Culpa Existencial
Culpa Existencial
Culpa Existencial
CULPA EXISTENCIAL
Ferreira (2008), apresenta a angústia como a possibilidade do ser humano de
sair da decadência, na qual se distancia de si mesmo, entregue a impessoalidade do
cotidiano. A angústia caracteriza-se como suspensão do mundo, permitindo ao
homem entrar em contato com sua singularidade. Ela aparece quando o homem tem
consciência de estar na decadência e de estar sozinho como ser-no-mundo, então,
ele estranha a sua própria condição, e tenta escapar, fugir novamente para a
tranquilidade e familiaridade dos momentos de queda. Na angústia manifesta-se o
nada, e para transcender-se ao nada, ou seja, ir de encontro à possibilidade de
apropriar-se do seu ser, com propriedade ou não, duas determinações ontológico-
existenciais se fazem necessárias ao homem: a angústia e a culpa.
Em A Coragem do Ser, Paul Tillich (1992) traz a culpa como uma ameaça do
não-ser (inerente ao ser) contra à autoafirmação moral do homem, entendendo que
o sentimento de culpa é a consciência da incerteza profunda entre o bem e o mal.
Nesse sentido,
O juiz que somos nós mesmos, e que se coloca contra nós mesmos,
o que "sabe com" (consciência) tudo que fazemos e somos, faz um
julgamento negativo, sentido por nós como culpa […]. Está presente
em cada momento da auto consciência moral e pode levar-nos à
completa autorrejeição, para o sentimento de estar condenado —
não a um castigo externo, mas ao desespero de haver perdido nosso
destino. (p. 43)
FUKUMITSU, Karina Okajima . Não Quero mais Usar Sapatos Apertados. A Plural -
psicologia em revista. São Paulo, p. 40-42, nov. 2009.