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Exame Torácico e Dos Pulmões

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Resumo Porto Semiologia IV

(2ºano)
Aluna:Eny Karla N. Santos

EXAME TORÁCICO DOS PULMÕES


(inspeção, palpação, percussão e ausculta torácica)
(Referência Porto 7ª edição)

INSPEÇÃO

É (1)estática e (2)dinâmica

(1) Na inspeção estática devo analisar:


(a) Forma do tórax
(b) Abaulamentos
(c) Depressões

1.a) Forma do Tórax:


No adulto em geral o diâmetro lateral (transversal) é maior do que o diâmetro antero-posterior.

Formas anormais do tórax:


-Tórax chato: Diâmetro antero-posterior reduzido. As escápulas ficam muito proeminentes
(sobressaem do relevo). Mais comum em pessoas logelíneas. Não tem significado patológico.

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-Tórax em tonel ou em barril: O diâmetro antero-posterior praticamente se iguala ao diâmetro


transversal. As patologias que podem estar associadas são: enfisema pulmonar; no entanto, pode
surgir em pessoas idosas livres de qualquer doença pulmonar.

-Tórax infundibuliforme (toráx de sapateiro/escavado): Depressão acentuada ao nível do terço


inferior do esterno. Pode ser congênito ou adquirido. Antigamente era frequente em sapateiros,
pois o pé do cliente era posicionado nessa localização. É frequente em pessoas com raquitismo.
Quando a depressão é muito acentuada pode causar distúrbios pulmonares.

-Tórax cariniforme: Saliência em forma de peito de pombo ou quilha de navio. Pode ser congênito
ou adquirido. É frequente em crianças com raquitismo, mas não compromete a função pulmonar.

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-Tórax em sino ou piriforme: A porção inferior torna-se alargada como a boca de um sino,
lembrando um cone de base inferior Está presente nas grandes hepatoesplenomegalias e na ascite
volumosa.

-Tórax cifótico: Encurvamento posterior da coluna torácica, seja por defeito de postura ou por lesão
das vértebras torácicas: Tuberculose, osteomielite, neoplasias ou anomalias congênitas.

-Tórax escoliótico: Assimétrico em consequência do desvio lateral do segmento torácico da coluna


vertebral. A causa mais comum é a anomalia congênita.

-Tórax cifoescoliótico: Alteração cifótica com desvio lateral da coluna vertebral (escoliose). Pode
produzir restrição grave da expansão torácica, causando insuficiência respiratória. Ex: paciente com
tuberculose vertebral (mal de pott).

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-Tórax instável traumático: Ocorre quando tem fraturas em várias costelas, decorrendo movimentos
torácicos paradoxais, ou seja, na inspiração a área desloca-se para dentro; na expiração para fora.

1.b.c) Abaulamentos e depressões:


Podem localizar-se em qualquer região do tórax. Indicam alguma lesão que aumentou ou reduziu
uma das paredes ou de órgãos intratorácicos.
-Aneurisma da aorta; tumor do timo ou do mediastino superior: abaulamento arredondado e pulsátil
visto na parte anterossuperior do tórax.
-Derrames pleurais: abaulamento na base do hemitórax.
-Hipertrofias do ventrículo direito: abaulamento do precórdio.
-Atelectasia ou lesões fibróticas de um pulmão ou de um lobo do pulmão: Depressão do hemitórax.
-Sulcos de Harrison e o Rosário raquítico: deformações das costelas determinadas pelo raquitismo.

(2) Na inspeção Dinâmica devo analisar:


(a) Tipos respiratórios
(b) Ritmo e frequência
(c) Amplitude do movimento respiratório
(d) Tiragem e expansibilidade dos pulmões

2.a) Tipos respiratórios:


-Observar: movimentação do tórax e do abdome, com o objetivo de reconhecer em quais regiões os
movimentos são mais amplos.
-Em condições normais observam-se dois tipos de movimentação: costal superior e
torocoabdominal.
-A respiração costal superior é observada principalmente no sexo feminino, em que se trabalha mais
os músculos escalenos e esternocleidomastodeo, deslocando a parte superior do tórax para cima e
para frente.
-A respiração torocoabdominal, predomina no sexo masculino, trabalhando principalmente a
musculatura diafragmática, prevalecendo a movimentação da metade inferior do tórax e da parte
superior do abdome.
-Observando o tipo respiratório pode-se notar diagnóstico de fadiga e da paralisia diafragmática (a
parede abdominal tende a retrair durante a inspiração); nessas situações pode ocorrer também
alternancia da respiração torácica e abdominal.

2.b) Ritmo e frequência:


-Observar durante uns 2 minutos: a sequência, a forma e a amplitude das incursões respiratórias.

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Ritmo respiratório anormal: quando a sequência, forma e a amplitude estão alteradas:


-Dispneia: Regular sucessão de movimentos respiratórios amplos e quase sempre desconfortáveis
para o paciente. Frequente em pacientes com: IC, enfisema pulmonar, bronquite, pneumonias,
atelectasia, pneumotórax, derrame pleural e anemias graves.

-Platipneia: Dificuldade de respirar em posição ereta, aliviando na posição deitada. Pode ocorrer
após pneumectomia.

-Ortopneia: Dificuldade de respirar em posição deitada.

-Trepopneia: O paciente se sente mais confortável de respirar em decúbito lateral. Pode ocorrer na
insuficiência cardíaca congestiva e no derrame pleural.

-Respiração de Cheyne-Stokes (dispneia periódica): de modo cíclico, atingem uma amplitude


máxima, depois os movimentos começam a diminuir, podendo ocorrer apneia (o paciente fica sem
respirar por alguns segundos); repete-se essa mesma frequência. Pode ser percebido em recém
nascidos saudáveis, indicando a falta de maturação dos centros respiratórios. Em condiçoes
patológicas pode ser percebido em paciente com insuficiência cardíaca grave, nos acidentes
vasculares cerebrais, traumatismos cranioencefálicos, intoxicações por morfina ou barbitúricos.
A respiração cheyne-stokes deve-se as variações de tensoes de O2 e CO2 no sangue, associada a
sensibilidade do centro bulbar. Excesso de CO2 durante o período de apneia, faz com que o bulbo
passe a emitir estímulos que aumentam a amplitude dos movimentos respiratórios. Como
consequência desses amplos movimentos há maior perde de CO2, cuja concentração sanguínea
decai. Quando isso acontece, o centro respiratório deixa de ser estimulado de modo suficiente e ,
em consequencia, há diminuição da profundidade da respiração. A repetiçaõ sucessiva desses
fenomenos levam a respiração Cheyne-Stokes.

-Respiração de Biot: Ocorrência de períodos de apnéia que interrompem a sequencia das inscursoes
respiratorias. Nítida variações na amplitude dos movimentos torácicos (arritimia respiratória). É
comum em pacientes com meningite, neoplasias, hematoma extradural; lesão no centro
respiratório, no estado comatoso e nas afecções em que há grave comprometimento do encéfalo.

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-Respiração de Kusmaul (lembra um peixe fora d'água): amplas e rápidas inspirações interrompidas
por curtos períodos de apneia, ocorrendo depois expirações profundas e ruidosas, que por sua vez
são sucedidas por pequenas pausas de apneia. É percebida em casos de cetoacidose diabética,
insuficiência renal com uremia e outras acidoses.

-Respiração suspirosa (falta de ar): Inspiração mais profunda seguida de uma expiração mais
demorada. Interrompe o ritmo respiratório normal. Presente em pacientes com transtorno de
ansiedade.

2.c) Amplitude e frequência:


Amplitude:
-Respiração profunda (aumento da amplitude), respiração superficial (diminuição da amplitude).

Frequência:
- Taquipneia: aumento da frequencia respiratoria acima dos normais.
-Bradipneia: diminuição da frequencia respiratoria abaixo dos normais. (lesoes cerebrais com
hipertensao intracraniana)
-Apneia: parada respiratória.
-Eupneia: Respiração com frequencia normal.

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2.d) Tiragem e expansabilidade:


-A tiragem é uma depressão presente em algum espaço intercostal. Isso se deve quando há algum
obstáculo em uma via respiratória, dificultando a penetração do ar e parte do pulmão não se
expande.

-Pode ser unilateral, Tiragem no hemitórax que pode indicar: oclusão de um brônquio principal
(direito ou esquerdo), por exudato espesso, neoplasia ou corpo estranho.
-Pode ser bilateral, quando a obstrução está acima da bifurcação traqueal: angina diftérica, laringite
estridulosa por corpo estranho ou tumores mediastinais. Asma bronquica e efisema pulmonar.

-A expansabilidade é melhor vista na palpação.

-Obs: A utilização de musculos acessorios durante a respiração é um dos sinais indicativos de


obstrução das vias respiratorias. Para isso deve-se analisar os músculos trapézios e
esternocleidomastodeo no pescoço, ao se contraírem elevam a clavícula e a parede torácica anterior,
oque é observado por retração das fossas supraclaviculares e músculos intercostais.

PALPAÇÃO
(Paciente pode estar sentado ou em pé)

(1) Durante a palpação devo analisar:


(a)Estrutura da parede torácica
(b)Expansibilidade ou mobilidade
(c)Frêmito torocovocal

1.a) Estrutura da parede torácica (capitulos anteriores)

1.b) Expansibilidade ou mobilidade


-Deve-se analisar o ápice e as bases.
-Expansibilidade dos ápices: posicionar atrás do paciente, colocando ambas as mãos nos ápices dos
pulmões, os polegares devem se tocar levemente em ângulo reto ao nível da vértebra proeminente.

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Deve-se solicitar ao paciente que ele respire mais fundo, observando o movimento de suas mãos. Se
observar diminuição ou ausência desses movimentos deve-se atentar pois é frequente em casos de
pneumonias, pneumotórax e nas pleurites.
-Expansabilidade das bases: Continuar posicionada atrás do paciente, os polegares devem estar
próximos ou juntos na altura das apófises espinhosas da 9ª ou 10ª vértebra torácica, enquanto a
palma da mão e os outros dedos devem abraçar o máximo de área correspondente com a base
pulmonar. Analisa durante a respiração tranquila e durante respirações profundas. A diminuição da
expansibilidade pode ser, unilateral: localização apical, traduzindo processo infeccioso ou cicatricial
do ápice pulmonar; basal ocorre no derrame pleural, nas hepatomegalias e nas esplenomegalias;
difusa no pneumotórax, no hidrotórax, na atelectasia, na pleurodinia e no traumatismo torácico.
Bilateral: localizado no ápice indica processo infeccioso ou cicatricial; basal na gravidez, ascite,
obesidade grave e derrame pleural bilateral; difusa, enfisema pulmonar, esclerodermia e senilidade.

1.c) Frêmito torocovocal:


-Analisa as vibrações percebida na parede torácica, à partir da mão do examinador.
-O paciente deve falar a palavra "trinta e três", o médico deve percorrer as mãos na parede torácica
sempre comparando as regiões homólogas.
-É mais fraco em mulheres por causa do timbre de voz, nas pessoas com parede torácica espessa por
existir hipertrofia muscular ou aumento do panículo adiposo e nas pessoas que têm voz débil.
-A intensidade das vibrações não são iguais nas diferentes partes do tórax; por ex: a maior nitidez é
notada no ápice direito e na região interescapulovertebral direita, isso porque nessas áreas o som
tem mais facilidade de chegar na parede torácica pois os brônquios direito tem um menor
comprimento
-O aumento do frêmito indica uma área de consolidação pulmonar, como acontece nas pneumonias
e no infarto pulmonar.
-A diminuição ou desaparecimento do frêmito é uma anormalidade que impede a transmissão das
ondas sonoras originadas na laringe, como ocorre no derrame pleural, no espessamento da pleura,
na atelectasia por oclusão bronquica, no pneumotórax e no enfisema pulmonar.

PERCUSSÃO
(análise anterior e lateral, paciente pode estar sentado ou deitado; analise posterior o
paciente deve estar sentado)
Roteiro para percussão do tórax:
-Começar pela face anterior, indo de cima para baixo, golpeando com o dedo médio, de
ambos os lados simetricamente.
-Logo após, fazer o mesmo esquema para a face lateral.
-Por fim, fazer o mesmo processo do lado posterior.
A força do golpe aplicado no dedo deve-se ser avaliado, pois em pessoas magras o som
repercute melhor do que em pessoas musculosas e obesas.

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Na área de projeção do coração, do fígado e do baço, obtem-se o som maciço ou

submaciço:
-Macicez hepática: percurtir o hemitórax direito de cima para baixo, seguindo a linha
hemiclavicular, com o paciente em decúbito dorsal. Na parte mais alta percebe a sonoridade
pulmonar, no 4º espaço intercostal percebe-se o som submaciço. À partir do 5º ou 6º
espaço (depende do biotipo) percebe-se um som maciço (pois não há mais pulmão
interposto).
-Macicez cardíaca: percurtir a face anterior do tórax, de cima para baixo.
-Submacicez esplênica: paciente em decúbito lateral direito e com a mão esquerda na
cabeça, faz a percussão da face lateral esquerda do tórax, de cima para baixo, seguindo as 3
linhas da região axilar. O limite superior da submacicez esplênica encontra-se
habitualmente, ao nível do 11º espaço intercostal.
-Área de projeção de fundo do estômago (área de traube), obtem-se o som timpânico: para
a delimitação desse espaço, percurte-se a face anterior do hemitórax esquerdo, seguindo
linhas paralelas que vão da borda esternal até a linha axilar anterior

-Sonoridade pulmonar ou som claro pulmonar ou som claro atimpânico: Na face anterior e
lateral a sonoridade é mais intensa do que na face posterior. No ápice direito o som é um
pouco mais claro do que no esquerdo; na base é menos intenso do que no restante do
torax.

-Alterações na percussão do tórax:


Hipersonaridade pulmonar: A nota de percussão está mais clara e mais intensa (não
confundir com som timpânico). Indica aumento de ar nos alvéolos pulmonares, sendo o
enfisema pulmonar a causa mais comum. Situada acima de uma condensaçao ou derrame
pleural. Esse fenômeno é chamado de ressonância Skódica.
Submacicez e macicez: Diminuição ou desaparecimento da sonoridade pulmonar. Indicam
diminuição ou ausência de ar nos alvéolos pulmonares. Há também uma maior resistência
na parede torácica percebida pelo dedo plexímetro. As causas mais comuns: derrames ou
espessamentos pleurais, condensação pulmonar (pneumonias, tuberculose, infarto
pulmonar e neoplasias)

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Som timpânico: Indica ar aprisionado no espaço pleural (pneumotórax) ou em grande


cavidade intrapulmonar (caverna tuberculosa). Para familiarizar com o som timpânico basta
repercutir várias vezes o espaço de traube (projeção do fundo do estômago).

AUSCULTA
-O paciente deve estar preferencialmente sentado.
-Pedir para o paciente respirar profundamente.
-Quando o paciente está impossibilitado de ficar sentado, pede para que ele fique em
decúbito dorsal e lateral.

A respiração bronquica se assemelha com a respiração traqueal; a diferença das duas está no fato de
que a respiralão bronquica a sua expiração é menos intensa.

Murmurio vesicular: turbulencia do ar circulante contra as saliencias das bifurcaçoes bronquicas, tal
como a passagem do ar do bronquíolo para o alvéolo. Inspiração mais intensa e duradoura e de tom
mais alto em relaçao a expiração

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