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W 5º Grupo de Antropologia

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Introdução

O indivíduo não vive isoladamente e nem consegue conceber sozinho o mundo.


Portanto o homem na sociedade macua, quando se encontre longe do povo sente-se
desorientado, sem força nem entusiasmo. E como em qualquer sociedade humana, a idade
adulta é caracterizada, sobretudo pela formação de uma família através do casamento, é neste
contexto que surge a necessidade de desenvolver o tema parentesco e o casamento na
cultura macua. É muito relevante a explanação desse, devido a sociedade macua que é
constituída por uma justaposição de unidades familiares, formados por grupos de parentes
unilineares, axorilocais e exogâmicos. A figura-se como objectivo principal a compreensão do
sistema parentesco e o casamento na cultura macua e, para compreender qualquer aspecto que
seja do povo macua, é preciso conhecer adequadamente as suas estruturas sociais e políticas,
onde normalmente se estabelecem as relações humanas. Por sua vez, é alimentado pelos
objectivos específicos na descrição de aspectos teóricos inerentes ao tema acima aludido. É
verdade que no indivíduo existe um centro pessoal e não transferível, que se auto-realiza
completamente na medida em que está aberto e se relaciona de facto com os outros.

Em termos de estruturamento do trabalho, apresenta-se as seguintes abordagens


desenvolvidas. Primeiro fala-se da concepção teórica do sistema parentesco na cultura macua
e, em seguida o casamento na sociedade macua com respectivos aspectos inerentes ao assunto.

Para se tornar possível a elaboração do trabalho, recorreu-se a consulta de várias obras


de diferentes autores que estão citados ao longo do trabalho e constam na bibliografia final.
1. Sistema parentesco macua
Para CARVALHO (1992), chama-se de parentesco em linha recta quando as pessoas
descendem umas das outras directamente (filho, neto, bisneto, trineto, tetraneto, etc), e
parentesco colateral quando as pessoas não descendem uma das outras, mas possui um
ancestral em comum (tios, primos, etc.).
Popularmente, os primos reconhecidos pela lei (parente em quarto grau) são chamados de
"primo de primeiro grau". A partir daí, todos os outros primos são chamados de primos de 2º,
3º, 4º grau, etc. Por exemplo, o filho do primo ou o primo do pai é chamado de primo de
segundo grau, sendo os dois filhos de dois primos diferentes primos de terceiro grau entre si, e
assim por diante. Mas as definições variam de pessoas para pessoas. Há quem considere desta
maneira:
 Irmãos — são os que têm os mesmos pais.
 Primos em primeiro grau — são os que têm os mesmos avós (paternos ou maternos).
 Primos em segundo grau — são os que têm os mesmos bisavôs (basta um casal de
bisavós).
 Primos em terceiro grau — são os que têm os mesmos trisavôs (também basta um
casal).
Os filhos dos primos nesse caso seriam os "primos intermediários" (1 grau e meio, 2 graus e
meio, 3 graus e meio), ou para outras pessoas são sobrinhos em segundo grau.
Para outras pessoas, sobrinhos em segundo grau são netos de seus irmãos, o mesmo que
"sobrinhos-netos". Portanto, as definições e interpretações variam muito e todas podem ser
consideradas correctas, embora nenhuma delas seja exactamente oficial, ou legal. Fora da
esfera legal, a questão de consideração de parentesco vária de acordo com a percepção
individual de cada um.
Segundo MARTÍNEZ (2009), o sistema de linhagem macua é unilinear, matrilinear uxorilocal
e exogâmico. Debruçaremos nesta parte, os pontos específicos que abrangem área da
linguagem na sociedade macua, tendo em consideração que as normas que configuram os
ramos da linhagem variam de cultura para cultura.
1.1. Terminologia macua
Explicação gráfica sobre a terminologia macua.
Siglas:
F: Pai
M: Mãe
S: Filho
D: Filha
B: Irmão
Z: Irmã
FB: Irmão do pai
MB: Irmão da mãe
FFW: Mãe do pai
MM: Mãe da mãe
MBS: Filho do Irmão da mãe

1.2. Pais do EGO


EGO e os nº 4 e 5 chamam ao nº 1 ATITHI.
EGO e os nº 4 e 5 chamam ao nº 4 e 5 MWANA’AKA (no plural, NA’AKA).
O nº 2 usa o mesmo nome em relação a EGO e aos nº 4 e 5.
Em ambiente ritual, o nº 2 chama a EGO HALAKA (o resto).

1.3. Entre os esposos


O nº 1 chama ao nº 2 MWAR’AKA.
O nº 2 chama ao nº 1 IY’AKA. Também pode usar o nome de AWANY’AKA, literalmente
“eu estou na minha casa, que é do esposo.

1.4. Entre irmãos


a) Do mesmo sexo e idade diferentes
EGO chama a nº 4 MUHIM’AKA (antigamente, MWANA’AKA).
Os nº 4 chamam-se entre MUHIM’AKA, de maior de idade para menor, e MUPAL’AKA, de
menor para maior.
b) De sexos diferentes e idades diferentes
Os nº 4 chamam aos nº 5 AROKOR’AKA, quando de menor para maior, e
MUROKAR’AKA, de maior para menor.
Entre todos estes (entre irmãos germanos e primos filhos de irmãos) está proibido
matrimónio e as relações sexuais (lei do incesto). Entre os primos segundo é permitido e tem
mesmo a preferência. As características deste grupo são também de parentesco directo, sexo e
idade.

1.5. Outras relações de parentesco


a) Autoridade familiar
EGO e os nº 4 e 5 chamam ao nº 3 ATATA. Também AHALU (o resto). É este quem exerce a
autoridade familiar no seu grupo de parentesco especialmente (sobre os nºs 4 e 5), representa a
família na vida social, defende-a nos tribunais e acompanha-a nos ritos.
Ele (nº 3) chama a EGO e os nº 4 e 5 AXITXUL’AKA. E e nos ritos, NA’AKA.
Em circunstâncias especiais, o ATATA (nº 3) pode chamar aos nº 4 com o nome AMAYE.
b) Irmãos da mãe
Ego e os nº e chamam a MZ AMAYIAKANE (AMAMAKANE), “mãe pequena”.
Ela (MZ) chama a EGO e aos nº 4 e 5 MWAN’AKA (ANAKA, plural), e em relação apenas a
EGO pode usar o nome de AHULU (o resto).
c) Irmãos do pai
EGO chama aos irmãos do pai, sem distinção de sexo, ATITHI AKANE (APAPA AKANE),
“pai pequeno”. EGO só à irmã do pai (FZ) pode chamar com o nome de AMATI.
Os irmãos e irmãs do pai chamam a EGO e aos nº 4 e 5 ASANA.
A irmã do pai (FZ) só ao EGO pode chamar NTEPO.
d) Pais dos pais
EGO chama aos nº 7 (FF, FFW e MMH, pais dos pais em geral e sem distinção de sexo)
AMUNNA, aos pais da mae (MMH e MH), APIPI, e aos pais do pai (FFW e FF), APWAPU.
EGO pode chamar só à mãe do pai (nos ritos) MWETI.
Os pais e mães do pai e da mãe chamam a EGO e aos nº 4 e 5 AXULW’AKA.
1.6. Normas
O matrimónio é exogâmico. Na terminologia apresentada encontramos a normal geral
do incesto no duplo sentido da proibição do matrimónio entre os membros do mesmo grupo
familiar (proibido entre todos os que têm o mesmo apelido, ou seja o mesmo nihimo) e de
proibição de relações sexuais.
Ao mesmo tempo, porém, existe uma norma positiva: a preferência pelos casamentos
entre determinados tipos de parentesco, conforme oportunamente se fez referência na
terminologia. Essa norma não tem carácter obrigatório. Idem
1.6.1. Funções
De entre as funções que caracterizam o matrimónio macua, realça-se as seguintes:
 Legais – estabelecer a legalidade de descendência e da herança;
 Sociais – estabelecer uma relação de afinidade com a família da esposa, por parte do
marido;
 Sexuais – dar ao marido o monopólio sobre a vida sexual da esposa e vice-versa, a
não ser nos casos previstos pelas leis tradicionais (relações rituais, relações de
hospitalidade e relações em caso de esterilidade);
 Económicas - criar direitos mútuos sobre o trabalho de cada um dos cônjuges,
estabelecendo-se desta forma, uma ajuda económica mútua.

1.6.2. Formas
O matrimónio macua admite as seguintes formas:
 Monogamia (na generalidade);
 Poligamia (admitida, normalmente, como factor e sinal de poder, grandeza e riqueza e
igualmente em caso de esterilidade ou doença grave permanente da esposa);
normalmente, é praticada pelos chefes e por pessoas economicamente bem situados.

2. Casamento na sociedade macua


Segundo MELLO (2009), refere-se Casamento ou matrimónio a um acto legal em que um
homem e uma mulher se unem para construir uma família.
2.1. Etimologia
A terminologia comum usada em relação ao casamento é a seguinte:
OTHELA - casar-se (referindo-se aos homem)
OTHELIWA - ser casada (referindo-se a mulher)
OTHELANA - matrimónio (referindo dos dois)
OTHELIHA - fazer casar (celebrar o casamento)
OTHELIHIWA - ser obrigado a casar
OKWATTI - casamento, matrimónio
IYA - marido
MWARA - esposa

O sentido etimológico do vocábulo OTHELANA (matrimónio e casar-se), segundo a


explicação de G. B. Brentari citado pelo MARTINEZ (2009), “pode ajudar-nos a
compreender melhor o casamento na sociedade macua.
“O” é um prefixo nominal da 4ª classe, a qual pertence palavra abstracta, derivada da outra
palavra, verbo, substantivo, palavra que indicam sentimentos e sensação, a aqui pode
significar “o que começou a acção a qual a palavra se refere”, exprime, por isso, uma
realidade captada e expressa na palavra a que se refere.
“THE” interjeição “THE-THE-THE”, que equivale a chamar alguém para que se aproxime;
significa que uma coisa ou pessoa tem sempre um dono.
“LA” partícula que pode derivar da palavra TLANE (uma terra que está sempre ao sol, que
arde sempre” pode ter este sentido: “uma coisa que arde”
“Sufixo reflexo, com sentido de reciprocidade, neste caso pode significar: um é chama do
outro, as chamas eram duas aproximando-se, juntaram-se e transformaram-se numa só”.

2.2. Aspectos do casamento na Cultura Macua


2.2.1. Aspecto vital
O casamento é um acontecimento que ocupa um lugar importante no ciclo vital. É a
terceira fase do ciclo. Pelo casamento, o homem e a mulher, formando a célula mais elementar
da sociedade, colocam-se a serviço directo e concreto da transmissão da vida. Desta maneira
integram-se na corrente vital, participando na função dos antepassados, intermediário, entre a
fonte original da vida e os homens. O casamento tem seu fundamento neles e a sua raiz está na
fonte vital.
O tal propósito, o pensamento macua é muito claro:
OTHELANA ORI MWA MAKHOLO - o casamento está (fundamenta-se) nos antepassados.
Por isso o casamento, no seu aspecto funcional serve de fundamentos as relações humanas,
está ao serviço da família.
OTHELANA OMUSI - casar-se e construir a família.
OKHALA NTEKO OLIMA – ter uma casa e cultivar

2.2.2. Aspectos comunitários


O casamento na sociedade macua, não é, de forma nenhuma, um assunto particular, que
interessa só aos dois que se vão casar. Nesta sociedade o casamento tem um valor social de
primeira grandeza, que transparece logo nos primeiros ritos e depois em cada uma das
Sequencias rituais, até chegar a conclusão de todo processo matrimonial. São as famílias dos
noivos as primeiras interessadas em arranjar e preparar adequadamente tudo o que esta
relacionado com o casamento. Na prática é a consistência e o futuro do grupo familiar que
está em jogo e um assunto de tal importância não pode ser abandonado na mão dos dois que se
vão casar. Um casamento significa a entrada de um novo membro na família, um aumento
numérico e qualitativo, garantia segura do fortalecimento da linhagem.
A família alarga-se multiplicam-se os membros dela, a aprofunda-se nas raízes originais e
projecta-se com segurança palpável no futuro.
É esta a grandeza do matrimónio macua:
O prorrogamento dos membros das famílias que se unem até aos antepassados. Por tudo isto,
podemos dizer que os matrimónios estão ao serviço da comunhão vital dentro das próprias
famílias e do intercâmbio vital entre as famílias que entregam as sociedades. Sendo assim, a
importância comunitária está em primeiro lugar.

OTHELANA ONRWA MALUMI MAILI - matrimónio vem de duas chamas


OTHELANA ONRWA OMUSI – o matrimónio vem da família
OTHELA ETTHO YORERA, ONNAWASA AMANNYA – casar-se é a coisa boa, a pessoa
encontro uma mãe.
2.2.3. Aspecto pessoal
A dimensão comunitária do matrimónio não destrói o factor pessoal e individual de quem se
casa na sociedade macua; isto, apesar de uma observação superficial ou uma análise realizada
a partir de padrões culturais ocidentais pode levar a uma conclusão de sinal contrário. Na
cultura macua, a personalidade do indivíduo enriquecesse e cresce integralmente na medida
em que vive e participa na vida comunitária. Isto realiza-se duma maneira muito privilegiada
no casamento. Dai podemos afirmar que neste contexto cultural, o casamento, para além da
união entre duas famílias, é a união de duas pessoas em ordem a mutua complementaridade e
perfeição pessoal, por meio da entreajuda pela vivencia da afectividade e equilíbrio sexual.
O homem cresce na mulher e com ela se aperfeiçoa. E vice-versa ou seja, a mulher cresce no
homem e com ele se aperfeiçoa.
Todas essas considerações sobre o casamento estão presentes na sabedoria popular:

2.2.4. Liberdade no amor:


OTHELA KOHONLELIWA – casar-se ninguém o faz por que lhe foi dito.
OTHELANA KAHIRI OKHALA MUTHARI – casar-se não significa ser escravo
OTHELANA MURIMA – casar-se é seguir o coração

2.2.5. Apoio no amor:


OTHUNANA ONANVAHANIWA SI IKHATA – amar-se é ajudar-se como os dedos.
WIWANANA ORI ATTHU ELI; ANERARU T’OWATHA – entender-se bem é fácil entre
dois; se houver um terceiro, a sua função é a intriga.

2.2.6. A complementaridade dos sexos:


MULOPWANA MURETTE WA MUTHIYANA – o homem é remédio para mulher.
EKARAWA EMOSA KHENANLA (KHENRUMA) – a pulseira de metal sozinha, não ti
linda.
MULOPWANA, EPASO; MUTHIYANA, EHIPA – o homem é machado a mulher enxada.
Desenvolvimento da personalidade no amor
OTHELANA OLIPE – se te casas serás forte.
OTHELA WILEVA – casar-se é dedicar-se
AIWA OMALA ORUNWIHA ETEKO – concórdia engrandece o casal
ATTHU AWIWANANA WATXA MAKHOLO – pessoas unidas (chegaram a ser) muito
velhas!

2.3. Outros aspectos


2.3.1. Factor económico
Apesar de não existir, na sociedade macua, a instrução do dote matrimonial, o factor
económico do casamento é importante. Neste caso, quem enriquece é a família da noiva,
porque é esta que cresce com um novo membro. Com os serviços que o noivo prestará, com o
seu trabalho, a família da mulher crescerá não só em número mais também economicamente.

2.3.2. Exogamia
Os macuas devem casar-se fora da linhagem, pelo que o casamento é exogâmico. É proibido
casar dentro do próprio grupo familiar entre aqueles que tem o mesmo apelido (NIHIMO).
Por isso, a tradição aconselha muito cuidado em se saber, desde o inicio, a que linhagem
pertence cada um dos futuros cônjuges, para não incorrerem na proibição do casamento entre
as pessoas da mesma linhagem:

WATTHUNAKA OTHELA – quando te quiseres casar OKOHEKE ONAMUTHELA –


informa-te antes.
MUNAMUROKORIYO NARI MALUWA – não se dê o caso que te cases com tua irmã ou
com a gata brava.

2.3.3. Casamento uxorilocal


O novo agregado familiar, que nasce com um casamento, constrói a própria casa perto da
residência dos pais da noiva. Normalmente se situa na localidade de grupos de familiares
matrilineares da noiva. Por isso, podemos falar de modelos de residências uxorilocal e, mais
concretamente, matrilocal.
2.4. O processo matrimonial
2.4.1. A primeira fase: Período de negociação
Na perspectiva de MARTÍNEZ (2009), todo o processo matrimonial macua começa a
fase de negociação entre as famílias dos noivos. O acordo entre as famílias é o primeiro acto
de uma série de sequências rituais matrimoniais.
Conhecimento dos noivos - o conhecimento e atracção mútua entre os noivos podem
acontecer espontaneamente, durante uma festa, nas brincadeiras juvenis ou em qualquer outro
momento da vida, como em qualquer sociedade. O primeiro consentimento dá-se, tacitamente,
entre os noivos e pode consistir num sorriso, num olhar ou qualquer outro gesto que
demonstre mútuo interesse.

Consulta da autoridade familiar - o jovem, animado pelos sinais de consentimento


da rapariga, aconselha-se com o seu tio materno (ATATA), que exerce autoridade na sua
família, manifestando-lhe os sentimentos e desejo de casar a rapariga.
O acordo - depois de consultar os pais do sobrinho e os anciãos da família, o tio
(ATATA) contacta com a família da jovem pretendida pelo sobrinho, iniciando o período de
negociação, que pode durar semanas e até meses. Durante este tempo, as duas famílias
procuram elementos concretos e suficientes, não somente a cerca de vida dos jovens, mais
também sobre as famílias destes, porque o casamento constituí uma aliança entre os dois
grupos familiares e todos estão interessados em se conhecer antes de se unirem.
Primeira aceitação - depois de deixar passar um período do tempo razoável (no
mínimo três ou quatro semanas), para não dar a impressão de ligeireza e superficialidade, a
família da rapariga avisa a família do rapaz, comunicando que o resultado das investigações
foi positivo e que, por isso, aceitam o jovem como esposo de sua filha. Esta aceitação, para se
tornar definitiva, depende do resultado da análise minuciosa da sua família durante todo
tempo que vai durar a segunda fase do processo matrimonial.
A entrega do noivo à família da noiva - num dia determinado pelas famílias dos noivos,
de manhã cedo, o tio, o pai e alguns anciãos da família acompanham o noivo até à casa da
noiva, a cuja família apresentam. O noivo apresenta-se com uma esteira, uma lança, um
machado, os seus objectos pessoais e alguns presentes para a noiva. É recebido, à porta de
casa, pela família da jovem, que lhe acompanham até dentro e lhe mostra a sua nova
habitação, a partir desse momento, ele viverá aí toda a segunda fase do processo matrimonial.
Os familiares do jovem, acabada a entrega, regressam a casa, conscientes de que se deu um
passo muito importante não somente na vida do rapaz mas também na história da família.

2.4.2. Segunda fase: período de prova


Tempo de prova - durante a segunda fase do processo matrimonial, que dura
aproximadamente um ano, os jovens esposos vive conjuntamente e devem demonstrar as
próprias qualidades na vida prática. O jovem deve convencer a família da sua esposa de que é
homem adulto e trabalhador, capaz de ter filhos, de formar uma família e alimentá-la,
construir a casa e defender a sua mulher de qualquer perigo. O mesmo acontece com a esposa,
que durante este tempo deve demonstrar que é capaz de conhecer e dar à luz, tratar bem o
marido, cuidar da casa, cozinhar e cultivar os campos.
Durante este período, dos jovens consideram-se marido e mulher, mantêm relações
sexuais completas, cultivam o terreno que os pais da jovem lhes entregam para terem a sua
própria produção e constroem a casa do novo lar que está a nascer. Fazer tudo isso partilhando
o trabalho, segundo os usos da sociedade macua: a destronca, a preparação do terreno para
cultivar e a primeira parte da construção da casa (paus, paredes e telhado) pertencem ao
homem, no entanto, a sementeira, a limpeza dos campos, o reboco das paredes da casa e os
trabalhos coseiros (cozinha, limpeza e higiene familiar) pertencem à mulher. É necessário que
prestem atenção a todos estes trabalhos, porque será, sobretudo, pela maneira como eles são
feitos, e pelo comportamento em relação aos familiares e hóspedes, que eles serão
constantemente julgados durante o tempo desta fase do processo matrimonial.
O jovem esposo sabe que pertencem a outra linhagem, todavia, não o pode dizer, mas
deve demonstrar, com o seu trabalho, que ama verdadeiramente esta família e a sua esposa, a
tradição recorda isto mesmo por meio de alguns provérbios:
MULOPWANA HANI – o homem não deve dizer.
MI KIRIVO…, VATE-VA – eu estou aqui, em minha casa.
WOTHELANI – onde te casaste.
WOTHELANI – aí casaste.
WAMWEY’A – a casa da tua mãe.
WAMWEY’A – é a casa da tua mãe!
Durante o período, os esposos devem cultivar certas virtudes para que a união seja fortalecida
e as famílias possam ver que eles se dão bem, sem amam e estão a preparar uma união
duradoura.
Confiança absoluta, total:
MUNLANO KHONAVOLO WA EMPA – os limites não entram em casa.
Dedicação constante:
MUTHIYANA OWATTHUNA AIYAWE, UNAXELEKHELA N’OHIYU ERIYARI – a
mulher que ama o marido, cozinha para ele mesmo à meia-noite.
Evitar a inveja:
NRIMA OMWARYA OMUSI – a inveja destrói a família.
Cuidado com desprezo:
MUTHIYANA KHA’NYEMULIWA – mulher não se despreza.
A harmonia no lar em primeiro lugar:
AIWA OMALA ORUNWIHA ETEKO – a harmonia engrandece o lar.

Os esposos não esqueçam que os problemas que trazem consequências desastrosas para
família começam sempre no lar:
MILATHU SOTHESENE SIROMILE MPA – todas as questões têm a sua origem em casa.
Por isso é muito importante a dedicação da mulher:
MUTHIYANA ONAMAKA MUSI – É a mulher que constrói a família.
O consentimento - o consentimento não é dado de dia para o outro. Ele começa a
surgir a pouco e pouco, fruto de um trabalho lento, construído, dia a dia, durante todo período
de prova. A aprovação final o consentimento pertencem fundamentalmente aos chefes das
respectivas famílias, a não ser que os noivos tenham as suas razões para aceitarem ou não. Se
um dos jovens não aceita, interrompe-se o processo matrimonial e o homem volta para sua
casa, em qualquer compromisso posterior.
Existem várias maneiras para indicar simbolicamente o período “não”ao casamento
por parte dos pretendentes os trabalhos caseiros (não pondo sal na comida, não preparando a
água para o banho do marido e outras coisas semelhantes), não preparando ou negando-se a
ter relações sexuais com o jovem. Ela nunca o dirá directamente. Por isso, se o jovem
descobre algum destes sinais, comunica-o imediatamente e seu tio materno, para que este
discuta com o tio materno da jovem e se chegue, se possível, a um acordo. Se isso não
acontecer, pegará nas suas coisas pessoais e voltará para casa, abandonando a casa da esposa
pretendida.
O homem também pode mostrar simbolicamente a sua desaprovação pelo casamento,
descuidando os trabalhos do campo ou a construção da casa, não dando nenhuma prenda à
mulher, não mantendo relações sexuais, falando-lhe ao respeito. A maneira de resolver o
problema é o arranjo entre os tios maternos dos noivos, se ainda for possível.
O período de prova termina, normalmente, com a mútua agitação dos noivos e das
respectivas famílias, depois de a mulher ter dado a luz.

2.4.3. A terceira fase: a festa comunitária


O processo matrimonial culmina com uma festa comunitária, em que participam todos
membros das famílias que unem, as autoridades da aldeia e toda a população. Entre macuas, a
realização desta festa comunitária é momento ritual importante de todos o processo
matrimonial porque, por meio dela, o casamento adquire o reconhecimento social definido.
O sacrifício - a inauguração do novo lar começa pelo aperfeiçoamento dos antepassados
do sacrifício tradicional. Os antepassados (MAKHOLO) serão os primeiros a proteger os
novos esposos. O sacrifício tradicional refere-se, nesta ocasião, de manhã cedo, no dia
indicado para a realização da festa matrimonial comunitária. O chefe da família da jovem
orienta a cerimónia, junto da árvore MUTHOLO, oferecendo a farinha que as anciãs lhe
entregam num cesto e pronunciando a oração.
Encontro dos noivos – o noivo, acompanhado pelo chefe da sua família, o pai e restantes
familiares, apresenta-se na festa levando consigo uma esteira (sinal do novo leito
matrimonial), uma lança (sinal do seu compromisso em defender e proteger a sua esposa e os
futuros filhos, e sinal também da sua virilidade), um machado (sinal de que é capaz de
alimentar que está nascer).
A entrada no novo lar – ao grito tradicional de ELULU presentes e ao bater palmas dos
homens, os noivos, acompanham pelos chefes das respectivas famílias, familiares mais
íntimos e mestres da iniciação, entram na nova residência, construída durante o período de
prova. Aí, afastando-se momentaneamente do resto dos convidados, os noivos recebem as
últimas instruções e conselho sobre a vida matrimonial. Os encarregados desta instrução são
os mestres da iniciação (ANAMUKU).

2.5. As relações sexuais no matrimónio


Nos ritos de passagem de iniciação, tanto os rapazes como as raparigas aprendem as
técnicas e a arte da vida sexual íntima, que agora devem pôr em prática.
O acto conjugal é fonte de união entre os esposos e entre estes e os antepassados e o resto
das respectivas famílias. Ao mesmo tempo, o acto conjugal é símbolo privilegiado da união
vital e da harmonia que deve existir entre os esposos e entre eles e as respectivas famílias. A
mulher nunca pedirá directamente o acto conjugal, pode fazê-lo indirectamente através de
uma linguagem figurada, de perguntas indirectas ou de insinuações, como por exemplo, a
dança íntima (NOMUTXE METTETE), com a qual a mulher monstra ternura pelo marido, ou
pela prática da mensagem dos lábios vulvares, aprendida na iniciação.
A mulher casada nunca abraçará um homem em público, nem lhe dará a mão. Se o marido
não estiver em casa, nunca preparará a comida para um hóspede estranho. Também nunca
viajará nem conversará com um homem na ausência do marido. MARTÍNEZ (2009)

2.5.1. Proibições das relações conjugais


As relações conjugais entre os esposos são proibidas, por tradição, em determinadas
circunstâncias:
 Durante o período da menstruação;
 Após o parto;
 Durante o tempo de amamentação;
 Em caso de doença de um dos cônjuges;
 Durante uma grave doença e na morte de um familiar próximo (tios maternos, pais,
avós, filhos, irmãos);
 Durante os ritos de passagem na iniciação dos filhos;
 Durante o tempo de preparação e celebração do sacríficio tradicional;
 Em qualquer outra ocasião indicada pelos especialistas da investigação.
2.5.2. Relações extraconjugais
Na sociedade macua são permitidos relações extraconjugais em determinados circunstancias,
a saber:
Hospitalidade de esposa – o marido entrega a própria esposa ao hóspede que visite como
sinal de honra, respeito e confiança, conforme a importância, este costume, que hoje já não se
usa, serviu para ampliar os vínculos sociais.
Troca de mulheres – esta troca dá-se entre amigos, em sinal de comunhão de sentimento e
profunda amizade, tem o valor de um pacto de sangue entre amigos, a troca é feita sempre
com o consentimento das esposas. Também este costume está a desaparecer. Conhecido pelo
nome ONTHAMWENE WOKONA.
Ajuda, em caso de esterilidade – em caso de esterilidade, recorre-se à ajuda sexual do
amigo ou amiga, conforme o caso, para que o cônjuge fecundo mantenha com ele (ou com
ela) relações sexuais. O filho que nascer desta união não é considerado filho adulterino, mas
sim filho legítimo tanto para a família como para a sociedade. Esta é ajuda sexual chamada
OKOVONA, de que se falou neste estudo a análise dos ritos de passagem do nascimento.
Relações rituais – nalguns casos especiais, estabelecidos por tradição, o chefe da aldeia e
outras pessoas indicadas na ocasião pelos especialistas da investigação devem manter relações
sexuais fora do casamento, num contexto ritual. Para além destes casos, qualquer outra relação
extraconjugal é considerada adultério, e pode dar origem à separação temporária dos esposos
até mesmo ao divórcio.

2.5.3. Controlo de nascimento


Existe um certo controlo de nascimentos na sociedade macua. Por baixo se segue:
 Continência periódica – abstenção de relações sexuais entre os esposos durante os
períodos de tempo estabelecidos por tradição, o que conduz a um controle natural dos
nascimento;
 Abortos provocados durante as primeiras semanas de gravidez, sobretudo para
esconder um adultério secreto;
 Uso de medicamentos tradicionais preparados pelo especialista.
2.6. Divorcio (OMWALANA)
Apesar do esforço comum e reforçar constantemente a unidade matrimonial, esta pode
ser ameaçada por causa de incompatibilidade, desavenças e inaptidão entre os esposos ou
outra qualquer culpa de um dos cônjuges.
Quando aparecem tais problemas, abandonam-se as relações conjugais e encontram
em crise toda a convivência matrimonial. Existe um dito tradicional que lembra a situação.

MAPA MUKHAKALA ETHALA AS VATE SINOTHAPWA; ETHALA YOLA YA


ENOKHWA ILYAKU.
Quando há fome em casa, pára tudo na família; esta fome é a morte das galinhas.

Quando tal acontece, recorre-se ao uso tradicional do diálogo e do debate público para
resolver o problema, através de encontros entre responsáveis das famílias. Quando não é
possível chegar a um acordo, recorre-se ao tribunal tradicional, presidido pelo chefe da aldeia
(MWENE), que organiza um verdadeiro julgamento, com testemunhas de defesa, debate e
sentença.
As causas de divórcio, na sociedade macua, são: a falta de consentimento de uma das
famílias, a esterilidade de um dos cônjuges (OHIYARA), a importância (OHIVIRAMO,
OHIWEREYA); a morte das crianças que nascem (NYAKHWA); abortos frequentes
(OYEHA, OPHWEYA); a acusação de poderes malignos (OKHWIRI); discussões graves e
maus tratos (OVIRIKANA); certas doenças, como a lepra e a loucura; o adultério
(ORARUWA), e o abandono do leito matrimonial.
As consequências de uma sentença de adultério implicam a separação definitiva dos esposos e
dos bens, regresso do marido a casa dos pais e a destruição dos laços sociais entre as duas
famílias. Os filhos ficam com a mãe. Os esposos divorciados ficam livres para contrair novo
casamento, se o desejarem.

2.7. A poligamia
O matrimónio macua, inicialmente era monogâmico, como o provam os seguintes
factores: nos matrimónios poligâmicos, a primeira esposa ocupa sempre um lugar especial,
goza de maior autoridade entre as outras esposas, conservando sempre um privilégio de
autoridade entre elas; o conjunto das mulheres de um determinado homem respeita a sua
primeira esposa e obedecem-lhe; o homem que deseje casar-se com uma segunda, terceira ou
mais mulheres, deve ter o consentimento da primeira mulher; para o casamento com a
segunda ou mais mulheres não se celebra o processo matrimonial.
A tradição cultural macua indica toda esta praxe pelos vários nomes com que define a
primeira esposa:
MWARA NTOKWENE – a esposa grande
ANENE ETTHOKO – a dona de casa
MUTHIYANA A KHALAI – a mulher antiga
MUTHIYANA OPATXERA – a primeira mulher
A sociedade macua, actualmente admite o matrimónio poligâmico. O homem reside,
normalmente, com a primeira mulher, seguindo as normas da residência uxorilocal. As outras
mulheres moram cada qual na aldeia do próprio grupo familiar, perto da residência da
respectiva mãe. O marido visita-as por turno, tendo junto da primeira esposa a sua residência
fixa. Só nos casos ele é chefe de aldeia, ou regulo ou ocupa um lugar importante na sociedade
é que as várias mulheres costumam viver no mesmo grupo residência, em casas diferentes,
mais muito perto uma das outras, formando, de facto, um único conjunto residencial. A
poligamia, na sociedade macua, apoia-se numa série de factores sociais e históricas, que
importa revelar:
Razão de economia – na produção agrícola, as mulheres são um elemento estável e
permanente, que quantas mulheres houver em casa mais forças de trabalho existem. Os chefes,
como classe dominante também economicamente, eram os quem tinham maior número de
mulheres.
A influência muçulmana – a islamização do povo macua, quase total nos grupos da costa
índica é muito elevada no interior do território. Concretamente a poligamia é admitida pelo
Alcorão.
Sinal de grandeza – deste os tempos antigos que os chefes das aldeias – os régulos,
especialmente – se rodeiam de várias mulheres para mostrarem poder e grandeza. Ao
princípio, somente eles gozavam de privilégio.
Instrumento de defesa – a sociedade ao longo da história, tem tolerado esta forma de
matrimónio que estamos a analisar, porque ela contribuía para aumentar numericamente os
membros do povo e consequentemente, os seus futuros defensores.
Outros factores - a poligamia também são aplicados em caso de esterilidade ou doença grave
da mulher.
Conclusão
O casamento constitui uma etapa fundamental no conjunto de ciclo vital, é uma das
mudanças mais importantes na vida do povo macua, porque implica a mudança de família e de
residência de um dos cônjuges. É importante afirmar que o casamento macua é uxorilocal e,
por isso, é o noivo quem se integra no grupo familiar da esposa. Os noivos constroem a sua
casa no conjunto residencial da família da mulher. Evidentemente não se pode falar de uma
cerimónia ou acto que por si só se possa considerar como a celebração do casamento, já que
todos os ritos, desde o primeiro até ao momento da celebração da festa final, são considerados
elementos importantes de um único e mesmo casamento. Os noivos constroem a sua casa no
conjunto residencial da família da mulher.
Os noivos assumem completamente as suas responsabilidades em ordem a um
crescimento humano que tenha em consideração os vários aspectos da vida familiar como a
afectividade, relações pessoais e conjugais, economia, procriação e sociais.
A colaboração da autoridade familiar e política na estabilidade da vida matrimonial e,
por consequência, na estabilidade da vida social. O valor comunitário do matrimónio subsiste
ainda a par do valor pessoal dos indivíduos que contraem. É verdade que as famílias crescem
com os casamentos e, ao crescer a família, cresce também a sociedade. Por isso, o casamento
na sociedade macua anda intimamente unido ao crescimento, fortalecimento e coesão da
sociedade.
Bibliografia
CARVALHO, Adalberto Dias de, A educação como projecto antropológico, Porto,
Edições Afrontamento. (1992).
LÉVI-STRAUSS, Claude - As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Vozes, 2003
MARTÍNEZ, Francisco Lerma; o povo macua e a sua cultura, 3ª ed., Paulinas Editorial,
Maputo, 2009.
MELLO, Luiz Gonzaga de; Antropologia Cultural, 17ª ed.; vozes, 2009.
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Índice

Introdução …………………………………………………………………………………..… 3
1. Sistema parentesco macua …………………………………………………………….….. 4
1.1. Terminologia macua …………………………………………………………….
…………4
1.2. Pais do EGO
…………………………………………………………………………….....4
1.3. Entre os esposos ……………………………………………………………………….
…..4
1.4. Entre irmãos
……………………………………………………………………………….4
1.5. Outras relações de parentesco
……………………………………………………………..6
1.6. Normas ………………………………………………………………………………….
…7
1.6.1. Funções ………………………………………………………………………….……..7
2. Casamento na sociedade macua ………………………………………………….………..7
2.1. Etimologia
…………………………………………………………………………………8
2.2. Aspectos do casamento na Cultura Macua …………………………………..
…………….8
2.2.1. Aspecto vital ……………………………………………………………….…………..8
2.2.2. Aspectos comunitários ……………………………………………………..………….9
2.2.3. Aspecto pessoal …………………………………………………………...………….10
2.2.4. Liberdade no amor: …………………………………………………………….…….10
2.2.5. Apoio no amor: ………………………………………………………………….……10
2.2.6. A complementaridade dos sexos …………………………………………….……….10
2.2.7. Factor económico …………………………………………………………...………..11
2.3. Outros aspectos ………………………………………………………………...
…………11
2.3.1. Exogamia …………………………………………………………………...………. 11
2.3.2. Casamento uxorilocal ………………………………………………………………..11
2.4. O processo matrimonial
………………………………………………………………… 12
2.4.1. A primeira fase: Período de negociação …………………………………………….. 12
2.4.2. Segunda fase: período de prova …………………………………………………….. 13
2.4.3. A terceira fase: a festa comunitária …………………………………………………. 15
2.5. As relações sexuais no matrimónio
……………………………………………………... 16
2.5.1. Proibições das relações conjugais ………………………………………………...… 16
2.5.2. Relações extraconjugais …………………………………………………………….. 17
2.5.3. Controlo de nascimento ………………………………………………….………….. 17
2.6. Divorcio (OMWALANA)
………………………………………………………………. 18
2.7. A poligamia ………………………………………………………...
…………………… 18
Conclusão …………………………………………………………………………...………. 21
Bibliografia ………………………………………………………………………………..… 22
Anrane Alberto
Filomena Andarusse
Mariamo Saulia Raisse
Raimundo Carvalho Anlevai
Violeta J. Killian

Parentesco e Casamento na Cultura Macua

Trabalho de Investigação Científica de Carácter


avaliativo a ser apresentado no Departamento de
Ciências de Educação e Psicologia, recomendado
pelo docente da Cadeira de Antropologia Cultural
de Moçambique - 2º ano. 5º Grupo.
Docente: dr. Zacarias M. Chambe

Anrane Alberto
Filomena Andarusse
Mariamo Saulia Raisse
Raimundo Carvalho Anlevai
VioletaPedagógica
Universidade J. Killian
Montepuéz

2012

Parentesco e Casamento na Cultura Macua

Curso de licenciatura em Administração e Gestão Escolar

Universidade Pedagógica
Montepuez
2012

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