Dignidades Planetarias Por Ptolomeu
Dignidades Planetarias Por Ptolomeu
Dignidades Planetarias Por Ptolomeu
A força relativa de cada planeta na carta astrológica depende de uma série de fatores, dentre
os quais se destaca a área do zodíaco por ele ocupada. Estudar as dignidades planetárias é,
exatamente, determinar a força ou o poder de cada planeta frente aos demais, com base em critérios
bem definidos. Tais dignidades são chamadas de essenciais quando estes critérios levam em conta
apenas fatores especificamente celestes, tais como o signo, a parte do signo ou, mais
detalhadamente, o grau ocupado por um planeta. Já as dignidades acidentais são aquelas que não
decorrem da posição zodiacal, envolvendo outros fatores como aspectos com outros planetas e
estrelas fixas, relação com os ângulos da carta etc.
Ptolomeu, astrólogo, astrônomo e geógrafo grego nascido no Egito por volta do ano 85 da
era cristã e falecido em Alexandria no ano 165, foi a influência mais duradoura sobre a Astrologia
praticada no Ocidente até o final da Idade Média. Sistematizando o conhecimento astrológico que o
mundo helenístico herdara da Mesopotâmia e do Egito, Ptolomeu estabeleceu uma clara hierarquia
entre as dignidades essenciais, até hoje válida, definindo a regência ou o domicílio como a mais
importante das dignidades, seguida pela exaltação e, em menor grau, pela triplicidade. As
dignidades mais débeis são o termo e a face, muito pouco estudadas pelos astrólogos modernos.
Os quadros que se seguem definem os critérios de aplicação das cinco dignidades essenciais.
Regente - O regente é o planeta que tem maior afinidade natural com determinado signo,
manifestando-se ali como se estivesse "em casa" (daí a expressão domicílio). Considera-se que um
planeta domiciliado encontra-se fortalecido em sua expressão. A tabela trata apenas dos regentes
tradicionais, utilizados até o século XVII, com exclusão dos planetas descobertos em época
posterior. Observe-se que, com exceção dos dois luminares, Sol e Lua, os demais planetas regem,
cada um, dois signos: um por expressão diurna (D) e o outro por expressão noturna (N). Assim,
Marte rege tanto Áries quanto Escorpião, mas em Áries, sua regência diurna, a energia marciana se
manifesta de maneira mais direta e aberta. Em Escorpião, seu domicílio noturno, Marte manifesta
sua energia de maneira mais introvertida e inconsciente. Os termos diurno e noturno podem ser
tomados como sinônimos de masculino e feminino, yang e yin, extrovertido e introvertido.
Triplicidade - Os signos que compõem cada triplicidade são aqueles ligados ao mesmo
elemento (Fogo, Terra, Ar ou Água), o que lhes dá, assim, uma similaridade básica. Trata-se de uma
dignidade essencial mais débil que a regência e a exaltação. Na triplicidade, os regentes planetários
mudam de acordo com a natureza diurna da carta (Sol acima do horizonte) ou noturna (Sol abaixo
do horizonte). As letras D e N no topo da coluna indicam os regentes diurno e noturno
correspondentes a cada elemento. Assim, todos os signos de Fogo terão sempre o Sol como regente
diurno da triplicidade e Júpiter como regente noturno; todos os signos de Terra terão em Vênus o
regente diruno da triplicidade e na Lua, o noturno; e assim por diante.
Utilizando termos
Termos - Trata-se de uma dignidade essencial mais débil do que as três já apresentadas e de
uso muito raro entre astrólogos modernos, se bem que bastante utilizada na técnica tradicional. Eis
um conceito de termo segundo Anthony Louis, em seu Horary Astrology Glossary, com tradução de
Barbara Abramo:
Quando um planeta ocupa os termos de outro, ele age "em termos" daquele
planeta. Portanto Saturno nos termos de Vênus agiria "nos termos de" Vênus e perde
um pouco de sua malevolência e Vênus nos termos de Marte não seria tão doce.
Barbara acrescenta que termo vem do inglês do inglês term, tradução do grego horion, que
poderia ser traduzido como circunscrição, delimitação, território.
Esta tabela mostra os graus em que ocorre mudança da regência por termo. Por exemplo: na
linha correspondente a Áries, vê-se o símbolo de Júpiter seguido pelo número 6, o que significa que
Júpiter rege o primeiro termo de Áries, de 0°00' a 5°59'. A partir de 6°00', e daí até 13°59', a
regência cabe a Vênus; o terceiro termo, a partir de 14°00', corresponde a Mercúrio, e assim por
diante.
Observe que o Sol e a Lua não regem nenhum termo. Os planetas considerados maléficos,
Marte e Saturno, regem sempre o último termo de cada signo e às vezes também o penúltimo. Isto
significa dizer que a faixa entre 27° e 30° sempre cai sob a regência de um maléfico. Contudo,
Marte e Saturno jamais regem os termos intermediários de cada signo (de 6° a 19°), que sempre são
regidos por Vênus, Mercúrio ou Júpiter.
Esta tabela mostra os graus em que ocorre mudança da regência por face. Por exemplo:
Marte rege os primeiros dez graus de Áries, de 0°00' a 9°59'; o Sol rege de 10°00' a 19°59' de Áries;
e assim por diante.
Queda - Um planeta está em queda quando se encontra no signo oposto ao de sua exaltação.
A queda é uma debilidade, indicando fraqueza, limitação, desvantagem e ausência de auxílio.
Observe-se que a seqüência das regências planetárias sobre as faces desce pelas linhas e
colunas da tabela aproximadamente na ordem decrescente de distância de cada planeta à Terra:
Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua. Já quando observados no sentido vertical, de
cima para baixo, os planetas aparecem na mesma ordem dos dias da semana. Para melhor
compreensão, a tabela abaixo mostra a correspondência entre planetas e dias da semana em inglês e
espanhol: