 2.300
dias, já que não encontramos a palavra “dias” no texto. “No lugar, temos a expressão
ambígua ‘tardes e manhãs’ que mais provavelmente se aplica aos sacrifícios da tarde e da
manhã. Portanto, no lugar dos 2.300 dias, se estes exegetas estão corretos, apenas 1.150
dias estão em vista”.2 Em terceiro lugar, Ford afirma também que “Daniel 9:24-27 não
menciona dias em nenhum lugar. O hebraico shabuim significa meramente setes – setes de
seja o que o contexto indicar, e aqui anos estão em vista. Muitas traduções modernas,
os 2.300 dias se aplicam “à duração de tempo em que a ponta pequena pisaria por terra o
santuário e suspenderia os sacrifícios diários”. Ele portanto, nega que os 2.300 anos
começaram séculos antes que o “chifre pequeno” iniciasse seu ataque ao santuário, ou seja,
9:24] significa ‘cortar’ ou ‘decretar’, e não há como provar que estava designado cortar 490
de 2.300”.5
1
Desmond Ford, Daniel 8:14, 200.
2
Ibid., 174-176.
3
Ibid., 197.
4
Ibid., 203.
5
Ibid., 175.
21
Em seu quinto argumento, ele alega que nada em Esdras 7 fala do decreto para
a restauração de Jerusalém. Aliás, “o contexto diz que esse decreto, assim como aquele de
Ciro e Dario, tinha a ver com o templo. Os magistrados estavam encarregados de aplicar as
leis do templo. Veja Esdras 6:14 que situa este decreto entre os decretos do templo”.6 O ano
de 457 a.C., portanto, não poderia ser uma data para o início das 70 semanas7.
a.C., não há como demonstrar que devemos datar o decreto para o dia 22 de outubro
daquele ano. Pelo contrário, há indícios que parecem apontar para a direção oposta...
Teriam todos os judeus caraítas observado o dia 22 de outubro como o Dia da Expiação em
1844? A evidência mostra que a maioria não”.8 Para ele, o Dia da Expiação teria caído no
Respostas Anteriores
pelos seus próprios argumentos anteriormente publicados. Em seu livro Laynd,10 podemos
encontrá-lo apresentando seis argumentos a favor do uso do princípio dia-ano. Ele afirma
que (1) “dias” comuns não poderiam estar aqui tencionados por estas profecias, pois como
“as visões abarcam temas amplos, ao invés de temas insignificantes, assim também os
6
Ibid.,174-176.
7
Ibid.
8
Ibid., 195-196.
9
Ibid., 196-197.
10
Idem, Laynd (Nashville, TN: Southern Publishing Association, 1978).
22
períodos de tempo enfatizados são símbolos de eras extensas, ao invés de limitadas”.11 (2)
Da mesma forma que em Daniel 2, os quatro metais da imagem são símbolos de quatro
reinos e em Daniel 7, os quatro animais são representações de quatro reinos, “os períodos
tempo em Daniel e Apocalipse são expressos também indica que estes devem ser aplicados
Daniel 7:25 não poderia ser literal. “Em dois outros lugares este intervalo ocorre nas
Escrituras, e em ambos os casos são expressos em sua forma natural de ‘três anos e seis
meses’ (ver Lc 4:25; Tg 5:17)”. “A teoria dia-ano requereria que o símbolo fosse expresso
de tal forma a indicar que não seja interpretado literalmente. Daniel 7:25 não o faz de forma
admirável?”13 (4) O mesmo acontece com a expressão “duas mil e trezentas tardes e
manhãs”. Esta não seria a expressão normal e literal para um período entre seis a sete anos.
Há apenas três eventos em toda a história bíblica onde um período de tempo maior do
que 40 dias é expresso em dias apenas, e é absolutamente sem precedentes nas
Escrituras que períodos de mais de um ano sejam assim descritos (Gn 7:24; 8:3; Ne
6:15; Et 1:4).
As diferentes expressões usadas para denotar o mesmo período são provas
adicionais que o “um tempo, dois tempos, e a metade de um tempo” de Daniel 7:25
não pode representar três anos e meio normais. Duas vezes é mencionado como
“tempo, dois tempos, e a metade de um tempo” (Dn 7:25; 12:7); uma vez como “um
tempo, tempos, e a metade de um tempo” (Ap 12:14); duas vezes como “quarenta e
dois meses” (Ap 11:2; 13:5); e duas vezes como “mil duzentos e sessenta dias” (Ap
11:3; 12:6). Comparando o contexto em cada caso, é evidente que todos estes se
aplicam ao mesmo período, mas a expressão natural de “três anos e seis meses” não é
11
Ibid., 301.
12
Ibid., 301
13
Ibid.
23
usada uma só vez. Obviamente Deus está indicando a natureza simbólica da
expressão...14
Ele também argumenta que (5) assim como “animais de vida curta são
utilizados como símbolos de impérios duradouros”, seria mais lógico que os tempos
tempo menor representando uma unidade maior”.15 Finalmente, Ford argumenta que até
esse ponto, a única medida de tempo não empregada no simbolismo de Daniel é a do ano.
Dias, semanas, e meses são utilizados (1.260 dias, setenta semanas, quarenta e dois
meses), mas a palavra para ano não é encontrada... A explicação mais óbvia para esta
omissão da palavra para ano em Daniel e Apocalipse, enquanto que os outros termos
de um calendário são encontrados, é que o ano é a medida tipificada nessas profecias,
e que o dia, o período de tempo mais curto do calendário simbólico, é utilizado para o
representar. Há uma propriedade natural no princípio dia-ano sendo escolhido pelo
Criador quando lembramos que existem duas grandes rotações da Terra. Uma em seu
eixo, durando 24 horas, a qual dá origem ao dia; e a outra em sua órbita, durando 365
dias, que dá surgimento ao ano. É realmente apropriado que o menor se torne símbolo
do maior...16
Em Laynd, Ford também mostra que apesar da palavra “dias” não aparecer em
Enquanto que a palavra aqui [Dn 9:24] encontrada para semanas, shabûa‘,
simplesmente significa hebdômada (uma unidade de sete dias), não obstante, o uso
bíblico deste termo é sempre para uma semana de dias (ver Gn 29:27, 28; Dn 10:2.
Não é usado, por exemplo, em Lv 25:1-10 para o período de sete anos). Considerando
que outras evidências indicam que este período de 490 anos é cortado de um período
maior dos 2.300, é óbvio que o último consiste em anos também. Deste modo, aqui
em Daniel 9 acertamos no teste pragmático, e o princípio dia-ano justificado, apesar
do fato que a palavra dia não apareça nesta passagem.19
(1) o mesmo anjo do capítulo 8 vem para “fazer entender” a visão no capítulo 9. Suas
capítulos é o mesmo – o futuro do santuário; (3) Daniel 9:24 se torna relevante quanto ao
Cristo e ao anticristo como os protagonistas na guerra pelo santuário; (5) ambas começam
com a Medo-Pérsia; (6) ambas culminam com o juízo sobre o anticristo no fim dos tempos;
e (7) ambas apontam para o surgimento da justiça eterna.21 Mais adiante, Ford afirma que
“se Gabriel está cumprindo a comissão de Daniel 8:16 para explicar 8:1-14 a Daniel, e se é
18
Carl Friedrich Keil, Biblical Commentary on the Book of Daniel,
Commentary on the Old Testament (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans, 1975), 303 e
304.
19
Desmond Ford, Laynd, 302 e 303.
20
Ibid., 207.
25
evidente que esta primeira declaração de Gabriel afirma que as 70 semanas de anos sejam
com 457 a.C. anteriormente. A única coisa que ele comenta é que à margem de Esdras 7,
todas as Bíblias indicam o ano de 457 a.C. como sendo o ano do decreto.23 Aliás, todas as
datas que são geralmente aceitas no cristianismo, como 457 a.C. para o decreto da
reconstrução de Jerusalém, 27 d.C. para o batismo de Cristo, 31 d.C. para Sua crucificação,
e 34 d.C. para o apedrejamento de Estevão, eram também aceitas por Ford, mas ele não
Crítica
Ford procura mostrar que Roma não é a única alternativa para o “chifre
pequeno”, já que devemos “procurar por um poder surgido do mundo grego nos anos 300
a.C. e antes da supremacia romana em 30 a.C.”. Em sua opinião, o “chifre pequeno veio de
um dos quatro chifres, e não de um dos quatro ventos. Afirmar, como alguns têm feito, que
o chifre pequeno surge de um dos quatro ventos, ao invés dos quatro chifres, destrói a
já que suas operações se encaixam dentro da profecia, o que não aconteceria com Roma.
21
Idem, “More Evidence of the Connection Between Daniel 8 and 9”, Ministry,
julho de 1968, 30-32.
22
Idem, Laynd, 225.
23
Idem, “Arithmetic Proves Christianity True”, Ministry, outubro de 1974, 17.
24
Idem, Daniel 8:14, 235.
26
Ele não limita o cumprimento apenas a Antíoco Epifânio mas, através do
princípio apotelesmático, amplia para vários outros possíveis cumprimentos. Ford acredita
que a aplicação sobre o abominável da desolação feita por Jesus em Mateus 24:15 como
ainda para dias futuros “apenas mostra que o significado da profecia não tinha ainda sido
Antíoco, e somente com ele em relação aos detalhes, também se aplica de maneira geral às
final ainda está no futuro, quando o homem da iniqüidade se assentar no templo de Deus e
se mostrar como Deus – não meramente a apostasia papal mas a contrafação final de
Satanás”.26
Respostas Anteriores
Por outro lado, podemos encontrar Ford enfatizando inúmeras vezes que um
poder na época dos macabeus não se enquadra no perfil da profecia. Ao comentar sobre a
25
Ibid., 245.
26
Ibid.
27
Ibid., 239.
27
data em que o livro de Daniel foi escrito, ele mostra que “se o livro de Daniel foi escrito no
segundo século a.C. e seu horizonte está ligado às façanhas de Antíoco Epifânio, então o
nono capítulo tem por tema “profético” não o Messias mas um tirano Sírio”.28 Ford nunca
assumiu essa posição, pelo contrário, sempre admitiu que o livro de Daniel foi escrito
durante o cativeiro babilônico.29 Neste caso, Deus estaria preocupado com uma esfera mais
ampla do que o problema nacional.30 “Ver isto [a profecia de Dn 9:24] como apenas uma
Epifânio significa restringir sua perspectiva sem uma razão legítima”.31 Este capítulo
Além do mais,
ilusões satânicas nos últimos dias”.34 “Mateus 24 deixa claro que ambas as profecias se
contra o Israel espiritual pelo anticristo durante os séculos... Esse fato apenas desqualifica a
posição dos críticos que aplicam Daniel 8 aos tempos de Antíoco Epifânio”.35 Ele compara
as palavras de Jesus em Mateus 24:15 com Daniel 8:13 e mostra que ambos os textos
tratam dos mesmos assuntos: a “abominação da desolação”, o santuário, e este sendo pisado
por terra.36 “Em suma, pode ser afirmado que no primeiro livro do Novo Testamento temos
uma referência específica a Daniel 8:13, 14, e a aplicação feita não é apenas para o futuro;
da desolação”, o santuário, e este sendo pisado por terra, são temas encontrados em Daniel
8:13 e 2 Tessalonicenses 2:3, 4. Paulo os aplica nestes textos ainda para o futuro.38
33
Ibid., 303.
34
Ibid., 172.
35
Idem, “More Evidence of the Connection Between Daniel 8 and 9”, 32.
36
Idem, “Daniel Eight in the New Testament”, Ministry, novembro de 1961, 28.
37
Ibid.
38
Ibid.
29
Jesus e o Novo Testamento
Crítica
Uma das principais suposições de Ford é que todas as profecias, mesmo as que
d.C. Assim sendo, Cristo pretendia retornar naquele mesmo século. Quando, por exemplo,
Jesus em seu discurso no Monte das Oliveiras, encontrado em Marcos 13, fala sobre o fim
de Jerusalém e do mundo, Ford entende que a predição de Jesus aponta para um evento
separados. 39 Ele assume que, como a expressão “esta geração” é encontrada 14 vezes nos
evangelhos, Jesus pretendia enfatizar a sua volta naquela mesma geração. 40 A declaração de
Jesus em Marcos 13:30, afirmando “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem
que tudo isto aconteça”, é entendida por Ford como sendo uma profecia condicional. Para
ele, Jesus “acreditava que se a igreja primitiva se mostrasse fiel à comissão missionária, e
proclamação evangélica ao mundo com fim naquela era que provê a indicação do elemento
evidência de Mateus 24:34 (Mc 13:30) torna claro o fato de que não era originalmente o
plano divino que o pecado durasse séculos após a cruz. Profecias como Daniel 7:25; 8:14;
39
Idem, Daniel 8:14, 180.
40
Ibid., 178-188.
41
Ibid., 184.
30
Apocalipse 1:2; 12:16; 13:5, teriam se cumprido em escala menor se a igreja tivesse
O plano ideal de Deus era de que Jesus voltaria no primeiro século d.C., não muito
tempo após sua ascensão ao céu. Isto é ensinado claramente de Mateus a Apocalipse
e é reconhecido por uma vasta maioria de estudiosos do Novo Testamento. Isto nos
ajuda a entender porque Hebreus podia aplicar o Dia da Expiação para a ascensão de
Cristo “além do véu” e prometeu que logo sairia para abençoar todos aqueles que, no
pátio terrestre, ansiavam pela sua vinda (ver Hb 9:26-28) .43
Além disso, o livro de Apocalipse teria sido escrito para “preparar e fortalecer
iminência e urgência dos eventos relatados em Apocalipse seria uma eisegése.45 O uso que
alguns fazem de 2 Pedro 3:8 para explicar a aparente urgência destes textos não somente é
escrito a fim de fortalecer a Igreja daqueles dias para completar a comissão evangélica. O
céu pretendia que fiéis daquela geração pudessem ver Cristo voltando nas nuvens e serem
arrebatados nos ares para encontrá-lo sem passar pelos portais da tumba”.47
42
Ibid., 185.
43
Ibid., 178.
44
Ibid., 185.
45
Ibid., 186.
46
Ibid., 187.
47
Ibid., 188.
31
Respostas Anteriores
Mas em sua tese doutoral, Ford discute extensivamente a conexão feita por
~yciWQvi de Daniel. Ele mostra que “Cristo está se referindo ao bde,lugma th/j
Daniel 7,50 8:13-14,51 e 11:36.52 Há, inclusive, um paralelismo peculiar entre o capítulo 13
em mente este paralelismo existente, é necessário não esquecermos que “algumas porções
[das profecias de Daniel] estavam ‘seladas’ até ‘o tempo do fim’” e que “a aplicação vital
destas profecias ‘seladas’ pertencem não ao tempo dos macabeus, mas aos últimos dias
desta era”.54 Se o livro de Daniel profetisa o estabelecimento final do reino de Deus e sua
48
Idem, The Abomination of Desolation in Biblical Eschatology, 181.
49
Ibid., 199.
50
Ibid.
51
Ibid., 181.
52
Ibid., 199.
53
Ibid., 144; idem, Daniel 8:14 and the Latter Days, 42.
54
Ibid., 16.
32
vitória sobre o mal,55 então os períodos de tempo apresentados neste livro são extensos, e
sem revelar o dia ou hora específico”.57 A imagem apresentada por Cristo é de que a vinda
de seu reino
será repentina e inesperada para um mundo ao qual, assim como nos dias de Noé, se
entregou para as coisas da carne. Assim como a destruição veio repentinamente aos
habitantes de Sodoma e Gomorra apesar dos avisos de Ló, que compreendia os sinais
dos tempos, assim será no fim dos tempos. Esta explicação... se harmoniza com
Marcos 13:34 que admoesta os discípulos da impossibilidade de apontar para o
momento exato da Parousia e ainda impele-os a grhgoh/sai. 58
O princípio apotelesmático
Crítica
55
Idem, Laynd, 167.
56
Idem, The Abomination of Desolation in Biblical Eschatology, 51.
57
Ibid.
58
Ibid., 54.
59
Ibid., 58.
33
pode ter uma recorrência posterior ou cumprimento consumado. O cumprimento final é o
mais abarcante, mesmo que os detalhes da previsão original sejam limitados ao primeiro
esboço ou ao considerar uma característica dominante na profecia pode ter mais de uma
aplicação no tempo”.61 Quando aplicando este princípio ao livro de Daniel, Ford nos
lembra que
Israel não foi fiel, e a profecia de Daniel 8 tinha um cumprimento limitado para os
dias de Antíoco Epifânio, outro com Roma pagã, outro com Roma papal, e ainda terá
outro cumprimento final na manifestação de Satanás logo antes do milênio e seu fim.
Mas em cada era, o juízo aconteceu. Antíoco chegou a seu fim, Roma pagã foi
destruída, o papado perdeu seu poder para a Reforma, e o último anticristo será
destruído pela glória da segunda vinda de Cristo. Estes juízos sucessivos foram
preditos pelo ‘então o santuário será justificado’. Cada era de reavivamento das
verdades simbolizadas pelo santuário pode ser considerada um cumprimento de
Daniel 8:14.62
Ford acredita que o princípio dia-ano “quanto a sua essência prática, sempre
esteve correto – aquilo que podia se cumprir em dias caso a igreja tivesse permanecido fiel,
agora está levando anos”. Este interpreta o princípio dia-ano como uma “base filosófica
para a provisão permissiva de Deus na hermenêutica”. Ele então conclui dizendo que
“temos também errado (com exceção de Ellen G. White e alguns outros) por usar um
claramente que as profecias podiam ter mais do que um único cumprimento, e Ellen G.
White amplamente exemplificou essa verdade – como denominação temos sido lentos em
60
Idem, Daniel 8:14, 302.
61
Ibid. Para um estudo mais aprofundado sobre a compreensão de Ford sobre o
princípio apotelesmático, ver ibid., 301-329.
62
Ibid., 302.
34
apreciar o princípio apotelesmático”. Para ele, o princípio apotelesmático é “a chave
principal que precisamos para autenticar nossa apropriação denominacional de Daniel 8:14
Para fortalecer seu argumento, ele cita passagens onde Ellen G. White teria
segundo Ford, para a aceitação de Ellen White deste princípio.64 Ele declara que podemos
encontrá-la diversas vezes, aplicando a mesma profecia a instantes diferentes.65 “Ela aplica
Daniel; os sinais preditos sobre os céus são aplicados ao famoso Dia Escuro de 1789 e a
predizendo o movimento de 1844; e Daniel 8:14; 7:9-13, assim como Malaquias 3:1-4 são
aplicados similarmente... Ellen G. White não considerava esses cumprimentos como sendo
finais, na perspectiva bíblica. A Revolução Francesa é apresentada como sendo ‘um’ (não
63
Ibid., 215.
64
Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
2004), 11.
65
Ellen G. White, O Desejado de todas as nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2000), 24, 757; idem, Atos dos apóstolos (Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1999),33; idem, Carta 230, 1907, também citado em Seventh-day Adventist
Bible Commentary, ed. F. D. Nichol (Washington, DC: Review and Herald, 1953-1957),
5:1109; Ellen G. White, Parábolas de Jesus (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000),
386; idem, Primeiros Escritos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1988), 251, 253;
idem, O Grande Conflito, 417-432; idem, Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 1990), 358.
35
o) ‘cumprimento marcante’ da profecia de Apocalipse 11”.66 Isso também acontece com
Respostas Anteriores
princípio apotelesmático, já que este é encontrado não apenas na obra Daniel 8:14 mas
único a apoiar o uso deste princípio. Já em 1955 encontramos encontrar George McCready
Conclusão
66
Desmond Ford, Daniel 8:14, 338.
67
Ibid., 350; “Existem vários outros símbolos além do Dia da Expiação, ao qual
Ellen G. White os aplica a um primeiro momento, e então a um segundo momento mais
tarde. Por exemplo, logo após 1844, ela aplicou o abalo, a ira das nações, o selamento, os
sinais nos tempos e especialmente Mateus 25:1-13 à eventos relacionados a 1844. Mas em
anos posteriores, os mesmos símbolos são aplicados a eventos ainda no futuro,
relacionados ao segundo advento. Este é um forte paralelo para seu uso do simbolismo do
Dia da Expiação”. Ibid., 338-340.
68
Idem, Laynd, 49, 172, 187, 197.
69
Idem, Daniel 8:14 and the Latter Days, 18-25.
70
Idem, The Abomination of Desolation in Biblical Eschatology, 195, 197, 199,
202, 241, 286, 288, 322.
71
George McCready Price, The Greatest of the Prophets: A New Commentary
on the Book of Daniel (Mountain View, CA: Pacific Press, 1955), 30.
36
interpretação profética usados por adventistas. Ford procura mostrar que: (1) o princípio
dia-ano não é válido, (2) o chifre pequeno não é apenas Roma pagã e papal, (3) Jesus
pretendia voltar no primeiro século de nossa era e (4) apenas através do princípio
Contra o princípio dia-ano, Ford argumenta que apesar desse princípio ser
encontrado na Bíblia, ele não deve ser usado para interpretar outras passagens além das
quais é referido. Como não encontramos a palavra “dia” em Daniel 8:14 e 9:24, Ford
acredita que este princípio não deveria ser aqui empregado. Ele também alega que as 70
semanas não foram cortadas das 2.300 tardes e manhãs e que não há como provar que
ambas profecias começam no ano 457 a.C. Mesmo se isso fosse possível, não há como
demonstrar que o Dia da Expiação cairia no dia 22 de outubro. Para isso, foram
apresentadas algumas citações anteriormente publicadas por Ford, mostrando que (1) o
princípio dia-ano é válido e deve ser utilizado para que haja uma clara interpretação das
profecias envolvendo tempo, (2) Daniel estava se referindo a dias em Daniel 8:14 e 9:24
mesmo se a palavra não aparece no texto, (3) há uma forte ligação entre os capítulos 8 e 9
Contra a interpretação de que o chifre pequeno seja Roma, Ford afirma que esta
não cumpre a profecia assim como Antíoco Epifânio o faz. Ford também propõe que
profecias de tempo não são precisas, mas arredondadas. Mais uma vez, encontramos Ford
argumentando, anos antes, contra esta posição. É possível encontrar citações afirmando que
um poder na época dos macabeus não se enquadra no perfil da profecia. Além do mais,
Jesus, o apóstolo Paulo, e João aplicaram o chifre pequeno para o futuro de seus dias.
37
Com relação a visão neo-testamentária das profecias de Daniel, Ford afirma que
Jesus pretendia retornar naquele mesmo século. Não era plano divino que a volta de Jesus
demorasse tanto tempo. As profecias de Daniel, portanto, deveriam se cumprir até o fim do
primeiro século d.C. Novamente, é possível encontrar Ford negando tais posições, alegando
que as profecias de Daniel estavam seladas até o fim, e não ao tempo dos macabeus. Os
períodos de tempo encontrados em tais profecias são extensos, e não poderiam se cumprir
profecia poderia se cumprir várias vezes, e no caso do chifre pequeno, poderia se cumprir
em Antíoco Epifânio, Roma, e o anticristo que surgiria nos últimos dias ao lado de Satanás.
Contra esta posição, não foi encontrada uma citação anteriormente publicada, já que Ford
O JUÍZO INVESTIGATIVO
O juízo investigativo é negado por Ford em Daniel 8:14. Ele o faz, alegando
que não podemos encontrar referências a esse evento no Antigo ou Novo Testamento. Para
tanto, estudaremos sua compreensão desse assunto e suas críticas relacionadas aos capítulos
O juízo investigativo
Crítica
Ford reconhece que os santos serão julgados, assim como é mencionado por
Paulo em 1 Coríntios 4:4, 5:10 e Romanos 14:10. Ele reconhece que em Apocalipse 20,
Isto indica que “seu julgamento é antes da volta de Cristo. O fato de que é mencionado que
crentes não apenas comparecem perante o julgamento, mas que devem também, como
assistentes de Cristo, julgar o mundo e os anjos caídos – requer uma decisão antes do
advento a seu favor, antes do julgamento dos perdidos”.1 Mas este julgamento dos justos é
algo contínuo durante sua vida. “Apenas aquele que permanecer fiel até o fim será salvo. A
decisão de fé deve ser continuamente reafirmada. São aqueles que permanecem em Cristo e
1
Desmond Ford, Daniel 8:14, 391.
38
39
confiam inteiramente em Seus méritos, demonstrado em uma vida de obediência fiel, que
Deus não precisa de livros e de 140 anos para definir o destino do homem. Os anjos,
ou os mundos não-caídos ou os habitantes desta terra aproveitariam de um juízo
investigativo como o temos descrito. De acordo com Ellen G. White, os anjos já
sabem as intenções e pensamentos de nosso coração, assim como Deus certamente
sabe nosso estado espiritual e ‘aqueles que são Seus’. Ele sabe quem são Suas ovelhas
atualmente. Assim, as Escrituras nos dizem que o destino de muitos já foi traçado
muito tempo atrás sem a necessidade de um juízo investigativo. Abraão, Isaque, Jacó,
os profetas, os apóstolos, os heróis de Hebreus 11, e a multidão ressuscitada no
primeiro advento são apresentados com destino já definido tempos atrás. É o juízo
visível ao fim dos tempos que confirma a vindicação que Deus realizou na cruz, e não
um processo judicial invisível que seria inútil para os mortos, quanto a informá-los de
seu destino.4
purificação do santuário seria “dar fim aos pecados, e trazer a justiça eterna. É expiar a
iniqüidade – ou seja, erradicar o mal. Forensicamente, isto ocorreu na cruz, mas sua
consumação está no último juízo, que purificará o universo do pecado e dos pecadores.
Aqui está a inspirada interpretação bíblica de Daniel 8:14. Ela aponta para o Dia da
2
Ibid., 230.
3
Ibid., 403.
4
Ibid., 403.
5
Ibid., 259.
40
1844 seria “um cumprimento apotelesmático, ao invés de primário, da passagem
apocalíptica, o que não a torna insignificante, mas deixa de competir com o calvário e o
segundo advento”.6
Respostas Anteriores
Por outro lado, em 1974, Ford enfatiza que “o juízo do professo povo de Deus é
Daniel foi dito que os 2.300 dias alcançariam o começo do “tempo do fim” (Daniel 8:17). A
ele foi dito que compareceria perante o juízo ‘ao fim dos dias’ (ver Daniel 12:13)”.7
relembra que
é evidente que um juízo não é para o benefício do Todo Onisciente, mas para tornar
pública Sua justiça. De fato, isso parece ser a única razão para o Senhor ter permitido
o pecado em primeiro lugar – para que Suas criaturas pudessem adorá-lo em amor
como resultado da exaltação de seu caráter... É também evidente que se Deus
considera parte de sua justiça permitir que Suas criaturas vejam os resultados de Sua
rejeição por muitos antes de Sua execução de juízo (Ap 20:4, 5; 2Co 5:10; Sl 149:9),
assim também os seres caídos deveriam ser permitidos a ver as razões para a
recompensa envolvida na primeira ressurreição, e isto requer um juízo investigativo...
as Escrituras claramente descrevem um trabalho judiciário ocorrendo antes da
segunda ressurreição, ou seja, seres criados são permitidos a ver nos registros as
razões para a exclusão de milhões do novo mundo – a lógica sugere um processo
paralelo antes da primeira ressurreição.8
6
Ibid., 229.
7
Idem, “How Long, O Lord”, Ministry, setembro de 1974, 15.
8
Idem, “Some Reflections on the Investigative Judgment”, Ministry, outubro de
1965, 8.
41
Daniel 7
Crítica
Desmond Ford reconhece que a cena encontrada em Daniel 7:9-10 é uma cena
de juízo. Mas esse é um juízo (1) do chifre pequeno9 e (2) dos ímpios, e não dos santos. Ele
argumenta que “Daniel 7 e a cena do juízo são o coração do livro. Vemos os ímpios sendo
examinados, condenados, e destruídos. O juízo está ‘a favor’ dos santos, por que seus
e não uma investigação dos pecados dos santos”.10 Para ele, a vindicação dos justos em
Daniel 7:22 tem o mesmo significado de Daniel 8:14 ou seja, a condenação dos ímpios, e a
Respostas Anteriores
idêntica, mas substituindo uma representação interpretativa para a cena do juízo, confirma
nossa interpretação de cada cena. Também não é sem significado que o termo hebraico aqui
usado para ‘purificado’ é declarado por estudiosos como tendo um significado ‘forense’.
9
Idem, Daniel 8:14, 176.
10
Ibid., 229.
11
Ibid., 230.
12
Idem, “Some Reflections on the Investigative Judgment”, 9.
42
Daniel 8
8:14 está relacionada aos pecados dos professos crentes em Cristo, (2) “purificado” seja
uma tradução apropriada para Daniel 8:14 e (3) a purificação do santuário começou em
1844.13
Crítica
Daniel 8:14 provém dos ímpios, e não dos pecados dos santos. Analisando o contexto, ele
procura mostrar que a pergunta feita em Daniel 8:13 se refere à profanação do chifre
pequeno.
13
Idem, Daniel 8:14, 175 e 176.
14
Ibid., 216.
15
Ibid., 219.
43
Conseqüentemente, ele acredita que o santuário aqui descrito precisa ser
vindicado do pisotear do chifre pequeno e não uma purificação ritual. “Daniel 8:14 fala de
Levítico 16 e do processo de investigação dos pecados dos santos... Como poderia esse
não é “purificar”, mas “vindicar”. O verbo usado, automaticamente nos leva para a
indagação do verso 13 – isto é, a necessidade de vindicação. Mas vindicação é algo
bem diferente de expiar os pecados dos santos. Enquanto é verdade que entre os
outros significados de sadaq, “purificar” pode ser evocado, a purificação aqui
indicada teria de se limitar ao que o contexto fala sobre a necessidade de purificação.
E o contexto nada fala sobre os santos criando uma necessidade de purificação
quando confessam seus pecados... Nem o Antigo nem o Novo Testamento ensinam o
que temos tradicionalmente ensinado quanto aos pecados confessados dos santos
profanarem o santuário celestial. Até o santuário terrestre era profanado pelo ato do
pecado, não sua confissão.17
ritual do santuário no Dia da Expiação, não é encontrado em Daniel 8. “Esse verbo [tsadaq]
não possui ligação vital com o taher da purificação ritual em Levítico 16. Assim sendo,
Respostas Anteriores
16
Ibid., 247.
17
Ibid., 216 e 217.
18
Ibid., 217.
44
a pergunta feita em Daniel 8:13 é uma que aparece freqüentemente nas Escrituras, e
foi professada por lábios humanos desde a queda. É uma indagação sobre quando
Deus se levantará para vindicar a Si mesmo, Seu povo e Sua verdade, ao recompensar
a justiça e punir a iniqüidade... Quanto tempo durará até que a poluição do santuário
seja expiada, até que suas corrupções sejam removidas, seus erros corrigidos, sua
autoridade vindicada? Quanto tempo durará até que o sistema substituto de culto
idólatra será exposto e Deus e Seu povo triunfará...
estes eram os pensamentos na mente do profeta inspirado. Obviamente, esperamos
uma resposta ampla o suficiente que vá ao encontro de tudo que é requerido nesta
compreensiva indagação... apenas uma palavra hebraica envolve tudo que esta
situação requer. Esta palavra é tsadaq, encontrada na forma niphal na resposta de
Daniel 8:14. Tsadaq inclui tudo que é implícito por kaphar e taher, mas vai além
destas duas, expressando vindicação e salvação.
Caso os escândalos na época de Antíoco Epifânio estivessem na mente de
Daniel, como alguns estudiosos não-adventistas advogam, ao escrever Daniel 8, ele
poderia ter usado o termo taher, que teria sido suficiente para expressar a correção
pelos heróis Macabeus dos erros de sua época. No lugar de taher, no entanto,
encontramos em Daniel 8:14 uma palavra que é mais inclinada forensicamente do que
cerimonialmente, sendo totalmente apropriada quando lembramos que Daniel 8:14
faz paralelo tanto com a cena de juízo de Daniel 7:9 e 10, quanto a situação clamando
por juízo descrita em Daniel 11:16-45, especialmente no verso 31. Apenas o juízo
com sua revelação completa das obras de Cristo e do anticristo e seus seguidores
poderá vindicar Deus perante o Universo.19
O termo hebraico usado para “purificado” é declarado por estudiosos como tendo um
significado “forense”, ou seja, tendo referência à lei e o juízo.20
Críticas
Ford afirma que a purificação do santuário ocorreu nos dias dos Macabeus, mas
esta não é apenas limitada a estes dias, pois seria “perder a glória da Palavra profética que,
assim como o seu Autor, abrange passado, presente e futuro. Daniel 8:14 é um clímax
19
Idem, “The Linguistic Connection Between Daniel 8:14 e 11:31”, Ministry,
dezembro de 1965, 35 e 36.
45
justiça eterna em Daniel 9, e ao levantar de Miguel para fazer dos Seus santos as estrelas do
Respostas Anteriores
Hebreus
Crítica
Quanto tratando do livro de Hebreus, Ford nega que as 2.300 tardes e manhãs
tenham findado com o início do antitípico Dia da Expiação, pois “Hebreus aplica
apesar de a era cristã estar inclusa enquanto esperamos nosso Sumo Sacerdote retornar”.24
Para ele, “a obra deste compartimento simbolizava as ofertas ineficientes da era levítica
20
Idem, "Some Reflections on the Investigative Judgment", 9.
21
Idem, Daniel 8:14, 247.
22
Ibid., 221.
23
Ver página 34 deste estudo.
24
Idem, Daniel 8:14, 175.
46
externa ao invés da perfeição da consciência”.25 Cristo não poderia ter entrado no
Santíssimo 1.800 anos depois da cruz, já que Hebreus 9:8, 12, 24, 25; 10:19, 20; 6:19, e 20
dizem que Cristo entrou “por trás do segundo véu” em sua ascensão.26
“Santíssimo”, “Lugar Santo” e “Santuário”, levam Ford a crer que “Cristo tinha, na época
em que a carta [de Hebreus] tinha sido escrita, já entrado e permanecia no ta hagia – se
envolvendo, portanto, na ministração do ta hagia por pelo menos 30 anos”.27 Ele afirma
que “praticamente cada estudioso da era cristã entende ta hagia em Hebreus como sendo o
17, 23, e 27”.28 “O autor [de Hebreus] está repetidamente dizendo que o que o Sumo
era antes da cruz, e o segundo compartimento a era após a cruz”.31 “Em nenhum lugar no
compartimentos, “mas não há sinal de um véu. Cristo, por sua morte, uniu ambos
25
Ibid., 174-176.
26
Ibid., 174-176.
27
Ibid., 104.
28
Ibid., 105.
29
Ibid.
30
Ibid.
31
Ibid., 107.
47
compartimentos, rasgando o véu de separação”.32 Para Ford, interpretar o santuário terrestre
como uma imagem perfeita do santuário celestial “é ignorar o testemunho repetido do resto
do livro [de Hebreus] que alguns dos símbolos eram meramente uma parábola sobre a
natureza temporária do sistema que servia como sombra, ao invés de uma imagem do
Outro argumento oferecido por Ford é que Hebreus nunca faz alusão a Daniel
sempre aplicada ao que já tinha ocorrido com Cristo antes que a epístola fosse escrita –
Respostas Anteriores
Por outro lado, Ford, em 1965, mostra que o antítipo Dia da Expiação se
cumpre antes da segunda vinda, e não no começo de nossa era. Ele afirma que as festas
Ele também declara que “é certo que nosso Senhor Jesus Cristo entrou na
presença de Deus imediatamente após sua ascensão, mas o trabalho distinto do segundo
Seu trabalho ao fim do tempo”.38 “Expiação completa para o pecado foi provida no calvário
e é finalmente aplicada no juízo. O juízo examina vidas para ver se seus frutos apontam
para uma confiança constante nos méritos do Cordeiro de Deus. Daniel 8:14 e Daniel 7:9,
Apocalipse
Críticas
relacionamento correto com Deus, seu status não está aberto para investigação”.40 Ford
concorda que encontramos referência ao juízo em passagens como Apocalipse 6:9-11; 14:7,
18-20; 16:5, 7; 17:1; 16:8, 10, 20; 19:2, 11; e 20:11-15. Ele adverte, no entanto, que “João
negativamente quando se referindo aos ímpios. Aqueles que crêem em Cristo não sofrem a
37
Idem, “The Apocalypse and the Day of Atonement”, 18.
38
Idem, “The Desert Play of Destiny”, 30.
39
Ibid.
40
Ibid., 220.
49
condenação do juízo. Assim sendo, Apocalipse 14:7 faz um paralelo com Daniel 7:9, 10,
Respostas Anteriores
Conclusão
há referência na Bíblia de tal juízo. Ele afirma que (1) o juízo enfrentado pelos santos é
contínuo, oferecendo reconhecimento aos nomes daqueles que já estão inscritos no livro da
vida; (2) a cena de juízo de Daniel 7:9-10 não trata dos santos, mas do chifre pequeno e dos
ímpios; (3) a purificação do santuário de Daniel 8:14 está relacionada à ponta pequena, e
não aos pecados dos santos; (4) a palavra tsadaq em Daniel 8:14 deveria ser traduzida
como “vindicado”; (5) a purificação do santuário ocorre cada vez que há reavivamento da
Jesus começou o antítipo Dia da Expiação logo após sua ascensão ao céu; e (7) o juízo
mesmo autor, mostrando que (1) assim como haverá uma investigação da vida dos ímpios
(2) a cena de Daniel 7:9-10 faz um paralelo com Daniel 8:14, envolvendo a lei e o juízo, e
que portanto trata do juízo dos santos; (3) “purificado” é a melhor tradução para Daniel
8:14, já que esse termo se molda melhor ao contexto do grande conflito entre Deus e
50
Satanás encontrado no livro de Daniel; e (4) o Dia da Expiação faz parte das festas que se
Ellen G. White relacionados a esses temas. Como nem sempre ambos concordam, Ford
sente-se obrigado a também altera seu ponto de vista com relação ao dom profético
tem feito dos escritos de Ellen G. White e seu conceito de inspiração. Seus argumentos se
direcionam a duas áreas: (1) a inspiração de Ellen White e (2) Ellen White em sua época.
Críticas
divina para diferentes assuntos é proporcional à sua importância, Deus exerceu maior
superintendência sobre as Escrituras, do que sobre os escritos de Ellen White. Não falo de
graus de inspiração, mas graus de revelação”.1 Ele reconhece que os escritos de Ellen White
são uma luz, mas esses devem ser lidos como “admoestações pastorais, iluminação
espiritual, e não como um comentário sobre tudo, ou como meio de evitar a tarefa rigorosa
da exegese bíblica”. 2 “Não deveríamos esperar o mesmo tipo de precisão necessária como
na Palavra”.3
1
Idem, Daniel 8:14, 377.
2
Ibid., 379.
3
Ibid., 389.
51
52
Outro argumento apresentado por Ford, é de que “Ellen G. White, em seu
capítulo sobre o juízo investigativo, fala verdadeiramente, mas não literalmente, quando se
refere à cuidadosa pesquisa divina de cada pensamento, palavra e ato, assim como seus
motivos. Os livros são a memória de Deus, e as decisões instantâneas, de acordo com uma
fé genuína nos méritos de Cristo (fé que leva à obediência) é evidenciada”.4 “Sua [Ellen
homilética da lei sobre nossas almas, para que possamos analisar nosso coração e voltarmos
para Aquele que pode nos cobrir com Sua justiça”.5 Desta forma, “Ellen G. White foi uma
deveria ser definida nos termos que ela mesmo usou como ‘para propósito prático’,
Respostas Anteriores
sua luz progressivamente. Luz revelada posteriormente não deixa de ser tão importante
convicção de que não é estranho que esboços completos desta doutrina [o juízo
4
Ibid., 392.
5
Ibid., 393.
6
Ibid., 406.
7
Idem, "Some Reflections on the Investigative Judgment", 40.
53
Ellen G. White e sua época
Críticas
santuário, Daniel 8:14 e o juízo investigativo se destinavam àquela época, e não são
necessariamente aplicáveis aos nossos dias. Seus escritos “não são mais úteis para um povo
que teve mais de 100 anos para aprender do Novo Testamento, o significado da arca da
do Yom Kippur já deveria ter raiado em nosso meio”.8 Suas aplicações “eram apropriadas
para seus leitores originais, mas certamente não constituem a palavra final de Deus para
nossos dias”.9
e confuso remanescente que permaneceu fiel à ênfase milerita. Isto proveu uma razão
lógica para sua posição”. Ele acredita que Ellen G. White teria “obtido sua compreensão do
doutrinários, mas também erros bíblicos e históricos. Tal compreensão da profecia era
apropriada para aquela época, mas não hoje”. Seus escritos teriam sido publicados apenas
8
Ibid., Daniel 8:14, 341.
9
Ibid., 345.
10
Ibid., 368 e 369.
11
Ibid., 343.
54
Ele também acredita que
investigativo.
Este autor não questiona que a purificação escatológica do santuário, e o fato de que
o Dia da Expiação e Daniel 8:14 apontam para o mesmo. Tais posições são marcos
históricos de nossos pioneiros e os aceito prontamente. O final das conferências
sabáticas de 1848 encontrou um grupo que acreditava nisso, mas não no juízo
investigativo.12
Respostas Anteriores
Por outro lado, em seu livro Physicians of the Soul, publicado em 1980,
encontramos Ford defendendo o dom profético de Ellen White, advogado que “Ellen White
não caiu na armadilha exegética de interpretar a profecia com eventos atuais. Mais de 35
anos gastos estudando Ellen White ilustraram seu jeito habilidoso de evitar erros os quais
seus contemporâneos, grandes homens como Smith, cometeram”. Ele chega a afirmar que
Conclusão
tem feito de seus escritos. Para ele, Ellen White possui um grau de revelação menor do que
12
Ibid., 374.
13
Idem, Physicians of the Soul, 117.
55
a Bíblia. Ela deveria ser interpretada como oferecendo admoestações pastorais, e para fins
práticos. Desta forma, ela não teria autoridade doutrinária. Não encontramos muitas
citações de Ford sobre Ellen White, já que esta não era sua área de conhecimento. Mas
podemos perceber o uso inconsistente que ele faz de Ellen White em Daniel 8:14. Quando
suas interpretações vão de encontro com as de Ellen White, isto acontece porque ela
“incorporou os erros de sua época”, mas quando ambos supostamente concordam quanto ao
CONCLUSÃO
estudos de pós-graduação até obter dois títulos doutorais. Durante seus anos como pastor da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, Ford se aprofundou em duas áreas da teologia adventista:
(1) a justificação pela fé e (2) temas relacionados ao livro de Daniel. Durantes seus últimos
anos como pastor adventista, ele começou a assumir uma postura contrária à sua posição
Ele acreditava que (1) o princípio dia-ano não é válido; (2) o chifre pequeno
encontrado no livro de Daniel não é apenas Roma pagã e papal; (3) Jesus pretendia voltar
no primeiro século de nossa era; e (4) apenas através do princípio apotelesmático podemos
Contra o princípio dia-ano, Ford argumentava que apesar desse princípio ser
encontrado na Bíblia, ele não deve ser usado para interpretar outras passagens além de
Números 14:34-35 e Ezequiel 4:1-8. Como não encontramos a palavra “dia” em Daniel
8:14 e 9:24, Ford acreditava que este princípio não deveria ser aqui empregado. Ele
56
57
também alegava que as 70 semanas não devem ser cortadas das 2.300 tardes e manhãs e
que não há como provar que ambas profecias começam no ano 457 a.C. Para isso, foram
apresentadas algumas citações anteriormente publicadas por Ford, mostrando que (1) o
princípio dia-ano é válido e deve ser utilizado para que haja uma clara interpretação das
profecias envolvendo tempo; (2) Daniel estava se referindo a dias em Daniel 8:14 e 9:24
mesmo que a palavra não aparece no texto; (3) há uma forte ligação entre os capítulos 8 e 9
Ford afirmava que a chifre pequeno de Daniel não poderia ser Roma papal, pois
esta não cumpre a profecia assim como Antíoco Epifânio o faz. Ele propõe que profecias de
tempo não são precisas, mas arredondadas. Mais uma vez, encontramos Ford
argumentando, anos antes, contra esta posição. Foi possível encontrar citações afirmando
que um poder na época dos macabeus não se enquadra no perfil da profecia. Além do mais,
Jesus, o apóstolo Paulo, e João aplicaram o chifre pequeno para o futuro de seus dias.
Ford argumentava que Jesus pretendia retornar naquele mesmo século. Não era
plano divino que a volta de Jesus demorasse tanto tempo. As profecias de Daniel, portanto,
deveriam se cumprir até o fim do primeiro século d.C. Novamente, foi possível encontrar
Ford negando tais posições, alegando que as profecias de Daniel estavam seladas até o fim,
e não ao tempo dos macabeus. Os períodos de tempo encontrados em tais profecias são
profecia poderia se cumprir várias vezes e, no caso do chifre pequeno, poderia se cumprir
em Antíoco Epifânio, Roma, e o anticristo que surgiria nos últimos dias ao lado de Satanás.
58
Contra esta posição, não foi encontrada uma citação anteriormente publicada, já que Ford
natureza desse evento é conseqüentemente alterada. Para ele, não há referência ao juízo
investigativo na Bíblia.
Ele afirma que (1) o juízo enfrentado pelos santos é contínuo, oferecendo
reconhecimento aos nomes daqueles que já estão inscritos no livro da vida; (2) a cena de
juízo de Daniel 7:9-10 não trata dos santos, mas do chifre pequeno e dos ímpios; (3) a
purificação do santuário de Daniel 8:14 está relacionada à ponta pequena, e não aos
pecados dos santos; (4) a palavra tsadaq em Daniel 8:14 deveria ser traduzida como
Jesus começou o antítipo Dia da Expiação logo após sua ascensão ao céu; e (7) o juízo
mostrando que (1) assim como haverá uma investigação da vida dos ímpios antes da
ressurreição; (2) a cena de Daniel 7:9-10 faz um paralelo com Daniel 8:14, envolvendo a lei
e o juízo, e que portanto trata do juízo dos santos; (3) “purificado” é a melhor tradução para
Daniel 8:14, já que esse termo se molda melhor ao contexto do grande conflito entre Deus e
Satanás encontrado no livro de Daniel; e (4) o Dia da Expiação faz parte das festas que se
59
cumprem logo antes da segunda vinda, portanto o ministério sacerdotal de Cristo no
Ford não se limita a mudar sua opinião quanto ao que a Bíblia fala sobre os
temas acima mencionados, mas crítica também o dom profético manifestado em Ellen G.
White. Para ele, Ellen White possui um grau de revelação menor do que a Bíblia. Ela
deveria ser interpretada como oferecendo admoestações pastorais, para fins práticos. Desta
forma, ela não teria autoridade doutrinária. Não encontramos muitas citações de Ford sobre
Ellen White, já que esta não era sua área de conhecimento. Oferecemos, no entanto, uma
citação de Ford argumentando que revelação posterior não deixa de ser tão importante
quanto a anterior. Portanto, Ellen G. White não teria um grau de revelação inferior ao da
Bíblia. Podemos perceber também o uso inconsistente que ele faz de Ellen White em
Daniel 8:14. Quando suas interpretações vão de encontro com as de Ellen White, ele alega
que ela “incorporou os erros de sua época”, mas quando ambos supostamente concordam
O presente estudo demonstra que muitos dos argumentos apresentados por Ford
de Daniel, o santuário, o juízo investigativo e o dom profético de Ellen G. White podem ser
revogados pelos próprios argumentos usados por Desmond Ford, tempos antes, ao defender
a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Essa mudança de opinião ocorreu como conseqüência à
sua compreensão de justificação pela fé. Como justificação, para ele, é forense, não há
da conversão. Dessa forma, sua mudança de compreensão não foi repentina, mas contínua
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Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre 2007
www.unasp.edu.br/kerygma
p.54
THE ADVENTIST MEDICAL MISSIONARY WORK: ITS BIBLICAL BASIS AND ITS DEPLOYMENT AS AN
EVANGELISTIC METHOD BY ADVENTIST LAITY
ABSTRACT: The medical missionary work, in the Adventist context, has been the subject of much
controversy. The Polemics around it have led to its discredit, inhibiting its deployment and
development. The present study aims to explore the relevance of the medical missionary work
for nowadays, starting a survey of its usage as an evangelistic method in the Old and New
Testaments, as well as in the Adventist context. Its relevance for the advance and the
conclusion of the Adventist mission was also explored. The research concluded that the
medical missionary work is more than only another evangelistic method, it rather constitute an
essential tool for advancement and conclusion of the Adventist mission, besides beinfg a
essential part of the Adventist message.
KEYWORDS: medical missionary work; evangelistic tool; breakthrough method.
www.unasp.edu.br/kerygma/monografia5.06.asp 54
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Curso de Teologia
À Obtenção da Graduação no
Bacharelado em Teologia
por
Dezembro de 2006
ii
A OBRA MÉDICO-MISSIONÁRIA ADVENTISTA:
UM ESTUDO DE SEU USO NA BÍBLIA E
PRÁTICA DO MÉTODO NO MEIO
ADVENTISTA EM NÍVEL
LEIGO
Por
COMISSÃO DE APROVAÇÃO:
_________________________ _________________________
Jorge Lucien Burlandy Avaliação
Orientador
_________________________ _________________________
Natanael Moraes Data de Aprovação
Leitor
________________________
Amim A. Rodor
Diretor do Curso de Teologia
iii
AGRADECIMENTOS
iv
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
CAPÍTULOS
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 48
ANEXOS ......................................................................................................... 51
iv
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
ANEXO 1
RELATÓRIO DA COMISSÃO QUE ESTUDOU A PROPOSTA
SOBRE MEDICINA ALTERNATIVA – APROVAÇÃO
VOTADO:
1. Que os Adventistas do Sétimo Dia não pratiquem, não
utilizem, nem promovam as medicinas alternativas místicas
e/ou espiritualistas.
2. Que as pessoas envolvidas em qualquer filosofia mística e/ou
espiritualista de saúde não seja concedido acesso ao púlpito,
nem a quaisquer outras atividades oficiais da igreja para expor
ou defender suas idéias.
3. Que, de preferência, se elejam como oficiais da igreja
membros não envolvidos em tais práticas.
4. Que os conselhos de saúde dos campos, distritos e igrejas
preparem materiais sobre este assunto e façam chegar aos
membros as orientações do Espírito de Profecia sobre a
filosofia adventista de saúde e cura.
ANEXO 2: Entrevista Dr. Cleber Pinheiro
1. Como surgiu o interesse do Sr. Pela área médica e a quanto
tempo é médico?
R. Surgiu quando eu estava cursando o terceiro ano de teologia,
justamente lendo os livros da Senhora White, Ciência do Bom Viver,
tendo classes de princípios de Saúde com o Pr. Gerson Pires. Ali foi o
momento que eu tomei o interesse de ser um médico nesta área da
saúde. Meu objetivo inclusive era trabalhar em uma clínica de
repouso, de tratamentos naturais, mas não foi assim o meu destino.
Aprecio muito está área, creio nela. Isto se deu desde 1981, eu estava
neste curso e foi está a época que eu tomei esta decisão e eu sou
médico desde 1989, eu me formei neste ano.
A STUDY ON THE KNOWLEDGE LEVEL OF THE ADVENTIST YOUTH CONCERNING THE PROPHETIC
THEMES OF DANIEL AND REVELATION
ABSTRACT: The goal of this research is to verify the level of knowledge of the prophecies of
Daniel and Revelation among Adventist youth, and to suggest strategies to improve it. This
study was built upon a field investigation among Adventist young people of some churches in
the State of São Paulo, besides the youth members of the Adventist churches of the Centro
Universitário Adventista de São Paulo, Campus Engenheiro Coelho (SP), and young people
from the Faculdade Adventista de Minas Gerais, in Lavras (MG). It was verified that the
general level of knowledge is rather low, and that these prophetic themes are seldom dealt
with by local church leaders, and there is a lack of adequate material on the subject.
KEYWORDS: prophecies; knowledge; youth.
www.unasp.edu.br/kerygma/monografia5.07.asp 55
Centro Universitário Adventista de São Paulo
Campus Engenheiro Coelho
Curso de Teologia
por
Dezembro de 2006
UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DO CONHECIMENTO QUE A
JUVENTUDE ADVENTISTA POSSUI DOS TEMAS PROFÉTICOS
DE DANIEL E APOCALIPSE
por
COMISSÃO DE APROVAÇÃO:
______________________________ ________________________
José Carlos Ramos, DMin Avaliação
Orientador
______________________________ _________________________
José Miranda Rocha, DMin Data da Aprovação
Leitor/Adjunto
______________________________
Amim A. Rodor, Th D
Coordenador do Curso de Teologia
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 01
Definição do problema e Justificativa do Estudo ....................................... 01
Propósito do Estudo .................................................................................. 02
Escopo ...................................................................................................... 02
Delimitação............................................................................................... 02
Pressuposições ......................................................................................... 02
Uso de Fontes ........................................................................................... 03
Bibliografia Básica ..................................................................................... 03
i
3.10. Quando Terminam as 70 Semanas de Daniel 9? .............................. 15
3.11. Qual o Significado de “O Dia do Senhor” de Apocalipse 1:10? ......... 15
3.12. Quem Escreveu o Livro do Apocalipse?............................................ 16
3.13. Qual Igreja Representa o Período da Historia em Que Vivemos?..... 16
3.14. Quem São as Duas Testemunhas de Apocalipse 11:3? ................... 17
3.15. Quantas São as Mensagens Angélicas de Apocalipse 14?............... 17
3.16. Conclusão.......................................................................................... 18
CONCLUSÃO........................................................................................................ 23
APÊNDICE A
Modelo Sugerido de Estudo Bíblico Apocalipse 3 ................................................. 24
APÊNDICE B
Modelo Sugerido de Estudo Bíblico Daniel1 ......................................................... 28
APÊNDICE C
Pesquisa Realizada com os Jovens...................................................................... 32
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 34
ii
1
INTRODUÇÃO
A igreja Adventista surgiu de um movimento profético. A igreja crê que faz parte
do povo de Deus para os últimos dias e crê no Espírito de Profecia, manifestado na
pessoa de Ellen G. White. Tudo isso faz com que, como denominação, estejam
intimamente ligados à profecia, e é impossível exagerar a importância do
conhecimento profético da parte do povo Adventista. O tema proposto como trabalho
de conclusão do curso de teologia é: “Um estudo sobre o nível do conhecimento que
juventude Adventista possui dos temas proféticos de Daniel e Apocalipse”.
Embora estudo das profecias tenha sempre sido algo primordial para os
adventistas, deveria haver uma preocupação desta igreja face ao eventual
desconhecimento profético que vem ocorrendo no seio de um dos seus segmentos
mais importantes, os jovens. Considerando que o mundo vive o tempo do fim, e que
há a necessidade de se preparar para os últimos acontecimentos e para a volta de
Jesus, um plano viável que os conduza a um conhecimento mais significativo das
profecias bíblicas é imperativo.
PROPÓSITO DO ESTUDO
1
C. M. MAXWELL. História do Adventismo, (Tatuí-SP: Casa Publicadora Brasileira. 1982), 12 – 13.
2
ESCOPO
DELIMITAÇÃO
A pesquisa será feita com jovens adventistas apenas da região onde ocorrem
os estágios do 4º ano de teologia, e com alunos do Centro Universitário Adventista
de São Paulo (UNASP-EC) campus Engenheiro Coelho/SP e da Faculdade
Adventista de Minas Gerais (FADMINAS), em Lavras, Minas Gerais. Por essa
pesquisa ter sido realizada nos colégios de regime interno, a abrangência de seus
resultados é muito grande, pois, nos colégios concentram-se jovens de várias
regiões do país. Isso faz com que o estudo não apresente apenas os resultados de
uma região, mas também os de outras representadas por esses alunos.
PRESSUPOSIÇÕES
2
Salvo de outra forma indicado, as citações dest5e estudo serão extraídas da Versão Almeida
Revista e Atualizada, segunda edição.
3
USO DE FONTES
TERMINOLOGIA
Neste estudo, a sigla IASD refere-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Por
outro lado, a fórmula “Jovens Adventistas” aponta para o segmento jovem da Igreja
Adventista.
4
CAPITULO II
1
Citação feita pelo Professor José Carlos Ramos em uma entrevista pessoal.
5
Gênesis 3: 15). Essa profecia foi dada como fruto da misericórdia para suscitar
esperança e expectativa para o povo de Deus.
Outra profecia alentadora aparece em Isaías 53. Ali há uma descrição do
Messias e de Sua obra. Mesmo uma leitura apressada do texto leva o leitor à
convicção de que cada detalhe profético aí exposto se cumpriu em Jesus. Cada
palavra aí registrada solidifica o cumprimento do maior de todos os anseios: a
erradicação do pecado.
As profecias também tinham a intenção de consolar o povo. Tal é o caso da
profecia dos 70 anos de cativeiro que o profeta Jeremias fez. Embora fosse algo que
estaria causando grande sofrimento para o povo, Deus os consolou com a
esperança de que após 70 anos eles retornariam para Jerusalém.
Deus desejava que o povo recebesse Suas orientações, seguisse-as e
continuasse vivendo. Assim foi com os ninivitas. Deus em Sua misericórdia, mesmo
contra a vontade de Jonas, levou-o até Nínive com a mensagem de que em 40 dias
a cidade seria subvertida (ver Jonas 3: 4). A profecia foi dada com o desejo de que
aquele povo se arrependesse de seus maus caminhos e se voltasse ao Senhor, o
que, de fato, aconteceu. Os ninivitas obedeceram aos reclamos de Deus e
permaneceram vivos.
O Antigo Testamento está repleto de profecias que foram direcionadas a
Israel, nações gentílicas, a determinadas pessoas, à humanidade, e a todo o
planeta, sempre com o intuito de dar esperança, consolar, converter e anunciar de
antemão o juízo divino. Estas mesmas características estão presentes no material
profético do Novo Testamento, com implicações para seus receptores.
Conforme II Pedro 1: 21, “jamais qualquer profecia foi dada por vontade
humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo
Espírito Santo”. O mesmo Deus foi quem deu as profecias de ambos os
Testamentos, e o mesmo Espírito inspirou a todos os escritores bíblicos. A profecia
sempre teve o mesmo objetivo.
Como visto, as profecias traziam esperança, consolação, conversão,
anunciavam o juízo de Deus, e esclareciam Sua vontade para o homem. Com essas
6
A profecia tem estado a cumprir-se, ponto por ponto. Quanto mais firmes
estivermos sob a bandeira da mensagem do terceiro anjo, tanto mais claro havemos
de compreender a profecia de Daniel; pois o Apocalipse é o suplemento de Daniel.
Quanto mais plenamente aceitarmos a luz apresentada pelo Espírito Santo mediante
os consagrados servos de Deus, tanto mais profundas e seguras, mesmo como o
trono eterno, parecerão às verdades da profecia antiga; teremos a certeza de que
homens de Deus falaram segundo foram inspirados pelo Espírito Santo. Os próprios
homens devem estar sob a influência do Espírito Santo a fim de compreenderem
Suas declarações mediante os profetas. Essas mensagens foram dadas, não para
aqueles que enunciaram as profecias, mas para nós que vivemos entre as cenas de
seu cumprimento. 3
que várias profecias destes livros já estão se cumprindo, outras são de cumprimento
atual, próximo e mais distante, apontando para o fim dos tempos.
“No Apocalipse todos os livros da Bíblia se encontram e se cumprem”. 4 O
Apocalipse é o clímax do glorioso plano da salvação. Nele vemos a história do povo
de Deus e sua caminhada até a Terra restaurada. “Há grande necessidade de
examinar o livro de Daniel e o de Apocalipse, e aprender os textos, a fim de
sabermos o que está escrito”. 5 Os livros de Daniel e Apocalipse devem ser
estudados em conexão um com o outro; dessa forma podemos ter um vislumbre do
plano de Deus para Seu povo.
“Há necessidade de um estudo mais acurado da Palavra de Deus;
especialmente Daniel e Apocalipse devem merecer atenção, como nunca dantes na
Historia de nossa obra”. 6 Nossa verdadeira estrutura distintiva como povo, e que
mantém unido nosso quadro de verdades bíblicas, é nossa compreensão das
profecias de Daniel e Apocalipse. Nestas profecias o povo Adventista tem
encontrado seu tempo, sua identidade e seu dever. Vivemos em um tempo de
urgência, e, segundo o Espírito de Profecia, a igreja como um todo deve atentar para
o estudo de Daniel e Apocalipse. “As profecias devem ser cuidadosamente
estudadas e, em ligação com elas, as palavras: ‘Eis o cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo’”. 7
“Os jovens que desejam dedicar-se ao ministério, ou que já o fizeram, devem
familiarizar-se com os pontos da historia profética, e todas as lições dadas por
Cristo”. 8 Aqui um conselho para aqueles que querem ingressar no ministério; ela diz
que esses novos ministros ou aspirantes devem estar familiarizados com a
mensagem profética destes livros.
“Deve haver estudo mais acurado e diligente do Apocalipse, e apresentação
mais fervorosa das verdades que concernem a todos quantos vivem nestes últimos
dias”. 9 O Apocalipse é um livro que não só revela acontecimentos históricos, mas
adverte os servos de Deus quanto a inúmeros riscos, descobrindo armadilhas
ocultas do inimigo, aconselhando, orientando, incentivando à luta pelo bem e
indicando o caminho da vitória.
4
Ellen G. White; Atos dos Apóstolos. (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2002) pp. 584.
5
Ellen G. White; Evangelismo. (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2002) pp. 363.
6
Ellen G. White; Counsels to Editors. (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2001) pp. 45.
7
Ellen G. White; Obreiros Evangélicos. (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2002) pp. 143.
8
Ibid, p. 95.
9
Ellen G. White; Evangelismo. (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2002) pp. 197.
8
2.5. CONCLUSÃO
10
Ellen G. White. Testemunhos Seletos. Vol. III (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2001) pp.
279.
11
Ellen G. White. O Grande Conflito. (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2004) pp. 341.
12
Ellen G. White. Parábolas de Jesus. (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2001) pp. 133.
13
Ellen G. White. Testemunhos Seletos. Vol. II (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira, 2001) pp.
410.
9
Seu povo e estimula-lo a não se afastar Dele, bem como levá-lo a ter esperança em
Suas promessas.
Assim como Deus teve Seu povo no passado, Ele ainda o tem hoje, e o
mesmo meio utilizado antes, ainda é utilizado por Ele. Vê-se, assim, a importante
contribuição das profecias e sua influência exercida na vida dos crentes. Numa visão
mais acurada do tema, chega-se a uma conclusão: as profecias fortalecem a fé,
razão porque devem ser tidas por grande apreço e estudadas com afinco, inclusive
pela juventude.
10
CAPITULO III
3.1. IDADE
15 a 20
14% 19%
21 a 25
10%
26 a 30
57%
31 a 35
3.2. SEXO
Masculino
50% 50%
Feminino
Nesse item houve total equilíbrio, metade dos pesquisados foi do sexo
masculino e metade do sexo feminino.
90%
Sim
10%
Não
13%
Poucas Vezes
29%
Freqüentemente
Ruim
Muito Bom
4%
33%
Excelente
13
A opinião dos jovens ficou bastante dividida neste ponto, pois 33% disseram
que seu conhecimento em profecias bíblicas é fraco, 31% declararam ser bom, e
32%, afirmaram ter um conhecimento médio. Mas apenas 4% afirmaram ter um
grande conhecimento em profecias bíblicas. Face à maneira como as questões
proféticas foram respondidas, é muito provável que muitos dos que afirmaram
possuir um conhecimento bom ou médio, não estejam nem conscientes do pouco
que sabem.
Isaias
79%
Daniel
Jeremias
11%
8% Outros
2%
98% Nabonido
Nabucodonosor
Nabopolasar
1% 1%
14
Babilônia
28%
30% Medo-percia
Grécia
14%
28%
Não Sei
Volta de Jesus
57%
Morte de Jesus
13%
17% 13%
Não Sei
A maioria, 57%, acredita que as 2.300 tardes e manhãs terminam na volta de Jesus;
13% indicaram em sua morte e outros 13% não sabiam a resposta. Apenas 17%
responderam corretamente uma questão que envolve algo fundamental para a igreja
Adventista.
15
Morte de Estevão
4%
27%
Não Sei
Dia do Juízo
Domingo
90%
João
10%
Paulo
Laodicéia
88%
11% Éfeso
1%
Não Sei
28%
Antigo e Novo Testamento
42%
Três
30%
Sete
54%
Cinco
11%
Não Sei
5%
3.16. CONCLUSÃO
CAPITULO IV
criar este modelo. Uma importância significativa também deve ser dada à roupagem
do material, tornando-o atraente e fazendo com que o jovem tenha o desejo de
estudá-lo.
4.3. PROGRAMAS JA
O culto jovem tem perdido a audiência daqueles que são sua razão de existir,
os jovens. Nota-se que em muitas igrejas os programas às vezes são feitos de
última hora sem o devido preparo, com conteúdo fraco. Na análise dos gráficos feita
no capitulo anterior, observou-se que a juventude tem interesse no estudo das
profecias. Aqui no UNASP-EC têm-se tido alguns programas JA muito bons.
Programas bem preparados, bem estruturados e com temas escatológicos, como o
tempo de angustia, a marca da besta e a perseguição. O efeito nos jovens tem sido
animador.
Os jovens adventistas muitas vezes não vão ao culto JA por este ser fraco em
conteúdo e apresentação. Eles não aceitam qualquer coisa. Uma boa porcentagem
deles é universitária, e, para que esse público seja atingido, deve-se oferecer algo
que tenha substância.
Se a liderança se munir com bons programas, visando a exposição inteligente
de temas de Daniel e Apocalipse, com certeza a juventude será alimentada, e o
conhecimento deles acerca destes temas proféticos será incrementado. E de
quebra, a audiência do culto jovem irá melhorar.
21
4.7. CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
O objetivo, com este trabalho, não era somente levantar um problema que já
dava indícios de existir no meio Adventista, mas também mostrar sugestões para
que o mesmo fosse minimizado. Há um capitulo separado para esse fim, com
sugestões para um crescimento no conhecimento dos jovens Adventistas referente
aos temas proféticos.
Ao fim deste trabalho, concluímos que boa parte dos jovens Adventistas
entrevistados possui um conhecimento profético fraco, mesmo das seções mais
fáceis da profecia. É importante que este trabalho seja implantado na prática e não
fique apenas na teoria do que foi sugerido.
O material apenas abre a porta para que, com base em pesquisa, sejam feitos
esforços para que a juventude Adventista se mostre mais familiarizada com os
temas proféticos estudados pela igreja desde o principio. Aqueles que, no inicio do
movimento, valorizavam o estudo das profecias conseguiram discernir que direção
tomar. Hoje, nos momentos finais deste mundo, há muito mais necessidade de tê-las
em apreço, para que também se possa tomar uma direção correta.
34
BIBLIOGRAFIA
ZUCK, Roy B., A interpretação bíblica, Edições Vida Nova. São Paulo/SP;
1998.
WHITE, Ellen G; Mensagens Escolhidas, Vol III (Tatuí- Sp: Casa Publicadora
Brasileira) 2002.
_____. Atos dos Apóstolos, (Tatuí- Sp: Casa Publicadora Brasileira) 2002.
APÊNDICE A
A CIDADE DE LAODICÉIA
2 – Jesus conhece nossa situação? Ap. 3: 15 e 16; Sl. 139:7-16; Mt. 10: 30.
Além do que fazemos, Jesus sabe o quê e quem somos. Podemos levar uma vida
de aparência, enganando as pessoas que nos rodeiam, mas não podemos nos
esconder dAquele que nos conhece e que testemunha tudo o que praticamos.
PENSE NISSO
Você tem tentado viver uma vida dupla? Sua vida tem sido apenas de
aparência? O que muda em sua vida saber que Jesus conhece todos os seus
pensamentos, ou melhor, está com você em todos lugares, mas nem sempre se
agrada de onde, como e com quem você está?
3 – Mornidão é um estado espiritual que agrada a Jesus? Será que Jesus apenas
não quer que sejamos frios? Ap. 3: 15 e 16.
Jesus desaprova a mornidão bem como a frieza espiritual. A mornidão, porém, traz
consigo um sério agravante: quando vivemos em mornidão não notamos que
estamos precisando de ajuda, nem nos sentimos afastados de Jesus. É como um
doente que pensa que não precisa de remédios ou de um médico para que seja
curado.
26
PENSE NISSO
Quantas e quantas vezes não achamos que estamos “ricos, abastados e que de
nada precisamos”? Quando nos afastamos de Deus, não sentimos necessidade de
manter contato com Ele, de ler Sua Palavra. Vamos até a igreja, por exemplo, por
pressão dos pais, e não para manter um contato com Deus e adorá-lO. É esse o seu
estado espiritual? Por que você não busca nesse momento orar, pedindo que, em
nome de Jesus, tenha forças para vencer as tentações, para permanecer fiel ao lado
dEle? Peça a Ele o fogo do Espírito Santo para que você viva sem máscaras perante
Deus e os homens.
5 – Como Jesus considera aqueles que vivem nesse estado espiritual? Ap. 3: 17.
Ele sabe que a vida longe de Seus braços é mera ilusão satânica; não pode haver
verdadeira alegria, felicidade plena a não ser junto a Jesus. Nossa situação longe de
Jesus é de miséria, cegueira e nudez. O sentido de nudez é que estamos
desprotegidos e desnudos da glória e justiça de Deus. Nossa justiça é comparada a
um “trapo de imundícia” (Is. 64: 6). Nos tempos em que a Bíblia foi escrita, não
existiam absorventes como hoje, e as mulheres usavam um pedaço de pano para
deter sua menstruação; é a esse “absorvente” sujo, que Jesus compara nossa
justiça, que não serve para nada. Longe dEle não pode haver vida, luz ou
esperança, e nossa vida é mero caos; é viver atrás do nada.
7 – O que Jesus espera que façamos mediante este conselho? Ap. 3: 19-20.
Todos os apelos de Jesus visam o nosso bem. O arrependimento é a atitude que Ele
espera que tenhamos. No verso 20, a graça de Jesus também nos é revelada; Ele
aparece como alguém que bate à porta do nosso coração.
Isso representa muito mais do que sentar-se à mesa com Jesus; representa reinar
com Ele para sempre. Amém.
PENSE NISSO
APÊNDICE B
Daniel 1:1, 2
O reino de Judá ficava ao sul e tinha Jerusalém por capital. Seu rei era
Jeoaquim, o qual foi entregue as mãos de Nabucodonosor; este tomou parte dos
vasos sagrados da casa do Senhor, e os levou para a terra de Sinear, o país de
Babilônia (Gênesis 10:10)
Essa tomada foi predita por Jeremias (Jr 25:8-11), e cumprida em 605 a C. O
profeta coloca este cativeiro no 4ª ano de Jeoaquim, enquanto Daniel no 3º. Isto se
explica pelo fato de Nabucodonosor fazer sua expedição próxima ao fim do 3° Ano
de Jeoaquim, ponto inicial do relato de Daniel. Deus puniu seu povo com o cativeiro,
pois havia se afastado e muito de Seu plano para ele.
1
Rodrigo P. Silva. A eternidade começa aqui. (Tatuí-Sp, Casa Publicadora Brasileira) pp. 70.
29
PENSE NISSO
VOCÊ SABIA?
O rei babilônico era muito sábio, e foi bastante criterioso na seleção dos
jovens. Primeiro, ele escolheu aqueles que eram bem educados, e que pudessem
ajudar nos assuntos de administração e negócios. Segundo, ao invés de lhes dar
outros alimentos, o rei preferiu servir-lhes suas próprias iguarias.
PARE E PENSE
Daniel 1: 6-7
2- Porque o rei trocou os nomes dos jovens Israelitas? Tem isso alguma
importância?
CURIOSIDADES
Nomes hebraicos
Daniel ... Deus é meu Juiz
Hananias ...Dom do Senhor
Misael ...Que é o que Deus é
Azarias... Ajuda de Deus
Nomes caldeus
Beltessazar... Guardador dos ocultos tesouros de bel
Sadraque...Inspiração do sol ( caldeus adoravam )
Mesaque... deusa Shaca/ cujo nome Vênus era adorada
Abede-Nego... Servo do fogo brilhante.
REFLEXÃO
Era nítido que os jovens judeus eram muito mais inteligentes; suas
capacidades intelectuais e físicas sobressaíram as dos caldeus. Essa inteligência e
aptidão física foi dada por Deus por serem eles fiéis aos princípios dEle. Deus em
seu infinito poder sempre abençoa aqueles que o procuram. Deus nos convida para
sermos santos (ver I Pedro 1: 16). Ser santo, no contexto bíblico, significa ser
diferente, ser separado das coisas que esse mundo oferece. Daniel foi assim
separado, ele era diferente. Podemos sim, ser cristãos práticos, separados do
mundo, dando um testemunho fiel e verdadeiro de Jesus.
32
APÊNDICE C
Idade
[ ] 15 – 20 [ ] 21 – 25 [ ] 26 – 30 [ ] 31 – 35
Sexo
[ ] Masculino [ ]Feminino
Você gosta de temas proféticos?
[ ] Sim
[ ]Não
1) Com que freqüência você tem ouvido sobre temas proféticos nos
sermões?
[ ] raríssimas vezes
[ ] poucas vezes
[ ] freqüentemente
2) Em sua opinião, qual nível de conhecimento sobre profecia você julga
ter?
[ ] ruim [ ] Excelente
[ ]Bom
[ ]Muito bom
3) Quem escreveu o livro de Daniel?
[ ] Isaías [ ] outro_________________
[ ] Jeremias
[ ] O próprio Daniel
4) Que rei teve um sonho profético?
[ ] Nabonido
[ ] Nabucodonosor
[ ] Nabopolasar
5) No sonho profético, qual era o reino representado
pelo bronze?
[ ] Babilônia [ ] não sei
[ ] Grécia
[ ] Medo-Pérsia
6 ) Profeticamente quando terminam as 2.300 tarde e manhãs de Daniel 8:
14?
[ ] Na Morte de Jesus [ ] não sei
[ ] Em 1844 Grande Desapontamento
[ ] Na Volta de Jesus
7) Quando termina as 70 semanas de Daniel 9?
[ ] Na Morte de João Batista [ ] não sei
[ ] Na Morte de Jesus
[ ] Na Morte Estevão
33
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo identificar uma das pessoas misteriosas da Bíblia:
Melquisedeque. E para desvendar este mistério procuramos estudar o livro onde seu nome
é mais mencionado, que é no livro de Hebreus. Afinal, quem é Melquisedeque? Seria um
ser humano? Seria um anjo? Ou se trata do próprio Cristo? Mesmo que os exegetas, na sua
maioria, interpretem como sendo um homem, podemos observar que durante os séculos
nunca foi unânime esta posição. Entretanto, através deste estudo é proposto que este Rei-
Sacerdote foi provavelmente um ser humano e que era contemporâneo de Abraão.
PALAVRAS-CHAVE: Melquisedeque, sacerdócio celestial, sacerdócio terrestre, sacerdócio dos
primogênitos, sacerdócio dos levitas.
www.unasp.edu.br/kerygma/monografia5.08.asp 56
WENDERSON OLIVEIRA BARRETO
QUEM É MELQUISEDEQUE?
um estudo exegético
de Hebreus 7: 1
Dezembro de 2006
Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em 14 de dezembro
de 2006, pela banca constituída pelos professores:
ii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
0.1. O problema ............................................................................................ 1
0.2. Metodologia ........................................................................................... 1
CAPÍTULOS
iii
6.2. Reação crítica a literatura ....................................................................... 20
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 22
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 24
iv
1
INTRODUÇÃO
0.1. O PROBLEMA
Em Hb 7:1 encontramos as seguintes palavras: “Porque este
Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que saiu ao encontro
de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou, ” (Almeida [trad.],
1993, p. 181). Quem é este Melquisedeque? Seria ele um ser humano? Seria ele
um anjo? Ou seria ele o próprio Cristo?
O objetivo deste trabalho é compreender mais claramente quem foi esse
Melquisedeque que aparece no texto acima. Para tanto, desenvolveremos uma
exegese do texto na tentativa de uma definição de sua identidade à luz do
contexto bíblico.
0.2. Metodologia
Para alcançar este objetivo, será empregado o método da “Leitura Atentiva”
(Close Reanding) do texto. No primeiro capitulo, faremos uma revisão de literatura
sobre as diversas interpretações existentes acerca da identidade de
Melquisedeque.
No capitulo dois, avaliaremos o texto bíblico da passagem em questão.
Primeiro demarcaremos a perícope na qual se encontra o nosso verso. Depois
verificaremos o texto em si no intuito de identificar possíveis variantes e suas
implicações para o texto. E concluindo, será fornecido uma tradução do texto da
perícope averiguada.
No terceiro capitulo, discorreremos sobre o contexto histórico deste verso.
Onde discutiremos a autoria, a data e o local onde foi escrito este livro. Entretanto
será também investigado o contexto especifico da época em busca de resposta do
ao nosso problema de pesquisa.
No capitulo quatro será averiguado o contexto literário, verificando qual é o
gênero e a forma literária da perícope. Será também apresentada à estrutura do
livro de Hebreus, e posteriormente a estrutura da perícope. Finalizando esta parte,
serão analisadas as figuras de linguagem que aparecem no texto.
2
CAPÍTULO I
REVISÃO DE LITERATURA
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Apud Bruce, 1991, p. 159-160, n. 20.
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id.
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CAPITULO II
O TEXTO
21 mas este com juramento daquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se
arrependerá: Tu és sacerdote para sempre),
22 de tanto melhor pacto Jesus foi feito fiador.
23 E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque
pela morte foram impedidos de permanecer,
24 mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo.
25 Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a
Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles.
26 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado,
separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus;
27 que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia
sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo;
porque isto fez ele, uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo.
28 Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas, mas
a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, para sempre
aperfeiçoado.
CAPITULO III
CONTEXTO HISTORICO
3.1.1. O AUTOR.
Ao pesquisarmos sobre a autoria do livro de Hebreus, observamos que
há uma grande discussão a respeito da real identidade do autor (Bíblia de
estudo Genebra, 1999, p. 1463). Vejamos algumas possibilidades: na igreja
oriental, no período de Clemente de Alexandria (150-215 d.C.) e de Orígenes
(185-253 d.C.), a epístola foi atribuída a Paulo, mesmo tendo conhecimento da
diferença estilística entre o livro de Hebreus e os escritos paulinos. Entretanto,
na igreja ocidental, no período do teólogo Tertuliano (155-220 d.C.), a autoria
foi atribuída a Barnabé, um levita da dispersão judaica, notório por encorajar as
pessoas. Lucas e Clemente de Roma também foram nomes sugeridos à
autoria de Hebreus nesse mesmo período histórico. Mas nos séculos
posteriores, séc. V ao XVI, a autoria de Paulo foi aceita tanto no oriente como
no ocidente. Quando analisamos o período da Reforma, encontramos Lutero
propondo Apolo como autor do livro, um judeu cristão de Alexandria, eloqüente
na pregação. Já no período moderno encontramos três sugestões: Priscila,
Epafras e Silas.
Embora seja difícil eliminar muito destas propostas, também é difícil
encontrar uma evidência convincente a favor de muitas delas. Averiguando o
ponto de vista da tradição primitiva, Paulo é o que tem mais chances de ser o
autor, todavia, como Calvino observou, Hebreus difere do estilo paulino (id.).
citado em sua epístola a Corinto. Se admitirmos que ela foi escrita pelo
apóstolo Paulo, provavelmente deve ter sido composta antes de 64 d.C.,
quando, acredita-se, ocorreu seu martírio (Allen, 1987, p. 16).
As informações acerca da localidade também são insuficientes.
Qualquer opinião acerca do assunto se apresenta como mera conjectura. Com
relação aos destinatários, encontramos algumas posições não conclusivas: (1)
Nos manuscritos do Novo Testamento consta o titulo “Aos Hebreus”. Desta
forma, para os que acreditam nesta posição, evidencia-se que o endereço
refere-se aos judeus cristãos helenistas da diáspora (Laubach, 2000, p. 20).
Outros têm opinião diversa. Para Moffat e Scott os destinatários foram os
cristãos gentios. Eles insistem que o escritor não estava referindo-se à
apostasia ao judaísmo, mas à apostasia em relação ao Deus vivo. A freqüência
de citações do Antigo Testamento não significa, necessariamente, que os
ouvintes originais eram judeus, pois o escritor cria que o Velho Testamento era
para todos os cristãos (Allen, 1987, p. 17-18). Outros comentaristas defendem
que Hebreus foi escrita para os cristãos, em geral não tendo em vista judeus ou
gentios. O argumento é que a tentação é comum a todos: “esfriar”, “perder o
interesse” e se tornarem “andarilhos religiosos”. Para estes estudiosos o título
“Hebraious” é apenas simbólico, pois, esta palavra significa peregrino ou
viajante (ibid, p. 18). Concluindo esta seção, alguns críticos apóiam a idéia de
que a carta foi endereçada a Roma devido à quantidade de evidências
externas e internas. Para eles, a epístola foi primeiramente conhecida e citada
nesta localidade e, visto que assim aconteceu durante a ultima década do séc.
I, demonstra que a epístola deve ter ali chegado numa etapa bem recuada de
sua transmissão (Guthrie, 1984, p. 24).
Concluímos então que a data, o local e os destinatários estão
carregados de incertezas.
CAPITULO IV
CONTEXTO LITERÁRIO
CAPITULO V
dignidade pelos judeus cristãos, bem como pelos judeus ortodoxos, não-
cristãos, que tinham altíssima estima por Abraão (ibid., p. 147).
genealógicas a seu respeito (“sem pai, sem mãe, sem genealogia”) para
mostrar que ele é de uma ordem totalmente diferente. O fato do Antigo
Testamento não indicar o inicio e o fim da vida de Melquisedeque faz dele um
representante do sacerdócio eterno. Isto é confirmado no verso 8 que diz “dele
se testifica que vive”; no verso 16 onde é dito que “Ele é sacerdote segundo o
poder indissolúvel”; e finaliza no verso 24 onde é declarado que ele representa
“um sacerdócio permanente e imutável” (id.).
Contudo, ao aproximar do fim de seu raciocínio o autor esclarece mais a
questão: “Feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote
perpetuamente”. Esta é a parte que ele dá mais ênfase; Melquisedeque foi
semelhante ao Filho do Deus. Cristo é a imagem original, nele persiste a
eternidade e a verdadeira ordem sacerdotal; Melquisedeque é a réplica, que
aponta por sua vez ao cumprimento pleno do sacerdócio em Cristo ( Sl 110: 4:
“Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”).
Melquisedeque é o personagem terreno antítipo desse sacerdócio eterno, a
sombra na qual não se perdeu nada do seu conteúdo da imagem original.
Devido a isto é que o sacerdócio de Melquisedeque é eterno (ibid., p. 117;
Bruce, 1990, p. 160, n. 22).
CAPITULO VI
1. REFLEXÃO TEOLÓGICA
A principal contribuição deste trabalho está nas áreas da Tipologia e da
Cristologia. Melquisedeque é a figura humana que melhor ilustrou o tipo do
sacerdócio de Cristo. Em especial nossa pesquisa chamou atenção para a
linha do sacerdócio dos primogênitos como sendo possivelmente a linha do
sacerdócio de Melquisedeque e a prefiguração original do sacerdócio celestial
de Jesus.
CONCLUSÂO
único que se ajustava a esta situação era o sacerdócio dos primogênitos, cujo
o maior representante teria sido Melquisedeque, o sacerdote-rei da Jerusalém
Cananéia. Assim, o Messias prometido, seria segundo a ordem de
Melquisedeque (cf. Sl 110) e não segundo a ordem dos levitas.
No capitulo seis refletimos sobre a continuação de nossa pesquisa para
as áreas da Tipologia e da Cristologia. Fizemos também uma analise critica
das interpretações apresentadas no capitulo um à luz das conclusões
alcançadas neste trabalho.
Por fim, podemos responder às perguntas levantadas na introdução:
Quem é este Melquisedeque? Seria ele um ser humano? Seria ele um anjo?
Ou seria ele o próprio Cristo? As duas ultimas perguntas devem ser
respondidas com uma negação. Melquisedeque não era um anjo, nem Jesus. A
análise do texto bíblico, em seu contexto, nos indicou que ele era meramente
um contemporâneo de Abraão que servia ao Deus altíssimo como sacerdote,
mas cuja linhagem sacerdotal representava o Messias que haveria de vir e se
tornar o Rei-Sacerdote Celestial.
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BIBLIOGRAFIA
ALAND, Kurt et al. The Greek New Testament. 4ª ed. Stuttgart: Deutsche
Bibelgesellshaft United Bible Societies, 1983.
BARLEY, James L.; VANDER BROEK, Lyle D. Literary Form in the New
Testament: a Handbook. Louisvile/KY: Westiminster/John Knox Press, 1992.
FREEDMAN, David Noel (ed.). The Anchor Bible Dictionary. 4 v. New York:
Doubleday, 1992.
HANSON, A..T., Jesus Christ in the Old Testament. London: 1965, apud
BRUCE, F.F. The Epistle to The Hebrews. Grands Rapids/MI: Eerdmans
25
MCCAUL, J.B. The epistle to the Hebrews. London: 1871, apud BRUCE, F.F.
The Epistle to The Hebrews. Grands Rapids/MI: Eerdmans Publishing
Company, 1991. p. 159, n. 20. (The New International Commentary on the New
Testament).
PISTIS SOPHIA, apud BRUCE, F.F. The Epistle to The Hebrews. Grand
Rapids/MI: Eerdmans Publishing Company, 1991. p. 159, n. 20. (The New
International Commentary on the New Testament).
RESUMO: A presente investigação teve por objetivo considerar, de forma sintética, a questão da
marcação de datas para o fim do mundo na era cristã, provocado pelo Segundo Advento de
Cristo ou por alguma catástrofe de dimensões globais. Ênfase especial foi dada tanto ao
processo euforia/desapontamento/letargia gerado pela marcação de datas quanto às
implicações desse processo sobre o cumprimento da missão evangélica. O estudo da
marcação de datas no decorrer da história do cristianismo baseou-se em fontes primárias e
secundárias que tratam do assunto, cujas informações básicas foram apresentadas em uma
seqüência cronológica. Marcações de tempo para o fim do mundo têm surgido ao longo da
história do cristianismo. Diversos movimentos com esta tendência têm aflorado com base em
uma hermenêutica bíblica equivocada (cf Mt 24:36; At 1:7). Datas têm sido marcadas em
diferentes contextos históricos, sendo que algumas delas prevêem o fim do mundo quando o
autor da predição ainda se encontra vivo. Alguns desses marcadores de tempo enfrentaram o
opróbrio e a vergonha do não cumprimento do fato anunciado. Outros têm projetado as suas
datas para um futuro distante deixando alguma possibilidade de desapontamento àqueles que
venham a aceitar tais predições pouco tempo antes do suposto cumprimento. A pregação do
evangelho tem sido afetada negativamente em virtude dessa atitude. Geralmente ocorre um
reavivamento religioso antes da data sugerida para o fim do mundo. Contudo, em muitos
casos, o não cumprimento da predição gera mornidão, quando o entusiasmo inicial é
substituído por indiferença e frieza espirituais. Embora o problema possa ter ocorrido dentro de
um ramo específico de uma denominação cristã, a denominação como um todo sofre com as
críticas que se propagam de forma generalizada. Dessa forma, a pregação do evangelho tem
de enfrentar uma nova onda de suspeita e descrença devido ao não cumprimento da predição
supostamente baseada nas Escrituras.
PALAVRAS-CHAVE: marcação de datas, fim do mundo, desapontamento, missão.
Setting Time for the End of the World in the Christian Era: Historical Overview and
Implications for Mission
ABSTRACT: The present investigation has the purpose of briefly considering the issue of setting
time for the end of the world in the Christian Era, specially motivated by the immediate
expectation of the Second Coming of Christ, and by the occurrence of catastrophes of global
dimensions. Special emphasis was given to both the process of
euphoria/disappointment/lethargy generated by setting a time for the end and the implications of
that process on the fulfillment of the Gospel mission. The study undertaken throughout the
Christian history was based on primary and secondary sources that deal with the subject, and
was organized in a chronological sequence. Setting a time for the end of the world has been a
common phenomena throughout the Christian history. Many religious movements, here
involved, flourished on the basis of a wrong hermeneutic of the Scriptures (cf. Matt 24:36; Acts
1:7). Dates for the end have been proposed within different historical contexts. Some of these
dates expected the end of the world to take place within the lifetime of the person who made the
prediction. Some of them had to face the disappointment and the shame of not seeing the
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1º. Semestre de 2007
fulfillment of the predicted events. Others have placed a date far beyond their own lifetime,
leaving any possible disappointment to those who might accept such prediction shortly before
the supposed fulfillment. The preaching of the gospel has being negatively affected by these
predictions. Usually, a religious revival takes place prior to the date suggested for the end of the
world. Yet, in many cases, the non-fulfillment of the prediction generates lukewarmness, when
the early enthusiasm is replaced by spiritual indifference and coldness. Although the problem
might have occurred within a specific branch of a Christian denomination, the denomination as
a whole suffers from criticisms that are spread out in a generalizing way. Thus, the preaching of
the gospel has to face a new wave of suspicion and unbelief due to the non fulfillment of
predictions supposedly grounded on the Scriptures.
KEYWORDS: setting dates; end of the world; disappointment; mission.
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Ano 3 - Número 1 - 1º. Semestre de 2007
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pp.59-60
Renato Stencel
Tese defendida em dezembro de 2006
Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep)
Orientador: Dr. Elias Boaventura
renato.stencel@unasp.edu.br
RESUMO: Esta pesquisa tem como propósito estudar a inserção e a dinâmica de expansão que
caracterizaram a história da educação superior adventista no Brasil entre os anos de 1969 a
1999, apontando os fatores conjunturais que contribuíram para sua criação e desenvolvimento.
Primeiramente, visa analisar os fenômenos que se manifestaram desde os primórdios da Igreja
Adventista do Sétimo Dia (IASD), partindo de sua gênese nos Estados Unidos da América
(EUA) até sua chegada e desenvolvimento no Brasil. Num segundo momento, analisa os
fatores contextuais que caracterizaram a história da educação superior brasileira, indicando o
momento em que as confissões protestantes instalaram suas primeiras instituições de nível
superior no Brasil nas últimas décadas do século 19. Tal contexto objetiva lançar os
fundamentos históricos para se obter uma melhor compreensão quanto ao momento em que a
IASD abre seu primeiro curso superior no País. Em terceiro lugar, a pesquisa examina o papel
e a importância que a educação adventista exerceu no processo de desenvolvimento da IASD
a partir da criação do Colégio Internacional em Curitiba, em 1896, até a concretização da
proposta de abertura do primeiro curso de nível superior, Enfermagem, em 1969, no Instituto
Adventista de Ensino (IAE), a consolidação do Centro Universitário Adventista de São Paulo
(UNASP) e o ato de instalação do primeiro reitor do Centro Universitário Adventista de São
Paulo em 1999 e os respectivos desdobramentos de outros cursos superiores que foram
abertos em diversas instituições denominacionais em territórios brasileiros. Finalmente, o
trabalho efetua uma análise quanto aos componentes extra e intradenominacionais que
atuaram como agentes facilitadores ou inibidores na consecução do ideal quanto à abertura da
universidade adventista no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: história, educação superior, adventista, Brasil, universidade,
desenvolvimento, Unasp.
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1º. Semestre de 2007
Brazil. Finally, the work examines the extra and intradenominational components that acted as
facilitator or inhibitor agents in the establishment of SDA University in Brazil.
KEYWORDS: history, higher education, adventist, Brazil, university, development, Unasp.
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Ano 3 – Número 1 – 1º. Semestre de 2007
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pp.61-62
RESENHAS
Brand, Leonard. Fé, razão e história da Terra: um paradigma das origens da Terra e da vida
por planejamento inteligente. São Paulo: Unaspress, 2005. 340 pp.
Essa obra é caracterizada pela abrangência dos temas, a qualidade das informações,
bem como o espírito despretensioso e verdadeiramente imparcial, o que a coloca como uma
das melhores contribuições àqueles que, sinceramente, se interessam pela associação coeren-
te e sustentável entre os conhecimentos científico, filosófico e religioso.
As instituições de ensino e pesquisa no mundo, e particularmente no Brasil, carecem
de literatura como esta, em que as questões ligadas às origens (campo das ciências naturais)
sejam abordadas de maneira ampla, honesta e isenta.
Leonard Brand elaborou este excelente livro fundamentado em pesquisas científicas
pessoais (meticulosamente desenvolvidas), em sua experiência como docente e na utilização
de informações pertinentes, oriundas de textos criteriosamente selecionados.
A utilização de uma boa didática e ilustrações apropriadas favorecem uma leitura agra-
dável, elucidativa e acessível, tanto àqueles iniciados, como aos mais experientes nos temas
ligados ao confronto entre ciência e religião ou à controvérsia Criacionismo versus Evolucio-
nismo. O autor considera mais apropriado utilizar o termo “Intervencionismo Informado” em
substituição ao “Criacionismo”.
Questões filosóficas, teológicas e científicas são expostas com habilidade e de maneira
interligada, o que é fundamental quando se busca compreender eventos pretéritos, em que os
limites da própria ciência são ultrapassados.
É interessante notar, como se pode verificar em muitos dos livros congêneres, a ênfase
dada aos conhecimentos pertinentes à geologia, sendo que a maioria dos correspondentes
autores, como Brand, desenvolveram suas carreiras universitárias no campo das ciências bio-
lógicas. Dentre os possíveis motivos para o referido destaque, mencionam-se pelo menos dois:
Uma interessante estratégia é ainda adotada por Leonard Brand ao interpretar os da-
dos, fatos ou fenômenos naturais. As informações daí advindas são subdivididas em três cate-
gorias, correspondendo às evidências: (a) favoráveis ao Criacionismo; (b) neutras; (c) úteis ao
Evolucionismo.
No entanto, os critérios subjetivos, adotados para a referida classificação, são passí-
veis de questionamentos, especialmente quando se procura, sistematicamente, contrabalançar
as evidências a favor do Criacionismo com aquelas favoráveis ao Evolucionismo. Tal postura,
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