Guacira Genero e Sexualidade PDF
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"Amor é para sempre / Sexo também // Sexo é do bom ... / Amor é do bem. .. ",
diz - entre outros numerosos e inspirados versos - a canção de Rita Lee e
Roberto de Carvalho, escrita a partir de uma crônica de Arnaldo labor, que
embala os ouvidos brasileiros nos primeiros meses de 2004. E é a partir desse
mote que iniciamos essa resenha, embora à canção falte a referência ao terceiro
elemento enfatizado pelo livro que resenharemos: gênero. Se "gênero" não é
referido na canção, isso não importa, quando entendemos as prerrogativas que
se concedem à música, à literatura, à canção ... Mas, se tal referência falta na
reflexão educativa, seguramente o caso toma-se mais sério. Mesmo que ques
tões de gênero apenas recentemente tenham conquistado espaço significativo
no campo dos estudos pedagógicos, desde então passaram a representar uma
das temáticas mais fecundas para se pensar como a escola contribui para a
constituição de subjetividades e trabalha com as diferenças. E é a essa vertente
de inegável relevância e contemporaneidade que o livro que passamos a rese
nhar se filia.
Partindo de três temas atuais - corpo, gênero e sexualidade - as autoras e
autores os discutem em conexão com o campo da Educação e, para fazê-lo,
assumem como referenciais teóricos os Estudos Culturais, os Estudos de Gêne
ro, os Estudos Feministas e a perspectiva pós-estruturalista de análise. Dentro
desse intento, os treze artigos que compõem a coletânea exploram, principal
mente a partir do âmbito das pedagogias culturais, como essas operam na cons
tituição do corpo, do gênero e da sexualidade dos sujeitos contemporâneos.
Trata-se de trabalhos que resultaram de curso de extensão promovido, em 2003,
por dois grupos de estudos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: o
GEERGE - Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero-e o GRECCO
-Grupo de Estudos sobre Cultura e Corpo.
Na breve introdução, as organizadoras discutem o quanto na tradição do
humanismo ocidental o corpo tem se constituído como o lugar da natureza, do
primitivo, do instintivo, do animal, em oposição ao racional, ao humano, à cultu
ra, à política (de certa maneira, ao "educável", diríamos). Paradoxalmente, ao
mesmo tempo em que tem sido desqualificado, o corpo tem sido alvo de inúme
ros investimentos das práticas escolares e também de outras instituições soci
ais, como é o caso das pedagogias culturais. A partir disso, segundo as
organizadoras, a pretensão do livro é que "ele ajude a formular novas perguntas
e, muito, especialmente, que ele faça pensar" CP. 8), objetivo que se apresenta
plenamente contemplado nos treze artigos que o compõem.
Partindo de comentários a uma notícia de jornal sobre a crescente obesida
de nos Estados Unidos-atribuída, então, à ausência da mãe como "cozinheira"
do lar-Dagmar Meyer desenvolve o primeiro texto do livro, intitulado "Gênero
e educação: teoria e política". Buscando defender duas teses inicialmente apre
sentadas - a da centralidade conceitual, pedagógica e política do gênero e a do
caráter não-natural nem definitivo das verdades, mesmo as "científicas"-Dagmar
ressalta que, embora o movimento feminista tenha produzido diversas discus
sões sobre a situação da mulher, o sexo anatômico ainda é constantemente
relembrado para explicar e justificar as desigualdades entre homens e mulheres.
Ao traçar um breve e elucidativo histórico do campo de estudos feministas, a
autora lembra que foi para questionar tais implicações que algumas teóricas
anglo-saxãs começaram a utilizar o termo gender, com o objetivo de explicar que
as desigualdades de gênero ocorrem devido "Ca) os modos pelos quais caracte
rísticas femininas e masculinas são representadas como mais ou menos valoriza
das" (p. 14). Nesse sentido, o conceito de gênero pretende romper a "colagem
de um determinado gênero a um sexo anatômico que lhe seria 'naturalmente'
correspondente C ... ) para argumentar que diferenças e desigualdades entre mu
lheres e homens eram social e culturalmente construídas e não biologicamente
determinadas" CP. 15). A autora do artigo relembra, então, importantes implica
ções de tal conceito para a área da educação, como o caráter de incompletude e
de incessante trabalho na nossa constituição como "homem" ou "mulher"; a
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multiplicidade de formas de vivermos a feminilidade e a masculinidade,de acor
do com a contingência e outros marcadores sociais como classe, raça/etnia; a
importância de considerar as relações de poder entre homens e mulheres e não
apenas nos estudos da mulher; e, finalmente, a relevância de uma abordagem
mais ampla das instituições e práticas que são atravessadas e constituídas por
representações de gênero,o que implica a produção de sujeitos de acordo com
tais representações.
O segundo artigo,"A produção cultural do corpo",assinado por Silvana V.
Goellner,focaliza mais detidamente as questões do corpo,pensado como "pro
duzido na e pela cultura" (p. 28) e,portanto,re-construído diversamente confor
me os contextos e as épocas. Invocando,além do campo dos Estudos Culturais,
o campo da História do Corpo, filiado à Nova História, a autora entende que
pensar o corpo dessa forma constitui um desafio - pois rompe "com o olhar
naturalista sobre o qual muitas vezes o corpo é observado" -e uma necessida
de,já que "ao desnaturalizá-lo,revelar-se],sobretudo,que o corpo é histórico,
(. ) é provisório,mutável e mutante,suscetível a inúmeras intervenções".Assim
. .
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posto em xeque, uma vez que engloba "atitudes que são exercidas, quase sem
pre, por aquele e aquela que se percebe superior" (p. 48).
Incidindo lateralmente numa temática que tem freqüentado a mídia, em fun
ção da veiculação crescente de notícias de pedofilia, Jane Felipe Neckel aborda
a "erotização dos corpos infantis", em artigo com o mesmo nome. A partir do
entendimento de que estamos sendo subjetivadas/os por discursos "permeados
por um constante e crescente processo de erotização da sociedade e, em espe
cial, dos corpos femininos" (p. 62) e de que às mulheres (e também às meninas)
é endereçado um "constante apelo à beleza, que se expressa através de um
corpo magro e jovem (... ) aliada sempre ao supérfluo, ao consumo desenfreado"
(p. 55), a autora observa que as crianças também têm sido consideradas como
consumidoras, ao mesmo tempo em que são apresentadas "como objeto a ser
apreciado, desejado, exaltado, numa espécie de 'pedofilização' generalizada da
sociedade" (p. 56). Após um breve percurso por questões etimológicas, cultu
rais e históricas da pedofilia, Jane aborda alguns exemplos atuais do "encanta
mento adulto pela infância", para, ao final, lançar uma questão desafiadora,
porque paradoxal e inesperada dentro de nossas "verdades civilizadas": "afinal,
quem é mesmo pedófilo?" (p. 64)
No texto talvez mais programático de todos que compõem o livro-"Educa
ção sexual: possibilidades didáticas"-Jimena Furlani "problematiza o trabalho
escolar de discussão das sexualidades e dos gêneros a partir da educação sexual
com crianças do ensino fundamental" (p. 67). Embora não cite o movimento do
"politicamente correto", Jimena incorpora princípios nele inspirados, ao sugerir
explicita e enfaticamente a intervenção nos usos lingüísticos, em especial os
relacionados à questão do gênero gramatical masculino, em Língua Portuguesa,
e sua histórica abrangência referencial em relação a mulheres e homens.A autora
não teme fazer julgamentos peremptórios de expressões e frases sexistas, assim
como atribuir responsabilidades e conseqüências de seu uso, investindo seu
texto de um caráter simultaneamente provocativo e polêmico!
Deslocando o olhar da leitora e do leitor para outra "idade da vida", em
"Juventude, escola e mídia", Rosimeri A. da Silva e Rosângela Soares buscam
apontar as formas como tal idade vem sendo produzida na mídia e suas possí
veis relações com o mundo escolar. Para isso, valem-se - como objetos de
análise - de algumas experiências escolares e da MTV, emissora de televisão
direcionada a jovens. Recorrendo a algumas pesquisas já realizadas sobre o
tema, as autoras enfatizam o quanto a juventude e a sexualidade "são categorias
sociais que a mídia explora como indissociáveis uma da outra e como centrais na
nossa vida" (p. 86), e como a tarefa da escola de lidar com tais categorias tem
sido descrita como dificil e problemática. No entanto, Silva e Soares afirmam que
a escola pode ser um espaço muito produtivo para discussões sobre essas
temáticas, já que ela "constitui um local de encontro entre jovens, ou seja, um
espaço de relações sociais, que pode ser muito interessante e necessário" (p. 92).
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É com perspicácia analítica e sensibilidade que Alex B. Fraga, no artigo
intitulado "A boa forma de João e o estilo de vida de Fernanda", realiza, a partir
de fragmentos da narrativa de João Paulo Diniz sobre o acidente que vitimou a
modelo Fernanda Vogel, veiculada em matéria da revista Veja, uma interessante
análise do "estilo de vida ativo" contemporâneo. Através da narrativa de João
Paulo, que conseguiu sobreviver à queda do seu helicóptero no mar por ter
nadado até à praia, é valorizado seu estilo de vida esportivo, enquanto Fernanda
é sutilmente culpabilizada pela própria morte, por possuir uma "vida sedentá
ria". ParaAlex, "o discurso da atividade física articulado à saúde muda de enfoque,
toma-se mais mórbido: ao mesmo tempo em que condena o excesso, também
responsabiliza o sedentário pelo destino decorrente do estilo de vida adotado"
(p. 98). Também não falta à análise da entrevista do sobrevivente a identificação
da "culpa de gênero" da Fernanda - atualizam-se, mais uma vez, a noção de que
falta algo às mulheres e a reiteração da posição da mulher como um "sujeito
deficitário". Nesse sentido, o autor enfatiza que "o estilo de vida ativo, mais do
que uma simples opção pessoal pela prática de exercícios regulares em prol da
saúde, de modo muito sutil, inscreve nos corpos normas de conduta e compor
tamento que refletem discriminações sociais de gênero, sexualidade, etnia, clas
se, geração" (p. 102). Deve-se acentuar ainda, a valorizar o texto deAlex, o jogo
de mesclas entre um estilo narrativo e descritivo fíccional-tomando "reais" as
cenas agora apenas imagináveis -e um estilo mais "neutro", tradicionalmente
tido como acadêmico. E é dentro desse jogo textual que a leitora e o leitor são
provocados não só para pensar, mas também para imaginar, para sentir, para re
viver essa situação-limite, na qual "sobre o corpo de Fernanda (...) a performance
de João reluz".
Também relacionado à questão dos discursos sobre o corpo e as práticas
corporais desejáveis na contemporaneidade, o texto "Mídia impressa e educa
ção de corpos femininos", de Sandra Andrade, apresenta a análise da seção
"Desafio de verão", veiculada pela revista BoaForma, relacionando-a com ou
tras matérias de importantes veículos da mídia impressa, as quais "prescreve(m)
dietas alimentares de emagrecimento com a indicação de alimentos mais saudá
veis e as melhores escolhas" (p. 112). A partir disso, a autora procura indicar
como a "revista, ao se apresentar como guia, pretende direcionar, governar e
servir de regra a fim de estimular o autodisciplinamento, o autocontrole", funcio
nando como um legítimo "guia norteador das condutas femininas".
É ainda na mídia impressa, mas agora na revista Capricho objeto de outras
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moda como uma atividade a balizar a aparência e evidenciar comportamentos e a
ênfase ao look, com uma maneira de garantir um estilo pessoal e único" (p. 131).
No texto "Fica Comigo Gay: o que um programa de TV ensina sobre uma
sexualidade juvenil?", Rosângela Soares analisa um episódio do programa Fica
Comigo, veiculado pela MTV, especificamente a versão gay, levada ao ar em
agosto de 2001, procurando discutir como tal programa indica a forma como a
MTV - conhecida emissora de TV voltada exclusivamente para o segmento
juvenil - conceitualiza a "sexualidade na e para a juventude". Na análise do
programa específico, em que se vale de informações acessórias da própria emis
sora, sobre os cuidados tomados em sua produção, a autora aponta o "paradoxo
que marcou o programa gay: a excepcionalidade, e ao mesmo tempo, a proximi
dade em relação a programas heterossexuais do Fica Comigo", afirmando que
"o programa gayfoi ao ar depois de ficar o mais próximo possível de uma relação
amorosa considerada como 'normal' e que isso poderia estar indicando que sua
concepção estava ancorada em um referencial heterossexual normativo" (p. 140).
Apesar de acentuar o caráter heteronormativo do programa analisado e anco
rando-se em relevantes discussões sobre a "normalidade" e seus "limites",
Rosângela ressalta a importância de tais produtos da indústria cultural na pro
dução e veiculação de outras identidades.
Em "Gênero e sexualidade para consumo", Ruth Sabat estabelece como
objetivo "indicar pistas que possibilitem olhar para a publicidade como um me
canismo eficiente na produção das identidades de gênero e sexual" (p. 149).
Assim, a partir de questões recorrentes no campo publicitário, como a
onipresença das imagens, a relação entre imagem e texto verbal, a avassaladora
presença dos próprios anúncios publicitários, as representações de homens e
mulheres neles presentes, a escolha dos signos dominantes numa sociedade
para figurarem nos anúncios e a sua estrutura simbólica, a autora descreve -
sem particularizar sua análise - a publicidade como uma pedagogia cultural
imbricada num currículo cultural, pedagogia essa "que é composta por um reper
tório de significados que, por sua vez, constroem e constituem identidades
culturais hegemônicas" (p. 157).
"Gênero e sexualidade nos desenhos da Disney" é o título escolhido por
Claudia Rael para seu trabalho, em que analisa a construção de um ideal de
feminilidade veiculado nos desenhos A PequenaSereia(1989),A Bela e aFera
(1991) e Mulan(1998). Observando que, nesses desenhos, muitas cenas e can
ções "dizem" o que é ser homem e o que é ser mulher, a autora registra o quanto
ser "a garota ideal" consiste, nesses artefatos, em ser sensível, dócil, paciente,
afetiva, sendo que muitos desses atributos são referidos explicitamente como
desejáveis pelos personagens masculinos. Ainda que não examine os efeitos
dos desenhos sobre as identidades infantis de gênero, Cláudia ressalta a impor
tância da discussão dos mesmos, haja vista a reiteração com que eles se articu
lam às vivências infantis contemporâneas, inclusive sendo utilizados nas esco-
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las. Relembra a autora que eles são "instâncias que colocam em circulação uma
determinada representação de sexualidade e de gênero as quais, na maior parte
das vezes, não questionamos" (p. 171).
Um cenário em que parecem se mesclar cenas de filmes recentes de ficção
científica a notícias regulares de "avanços" da medicina e da genética, a práticas
de manipulação corporal cada vez mais corriqueiras nas classes médias desse
início do século XXI - cirurgias plásticas não reparadoras, formas novas de
concepção, práticas de manipulação genética - é o que nos traz Edvaldo S.
Couto no último texto do livro: "Corpos modificados: o saudável e o doente na
cibercultura". Leitoras e leitores não afeitos às discussões sobre modelos
ciborgues e sobre as projeções e projetos da tecnociência seguramente se sen
tirão perturbados - em suas certezas mais básicas, como a de que temos um (1)
corpo habitado por uma psiquê, ou um espírito, ou uma alma, e que a ele estamos
irremediavelmente condenados do nascimento à morte-, com a leitura do texto,
cujo objetivo é o de apresentar "o teor dos debates sobre anacronismo e as
reconfigurações do corpo, com destaque para a compreensão do que significa
ser saudável e ser doente na cibercultura" (172-173). A partir de autores como o
artista australiano Sterlac, o filósofo PaulVirilio e o cientista Ray Kurzweil, Edvaldo
traz reflexões instigantes sobre a obsolescência do corpo tal como o conhece
mos, mostrando que ele "se tomou o lugar por excelência das tecnologias" (p.
172)e detalhando as formas como o corpo (tradicional) está passando de objeto
de desejo para objeto de projeto. Na nova configuração humana, em que há uma
progressiva "colonização da intra-estrutura do corpo", verifica-se uma simbiose
homem-máquina, o que justifica na atualidade o termo pós-humano, já que esta
ríamos, no século XXI, "reinventando a vida, determinando uma outra natureza
para a espécie" (p. 176), projetando um "corpo mais autônomo, eficiente e durá
vel" (175). Nessa nova lógica, os "corpos válidos" seriam aqueles que são
flexíveis e recicláveis (atualizados pela tecnologia), enquanto os "in-válidos"
seriam os defasados (configuração biológica tradicional). Assim, saúde passa a
significar prevenção, enquanto doença é vista como desleixo. O ser saudável "é
aquele que transgride, se programa ( ..)e se enquadra conforme os modelos e as
.
exigências do pós-humano" (p. 185). Cada vez mais, para o autor, fecha-se o
hiato entre a imaginação (a projeção do que um dia poderá ser feito...) e o que
pode ser realizado. Ainda que em seu texto Edvaldo não faça referências às
dimensões pedagógicas de suas reflexões, saltam aos nossos olhos (e ainda
bem que, ao falar em "olhos", estamos usando uma metáfora, pois se a referência
fosse literal, talvez já caducasse no mundo tecnológico esboçado pelo autor) o
poder e a força de tais mudanças de entendimento sobre nossos corpos, nossas
vidas, nossas fronteiras subjetivas e, em decorrência, sobre nossas práticas
sociais, culturais e educativas.
A partir dessa rápida trajetória pelas páginas dos artigos que compõem o
livro, cremos que foi possível rastrear a variedade e a relevância das temáticas
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que eles abordam, ao lado de uma inspiração teórica, se não homogênea, ao
menos não conflitante. Como é comum em coletâneas dessa natureza, o rigor, a
profundidade, a originalidade e, mesmo, a qualidade textual dos diferentes estu
dos é desigual, o que não retira da obra, em sua integralidade, a relevância
merecida, tanto no espaço acadêmico que discute tais questões, quanto para as
professoras e professores que cotidianamente se debatem com questões de
gênero, corpo e sexualidade (o que, de certa maneira, poderia ser sinônimo de...
"todas e todos"). A variedade de materiais-revistas de títulos variados, progra
mas de TV, desenhos animados, anúncios publicitários, notícias de jornal etc-,
perscrutados por alguns dos autores e autoras, ao lado das práticas corriqueiras
também por eles citadas em seus artigos, apenas corrobora a importância de se
questionar essas outras instâncias que, além da escola, também constituem e
produzem os sujeitos, regulando e governando suas ações, seus comportamen
tos, desejos e corpos. Nesse sentido, vale a pena relembrar Louro (1995) quando
define as questões de sexo, corpo, gênero e sexualidade como proposições
perturbadoras, que nos desafiam "a pensar a educação de homens e mulheres,
meninos e meninas para muito além dos limites que a temos pensado" (p. 127). E,
voltando ao título dessa resenha, diríamos que seria muito dificil, após a leitura
do livro, fazer de conta que isso (corpo, gênero e sexualidade) não nos diz
respeito, ou como educadoras ou educadores, ou, simplesmente, como habitan
tes deste século.
Referências Bibliográficas
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