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Justificativa
Objetivos:
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Principalmente a partir dos anos 70, os mercados futuros têm atraído atenção de uma
imensa gama de novos interessados em todos os setores da economia: financeiro, agrícola,
industrial, transportes, etc. Cada vez mais especuladores, administradores de fundos de
investimentos, fundos de pensão, etc, têm sido atraídos para as bolsas devido às imensas
possibilidades de ganhos nestes mercados. Assim também tem acontecido com todos aqueles
interessados em montar operações com derivativos que lhes possibilitem administrar seus
riscos, tais como traders de produtos agropecuários, empresas do ramo de petróleo e
derivados, compradores e vendedores de commodities em geral.
O Brasil é dotado por diversas vantagens geográficas e de disponibilidade de recursos
naturais, que permitem ao País seguir uma estratégia de desenvolvimento econômico com base
nesses recursos naturais. Com efeito, o Brasil pode, potencialmente, se tornar um dos líderes
mundiais dos negócios nas áreas agrícolas, minerais, transportes, energia e meio-ambiente.
Possuir vantagens comparativas num mundo com mercados globais, no entanto, não
garante que essa potencialidade seja efetivada. Para garantir uma trajetória consistente de
crescimento econômico, é necessário também que se criem vantagens competitivas na
produção, comercialização e logística de transportes. Um dos principais instrumentos para a
aquisição dessas vantagens competitivas está em contar com um mercado de derivativos
eficiente e abrangente.
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demanda e a oferta pelos produtos agrícolas, os quais também regem a alocação de recursos
dentro da empresa.
• O que produzir e quais cuidados tomar para obter o máximo de receita na venda?
• Quando e onde comprar e vender? Diferentes insumos e produtos possuem
diferentes curvas de distribuição de preços durante o ano; conhecer a curva de sazonalidade e
os custos de armazenamento e transporte pode elevar os ganhos.
• O que pode ser feito para diferenciar o produto e expandir e diversificar o
mercado?
• Que tipo de contrato de mercados derivativos deve-se fazer?
• Como financiar a comercialização e reduzir os riscos de mercado?
• Que outras políticas podem ser implementadas para aumentar a eficiência da
comercialização?
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Et = expectativas,
Ot = outros fatores (gostos, preferências, composição familiar e demais ítens
relevantes).
Q = a - bP
P1
P2
Q1 Q2
Q
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demanda, as pessoas estarão dispostas a pagar mais caro como por exemplo mostrado na
movimentação de P1 para P2 para consumir a mesma quantidade Q1 daquele bem ou serviço.
P0
P2
P1
D1
D0
Q0
Q
Q1
Figura 1.2 - Mudanças na demanda
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1%. A elasticidade-preço da demanda pode ser elástica (EQ,P < -1), inelástica (-1 < EQ,P < 0) ou
unitária (EQ,P= -1).
Observe que, como sabemos que devido a Lei da Demanda a quantidade e o preço se
movem em direções opostas, o coeficiente de elasticidade da demanda tem sempre um sinal
negativo. Para evitar inconveniências de se trabalhar com valores negativos, convenciona-se
expressar os coeficientes em valores absolutos, ignorando-se o sinal negativo.
Assim, quando Eq,p = 1, a demanda é preço-elástica, quando Eqp = 1 mostra elasticidade
preço unitária, e quando Eqp = 1, a demanda é inelástica.
Por que o conhecimento da elasticidade-preço da demanda é importante para a
comercialização? Porque safras abundantes, com elevação da oferta, causam uma queda no
preço proporcionalmente maior do que o correspondente aumento proporcional na quantidade
consumida, fazendo com que a renda do setor agropecuário caia de uma forma geral. Isto
porque a receita total da venda de um produto é dada por RT = pq. Normalmente, diminuindo-
se o preço de um produto agrícola, a quantidade consumida aumentará. No caso de demanda
elástica, (EQ,P< -1), o aumento no consumo é menos do que proporcional à queda no preço.
Como conseqüência, a receita total diminuirá. A Tabela 1 apresenta um resumo do
comportamento da receita diante de variações nos preços em diferentes condições de
elasticidade-preço da demanda.
No caso dos produtos agrícolas, volta-se a salientar que suas demandas geralmente são
inelásticas em relação ao preço. Isso se deve principalmente à essencialidade desses produtos e
à maior capacidade de saturação dos alimentos para o consumidor. Dessa forma, uma queda
do preço dos produtos agrícolas deve provocar mais uma realocação na cesta de consumo dos
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indivíduos do que um aumento proporcional no consumo do alimento cujo preço caiu. Talvez,
uma primeira conclusão que se possa tirar disto é que, em anos excepcionalmente bons em
termos de produção, espera-se que a renda agregada dos produtores caia. Por outro lado, anos
excepcionalmente ruins em termos de produção podem se mostrar extremamente vantajosos
em termos de receita do produtor individual.
Na Tabela 1.2, podemos verificar que apenas carne de porco e ovos apresentam
demanda elástica no Brasil, enquanto os demais alimentos listados apresentam um coeficiente
de elasticidade menor que um. Na segunda coluna da mesma Tabela, observamos que, também
nos EUA, a demanda de produtos agrícolas tende a ser inelástica, enquanto que a demanda de
outros produtos e serviços (como mobília, eletricidade e refeições em restaurante) tendem a
ser elásticas.
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Mobília -3,04
Refeições em restaurantes -2,27
Eletricidade -1,20
Fontes: Extraído e adaptado de Marques & Aguiar (1993).
Os produtos agrícolas são, de uma maneira geral, bens normais. O principal fator
determinante desse comportamento da demanda de produtos agrícolas é a saturação a nível
baixo de consumo desses produtos. A Tabela 1.3 apresenta valores de elasticidades-renda da
demanda para produtos agrícolas em São Paulo e para outros bens e serviços nos EUA.
Verifica-se nessa Tabela que, entre os produtos agrícolas, apenas frango teria demanda elástica
em relação à renda, enquanto que os bens e serviços não agrícolas tendem a ter demandas
elásticas. Pode-se observar ainda que arroz, feijão e banana seriam bens inferiores,
provavelmente porque esses produtos estariam sendo consumidos em quantidade além do
desejável, em função de seus baixos preços.
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Frango 1,14
Laranja 0,56
Leite 0,58
Mandioca 0,25
Carne suína 0,79
Bens de consumo duráveis 2,90
Vestuário 2,01
Consumo em restaurantes 1,48
Fonte: Extraído e adaptado de Marques & Aguiar (1993).
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P1 Q = a +bP
P0
Q0 Q1
Q
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P
S1
S2
P0
P1
Q
Q0 Q1
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P
S
P1
P0
D2
D1
Q
Q0 Q1
Assim, dada uma certa situação de demanda por um produto (representada pela curva
de demanda D1) e uma certa situação de oferta do produto (representada pela curva de oferta
S), o preço de equilíbrio, que satisfará produtores e consumidores, será P0. Entretanto, se um
fator novo (distribuição de renda, exportações, novos usos do produto, etc), aumentar a
demanda, ela se deslocará para a direita e dada a mesma capacidade de produção, o preço se
elevará para P1.
É importante brevemente rever os elementos chamados “concorrenciais” como
barreiras comerciais, legislação de proteção a mercados, qualidade mínima de produto, etc, ou
seja, tudo que dificulte a adequação ou entrada de novos produtores no mercado. A
persistência destes fatores leva a que os preços se elevem porque os produtores existentes
podem não ter interesse em aumentar a produção, pois preferem e têm condições de manter
elevados os seus ganhos. A queda destas barreiras (diminuição ou eliminação de tarifas,
divulgação das oportunidades existentes, eliminação de legislação que dificultem ou impeçam
a concorrência), leva a entrada de novos ofertantes no mercado, deslocando a curva de oferta
para a direita e causando a diminuição dos preços.
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Oferta varejo
Preço
Pv
Demanda varejo
Oferta atacado
Pa
Demanda atacado
Oferta produtor
Pp
Demanda produtor
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lado, situações onde o mercado esteja concentrado nas mãos de poucos vendedores ou de
poucos compradores favorecem a união dos mesmos para a imposição de preços de venda ou
de compra, respectivamente, desvantajosos para os demais setores do mercado onde atuam.
A condição de homogeneidade do produto e a pequena participação na produção total
faz com que o produtor individual seja um tomador de preços, isto é, ele aceita o preço que o
mercado determina. É a chamada “commoditização dos produtos agrícolas”, condição muito
comum e desvantajosa, pois, caso o produtor tentasse vender mais caro, não conseguiria, pois
seu produto é, por hipótese, igual ao dos demais e não haveria razão para algum consumidor
pagar mais pelo seu produto.
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Demanda Oferta
P2
P1
Q2 Q1 Q3
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preços como, por exemplo, o Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas (IGP). Outra
alternativa seria apresentar os valores numa moeda “forte”, tal como o dólar americano. As
análises de preços de mercado que desenvolveremos a seguir serão feitas com preços reais ou
deflacionados.
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Tabela 1.5 - Preços médios recebidos pelo produtor de soja no Estado do Paraná em R$/
60 kg
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1990 28,40 24,92 21,83 21,92 24,37 21,92 22,57 22,07 20,21 22,05 23,58 26,29
1991 25,87 27,21 24,75 25,69 25,77 24,52 22,94 23,79 26,23 31,41 27,83 26,22
1992 29,30 28,75 27,92 26,66 25,32 27,00 26,87 28,28 32,43 31,64 31,06 31,55
1993 30,26 29,27 26,19 25,26 25,25 26,83 31,97 31,98 30,04 30,39 30,03 30,76
1994 30,99 29,89 28,32 26,38 26,05 27,09 29,37 28,45 28,13 26,77 25,86 25,76
1995 25,67 25,27 21,28 20,37 18,78 18,77 20,95 22,62 22,66 23,61 25,03 25,83
1996 27,45 26,32 23,99 25,23 26,48 25,33 25,07 26,17 30,34 30,57 30,49 30,52
1997 29,02 27,57 27,93 29,05 29,04 28,50 27,01 28,97 31,00 31,55 31,31 31,95
1998 29,35 26,59 23,63 22,74 22,43 21,48 21,59 20,73 21,35 21,93 22,89 23,12
1999 23,33 27,08 27,01 23,54 22,72 23,53 23,18 25,41 29,30 30,46 30,81 29,49
2000 29,11 29,17 27,85 27,45 27,94 26,52 24,93 24,35 25,31 26,13 26,69 29,11
2001 28,05 25,20 24,46 24,36 25,12 28,65 32,31 34,75 36,75 37,78 38,14 35,37
2002 33,42 29,99 27,63 27,79 30,97 35,94 40,06 44,07 49,71 55,69 54,93 55,55
2003 50,10 49,74 45,63 41,25 39,81 39,40 38,37 38,68 41,63 47,90 51,11 49,20
2004 48,84 48,46 54,69 53,83 51,67 45,08 39,86 37,65 37,88 33,82 31,99 31,07
2005 31,16 28,70 33,55 30,58 28,98 30,43 30,28 28,65 26,56 25,31 24,75 25,74
2006 26,46 25,76 23,76 22,59 23,93 24,85 24,58
DP 7,35 7,38 8,68 8,14 7,58 6,66 6,30 6,66 7,79 9,07 9,22 8,72
Media 30,99 29,99 28,85 27,92 27,92 27,99 28,35 29,16 30,60 31,69 31,66 31,72
Máximos 45,69 44,75 46,21 44,21 43,07 41,32 40,94 42,48 46,17 49,83 50,09 49,17
Mínimos 16,29 15,24 11,49 11,64 12,77 14,66 15,76 15,85 15,02 13,54 13,23 14,28
• Deflacionado pelo IPCA (preços jul. 2006 = 1). Fonte: IPEADATA
A análise gráfica obtida a partir desses dados mostra uma tendência histórica de subida
dos preços reais ao nível de produtor rural, conforme o gráfico apresentado na Figura 8.
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R$/60 kg
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produtores respondem rapidamente porque em geral não existem nem barreiras e nem sunk-
costs muito elevados.
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R$/60 kg
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01
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Preço R$/sc
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0,00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
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Finalmente, deve-se alertar para o risco existente na tentativa de prever preços futuros
baseando-se nos acontecimentos passados. Para isto, deve-se assumir que as condições
existentes se mantenham constantes, o que pode não ser – e geralmente não é -
necessariamente verdadeiro. A previsão de preços é um trabalho que pode se sofisticar e exigir
muito treinamento, mas algumas ferramentas simples e um pouco de bom senso podem
propiciar resultados satisfatórios para o produtor. Evidentemente que o especulador
necessitará de um ferramental mais sofisticado como, por exemplo, a Análise Fundamentalista
e a Análise Gráfica, que serão apresentadas no capítulo 6 deste texto.
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compra antecipada para garantir matéria-prima; para a empresa que trocou máquinas por soja;
ou o preço pode subir e causar problemas para o frigorífico, que acertou uma exportação e
fixou o preço de venda, mas ainda não adquiriu a matéria-prima (boi); ou para a torrefadora
que assinou contrato de exportação de café, mas, ainda não adquiriu matéria-prima. Riscos são
custos e custos podem significar a perda de clientes.
Deixando-se de lado os riscos associados à parte técnica ou de produção (produto
errado, perda de produção, impropriedade do produto às necessidades do cliente, etc), nos
concentraremos nos riscos de preços, ou seja, aqueles associados à queda ou subida de preços.
Existem várias formas de administrar-se riscos de preços, dentre as quais pode-se citar os
Mercados a termo (forward markets) onde os preços são fixados antecipadamente, podendo
haver ou não antecipação de recursos. Tem-se, como exemplo, a soja verde, a troca insumo-
produto, a CPR, etc. Uma das características dos mercados a termo é que os contratos não são
padronizados, não há divulgação dos valores e não há um órgão garantidor dos contratos. 1
Os contratos a termo são negociados localmente (over the counter) ou em bolsas de
físico existentes no país, as quais acham-se agrupadas na Associação Nacional das Bolsas de
Mercadorias e Cereais (ANBM), que consiste em 18 bolsas agrupadas no Sistema Integrado de
Bolsas Brasileiras (SIBB), na Bolsa Brasileira de Mercadorias, a qual é o resultado da união
das Bolsas de Mercadorias de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande
do Sul e Uberlândia, mais a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) 2. A Tabela 1.7 mostra o
sistema integrado das bolsas Brasileiras (SIBB).
1
O leitor interessado em detalhes de contratos a termo pode consultar a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM)
www.bbmnet.com.br ou o site do Banco do Brasil www.bb.com.br ou a ANEC no site
http://www.anec.com.br/contratosanec.htm
2
Para maiores detalhes, ver http://www.bbmnet.com.br/pages/PORTAL/index.asp htt
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3
Extraído de Silva & Marques (2005)
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Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia e outros bancos estaduais e privados. Este sistema
concedeu substanciais preferências ao setor agrícola (OCDE, 2005, p. 90).
No final da década de 80, os preços mínimos definidos pelo governo, além de cobrir os
custos do produtor, garantiam uma remuneração para a atividade. Atualmente, os preços
mínimos definidos pelo governo estão abaixo do custo de produção de determinadas lavouras,
agravados pela falta de recursos oficiais para a manutenção da modalidade. Para Wedekin
(2005) a política agrícola brasileira é sustentada por dois pilares: 1) crédito e 2) garantia de
renda aos produtores. O primeiro engloba o custeio da lavoura, os investimentos produtivos e
a comercialização. Já o segundo, representado principalmente pela Política de Garantia de
Preços Mínimos (PGPM), envolve os instrumentos de apoio aos preços e garantias de renda.
Como mostrado, há algum tempo o financiamento da agricultura brasileira vem se
apresentando como um dos grandes problemas da alocação de recursos da economia. Para
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4
Extraída do relatório da OCDE, outubro de 2005, páginas 93-94.
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É interessante notar que nos últimos anos a maior parte (70%) dos financiamentos
rurais foi realizada pelo capital financeiro privado, próprio ou obtido junto ao mercado
financeiro informal ou semiformal (PREÇOS AGRÍCOLAS, 2000). Para Gonçalves et ali
(2005), o mercado informal de crédito deve responder por expressiva quantidade de recursos e
parcela do financiamento no período de transição, enquanto os novos instrumentos estão sendo
desenvolvidos.
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45
responsabilidades são divididas entre produtores rurais e demais agentes do agronegócio que
acabam por realizar funções que não são seus objetivos, como fiscalizar e controlar a
produção, analisar crédito, fornecer recursos e etc. (CAFFAGNI, 1998).
Entretanto a alternativa que esta se desenvolvendo é a participação do setor privado
como financiador do agronegócio através dos títulos de créditos destinados ao setor, um
instrumento que deverá captar recursos privados e reduzir a dependência com relação aos
recursos públicos. Por outro lado, cada vez mais as bolsas de físicos e de futuros estão se
consolidando como mecanismos eficientes de controle de risco da atividade agropecuária
brasileira.
O aprofundamento das relações entre a agropecuária e a indústria tem desenvolvido
mecanismos de comercialização para a complementação do escasso crédito rural oficial no
financiamento da atividade rural no país. Segundo Gonçalves (2005), a superação da inflação
elevada na metade dos anos 90 permitiu a consolidação dos diversos mecanismos de venda
antecipada e até mesmo o crescimento do mercado futuro.
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20%
18%
17,2%
16%
14%
12% 12,3%
10%
8%
6%
6,1% 5,8% Média
4%
2% 3,0%
2,4% 2,3%
1,9%
1,7%
1,2% 1,2%
0%
Arroz Algodão Trigo Milho Café Soja Leite Carne Cana-de- Carne Carne
bovina açúcar avícola suína
Com isso, o custeio da safra passa ser realizado em grande parte por contratos de
entrega futura e aquisição de insumos entre produtores rurais e agroindústrias. São oferecidos
às principais culturas um custo para captação de recursos de financiamento das atividades
rurais mais baixos que as taxas normais do sistema bancário.
Existente desde a década de 60, a Nota Promissória Rural (NPR) e a Duplicata Rural
(DR) são títulos de crédito que lastreiam as transações (operações de compra ou venda de
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Marques e Mello (1999, pág. 10) definem a chamada operação de escambo, ou seja,
troca de insumo por produto. “Nesse tipo de financiamento, o comprador fornece insumos ao
produtor por ocasião do plantio, recebendo como pagamento certa quantidade de produto na
época da colheita”. Há também a venda antecipada, onde ocorre o adiantamento de recursos
financeiros em troca de recebimento da mercadoria na colheita. No primeiro caso, há o
fornecimento antecipado de produtos, já no segundo caso, adiantamento monetário.
A própria indústria citrícola fornece crédito aos seus produtores através de dois
mecanismos (MARQUES & MELLO, 1999):
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Uma outra medida que vem se consolidando como financiadora da agricultura através
da participação do setor privado é a Cédula de produto Rural (CPR) que foi regulamentada
pela Lei no 8.929 de 22 de agosto de 1994 e alterada pela Lei no 10.200 de 2001, quando
passou a ter a opção financeira de liquidação.
Para Bacha e Silva (2005 a,b), com a CPR, o produtor poderá antecipar a receita da sua
produção, utilizando um instrumento regulamentado pelo governo e que pode ser avalizado
pelo sistema bancário, impulsionando os recursos privados para financiar a agropecuária.
Araújo et ali (2001) definem as principais características da CPR como:
1. Título líquido e certo, transferível por endosso e exigível pela qualidade e quantidade de
produto nele previsto;
2. Preço livremente ajustado entre as partes;
3. Admite garantias ajustadas entre as partes, como hipoteca, penhor, alienação fiduciária e
aval;
4. Possibilita a inclusão de cláusulas estabelecidas pelas partes, no ato da emissão, além de
aditivos posteriores;
5. Sujeita as normas do direito cambial;
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A CPR é uma forma de contrato entre as partes, que pode ser registrada em cartório e
ter como garantias a hipoteca, o aval e o penhor, dependendo do tipo de operação 6.
Atualmente as instituições financeiras operam com este título correndo o risco do produtor,
adquirindo a cédula ou concedendo a aval.
Gonzalez (2000) também afirma que a CPR além de servir como instrumento de
captação de recursos, tem o papel de servir como hedging de venda já que quando emitida, o
preço é travado e permanece protegido contra movimentos de baixa. O mesmo autor enfatiza
que além da CPR permitir o financiamento das necessidades de capital na exploração
agropecuária, ela desempenha, de forma indireta, mais duas funções: 1) fixação de um nível de
lucro para a parcela comercializada (receitas e custos fixados); e 2) viabiliza o plantio e tratos
culturais de que a lavoura necessita.
5
No leilão eletrônico, as operações são realizadas por meio das bolsas de mercadorias,
localizadas em vários pontos do país e conectadas via internet a uma Central de Leilão.
6
Para maiores detalhes ver Wald (2005).
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produtos e em volumes muito inferior ao necessário para suprir o volume de recursos outrora
advindos do setor público. Para o autor, são duas as limitações associadas ao uso de CPR
como instrumento de captação de recursos:
1. Uma boa parte da lavoura brasileira é formada por produtos pouco contemplados no
mercado financeiro de forma que as ações de mercado não substituem por completo as ações
governamentais;
2. O mercado futuro no Brasil, devido à falta de um número suficiente de especuladores,
possui pouca liquidez o que se torna um obstáculo para seu desenvolvimento.
O mesmo autor ainda conclui que o elevado custo do aval, as taxas de juros da
economia e a falta de tomadores de risco no mercado financeiro brasileiro também são fatores
limitadores ao mecanismo de venda de CPRs. No entanto, a CPR além de captar recursos
privados para o crédito rural, permite que esta captação seja em qualquer mês do ano. A
concessão do crédito rural tradicional, altamente dependente das exigibilidades, acaba
ocorrendo apenas em determinados meses do ano.
A maior demanda pelo crédito rural ocorre no período de plantio (setembro-dezembro),
quando os produtores necessitam de recursos para a nova safra. Como os recursos hoje são
insuficientes para atender a demanda existente, os recursos disponíveis se esgotam neste
período, impossibilitando o fornecimento de crédito a taxas subsidiadas fora deste período. A
nova concessão de crédito só ocorrerá com o retorno deste capital investido, que pelo
cronograma, ocorre após a colheita (maio-agosto). Somente após retorno dos recursos
aplicados nesta safra é que serão disponibilizados recursos para a safra seguinte, ou seja,
retornando os recursos entre maio-agosto, os recursos estariam disponíveis para a próxima
safra a partir de setembro, formando um ciclo entre concessão e recebimentos.
Este ciclo apresenta dois problemas: 1) falta de recursos disponíveis para o produtor
fora do período de plantio; e 2) neste período, pela alta demanda, os preços dos insumos
agropecuários tendem a serem mais altos do que outros períodos. Agora, caso o produtor
resolva aproveitar do período de insumos mais baratos e desejar adquiri-los antes de período
de plantio, poderá se financiar através das CPRs.
A CPR, além de oferecer a oportunidade ao produtor de se financiar fora do período de
plantio, ao antecipar a comercialização para o produtor, aliviou os programas oficiais para
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escoamento de produção e manutenção de renda do setor rural (AGF, EGF e PGPM), exigindo
menos recursos para estes programas.
Atualmente, as indústrias e as tradings estão recebendo altas taxa de juros (em torno de
25% 7) na intermediação financeira de capital para o setor agropecuário através da CPR, o que
gera um retorno maior do que propriamente na operação com o produto agrícola. Na realidade,
com o surgimento da CPR-financeira, o título perdeu a verdadeira identidade do seu propósito
que era um adiantamento da comercialização da safra e passou a ter um caráter estritamente
financeiro, onde se negocia literalmente taxas de juros para a concessão de recursos.
Mas por outro lado, esta modalidade atraiu novos investidores ao segmento rural, que
não estavam interessados no recebimento do produto físico, aumentando a disponibilidade de
recursos para o setor. Outra grande contribuição desta modalidade foi a inclusão de novos
produtos agropecuários na lista das CPRs. Até 1999, quando só era permitida a emissão de
CPR-física, apenas as grandes commodities (café, boi, algodão, milho, soja e arroz) é que se
utilizavam da CPR como ferramenta de comercialização. Após o ano de 2000, com a
instituição da CPR-financeira, novos produtos passaram a se contemplar desta modalidade,
inclusive produtos que também não participavam do crédito rural oficial (camarão, frutas,
verduras, frango, madeira e etc.).
Na Figura 12, nota-se a evolução do volume financeiro emitido de CPR pelo Banco do
Brasil nos últimos anos, com destaque para o ano 2000 com a inclusão das CPRs financeiras.
7
Desempenho das CPRs emitidas pelo Banco do Brasil durante o segundo semestre de 2004 e primeiro de 2005.
Para maiores detalhes ver Bacha e Silva (2005b).
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4.500.000
4.000.000
3.500.000
3.000.000
2.500.000
2.000.000
CPR financeira
1.500.000
1.000.000
500.000
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Nº CPR 64 661 539 777 1.462 2.363 13.293 18.543 21.687 29.358 62.435
Mil R$ 26.987 62.166 37.741 53.881 79.844 146.412 599.082 845.937 1.061.262 1.533.054 4.472.994
Bacha e Silva (2005 a,b) conluiem que com a criação da CPR financeira, o volume
negociado com a CPR aumentou significativamente, pois o sistema bancário passou a ser
comprador de CPR, e não apenas o seu avalista, pois a CPR passou a ser mais atrativa aos
investidores. No mercado, tanto na modalidade física ou financeira, estão disponíveis três
tipos de CPRs:
1. Registrada: são as CPRs que são registradas em cartórios, oferecendo maior segurança
financeira;
2. Não registradas: não apresenta registros em cartório, chamada em alguns mercados de
“CPR de gaveta”;
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No caso de CPR avalizada, que pode ser tanto registrada ou não, por qualquer motivo
que seja, caso o produtor não honre com o compromisso de liquidação do título, o avalista se
compromete a cumprir o vencimento, funcionando o aval como uma garantia. O custo do aval
e até mesmo da CPR, dependem basicamente de dois fatores: 1) risco cliente; e 2) tempo de
colheita. Como a grande maioria das CPRs emitidas atualmente ocorrem com o produto sem
estar colhido, quanto mais próximo da colheita, menor o risco da operação, portanto, uma
menor taxa será inserida. O aval pode ser visto pelo investidor como um seguro rural,
garantindo em qualquer situação a liquidação do título.
De acordo ainda com Bacha e Silva (2005 a,b), foram negociados na safra 2004/2005
um volume entre R$ 20 e R$ 30 bilhões de CPR. Se comparado com os R$ 39,5 bilhões dos
programas de empréstimo com taxa de juros controladas, a CPR esta assumindo um
importante papel como financiadora.
Antes da CPR, as compras antecipadas para entregas futuras de produtos rurais já eram
praticadas pelos mercados, porém sem o instrumento jurídico (CPR), as operações não
ofereciam seguranças para os credores e, até mesmo devido a esta falta de garantia, eram
operações muito mais caras.
8
O aval é instituto de direito cambiário, consistente na garantia do pagamento do título de crédito. O avalista
torna-se devedor solidário, porém de maneira autônoma, passando a sua obrigação a independer da relação
obrigacional garantida, entre o devedor- avalizado e o credor, cujas eventuais exceções de pagamento não lhe
dizem respeito e por ele não podem ser invocadas (WALD, 2005, p. 237).
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Mas apesar de inserirem uma nova dinâmica na concessão de crédito rural no Brasil, a
CPR ainda apresenta um custo elevado para muitos produtores, principalmente devido aos
riscos da produção agropecuária (seguro rural não ativo) e do custo do dinheiro no país (taxa
de juros básica elevada). A CPR muitas vezes não fornece todo o crédito demandado ou até
mesmo necessário para o produtor, disponibilizando apenas uma parte dele. Com isso, este
título ainda não resolveu o problema de elevada demanda pelo crédito do setor, tendo muitos
produtores ainda que inserirem recursos próprios na lavoura ou até mesmo recorrerem às
fontes informais de crédito.
No entanto, outros mecanismos foram propostos e não tiveram a mesma aceitação pelo
mercado, seja do lado do produtor rural ou do lado do investidor institucional. Mas todos
contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento dos novos instrumentos de
financiamento do agronegócio.
Já no final dos anos 90 surge uma nova proposta de financiamento da atividade rural
denominada de Finagro 10. De acordo com Bertucci (1999, p. 31), o sistema tinha “o objetivo
de implantação, em todo o território nacional, de um mecanismo moderno de securatização,
9
Decreto Lei número 167 de 14 de fevereiro de 1967.
10
Companhia de Administração de Negócios Agrícolas do Brasil S/A.
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Além desses dois títulos, a lei também oficializou o Certificado de Direitos Creditórios
do Agronegócio (CDCA), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificado de
Recebíveis do Agronegócio (CRA) que possuem a mesma função, porém o emissor é
diferenciado. Os três títulos de crédito vinculam-se aos direitos creditórios dos negócios
realizados entre os agentes do agronegócio. Os títulos apresentam duas grandes diferenças
entre si no que diz respeito ao emissor e ao lastro.
Estes cinco títulos são considerados títulos executivos extrajudiciais e deve-se aplicar
as normas de direito cambial sobre os mesmos. Pode-se entender como executivos
extrajudiciais o processo de aplicação das penalidades previstas em contratos sem recorrer a
justiça. De acordo com Oliveira (1998), para ser executado o título judicial são necessários
dois processos: um de conhecimento, o qual o órgão jurisdicional determina o direito aplicável
à espécie; e o executivo, o final. Já o titulo extrajudicial, de acordo com suas características da
liquidez, da certeza e da exigibilidade, não permite discussão e sofre apenas o processo
executivo.
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58
Tabela 1.8 – Comparação entre os instrumentos privados de financiamento da agropecuária
115
Características CPR física CPR financeira CDA WA CDCA LCA CRA
Denominação Cédula de Produto Cédula de Produto Certificado de Depósito Warrant Agropecuário. Certificado de Direitos Letra de Crédito do Certificado de
Rural – liquidação Rural – liquidação Agropecuário. Creditórios do Agronegócio. Recebíveis do
física. financeira. Agronegócio. Agronegócio.
Data e norma Lei no 8.929 de Medidas provisórias Lei no 11.076 de Lei no 11.076 de Lei no 11.076 de Lei no 11.076 de Lei no 11.076 de
de criação 22/08/1994. 2.017, 2.042 e 2.117 30/12/2004. 30/12/2004. 30/12/2004. 30/12/2004. 30/12/2004.
(de 2000),
convertidas na Lei no
10.200 de
14/02/2001.
Emissor Produtor rural, Produtor rural, Depositante de produto Depositante de produto Pessoas jurídicas que Instituições Companhias
empresas empresas agropecuário. Pessoa agropecuário. Pessoa trabalham no financeiras públicas securatizadoras de
agropecuárias, agropecuárias, física ou jurídica física ou jurídica beneficiamento, ou privadas. Direitos Creditórios do
cooperativas e cooperativas e responsável legal pelos responsável legal pelos comercialização ou Agronegócio (DCA).
associações de associações de produtos agropecuários produtos agropecuários industrialização de produtos
produtores. produtores. entregues a um armazém entregues a um agropecuários.
agropecuário. armazém agropecuário.
Comprador Investidores Investidores Investidores privados, Investidores privados, Investidores privados, Investidores Investidores privados,
privados, pessoa privados, pessoa pessoa física ou jurídica, pessoa física ou pessoa física ou jurídica. privados, pessoa pessoa física ou
física ou jurídica, e física ou jurídica. e agroindústrias. jurídica, e física ou jurídica. jurídica.
agroindústrias. agroindústrias.
Sistemática Emitida antes, Emitido antes, Emitido com o produto Emitido junto com o Os Direitos Créditos do Os DCAs são Securatizadoras
durante e depois do durante e depois do agropecuário depositado CDA. Registrado em Agronegócio, DCAs, vinculados a um adquirem os DCAs que
plantio, bem como plantio, bem como num armazém. compõem-se das notas
sistema de registro e de título de crédito são vinculados a um
após a colheita. após a colheita. Registrado em sistema promissórias
liquidação financeira de rurais, (LCA) que é título de crédito (CRA)
Produtor negocia Produtor negocia de registro e de duplicatas rurais, CPR,
ativos autorizados pelo registrada em um que é registrado em
com agroindústrias, com agroindústrias, liquidação financeira de BACEN e negociado CDA, WA e demais sistema de registro e sistema de registro e de
bancos e investidores bancos e investidores ativos autorizados pelo em mercado de balcão contratos. São vinculados a de liquidação liquidação financeira de
em geral. Produtor em geral. Produtor BACEN e negociado em ou de Bolsas. Podendo um título de crédito financeira de ativos ativos autorizados pelo
emite a CPR e recebe emite a CPR e recebe mercado de balcão ou de ser renegociado até o denominado CDCA que é autorizados pelo BACEN e negociado
o valor do título. O o valor do título. O Bolsas. Podendo ser seu registrado em sistema de
vencimento. BACEN. A LCA é em mercado de balcão
título é endossável e título é renegociável renegociado até o seu Comercializado junto registro e de liquidação negociada em ou de Bolsas. Podendo
renegociável. até o seu vencimento. vencimento. ou separadamente do financeira de ativos mercado de balcão ser renegociado até o
Comercializado junto ou CDA. autorizados pelo BACEN e ou de Bolsas. seu vencimento.
separadamente do WA. negociado em mercado de Podendo ser
balcão ou de Bolsas. Podem renegociada até o seu
ser renegociado até o seu vencimento.
vencimento.
Forma de Entrega do produto Preço físico ou índice Entrega do produto Valor do título mais Valor de resgate (valor de Valor de resgate Valor de resgate (valor
Liquidação agropecuário. de preço pela qtd. agropecuário. taxa de juros pré- face). (valor de face). de face).
expressa na CPR. definida.
Garantia Confiabilidade do Confiabilidade do Confiabilidade do Confiabilidade do Confiabilidade do emissor e Crédito do emissor e Crédito do emissor e
emissor, aval emissor, aval emissor e/ou garantias emissor e garantias garantias adicionais do garantias adicionais garantias adicionais do
bancário e/ou outras bancário e/ou outras adicionais mencionadas adicionais do respectivo título. do respectivo título. respectivo título.
garantias. garantias. no título. respectivo título.
Fonte: Bacha e Silva (2005a)
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Exercícios
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60
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61
Objetivos:
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62
11
Clearing-house (câmara de compensação), é uma central de custódia onde ficam depositadas as garantias
oferecidas pelos operadores de mercado. Ela pode ser um Departamento da própria Bolsa (BM&F, por
exemplo), ou uma empresa contratada para este fim (CBOT, por exemplo).
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12
Liquidez de um mercado diz respeito à facilidade de entrada e saída quando for necessário. Diz-se que um
mercado apresenta liquidez quando são negociados acima de 1.000 contratos por dia.
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formação de preço, ou seja, uma região geográfica representativa daquele mercado que a
Bolsa considera como local de referência do preço do produto.
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métricas)
Algodão (COT) 12,5 ton Cents de dólar por 3, 5, 7, 10, Estabelecimentos
métricas = libra peso 12 depositários
27.557,50 localizados em
libras-peso São Paulo (SP)
Fonte: Extraído do site da BM&F (26/09/2006). Os contratos mini não foram incluídos
nesta lista
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Mercados futuros são mercados onde são negociados, comprados e vendidos contratos
futuros. É importante dizer que eles são negociados a viva-voz num pregão, que é um local
organizado e sujeito às regras da Bolsa, ou via mercado eletrônico, O pregão viva-voz ocorre
na sala de negociações da BM&F, sendo realizado entre os operadores de pregão que recebem
– dos operadores de mesa das corretoras – ordens de venda e/ou de compras transmitidas por
clientes. A Bolsa apenas organiza e fornece o local de negociação e suas regras, não
influenciando, de forma nenhuma, no preço ou em acordos entre compradores e vendedores.
Nos pregões ocorrem operações de compra e venda de uma determinada quantidade de
um ativo padronizado, por um preço combinado entre as partes, para liquidação numa data
futura, existindo basicamente duas funções: administração de risco de preços (também
chamadas de operações de hedge 13) e especulação.
Na operação de hedge, os envolvidos procuram travar preço de venda ou compra de
mercadoria em operações inversas às realizadas nos mercados físicos. Assim, por exemplo,
um produtor que comprou insumos, investiu na produção, vai procurar realizar uma operação
de venda futura (ou hedge de venda) para garantir o preço da mercadoria. Já um frigorífico
que assinou um contrato de exportação para o futuro mas ainda não adquiriu a matéria prima,
vai realizar uma operação de compra futura (hedge de compra), para garantir o preço da
matéria-prima.
Em síntese, então, hedgear significa tomar no mercado futuro uma posição oposta
aquela no mercado físico. Por exemplo, um produtor que comprou insumos para produzir está
comprado no mercado físico e deverá fazer um hedge de venda no mercado futuro. Já um
frigorífico, que assinou um contrato de exportação de carne para o final do ano mas ainda não
tem o boi, está vendido no mercado físico. Para se garantir contra altas de preços de matéria-
prima, deverá entrar comprado no mercado futuro fazendo um hedge de compra.
13
Conceitua-se então hedge, do Inglês to hedge como construir uma cerca, fazer uma proteção. Heding é o ato de
fazer o hedge e hedger é aquel que pratica a ação de fazer o hedge. Nem sempre a data de vencimento dos
contratos coincide com as necessidades do hedger e neste caso, é muito comum a operação de rolar o hedge, isto
é, negocia contratos na bolsa e encerra esta operação quando os contratos estiverem próximos do seu vencimento,
assumindo nova posição em outros contratos com vencimento mais para a frente e de preferência após o
encerramento do prazo da sua necessidade de garantia de preço. Neste caso, o contrato será finalmente encerrado
quando a operação no mercado físico for concretizada.
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Ao contrário dos mercados físicos, nos mercados futuros negociam-se contratos, que
são compromissos de entrega e recebimento numa data futura a um determinado preço. No
site da BM&F (www.bmf.com.br), pode ser encontrado o contrato completo de Soja em Grãos
a Granel, sendo que nos deteremos em alguns detalhes do mesmo, acompanhando a
numeração dos tópicos do contrato conforme mostrado no Quadro 1.
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70
devemos lembrar que se a operação for de venda, o sinal da operação será negativo; se for
operação de compra, o sinal da operação será positivo. 14
12. Ponto de entrega: quando se negociam contratos numa bolsa, os preços referem-se
a um determinado ponto, chamado local de entrega. No caso da soja BM&F, este ponto de
entrega é o Porto de Paranaguá, no Paraná.
15. Hedgers: a bolsa considera hedgers produtores rurais, cooperativas, bem como
fornecedores de insumos.
16. Margem de garantia: para garantir as operações, a bolsa exige que os participantes
depositem um valor que será utilizado caso uma das partes não cumpra suas obrigações. Se
tudo correr bem, ao final da operação este valor é devolvido integralmente. Aceita-se como
margem: dinheiro, cotas de fundos de investimentos, etc. É muito comum quem opera na bolsa
fazer um CDB e apresentá-lo como margem de garantia na bolsa.
18. O item 18 do contrato trata, especificamente, dos custos de se operar na bolsa e
variam de bolsa para bolsa. No caso específico da BMF, existem três componentes de custos,
pagos no início e no fim da operação por ambos, vendedores e compradores:
• Taxa Operacional Básica (TOB) ou comissão do corretor, é calculada por 0,3% do
preço de ajuste do dia anterior do segundo vencimento em aberto. Trocando em miúdos, este é
o valor pago para seu corretor assumir as funções de orientador e negociar na bolsa.
• Emolumentos: 6,32% da TOB são as taxas recolhidas para pagar a estrutura da
bolsa.
• Taxa de Registro, calculada por 20% dos Emolumentos, são as taxas recolhidas
para o governo.
Fonte: www.bmf.com.br, contratos agropecuários
Estes são, então, os principais itens do contrato da soja futura negociada na BM&F e
deverão ser obedecidos, caso haja entrega ou recebimento efetivo do produto.
14
O mecanismo de ajuste diário permite que as posições sejam ajustadas diariamente e não apenas no vencimento
quando grandes diferenças poderiam colocar o sistema em risco devido à possibilidade de inadimplência. O
ajuste diário sempre é liquidado em dinheiro no dia útil seguinte.
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71
A figura 2 mostra a mesma fotografia numa forma mais didática para que se possa
compreender o papel de cada um dos elementos presentes num pregão típico. Primeiramente, é
necessário entender que uma operação de futuros começa sempre com um comprador (1) e um
vendedor (2) conforme mostrado na figura 2. Por exemplo, um produtor rural tentando fazer
um hedge de venda liga para a corretora e conversa com seu corretor para saber como está o
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72
mercado. Vamos supor que ele dia 17/11/2005 queira vender soja para abril de 2006. Ele será
informado que existe vendedor a US$ 12,95/saca e comprador a US$ 12,85/saca. Vamos supor
que ele dê ordem para vender 10 lotes para abril a US$ 12,95/saca, esta ordem vai ser
transmitida para o operador de pregão que vai apregoá-la, ofertá-la em voz alta.
Vamos supor que neste mesmo momento, uma fábrica de ração, preocupada que o
preço da soja suba até abril, também ligue para seu corretor, pergunte as condições de
mercado e dê uma ordem de compra de 10 lotes de soja para abril a US$ 12,85. Seu corretor
transmite a ordem para o operador de pregão, que vai passar a apregoá-la em voz alta.
(2) (1)
(3)
(4)
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73
A primeira coisa importante é saber que para todo negócio realizado, o número de
contratos vendidos se igualará ao número de contratos comprados, isto é, para cada contrato
vendido, sempre haverá um contrato comprado. Houve então uma negociação e que o negócio
foi fechado a US$ 12,89/saca. O operador de pregão preenche um boleto de operações (Figura
3) que é levado pelo auxiliar de pregão para a outra parte conferir e assinar. Feito isto, o
negócio é registrado no posto de registro e ambas partes estão garantidas.
No pregão, a primeira coisa que chama a atenção é a presença de pessoas com crachás
diferentes, no entanto, cada um tem uma função. O operador de pregão (crachá amarelo),
representa a operadora. É ele quem apregoa, procurando cumprir as ordens emitidas pela
corretora. O auxiliar de pregão (crachá vermelho), auxilia nas anotações, coleta as assinaturas
e procede ao registro. O operador especial (scalper), é autorizado a operar apenas para si
próprio, não podendo comprar ou vender para terceiros.
A Figura 4 mostra o fluxo completo de operações.
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74
FLUXO DE OPERAÇÃO
OPERADOR
CLIENTE A DE PREGÃO AUXILIAR DE
ORDEM DE COMPRA A PREGÃO A
COMPRA
OPERADOR DE
MESA DA
CORRETORA A POSTO DE
REGISTRO
OPERADOR DE
MESA DA
CORRETORA B
OPERADOR
DE PREGÃO AUXILIAR DE
CLIENTE B PREGÃO B
B
ORDEM DE VENDA
VENDE
15
Hedge vem do Inglês to hedge, que é colocar uma cerca, proteção ao redor.
16
A literatura também diz que o hedger não está preocupado apenas em garantir preços mas em otimizar ganhos
observando movimentos da base (este conceito será explorado mais oportunamente).
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75
Uma vez posicionado no mercado futuro, para diminuir o risco de não cumprimento do
contrato, os mercados futuros desenvolveram um mecanismo denominado ajuste diário, em
que os vendedores e compradores acertam a diferença entre o preço futuro anterior e atual de
forma diária, de acordo com elevações ou quedas no preço futuro da mercadoria.
Ao negociarem contratos para um mês futuro, se, no pregão subseqüente, o preço do
vencimento em questão variar, vendedores e compradores deverão ajustar suas posições de
acordo com a nova realidade, pagando ou recebendo um valor financeiro referente à variação
do preço futuro. Vendedores recebem ajuste diário se o preço futuro for negociado abaixo de
sua posição anterior, pois o mercado espera que a mercadoria física se desvalorize e pagam
ajuste diário se o preço futuro subir além da posição anterior, pois a mercadoria física deverá
estar se valorizando. Da mesma forma, os compradores recebem ajuste diário se os preços
futuros subirem acima da posição anterior, pois o investimento realizado na compra futura da
mercadoria se valorizou e pagam ajuste à medida que os preços futuros caiam aquém da
posição anterior, já que a mercadoria física deverá valer menos no vencimento.
Esse sistema de liquidação diária não só permite que os hedgers utilizem os mercados
futuros, mas também que outros investidores com objetivos distintos, como especuladores e
arbitradores, participem desse mercado por meio de grande variedade de estratégias
operacionais. Outro aspecto é que o ajuste diário implica que o risco de todo o sistema (Bolsa
e participantes do mercado) fique circunscrito a um só dia.
De acordo com a definição, uma indústria procuraria garantir a margem conhecendo ou
o custo de aquisição da matéria-prima (hedge de compra da matéria-prima) ou garantindo
preço de venda do produto (hedge de venda do produto). Quer dizer, se ela, por exemplo,
tivesse já assegurado o preço de venda numa exportação, uma vez que conseguisse travar o
preço de compra da matéria-prima, o lucro estaria assegurado.
Um produtor também poderia também garantir a margem se, conhecido o custo de
produção, pudesse travar o preço de venda do produto através de uma operação de hedge de
venda. Uma trading que compra soja antecipada, poderia garantir sua margem fazendo um
hedge de venda de soja na bolsa.
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17/novembro/05
vende contratos p/
maio/06
a US$ 12,89/sc
13/04/06
preço maio06 vai a
US$ 12,50/sc
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Toda a operação com mercados futuros pode ser resumida na Figura 7. O produtor
vende seu produto mais barato (lembrando-se que, para facilitar o raciocínio, assumiu-se que o
preço na cidade é o mesmo da bolsa, o que, necessariamente, não precisa ser o caso e quase
nunca acontece). Ele venderá mais barato e receberá da bolsa, ou melhor dizendo, através da
Bolsa, os ajustes diários, os quais somados ao valor obtido pela venda do produto, resultam no
valor segurado com a operação.
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Vamos assumir agora, neste mesmo exemplo, que os preços futuros subiram entre
novembro e abril, conforme mostrado na Figura 8.
13/04/06
preço maio06 vai a
US$ 13,50/sc
17/novembro/05
vende contratos p/ maio/06
a US$ 12,89/sc
O que acontecerá agora? O produtor venderá mais caro, descontará o que pagou de
ajuste diário na bolsa e o líquido será o preço que ele pretendia garantir no início da operação.
Este raciocínio está resumido na Figura 9.
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Desta forma, uma vez fixado o preço na bolsa, seja qual for o comportamento do
mercado, aquele preço está garantido (excluindo-se as variações da base que serão discutidas
em outro capítulo). No caso de uma operação de venda futura (ficar short, como se diz), se os
preços caírem, o vendedor recebe os ajustes diários, se subirem, ele os paga. Graficamente,
esta operação pode ser representada como na Figura 10.
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80
Saldo
+0,39
12,89
12,50 13,50
Preço Futuro
-0,61
A pergunta que o leitor deve estar fazendo é: de onde vêm estes recursos? Da bolsa, do
governo? Não, eles vêm da contraparte na operação, o outro lado que, neste caso, comprou os
contratos. Vamos assumir que este outro lado da operação fosse uma indústria de ração que
utiliza soja como componente de rações. Em novembro de 2005, ela sabia que precisaria de
matéria-prima em abril, mas não queria (ou não podia), adquirir matéria-prima naquele
momento. Ela então faria uma operação de hedge de compra, digamos a US$ 12,89/sc. No
pior dos cenários, se o preço tivesse subido para US$ 13,50/sc em maio, ela compraria a soja
mais cara de seus fornecedores tradicionais, mas descontando o que recebeu através da bolsa,
obteria o resultado que pretendia (ou podia) pagar. Esta situação está ilustrada na Figura 11.
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81
Figura 11. Resultado para o hedge de compra (long no futuro), com cenário de
elevação de preço.
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82
Saldo
+0,61
Repetindo, para quem está numa posição comprada (long) no futuro, uma elevação de
preços futuros resultará num ganho na bolsa (ajustes diários positivos), enquanto uma queda
de preços resultará numa perda (ajustes diários negativos).
Resumindo as idéias, pode-se dizer que:
1. Comprado paga se os preços caem, recebe se os preços sobem;
2. Vendido recebe se os preços caem, paga se preços sobem.
Outra forma de resumir é dizer que se os preços forem a seu favor, você paga, se forem
contra, você recebe. Sabemos que soa meio estranho, mas é assim mesmo! Situação pior passa
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83
o contador da empresa ao ver dinheiro entrando, sem sair produto e dinheiro saindo, sem
entrar produto. Além disso, vende-se sem entregar e sem receber, compra-se sem receber o
produto e também sem receber dinheiro.
Fonte: BM&F(2005).
A coluna (1) mostra as datas de referência para quais os dados foram coletados. A
coluna (3) mostra a cotação da soja no mercado futuro com vencimento em setembro, em cada
uma das datas em que os preços foram coletados. As colunas (4), (5) e (6) mostram,
respetivamente, os preços mínimo, máximo e médio cotados durante o pregão para os
contratos com vencimento nas respectivas datas . A coluna (7) mostra o último preço praticado
no pregão daquele dia.
A Bolsa precisa de um referencial para ajustar os preços durante o dia. Este é o
chamado preço de ajuste (coluna 8). A BM&F considera como preço de ajuste o último
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84
negócio realizado no call de fechamento 17, melhor oferta de compra ou melhor oferta de
compra. Esta regra está mudando e já houve alteração para o contrato de milho 18.
Na tabela 4 apresenta-se um exemplo completo incluindo ajustes diários. Vamos supor
que um produtor, com o objetivo de garantir um preço que considera adequado para seu
produto, tenha dado uma ordem de venda para o seu corretor e ele conseguiu vender 10
contratos para vencimento em setembro a US$ 15,05/sc. No final do dia, houve a apuração do
preço de ajuste e o mesmo foi US$ 15,25/sc. A coluna (5) mostra o ajuste total nos contratos
negociados, calculado pela equação (1) do contrato:
– (PAt – PO) x 450 x n = – US$0,20 x 450 x 10 = – US$900,00 19
Desta forma o vendido terá até às 10:30 horas do dia seguinte para depositar US$
900,00, representados por um valor negativo na coluna (7)
17
Os pregões têm horário para abertura, fechamento, onde os contratos são negociados à medida que chegam as
ordens, sem preocupação com o mês de vencimento. Na BM&F, o call de fechamento ocorre nos últimos 15
minutos do pregão do dia.
18
O cálculo do preço de ajuste varia de bolsa para bolsa e também entre contratos. Na BM&F, para muitos
produtos, o preço de ajuste é estabelecido pelo último negócio registrado durante o call de fechamento ou pela
melhor oferta de venda ou de compra. É considerada uma melhor oferta de venda uma oferta para vender a um
preço menor do que o último negócio realizado; é considerada uma melhor oferta de compra uma oferta para
comprar a um preço mais elevado do que o do último negócio realizado. Se não houver negociação durante o call
de fechamento, o preço de ajuste será o do último negócio do dia; se não houver negociação durante o dia, o
preço de ajuste será a última oferta de compra. Se não houver negociação nem oferta de compra ou de venda
durante o dia e existirem contratos em aberto, o preço de ajuste será o do último dia em que houve negociação.
Na BM&F, este processo está mudando e por exemplo, desde o dia 05 de agosto de 2005, o preço de ajuste do
milho é a média ponderada das cotações dos negócios realizados no call de fechamento.
19
O sinal negativo foi incluído na equação (1) do contrato porque esta é uma operação de venda. Se fosse de
compra, a equação seria mantida no seu formato original.
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85
Tabela 4 – Simulação de fluxo de caixa para posição vendida com redução de preços,
em US$.
Preço Preço
Data Operação Ajuste Total Fluxo Caixa
Negociado Ajuste
(1) (2) (5) (6)
(3) (4)
-(PAt - PO) x 450 x n =
02/08 V10Set05 15,05 15,25 -0,20 x 450 x 10 = - 900,00 -900,00
AD = -(PAt - PAt-1) x 450 x 10
03/08 15,10 = + 675,00 -225,00
AD = - (PAt - PAt-1) x 450 x 10
04/08 15,00 = +450,00 +225,00
05/08 C10Set05 14,80 14,75 (PAt-1-PO) = + 900,00 +1125,00
Fonte: Dados da Tabela 3.
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20
Note que, no encerramento da operação, o correto seria fazer o ajuste de um dia para o outro e depois, dentro
do mesmo dia. Para o presente exemplo, teria-se - (PAt – PAt-1) + (PAt - PO). Simplificando, tem-se (PAt-1 – PO),
ou seja, esta operação abreviada justifica-se porque dispensa a necessidade de esperar o preço de ajuste do dia
para o cliente saber o resultado da operação. Outra forma de examinar os cálculos seria seguir exatamente as
fórmulas (1) e (2) do contrato no momento do encerramento da operação:
- (PAt - PAt-1) = -14,75 + 15,00 = 0,25, correspondente ao ajuste diário de um dia para outro.
(PAt - PO) = 14,75 – 14,80 = -0,05
Somando-se os dois, resultaria em +0,25 – 0,05 = + US$0,20/sc, que foi exatamente o que obtivemos fazendo a
operação diretamente do preço de ajuste do dia anterior para o preço de encerramento da operação (operação
abreviada). Pode-se realizar um teste simples para verificar erro nas contas, partindo-se do pressuposto de que o
ajuste total para a posição vendida deverá ser igual a - (POencerramento - POinício) x 450 x n = 0,25 x 450 x 10 =
US$1.125,00.
Se a operação inicial tivesse sido de compra, então o último ajuste seria dado por (PAt - PAt-1) - (PAt - PO)
porque a operação de reversão seria de venda. Simplificando, chega-se a PO - PAt-1. Já o teste para verificação
das contas seria dado por (POencerramento – POinício) ou - US$1.125,00.
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Tabela 5 - Cotações para o contrato futuro de soja na BM&F, dia 05/08/2005, contrato = 450 sacas; cotação = US$/ 60 kg .
Dados Volume Dados
VENCTO CONTR. CONTR. NÚM. CONTR. VOL. PREÇO PREÇO PREÇO PREÇO ÚLT. AJUSTE VAR. ÚLT. OF. ÚLT.
(1) (2)
(1) ABERT. FECH. NEGOC. NEGOC. (6) ABERT. MÍN. MÁX. MÉD. PREÇO PTOS. COMPRA OF.
(2) (3) (4) (5) VENDA
SET5 777 787 3 16 243,752 14,60 14,60 14,75 14,66 14,75 14,75 0,25+ 14,65 14,80
NOV5 920 942 11 41 642,517 15,20 15,00 15,20 15,08 15,10 15,10 0,15- 0,00 15,10
MAR6 306 306 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,20- 14,20 14,60
ABR6 104 99 0 0 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 13,80 0,20- 13,6 13,80
MAI6 138 138 3 6 86,326 13,80 13,80 13,85 13,85 13,85 13,85 0,15- 0,00 0,00
(1)
Contratos em aberto na abertura do dia.
(2)
Contratos em aberto no fechamento do dia.
Fonte: BM&F (2005).
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A coluna (1) mostra os vencimentos em aberto naquele dia 21 e podemos ver que já
haviam contratos negociados até maio de 2006. As colunas (2) e (3) mostram os contratos em
aberto na abertura e fechamento do dia, respectivamente.
Contrato em aberto é um contrato que foi negociado mas ainda não foi encerrado. A
tabela 7 dá um exemplo do funcionamento lógico de acompanhamento dos contratos em
aberto. Partindo-se de um mês em que não haja nenhum contrato em aberto e que,
inicialmente, 5 contratos tenham sido negociados, isto é, 5 contratos foram vendidos e 5 foram
comprados, dependendo da situação de quem compra ou vende, este número pode se alterar
conforme mostrado na Tabela 7.
21
Vencimento em aberto é um termo utilizado para denominar meses em que já há contratos sendo negociados.
No site da BM&F, encontram-se o mês e o ano (Set05 quer dizer setembro de 2005, por exemplo), mas,
internacionalmente, usa-se outra nomenclatura: Janeiro=F; Fevereiro=G; Março=H; Maio=K; Junho=M;
Julho=N; Agosto=Q; Setembro=U; Outubro=V; Novembro=X; Dezembro=Z. Na CBOT, por exemplo, soja para
setembro de 2005 seria representada por SYU5.
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A. Neste caso, restariam apenas 2 contratos em aberto, tendo A e C nas duas pontas. Se os dois
resolverem encerrar e fizerem negócio entre si no pregão, o número de contratos terá zerado.
Nos mercados futuros utilizamos muito o conceito de liquidez que se refere ao número
de contratos em aberto. Assim, quanto mais contratos em aberto existirem, mais liquido será o
mercado e mais fácil será entrar e sair dele. Diz-se que um mercado é líquido quando possui
cerca de 4.000 contratos em aberto e negocia ao redor de 1.000 contratos por dia. De qualquer
forma que se olhe, percebe-se que o mercado de soja ainda é um mercado com pouca liquidez
na BM&F.
Embora pouca ou raramente utilizado, pode haver a entrega física nos contratos
futuros. Em certas situações pode ocorrer o que se denominou squeeze, ou seja, a falta do
produto para entrega e liquidação do contrato.
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de quanto eles representam na operação como um todo. Assim, vamos considerar como US$
14,93 22 o valor médio garantido entre a entrada e a saída da operação. Isto representaria um
volume de negócio de US$ 6.716,25 por contrato e dado que o gasto seria de US$ 43,35,
pode-se dizer que operar na BM&F custa ao redor de 0,64% do volume negociado.
A Tabela 8 apresenta um maior detalhamento dos custos de operação.
Tabela 8 – Custos de Operação
Itens US$/contrato1
1. Custo no início da operação2
• Taxa Operacional Básica (TOB – 20,32
corretagem): 0,30% do preço de ajuste do
dia anterior do segundo vencimento em
aberto
• Taxa de Emolumentos (TE): 6,32% da 1,28
TOB
• Taxa de Registro (TR): 20% da TE 0,26
TOTAL 1 21,86
2. Custos no encerramento da operação3
• Taxa Operacional Básica: 0,30% do preço 19,98
de ajuste do dia anterior do segundo
vencimento em aberto
• Taxa de Emolumentos (TE): 6,32% da 1,26
TOB
• Taxa de Registro (TR): 20% da TE 0,25
TOTAL 2 21,49
TOTAL DOS CUSTOS DE OPERAÇÃO POR 43,35
CONTRATO (450 SACAS DE 60 KG)
1
Valores aproximados.
2
O valor base utilizado para os cálculos foi US$ 15,05/saca x 450 sacas = US$
6.772,50.
22
Média de US$15,05 e US$14,80.
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3
O valor base utilizado para os cálculos foi US$ 14,80/saca x 450 sacas = US$
6.660,00.
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Fonte: BM&F.
Nesta Tabela pode-se ver que a margem pode variar de acordo com o vencimento do
contrato e também, pela posição assumida. Assim, se o mercado estiver subindo muito, os
vendidos podem ser chamados a depositar mais margens, enquanto que se estiver caindo
muito, os comprados podem ser chamados a depositar mais margem. O mercado chama essa
alteração, indevidamente, de “reforço de margem”.
Podem existir três formas de encerramento das operações nas bolsas de futuros:
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risco de base que os hedgers de venda podem sofrer. Por exemplo, imagine-se que as
necessidades para entrega se concentrassem predominantemente numa determinada região.
Isto pode elevar os preços muito mais do que na Bolsa, prejudicando os produtores que
tenham feito hedge. É importante lembrar que a opção de entregar o produto é do vendedor e
para isto, existe um período onde o mesmo deverá manifestar suas intenção de entrega.
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No que diz respeito à visibilidade, um indicador de preços deverá refletir (a) o preço de
negociação, (b) acompanhar a tendência dos preços regionais, pelo menos na liquidação.
Para um indicador ser visível também é necessário que a variabilidade dos preços das
praças em relação ao indicador seja a menor possível, para refletir mais facilmente o preço de
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negociação. A variabilidade dos preços é muito maior quando se utiliza um indicador nacional
do que quando se utiliza um indicador regional.
Para que um indicador seja considerado eficaz, é necessário que as operações de hedge
sejam bem sucedidas. Para isto, o risco de base deva ser menor que o risco de preço.
1) Os preços do boi são coletados em quatro regiões do Estado de SP: Presidente Prudente,
Araçatuba, Bauru/Marília e São José do Rio Preto.
2) Os pesos de cada região na composição do Indicador são definidos com base nos dados de
volume de abate dos frigoríficos amostrados - atualizado mensalmente. A participação de cada
região é definida pela soma dos volumes de abate das unidades que possuem cadastro no
Serviço de Inspeção Federal - SIF, consideradas no levantamento do dia. Tem-se, desta forma,
um painel mensal de ponderação que leva em conta os padrões sazonais de abate de cada
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região.
3) Quando uma unidade sai da amostra, devido à falta de relato do preço ou exclusão pelo
critério estatístico, o peso relativo dessa unidade é redistribuído entre as demais. Desta forma,
o sistema de ponderação pode modificar-se diariamente, de acordo com a participação dos
frigoríficos na amostra.
onde:
POi = preço da operação relativa à liquidação por índice de preços, expresso em reais por
arroba líquida;
IBG t = Indicador de Preço Disponível do Boi Gordo ESALQ/BM&F, relativo ao último dia
de negociação, expresso em reais por arroba líquida, apurado pela Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) e divulgado pela Bolsa em seu Boletim Diário;
d–4 = quarto dia útil anterior à data de vencimento do contrato;
d = data de vencimento do contrato.
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Fonte: www.cbot.com
Tabela 10 - Commodities agropecuárias negociadas na CBOT, 12/08/05
A Tabela 10 mostra que são negociados Corn (milho), Soybeans (soja, contrato
Chicago), Soybean Oil (óleo de soja), Soybean Meal (farelo de soja), SA Soybeans (soja,
contrato Latino-americano), Wheat (Trigo), Ethanol (álcool), Oats (aveia), Rough Rice (arroz
em casca), mini Corn (contrato mini de milho), mini Soybeans (contrato mini de soja), mini
Wheat (contrato mini de trigo).
O contrato de soja com base em Chicago é o mais negociado no mundo e a bolsa
apresenta um resumo em Inglês e outro em Português devido ao grande fluxo de brasileiros
que operam naquela bolsa. Deve-se destacar que a soja negociada é a número 2 amarela para
entrega em Chicago. A cotação é em cents de bushel por libra peso e a unidade de negociação
dos contratos é de 5.000 bushels. É então importante lembrar que as cotações de soja na
CBOT são válidas para o porto de Chicago e para serem comparadas com as cotações
brasileiras, devem ser internalizadas, originando uma base geralmente negativa, ou seja, o
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preço equivalente ao da soja CBOT em qualquer cidade do Brasil deve ser menor do que
aquele cotado em Chicago.
A Tabela 11 apresenta um resumo do contrato de soja negociado na Chicabo Board of
Trade (CBOT).
Unidade de negociação
5.000 bushels
Tipos para entrega
Nº 2 amarela (*) ao par, nº 1 amarela (*) a US$ 0.06 (seis centavos de dólar dos Estados
Unidos) por bushel acima do preço do contrato, nº 3 amarela (*) a US$ 0.06 (seis centavos de dólar
dos Estados Unidos) por bushel abaixo do preço do contrato (nº 3 somente é aceita para entrega
quando todos os fatores forem iguais ou melhores ao do tipo nº 2, exceção feita a produtos
estrangeiros. Veja Capítulo 10S – Contrato Futuro de Soja na seção de Regras & Regulamentos).
(*) padrão adotado nos Estados Unidos: U.S. yellow Nº 1, 2, and 3
Variação mínima de apregoação
US$ 0,0025 (um quarto de centavo de dólar dos Estados Unidos) por bushel, ou US$ 12,50
(doze dólares e cinqüenta centavos de dólar dos Estados Unidos) por contrato
Cotação
Centavos e quartos de centavo de dólar dos Estados Unidos da América.
Meses de vencimento
Setembro, novembro, janeiro, março, maio, julho, agosto
Último dia de negociação
Dia útil anterior ao 15º dia do mês de vencimento do contrato
Último dia de entrega
Segundo dia útil após o último dia de negociação do mês de vencimento
Horário de negociação
Pregão viva-voz: 9:30 a.m. - 1:15 p.m. (horário de Chicago), de segunda a sexta
Eletrônico: 7:31 p.m. - 6:00 a.m. (horário de Chicago), de domingo a sexta. Negociações de
contratos em vencimento encerram-se ao meio-dia do último dia de negociação.
Símbolos
Pregão viva-voz: S
Eletrônico: ZS
Limite de preço diário
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US$ 0,50 (cinqüenta centavos de dólar dos Estados Unidos) por bushel, ou US$ 2.500 (dois
mil e quinhentos dólares dos Estados Unidos) por contrato, acima ou abaixo do preço de fechamento
do dia anterior. Não há limite de preço no mês de vencimento (limites são suspensos dois dias úteis
antes do início do mês de vencimento).
Em maio de 2005, a CBOT lançou um contrato de soja para a América do Sul com as
características descritas na Tabela 12.
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100
Vale à pena ressaltar que a soja especificada no contrato é padrão ANEC para entrega
no Porto de Paranaguá ou de Santos mediante deságio. Ela também é contada em cents de
dólar por libra peso e o contrato mede 5.000 bushels. É um contrato novo que merece ser
estudado com cautela, mas traz uma grande vantagem: FOB (ponto de entrega no Brasil). Isto
elimina o componente “prêmio” do Porto e torna muito mais visível o processo de fixação de
preço.
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101
Month Electronic Open Auction Cash Exch Wholesale Total Give Ups Trans Open Interest
(1) (2) (3) (4) Trades Volume (7) (8)
At Change
(5) (6)
Close(9) (10)
06Aug 0 5 0 0 5 0 0 217 -1
06Sep 0 0 0 0 0 0 0 61 Unch
07Nov 0 1 0 0 1 0 0 30 +1
Fonte: CBOT
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102
A Tabela 14 apresenta uma tabela do site da CBOT que mostra os preços praticados durante o
dia 11 de agosto de 2005. A coluna (1) mostra os meses de vencimento e apresenta dois tipos
de figuras: clicando na figura obtém-se o gráfico de comportamento dos preços naquele dia;
clicando na figura obtém-se as opções para este vencimento (mercado de opções será visto
em outro capítulo). A coluna (2) mostra os últimos negócios realizados (Last 1) e o penúltimo
negócio realizado (Last 2). A coluna (3) mostra a variação do último negócio realizado neste
vencimento em relação ao ajuste do dia anterior. Em seguida, temos a cotação na abertura (4),
preço mais alto (5), preço mais baixo (6), preço no fechamento (7), preço de ajuste (8), preço
de ajuste do dia anterior (8), limites máximos e mínimos.
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103
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104
Vamos agora verificar como interpretar as informações da Tabela 17. Para isto,
utilizaremos a cotação de soja para janeiro de 2006, 660'4. Este número apresenta o seguinte
significado: 660+4/8 = 660,5 cents/bu = US$ 6,605 /bu. Um bushel significa 27,214 kg e
então, por regra de três simples, tem-se
1 bu -------------- 27,214 kg
x ------------- 1000 kg (1 tonelada)
23
Não existe uma explicação lógica para isto, aparentemente quando não havia facilidade de cálculo como agora
alguém obteve este número e o mesmo se manteve por tradição.
24
Define-se trader ou operador de mercado como a pessoa física ou jurídica que opera nos mercados futuros, de
opções e derivativos. Reservou-se a palavra trading para definir genericamente uma empresa que compra e vende
mercadorias, uma empresa comercial exportadora.
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105
A cotação CBOT significa soja colocada em Chicago. Se esta soja for comprada no
Brasil, tem-se que deduzir custos como transporte, perdas, corretagens, etc, para se ter o
equivalente na cidade onde o negócio está sendo realizado. A Tabela 16 apresenta um
exemplo dos cálculos de paridade Rondonópolis - soja CBOT, com vencimento em novembro
2005. Note que os cálculos apresentados nessa Tabela podem variar de empresa para empresa.
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106
Observações:
1. Não inclui ganho de performance
2. Prêmio do porto e algumas destas despesas podem variar
3. Fator de conversão ANEC
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107
demanda locais, etc. A base varia de acordo com a época do ano, condições do produto,
condições das estradas para transporte, etc. e será vista com mais detalhes no próximo tópico.
2.13- Base
1. O ativo a partir do qual é feito o hedge poderá ter diferenças com os especificados no
contrato futuro.
2. Não se sabe com antecedência a data exata em que o ativo será comprado ou vendido no
mercado físico.
3. Devido a alguma estratégia o contrato futuro poderá ser encerrado antes mesmo da data de
vencimento.
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108
é um elemento crucial, pois sem seu conhecimento não é possível determinar, com precisão, o
preço que se deseja fazer o hedge. Portanto, sem este conhecimento, o propósito básico para
operar em mercados futuros, que é o de diminuir o impacto das mudanças adversas do nível de
preços, não seria alcançado.
Ainda segundo a Futures Industry Institute (1998) a base possui dois componentes
principais. O primeiro corresponde à diferença do preço à vista onde o hedger encontra-se e os
pontos de entrega do ativo (que são especificados no contrato futuro). Essa diferença ocorre,
principalmente, devido ao custo de transporte. O segundo componente é o valor que o preço à
vista no ponto de entrega difere do negociado em futuro. Este último, relacionado à fatores
como custos de armazenagem, custos de mão-de-obra, margem de lucro de vendedores e
escassez local.
As diferenças entre preço futuro e físico podem variar tanto positiva (mesma direção)
como negativamente (direções opostas). No primeiro caso, fatos importantes de oferta e
procura podem afetar tanto preços futuros como preços à vista, porém as intensidades podem
ser diferentes. No segundo caso, os preços podem variar em direções opostas, como por
exemplo no caso de uma demanda global fraca por um certo produto (depreciando os preços
futuros), mas regionalmente haver uma escassez do produto, valorizando o preço físico.
Porém, apesar dessas possíveis oscilações, o preço futuro ainda representa o melhor
sinalizador de mudanças agregadas de oferta e demanda (Futures Industry Institute, 1995).
A incerteza sobre a base em determinado período futuro é denominada risco de base.
Mas segundo a Futures Industry Institute (1995), mesmo havendo risco de base, este é muito
mais previsível que flutuações de preços da maioria das commodities. Desta forma, os hedgers
aceitam eliminar o risco de preço e retém o de base, que possui um risco relativamente
pequeno.
O risco de base, segundo Hull (2003), pode ser expresso do seguinte modo:
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109
A partir da definição de que base é a diferença entre o preço físico da região onde o
hedger encontra-se e o preço futuro, tem-se:
b1 = S1 – F1
b2 = S2 – F2
S2 + (F1 – F2) = F1 + b2
Dessa forma, chega-se à conclusão que no final de uma operação em mercados futuros,
o que o hedger recebe é a soma entre o preço futuro no início do contrato e a base no instante
de encerramento do contrato. Porém, no início do contrato, b2 não é conhecido. Assim, a
incerteza do hedger está exatamente associado a este valor, ao qual é denominado risco de
base. Se a base ao final da operação (b2) for exatamente igual à base prevista no início da
operação (b1) tem-se o chamado “hedge perfeito” onde o resultado obtido ao final é
exatamente igual ao esperado no início da operação.
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A base possui três dimensões: tempo, espaço e qualidade, ou seja, ela pode ser
explicada pelo custo de carregamento de um mês para outro, transportar o produto da cidade
onde se localiza para o ponto de entrega, impostos, qualidade do produto, demanda local,
barreiras sanitárias, etc. Nas nossas discussões não nos preocuparemos em explicar os
componentes da base, mas em reconhecer sua existência e mostrar como a mesma pode
influenciar os resultados das operações com contratos futuros.
Como exemplo prático, veremos a situação da soja em Primavera do Leste, MT.
Levantamentos junto a produtores e comerciantes nos permitiram calcular a base para um
período curto em janeiro de 2005 e mostrou que o preço naquela localidade estava,
aproximadamente, US$ 2,65 abaixo do preço na BM&F, que tem como ponto de entrega
Paranaguá. Isto é explicável, por exemplo, pelo custo em transportar a soja do interior para o
porto. Embora transporte não seja o único componente da base, ele é um dos fatores mais
importantes.
Convencionou-se calcular a base sempre em relação ao primeiro vencimento em
aberto. A base pode ser positiva, significando que o preço na cidade é maior do que o preço da
bolsa. Isto ocorreria, por exemplo, no Porto de Paranaguá onde pode existir uma demanda
particular de exportadores para completarem um navio e evitarem custos com espera no porto.
A base pode ser também negativa, significando que o preço na cidade é menor do que na
Bolsa.
A Tabela 17 apresenta um exemplo de cálculo da base para a cidade de Primavera do
Leste para o mês de janeiro de 2005 com referência no preço do contrato futuro de março,
também de 2005.
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A base pode ser calculada para a safra, entressafra, etc. Ela também não é um valor
constante, por ser uma média de preços, e deve ser analisada juntamente com o desvio-padrão.
Costuma-se dizer que a base enfraquece quando torna-se mais negativa e que fortalece quando
torna-se mais positiva. A Figura 13 sistematiza estas informações.
ENFRAQUECIMENTO
DA BASE
-2 -1 0 1 2
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Vamos supor que o preço futuro caia, na BM&F, para US$ 12,00/sc e em Primavera do
Leste para US$ 10,00. A base agora é –US$ 2,00 e o produtor receberá US$ 2,10 da Bolsa.
Como resultado final, ele venderá sua soja a US$ 9,35 em Primavera do Leste e receberá US$
2,10 de ajuste diário, completando os US$ 11,45 esperados. Assim, pode-se dizer que, caso a
base permaneça constante, não haverá alteração nos resultados esperados para o hedger. Esta
operação é resumida na Tabela 18 que se segue.
Cotação BM&F final Preço que deverá Ajustes na Bolsa Resultado Final
estar ocorrendo em
Primavera do Leste
US$ 12,00 9,35 +2,10 9,35 + 2,10 = 11,45
(mesmo que o
esperado)
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Vamos imaginar outra situação que tenha ocorrido uma queda no preço na Bolsa de
US$ 14,10/saca para US$ 12,00/saca mas em Primavera, o preço da saca da soja tenha
atingido US$ 9,00/saca, ou seja, a base caiu da média histórica de US$ -2,65/saca para US$ -
3,00/saca, ou seja, enfraqueceu. A Tabela 22 apresenta o resumo desta operação.
Como o preço na bolsa caiu, o produtor receberá US$ 2,10/saca de ajuste, mas vai
vender sua soja por US$ 9,00, tendo como resultado financeiro US$ 11,10/saca, abaixo do
esperado.
Vamos imaginar agora uma situação onde a cotação na Bolsa tenha caído para US$
12,00/saca mas em Primavera caiu menos, com conseqüente fortalecimento da base, passando
a –US$1,00/saca. Como resultado final, o produtor venderia a US$ 11,00/saca, receberia US$
2,10/saca da bolsa, resultando em US$ 13,10/saca, melhor do que o esperado (Tabela 23).
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Como pode ser observado, uma oscilação na base do início para o final do contrato
afeta de maneira inversa o lado comprador e o lado vendedor do contrato. Dessa forma, ao
iniciar-se um contrato futuro, deve-se considerar que há um risco de base que pode lhe ser
favorável ou não, dependendo da posição que o hedger encontra-se (comprado ou vendido).
“...é muito importante obter informações sobre a base local. Sem o conhecimento da base
costumeira e de seus padrões para determinadas commodities, fica impossível tomar decisões
bem embasadas, como, por exemplo, aceitar ou rejeitar certo preço; se e quando armazenar
colheitas; se, quando e para que mês de vencimento hedgear; quando encerrar (ou suspender)
um hedge; ou quando e como transformar uma base incomum em oportunidade de lucro.”
(Futures Industry Institute, 1998. pg.127-128)
Conforme já foi dito, o valor da base varia de acordo com custos de transporte,
condições locais de oferta e demanda, qualidade do produto, etc. Define-se então o chamado
risco de base, associado ao fato da mesma não ser constante e geralmente medido pelo
Coeficiente de Variação.
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2.16 - Cross-hedge
Até agora se admitiu que as posições nos mercados físicos e futuros são para as
mesmas commodities, que os preços se movimentam juntos e que as únicas diferenças devem-
se à qualidade, localização e tempo. Na prática, todavia, nem sempre os preços se
movimentam em uníssono. A situação ideal seria aquela em que a correlação entre os preços
dos dois produtos fosse perfeita, ou seja, R2 = 1,00. Entretanto, às vezes precisamos
administrar riscos, mas nos falta um contrato futuro correspondente. Para se protegerem,
administradores precisam fazer um cross-hedge, ou seja, tomar uma posição num mercado
futuro ou contrato correlacionado onde R2 < 1,00, ou seja, onde a correlação não é perfeita.
Como exemplo, tem-se hedge de boi gordo para proteger gastos com boi magro; hedge de
álcool e açúcar para contratos de cana; hedge de soja em Chicago para proteção da soja
brasileira.
Para as operações de cross-hedge serem efetivas, é preciso que os movimentos nos
mercados físico e futuro sejam altamente correlacionados e previsíveis. Quanto mais alta a
correlação, mais efetiva a proteção do hedge. Por exemplo, sabemos que a correlação entre o
preço da soja brasileira e o preço da soja em Chicago é ao redor de 0,67 até agosto-setembro e
a partir daí, diminui. Assim, podem-se usar os contratos da CBOT com os devidos cuidados e
nas épocas corretas.
2.17. Arbitragem
Arbitragem é uma operação onde se visa tirar proveito de variações na diferença de
preços entre dois ativos ou entre dois mercados ou então, procura-se tirar proveito das
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expectativas futuras de mudanças nas diferenças entre dois mercados. Diz-se que surge
oportunidade para arbitragem quando os preços estão fora do que seria teoricamente esperado.
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deverá diminuir. Isto poderá acontecer, por exemplo, com o preço do mês mais distante caindo
mais rapidamente do que o preço do mês mais próximo. Neste caso, o trader compra o mês
mais próximo e vende o mês mais distante. Supondo-se que os dois preços caiam, a premissa
básica do raciocínio é que o preço no mês mais distante caia mais rapidamente do que no
mês mais próximo. A figura 14 mostra a representação didática da operação obedecendo à
linha de raciocínio de o que se perder num mês, será compensado por ganhos no outro mês.
Em termos práticos, na tabela 22 coloca-se uma operação day trade com spread de
baixa na CBOT
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Como era esperado pelo operador, a diferença diminuiu durante o dia para +0,50. A
operação é então encerrada, vendendo-se set05 e comprando-se mar06. Houve um ganho de
+26,75/bu em set e perda de 1,50/bu no contrato de março, resultando num ganho líquido de
25,25 ¢/bu. O resultado final da operação seria um ganho de 0,2525 x 5000 = US$
1.262,50/contrato.
Outro tipo de spread é o “spread de alta”ou “bear spread”. Suponha-se por exemplo
que o operador percebeu que a diferença está muito pequena em relação ao nível histórico e
resolve apostar numa alta desta diferença. Então, ele deverá vender o mês mais próximo e
comprar o mês mais distante conforme mostrado na figura 2. Supondo-se que esteja-se
esperando uma queda dos dois preços, a premissa básica será que o mês mais próximo deverá
cair mais rapidamente do que o mês mais distante.
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Como era esperado pelo operador, a diferença aumentou durante o dia para +0,60. A
operação é então encerrada, comprando-se set05 e vendendo-se novembro 05. Houve um
ganho de +0,10/bu em setembro e ganho de +0,450/bu no contrato de novembro, resultando
num ganho líquido de 0,55¢/bu. O resultado final da operação seria um ganho de 0,2525 x
5000 = US$ 2.750,00/contrato.
1. operar com spreads pode trazer menos riscos em mercados com alta
volatilidade;
2. chamadas de margens são menores são menores para spreads do que para
posições compradas ou vendidas;
3. muitas vezes ocorrem grandes oportunidades de operar “spreads” enquanto
o restante do mercando está apenas olhando os níveis individuais de preços
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É importante, entretanto, lembrar que o “spread” não é uma operação sem risco. Para
administrar suas posições, recomenda-se:
Outro ponto importante a ser lembrado são os custos envolvidos na operação os quais
devem ser deduzidos do resultado obtido para se avaliar o real resultado financeiro da
operação. Após feito isto deve-se comparar estas taxas com as que seriam obtidas em
investimentos alternativos para se conhecer a real rentabilidade da operação.
2.18 - Especulação
Uma definição simples para o termo especulação é estar vendido quando espera- se
que os preços cairão e estar comprado quando espera-se que os mesmos subirão. Se houver
acerto na posição tomada, recebem-se ajustes; se houver erro no posicionamento, pagam-se
ajustes. É um processo que envolve informação, análise de mercado e autocontrole.Diz-se que
é um “jogo de soma zero” porque para todos os ganhadores sempre há alguns perdedores.
Tecnicamente, especulação é muito mais do que apenas comprar e vender, tentando
antecipar movimentos de preços. Uma vez que todos especuladores ganham e perdem, é
importante estabelecer um plano de trabalho e ter disciplina para cumpri-lo. Assim, antes de
assumir uma posição especulativa é preciso ter-se um “capital de risco”, o qual pode ser
operado sem comprometer a saúde financeira do especulador. É importante também se ter um
plano de trabalho, tal como estabelecer até quanto pode-se perder ou até quanto pode-se
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ganhar, não colocar mais do que um certo valor num só mercado ou contrato, etc. Dois
comportamentos são sugeridos: nunca arrisque mais do que o planejado e tenha sempre uma
ordem de “stop” pronta com seu corretor 25.
O especulador faz uso intensivo de informação e geralmente utiliza a análise técnica
(grafista) por ser um instrumento de acompanhamento mais rápido e também por trazer, em
todos movimentos, todo conhecimento dos demais atores do mercado. Geralmente, o
especulador faz pouco ou nenhum uso de análise fundamentalista (Veja Capítulo 5).
2.19 - Conclusões
Mercados futuros são mercados onde se negociam contratos, compromissos entre duas
partes. Os contratos são padronizados e garantidos por uma clearing-house que se
responsabiliza pelo cumprimento das obrigações de ambas partes, compradores e vendedores.
Em toda operação de mercado futuro haverá sempre dois lados, um vendido e outro
comprado. Atua-se na bolsa procurando proteção de preço (hedge) ou especulando. A primeira
operação ocorre para aqueles que têm o produto (produtor rural, por exemplo), estão
comprometidos com o produto (trading que comprou soja antecipada, por exemplo), ou
realizaram operações cujo resultado financeiro depende do comportamento do preço do
produto objeto de negociação (troca soja x máquinas, por exemplo).
O hedger vai, então, se posicionar no mercado futuro sempre numa posição inversa à
que estiver no mercado físico de forma que eventuais perdas num dos mercados serão
compensadas por ganhos no outro mercado.
Já o especulador não tem interesse nenhum no produto e apenas tenta antecipar o
movimento dos preços e lucrar com os ajustes diários. Assim, se achar que o preço subirá, ele
compra, se realmente subir, ele recebe os ajustes.
A diferença entre hedger e especulador é muito tênue. Um produtor de soja, por
exemplo, que vendeu na bolsa no início do plantio está fazendo uma operação de hedge, mas
25
Sobre isso, veja o excelente artigo do Ivan Sant´Anna: “Controle suas emoções, use stops”.
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se ele não encerra a operação quando colhe o produto e realiza a venda no mercado físico, a
partir de então, estará especulando.
Um ponto muito importante nesta discussão hedge x especulação é que o hedger tem
de onde recuperar eventuais perdas no mercado futuro. Por exemplo, um frigorífico que
comprou futuro para garantir preço da matéria-prima, terá a desvantagem de pagar ajustes se o
preço no mercado futuro cair, porém, comprará o produto (boi) mais barato e poderá honrar
seus compromissos sem perder dinheiro. Mas se esta mesma operação de compra tiver sido
feita por especulador e o preço cair, ele estará apenas pagando ajustes sem ter onde recuperar
seus gastos.
Algumas possíveis aplicações dos mercados futuros seriam:
• Cobertura de posições
• Empresa faz compra antecipada e adianta dinheiro para produtor. Qual o seu
risco?
• Cooperativa recebe milho a fixar, mas realiza a venda. Qual o risco?
• Distribuidora de combustível vai precisar de álcool para misturar. Qual o risco?
• Indústria de refrigerantes vai precisar de açúcar para cumprir contrato de
fornecimento. Qual o risco?
• Confinador compra boi magro em maio para engorda e realiza a venda em
outubro. Qual o risco?
• Frigorífico, em outubro, fecha contrato de exportação para abril. Qual o risco?
• Comportamento dos spreads (diferença de preços entre bolsas, entre meses de
vencimento, etc.)
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Exercícios
1. Respostas rápidas
a. O preço futuro se refere a qualquer região do Brasil ?
b. O que é Margem de Garantia ?
c. Por que alguns contratos são cotados em dolares na BM&F?
d. O que ocorre quando a mercadoria entregue é diferente daquela que foi
contratada ?
e. Quando um cliente vende ou compra na Bolsa, ele recebe ou paga
antecipadamente na bolsa ?
f. Pode-se utilizar a margem de garantia para pagar o ajuste diário na BMF ?
g. Defina e mostre uma utilização prática de cross-hedge
h. Discuta rapidamente as principais diferenças entre análise fundamentalista e
análise técnica ou grafista.
i. Discuta a operação de especulação
j. Explique a ordem stop
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MERCADO FUTURO
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ÚLT. ÚLT.
VENCTO PREÇO PREÇO PREÇO PREÇO ÚLT. VAR.
AJUSTE OF. OF.
ABERT. MÍN. MÁX. MÉD. PREÇO PTOS.
COMPRA VENDA
11/04
13,50 13,50 13,50 13,50 13,50 13,50 0,05- 0,00 0,00
12/04
13,50 13,40 13,50 13,44 13,40 13,40 0,10- 13,40 13,50
13/04
13,50 13,50 13,50 13,50 13,50 13,55 0,05- 13,55 13,70
14/04
13,70 13,70 13,70 13,70 13,70 13,70 0,00 13,60 13,75
15/04
13,78 13,75 13,85 13,77 13,75 13,75 0,03- 0,00 0,00
(d) Mostre como faria para ter certeza que não errou nas contas.
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(a) Faça o encerramento da operação por reversão ao preço de R$ 40,20/@ e preencha todas
as colunas desta planilha de operação
(b) Como você poderia se certificar de que não cometeu nenhum erro no preenchimento desta
planilha ?
(c) Faça o encerramento financeiro da operação, indicando o valor de encerramento da
operação e o valor total pago ou recebido por arroba
4. Calcule a base média para o contrato futuro de boi gordo na cidade de Nova Esperança
Data Preço de Preço de Preço em Base diária
ajuste Contrato Ajuste Contrato Nova Esperança
Março 2002 Abril de 2002
25/março 44,20 43,15 43,05
26/março 43,15 42,65 42,68
27/março 43,25 42,82 42,84
28/março 43,28 42,93 43,19
29/março Feriado bancário Feriado Feriado
Bancário bancário
30/março Sábado Sábado Sábado
31/março Domingo Domingo Domingo
01/abril 43,00 42,82
Base média
5. O Spread histórico entre o contrato de café fevereiro e março é de US$ 0,50/sc. Dia
25/12/02, um investidor que acompanha café futuro na BM&F percebe que o preço do
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café no contrato futuro vento. Fev03 está cotado a US$ 55,93/sc enquanto Mar03 está
cotado a US$ 55,70/sc com uma diferença de US$ 0,23/sc, abaixo da média histórica. O
investidor inicia então uma operação de spread, encerrando-a dia 05/02/03 quando café
para fevereiro de 2003 está cotado a US$ 55,40 e março 2003 está cotado a US$ 54,05/sc
(a) No que se baseia a operação de spread ? ela é uma operação de risco ?
(b) Monte uma tabela de operação de spread entre estes dois meses, indicando meses
vendidos e comprados, diferencial no momento da abertura, resultado final para o investidor.
5. Um produtor de boi gordo deseja se proteger contra uma possível queda de preços quando
estiver no pico da safra em outubro de 2003. Verifica os preços nos mercados futuros
BM&F para Outubro e decide vender 50 contratos, conseguindo R$ 62,40/@ mas sabendo
que na sua cidade, o preço historicamente situa-se em R$ 2,00/@ abaixo. Em outubro de
2003, o produtor decide vender sua produção localmente a R$ 59,00/@ e encerra a
operação na Bolsa ao preço de R$ 60,00/@. Pergunta-se
(a) Qual era a base no momento de encerramento da operação ? A base fotaleceu, enfraqueceu
ou permaneceu constante ?
(b) O resultado financeiro final para o produtor ficou acima, abaixo ou dentro do esperado
? explique
7. Um investidor dia 13/03/2003 está propenso a comprar uma CPR física de boi com
vencimento dia 13/07/2003. Considerando um preço futuro para julho/03 de R$ 57,90/@
e base R$ 0,50 abaixo (0,5 pontos cada questão),
(a) quanto o investidor deveria pagar pela CPR/@ assumindo uma expectativa de
remuneração de 2,00% ao mês e base constante ?
(b) Qual estratégia deveria ser assumida no mercado futuro pelo investidor ?
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QUESTÃO 01)
a) Não. O preço futuro refere-se ao preço do produto para entrega em determinado
local, o qual está especificado no contrato futuro. Por exemplo, o Contrato Futuro de Soja a
Granel, negociado na BM&F, especifica como local de entrega da soja a granel, uma unidade
de carregamento de navios via corredor de exportação no Porto de Paranaguá (PR). Portanto,
este ponto de entrega serve também como ponto de referência do preço.
b) A Margem de Garantia refere-se a um depósito obrigatório, no ato da contratação,
em que incorre tanto o comprador e o vendedor de um contrato futuro, e tem a função de
servir de garantia contra eventual inadimplência dos ajuste diários por parte do comprador ou
vendedor. O valor que deve ser depositado é calculado e divulgado diariamente pela bolsa, e
leva em conta a volatilidade do preço da commoditie objeto do contrato. A utilização da
margem da garantia da seguinte forma: i) uma das partes do contrato (comprador ou vendedor)
não honra o pagamento do ajuste diário, em determinado momento de vigência do contrato; ii)
a bolsa, através de sua clearing, utiliza a margem de garantia para honrar o ajuste e, de
maneira concomitante, negocia o contrato para outro participante que tenha condições de
prosseguir com a operação; iii) o participante que não honrou o ajuste diário (e teve sua
margem utilizada) é excluído da operação e não pode mais fazer negócios na bolsa. Ao final
do contrato, a Margem de Garantia não utilizada é devolvida ao participante do mercado. Na
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BM&F são aceitos como Margem de Garantia: dinheiro, ouro, cotas do Fundo de
Intermediários Financeiros (FIF) e, sob autorização da bolsa, títulos públicos federais, títulos
privados, cartas de fiança, ações e cotas de fundos fechados de investimento em ações. Para
não residentes, são aceitos como Margem de Garantia, dólares dos EUA e, mediante
autorização, títulos do EUA (T-Bonds, T-Notes e T-Bills).
c) A cotação de preço na BM&F é em Dólar dos EUA quando o atual centro de
formação do preço da commoditie localiza-se no exterior. Como exemplo, tem-se o caso do
Contrato Futuro de Soja a Granel negociado na BM&F, o qual tem o seu preço cotado em
dólar em virtude do centro de formação do preço desta commoditie atualmente ser a Bolsa de
Chicago, localizada no EUA, em virtude de sua grande liquidez, ocasionada não apenas por
participantes norte-americanos, mas também de outros países. No caso do Contrato Futuro de
Boi Gordo negociado na BM&F, o seu preço é cotado em Real, pois tal produto tem sua
negociação apenas a nível interno, não havendo expressivo comércio internacional, como no
caso da soja.
d) De modo geral em análise aos contratos negociados na BM&F, no caso de
divergências entre a qualidade do produto estipulada no contrato e a qualidade do produto
entregue no vencimento do contrato, o comprador da mercadoria poderá solicitar o
arbitramento por parte da bolsa, que realizará novas análises no produto, por meio de
supervisoras de qualidade credenciadas. Se estas análises apontarem uma real diferença das
características estipuladas no contrato, o vendedor, mediante negociação com o comprador,
terá um prazo para adaptar o produto (por meio de secagem, limpeza ou outro tipo de
operação, por exemplo) e pode sofrer sanções por parte da bolsa.
e) Não. No ato da compra ou venda de um contrato futuro nenhum valor será pago
antecipadamente, apenas a margem de garantia (estipulada pela bolsa) deverá ser depositada.
Durante a vigência do contrato, diariamente ocorrerá o pagamento e recebimento de valores
entre vendedor e comprador, conforme a variação do preço de ajuste, sendo que este último é
divulgado diariamente pela bolsa.
f) Não. A margem de garantia é um mecanismo de proteção e deve ser utilizada
apenas quando o mesmo não honra o pagamento do ajuste diário. Mas neste caso, a parte
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inadimplente (que teve sua margem utilizada) é excluído do contrato e fica impedido de operar
na bolsa.
g) O cross-hedge refere-se à tomar uma posição no mercado futuro de uma
commoditie diferente daquela que desejamos proteger o preço, porém, altamente
correlacionada com esta última. Uma aplicação de cross-hedge seria o hedge de boi magro.
Um produtor que desejasse garantir um determinado preço pela arroba do boi magro, diante da
inexistência de um contrato futuro de boi magro, pode-se efetuar o hedge esta commoditie
tomando uma posição vendida (Short) no mercado futuro de boi gordo, cujo contrato é
negociado na BM&F.
h) A análise fundamentalista procura deduzir a trajetória de futura de preços
baseando-se no comportamento dos fatores que tem maior influência sobre a demanda e oferta
da commoditie. Já a análise técnica ou grafista estuda o movimento do mercado com o uso de
gráfico, objetivando prever a trajetória futura dos preços. Desta forma, a técnica grafista
considera que os preços contém toda a informação , expectativas e temores do mercado, sendo
que a dedução dos preços correntes é feita a partir dos preços passados, diferentemente da
técnica fundamentalista, que analisa os fatores que afetam oferta e demanda para prever o
comportamento dos preços.
i) A operação de especulação diz respeito a uma tomada de posição no mercado
futuro objetivando não a proteção de preço, mas a obtenção de lucro decorrente da mudança
da cotação do preço futuro da commoditie. Quando o indivíduo acredita que o preço de
determinado contrato futuro irá cair, este realiza uma operação de venda do contrato futuro.
Confirmando a queda no preço, o mesmo recebe, por meio dos ajustes diários, a diferença
entre o preço de ajuste divulgado pela bolsa e o preço contratado. De maneira análoga, se o
mesmo acredita que o preço irá subir, o indivíduo entre como comprado no mercado futuro.
Trata-se de uma operação de risco, que deve envolver as análises grafista e fundamentalista,
pois o movimento contrário do preço pode causar prejuízos ao especulador. Desta forma,
recomenda-se que o especulador tenha determinado volume de capital de risco que não
prejudique de maneira mais séria o patrimônio do especulador, juntamente com um plano de
trabalho que envolva, entre outras coisas, a definição de um nível máximo aceitável de perdas
e taxa de retorno esperada.
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135
j) A ordem stop (ou on-stop) serve para definir o preço mínimo pelo qual a ordem
deve ser executada. No caso de ordem stop de compra, o investidor decide o preço máximo
que a ordem deverá ser executada. O comprador efetuará negócios apenas a um preço inferior
a este preço máximo estabelecido. No caso de ordem stop de venda, o vendedor define um
preço mínimo, a partir do qual a ordem será executada. Se o preço negociado estiver abaixo
deste preço mínimo, o vendedor não realizará negócios.
k) Ajustes diários: valores a serem pagos ou recebidos diariamente em função da
movimentação dos preços futuros em relação à posição assumida (vendida ou comprada).
Margem de garantia é uma garantia do sistema.
l) Fazer um “own hedge” significa fazer um hedge num contrato que represente
perfeitamente seu produto (R2=+1,00). Cross hedge significa operar num mercado que
represente, acompanhe aproximadamente seu produto (R2<1,00).
m) Estar “bearish” significa estar acreditando na queda do mercado e estar “bullish”
significa estar acreditando que o mercado vá subir.
n) Uma ordem “stop” é uma ordem de limitação de prejuízo ou de ganho e autoriza o
corretor a encerrar a operação quando o mercado alcançar determinado preço. Ordem a
mercado é uma autorização para o corretor negociar a qualquer preço.
o) (i) garantia do sistema; (ii) permite encerrar a operação a qualquer momento; (iii)
compradores e vendedores não precisam desembolsar totalmente o valor negociado; (iv)
contratos padronizados e portanto podem ser re-negociados sem a necessidade da
concordância dos players;
p) A análise fundamentalista procura entender os movimentos de preços a partir dos
fatores básicos de oferta e demanda de mercado, é uma análise de longo prazo; a análise
técnica (grafista) assume que o efeito das forças de mercado está se refletindo nos gráficos e
portanto, certos padrões gráficos indicam certos comportamentos de mercado, é uma análise
de curtíssimo prazo.
q) As traders operam grandes volumes de contratos e como Chicago tem um grande
volume de contratos em aberto, elas podem entrar e sair do mercado com facilidade sem
alterar muito o mercado e sem precisar elevar ou abaixar muito os preços negociados.
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136
QUESTÃO 02)
a. Contratos em Aberto refere-se ao número total de contrato futuros de uma
determinada commodity que ainda não foram liquidados por transações opostas. A realização
de uma transação futura para liquidar um contrato consiste em assumir uma posição contrária
daquela em se está, para o mesmo contrato e o mesmo vencimento.
b. A liquidez se refere à facilidade em negociar determinado contrato futuro na
bolsa. O volume de contratos em aberto é um indicador da liquidez do contrato futuro,
mostrando também que o processo de formação de preço tem menor probabilidade de ser
influenciado por algum participante deste mercado. No quadro em questão, o mês com maior
liquidez é setembro/2005 (SET5).
c. O preço de ajuste refere-se ao preço de referência divulgado diariamente pela
bolsa e utilizado para cálculo do ajuste diário a ser pago e recebido pelo comprador e vendedor
do contrato futuro. No caso do quadro, o preço de ajuste para um contrato futuro com
vencimento em julho/2005 (JUL5) é de 140,60 u.m (dependendo da unidade monetária
utilizada para negociação do contrato) por volume negociado (o qual pode ser sacas ou outra
medida, conforme o contrato futuro). Se o preço de ajuste do pregão anterior foi superior ao
preço de ajuste atual (140,60), o indivíduo que está em uma posição comprada do contrato
futuro deverá pagar a diferença entre o preço de ajuste do dia anterior e o valor de 140,60 ao
que está em uma posição vendida no mesmo contrato. Se o preço de ajuste do dia anterior foi
inferior ao preço de ajuste do dia atual (140,60), que está vendido neste contrato futuro deverá
pagar a diferença entre entre o preço de ajuste atual (140,60) e o preço de ajuste anterior ao
indivíduo que está em uma posição comprada neste mesmo contrato futuro.
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137
QUESTÃO 3)
a)
Preço Preço em
Preço Ajuste Ajuste Fluxo
Data (1) Operação (2) Negociado Primavera do
Ajuste (4) (5) Total (6) Caixa (7)
(3) Leste
Compra futuro
11/04 de soja 13,50 13,50 0,00 0,00 0,00 10,50
12/04 - - 13,40 -0,10 -450,00 -450,00 10,55
13/04 - - 13,55 +0,15 +675,00 +225,00 10,45
14/04 - - 13,70 +0,15 +675,00 +900,00 10,30
Venda futuro
15/04 de soja 13,77 13,75 +0,07 +315,00 +1.215,00 10,34
(b) A base se enfraqueceu no período, passando de US$ -3,00 em 11/04 para US$ -
3,43 em 15/04.
(c) Em 15/04, a fábrica de óleo comprou o soja pelo preço em Primavera do Leste:
US$ 10,34/sc, recebendo o valor de US$ 1.215,00 / 4.500 = US$ 0,27/sc. Desta forma, o preço
efetivamente pago pela fábrica foi: US$ 10,34 – US$0,27 = US$ 10,07. A fábrica teve ganhos
com o enfraquecimento da base, pois, no início da operação, a sua expectativa era de pagar
US$ 13,50 – US$2,00 = US$ 11,50/sc. Com o enfraquecimento da base, a compra foi efetuada
por US$ 10,07/sc, ou seja, US$ 1,43/sc abaixo do previsto.
(d) Para conferir as contas, basta verificar que a fábrica assumiu uma posição
comprada em 11/04 ao preço de US$ 13,50/sc e encerrou sua posição em 15/04 vendendo o
contrato ao preço de US$ 13,77/sc. Desta forma, o ajuste recebido pela fábrica corresponde a:
US$ 13,77 – US$ 13,50 = US$ 0,27/sc. Como o preço negociado em Primavera do Leste era
de US$ 10,34/sc, a empresa comprou a este preço. Abatendo o valor recebido no mercado
futuro do preço pago, temos que o valor efetivamente desembolsado pela fábrica para compra
da soja foi de: US$ 10,34 – US$ 0,27 = US$ 10,07.
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QUESTÃO 4)
a) O Spread Alta é uma operação que emerge da expectativa do investidor de que
a diferença entre os preços de dois contratos futuros (referentes à mesma commoditie, porém
com vencimento em meses diferentes) aumente com o passar do tempo. Neste caso, o
investidor deve vender o contrato do mês mais próximo e comprar o mês mais distante. Um
exemplo desta operação segue abaixo:
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comprar o contrato futuro do mês mais próximo e vender o contrato futuro do mês mais
distante. Segue um exemplo desta operação.
Data Soja Ago/05 US$/saca Soja Set/05 US$/saca Resultado
05/05/05 Compra 13,80 Vende 13,92 +0,12
Abertura
31/05/05 Vende 14,62 Compra 14,70 -0,08
Fechamento
Resultado +0,82 -0,78 +0,04
(US$/saca)
Fonte dos preços: BM&F (www.bmf.com.br).
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140
5. (i) Contratos negociados significa número de contratos abertos e ainda não encerrados já
número de negócios significa o número de negócios ocorridos para que certo volume de
contratos fosse negociado.
(ii) Preço de ajuste significa o último negociado realizado ou melhor oferta de venda (oferta
de venda a preços mais baixos) ou melhor oferta de compra (oferta de compra a preços
mais altos) ocorrido após o último negócio embora não tenha se concretizado em
negócio efetivo (houve a oferta mas não o negócio).
Indicador
Esalq/BM&F
Preço Preço Ajuste Fluxo
Data Negociado Ajuste Ajuste Total Caixa R$
(1) Operação (2) R$/@ (3) R$/@ (4) R$/@ (5) R$ (6) (7) R$/@ (8)
Teste 990
(b)
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Indicador
Esalq/BM&F
Preço Preço Ajuste Fluxo
Data Negociado Ajuste Ajuste Total Caixa R$
(1) Operação (2) R$/@ (3) R$/@ (4) R$/@ (5) R$ (6) (7) R$/@ (8)
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7. Base média para o contrato futuro de boi gordo na cidade de Nova Esperança
8.
(a) operação de spread se baseia na diferença histórica entre os dois contratos, é uma
operação de risco porque o movimento que se espera pode não se concretizar
(b)
Fev Mar Spread
25.12 V 55,93 C 55,70 +0,23
05.02 C 55,40 V 54,05 -1,35
Resultado +0,53 -1,65 -1,12
O resultado final para o investidor foi uma perda de US$1,12 por saca porque a diferença entre
os dois vencimentos diminuiu em lugar de aumentar como era esperado
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143
Cvendido=2,
Dcomprado=2
3 E D 2 Ecomprado=2, 3
Dvendido=0
Avendido=1
Bcomprado=1
Cvendido=2
4 B A 1 Ecomprado=2, 2
Dvendido=0
Avendido=0
Bcomprado=0
Cvendido=2
5 C E 2 Ecomprado=0, 0
Dvendido=0
Avendido=0
Bcomprado=0
Cvendido=0
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144
9. (a) Base no encerramento da operação = (pfís – pfut) = 60-59 = -1,00, base se fortaleceu
(b) Quando o produtor realizou operação na bolsa, estava esperando um resultado financeiro
final igual a 62,40-2,00 = 60,40/@
Quando encerrou a operação, o resultado financeiro foi (2,40 de ajuste + 59,00 venda no
mercado local) = 61,40, acima do esperado devido ao fortalecimento da base.
10. Investidor deveria pagar pela CPR/@ assumindo uma expectativa de remuneração de
2,00% ao mês e base constante
Pcpr = (57,90-0,50)/(1+0,02)^4 = (57,40/1,08243) = 53,02883
(b) Estratégia que deveria ser assumida no mercado futuro pelo investidor: o investidor
deveria fazer um hedge de venda na bolsa
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Nome do Participante:
Natureza da Operação: Produto:
Tamanho do contrato: Vencimento do contrato:
Contratos Negociados: Preço Negociado/(@, sc, etc)
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Movimentação diária
Data Operação Preço Preço Ajuste Total Fluxo Caixa
(1) (2) Negociado/ Ajuste (4) (5) (6)
Unidade (3)
Total
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148
Justificativas
Objetivos:
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149
3.1. Definições
Deve-se salientar que as opções dão ao seu titular (ou detentor) o direito, mas não
a obrigação de vender ou comprar ao preço estipulado. Isto é, o titular da opção não é
obrigado a exercê-la e isto é uma das principais vantagens da opção em relação aos
contratos a termo nos quais o titular normalmente tem que cumprir a obrigação de vender
ou comprar algo.
O preço no contato é conhecido como strike price ou preço de exercício. A data no
contrato é conhecida como data de vencimento.
Quanto ao prazo de exercício, as opções podem ser classificadas em:
• Opção Americana: o titular pode exercer seu direito até a data de vencimento da
opção (data de exercício) a qualquer momento que lhe interessar a partir do dia
seguinte ao da compra da opção;
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150
• Opção européia: o titular pode exercer seu direito somente na data de vencimento
da opção. 26
26
Esta denominação não significa que estas ações somente são negociadas na Europa ou nos Estados Unidos.
Muitas opções européias são negociadas nos Estados Unidos e muitas opções americanas são negociadas na
Europa ou outros países.
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151
cada vez maior uso de modelos matemáticos e estatísticos) e dá ordem para seu corretor
apregoar no pregão a disponibilidade daquela garantia aquele preço. O preço será
negociado e, havendo comprador do contrato, o negócio será registrado na bolsa.
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152
Contract Size
One CBOT Soybean futures contract (of a specified contract month) of 5,000 bu
Tick Size
1/8 cent/bu ($6.25/contract)
Strike Price Intervals
10 cents per bushel for the first two months, 20 cents per bushel for all other months. At the
comencement of trading, list 5 strikes above and 5 below the at-the-money strike.
Contract Months
Sep, Nov, Jan, Mar, May, Jul, Aug; a monthly (serial) option contract is listed when the front month is not
a standard option contract. The monthly option contract exercises into the nearby futures contract. For
example, an October option exercises into a November futures position.
Last Trading Day
For standard option contracts: The last Friday preceding the first notice day of the corresponding
soybeans futures contract month by at least two business days.
For serial option contracts: The last Friday which precedes by at least two business days the last
business day of the month preceding the option month.
Exercise
The buyer of a futures option may exercise the option on any business day prior to expiration by giving
notice to the Board of Trade clearing service provider by 6:00 p.m. Chicago time. Option exercise results
in an underlying futures market position. Options in-the-money on the last day of trading are
automatically exercised.
Expiration
Unexercised Soybean futures options shall expire at 7:00 p.m. on the last day of trading.
Trading Hours
Open Auction: 9:30 a.m. - 1:15 p.m. Central Time, Mon-Fri.
Electronic: OZS
Daily Price Limit
50 cents/bu ($2,500/contract) above or below the previous days settlement premium. Limits are lifted on
the last trading day.
Margin Information
Find information on margins requirements for the Soybeans Options. Fo
Fonte: CBOT, 01/09/05
• Contract size significa tamanho do contrato sendo negociado, que neste caso é um
contrato futuro de soja, de um determinado mês futuro, com 5.000 bu. Note bem que o
objeto de negociação do contrato de opções sobre futuros é um contrato futuro o qual
servirá de referência para observação da variação dos preços. Ou seja, em lugar de
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153
argumentar que em tal lugar, tal cidade, o preço caiu ou subiu, vai-se utilizar o preço
do contrato futuro correspondente como referência de preços.
• Tick size significa a movimentação mínima permitida nas negociações de prêmio.
Neste contrato é de 1/8 em 1/8 cent/bu ou US$ 6,25/contrato. Assim, numa
negociação, uma opção pode ser negociada a 4 ¢/bu, 41/8, 4 2/8, 4 3/8 , 4 4/8 ou 4 ½ ,
etc.
• Strike price intervals significa os preços de exercício que serão disponibilizados para
negociação.
• Contract months significa os meses de vencimento das opções. Na Tabela 2
colocamos os vencimentos das opções sobre futuros de soja e os contratos futuros
correspondentes
.
Tabela 2 - Vencimentos das opções e contratos
correspondentes
• Last trading day ou último dia de negociação. Para opções Standard, é a última
sexta-feira precedendo o primeiro dia do início do período de aviso de entrega por
pelo menos dois dias úteis.
• Exercise o comprador de uma opção pode exercê-la a qualquer momento a partir
do dia seguinte a sua compra. O exercício da opção Put joga o titular numa posição
vendida (short) no futuro e o lançador numa posição comprada (long) no contrato
futuro correspondente. Já o exercício de uma Call joga o titular numa posição
comprada (long) no futuro e o lançador, numa posição vendida (short) no contrato
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154
futuro correspondente. A partir daí, se está sujeito às regras dos mercados futuros,
mas os corretores por experiência própria, costumam exercer a opção e encerrá-la
para evitar margens, ajustes diários, etc.
• Expiration (vencimento): opções não exercidas vencem às 19:00 horas do último
dia de negociação.
Opções dentro do dinheiro (explicaremos este termo mais adiante) no último dia
de negociação são automaticamente exercidas. Finalmente, deve-se colocar que na
CBOT, por exemplo, as opções dificilmente são exercidas porque o prêmio que se
consegue ao revendê-la no mercado é maior do que ela renderia ao seu portador (valor
intrínseco) se exercida. Isto é devido à possibilidade da mesma sofrer uma eventual
valorização entre o momento do negócio e seu vencimento.
Quanto às margens, apenas os lançadores têm que se preocupar com isto.
Neste exercício, não nos preocuparemos com custos da operação e nem com a
existência da base, isto é, assumiremos que o preço praticado na cidade (mercado físico) é
o mesmo preço praticado na Bolsa. Vamos começar também com um exercício sobre uma
opção de venda.
Vamos imaginar um produtor de soja em Tangará dia 10 de setembro de 2004 com
soja para colher e não vendida está preocupado com o movimento de queda do preço da
soja e quer garantir pelo menos soja a US$ 12,00. Ele então dá ordem para comprar Put
que garanta preço a US$ 12,54/sc para novembro daquele ano, nível que ainda acha
satisfatório pagando US$ 0,46/sc. Somente para relembrar, o preço de exercício de US$
12,54 é posto em Chicago e correspondente a um valor menor em Tangará. Além disso,
conforme a regra, a opção vence antes do contrato futuro e neste caso, venceria dia 04 de
outubro de 2004 e só por facilidade, vamos imaginar que o produtor esperou até esta data
para tomar sua decisão de exercer ou não a opção.
Vamos imaginar dois cenários possíveis: preços caindo e preços subindo.
A figura 1 mostra uma situação de queda de preço da soja para US$ 11,00 por
saca.
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156
USD 13,04
Preço Futuro (US$/sc)
USD 12,54
USD 12,04
USD 11,54
USD 11,04
USD 10,54
10/9/04 16/9/04 22/9/04 28/9/04 4/10/04
Tem po
GARANTIU PREÇO
Para facilidade, vamos assumir que o titular da opção espere até o último dia e que
naquele momento, o preço do contrato futuro correspondente (novembro) esteja a
11,00/sc. Ele exerce então seu direito, recebendo a diferença de US$ 1,54/sc da bolsa.
Assumindo-se que ele vá vender a soja por US$ 11,00, ele somaria ao valor recebido da
bolsa e conseguiria o valor segurado. Como regra geral, seja qual for o preço de mercado,
o produtor teria sempre assegurado 12,54 – 0,46 pagos de prêmio ou US$ 12,08/sc.
Vamos agora assumir que o preço da soja para novembro subiu para 13,50/sc conforme
mostrado na
Figura 2
Figura 2 - Hedge contra queda de preço - não exercido
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USD 13,54
Preço Futuro (US$/sc)
USD 13,04
USD 12,54
USD 12,04
10/9/04 16/9/04 22/9/04 28/9/04 4/10/04
Tempo
Neste caso, o produtor não exerceria seu direito, vendendo a soja a US$ 13,50/sc.
Ou seja, a opção de venda (Put), protege contra queda de preços, mas permite também
ganhar nas elevações de preços de mercado.
Vamos imaginar agora outra situação na qual uma esmagadora está preocupada
com a possível subida de preço da matéria-prima soja em grão. Ela precisará de soja em
novembro, mas ainda não fixou o preço. Preocupada em que o preço da soja suba acima
de US$ 13,00/sc até novembro, a esmagadora compra, no dia 10/09/04, contratos de
opção de compra de soja (Call) com preço de exercício de US$ 12,54/sc, pagando US$
0,43/sc. Para facilitar o raciocínio, vamos supor dois cenários, i) preço da soja sobe na
data do vencimento da opção e, ii) preço da soja cai em novembro, no dia do vencimento
da opção.
Vamos supor que no dia 04 de outubro, dia do vencimento da opção, o preço da
soja tenha subido para US$ 13,50 (Figura 3). Neste caso, a empresa exerce a Call e recebe
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158
US$ 0,96/sc da bolsa. A esmagadora comprará a soja mais cara, porém, descontará o
valor recebido, o que resulta no valor assegurado inicialmente, de US$ 12,54/sc.
Figura 3 – Hedge contra subida de preços – Hipótese 1: preços sobem.
Hedge contra subida de preços (compra Call Soja nov/04 a US$ 12,54)
USD 13.60
USD 13.50
USD 13.40
USD 13.35
USD 13.20
USD 13.20
USD 13.00
USD 13.05
USD 12.80
USD 12.90
USD 12.60
USD 12.75
USD 12.60 USD 12.40
Tempo
A Figura 4 ilustra o segundo cenário. A queda do preço da soja permite que a esmagadora
compre o produto mais barato, de modo que ela não exerce a opção.
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Hedge contra subida de preços (compra Call Soja nov/04 a US$ 12,54)
USD 13.00
USD 13.50
USD 12.50
USD 13.35
USD 13.20 USD 12.00
USD 13.05
USD 11.50
USD 12.90
USD 12.75 USD 11.00
USD 12.60
USD 10.50
USD 12.45
USD 12.30 USD 10.00
10/09/2004 18/09/2004 26/09/2004 04/10/2004
Tempo
Desta forma, a empresa ficou protegida contra subidas de preço, sendo também
favorecida pela queda no preço da matéria-prima.
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160
Clicando sobre soybeans, abre-se outra tela, representada pela Tabela 4, que
mostra todos os negócios realizados naquele momento. Os meses seguidos pelo símbolo
indicam que também são negociadas opções para aquele mês. Por simplificação foram
excluídos os demais vencimentos e trabalharemos apenas com o contrato futuros e opções
com vencimento em novembro de 2005.
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Tabela 4 – Cotações no Open Auction (leilão viva voz) para contratos futuros de soja na
CBOT, 02 de setembro de 2005.
Open Auction | Electronic | Combinations | Real-Time Quotes
Exp Last 1 Net Open High Low Close Settle Prev Hi/Lo
Last 2 Ch Set Limi
g tle t
A Tabela 5, por sua vez, mostra vários preços de exercício para Puts e Calls. Por
simplificação, são apresentados apenas alguns preços de exercício, no entanto, o site
apresenta outros mais que também podem ser negociados.
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Tabela 5 – Preços de exercício para Puts e Calls de soja no Open Auction da CBOT 02 de
setembro de 2005 .
Open Auction | Electronic | Combinations | Real-Time Quotes
05Oct | 05Nov
Type Strike Last Net Open High Low Close Settle Prev Hi/Lo
(1) (2) (3) C (5) (6) (7) (8) (9) S Li
h e mit
g tt (11)
(4) le
(10)
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163
O termo Open Auction significa que estas opções são negociadas no leilão ao vivo
e não no eletrônico. Na linha seguinte verificamos que o contrato futuro de novembro é
referência para opções com dois vencimentos diferentes: outubro de 2005 (05Oct), serial
exercível sobre o contrato futuro de novembro; e novembro de 2005 (05Nov), opção
standard também exercível sobre o contrato de novembro. Vamos analisar agora, o
conteúdo da Tabela. Os significados são os mesmos para as opções seriais e standards.
A linha seguinte (underlying contract price), mostra a cotação do contrato futuro
subjacente a esta opção, Novembro de 2005, cotado naquele momento a 600´4
cents/bushel ou 600,5 cents/bushel ou ainda, US$ 13,24 US$/sc.
A primeira coluna mostra o tipo de opção, Put ou Call. A segunda coluna mostra
os diferentes preços de exercício disponíveis (560´0, 610´0, etc). Conforme já explicado
anteriormente, estes valores são escolhidos em função de variações históricas e colocados
no sistema. Caberá aos interessados escolherem o nível de preço ao qual querem trabalhar
e negociar o prêmio.
A coluna 3 mostra o prêmio do último negócio realizado. Por exemplo, foram
negociadas Puts com preço de exercício de 560´0 cents/bu ao prêmio de 4´0 cents/bu ou
US$ 0,08820 por saca de 60 kg. Ou seja, comprar uma Put de preço de exercício US$
12,348 por saca, custou US$ 0,08820 por saca.
A quarta coluna mostra se houve mudança no último negócio em relação ao preço
de ajuste do dia anterior, sendo que, neste caso, não houve (Unch, abreviação para
unchanged, sem mudança). A quinta coluna mostra a cotação na abertura e o horário em
que houve apregoamento. A sexta coluna mostra o preço mais alto até o momento; a
sétima mostra o preço mais baixo; a oitava, o preço no fechamento; a nona, o preço de
ajuste (importante para os lançadores); e a décima coluna mostra o preço de ajuste do dia
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164
anterior (o que defini se os lançadores pagarão ajuste ou não). Finalmente, a coluna onze
mostra o valor mais alto/mais baixo pelo qual a opção poderia ser negociada naquele dia.
Como pode ser visto na Figura 6, a barra no topo do site também possibilita a
obtenção de informações interessantes como, por exemplo, preços de ajuste diários,
volume diário de negócio, volatilidade, etc.
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165
Month Electron Open Cash Wholesale Total Give Trans Open Interest
(1) ic Auction Exch Trad Volume Ups (8) At Change
(2) (3) (4) es (6) (7) Clo (10)
(5) se
(9)
06Sep 0 2 0 0 2 0 0 99 +2
07Nov 0 2 0 0 2 0 2 32 +2
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166
Quem lança (vende) opções são investidores, fundos, até mesmo produtores, os
quais fizeram suas contas, utilizaram seus conhecimentos e modelos e concluíram que
estão dispostos a assumir o risco de garantir o preço de venda ou de compra mediante um
certo pagamento (prêmio). É importante salientar que, apesar de no momento da
negociação da opção os lançadores receberem o prêmio adiantadamente, os mesmos
devem depositar margem de garantia, dado o risco que os mesmos representam para o
sistema.
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167
São cinco as variáveis básicas que influenciam o prêmio das opções: S = preço
futuro; K = preço de exercício; n =tempo para o vencimento; σ = volatilidade do preço
futuro (variações, geralmente medido pela variância dos preços); e i = taxa de juros.
3.5.4. Terminologia
Quanto ao fluxo de caixa que pode ser gerado para o detentor da opção, diz-se
que, para a Call:
• Está “Dentro do dinheiro” (in the money): se S > K (a opção será exercida e gerará
fluxo de caixa positivo para o detentor seu detentor);
• Está “No dinheiro” (at the money): se S = K (a opção não será exercida)
• Está “Fora do dinheiro” (out of the money): se S < K (a opção não será exercida e caso
esta situação permaneça até o vencimento, “virará pó”, como se diz no mercado).
Também, no que diz respeito ao fluxo de caixa que pode ser gerado para o
detentor da opção, diz-se que, para a Put:
• Está dentro do dinheiro (in the money) se S < K (a opção será exercida e gerará um
fluxo de caixa positivo para seu detentor)
• Está no dinheiro (at the money) se S = K
• Está fora do dinheiro (out of the money) se S > K (a opção não será exercida e caso
esta situação permaneça até o vencimento, “virará pó”).
As opções apenas serão exercidas quando estiverem dentro do dinheiro.
Desconsiderando-se qualquer custo de transação, as opções dentro do dinheiro serão
sempre exercidas no seu vencimento porque gerarão valor positivo que, pelo menos
cobrirá os custos de compra da opção.
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168
3.6.1. Influência do preço futuro (S) e preço de exercício (K) sobre o prêmio das opções.
Se exercida no futuro, o retorno (R) de uma Call para o seu detentor será o total
pelo qual o preço futuro (S) exceder o preço de exercício (K), isto é, R = S – K. As
medidas independentes da influência de S e K sobre R são dadas, respectivamente, por
∂R ∂R
>0, <0. Assim, os resultados da operação variam na mesma direção que o preço
∂S ∂K
futuro, isto é, se o preço futuro aumentar, o prêmio aumenta, se diminuir, o resultado
futuro se reduz. Se a expectativa é de que o resultado da operação aumente, o prêmio
cobrado pela opção também se elevará, uma vez que o lançador estará visualizando a
possibilidade de um maior desembolso financeiro e os compradores da opção, a
possibilidade de um maior ganho financeiro. Logicamente, se a perspectiva for de
redução do resultado,, então o prêmio negociado no momento da negociação também
diminuirá.
Se a opção for exercida no futuro, o retorno (R) de uma Put para o seu detentor
será o total pelo qual o preço de exercício (K) exceder o preço futuro (S), isto é, R = K -
S. As medidas independentes da influência de S e K sobre R são dadas, respectivamente,
∂R ∂R
por <0, >0, ou seja, o resultado da operação varia em direção contrária ao
∂S ∂K
comportamento do preço futuro e na mesma direção que o preço de exercício. Isto é, se o
preço futuro aumentar, o prêmio diminui, se diminuir, o resultado futuro aumenta. Se a
expectativa é de que o resultado da operação diminua, o prêmio cobrado pela opção
também diminuirá uma vez que o lançador estará visualizando a possibilidade de um
menor desembolso financeiro e os compradores da opção, a possibilidade de um menor
ganho financeiro. Logicamente, se a perspectiva for de redução do resultado , então o
prêmio negociado no momento da negociação também diminuirá. Colocado de outra
forma, quanto mais elevado o preço futuro, menor a expectativa da opção ser exercida e
menor será o prêmio negociado. Assim, preço futuro e prêmio variam inversamente.
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169
K
Já o resultado de um possível exercício de uma Call será dado por R = S −
(1 + i ) n
∂R
e > 0 . Assim, por exemplo, à medida que a taxa de juros aumenta, o resultado
∂i
esperado R da Call aumenta e o prêmio pago também.
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170
A tabela 7 mostra um resumo dos fatores que afetam o prêmio (P) da Put
enquanto a tabela 8 mostra um resumo dos fatores que afetam o prêmio (P) da Call.
S P
K P
i P
N P
Σ P
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171
S P
K P
i P
N P
Σ P
Basicamente, existem duas formas de se calcular o prêmio das opções antes do seu
lançamento: o modelo binomial e o modelo de Black & Scholes ( que é o mais utilizado
nas aplicações práticas, tanto na sua forma original como em suas modificações e
aperfeiçoamentos. Para mais detalhes sobre o Modelo B-S, veja Hull, 2002.) . O Modelo
B-S utiliza as cinco variáveis já discutidas (preço futuro da commodity, preço de
exercício, taxa de juros, dias até o vencimento da opção, volatilidade) para estimar o
preço da opção no seu lançamento. Logicamente que o resultado está associado a um
certo nível de risco incluído no modelo e será um valor para início de negociação uma vez
que o prêmio realmente efetivo será obtido em leilão no pregão.
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172
O modelo de Black & Schole nos permite a análise da sensibilidade dos preços a
mudanças nestas cinco variáveis. Definem-se então as chamadas “letras gregas” das quais
a mais conhecida é a Delta que mede a mudança no valor da opção dada a mudança de
uma unidade no preço futuro do contrato correspondente. Matematicamente, o Delta é
definido como
Delta (%) = mudança percentual no valor da opção / mudança de um por cento no
preço futuro.
O delta é negativo para as Puts e positivo para as Calls. Por exemplo, delta de uma
Put = -0,30, significa que se o preço futuro aumentar em 1%, o prêmio da opção deve
diminuir em 0,30%.
Vejamos uma Call com preço delta de 0,50. Isto significa que se o preço futuro
aumentar em 1% unidade, o prêmio da opção sobe em 0,50%.
Uma vez que a opção foi lançada, seu valor passa a ser calculado pelo que ela
renderia ao titular detentor da mesma. Para analisarmos o valor negociado das opções, é
preciso primeiro introduzir o conceito de Valor Intrínseco (VI) que é o quanto a opção
renderia ao seu detentor se fosse exercida. Logicamente, ela só tem um valor se estiver
dentro do dinheiro. Matematicamente, o VI da Call é dado por Max (S-K, 0) e para a Put,
o VI é dado por Max (K-S, 0).
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173
A Tabela 9 faz um resumo dos possíveis resultados a serem alcançados pelo Valor
Intrínseco das opções.
VO = VI + VT
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174
As opções “dentro do dinheiro” possuem este valor adicional “extra” porque seu
Valor Intrínseco pode ainda aumentar mais. Já as opções “fora do dinheiro” possuem este
valor extra porque o mercado pode mudar e elas serem exercidas. Mas é importante
lembrar que na data do vencimento, as opções valem apenas seu VI uma vez que não há
mais tempo para uma possível reversão do mercado. É interessante lembrar que em
mercados líquidos como na CBOT, as opções dificilmente são exercidas (rendendo ao seu
detentor o VI), mas sim negociadas no mercado quando VO > VI.
A título de exercício, vamos examinar a tabela 10 extraída do quadro de cotações da
CBOT do dia 05 de junho de 2005.
A primeira linha diz que esta opção refere-se ao mês de agosto de 2005 (Q5), que o
contrato futuro correspondente de Agosto de 2005 estava sendo negociado a 716´0 por
bushel. Olhando-se a Put de Pe = 710, vê-se que o VI da mesma é 6 uma vez que 716 –
710 = 6 > 0. Então, porque esta opção estaria valendo 17´4 (último negócio no mercado) ?
a resposta é que esta opção venceria no final de julho então restando cerca de um mês e
meio durante o qual ela poderia eventualmente valorizar-se e render algo ao seu detentor.
Matematicamente, teríamos VI = 6 e VO = VI + VT ou 17,5 = 6 + VT ou seja, VT = 11,5
¢/bu, ou seja, as pessoas estariam pagando 11,5 ¢/bu por algo que no momento valia
apenas 6 apenas pela expectativa de que no período restante a opção viesse a valorizar-se
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175
e VI se tornasse maior do que o prêmio pago. Isto também explica porque em Chicago a
maior parte das opções é negociada em vez de ser exercida. Se exercida, ela renderia
apenas 6 ¢/bu mas sendo negociada, rendeu 17,5 ¢/bu devido às expectativas em relação
ao preço futuro.
Olhando-se a opção Put de Pe = 720, nota-se que o Pr =21,5. Ou seja, como o Pf =
716, VI desta opção é 0. Então, por que alguém estaria pagando 21,5 ¢/bu por esta opção
que no momento não renderia nada para seu detentor ? a resposta é que havia a
expectativa de uma queda de preços e portanto, que o VI dela se valorizasse.
Vamos às Calls. Como o preço futuro para soja Agosto05 estava cotado a 716
¢/bu, a Call de preço de exercício Pe = 710 ¢/bu estaria dentro do dinheiro com VI = 6
¢/bu. Neste caso, 24 = 6 + VT e VT = 18 ¢/bu estaria sendo pago a mais agora diante da
expectativa de que o preço futuro se elevasse no restante do tempo e eventualmente, esta
opção passasse a render mais para seu detentor.
Olhando-se a Call de Pe = 720 ¢/bu, vê-se que a mesma está fora do dinheiro e seu
VI = 0. Neste caso, 20,5 = 0 + VT e VT=20,5 ¢/bu é quanto está sendo pago a mais pela
expectativa de que o preço futuro suba e esta opão eventualmente venha a ser exercida.
O resultado para o comprador de uma Call é dado por (Pf – Pe) – Pr se PF ≥ Pe,
caso contrário, resultado = - Pr. Ou seja, no caso de uma Call, se o preço futuro for maior
do que o preço de exercício, a opção é exercida, gerando um valor que será deduzido do
prêmio pago e diminuirá seu “prejuízo”. Caso a opção não seja exercida, o comprador
arca totalmente com o prejuízo medido pelo prêmio pago.
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176
Comprador Resultado
Call
Pe 15,88 0,80
P 0,45
Preço Futuro Resultado 0,60
15,44 -0,45 0,40
Resultado
15,66 -0,45
0,20
15,88 -0,45
16,1 -0,23 0,00
16,32 -0,01 -0,20 15,44 15,66 15,88 16,1 16,32 16,54 16,76 16,98
16,54 0,21
-0,40
16,76 0,43 PE
16,98 0,65 -0,60
Preco Futuro
Esta tabela e gráfico basicamente mostram para cada nível de preço futuro, qual
será o resultado para o detentor da opção. Assim, para preços abaixo de 15,88, a opção
não será exercida. Para preços futuros acima disto, a opção será exercida e o portador
receberá a diferença entre o preço de exercício e o preço futuro, devendo-se daí deduzir o
valor do prêmio para se chegar ao resultado final. Por exemplo, quando o preço futuro for
16,10/sc, a opção será exercida e seu titular receberá 0,22/sc. Deduzindo-se o valor do
prêmio pago (0,45/sc), o resultado final será 0,23 /sc de prejuízo. Ou seja, qualquer valor
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177
acima do preço de exercício a opção deverá ser exercida, resultando pelo menos na
diminuição do prejuízo decorrente do prêmio pago.
Resumindo, para valor acima do preço de exercício, a opção deverá ser exercida
mas do valor recebido deverá ser deduzido o prêmio pago para se chegar ao resultado
final da operação.
Assim, para preços abaixo de US$ 15,88/sc, a opção não será exercida e no
vencimento, ela virará pó e seu titular arcará com o prejuízo total do prêmio pago. Para
preços futuros acima deste valor e até US$ 16,33/sc, ele apenas recuperará o prêmio pago
mas acima deste valor, ele já consegue resultados positivos que vão ajudar a diminuir o
custo de aquisição da commodity. Em geral, então, uma Call sempre deverá ser exercida
se no vencimento o preço futuro exceder o preço de exercício porque no mínimo, estará
ajudando a diminuir o gasto com o pagamento do prêmio.
Já sabemos que tanto comprar futuro como comprar Call ambas fornecem uma
alternativa de hedge protegendo contra subidas de preço. Na figura 12 fazemos uma
comparação da proteção obtida em ambas posições, Long em futuro x comprado numa
Call.
pe
Pe 15,66/sc
P 0,39/sc
Preço Futuro (por saca) Resultado (por saca)
14,50 0,77
15,00 0,27
15,44 -0,17
15,66 -0,39
15,88 -0,39
16,10 -0,39
16,32 -0,39
16,54 -0,39
16,76 -0,39
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179
16,98 -0,39
0,8
0,6
Resultado (por saca)
0,4
0,2
0
14,5 15 15,44 15,66 15,88 16,1 16,32 16,54 16,76 16,98
-0,2
-0,4
-0,6
A figura 9 mostra então que para preços menores do que US$ 15,66/sc, a opção
seria exercida recuperando-se parte do prêmio gasto. Para preços menores do que US$
15,27/sc, o comprador da Put já teria recuperado todo o prêmio pago e o exercício já
traria um excedente para complementar o preço de venda do produto.
Apenas para efeito de comparação entre as alternativas de hedge em futuro e
hedge com opções, colocamos na figura 10 o gráfico das duas posições. Conforme pode
ser visto, apenas para preços futuros acima de p1 seria interessante estar comprado na
Put. Para todos os demais, a posição Short no futuro seria preferível.
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180
Ganho
Short
no
futuro
pe p1
Perda
Figura 10: Diagrama de retorno em uma posição comprada numa Put x Vendido no
futuro
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181
Pe 15,88/sc
P 0,45/sc
P-(Pf-Pe) se Pf ≥Pe, caso contrário resultado = P
Preço Futuro (por saca) Resultado (por saca)
15,44 0,45
15,66 0,45
15,88 0,45
16,10 0,23
16,32 0,01
16,54 -0,21
16,76 -0,43
16,98 -0,65
TABELA 14: Resultado para o vendedor Call descoberta
0,6
0,4
0,2
Resultado (por saca)
0
15,44 15,66 15,88 16,1 16,32 16,54 16,76 16,98
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
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182
A figura mostra que para preços futuros menores do que US$ 15,88/sc, a opção
não será exercida e o lançador embolsará totalmente o prêmio. Para valores acima de US$
15,88/sc, a mesma será exercida e o lançador terá que pagar a diferença entre o indicado
no contrato futuro correspondente e o preço de exercício. Num determinado intervalo
(entre US$15,88/sc e US$ 16,33/sc), o pagamento correspondente será descontado do
prêmio recebido, resultando numa sobra ainda positiva. A partir de US$ 16,33/sc já
começará a haver um resultado negativo para o lançador podendo crescer infinitamente.
No caso do lançador de uma Put, o resultado para vendedor = P- (Pe-Pf) se Pe ≥
Pf, caso contrário Resultado=P. Na tabela 11 e na figura 14 apresentamos o mesmo
exemplo do comprador da Put apenas que agora na posição de lançador.
Pe 15,27/sc
P 0,39/sc
Resultado = P- (Pe-Pf) se Pe ≥ Pf, caso contrário resultado = P
Preço Futuro (por saca) Resultado (por saca)
14,5 -0,77
15 -0,27
15,44 0,17
15,66 0,39
15,88 0,39
16,1 0,39
16,32 0,39
16,54 0,39
16,76 0,39
16,98 0,39
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183
0,6
0,4
0,2
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1
Os resultados mostram que para preços maiores do que US$ 15,66/sc, o lançador
não será exercido e embolsará totalmente o prêmio. Entre US$ 15,66/sc e US$ 15,27/sc,
ele será exercido, desembolsando a diferença da qual será abatido o prêmio recebido,
resultando ainda num resultado positivo. Para preços futuros abaixo de US$ 15,27/sc, o
lançador começará a entrar numa região de prejuízos totais.
3.9 Conclusões
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Exercícios
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185
7. Respostas rápidas
i. Ao serem exercidas opções sobre futuros, as bolsas colocam os lançadores e titulares em
posições nos mercados futuros. Explique este mecanismo.
ii. A especificação do contrato de opções na CBOT diz que
Contract Months: Sep, Nov, Jan, Mar, May, Jul, Aug; a monthly (serial) option contract is
listed when the front month is not a standard option contract. The monthly option contract
exercises into the nearby futures contract.
Explique o conceito de opção serial
iii. Explique a influência da taxa de juros sobre o valor do prêmio de uma Call
iv. As opções podem ser exercidas (a qualquer momento, no dia seguinte) a sua compra.
Explique.
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186
v. Na CBOT, “ ... Options in-the-money on the last day of trading are automatically
exercised”. Explique
vi. É muito mais comum na CBOT opções serem vendidas em lugar de serem exercidas.
Como você explicaria isto ?
vii. O que você acha mais interessante para os produtores de soja: vender antecipado,
vender futuro ou comprar Put ? discuta
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Contract month Q5
Underlying Contract Price:716'0 (05Aug Future)
Type Strike Last Net Open High Low Close Settle Prev Hi/Lo
Chg Settle Limit
Put 700'0 12'0 -7'0 16'0 16'0 11'4 19'0 69'0
9:34 9:30 10:15
Put 710'0 17'4 -8'0 17'0 18'0 16'0 25'4 75'4
10:06 10:49 10:14
Put 720'0 21'4 -10'4 25'0 26'0 21'0 32'0 82'0
9:35 9:42 10:13
Put 740'0 34'0 -13'0 37'0 38'0 34'0 47'0 97'0
9:46 9:50 12:33
Call 710'0 24'0 +7'4 16'0 24'0 16'0 16'4 66'4
9:34 10:21 9:30
Call 720'0 20'4 +7'4 15'0 21'0 13'0 13'0 63'0
9:34 10:12 9:30
Call 730'0 17'4 +7'0 13'0 17'4 13'0 10'4 60'4
9:37 12:48 9:37
Call 740'0 13'0 +4'4 8'4 13'4 7'4 8'4 58'4
9:34 11:39 9:34
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188
i. Imagine um produtor que já vendeu sua produção antecipada a US$ 10,50. Como ele
poderia fazer para participar de eventuais ganhos nos preços da soja, simule algumas situações
j. Monte uma operação de lançamento de uma Put coberta
9. Suponha que você seja o administrador de um fundo de investimentos: monte uma operação
com CPR Financeira e esquematize uma operação de proteção com opções e simule
algumas situações
10. Em termos de operação de hedge, opções são sempre melhores do que futuros.
Discuta
Respostas
1 (c); 2(b); 3(a); 4(c); 5(c); 6(a)
7. (i) O exercício de uma opção Put joga o titular para uma posição vendida no contrato futuro
e o lançador da Put é jogado numa posição comprada no mercado futuro. De maneira análoga,
o exercício de uma opção Call coloca o titular numa posição comprada no mercado futuro e o
lançada deste Call numa posição vendida. Este procedimento faz com o titular e o lançador
estejam sujeitos às regras do mercado futuro, devendo, desta forma, efetuar o ajuste final e
encerrar as posições.
7. (ii) A opção serial refere-se a uma opção com vencimento em um mês em que não há
vencimento do contrato futuro. Desta forma, a opção serial é exercida para o vencimento do
contrato futuro mais próximo. No exemplo da CBOT, uma opção serial teria vencimento em
fevereiro, pois este mês não tem vencimento do contrato futuro e, desta forma, a opção teria
que ser exercida sobre o contrato futuro com vencimento em março.
7. (iii) A taxa de juros é uma das variáveis considerada no modelo de precificação de uma
opção de compra (call) do tipo europeu desenvolvido por Black & Scholes em 1973. Segundo
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189
este autores, há uma relação positiva entre taxa de juros e o valor do prêmio da uma call. Ou
seja, quanto maior o nível da taxa de juros, maior o prêmio da call.
7. (iv) Existem dois tipos de opções: as opções européias, que podem exercida apenas no
vencimento estipulado no contrato; e opções americanas, que podem ser exercidas a qualquer
momento a partir do dia seguinte à sua compra. Devido à maior rigidez, geralmente as opções
européias possuem um prêmio menor que as opções americanas.
7. (v) As opções dentro do dinheiro (in the money) são aquelas que geram fluxo de caixa
positivo para seu detentor. O texto em questão salienta que, no vencimento de uma opção, se a
mesma estiver dentro do dinheiro, a CBOT exercerá a mesma automaticamente, debitando o
lançador da opção e creditando o comprador. Se a opção está fora do dinheiro (out of the
money) então o preço do mercado futuro desestimula que a mesma seja exercida, “virando pó”
no seu vencimento.
7. (vi) Se exercer a opção dentro do dinheiro, o titular receberá apenas o VI mas se revendê-la,
poderá receber algo mais devido ao VT
7. (vii) Trata-se de uma escolha que depende da avaliação do produtor. A venda antecipada da
soja torna-se um recurso interessante para o produtor que não tem fluxo de caixa disponível
para adquirir uma opção ou arcar com os ajustes diários de um contrato futuro, e/ou necessita
de financiamento para efetuar o plantio. Se o produtor possui disponibilidade de recursos em
caixa, bem como não necessita comprometer sua produção futura para efetuar o plantio, o
hedge da produção passa a ser uma alternativa atrativa, pois o produtor tem um processo de
formação de preço mais justo, garante um determinado preço que cobre seus custos garante
uma margem de lucro e tem um instrumento de barganha que pode ser usado na negociação
com as trandings. Por exemplo, se o produtor tem conhecimento dos possíveis preços que
pode obter pelo seu produto na bolsa, esta informação pode servir de subsídio em uma
negociação com as tradings.
8. (a) O preço de exercício e o prêmio de Puts e Calls em US$/sc consta na tabela abaixo:
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190
Type Strike Last Net Chg Open High Low Close Settle Prev Hi/Lo
(US$/sc) (US$/sc) (US$/sc) (US$/sc) (US4/sc) (US$/sc) Settle Limit
(U (US$/sc)
S$/
sc)
Put 15,66 0,39 -0,18 0,37 0,40 0,35 0,56 1,66
Put 15,88 0,47 -0,23 0,55 0,57 0,46 0,71 1,81
Put 16,32 0,75 -0,29 0,82 0,84 0,75 1,04 2,14
Call 15,66 0,53 +0,17 0,35 0,53 0,35 0,36 1,47
Call 15,88 0,45 +0,17 0,33 0,46 0,29 0,29 1,39
Call 16,10 0,39 +0,15 0,29 0,39 0,29 0,23 1,33
Open Auction
Calls
06Nov
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191
Open Auction
Futures
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192
Open Auction
06Nov
Type Strike Last Net Open High Low Close Settle Prev Hi/Lo
Chg Settle Limit
Variação no prêmio da opção (prêmio do dia 23/11/05 – prêmio do dia 23/11/05, considerando
o menor valor (Low)):
45,00 - 46,25 = -1,25 cents/bu = US$ -0,028/sc
Variação na cotação do contrato futuro de soja com vencimento em Nov/06 (diferença entre a
cotação do dia 23/11 e o valor de fechamento do dia 22/11)
594,50 – 596,50 = -2,00 cents/bu = US$ -0,044/sc
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193
2) Opção de Put sobre contrato futuro de soja negociado na CBOT com vencimento em
março/06 e preço de exercício de 580,00 cents/bu = US$ 12,79/sc.
Puts
06Mar
Open Auction
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194
Open Auction
06Mar
Type Strike Last Net Open High Low Close Settle Prev Hi/Lo
Chg Settle Limit
Variação no prêmio da opção (prêmio do dia 23/11/05 – prêmio do dia 23/11/05, considerando
o menor valor (Low)):
24,50 – 22,00 = 2,50 cents/bu = US$ 0,055/sc
Variação na cotação do contrato futuro de soja com vencimento em Mar/06 (diferença entre a
cotação do dia 23/11 e o valor de fechamento do dia 22/11)
577,25 – 580,00 = -2,75 cents/bu = US$ -0,061/sc
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195
O Valor da Opção (VO) é dado pela soma do Valor Intrínseco (VI) e do Valor de Tempo
(VT). As opções que possuem VI diferente de zero são aquelas que, no momento, geram um
fluxo de caixa positivo para seu detentor (estão dentro do dinheiro). As opções com VI igual a
zero possuem a totalidade de seu prêmio referente ao VT, pois os compradores destas
acreditam que o preço do contrato futuro irá mudar no futuro. O baixo VI de uma opção indica
que há alta tendência da mesma ser negociada ao invés de ser exercida. No caso da Put da
tabela acima com PE de US$ 15,88/sc. Se esta for exercida renderá um ganho de apenas US$
0,09/sc, correspondente ao VI. Se for negociada renderá o prêmio no valor de US$ 0,47/sc.
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0,2
0,1
0
15,12 15,18 15,24 15,30 15,36 15,42 15,48 15,54 15,60 15,66 15,72 15,78 15,84 15,90 15,96
Resultado (US$/sc)
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
Preço futuro (US$/sc)
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0,6
0,5
0,4
0,3
Resultado (US$/sc)
0,2
0,1
0
15,48 15,54 15,60 15,66 15,72 15,78 15,84 15,90 15,96 16,02 16,08 16,14 16,20 16,26 16,32 16,38
-0,1
-0,2
-0,3
Preço futuro (US$/sc)
8.f) O Delta da Put e da Call indica qual é a variação percentual no prêmio de uma dada opção
se o preço futuro do contrato que a opção se refere aumentar em 1,0%.
No caso da Put o delta é negativo, indicando que um aumento no preço do contrato futuro
causa uma redução no prêmio da opção. Já para a Call o delta é positivo, indicando que o
aumento no preço futuro acarretará o aumento no prêmio da opção.
8.g) A operação de proteção de preço para um produtor com limitador caracteriza-se por uma
operação que limita os ganhos do produtor, porém custa menos ao mesmo. Um exemplo desta
operação: O produtor compra uma Put de preço de exercício igual a 710,00 cents/bu = US$
15,66/sc pagando um prêmio de US$ 0,39/sc e vende um Call de preço de exercício igual a
730,00 cents/bu = US$ 16,10/sc recebendo um prêmio de US$ 0,39/sc. Supondo que o
produtor esteja em Dourados (MS) e a base naquela localidade seja de US$ -2,00. O quadro
abaixo apresenta alguns possíveis resultados para o produtor.
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Conforme verifica-se acima, esta operação não teria nenhum custo para o produtor, pois o
mesmo pagou um prêmio de US$ 0,39/sc pela Put mas recebeu um prêmio de igual valor pela
venda da Call. Além disso, intervalo de proteção foi de 13,66 a 14,10.
8. h) A operação de proteção via compra apenas de Put tem o benefício de dar ao seu
comprador a possibilidade de aproveitar todo lucro decorrente de uma possível alta nos preços.
No caso da operação com limitador, o hedger limita os ganhos decorrentes do aumento do
preço. Por outro lados, a operação sem limitador faz com que o comprador tenha que arcar
com todo o custo referente ao prêmio. No caso de uma operação com limitador, haverá o
pagamento do prêmio referente à compra da Put mas o mesmo também receberá o prêmio
oriundo da venda de uma Call, o que garante o abate no prêmio pago pela Put ou até mesmo
lucro para o vendedor da Call.
8.i) Para participar de eventuais ganhos com alta no preço da soja, o produtor deve estar
comprado em uma Call. Suponha que o produtor vendeu a soja antecipadamente ao preço de
US$ 14,00/sc e para se proteger comprou um Call na CBOT com preço de exercício de US$
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16,10/sc pagando o prêmio de US$ 0,39/sc. A tabela abaixo apresenta os diferentes resultados
para esta operação.
Preço CBOT
15,06 15,26 16,10* 16,18** 16,26
Preço da venda 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00
antecipada
Prêmio pago pela Call -0,39 -0,39 -0,39 -0,39 -0,39
Ganho no exercício da 0,00 0,00 0,00 0,08 0,26
Call
Resultado líquido 13,61 13,61 13,61 13,69 13,87
Na tabela acima podemos ver que, se o preço no mercado futuro for menor ou igual ao preço
de exercício da Call, então a mesma não será exercida e o produtor ganhará a diferença entre:
US$ 14,00 – US$ 0,39 = US$ 13,61/sc. De outro lado, se o preço futuro foi maior que o preço
de exercício, então o mesmo será exercido e o produtor auferirá lucros pela alta do preço no
mercado futuro.
8.j) Operação de lançamento de uma Put coberta (venda de uma Put assumindo, de maneira
concomitante, uma posição vendida (Short) no mercado futuro):
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203
0,50
0,40
0,30
0,20
Resultado (US$/sc)
0,10
0,00
15,30 15,40 15,50 15,60 15,70 15,80 15,90 16,00 16,10 16,20 16,30 16,40 16,50 16,60
-0,10
-0,20
-0,30
-0,40
Preço futuro (US$/sc)
9. Operação de CPRF:
Em 01/04/2005 um produtor rural emite uma CPR Financeira de 4.500 sacos de soja para
vencimento em 01/08/2005. O valor do contrato futuro de boi gordo com vencimento em
agosto/2005 é de US$ 13,00/sc. O fundo de investimentos estipula que a taxa de juros desta
operação será de 24% ao ano. Portanto, o valor recebido pelo produtor será de:
Psaca = (Pfuturo) / (1 + Z)n/252 = 13,00 / (1,24)88/252 = US$ 12,06/sc.
Desta forma, o produtor receberá 4.500 x 12,06 = US$ 54.270,00 no ato da compra da CPRF e
deverá pagar ao fundo de investimento o valor de 4.500 x 13,00 = US$ 58.500,00.
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10. Suponha que um produtor emita uma CPR Física em 01/04/05 correspondente a
4.500 sacas de soja, com vencimento em 01/08/05. O fundo de investimento compra esta CPR
pagando ao produtor o valor US$ 12,06/sc. Juntamente com esta operação, ela assume uma
posição comprada na Put com preço de exercício de US$ 14,06/sc, pagando o prêmio de US$
0,40/sc, e vencimento em agosto/05. Suponhamos que a base seja de US$ -2,00/sc/ Vamos
considerar algumas situação na tabela abaixo.
Preço no mercado futuro
13,00 13,40 14,06* 14,50 15,00
Base -2,00 -2,00 -2,00 -2,00 -2,00
Preço de venda 11,00 11,40 12,00 12,50 13,00
esperado
Prêmio pago -0,50 -0,50 -0,50 -0,50 -0,50
Ganho no 1,06 0,66 0,00 0,00 0,00
exercício da Put
Resultado líquido 11,56 11,56 11,50 12,00 12,50
10. Não. A escolha entre a utilização de contrato futuro ou opções como instrumento para
realizar o hedge deve considerar as vantagens e desvantagens de cada um deles, os quais
constam abaixo:
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Contrato Futuro
Permite fixar um preço futuro para a mercadoria;
Não há pagamento antecipado pelo contrato;
Vantagens Risco de crédito menor do que o contrato de balcão;
Intercambialidade de posições;
Transparência de preços;
Opções
Limitam o valor do prejuízo ao prêmio pago e permitem ganhos
Vantagens com movimentos favoráveis do preço;
Não há ajuste diários;
Comprador não deposita margens;
Desvantagens Valor do prêmio pode ser muito alto;
Risco de base;
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206
necessário para a operação. Deve-se atentar também para o risco de base, cujo cálculo e
volatilidade tornam-se indispensáveis para determinação do preço recebido. Desta forma,
não se deve preterir um instrumento antes de analisar os demais disponíveis e,
principalmente, utilizar-se de uma ou mais técnicas de previsão de preço, como as
análises grafista e fundamentalista para embasar a tomada de decisão.
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A Cédula de Produto Rural (CPR) é um dos instrumentos mais utilizados hoje em dia
nas operações de financiamento do agronegócio. Ela é uma evolução dos contratos a termo
tradicionais, um título cambial criado pela lei no. 8.929 de 22/08/94. A CPR pode ser emitida
por produtores rurais e suas associações em qualquer fase do ciclo produtivo.
Existem basicamente dois tipos de CPR: física e financeira
Tempo aval
CPR
Dia inicial Produtor vende CPR Investidor compra
$ CPR
0
0
0
0
produto
Dia vencimento Produtor colhe produto Investidor
CPR
Quitada
Vende o
produto
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Pfut − base
PCPR = n
(1+ j ) 30
Onde
Assumindo-se base constante, o comprador da CPR precisa ter certeza de quanto estará
valendo o produto no vencimento da CPR, ou seja, o risco da operação está com o comprador
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210
da CPR. Assim, ele deveria fazer hedge de venda no contrato futuro correspondente para logo
após o vencimento da CPR, no caso, setembro de 2004.
A negociação da CPR nada mais é do que a negociação da taxa de juros embutida na
operação. O leilão fará com que ela caia, resultando num valor presente maior para o emissor.
Exemplificando, vamos assumir que um produtor de café localizado em Patrocínio
(MG) emitiu dia 21/08/03 uma CPR Física com vencimento para 31/12/04. Naquele dia, o café
futuro com vencimento em março (vencimento mais próximo ao da CPR) estava cotado a US$
71,40/saca. Como no dia da operação o dólar estava cotado a R$ 3,02/dólar, significa que o café
estava cotado a R$ 215,63/sc. Por simplificação, a base foi calculada apenas como custo de
frete entre as cidades de Patrocínio e Araguari, um dos pontos de formação de preço do café, era
de R$ 2,63/sc, resultando num preço líquido de R$ 213,00/saca.
Neste caso, o valor da CPR por saco seria calculado por (considerando-se 333 dias
úteis entre o início e o final da operação e um total de 252 dias úteis no ano).
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211
Pfut − base
PCPR = n
(1+ j ) 30
Pode-se ver que o risco da operação agora está com o emissor da CPRF porque na época
da emissão da mesma, o valor da CPRF correspondia a certa quantidade de produto e se até o
vencimento da CPRF o preço do mesmo cair, o produto precisará vender mais produto para
pagar a mesma dívida. Assim, ele para se precaver deveria fazer um hedge de venda, vendendo
o produto no mercado futuro.
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212
O risco da operação poderia estar com a indústria se o produtor emitir uma CPR física
e ela concordar em receber as sacas de milho porque até lá o preço pode cair e ela, ao vender o
produto, pode não recuperar o dinheiro suficiente para pagar as máquinas. A forma de
proteção seria então a fabricante de máquinas fazer um hedge do produto no contrato futuro de
milho para setembro de 2003.
O risco da operação poderá estar com o produtor se o mesmo emitir uma CPR
Financeira e aceitar pagar a dívida em dinheiro no valor estipulado de R$ 232.300,00 que à
época da operação, correspondiam a aproximadamente 9.000 sacas de milho. Isto porque se o
preço cair, ele precisará vender mais sacas de milho para pagar a mesma dívida. A forma de
proteção da operação seria então o produtor fazer um hedge de venda do produto no contrato
futuro de milho vencendo em setembro de 2003.
Vamos supor que o negócio foi feito na base da troca de máquinas por sacas de milho
com emissão de CPR Financeira e neste caso, o risco estaria com o produtor e a questão: qual
será o preço do milho em setembro?
Vamos assumir que em 03/04/03 o produtor vendeu 20 contratos futuros para o
vencimento setembro/03 a R$ 25,70/sc e vamos simular algumas situações:
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Nesta situação, o produtor venderia o milho mais caro, porém descontando o que foi
pago de ajuste diário resultaria no valor líquido esperado, mantendo a relação de troca.
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aplicação onde o produtor está na dúvida entre vender seu produto no mercado físico agora ou
vender no futuro, armazenar o produto até o vencimento do encerramento do contrato.
O risco de flutuações adversas de preços é um dos que mais incomodam os produtores
rurais e todos os possuidores do produto e uma das decisões mais fundamentais é, sem dúvida, a
de comercializar ou armazenar o produto à espera de melhores preços. Pelas suas características,
os preços dos produtos agrícolas estão sujeitos a grandes oscilações, são de difícil previsão e
geram muitas dificuldades nessa tomada de decisão. O acesso às cotações dos mercados de
futuros pode ajudar nesta tomada de decisão desde que se considerem os chamados “custos de
carregamento” que serão discutidos nesta seção.
Para o esclarecimento deste problema, imagine-se, por exemplo, um produtor rural que
está na dúvida entre vender sua produção em abril ou armazená-la até outubro, uma época em
que estará precisando de recursos. Baseados em informações que permitem fazer inferência
sobre preços futuros, podem-se analisar diferentes estratégias, tais como vender o produto na
colheita (t=0) ou no futuro (t=1, 2,...,n) ou fazer um "mix" dessas duas opções, com
parcelamento das vendas. Uma forma simples de avaliação desta decisão consiste em comparar
a rentabilidade esperada das alternativas disponíveis. A receita líquida esperada no mês t pode
ser calculada pela equação (2.1):
onde:
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f a = (1+ i) n (2.2)
onde:
RLt+n ≥ RLt.fa ou
RBt+n - Cct+n - Cot+n ≥ RLt.fa ou
RB t+n ≥ RLt . f a + Cct+n + Cot+n (2.3)
onde
fa = fator de atualização, medido por (1+i)n, onde n é o número de meses entre o mês t, no
exemplo correspondente a abril, e o mês objetivo, no caso, outubro. Neste caso, n = 6, e i é o
custo de oportunidade do capital, no caso, 1,3% ao mês, correspondente à taxa real de juros
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médios dos quatro primeiros meses deste ano pagos pelos CDBs pré-fixados. Portanto, fa =
(1+0,013)6 = 1,0806.
Cot = Custo da produção total da saca de milho no mês da colheita, no caso, US$ 5,00
(segundo informações de produtores da região de Uberaba).
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fossem maiores do que US$ 7,13 por saca, valeria à pena fazer um “hedge” para outubro e
armazenar o produto até aquela data. Deve ficar bem claro para o leitor a relação entre a
Receita Líquida esperada (RLt+n) e a Receita Bruta esperada (RBt+n),, os custos de
carregamento e as taxas de juros. Quanto mais altos forem estes últimos, maior deve ser a
receita bruta (e os preços de venda) para compensar reter o produto no tempo presente para
vendê-lo no futuro.
Uma observação final sobre o modelo de decisão apresentado. Em caso de
intermediários, o item “custo de produção” nas equações (2.1), (2.2) e (2.3) deve ser
substituído por “custo de aquisição mais a margem esperada”.
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Note que a única diferença em relação ao encerramento tradicional por reversão é que
não há um leilão para achar-se o preço de encerramento, utilizando-se para isto a média das
cinco últimas cotações do Indicador de Preços do Boi Gordo Esalq/BMF. Com o uso do
indicador de preços, evitam-se os problemas da entrega de organismos vivos como o boi
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219
gordo, por exemplo. Ao concordar em utilizar o mesmo número como parâmetro da operação,
nenhuma das partes é favorecida ou prejudicada.
Crédito
28
Extraído de Assarisse (2005)
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220
• Até U$250000,00 por CPF é exigido penhor de safra de 1º grau e avalista com
relação entre área de penhor e área financiada de:
1 para 1 quando se referir a soja fixa;
1,5 para 1 quando se referir a soja a fixar;
1,5 para 1 quando se referir a cliente novo – soja fixa;
2 para 1 quando se referir a cliente novo – soja a fixar;
• É necessário uma CPR registrada;
• Contrato de arrendamento e autorização de penhor para áreas arrendadas (carta de
anuência);
• Crédito acima de U$250.000,00 é obrigatória a hipoteca de 1º grau como garantia
nas seguintes proporções:
De 2 para 1 – terrenos/fazendas;
De 1,5 para 1 – no caso de armazéns graneleiros;
Esta é a política imposta pela empresa para a liberação de crédito além das
documentações afins que comprovem a idoneidade do proponente ao crédito. Com esta
política de crédito a empresa chega a garantir 40% do volume total de compras anual,
comprovando a importância do instrumento de fornecimento de crédito ao produtor.
Qualidade da soja.
A soja grão negociada hoje no país, possui índices de qualidade muito variados de
acordo com vários fatores: ataque de pragas, doenças, época de colheita, armazenagem,
secagem, estocagem, enfim, de acordo com o manejo dado a soja desde o plantio até a pós-
colheita. Por isso na negociação diária de soja, é necessário se admitir um determinado padrão
para facilitar o trabalho e a linguagem entre compradores e vendedores no mercado, e o
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responsável por averiguar se a soja em negociação está dentro ou fora dos padrões e aplicar os
respectivos descontos no caso da soja fora de padrão, é o comprador.
Umidade 14,0
Grãos quebrados 30
No entanto negocia-se soja fora de padrão com os devidos descontos de acordo com
as partes interessadas. Normalmente a soja fora de padrão se destina ao mercado interno,
quase sempre para esmagamento e obtenção de óleo e farelo. A seguir, uma breve descrição
fatores de qualidade:
Umidade
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ou que nela ficar retido, mas que não seja soja, inclusive vagem não debulhada.
Avariados
Ardidos
Grãos ou pedaços de grãos que se apresentam, pela ação do calor e/ou umidade,
visivelmente fermentados com coloração marrom ou escura na casca e interiormente.
Brotados
Grãos que se apresentam com indícios de germinação ou germinados.
Imaturos
Grãos ou pedaços de grãos que se apresentam verdes, por não terem atingido o seu
desenvolvimento completo.
Chochos
Grãos que se apresentam enrugados e atrofiados no seu desenvolvimento.
Mofados
Grãos ou pedaços de grãos que se apresentam claramente afetados por fungo.
Danificados
Grãos ou pedaços de grãos que se apresentam atacados por pragas e/ou doenças,
afetados por processos de secagem ou por qualquer outra causa.
Quebrados
Pedaços de grãos sadios, inclusive cotilédones, que ficam retidos na peneira
especificada no item impurezas.
Esverdeados
Grãos ou pedaços de grãos que apresentam coloração esverdeada na casca e na polpa
em decorrência de maturação forçada.
Para a negociação FOB é retirada uma amostra do armazém para análise prévia do lote
e averiguação do interesse da empresa pelo respectivo lote. Sendo fechado o negócio, ou seja,
preço fixo ou a fixar e limite de qualidade para o lote, inicia-se o carregamento, sendo
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223
amostrada toda carga que sai da fazenda ou armazém. Para entrega CIF, a amostragem é
realizada na chegada dos caminhões a filial de entrega, com precificação fixa ou a fixar. A
amostragem é realizada através de calagem carga a carga, 8 pontos de amostragem para
caminhões com até 20t e 12 pontos para caminhões com mais de 20t.
Modalidade de entrega
Ao produtor restam duas opções no momento de entregar seu produto, não menos
importantes que a escolha do tipo de negociação, pois irá influenciar o preço do produto,
poder de barganha no momento da comercialização e na independência quanto à empresa a ser
realizada a venda.
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224
Componentes do preço:
- Cotação da soja em Chicago do mês de vencimento que segue o dia de negociação,
cotado em cents de dólar por bushel;
- Prêmio praticado no porto no dia da negociação, valor este influenciado pela força da
oferta e demanda no mercado interno, pelo frete marítimo (Chicago - Paranaguá) e
diferencial de porto, e;
- Despesas ou custos totais;
Dentro dos custos totais estão embutidos os custos de frete, custos portuários, custos de
armazenagem e padronização como secagem e limpeza, se for o caso de soja CIF, que será
conceituada a seguir. A título de exemplo, tomemos os seguintes dados para o cálculo do
preço da soja disponível em Sorriso – MT:
Data de negociação: 14/06
CONVERSÕES
Lembrando que:
1 bushel (bu)= 27,214 kg
1 tonelada (ton) = 1000 kg
1 saca (sc) = 60 kg
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/ 36,74541 / 0,06
X 36,74541 X 0,06
X 2,2047541
De modo que:
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226
Desta forma o preço da soja para Sorriso no dia em questão, com a cotação de Chicago
de 645 cents de dólar por bushel, prêmio praticado no mercado de +15 cents por bushel, taxa
de câmbio de 2,35, Funrural de 2,3% e Fethab de R$5,38/t, ficou em torno de R$20,69 por
saca de 60 kg. Para o cálculo do preço da soja CIF teria mudança nos custos totais e prêmio
encima da soja a fixar.
Tipos de negociação.
Para a comercialização da safra de soja, normalmente, o produtor procura as empresas
compradoras ou corretoras, e encontra uma gama de opções para realizar a negociação de sua
produção, dentre as quais foram observadas durante o estágio:
Soja verde: modo pelo qual o agricultor vende a sua safra no mercado futuro e recebe
o valor do hedge via trading no ato da operação, pagando por isso uma certa taxa de juros
aplicada sobre os meses de adiantamento. Neste tipo de negociação é travada a quantidade de
sacas a ser entregue a compradora.
Adiantamento: negociação na qual o produtor rural consegue um adiantamento
financeiro pela sua produção sem a fixação de preço futuro. Na realização deste tipo de
negócio, o produtor fica obrigado a entregar uma certa quantidade de soja relativa ao
adiantamento. Normalmente são adiantados recursos relativos a 70% da área a ser plantada e
um valor de U$5,00/saca. Estas medidas tomadas pelo financiador (Comprador), têm a
finalidade de garantir maior quantidade de matéria-prima para suas atividades e diminuir o
risco de inadimplência, visto que os níveis históricos de preços, dificilmente chegarão a esse
patamar. A fixação de preço e taxa de câmbio ficam a cargo do vendedor dentro do prazo
estabelecido pelo comprador;
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229
a este fim. Esta tarefa não se perfaz tão simples nos dias atuais haja visto a gama de opções
que o mercado coloca para a comercialização de produtos agrícolas. Nas visitas a campo pôde-
se observar que o principal problema para muitos produtores está na hora de comercializar o
grão. Estas opções passam desde a simples venda de um produto agrícola para um certo
interessado e recebimento a vista, até operações mais rebuscadas envolvendo operações com
opções sobre mercados futuros em mercados internacionais, hedges, especulações.
Nesse contexto foi observado na região de Sorriso algumas estratégias com relação à
negociação e administração de risco de preço de safra por parte dos produtores:
• Troca fixa insumo-produto: o produtor fecha um pacote com um fornecedor de
insumos, pacote este que inclui sementes, fertilizantes e agroquímicos, e se compromete a
entregar na colheita um certa quantidade fixa de produto quando da colheita. Desta forma ele
trava os custos dos insumos em sacas de soja. Essa troca pode ainda ser feita insumo a insumo;
• Contratos futuros: o produtor fecha um contrato futuro de entrega física de soja
por um determinado preço estipulado no dia da negociação, em dólar ou em reais travando o
preço adiantado para a soja que ainda vai colher;
• Travamento de componentes do preço: o produtor procura não só travar o preço
como um todo da soja, mas sim seus componentes como custo total (frete + custo de
padronização + custo portuário), prêmio, cotação de Chicago e câmbio, entendendo que cada
componente tem seu momento específico de negociação;
• Garantia de preço com possibilidade de participação na alta de preços:
modalidade recentemente utilizada pelo produtor para garantir e receber um dado preço pela
sua soja no ato da negociação, mas com possibilidade de participação na alta de preços de
Chicago;
Por outro lado, as empresas compradoras tentam, também, através de algumas
estratégias se manterem competitivas não só pelo preço mas também na flexibilidade de
operações junto a seus clientes. Como algumas das principais estratégias foram observadas:
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Uma tendência observada nos dias atuais é a união de forças por parte dos agricultores,
através de associações e cooperativas que visam única e exclusivamente obter vantagens na
comercialização, seja na venda de seus produtos, seja na compra de máquinas e insumos. A
título de exemplo cita-se o condomínio Celeiro do Norte como uma das mais novas reuniões
de produtores de Sorriso. Ao todo englobam 13 produtores da região e que juntos são
responsáveis por 10% da produção total de Sorriso, em torno de 200 mil toneladas em
praticamente 70 mil hectares. Segundo a publicação da revista Notícia de dezembro de 2004,
eles já conseguem uma redução de até 20% na aquisição de insumos.
Boa parte da produção brasileira de soja tem seu preço firmado em Bolsas de
Futuros ainda no período de plantio. Ao se utilizarem das diferentes negociação nas
formas a fixar, soja verde, troca-troca, CPR, o comprador basicamente olha o preço futuro
esperado para a época da entrega do produto e o internaliza até a região onde está sendo
feita a negociação, resultando no preço da soja na região de produção. A Tabela 3
apresenta um exemplo deste processo de formação de preço na época do plantio da soja
brasileira (outubro de 2005) com soja a ser entregue em março de 2006 utilizando-se
dados da CBOT.
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231
05/10/05
(2) Prêmio US$c/bu US$c/bu -20,00
(3) Subtotal (1+2) 564,00
(4) Conversão para tonelada Fator 0,3674
54
(5) FOB porto US$/ton (3*4) 207,24
(6) Comissão corretor físico US$/ton 0,50
(7) Receita bruta US$/ton (5-6) 206,74
(8) Corretagem de câmbio 0,00 0,00
(9) Despesas portuárias US$/ton 13,11
(10) Quebra de transporte 0,00 0,52
(11) Tributos (PIS, COFINS, Isentos 0,00
etc)
(12) Frete para o porto US$/ton (7-8-9-10-11) 71,58
(13) Paridade Rondonópolis US$/ton 121,54
(14) Paridade Rondonópolis US$/sc (13/1000 * 7,29
60)
(15) Cotação CBOT US$/sc 12,88
(1)*0,0220626)
Desconto em relação US$/sc (14 – 15) -5,59
CBOT(base)
Observações:
1. Não inclui ganho de performance
2. Prêmio do porto, que pode variar segundo o interesse momentâneo do importador e a
efetividade do porto
3. Fator de conversão ANEC
4. A base pode variar de acordo com oferta e demanda na região
12.Fretes internmo e externo
Fonte: elaborado pelos autores a partir de informações de tradings.
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233
A operação ex pit, também conhecida como troca de futuros por produtos físicos,
representa uma técnica avançada de hedge por meio da qual as partes de um contrato a termo
podem precificar a mercadoria negociada usando o mercado futuro. A lógica das
operações ex pit baseia-se no fato de que, se os hedgers (as duas partes do contrato a termo)
fossem obrigados a liquidar suas posições futuras no mercado, provavelmente o fariam por
preços diferentes.
A BM&F passou a admitir operações ex pit para seus contratos futuros agrícolas com o
propósito de oferecer mais uma alternativa de fixação de preço aos negócios a termo
realizados por participantes da cadeia agrícola. Essas operações podem ser efetuadas até o dia
estabelecido nas respectivas especificações contratuais, desde que sejam atendidas as
condições determinadas pela BM&F. Em 2004, foi registrado volume recorde de
operações nessa modalidade, superando 8 mil contratos futuros.
29
Extraído de Quaino (2005)
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235
comprada no mercado futuro em outro instante, quando sua expectativa for de alta de preço até
o vencimento da operação.
Essas operações também podem ser úteis no caso da entrega da mercadoria negociada
a termo ocorra em praça diferente daquela em que o preço da Bolsa para essa mercadoria está
baseado e/ou cuja qualidade seja distinta da estabelecida no contrato futuro correspondente.
No primeiro caso, é possível, estabelecer que um contrato de suprimento esteja baseado no
preço da Bolsa menos um deságio de frete. No segundo caso, a diferença de qualidade
(relativa ao contrato futuro) poderá ser compensada por ágio ou deságio, dependendo das
especificações da mercadoria contratada. Em ambas as hipóteses, o deságio o ágio é sempre
negociado entre as partes, mas a base do preço é estabelecida pelo mercado futuro.
O ex pit constitui, portanto, o casamento entre o contrato a termo e um contrato futuro,
em uma operação integrada que aproveita as vantagens de ambos os mercados: visibilidade,
transparência e capacidade de transferir riscos e compromisso de entrega e recebimento da
mercadoria (especificidades do contrato a termo).
Contrato a termo
Participante A Participante B
Fixação do Participante A:
Participante A BM&F
Vende contratos futuros
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Fixação do Participante B:
Participante B BM&F
Compra contratos futuros
Troca de Futuros:
Participante A Participante B
BM&F
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Exemplo:
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238
P
10,0
4
Cada contrato futuro de açúcar negociado na BM&F refere-se a 270 sacas de 50 kg,
100 contratos somam o equivalente a 1350 toneladas (270 x 50 x 100 = 1350000 kg). Os
preços do vencimento fevereiro 2006 no mercado futuro continuaram subindo até alcançar o
patamar de US$ 11,00/saca em novembro (3). Com os preços elevados, o momento pareceu
favorável para o vendedor, que até então, apenas acompanhava o mercado sem fixar seu preço
de venda. Com os preços futuros em US$ 11,00/saca, a usina decide vender contratos de
açúcar no mercado futuro. Por intermédio de seu corretor, vende 100 contratos de açúcar para
o vencimento fevereiro de 2006 pelo preço de US$ 11,00. Ressaltando-se que a operação foi
efetivada com o mercado, e não com o comprador original do contrato a termo.
No dia 02 de dezembro, data fixada no contrato a termo para a liquidação das posições
futuras, suponha que o vencimento fevereiro 2006 no mercado futuro estará, cotado em US$
10,00/saca (4). Nesse dia, as corretoras que intermediaram as operações a futuro solicitam à
BM&F proceder à inversão das posições ex pit, ou seja, fora do pit de negociação. Isso é feito
com a usina comprando da indústria 100 contratos futuros de açúcar para o vencimento
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239
fevereiro 2006 (pelo preço de US$ 10,00/saca), dessa forma encerrando sua operação vendida
no mercado futuro. Por sua vez, a indústria, que estava posicionada na compra, encerra sua
posição vendendo 100 contratos para a usina, pelo mesmo preço, ambas as operações
configurando a realização de um negócio ex pit.
Resultados:
A usina faturará o carregamento de açúcar vendido para a indústria pelo preço de US$
10,0/saca. Este é o preço de fechamento (no dia 01 de dezembro) do contrato futuro de açúcar
da BM&F para o vencimento fevereiro de 2006, conforme especificado no contrato a termo –
base de operação ex pit. A usina, que havia fixado (vendido a futuro) 100 contratos por US$
11,00/saca e no dia 01 de dezembro recomprou sua posição por US$ 10,00/saca, teve um
ganho de US$ 1,00/saca na operação a futuro. Computando-se as duas operações – o
faturamento na venda do açúcar para a indústria (US$ 10,00/saca) e o ganho obtido no
mercado futuro (US$ 1,00/saca) -, a usina açucareira obteve receita final de US$ 11,00/saca.
Esse resultado está de acordo com o que foi estabelecido pela usina no mês de novembro,
quando a montagem da operação de hedge.
Por outro lado, a indústria de chocolate, que também se protegeu usando o mercado
futuro, acabou pagando pelo açúcar (no físico) o valor de US$ 10,00/saca. No entanto, com a
estratégia de hedge no mercado futuro, conseguiu apurar ganho de US$1,00/saca, pois os
preços de mercado subiram em relação à posição de abertura do hedge de compra (US$
9,00/saca na abertura da posição em outubro para US$ 10,00/saca no fechamento em 01 de
dezembro). Os resultados da indústria, conjugando as duas operações (físico e futuro), o preço
final de compra é de US$ 9,00/saca (isto é, pagou US$ 10,00/saca no mercado físico e recebeu
US$ 1,00/saca referente ao ganho obtido no mercado futuro).
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240
(I) Fundo de Commodities compra uma opção de compra de café para abril, por
US$ 60,00/saca lançada pela Cooperativa e paga US$ 27,50/saca.
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(II) Fundo de Commodities compra uma opção de venda de café, para abril, por
US$ 140,00/saca, lançada pela Cooperativa e paga US$ 49,69/saca.
(III) Fundo de Commodities vende uma opção de compra de café, para abril, por
US$ 140,00/saca, comprada pela Cooperativa e recebe $ 0,10/saca.
(IV) Fundo de Commodities vende uma opção de venda de café, para abril, por US$
60,00/saca, comprada pela Cooperativa e recebe $ 0,10/saca.
I) Não exerce.
II) Exerce; compra no mercado a US$ 40,00/saca e vende para a
Cooperativa por US$ 140,00, lucrando US$ 100,00/saca;
III) Não é exercido;
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242
Conforme pode ser visto, em qualquer situação de preços o Fundo de Commodities vai
receber da cooperativa US$ 80,00/saca, dois meses após o seu "empréstimo" de US$ 76,99/sc.
Isto é, o Fundo vai receber US$ 3,01/saca a mais do que emprestou, o que se traduz numa taxa
de juros real pré-fixada de 1,94% ao mês. A combinação das diferentes opções de compra e
venda permite estes tipos de aplicações que se traduzem em diferentes níveis de rendimento
pré-fixado.
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244
1º. Cenário: soja em Chicago cai para 580 cents/bu ou US$ 12,79/sc, e a soja em
Tangará está cotada a US$ 10,14/sc. Neste caso, a trading exerce a opção, recebendo 20
cents/bu = 0,44 US$/sc os quais somados aos US$ 10,14/sc que a soja estará valendo em
Tangará menos US$ 0,73/sc pagos de prêmio fecha a conta da operação. Ou seja, a trading
acabará recebendo a soja ao preço de US$ 9,85/saca as quais multiplicando por 8.629,44
vão completar o valor de US$ 85.000,00 que serão repassados para a empresa de
defensivos e quitarão a dívida;
2º. Cenário: soja em Chicago vai a 620 cents/bu ou US$ 13,67/sc e se os preços se
comportarem como historicamente, a soja deverá estar cotada localmente a US$ 11,02/sc
os quais, descontando o prêmio pago de US$ 0,73/sc, resulta num valor líquido de US$
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245
Vamos imaginar que a trading compra antecipadamente a soja. Neste caso, o risco é da
trading porque em março de 2006 o preço da soja poderá ter caído ou subido. Para se garantir,
a trading fixa a soja na CBOT comprando Put de Pe = US$ 13,23/sc pagando prêmio de 33
cents/bu = US$ 0,73/sc. Vamos supor que, baseando-se nestes custos, a trading fixa com os
produtores o pagamento de US$ 9,85/sc soja, dentro da variação esperada considerando-se
Chicago como formador de preços e conhecendo-se a base média e o respectivo desvio
padrão. Deixando de lado a possibilidade de não entrega do produto, mostramos na tabela 19
algumas possibilidades em termos de retorno para a trading.
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246
Conforme pode-se ver, qualquer que for o resultado, a trading terá garantido o preço de
US$ 9,85/sc. De outro lado, qualquer que seja o preço futuro, ela também tirará proveito
vendendo mais caro e não exercendo a opção. Ou seja, a operação garantiu contra quedas de
preços mas permitiu ganhar nas subidas de preço.
A operação anterior permitiu à Trading travar um preço de venda do produto mas teve
um custo relativamente alto. Vamos agora montar uma operação chamada de proteção de
preço com limitador, onde a trading trava a operação limitando suas possibilidades de ganho
mas a operação em si custa muito menos. Para isto, vamos assumir que a trading comprou Put
de preço de exercício Pe = 13,23 e vendeu call de preço de exercício Pe = 14,11 ao preço de
US$ 0,51/sc.
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247
Para preços abaixo de 13,23/sc, a Trading exerce seu direito recebendo a diferença
entre o preço garantido pela Put e o preço vigente no contrato futuro mas não é exercido pelo
comprador da Call de Pe = 14,11, resultando num resultado líquido de 10,36/sc com a venda
da soja. Note que esta situação é a mesma mostrada no exercício anterior, apenas que o
produtor teve um ganho positivo com a venda da Call, o que melhorou o resultado em 0,51/sc
seja para quanto caia o preço da soja.
Se o preço da soja subir acima de 13,24/sc, o resultado melhora mas tem um limite,
US$ 11,24/sc. A partir daí, qualquer que for o preço futuro, ela será exercida na Call,
resultando sempre no mesmo resultado líquido.
Resumindo, com esta operação de limitador a Trading conseguiu fixar seu preço a um
custo de apenas 0,22/sc (-0,73+0,51). Em compensação, limitou a possibilidade de ganhos a
um patamar máximo que no caso foi de 11,24/sc ao contrário do exemplo anterior, onde as
possibilidades de ganhos eram ilimitadas. Numa situação como esta, a Trading poderá ou não
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248
repassar parte destes ganhos para o produtor, mas se o fizer, se colocará numa posição
potencialmente mais competitiva.
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249
Para o cálculo da base (preço spot - preço futuro) na praça de Feira de Santana (BA)
foram utilizados os preços spot e no mercado futuro de boi gordo na BM&F no período de
2002 a 2005. A base foi calculada como a diferença entre o preço spot e o a cotação do
contrato futuro do mês seguinte ao mês em análise, ou seja, a base nos meses de janeiro foram
calculadas como a diferença entre os preços spot/jan e do contrato com vencimento em
fevereiro do mesmo ano (cotações em janeiro), a base nos meses de fevereiro foram calculadas
com a diferença entre os preços spot/fev e do contrato com vencimento em março do mesmo
ano (cotações em fevereiro), e assim por diante.
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fortalecimento). A figura 17 também dá uma idéia da oscilação da base, o que pode levar a
melhores estratégias na fixação dos preços.
R$ 10,00
R$ 5,00
R$ 0,00
JAN FEB MAR APR MAY JUN JUL AUG SEP OCT NOV DEC
-R$ 5,00
-R$ 10,00
-R$ 15,00
O setor de rações (suínos e aves) representa 90% da demanda interna de milho, sendo
que o milho participa com 65% a 80% na composição destas rações. Dados da pela Embrapa
Suínos e Aves mostram que a ração representa 56,6% do custo de produção total do frango de
corte. Desta maneira torna-se necessário à utilização de instrumentos financeiros para garantir
a a estabilidade das granjas produtoras de frangos.
No dia 20 de setembro de 2006 a análise de fatores fundamentais do mercado de milho
indicavam maior demanda internacional do produto para a fabricação de etanol e possível
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253
30/11/2006
Compra Física - 1350 sacas R$ 24,44 (R$ 32.994,00)
(Campinas)
RESULTADO BM&F + Compra Física R$ 25.839,00
Como resultado da operação, a granja pagará R$ 19,14 por saca de milho bem
menos do que os R$ 24,44/saca pagos pelos demais compradores que não efetuaram a
operação na Bolsa.
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5.1. Introdução
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257
Embora sejam bem distintos nos seus pressupostos teóricos e nas suas metodologias e
técnicas empíricas, os dois enfoques, do ponto de vista dos praticantes de mercado, geralmente
se complementam e não devem ser consideradas isoladamente. Existe um consenso no
mercado de que a análise fundamentalista é mais apropriada para entender o comportamento
do mercado no longo prazo, mas não é muito informativa para previsão de preços no curto
prazo. Para essa última tarefa a análise grafista é mais recomendada 30. Serão vistas a seguir,
com maior detalhe, as principais características e exemplos práticos de aplicação dessas duas
abordagens.
30
Existe uma enorme controvérsia sobre qual melhor tipo de técnica para se analisar os preços de mercado.
Schwager (1995) na página 4 cita Jim Rogers o qual, junto com George Soros, geriu um dos mais lucrativos
fundos de Wall Street: “Eu nunca encontrei um analista técnico que ficou rico, exceto, é claro, aqueles que
vendem seus serviços e conseguem um monte de dinheiro”. Já o próprio Schwager (1996) se confessa um
fundamentalista novo crente no grafismo.
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260
que se saia na frente dos concorrentes, antes que a competição no mercado incorpore e
dissemine essa nova informação aos preços.
Conforme já visto anteriormente, as Bolsas de Futuros são locais para onde convergem
as forças de mercado que atuam em uma determinada commodity, de forma que a
determinação de seu preço futuro deve refletir o consenso das expectativas entre seus
participantes. Um dos maiores desafios desse mercado, portanto, refere-se à capacidade dos
agentes de se antecipar na previsão desses preços, aumentando suas oportunidades de lucros e
chances de sucesso.
Pode-se perceber que, na maioria das vezes, quando um fato novo é noticiado, como
por exemplo um relatório do USDA indicando uma quebra de safra de soja norte-americana,
grande parte do efeito já foi absorvido pelo mercado sob a forma de aumento das cotações,
denotando o elevado grau de informação dos agentes que atuam nos mercados futuros. Assim,
é importante observar que, apesar da alta volatilidade dos preços, influenciados por diversos
fatores, como notícias diárias ou tendências de opinião pública, os preços dos produtos
agrícolas seguem certos modelos de comportamentos - tendência, sazonalidade e ciclos -
discutidos no capítulo 1 e aos quais os analistas devem estar particularmente atentos. Nas
figuras 1.8 e 1.9, podem ser observadas a tendência e a sazonalidade do preço da soja recebido
pelo produtor do Paraná.
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tentam antecipar como e quando esses fatores irão afetar o preço de mercado na forma
sumarizada na figura 5.2.
Como foi comentado, toda informação pública sobre uma commodity acaba se
refletindo no preço. Os fundamentalistas estudam não só como esses eventos alteram o valor
da commodity, mas também os efeitos psicológicos nos traders quando eles processam essas
informações. Em outras palavras, as expectativas são vitais no processo. Assim, muitas
oportunidades de negócios aparecem justamente porque existe um lag temporal entre um
evento e a resultante resposta do mercado antes que a informação seja incorporada ao preço.
Na atualidade brasileira, pode-se agrupar em três os setores mais importantes em
termos de análise de mercado: grãos (soja, milho, café), carnes (boi, principalmente) e
sucroalcooleiro. os setores. Serão em seguida discutidos sucintamente alguns aspectos
importantes para este tipo de abordagem comumente utilizados por operadores de mercados
futuros e cujas técnicas podem auxiliar nas previsões dos agentes que atuam nos mercados
como produtores, comsumidores e traders.
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262
dada uma equação de demanda, mais café será demandado a preços mais baixos e menos a
preços mais altos; da mesma forma, os preços serão mais elevados quando a quantidade
ofertada for pequena e mais baixos com uma maior quantidade ofertada. Pode-se mesmo dizer
que a análise fundamentalista oferece ao analista uma antecipação do que vai acontece muito
antes da sinalização dada pela análise técnica.
Segundo Corrêa e Raíces (2005, p. 36), nos países produtores, na análise do quadro
geral, o consumo pode ser dimensionado como
31
Vide, por exemplo, previsões de safra do United State Department of Agriculture (USDA) no site
www.usda.gov.br
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263
Prod = produção
EXP = exportação
EF = estoque no final da safra ou estoque de passagem
Já nos países consumidores, segundo os mesmos autores, esta mesma equação poderia
ser apresentada como
Um dos números mais comumente observados e que pode oferecer uma rápida leitura
sobre a oferta e demanda de um determinado produto refere-se à relação dos “estoques para
uso” (ou STU - stocks to use, em inglês). Esta relação é dada pela divisão entre os estoques
finais e o uso total (consumo + exportações) em um determinado ano ou safra e espera-se
preços mais elevados quando essa relação for baixa (forte demanda em relação à oferta) e
cotações menores quanto o STU for alto (grande oferta em relação à demanda), conforme
mostrado nas Figuras 5.1 e 5.2. Da mesma forma, constata-se que os preços ficam mais
sensíveis a qualquer variável que possa afetar as culturas em anos com baixos estoques e vice-
versa.
30% 8,00
20% 6,00
US$/bu
15% 5,00
10% 4,00
5% 3,00
0% 2,00
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
ano-safra (set-ago)
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Figura 5.1. Relação de estoques finais e uso total (consumo + exportações) - “Stocks-
to-use ratio” e preços médios anuais da soja nos Estados Unidos, em US$/bushel, entre 1981 e
1997
70% 3,50
60% STU
Preço 3,00
50%
2,50
40%
US$/bu
30%
2,00
20%
1,50
10%
0% 1,00
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
ano-safra (set-ago)
Figura 5.2. Relação de estoques finais e uso total (consumo + exportações) - “Stocks-
to-use ratio” e preços médios anuais do milho nos Estados Unidos, em US$/bushel, entre 1981
e 1997
Assim, para obter esta relação, o analista deve procurar projetar a oferta e demanda de
uma determinada commodity, a partir da análise das variáveis que podem afetá-las e que serão
vistas à seguir.
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265
a) Antes do plantio: o período de plantio da maioria das culturas anuais como o milho e
a soja se inicia a partir do mês de setembro podendo se prolongar até o início do mês de
dezembro, época em que se espera que a quase totalidade do plantio da safra de verão esteja
concluída em todo o país. O preparo da terra para a implantação destas culturas é realizado
nos meses precedentes ao plantio e o analista fundamentalista deve procurar examinar
inicialmente a intenção de plantio dos produtores.
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266
2. Demanda: para esta análise, é importante que o operador determine quais são
os agentes consumidores do produto e o nível de procura de cada um deles. No caso do
milho, seus principais demandantes são os setores avícola e suinícola, cujo consumo se dá sob
a forma de rações, seguidos pela indústria moageira seca e úmida. No processo a seco os
principais produtos são a farinha de milho, fubá, canjiquinha e o gérmen para a produção de
óleo e na moagem úmida obtém-se o amido como principal produto. Já no caso da soja, têm-
se como principais consumidores diretos as esmagadoras que produzem o óleo e o farelo de
soja e os exportadores do grão.
32 A Tabela 6.1 na seção de conclusões deste capítulo mostra alguns “sites” onde o leitor poderá encontrar informações que o ajudarão a realisar análises do
comportamento do mercado.
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4. projetar, para o ano seguinte, a oferta total, a procura total e o carry over resultante;
Modelos mais sofisticados podem e devem ser utilizados por operadores profissionais
e deverão incluir uma descrição completa da interação entre os diversos fatores econômicos
que determinam os preços à vista e todos os preços a futuro e, para tanto, é recomendado o uso
de métodos estatísticos que facilitem a análise de uma relação econômica - denominado
econometria - e que permitem descrever como os diversos fatores afetam os componentes de
oferta e procura de um determinado produto.
Finalmente, cabe salientar que a presente análise (da oferta e demanda de grãos
influenciando diretamente os preços dos produtos) deve ser feita, também, pelos produtores.
Pode-se, a nível de ilustração, tentar apontar os principais erros que os produtores comumente
cometem em sua análise:
• “Olhar para trás”, normalmente balizando sua decisão de plantio nos preços
praticados na safra anterior, desconsiderando muitas vezes as perspectivas da nova safra.
• Esperar sempre melhores preços na entressafra, decisão válida na maioria dos anos
mas que nem sempre se aplica. Nestes casos, é sempre preferível fazer vendas parceladas,
buscando-se obter preços médios ao longo do ano e, principalmente, estar atento às
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269
oportunidades de relações de trocas entre seu produto e os insumos necessários para o custeio
de suas lavouras.
A análise fundamentalista aplicada para a pecuária mostra uma diferença básica com
relação ao mercado de grãos. No caso da pecuária, não se pode carregar estoques, portanto não
se pode estocar animais vivosde um ponto de vista econômico. Portanto, a oferta corrente é o
principal fator a ser examinado na análise dos fundamentos do mercado. Neste caso, os
pecuaristas determinam qual vai ser a oferta de bois e bezerros, sendo a questão principal
saber quão lucrativa será essa operação. O lucro é afetado pelo preço de mercado e pelo lucro
de criar e engordar o animal. Quando a lucratividade é alta, os pecuaristas se animam,
aumentam a oferta e o preço cai. A queda na lucratividade opera na direção oposta: os
pecuaristas diminuem a criação e engorda, vendem matrizes, começa a falta bezerros e boi
para abate e eventualmente, os preços sobem. Todo este processo é esquematizado na figura
5.2.
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►aumenta a
oferta de bezerro
(mais bezerros)
Preços em queda
Preços em alta
◄diminuição da
oferta (menos bezerros)
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Preços futuros
afetam
Resumindo, o analista técnico acredita que os preços passados dão origem aos
preços correntes e que um movimento anterior de preços pode e deve motivar um movimento
subseqüente. É muito comum que em mercados futuros agrícolas as oscilações de preço
variem de forma desproporcional a um determinado fato fundamentalista (falta de chuvas
sobre a produção de soja, por exemplo). Não são os prejuízos efetivos que motivam a variação
nas cotações num primeiro momento, mas o que a massa pensa sobre isto. A expressão “o
mercado sobe no boato e cai no fato” é muito conhecida pelos operadores de mercado futuro e
retrata com precisão esta idéia. Considera-se que os mercados futuros, em geral, são
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mais afetados por fatores psicológicos do que os mercados físicos. Essa dimensão
comportamental da psicologia dos mercados futuros ainda é pouco estudada pela literatura de
economia e finanças, embora todos reconheçam seu poder de influência.
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Gráficos de barras
Estes são os mais fáceis de utilizar e entender uma vez que na linha vertical colocamos
os preços praticados e na linha horizontal, cada dia de negociação. A atividade de preço de
cada dia é marcada por uma única linha vertical. O topo da linha representa o preço máximo
de cada dia e a base da linha vertical, o preço mínimo do dia. A “marca” horizontal à direita da
linha de fechamento mostra o preço de fechamento do dia (muitas vezes, uma marca à
esquerda da linha vertical também está presente para assinalar o preço de abertura).
Diariamente, uma nova linha é traçada, formado um desenho como o da figura 5.3.
Os gráficos de barra podem ser diários, semanais, mensais, etc. Os gráficos semanais e
mensais dão uma perspectiva mais ampla do comportamento do mercado, enquanto o gráfico
de barras diário deverá ser utilizado para determinar o “timing” dos negócios.
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primeiro e do segundo mês em negociação quando o primeiro mês cotado chega ao final - o
salto para o contrato seguinte pode dar uma falsa impressão de forte oscilação de preço que na
verdade não houve).
Média móvel
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Sinal de venda
O gráfico de médias móveis é para quem não está interessado nas oscilações
diárias, muito menos dentro do dia, mas apenas as grandes tendências e usa somente os preços
de fechamento e trabalha com as médias destes valores, identificando a grande linha por onde
os preços estão caminhando e evitando as pequenas oscilações que podem dar a impressão de
que os preços estão mudando ou irão mudar de rumo. Geralmente a média móvel é construída
junto com o gráfico de linha e barras, se constituindo em outro elemento de análise. O valor do
método de média móvel não está na avaliação do topo ou do fundo de um movimento, mas na
identificação de tendências e na obtenção de lucros decorrentes do acerto na previsão destas
tendências.
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Tendência de alta (bullish) - É definida pela sucessão de picos e vales mais altos, ou seja,
cada pico e cada vale ocorre em valor superior ao anterior (Figura 5.5).
Tendência de queda (bearish) - É definida pela sucessão de picos e vales mais baixos, ou
seja, cada pico e cada vale ocorre em valor inferior ao anterior (Figura 5.6).
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283
Tendência de
alta
Tendência de
queda
Fonte: CBOT.
Quando uma tendência de alta está para reverter, uma das seguintes situações
costuma ocorrer:
A primeira situação indica apenas que a tendência de alta não conseguiu ser
restabelecida e poderá ser revertida. A segunda, no entanto, é indicação mais forte se a reta
ultrapassada é de longo prazo e indica que a massa deve estar mudando de idéia sobre o rumo
dos preços. É um bom momento para liquidar posições compradas (long).
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284
Segundo uma imagem muito utilizada por aderentes da Escola Técnica, “se os
preços são as batidas do coração, o volume e os contratos em aberto correspondem à
temperatura e à pressão sangüínea”. Afigura 5.7 apresenta o volume de negócios e o número
de contratos em aberto de soja na CBOT. Estes dois indicadores – o volume de negócios e o
número de contratos em aberto - são complementares à análise dos preços, muito embora
considerados com menor significado pelo fato de ambos serem afetados pelas distorções
causadas pelos elementos discutidos a seguir.
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33 Observe, por exemplo, em qualquer época do ano, o número de contratos em aberto e volume negociado para o contrato de soja
para novembro, por exemplo, que tende a ser sempre maior do que para qualquer outro mês do ano por coincidir com a safra
americana.
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O gráfico de velas é uma outra abordagem da análise técnica, utilizando uma técnica
desenvolvida no Japão onde a distância entre o preço de abertura e o de fechamento é
representada por um retângulo vertical (a vela). O intervalo de preços máximos e mínimo é
representado por uma linha vertical que corta o retângulo (o pavio). A vela quando está
pintada de preto mostra que o preço de fechamento está abaixo do de abertura e vela não
preenchida (em branco), mostra que o preço de fechamento está acima do preço de abertura. A
Figura 8 mostra um Gráfico de Velas com base nos contratos de soja negociado na Bolsa
CBOT.
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Fonte: CBOT
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vender quando ele passa a tomar valores negativos. A Figura 5.9 representa o Oscilador de
Bollinger Bands com base nos contratos de soja negociados na Bolsa CBOT.
Figura 5.9. Gráfico representativo do Oscilador de Bollinger Bands, soja maio 06,
CBOT.
Fonte: CBOT
Sabemos que desvio padrão é uma fórmula estatística que mede volatilidade,
conseguindo-se com isto mostrar o preço da commodity e como este pode se distribuir ao
redor de seu valor de seu “valor verdadeiro”. Desta forma, o analista pode ter certeza que
quase todos dados necessários para a análise serão encontrados entre as duas bandas.
Bollinger Bands consistem de uma linha média e dois canais de preços, um acima e ouro
abaixo da linha média. A linha média é uma média móvel exponencial e os canais de preço são
desvio padrão dos preços sendo estudados. As bandas irão se expandir e se contrair à medida
que as mudanças de preço de uma commodity tornam-se mais voláteis (movimento de
expansão) ou ficarem presas à linha média (contração).
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5.5. Conclusões
No meio de uma nítida tendência de alta, por exemplo, os preços revertem por
alguns dias sem que tenha havido nenhuma novidade fundamentalista sobre o mercado
daquele produto, mas os preços reverteram porque alguns agentes (fundos de commodities, por
exemplo) acharam por bem realizar o lucro de algumas posições vendidas dando pouca ou
nenhuma importância à continuidade ou não da tendência.
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