Apostila Econometria
Apostila Econometria
Apostila Econometria
WBA0605_v1.0
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Editorial
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Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-85-522-1050-4
2018
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ECONOMETRIA
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 04
Econometria3
Apresentação da disciplina
O termo econometria surgiu por volta de 1926 com base na palavra “bio-
metria”, a qual se refere à utilização de métodos estatísticos em pesquisas
biológicas. Sua apresentação para a comunidade acadêmica foi feita pelo
economista norueguês Ragnar Frisch.
A intenção desta disciplina é fazer com que você conheça os diversos mo-
delos econométricos existentes, apresentar aplicações práticas, com o
intuito de tornar clara a importância de sua utilização na análise de pro-
blemas econômicos para a tomada de decisão e para a realização de pre-
visões confiáveis.
4 Eficiência Energética
TEMA 01
MODELOS UNIVARIADOS
Objetivos
5 Eficiência Energética
Introdução
A econometria faz uso da teoria econômica e de dados da economia, ne-
gócios, ciências sociais e estatística, com a intenção de solucionar proble-
mas associados a quantidades. Por exemplo, o estudo da quantidade de
vendas de um determinado produto em um mercado consumidor que
passa por uma situação específica de interesse.
O termo econometria surgiu em 1926 através de um economista norue-
guês, porém a implementação de seus conceitos surgiu bem antes, em
1838, com a teoria de Duopólio, de Agustin Cournot, o qual estabeleceu
por meio dessa teoria que “as quantidades ofertadas no mercado surgem
da ação e reação de dois vendedores, obedecendo algumas regras especí-
ficas” (MALASSISE, 2015, p.16). A demora no desenvolvimento de estudos
econométricos, mesmo depois das pesquisas de Cournot ocorreu por con-
ta da dificuldade e da escassez de obtenção de dados confiáveis que per-
mitissem o seu uso para a realização de estudos empíricos econométricos.
Segundo Matos “os propósitos da econometria são: (a) a mensuração de
variáveis; (b) a estimação de parâmetros e; (c) a formulação e teste de hi-
póteses” (1995 apud MALASSISE, 2015, p.18).
Dados os propósitos, ainda segundo o mesmo autor, os objetivos são: (a)
a verificação de teorias econômicas; (b) a avaliação de políticas econômi-
cas e, (c) a previsão de valores futuros de variáveis de natureza econômi-
ca. Os métodos desenvolvidos neste texto são os métodos de modelos
univariados, lineares e não lineares, os quais têm como principal caracte-
rística a existência de uma única variável dependente em seu processo de
modelagem e, uma ou mais variáveis independentes.
6 Eficiência Energética
potencialidades e a suas limitações, não é nenhum absurdo ou exagero.
A econometria é útil para ajudar o pesquisador a separar ideias coerentes
de ideias absurdas ou, hipóteses de pesquisa boas daquelas ruins. Por
exemplo, numa negociação na bolsa de valores, é melhor esperar a baixa
de preços de ações para realizar compra ou, é melhor fazer negociações
conforme a teoria do passeio aleatório (random walk)? Qual a melhor ati-
tude para ser tomada?
Eficiência Energética7
ASSIMILE
“Econometria é a ciência que lida com a determinação, por
métodos estatísticos, das leis quantitativas concretas que
ocorrem na vida econômica [...] está ligada à teoria econô-
mica e à estatística econômica e tenta por métodos matemá-
ticos e estatísticos dar expressão concreta e quantitativa às
leis gerais e esquemáticas estabelecidas pela teoria econô-
mica” (LANGE, 1961 apud MALASSISE, 2015, p. 13).
8 Eficiência Energética
Quando, na análise de regressão, tiver uma única variável independente,
tem-se o caso particular chamado análise de regressão simples e, quan-
do se tiver mais de uma variável independente, tem-se o caso de análise
de regressão múltipla. Em toda análise de regressão, a relação funcional
construída entre as variáveis dependentes e independentes considera
um termo residual ou de erro, o qual significa um ajuste para equilibrar
o modelo elaborado, ou seja, ele representa os fatores não considerados
no processo de modelagem e que podem ser influentes na relação entre
as variáveis analisadas, e por ter uma natureza aleatória, torna os mode-
los elaborados em probabilísticos, os quais sob esta condição recebem o
nome de modelos estatísticos ou econométricos.
No item anterior foi dito que a regressão linear é um dos métodos mais
utilizados em estudos econométricos. No entanto, para que possa ser uti-
lizada, faz-se necessário que alguns pressupostos sejam garantidos. Tais
pressupostos são originários da forma em que o modelo de regressão
linear é construído, o qual utiliza o método dos mínimos quadrados ordi-
nários (MQO) para sua construção. O seu uso permite que seja possível
realizar um processo de interpolação por previsão.
Para que o uso da regressão linear seja eficiente, é importante que exista
algum grau de correlação linear entre as variáveis analisadas. Portanto,
é interessante sempre fazer essa verificação antes de se iniciar qualquer
procedimento de construção de modelo, mesmo que seja por conheci-
mento a priori.
Eficiência Energética9
Yi = ß0 + ß1 Xi + ei (2)
ASSIMILE
As estimativas dos parâmetros da reta de regressão são ob-
tidas a partir de um sistema de equações conhecido como
sistema de equações normais, que são
Eficiência Energética11
EXEMPLIFICANDO
Para ver uma aplicação da teoria apresentada, considere o
exercício a seguir, disponível em Murolo e Bonetto (2013, p. 42),
descrevendo a situação de uma empresa de embalagens plásti-
cas. Esta empresa está preocupada com a demanda (Yi) do pro-
duto fabricado por ela. Então, resolveu fazer um estudo sobre
as variações dos preços de venda (Xi). Fez um levantamento de
dados e, obtiveram as informações da seguinte tabela.
Eficiência Energética13
Com os cálculos construídos na tabela auxiliar, pode-se calcular os valo-
res das estimativas dos parâmetros com maior facilidade, a partir da linha
dos totais, como mostrado a seguir.
Coeficiente linear:
Coeficiente angular:
LINK
Como fazer uma regressão linear simples no Excel: Veja como
é fácil fazer uma regressão linear simples no Excel e anali-
sar se os resultados obtidos são coerentes. Disponível em:
<www.voitto.com.br/blog/artigo/regressao-linear-simples-
no-excel>. Acesso em: 01 junho 2018.
Eficiência Energética15
Para exemplificar, considere os dados apresentados por Bussab e Morettin
(2017, p.491) e, adaptados aqui, onde dispuseram de informações da in-
flação brasileira para alguns anos. Os dados e o diagrama de dispersão
foram refeitos em Microsoft Excel® e, são apresentados a seguir.
1961 9
1963 24
1965 72
1967 128
1969 192
1971 277
1973 373
1975 613
1977 1236
1979 2639
Fonte: Adaptado de Bussab e Morettin (2017, p. 491).
As estimativas dos parâmetros para este caso, também obtidas pelo mé-
todo dos mínimos quadrados, não podem ser adquiridas analiticamente.
Então, sem entrar em maiores detalhes, os autores sugeriram o uso de
métodos numéricos, tais como, Newton-Raphson, Gauss-Newton, “sco-
ring” dentre outros.
Eficiência Energética17
A estimativa dos parâmetros do modelo ajustado foi obtida a partir da
equação transformada, cujos dados são replicados na Tabela 4 com o
acréscimo de uma coluna contendo os valores transformados da inflação
e, com uma codificação conveniente para a variável independente, o ano
de observação.
1961 0 9 2,2
1963 1 24 3,2
1965 2 72 4,3
1967 3 128 4,8
1969 4 192 5,2
1971 5 277 5,6
1973 6 373 5,9
1975 7 613 6,4
1977 8 1236 7,1
1979 9 2639 7,9
Fonte: Adaptado de Bussab e Morettin (2017, p. 491).
pois, .
O diagrama com os dados originais plotados juntamente com os valores
ajustados obtidos pela reta de regressão (11) é mostrado na figura 5.
Gráfico 5. Dados originais e valores ajustados
Eficiência Energética19
Observa-se que os pontos originais e os estimados (ajustados) pela reta
de regressão construída pelo método de mínimos quadrados estão muito
próximos, em outras palavras, os gráficos praticamente se sobrepõem.
Isso é um indício de que o modelo está adequado à realidade descrita.
Linear Y = a + bx Y = a + bx X y
Exponencial Y = a.ebx Ln(y) = ln(a) + bx X ln(Y)
Logarítmica Y = a + b.ln(x) Y = a + b.ln(x) ln(x) y
Potência Y = axb ln y = ln(a) + b.ln(x) ln(x) ln(y)
Fonte: FEA USP. Disponível em: <http://www.erudito.fea.usp.br/PortalFEA/Repositorio/445/
Documentos/Regress%C3%A3o%20n%C3%A3o%20linear.doc>. Acesso em: 01 junho 2018.
Glossário
Eficiência Energética21
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 01
1. A principal área do conhecimento onde a econometria é
estudada com maior profundidade é:
a) Sociologia.
b) Biologia.
c) Estatística.
d) Estudos econômicos.
e) Antropologia.
2. Qual é o método matemático utilizado para estimar coe-
ficientes de regressão de um modelo de regressão linear?
a) Máximos quadrados ordinários.
b) Mínimos quadrados perfeitos.
c) Máxima verossimilhança.
d) Mínima verossimilhança.
e) Mínimos quadrados ordinários.
3. Medida estatística que avalia existência de associação en-
tre duas variáveis quantitativas. Estamos falando de:
a) Coeficiente de regressão.
b) Coeficiente de correlação.
c) Coeficiente linear.
d) Medida de dispersão.
e) Coeficiente de associação.
Referências Bibliográficas
BUSSAB, W.; MORETTIN, P. Estatística básica. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 554p.
HOFFMANN, R. Análise de regressão: uma introdução à econometria. Piracicaba: Portal
de livros abertos da USP, 2016. Disponível em <www.producao.usp.br/bitstream/handle/
BDPI/48616/REGRESS.pdf?sequence=5&isAllowed=y>. Acesso em: 27 de maio de 2018.
Gabarito – Tema 01
Questão 1 – Resposta: D
A principal área do conhecimento em que a econometria é estudada
com maior profundidade é a dos estudos econômicos.
Questão 2 – Resposta: E
O método matemático utilizado para estimar os coeficientes de
um modelo de regressão linear é o método de mínimos quadrados
ordinários.
Questão 3 – Resposta: B
A medida estatística que avalia existência de associação entre duas
variáveis quantitativas é o coeficiente de correlação.
Eficiência Energética23
TEMA 02
SÉRIES TEMPORAIS
Objetivos
Eficiência Energética24
Introdução
Eficiência Energética25
1. Modelos estacionários e processos puramente
aleatórios
a segunda diferença é:
ou seja,
ASSIMILE
Autocorrelação (correlação serial) e autocovariância.
A j-ésima autocovariância de uma série temporal Xt é a covari-
ância entre Xt e a sua j-ésima defasagem, Xt–j. Já o j-ésimo coe-
ficiente de autocorrelação é a correlação entre Xt e Xt–j. Isto é,
j-ésima autocovariância = cov(Xt, Xt–j)
Eficiência Energética27
Para considerar uma série temporal como estacionária, tendências não
podem estar presentes nos dados, enquanto que variações sazonais, po-
dem ocorrer tanto em séries estacionárias quanto não estacionárias.
A técnica de médias móveis, ou método de suavização, é o método de
previsão para dados estacionários mais simples existentes. Com ela, o
valor a ser previsto no tempo t + 1 (denotado X^t + 1) é obtido pela média
aritmética das v observações mais recentes da série, ou seja:
em que e .
Após coletar dados sobre vendas mensais para construir uma série tem-
poral, o passo seguinte a ser feito é a construção de um gráfico para se
ter uma ideia visual da evolução das vendas e identificar características
que permitam a escolha de um modelo apropriado para a série tempo-
ral. Com a ajuda do Excel® é possível construir facilmente um gráfico de
linhas, como mostrado na figura a seguir.
Eficiência Energética29
Figura 1. Dados de vendas e gráfico de linha
1 33 – –
2 38 – –
3 31 35,50 –
4 35 34,50 –
5 30 33,00 34,25
6 36 32,50 33,50
7 34 33,00 33,00
8 39 35,00 33,75
9 39 36,50 34,75
10 36 39,00 37,00
11 40 37,50 37,00
12 38 38,00 38,50
13 37 39,00 38,25
14 39 37,50 37,75
15 32 38,00 38,50
16 38 35,50 36,50
17 37 35,00 36,50
18 39 37,50 36,50
19 37 38,00 36,50
20 35 38,00 37,75
21 37 36,00 37,00
22 34 36,00 37,00
23 35 35,50 35,75
24 36 34,50 35,25
Eficiência Energética31
Figura 2. Gráfico com médias móveis ajustadas
A precisão relativa das duas previsões feitas pode ser avaliada pelo EQM.
Quanto menor o EQM mais acurada é a previsão. Comparando os EQM
calculados para as médias móveis, pode-se concluir que as médias mó-
veis de dois meses dão previsões mais acuradas que as médias móveis de
quatro meses.
Um modelo de erro clássico para séries temporais pode ser escrito como
a soma de três componentes com a seguinte equação:
Eficiência Energética33
PARA SABER MAIS
O modelo Xt = Tt + St + εt é dito aditivo e é adequado quando a
componente sazonal St não depende das outras componen-
tes do modelo. Se a componente sazonal variar com a ten-
dência, o modelo mais apropriado é o modelo multiplicativo,
dado por Xt = Tt · St · εt, o qual pode se tornar num modelo
aditivo com a aplicação de uma transformação logarítmica.
Também, é possível considerar modelos mistos, como Xt =
Tt St + εt ou modelos mais complexos.
Eficiência Energética35
PARA SABER MAIS
Outras formulações para o modelo de volatilidade estocás-
tica foram divulgadas na literatura, sendo que apresentare-
mos duas delas. Uma proposta por Kim et. al. no ano de 1998,
em que o pesquisador construiu a forma canônica para a vo-
latilidade estocástica e a outra formulação, construída por
Jaquier et al. no ano de 1994 em que o modelo para a volatili-
dade é trabalhado com distribuição log-qui-quadrada para o
quadrado do ruído branco (MORETTIN, 2016).
Eficiência Energética37
Morettin (2006) afirma que três classes de processos podem ser descri-
tas pelos modelos ARIMA: (1) processos lineares estacionários; (2) pro-
cessos lineares não estacionários homogêneos e; (3) processos de me-
mória longa.
Neste texto será abordado um caso particular de um processo linear es-
tacionário, um processo autorregressivo e de médias móveis de ordens
p e q: ARMA(p,q), os quais têm como principal propósito a realização de
previsão.
De maneira formal, tem-se que um processo linear geral é dado por:
onde,
LINK
Trabalho de conclusão de curso com conteúdo de aplica-
ções de modelos para séries temporais. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/15683/1/2016_Samille
AmaralSantos.pdf>. Acesso em: 14 junho 2018.
5. Considerações Finais
Eficiência Energética39
• Foram apresentados processos não estacionários e algumas de suas
características.
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 02
1. Escolha a alternativa que mostra um exemplo de série
temporal.
a) O resultado de um lançamento de um dado.
b) Os resultados do lançamento de vários dados ao mes-
mo tempo.
c) Os resultados do lançamento diário de um dado.
d) A escolha de uma das faces do dado.
e) A escolha de duas faces de dois dados, uma face em
cada um deles.
Referências Bibliográficas
MORETTIN, P.A.; TOLOI, C.M. C. Previsão de séries temporais. 2 ed. São Paulo: Atual,
1987. 450p.
Eficiência Energética41
. Análise de séries temporais. 2 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. 538p.
RAGSDALE, C.T. Modelagem de planilha e análise de decisão: uma introdução
prática a business analytics. São Paulo: Cengage Learning, 2014. 594p.
SANTOS, S. A. Aplicações dos modelos ARMA a dados financeiros. 2016. 32 f. Trabalho
de conclusão de curso (Bacharelado em estatística) – Departamento de Estatística,
Instituto de Ciências Exatas, Universidade de Brasília, Brasília, 2016. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/15683/1/2016_SamilleAmaralSantos.pdf>.
Acesso em: 14 junho 2018.
STOCK, J. H.; WATSON, M. W. Econometria. São Paulo: Pearson Brasil, 2004.
Disponível em: <http://anhanguera.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788
588639140/pages/-20>. Acesso em: 09 junho 2018.
Gabarito – Tema 02
Questão 1 – Resposta: C
Questão 2 – Resposta: A
Questão 3 – Resposta: B
Objetivos
Eficiência Energética43
Introdução
Eficiência Energética45
A Figura 1 apresenta alguns gráficos de resíduos êi contra uma variável in-
dependente X. Vale lembrar que os valores dos resíduos são obtidos após
o ajuste do modelo de regressão aos dados.
Eficiência Energética47
2. Normalidade dos erros
Por definição, diz-se que uma variável aleatória X tem distribuição normal
com parâmetros µ e σ2, em que , representando a média e
a variância da distribuição, respectivamente, se sua função densidade de
probabilidade é dada por:
Há uma série de motivos para que a normalidade dos erros seja um pres-
suposto necessário para se construir um modelo de regressão. A seguir,
serão apresentados alguns dos principais motivos, segundo Gujarati e
Porter (2008, p. 119):
3. Multicolinearidade
Eficiência Energética49
regressão. A multicolinearidade em um conjunto de dados ocorre nas va-
riáveis explicativas ou independentes de um modelo econométrico. Por
exemplo, a renda, a renda per capita e o PIB são variáveis que medem
informações semelhantes. Portanto, é aconselhável, para que não ocorra
problemas de multicolinearidade, que seja utilizada apenas uma delas em
um ajuste de modelo.
ASSIMILE
COLINEARIDADE: É um termo utilizado para dizer que existe
correlação linear entre duas variáveis, de tal forma que, não
é possível identificar o efeito de cada uma delas sobre a va-
riável dependente do modelo ajustado. O termo multicoline-
aridade se estende para o caso de colinearidade, que indica
existência de correlação linear entre mais de duas variáveis
independentes de um modelo econométrico.
Y Y
X3
X2
X2 X3
Y
Y Y
X2 X3 X2 X2 X3
X3
(c) Colinearidade moderada (d) Alta colinearidade (e) Colinearidade muito alta
Fonte: Gujarati e Porter (2008, p. 331)
Eficiência Energética51
3. Especificação do modelo: como exemplo, na inclusão de termos poli-
nomiais em um modelo de regressão, principalmente, quando o inter-
valo de valores de valores de variável independente é pequeno;
4. Sobredeterminação do modelo: ocorre quando o modelo possui mais
variáveis do que número de observações;
5. Tendência comum: ocorre em dados de séries temporais.
Eficiência Energética53
anteriormente. Por exemplo, para verificar a existência de variáveis desne-
cessárias no modelo, pode-se recorrer à estratégia chamada “abordagem
de baixo para cima”, que significa construir vários modelos, a partir de um
modelo menor, com menos variáveis, até modelos maiores. Essa estratégia
também é conhecida como garimpagem de dados ou data mining.
EXEMPLIFICANDO
Malassise (2015, p. 136) apresenta uma aplicação de verifica-
ção de heteroscedasticidade em um conjunto de dados, cor-
respondentes a salários (W) e anos de escolaridade (A). Parte
dos dados é mostrada na figura abaixo.
Estatísticas de regressão
R múltiplo 0,988576
R-Quadrado 0,977282
R-Quadrado ajustado 0,976633
Erro padrão 183,7493
Observações 37
Eficiência Energética55
RESUMO DOS RESULTADOS
ANOVA
F de
gl SQ MQ F
significação
Regressão 1 50835032 50835032 1505,607 2,33E-30
Resíduo 35 1181734 33763,82
Total 36 52016766
Erro 95%
Coeficiente padrão Stat t Valor-P 95% Inferior Superior
Interseção 124,0547 54,90802 2,259318 0,030195 12,58549 235,5239
Variável X 177,9134 4,585144 38,80215 2,33E-30 168,6051 187,2218
Fonte: Malassise (2015, p. 138).
5. Considerações Finais
Eficiência Energética57
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 03
1. É a forma mais simples de identificar a existência de hete-
roscedasticidade em um modelo de regressão ajustado. A
afirmativa está se referindo a:
a) Gráfico.
b) Tabela.
c) Teste.
d) Intuição.
e) Dedução.
2. A distribuição normal possui quantos parâmetros?
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
e) Nenhum.
3. Se o coeficiente de correlação linear entre duas variáveis
independentes de um conjunto de dados que será utiliza-
do para ajustar um modelo de regressão apresentar valor
de 0,85, o que é possível concluir em relação aos pressu-
postos do modelo?
Referências Bibliográficas
BUSSAB, W.; MORETTIN, P. Estatística básica. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 554p.
GUJARATI, D.N.; PORTER, D.C. Econometria básica. 5. ed. São Paulo: AMGH, 2008. 924p.
MALASSISE, R. L. S. Econometria. 1. ed. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional
S/A, 2015. v. 1. 192p. Disponível em: <http://anhanguera.bv3.digitalpages.com.br/
users/publications/9788584822065/pages/-2>. Acesso em: 26 maio 2018.
Gabarito – Tema 03
Questão 1 – Resposta: A
Questão 2 – Resposta: B
Questão 3 – Resposta: D
Eficiência Energética59
TEMA 04
REGRESSÃO COM VARIÁVEIS DUMMY
Objetivos
Eficiência Energética60
Introdução
Eficiência Energética61
é comparada entre os grupos, os quais são categorias das variáveis inde-
pendentes. Este método recebe o nome de análise de variância (ANOVA),
desenvolvido pelo estatístico inglês Ronald A. Fisher por volta de 1920.
A ideia pode ser estendida para variáveis qualitativas que possuem mais
de duas categorias. Como por exemplo, o padrão de construção de um
determinado imóvel, que pode ser classificado como padrão alto, médio
ou baixo. Neste caso, são necessárias as elaborações de duas variáveis
dummy, que poderão ser definidas da seguinte maneira, considerando
imóvel padrão baixo como base:
Como dito antes, a categoria para a qual nenhuma variável dummy é atri-
buída é conhecida como categoria-base, de controle, de comparação, de
referência ou categoria omitida. Todas as comparações são feitas em
Eficiência Energética63
onde, µi são as médias da variável aleatória Y para as suas subpopulações
e, eij é o termo erro aleatório.
De forma mais rápida, é possível obter uma tabela ANOVA com o suple-
mento de análise de dados do Microsoft Excel®, conforme mostrado
exemplo a seguir adaptado de Fonseca e Martins (1996, p. 262).
EXEMPLIFICANDO
O resultado das vendas efetuadas por três vendedores de
uma loja durante certo período é dado a seguir. Deseja-se
saber, ao nível de 5% de significância, se há diferença de efi-
ciência entre os vendedores.
Eficiência Energética65
Tabela 1 – Dados de vendas
Vendedores
A B C
29 27 30
27 27 30
31 30 31
29 28 27
32 29 29
30 29 28
Fonte: Adaptado de Fonseca e Martins (1996)
Eficiência Energética67
Figura 3 – Inserção de dados em planilha para
regressão com variáveis dummy
LINK
Aplicação de modelos de regressão com variáveis dummy no
Excel em dados reais. Disponível em: <www.redeitausocial
deavaliacao.org.br/wp-content/uploads/2016/09/Curso-de-
Gestores-slides-Aula5_20160929.pdf>.
Acesso em: 03 julho 2018.
Eficiência Energética69
2. Variáveis dummy como coeficientes angulares
Eficiência Energética71
Da forma como está elaborado, está implícito que o efeito diferencial de
X1 é constante no efeito diferencial de X2, e vice-versa. Em muitas aplica-
ções esse pressuposto pode não ser respeitado, o que leva a uma neces-
sidade de reformulação do modelo de regressão proposto inicialmente.
Em situações nas quais o pressuposto acima não é garantido há uma ne-
cessidade de inclusão de um novo termo no modelo, o termo de interação
entre as variáveis independentes. A inclusão deste termo torna o modelo
a ter a seguinte equação.
ASSIMILE
O efeito de interação entre variáveis independentes de um
modelo de regressão pode ocorrer em diversos tipos de mo-
delagem. No entanto, ao ser considerado em um procedi-
mento de estimação, é necessário ter cuidado na sua inter-
pretação, pois, em muitos casos, ele torna a interpretação
dos resultados muito complexa.
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 04
1. Como é chamado um modelo de regressão que possui va-
riáveis independentes quantitativas e qualitativas?
a) Análise de variância.
b) Análise de covariância.
Eficiência Energética73
c) Variáveis dummy como constantes.
d) Variáveis dummy como coeficientes angulares.
e) Modelos de diferenças em diferenças.
2. Os pressupostos de um modelo de regressão com variá-
veis dummy como independentes são os mesmos de um
modelo de regressão usual. Portanto, qual deve ser a dis-
tribuição de probabilidade do termo erro aleatório?
a) Poisson.
b) Exponencial.
c) Normal.
d) Anormal.
e) Binomial.
3. Se em um modelo de regressão existir uma variável qua-
litativa como variável independente e ela possuir quatro
níveis, quantas variáveis dummy deverão ser criadas em
um modelo de variáveis dummy como coeficientes?
a) Quatro.
b) Cinco.
c) Seis.
d) Três.
e) Dois.
Referências Bibliográficas
AGRESTI, A.; FINLAY, B. Métodos estatísticos para as ciências sociais. 4. ed. Porto
Alegre: Editora Penso, 2012. 664 p.
FONSECA, J.S.; MARTINS, G.A. Curso de estatística. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1996. 320p.
GUJARATI, D.N.; PORTER, D.C. Econometria básica. 5. ed. São Paulo: AMGH, 2008.
924p.
Gabarito – Tema 04
Questão 1 – Resposta: B
Questão 2 – Resposta: C
Questão 3 – Resposta: D
Eficiência Energética75
TEMA 05
MODELOS MULTIVARIADOS
Objetivos
• Definição de exogeneidade/causalidade;
Eficiência Energética76
Introdução
A definição de análise multivariada considerada neste texto será aquela
apresentada por Hair et al. (2009, p. 23): “análise multivariada se refere
a todas as técnicas estatísticas que simultaneamente analisam múltiplas
medidas sobre indivíduos ou objetos sob investigação”. Portanto, qual-
quer análise que envolva um tratamento simultâneo de mais que duas
variáveis, pode ser considerada como uma análise multivariada.
No caso de um modelo de regressão linear, o modelo de regressão mul-
tivariado conterá duas ou mais variáveis independentes e uma variável
dependente, totalizando, assim, pelo menos, três variáveis. Também, há
casos em que, a variável dependente é um conjunto de variáveis ou, um
vetor de variáveis, como é feito em uma análise de variância multivariada.
Em modelos de regressão, também, é possível considerar como variável
independente os valores defasados (passados) das variáveis independen-
tes e, quando isto ocorre, são chamados de modelos de defasagens distri-
buídas. Destacamos que é possível incluir em uma regressão valores pas-
sados da variável dependente como variável independente. Este último é
um caso particular de modelo de séries temporais, denominado modelo
autorregressivo.
O modelo autorregressivo também é conhecido como modelo dinâmico,
por ter a característica de desenhar a trajetória da variável dependente ao
longo do tempo, com relação aos seus valores defasados.
Este texto apresentará algumas características de modelos multivariados
dinâmicos e suas aplicações.
1. Exogeneidade/causalidade
Eficiência Energética77
PARA SABER MAIS
Tipos de técnicas multivariadas. Hair et al. (2009, p. 32) afir-
ma que “análise multivariada é um conjunto de técnicas para
análise de dados que está sempre em expansão e que en-
globa um vasto domínio de possíveis situações de pesquisa”.
Dentre as técnicas multivariadas existentes, as mais estabe-
lecidas são: (1) análise de componentes principais e análise
de fatores, (2) regressão múltipla e correlação múltipla, (3)
análise discriminante múltipla e regressão logística, (4) análi-
se de correlação canônica, (5) análise multivariada de variân-
cia e covariância, (6) análise conjunta, (7) análise de agrupa-
mentos, (8) escalonamento multidimensional, (9) análise de
correspondência, (10) modelo de equações estruturais e (11)
análise fatorial confirmatória. Maiores detalhes sobre estas
técnicas podem ser encontrados em Hair et. al. (2009).
ASSIMILE
A notação matricial em análise multivariada é utilizada para
simplificar a representação matemática dos modelos. No en-
tanto, é necessário levar em conta as regras de matrizes para
sua utilização, como por exemplo, a questão do produto en-
tre matrizes. Vale lembrar que só é possível realizar a ope-
ração produto entre matrizes se, o número de colunas da
primeira matriz do produto for igual ao número de linhas da
segunda matriz do produto.
Eficiência Energética79
No caso de dados de séries temporais, a situação descrita no parágrafo
anterior pode ser um tanto diferente, pois depende diretamente do mo-
mento de ocorrência dos eventos. Por exemplo, se um evento A ocorre
antes de um evento B, pode ser possível que B esteja sendo causado por
A, mas A nunca será causado por B, por uma simples questão temporal.
Para dados de séries temporais, Granger apud Morettin (2016, p.266) de-
fine causalidade em termos de previsibilidade: “a variável X causa a variá-
vel Y, com respeito a um dado universo de informação”. Foi a partir dessa
definição que foi criado o teste da causalidade de Granger, o qual pres-
supõe que as informações relevantes para uma previsão estão contidas
unicamente nos dados de série temporal das variáveis envolvidas.
Para exemplificar uma situação onde possa ser aplicado o teste de Granger,
considere a seguinte pergunta: “Será o Produto interno bruto (PIB) que
causa a oferta de uma moeda (M)? Ou será a oferta de uma moeda que
causa o PIB? O teste de Granger envolve a estimação do seguinte par de
regressões” (GUJARATI e PORTER, 2008, p. 648):
1
Existem tabelas para a distribuição F para alguns valores dos graus de liberdade e nível de significância.
Eficiência Energética81
6. Para testar a causa do PIB em M, basta repetir as etapas do teste até
aqui apresentadas, considerando com variável dependente M e, o PIB
como independente.
LINK
Verifique como é possível realizar o teste de causalidade de
Granger no Excel: disponível em: <https://quantmacro.word
press.com/2015/06/26/granger-causality-in-excel/>.
Acesso em: 08 julho 2018.
EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar, considere a aplicação apresentada em
Carneiro (1997, p. 13), o qual mostra o uso do teste de causa-
lidade de Granger nos dados de gastos do governo (G) e re-
ceitas tributárias (R) para Argentina, Brasil e Chile. Os dados
se referem ao período 1895 a 1985, coletados anualmente.
Na Figura 1 a seguir são exibidos os resultados para os três
países e, em seguida é feita uma interpretação dos mesmos.
Brasil 1908-1985
RG 4,96 Não Rejeitar
GR 0,17 Rejeitar
México 1895-1984
RG 12,04 Não Rejeitar
GR 13,16 Não Rejeitar
Fonte: Adaptado de Carneiro (1997).
Eficiência Energética83
Suponha que um modelo seja elaborado com Y representando a variável
endógena ou dependente e, X a variável exógena ou independente e, no
processo de modelagem tenha sido aplicado o teste de causalidade de
Granger e, obtido o seguinte resultado: causalidade unilateral apenas de
X para Y. Com este resultado, é natural surgir a pergunta “é possível tratar
a variável X como exógena?”. Esta pergunta, na realidade, tem a intenção
de saber se é possível utilizar a causalidade definida por Granger ou não,
com o propósito de estabelecer a exogeneidade da variável X.
Para se chegar em uma resposta, faz-se necessário distinguir três tipos de
exogeneidade: (1) fraca, (2) forte e (3) super.
Para deixar claro como cada tipo de exogeneidade ocorre, serão conside-
radas apenas duas variáveis no processo, Xt e Yt. Para facilitar a compre-
ensão diz-se que Xt é fracamente exógena se Yt não explicar Xt. Diante de
uma situação dessas, o modelo de regressão deve ser elaborado condi-
cionado aos valores de Xt, a variável exógena.
Diz-se que Xt será fortemente exógena se os valores atual e defasado de
Y não o explicarem, ou seja, se não ocorrer a situação de causalidade bi-
lateral. Em outra situação, a variável Xt será superexógena se os parâme-
tros na regressão de Y contra X não mudarem mesmo que os valores de
X mudem.
A importância em fazer distinção entre tipos de exogeneidade se justifi-
ca porque, no geral, para realizar uma regressão basta que ocorra uma
exogeneidade fraca. No entanto, se a intenção for realizar previsões, é im-
portante garantir exogeneidade forte entre as variáveis envolvidas e, se a
intenção é realizar análise de políticas, torna-se importante ter a garantia
de superexogeneidade.
2. Cointegração linear
Uma série temporal Xt é dita integrada de ordem d se, em seus dados, for
realizada a transformação de diferença d vezes e ela se tornar estacioná-
ria. A operação de diferença foi abordada no tema 02 desta disciplina.
Eficiência Energética85
No geral, se os resíduos de regressões de séries temporais do tipo
forem estacionários, ou seja, I(0), a metodologia de
regressão usual considerada anteriormente também pode ser aplicada
para séries temporais não estacionárias.
3. Considerações Finais
Glossário
Eficiência Energética87
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 05
Gabarito – Tema 05
Questão 1 – Resposta: C
Questão 2 – Resposta: A
Questão 3 – Resposta: C
Eficiência Energética89
TEMA 06
MODELOS COM VARIÁVEL
DEPENDENTE DISCRETA
Objetivos
Eficiência Energética90
Introdução
Eficiência Energética91
1. Modelo de probabilidade linear
2. Modelo logit
Eficiência Energética93
estimar seus parâmetros. No entanto, o principal problema está no au-
mento linear com relação a X, ou seja, o efeito incremental da variável
independente permanece constante o tempo todo e, isso não é uma ca-
racterística interessante para um modelo de probabilidade.
Eficiência Energética95
Para a razão P(Y = 1) / [1 – P(Y = 1)] é dado o nome de chance, a qual define
a chance de sucesso por
Eficiência Energética97
Outra forma de apresentação dos dados para modelagem logit é a for-
ma de dados agrupados ou replicados. São dados apresentados como
na figura 3, ainda com o exemplo dos dados sobre renda e posse de
imóvel próprio.
Figura 3 – Dados agrupados fictícios.
X (em $ mil) Ni ni X (em $ mil) Ni ni
6 40 8 20 70 36
8 50 12 25 65 39
10 60 18 30 50 33
13 80 28 35 40 30
15 100 45 40 25 20
Fonte: Gujarati e Porter (2008, p. 553).
3. Modelo probit
A pergunta que se faz é: como este índice se relaciona com a real decisão
de posse de imóvel próprio? Considerando como anteriormente, Y = 1
para uma família com imóvel próprio e Y = 0 para uma família que não
possui imóvel próprio.
Eficiência Energética99
seguir uma distribuição normal com média e variância constante. Tal
pressuposto permitirá a estimação dos parâmetros do modelo proposto
e, também, da variável Ii .
ASSIMILE
A variável Zi é usualmente utilizada para representar uma va-
riável aleatória com distribuição normal padrão, ou seja, com
média zero e variância unitária.
Eficiência Energética101
4. Considerações Finais
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 06
1. Qual a distribuição de probabilidade de uma variável depen-
dente dicotômica de um modelo de probabilidade linear?
a) Binomial.
b) Normal.
c) Poisson.
d) Bernoulli.
e) Logística.
Referências Bibliográficas
AGRESTI, A.; FINLAY, B. Métodos estatísticos para as ciências sociais. 4. ed. Porto
Alegre: Editora Penso, 2012. 664 p.
GUJARATI, D.N.; PORTER, D.C. Econometria básica. 5. ed. São Paulo: AMGH, 2008.
924p.
HAIR, J.F. et al. Análise multivariada de dados. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009.
688 p.
Gabarito – Tema 06
Questão 1 – Resposta: D
Eficiência Energética103
Questão 2 – Resposta: E
Questão 3 – Resposta: A
A curva sigmoide representa uma função de distribuição acumulada
de uma variável aleatória.
Objetivos
Eficiência Energética105
Introdução
O segundo modelo a ser apresentado será aquele que une duas dimen-
sões importantes de bancos de dados, são os chamados dados em painel
e, os modelos apropriados para dados com essa estrutura são chamados
modelos de regressão de dados em painel. Nos dados organizados na for-
ma de painel, a mesma unidade amostral de corte transversal (uma famí-
lia, uma empresa, um estado, observada em um momento) é acompanha-
da ao longo do tempo. Ou seja, os dados em painel têm uma dimensão
espacial e outra temporal (GUJARATI e PORTER, 2008).
Eficiência Energética107
considerando que as variáveis independentes Xi sejam influentes no va-
lor médio da variável dependente Yi. Como exemplo, suponha que uma
determinada quantidade de visitas técnicas realizadas por um grupo de
engenheiros a um determinado local dependa da quantidade de tempo
disponível da equipe, do recurso financeiro disponível e do número de
dias necessários de afastamento para a realização da visita.
EXEMPLIFICANDO
Para uma aplicação da teoria aqui apresentada considere o
exemplo extraído de Gujarati e Porter (2008, p. 574), os quais
utilizaram uma amostra de 100 indivíduos com 65 anos ou
mais. O interesse do estudo era verificar a frequência de
quedas (Y) em função do gênero (X2, 1 para mulher e 0 para
homem), um índice de equilíbrio (X3) e um índice de força
(X4). Quanto maior for o índice de equilíbrio, menos propen-
so a cair será o indivíduo e, quanto maior for o índice de for-
ça, mais forte ele será. Outra variável (X1), também incluída
no processo de modelagem, se refere a uma intervenção
com instruções educativas (valor 0) para evitar quedas ou,
uma intervenção com ações educativas mais a realização de
exercícios aeróbicos (valor 1). A amostra de sujeitos foi divi-
dida aleatoriamente entre os dois métodos de intervenção.
Eficiência Energética109
• Para encontrar o valor médio estimado para o i – ésimo
indivíduo, basta introduzir os valores das diversas variá-
veis da amostra correspondentes a cada um dos sujeitos.
LINK
Confirma outros modelos para Dados de contagem, visitando
o sítio indicado. Disponível em: <http://conteudo.icmc.usp.
br/pessoas/andretta/ensino/aulas/sme0281-2-17/estatistica.
pdf>. Acesso em: 24 de julho de 2018.
Outros nomes são atribuídos para dados em painel, como dados empi-
lhados (do inglês, pooled data, com o agrupamento das observações de
séries temporais e de corte transversal), combinação de séries temporais
e dados de corte transversal, painel de microdados (menor nível de desa-
gregação de dados), dados longitudinais (um estudo ao longo do tempo
de uma variável ou grupo de sujeitos), análise histórica de eventos (estu-
dar o movimento ao longo do tempo de indivíduos através de sucessivos
estados ou condições), e análise de corte (GUJARATI e PORTER, 2008). O
nome a ser utilizado neste texto será aquele adotado por Gujarati e Porter
(2008) “modelos de regressão com dados em painel”.
Eficiência Energética111
4. Com dados em painel é possível detectar e medir melhor os efeitos
que não podem ser observados em um corte transversal puro ou em
uma série temporal pura. Por exemplo, os efeitos das leis de salário
mínimo sobre o emprego e ganhos, os quais poderão ser estudados
mais adequadamente com essa estrutura de dados.
5. Os dados em painel permitem estudar modelos de comportamento
mais complicados. Por exemplo, fenômenos como economias de es-
cala e mudança tecnológica podem ser mais bem analisados pelos
dados em painel do que apenas pelo corte transversal ou unicamente
por séries temporais.
Com as vantagens apresentadas, os modelos para dados em painel podem
trazer resultados muito enriquecedores nas pesquisas econômicas e em
pesquisas de outras áreas. É claro que este tipo de modelagem também tem
suas limitações, assim como qualquer metodologia de pesquisa existente.
ASSIMILE
Notação para dados de Painel. Os dados em painel consis-
tem na observação dos mesmos n sujeitos de uma pesquisa
em dois ou mais períodos de tempo T. Suponha que uma
amostra de dados contenha observações sobre as variáveis
X e Y, estes podem ser representados como (Xit, Yit), i = 1, ... n
e T = 1, ... T, onde o subscrito i refere-se à unidade amostral
em observação e o subscrito t refere-se ao período de tempo
em que foi observada.
Eficiência Energética113
intercepto sejam coletados aleatoriamente de uma população maior
de grupos ou fatores. Vale ressaltar que, também, é possível conside-
rar modelos de efeitos fixos temporais no modelo.
As técnicas de estimação não serão detalhadas neste texto. No entan-
to, os interessados por maiores detalhes podem encontrar na referência
Gujarati e Porter (2008).
Eficiência Energética115
Os métodos estatísticos utilizados para construir modelos de duração
possuem procedimentos especiais para lidar com as duas situações aci-
ma apresentadas. Maiores detalhes sobre os procedimentos podem ser
encontrados em Agresti e Finlay (2012) e Gujarati (2011).
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 07
1. Modelos para dados em painel são apropriados para da-
dos coletados em dimensões de medidas. Quantas dimen-
sões possuem os dados em painel?
Eficiência Energética117
a) Uma.
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
2. Modelos para dados de contagem são apropriados para
dados com qual distribuição de probabilidade?
a) Binomial.
b) Normal.
c) Poisson.
d) Exponencial.
e) Logística.
3. A análise do tempo até a ocorrência de um evento de inte-
resse que é influenciado por alguns fatores deve ser feita
por qual modelo de regressão?
a) Usual.
b) Poisson.
c) Painel.
d) Normal.
e) Duração.
Referências Bibliográficas
AGRESTI, A.; FINLAY, B. Métodos estatísticos para as ciências sociais. 4. ed. Porto
Alegre: Editora Penso, 2012. 664 p.
GUJARATI, D.N. Econometrics by example. New York: Palgrave Macmillan, 2011. 416p.
GUJARATI, D.N.; PORTER, D.C. Econometria básica. 5. ed. São Paulo: AMGH, 2008.
924p.
STOCK, J. H.; WATSON, M. W. Econometria. São Paulo: Pearson Brasil, 2004. Disponível
em: < http://anhanguera.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788588639140
/pages/-20>. Acesso em: 21 julho 2018.
Questão 2 – Resposta: C
Modelos para dados de contagem são apropriados para dados com
distribuição de Poisson.
Questão 3 – Resposta: E
A análise do tempo até a ocorrência de um determinado evento que
é influenciado por alguns fatores deve ser realizada por modelos de
duração.
Eficiência Energética119
TEMA 08
ECONOMETRIA DE MERCADOS
FINANCEIROS
Objetivos
Eficiência Energética120
Introdução
Eficiência Energética121
Duarte Júnior (2005, p. 62) afirma que são necessárias algumas condições
para uma gestão de riscos de mercado, as quais são apresentadas a seguir:
(1) O completo entendimento dos instrumentos financeiros (ativos e passi-
vos) de interesse, da regulamentação e dos participantes do mercado; (2) A
organização de bancos de dados que cubram todos os fatores de mercado
requeridos para o apreçamento dos instrumentos financeiros em análise;
(3) A identificação de áreas de finanças, matemática/estatística/econome-
tria, que são importantes instrumentos financeiros sob consideração e; (4)
A montagem de um grupo de profissionais que tragam, em conjunto, um
equilíbrio entre prática (mercados financeiros locais e internacionais) e teo-
ria (finanças, estatística/econometria, etc.)”.
Eficiência Energética123
Existem variantes da abordagem analítica em seu processo de implemen-
tação, como por exemplo, as variantes “delta equivalente” e “delta-gama
equivalente”, dentre outras.
A abordagem por simulação também tem variantes que podem ser uti-
lizadas no momento de sua implementação. São elas, a variante “histó-
rica” e a variante “Monte Carlo”. Assim como na abordagem analítica, a
abordagem por simulação também requer, para sua implementação, a
realização de uma série de passos básicos, os quais são mostrados nas
Figuras 2 e 3.
EXEMPLIFICANDO
A abordagem analítica faz uso da metodologia RiskMetricsTM
para estimar valores de VaR. Tal metodologia estima a volatili-
dade de um ativo financeiro σt2 através de um modelo EWMA
(amortecimento exponencial). Maiores detalhes sobre o mo-
delo EWMA podem ser encontrados em Morettin (2016).
Suponha que exista uma chance de 95% de que a taxa de câm-
bio Real/USD (dólar americano) não caia em um dia. Suponha
ainda que, uma empresa tenha 100 milhões de reais aplicados
num fundo cambial. Calcule a perda potencial sobre esse va-
lor aplicado. Uma série temporal do desvio padrão (volatilida-
de) σt dos retornos da taxa câmbio Real/USD rt pode dar uma
indicação da sua variação. Admitindo que os retornos sejam
modelados por rt = σtεt, onde εt ~N(0,1), ou seja, está sendo su-
posto que os dados tenham distribuição normal. Admita que
uma estimativa do desvio padrão de um dia específico seja σt
= 0,46%. Então, o VaR pode ser calculado como
Eficiência Energética125
VaR = (1,65%) σt = (1,65%)(0,46%) = 0,759%.
Portanto, não se espera que a taxa de câmbio caia mais que
0,759% com 95% de chance. O valor 1,65 é o percentil de or-
dem 0,95 da distribuição normal padrão. Em valores monetá-
rios, o VaR é o valor de mercado da posição multiplicado pelo
valor obtido acima, ou seja,
Risco = (100 milhões)(0,759%) = 759.000,00 reais.
A conclusão é que em 95% das vezes, não se perderá mais do
que R$ 759.000,00 em um dia.
LINK
Confira o material desenvolvido por Daniel Yudi Sasahara
Kondo, que trata sobre modelos de estimação de volatilidade.
Disponível em: <http://pro.poli.usp.br/wp-content/uploads
/2012/pubs/modelos-de-estimacao-das-volatilidades-e-o-
seu-impacto-no-calculo-do-valor-em-risco-de-uma-carteira-
de-ativos-financeiros.pdf>. Acesso em: 01 agosto de 2018.
ASSIMILE
A origem do VaR: O pesquisador Till Guldimann é considera-
do como o criador do termo “value at risk” ou valor em risco,
no final dos anos 80, enquanto liderava pesquisas no banco
J.P. Morgan.
Eficiência Energética127
Dentre os modelos existentes, acadêmicos da área têm direcionado suas
pesquisas para uma classe de modelos de estrutura a termo da taxa de
juros chamada “Nelson-Siegel”, a qual faz uso de componentes exponen-
ciais (fatores) para derivar pontos da curva de juros com estrutura tridi-
mensional paramétrica, cujos parâmetros são interpretados como nível,
inclinação e curvatura da curva de juros.
Outros modelos existentes para a ETTJ são modelo de Nelson e Siegel
com dinâmica temporal do vetor autorregressivo (VAR), modelo ampliado
de Nelson e Siegel, com quatro fatores e, modelo passeio aleatório etc.
Aplicações comparativas entre os modelos citados por ETTJ com outros
não citados neste texto poderão ser encontrados com maiores detalhes
em Bernz (2014) e Carvalho (2013). Nesses mesmos textos, também, são
indicados programas computacionais apropriados para construção de
modelos para taxa de juros.
Eficiência Energética129
4. Volatilidade realizada e derivativos
SITUAÇÃO-PROBLEMA
Pedro é responsável por uma organização não governamental (ONG)
localizada na periferia da cidade chamada Felicidade. Ele tem uma
equipe responsável por ajudar os jovens da comunidade a se inseri-
rem no mercado de trabalho e se profissionalizarem com os cursos
oferecidos pela ONG. Para isso, ele e sua equipe fazem mensalmente
Eficiência Energética131
O tratamento das informações com métodos estatísticos, também,
tem a intenção de realizar previsões para que a ONG possa fazer seus
planejamentos para o futuro. Um deles está relacionado exatamente
com a questão da demanda de tipo de profissional que o mercado de
trabalho está procurando, pois, é sabido que esse é um assunto dinâ-
mico, varia ao longo do tempo.
Por fim, tudo o que a ONG deseja com uso de métodos quantitativos
é, exatamente, mostrar, com números, que trabalha de forma eficien-
te e que sabe utilizar tantos seus recursos financeiros, quanto apre-
sentar bons resultados para comunidade e para as empresas parcei-
ras de seu trabalho.
5. Considerações Finais
Glossário
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
TEMA 08
1. O VaR (valor em risco) é uma medida associada a qual tipo
de risco?
a) Risco operacional.
b) Risco de mercado.
c) Risco de crédito.
d) Risco de dívidas.
e) Risco técnico.
2. Quantos tipos de abordagens existem para a estimação do
VaR?
a) Três.
b) Quatro.
c) Um.
d) Dois.
e) Nenhum.
Eficiência Energética133
3. Em modelo de tempo contínuo, quais são os possíveis va-
lores permitidos para o tempo?
a) Valores reais não negativos.
b) Valores reais não positivos.
c) Valores inteiros não negativos.
d) Valores inteiros não positivos.
e) Valores racionais.
Referências Bibliográficas
Gabarito – Tema 08
Questão 1 – Resposta: B
O VaR é uma medida associada ao risco de mercado.
Questão 2 – Resposta: D
Existem dois tipos de abordagens para a estimação do VaR.
Questão 3 – Resposta: A
Eficiência Energética135
136 Eficiência Energética