3ºficha Preparação Exames - Correção
3ºficha Preparação Exames - Correção
3ºficha Preparação Exames - Correção
Descobriu-se recentemente que bactérias e fungos podem sintetizar antibióticos de natureza peptídica com
forte proporção de aminoácidos não convencionais que os ribossomas são incapazes de incorporar nas
proteínas. A descoberta deste mecanismo ocorreu quando cientistas que trabalhavam na biossíntese de um
antibiótico, a gramicidina S, observaram que os extratos celulares da bactéria que produz este antibiótico
continuam a sintetizá-lo mesmo que se adicione uma enzima que destrói o RNA ou uma substância que
impede a síntese proteica ao nível dos ribossomas. Descobriram que na síntese destes antibióticos estavam
envolvidas enzimas de grandes dimensões, que designaram por sintetases de péptidos não ribossomais
(NRPS). No cromossoma bacteriano, são vários os genes que estão implicados na codificação de uma NRPS.
Esta enzima é composta por vários módulos (em geral, uma dezena) ligados uns aos outros. Cada módulo é
responsável pela incorporação específica de um dado aminoácido na cadeia polipeptídica em crescimento.
Uma NRPS só catalisa a síntese de uma molécula bem definida, sendo a sucessão dos diferentes módulos o
que determina a composição do produto, como se evidencia na Figura 2. Em 1995, conseguiu-se trocar a
ordem das sequências de DNA que codificam módulos inteiros de uma NRPS. Esta manipulação conduziu à
síntese de uma nova enzima, que produziu péptidos inéditos. Também já foi possível transferir genes
responsáveis pela síntese de NRPS da bactéria Streptomyces lasaliensis para a bactéria Escherichia coli. Esta
última bactéria é a mais conhecida, a que se sabe manipular melhor e a que se utiliza para produzir moléculas
em quantidades industriais. Em 2002, quando pela primeira vez foi sequenciado o genoma de uma bactéria
produtora de antibióticos, Streptomyces coelicor, descobriram-se vários genes correspondentes a NRPS, mas
que não se exprimiam, isto é, fontes potenciais de NRPS responsáveis pela síntese de novos péptidos. Surge
assim o desafio de tentar obter novas NRPS e de selecionar, do ponto de vista farmacológico, as mais
interessantes.
1. O aumento das doenças infeciosas resistentes aos antibióticos, como a tuberculose multirresistente, tem
vindo a preocupar a comunidade científica internacional, que aposta cada vez mais em investigação
biomédica.
Explique de que modo a sequenciação do genoma de S. coelicor e a utilização de E. coli podem contribuir para
a produção de novos antibióticos.
Tópicos de resposta:
A) referência à descoberta de genes correspondentes a NRPS que não se exprimem;
B) referência à necessidade de fazer exprimir os genes correspondentes a novas NRPS;
C) referência à transferência desses genes para uma bactéria de fácil manipulação genética
(E. coli), para obter novos antibióticos.
Contaminação por urânio nas drenagens de minas Na região Centro de Portugal, todas as minas de rádio e de
urânio estão encerradas, embora ainda existam resíduos a céu aberto, responsáveis pela contaminação das
águas próximas. Para explicar a presença de duas espécies de fungos pluricelulares aquáticos (da classe dos
Ascomycetes) em águas contaminadas com metais pesados, os investigadores colocaram duas hipóteses:
Hipótese 1: Se a presença das espécies de fungos pluricelulares aquáticos no curso de água contaminado
ocorre devido à tolerância ao aumento da concentração de metais, então espera-se que estirpes das duas
espécies obtidas, quer de águas não contaminadas, quer de águas contaminadas, se comportem igualmente
bem quer em meios de cultura preparados com água contaminada, quer em meios de cultura preparados com
água não contaminada.
Hipótese 2: Se a presença das espécies de fungos pluricelulares aquáticos no curso de água contaminado é
explicada por adaptações genéticas aos contaminantes, então espera-se que estirpes das duas espécies
obtidas de águas contaminadas se comportem melhor num meio de cultura preparado com água contaminada
do que num meio de cultura preparado com água não contaminada.
Método:
1 – Foram isoladas estirpes de duas espécies de fungos pluricelulares aquáticos através da recolha de folhas
submersas com esporos de Tricladium splendens e de Varicosporium elodeae numa ribeira de referência e
numa ribeira contaminada com metais pesados.
2 – Amostras das duas espécies de fungos colhidas no curso de água de referência foram deixadas crescer
em meio de agar com extrato de malte (MEA), preparado com água do curso de água de referência. Amostras
das duas espécies de fungos colhidas no curso de água contaminado foram deixadas crescer em MEA,
preparado com água do curso de água contaminado. Todas as amostras foram deixadas crescer durante 15
dias, sob o fotoperíodo do mês de abril, à temperatura de 20 ºC.
3 – Após 15 dias de incubação, cortaram-se fragmentos de 3 mm de diâmetro da periferia de cada uma das
quatro colónias em crescimento. Foram inoculados fragmentos em meio MEA preparado com água de um
curso contaminado e com água de um curso de referência, de acordo com a Tabela 1. Realizaram-se três
repetições por tratamento.
4 – O diâmetro das colónias foi medido em duas direções perpendiculares, até a colónia se encontrar a 1 cm
da periferia da caixa.
TABELA 1
CRESCIMENTO DAS
ENSA ESPéCIES RIBEIRA DE MEIO DE
IO ORIGEM CULTURA ESTIRPES (mm/dia)
Baseado em Ferreira, V., Gonçalves, A. L., Pratas, J. e Canhoto, C., «Contamination by uranium mine drainages affects fungal growth and
interactions between fungal species and strains», Micology, 102, 2010
(A) 1 e 4.
(B) 1 e 3.
(C) 2 e 4.
(D) 2 e 3.
4. De acordo com os dados obtidos na experiência, é correto afirmar que, para ambas as espécies, o meio
preparado com água
5. Explique, com base nos dados, qual das duas hipóteses, hipótese 1 ou hipótese 2, é apoiada pelos
resultados obtidos na experiência relativos a V. elodeae.
Tópicos de resposta:
A) referência ao facto de os ensaios 3 e 4 mostrarem que as estirpes isoladas de ribeiras
contaminadas se comportam melhor no meio preparado com água contaminada;
B) relação entre a maior taxa de crescimento da estirpe / o melhor comportamento da estirpe
no meio preparado com água contaminada e as adaptações genéticas da espécie aos
contaminantes, o que permite apoiar a hipótese 2.
Para identificar a hipótese apoiada há que encontrar resultados concordantes com uma das hipóteses.
Partindo dos resultados, verifica-se que o crescimento das culturas obtidas em ribeiras contaminadas é
superior quando estas são cultivadas no meio preparado com água contaminada (2,276 vs. 2,514, nos Ensaios
3 e 4 de V. elodeae), o que concretiza o tópico A. Esta diferença de crescimento é coerente com adaptações
genéticas das estirpes aos contaminantes, tal como previsto pela hipótese 2 (tópico B).
A água é o maior fator limitante no desenvolvimento das plantas. O stress produzido pelo défice hídrico
estimula a produção de ácido abcísico (ABA), que faz os iões potássio saírem das células guarda,
influenciando a taxa de transpiração. Contudo, como a abertura estomática é uma característica que é
adaptável às condições ambientais, cada espécie tem um comportamento diferente quando sujeita a défice
hídrico.
Para avaliar os efeitos do défice hídrico nas trocas de CO 2 e de H2O, utilizaram-se, cinco meses após a sua
germinação, plantas de Tabebuia aurea.
Dois grupos de seis plantas foram colocados em estufa com as seguintes condições: temperatura média de 20
ºC, humidade relativa (atmosférica) de 60 ± 10% e uma intensidade de luz de 65% da intensidade média da luz
diurna.
Após a aclimatação, os dois grupos de plantas foram sujeitos, durante 21 dias, às seguintes condições
hídricas:
Grupo A – manteve-se a irrigação diária.
Grupo B – suspendeu-se a irrigação durante os primeiros 14 dias;
– a partir do 14.º dia reiniciou-se a irrigação diária.
Foram medidas as trocas gasosas em todas as plantas, utilizando-se sempre as mesmas folhas, durante 21
dias. Todas as outras condições permaneceram idênticas nos dois grupos de plantas, tendo sido feitas
medições diárias em todas as plantas de cada grupo.
Os gráficos seguintes mostram a variação da taxa de transpiração e da taxa fotossintética ao longo dos 21
dias, nos dois grupos de plantas.
Baseado em Oliveira, A. K. M. et al., «Gas exchange of potted Tabebuia aurea plants under hydric stress»,
Acta Scientiarum, Agronomy, 2011
6. A variável independente em estudo na experiência descrita é
7. Explique em que medida os resultados da experiência descrita permitem concluir que Tabebuia aurea
apresenta mecanismos de tolerância ao stress hídrico.
Tópicos de resposta:
A) referência ao facto de o grupo submetido a stress hídrico durante os primeiros onze dias se
comportar de forma idêntica ao grupo de controlo, que estava a ser irrigado;
OU
referência ao facto de só ao fim de onze dias a planta manifestar alterações bruscas nas
taxas de transpiração e de fotossíntese;
B) referência ao curto período de recuperação do grupo submetido a stress hídrico necessário
para igualar o comportamento do grupo de controlo / as taxas de transpiração e de
fotossíntese do grupo de controlo.
A análise dos resultados da experiência permite constatar que, apesar do grupo experimental (grupo B) se
encontrar submetido a stress hídrico, por ausência de irrigação durante 14 dias, foi apenas ao 11º dia que se
comportou de forma diferente, diminuindo bruscamente as taxas de transpiração e de fotossíntese (tópico A).
Do mesmo modo, deverá referir-se que, quando se reinicia a irrigação diária ao 14º dia, o grupo sujeito a
stress hídrico recupera rapidamente o comportamento, igualando o do grupo de controle, restabelecendo as
taxas de transpiração e de fotossíntese (tópico B).
Em diferentes discos contendo meio de cultura com timidina tritiada e colcemida*, foram colocadas as
seguintes populações de células: células G1 não fundidas (G1), células G1 fundidas entre si (G1/G1) e
células G1 fundidas com células S (G1/S).
O Gráfico 1 traduz o registo da variação da percentagem de células marcadas, em cada um dos discos,
ao longo de 16 horas.
Em diferentes discos contendo meio de cultura com colcemida, foram colocadas as seguintes populações de
células: células G2 não fundidas (G2), células G2 fundidas entre si (G2/G2), células S não fundidas (S),
células S fundidas entre si (S/S) e células S fundidas com células G2 (S/G2).
O Gráfico 2 traduz o registo da variação do índice de mitose (obtido pela divisão do número de células em
mitose pelo número de células contabilizadas) ao longo de 18 horas.
Gráfico 2
1
x
S
x
G
2
G2/G2
x
S/G2x S/
S
Índice de mitose
x
75 0,6
G1
/G
50 0,4
G1
S/
25
0,2
G1
0
0
0 4 8 12 16
0 4 8 12 16 20
Tempo após a fusão de células (hora)
Tempo após a fusão de células (hora)
Gráfico 1
8. Indique os discos que servem de controlo na experiência 1.
10. Explique, de acordo com os resultados obtidos na experiência 1, a variação de valores na marcação
radioativa de células G1/S.
Tópicos de resposta:
A) referência ao facto de as células fundidas G1/S iniciarem mais cedo a incorporação de
timidina tritiada / o aumento da marcação radioativa relativamente às células G1/G1
OU
referência à maior percentagem de incorporação de timidina tritiada / ao aumento da
marcação radioativa em células G1/S, relativamente às células G1/G1;
B) referência à indução da replicação do DNA em núcleos em período G1 por intermédio de
núcleos em período S.
Tal como sugere o enunciado, deverá partir-se dos resultados e salientar a situação das células G1/S
relativamente às células G1/G1 que revelam o aumento da marcação radioativa mais cedo (tempo 0),
enquanto as células G1/G1 só iniciam a incorporação ao fim de cerca de 8 horas (tópico A). Como esta
diferença se verifica em células G1 fundidas com célula S, é plausível admitir que os núcleos S (com DNA já
replicado) induziram a replicação dos núcleos G1, acelerando a replicação nestas células fundidas (tópico B).
Os seres que vivem no Antártico estão sujeitos a fatores abióticos muito limitantes. A baixa temperatura
aumenta a viscosidade dos fluidos nestes seres e, no verão, o degelo conduz à variação da salinidade da
água do mar. As águas frias e salgadas da região são ricas em oxigénio, pois nestas condições este gás
torna-se mais solúvel.
Nos «peixes do gelo», os vasos são de grande calibre, o sangue não possui hemoglobina e o oxigénio
difunde-se diretamente dos capilares para os tecidos, que se apresentam muito vascularizados e com grande
densidade de mitocôndrias, características bem evidenciadas no tecido muscular cardíaco.
Os «peixes do gelo», alguns insetos e alguns répteis possuem, no seu fluido circulante, proteínas
com um papel anticongelante, que permitem o bloqueio do crescimento de cristais de gelo.
Certas espécies de bacalhau do Ártico exibem uma proteína idêntica à dos «peixes do gelo», mas que não é
transcrita a partir do mesmo gene. A evolução destas proteínas é uma das mais fantásticas adaptações
moleculares que caracterizam a evolução biológica.
Baseado em Pellé, M., «La Nature malgré tout», Science et vie, dezembro 2011
11. A alta viscosidade do sangue dos «peixes do gelo» não constitui um obstáculo à distribuição de oxigénio
às células porque
A exposição contínua ao oxigénio (O2), fator essencial à sobrevivência de formas de vida aeróbias, tem como
consequência a formação nos seres vivos de vários tipos de moléculas e de radicais – entre os quais se
encontra o peróxido de hidrogénio (H2O2). Considera-se que existe stresse oxidativo quando ocorre um
desequilíbrio entre concentrações de moléculas oxidantes e antioxidantes a favor da concentração das
moléculas oxidantes, criando uma situação de dano potencial. Apesar de as células terem evoluído no sentido
de desenvolverem mecanismos protetores, o stresse oxidativo está relacionado com diversas doenças, como,
por exemplo, no caso da espécie humana, o cancro e a doença de Parkinson.
Um dos efeitos mais interessantes na resposta ao stresse oxidativo por parte dos organismos, denominado
«resposta adaptativa», consiste num aumento da capacidade de sobrevivência à exposição a uma dose letal
quando um organismo é previamente exposto a uma dose subletal. Considera-se uma dose letal a que
provoca a morte de uma percentagem elevada de organismos de uma população.
No Gráfico 1, apresentam-se os resultados de um estudo de sobrevivência de células de leveduras sujeitas a
uma concentração de 600 μM de H2O2 durante 30 minutos e durante 90 minutos. Neste estudo, compararam-
se células não adaptadas (controlo) com células adaptadas a 150 μM de H2O2. Com o objetivo de se
investigar a resposta adaptativa em leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae, foi estudada a relação
entre as alterações de permeabilidade e a fluidez da membrana plasmática durante a sua adaptação a uma
dose subletal de H2O2. A fluidez da membrana plasmática foi determinada através da anisotropia de
fluorescência, sabendo-se que, quanto mais altos forem os valores, menos fluida é a membrana plasmática.
As medições da anisotropia de fluorescência, traduzidas nos Gráficos 2A e 2B, foram realizadas aos 30 e aos
60 minutos, em células de controlo e em células cultivadas num meio contendo uma dose subletal de 150 μM
de H2O2. Nas medições foram utilizadas duas sondas distintas, uma colocada na zona mais interna da
membrana – zona apolar da bicamada – (Gráfico 2A) e a outra localizada mais à superfície da membrana
(Gráfico 2B).
Gráfico 2A Gráfico 2B
12. Na experiência cujos resultados estão traduzidos no Gráfico 1, o controlo contém células de leveduras que
foram colocadas, sequencialmente,
(A) num meio sem adição de H2O2 e num meio com uma dose subletal de H2O2.
(B) em dois meios, ambos com uma dose subletal de H2O2.
(C) em dois meios, ambos sem adição de H2O2.
(D) num meio sem adição de H2O2 e num meio com uma dose letal de H2O2.
14. Explique, com base nos resultados traduzidos nos Gráficos 2A e 2B, de que modo a variação da fluidez da
membrana plasmática pode contribuir para regular o fluxo de H2O2 durante a resposta adaptativa em S.
cerevisiae.
Tópicos de resposta:
A) relação entre o aumento da anisotropia e a diminuição da fluidez da membrana plasmática;
B) relação entre a diminuição da permeabilidade da membrana plasmática e a diminuição da
entrada de H2O2 nas células de leveduras.
Note-se que o H2O2 utilizado no estudo vem do meio e não das células de S. cerevisae, logo, a regulação do
seu fluxo é o controlo da entrada de H2O2 nestas células. Siga-se o enunciado e os resultados: nos dois
gráficos, à medida que o tempo aumenta de 30 para 60 minutos, a anisotropia aumenta, o que significa que a
fluidez da membrana diminui (ver texto), concretizando-se o tópico A. Relacione-se, depois, a redução da
fluidez da membrana com a redução da sua permeabilidade ao H2O2, reduzindo a entrada deste composto
tóxico nas células (tópico B)
Nas últimas décadas, muitas bactérias patogénicas de transmissão alimentar têm mostrado resistência aos
antibióticos atualmente disponíveis, relançando a necessidade de pesquisar novas moléculas dotadas de
atividade antimicrobiana. Nos Açores, devido à sua natureza vulcânica, ocorrem numerosos habitats terrestres
extremos – como as grutas lávicas e as fumarolas – que albergam comunidades microbianas únicas. Nas
grutas lávicas, as comunidades bacterianas sésseis (ao contrário das planctónicas, que vivem dispersas no
meio aquático) aderem a superfícies sólidas, produzindo redes gelatinosas que as imobilizam e protegem – os
biofilmes. A investigação a seguir apresentada pretendeu pesquisar a atividade antimicrobiana de culturas
bacterianas isoladas de biofilmes de grutas lávicas (GBO e GTM) e de amostras de solo de fumarolas (P) –
isolados –, face a bactérias patogénicas transmitidas pelos alimentos – microrganismos indicadores –, por
meio de dois métodos: o ensaio de inoculação cruzada de culturas em agar (ensaio 1, que permitiu o estudo
da atividade antimicrobiana de trinta isolados em agar contra oito microrganismos indicadores) e o ensaio de
difusão em agar de culturas do isolado GTM1B2 crescido em diferentes meios de cultura líquidos (ensaio 2,
que permitiu o estudo da atividade antimicrobiana do isolado GTM1B2 em diferentes meios de cultura líquidos
contra oito microrganismos indicadores).
15. Relativamente à atividade antimicrobiana das amostras testadas no ensaio 1 (Gráfico 1), a análise dos
resultados da investigação permite afirmar que
(A) os isolados das fumarolas inibiram, pelo menos, sete dos indicadores.
(B) os isolados GTM inibiram, pelo menos, um dos indicadores.
(C) os isolados das grutas lávicas inibiram, pelo menos, cinco dos indicadores.
(D) os isolados GBO inibiram, pelo menos, um dos indicadores.
(A) os meios de cultura líquidos utilizados limitam a atividade antimicrobiana do isolado contra microrganismos
do género Listeria.
(B) o meio ½R2B é limitante para a atividade antimicrobiana do isolado contra Proteus sp.
(C) o meio NtB é limitante para a atividade antimicrobiana do isolado contra Escherichia coli.
(D) os meios de cultura líquidos utilizados limitam a atividade antimicrobiana do isolado contra ambas as
estirpes de Staphylococcus aureus.
A produção de biocombustíveis com recurso a culturas como a soja depende, em termos de produtividade, da
ocupação exclusiva de grandes extensões de solo. As microalgas afiguram-se como uma alternativa para a
produção de combustíveis, uma vez que têm a capacidade de duplicar a sua biomassa várias vezes por dia e
de produzir, pelo menos, quinze vezes mais óleo por hectare do que as culturas alimentares concorrentes.
Para otimizar os processos de produção e extração dos óleos, recorre-se ao aumento do teor lipídico,
bloqueando as vias metabólicas responsáveis pela acumulação de compostos energéticos, como o amido, e à
diminuição do catabolismo dos lípidos. O silenciamento por mutação de genes das vias metabólicas referidas
ou a redução significativa da quantidade de mRNA desses mesmos genes também podem conduzir a um
aumento do teor lipídico celular. Após a extração dos óleos para a produção de biodiesel, os glúcidos (hidratos
de carbono) existentes no bolo vegetal remanescente podem ser utilizados como substrato para a produção de
etanol. O dióxido de carbono, resultante do processo de fermentação, pode, por sua vez, ser utilizado na
produção de mais biomassa (microalgas), o que permite o funcionamento em sistema fechado e uma
otimização de todo o processo bioenergético.
18. O aumento do teor lipídico nas microalgas pode ser conseguido através da redução da
(A) síntese dos lípidos e do bloqueio das vias anabólicas dos glúcidos.
(B) degradação dos lípidos e do bloqueio das vias catabólicas dos glúcidos.
(C) síntese dos lípidos e do bloqueio das vias catabólicas dos glúcidos.
(D) degradação dos lípidos e do bloqueio das vias anabólicas dos glúcidos.
Métodos e resultados
1 – Os morangueiros foram plantados em vasos idênticos contendo uma mistura de solo, vermiculite e
fertilizante orgânico, estando sujeitos às seguintes condições: uma temperatura de 25 °C durante o dia e de 18
°C durante a noite, 60% de humidade, um fotoperíodo de 12 horas, uma intensidade de fluxo de fotões de 450
µmol m–2 s–1 e rega até ao limite da capacidade de retenção de água do solo.
3 – O registo fotográfico do efeito dos glúcidos no desenvolvimento e no amadurecimento dos frutos está
traduzido na Figura 2. Os resultados da análise quantitativa do efeito dos glúcidos na acumulação de
antocianinas estão registados no Gráfico 1.
Manitol Sacarose Glucose Frutose
2
Tempo após os tratamentos com glúcidos (dia)
4
600 Manitol
gg-1de fruto)
Sacarose
400
6 Quantidade de antocianinas (
300
200
7
100
8
0
0 2 4 6 8 10 12 14
1 cm Tempo após os tratamentos com glúcidos (dia)
Figura 2 Gráfico 1
Baseado em H. Jia et al., «Sucrose functions as a signal involved in the regulation of
strawberry fruit development and ripening», New Phytologist, 198, 2013
19. No estudo apresentado, constitui uma variável dependente
20. De acordo com a Figura 2, o início do amadurecimento dos morangos ocorreu ao _______ após ter sido
realizado o tratamento químico com _______.
21. Um dos procedimentos experimentais que contribuíram para a validade dos resultados foi a injeção dos
frutos de diferentes morangueiros com
22. Explique de que forma a análise quantitativa da acumulação de antocianinas, por ação da sacarose e da
glucose, registada no Gráfico 1, contribui para a confirmação dos resultados apresentados na Figura 2.
Tópicos de resposta:
A) relação entre a ação da sacarose e a maior quantidade de antocianinas (ou entre a ação da
glucose e a menor quantidade de antocianinas);
B) relação entre a ação da sacarose e o facto de os morangos iniciarem mais cedo a acumulação
de antocianinas (ou entre a ação da glucose e o facto de os morangos iniciarem mais tarde
a acumulação de antocianinas);
C) relação entre o aumento da quantidade (ou a acumulação) de antocianinas e o
amadurecimento mais cedo (ou a maior pigmentação) dos morangos tratados com sacarose.
Note-se que em situações como os do Gráfico 1, onde se apresentam as respostas de vários ensaios, em
função do tempo, a análise devera incidir no diferente tempo de resposta, em cada um dos ensaios. O que é
solicitado é um cruzamento de dados entre gráfico e a figura. Partindo do gráfico, deverá centrar-se na
sacarose e reconhecer dois factos: o aumento da sacarose até ao 12º dia promove a maior quantidade de
antocianinas verificada no gráfico (tópico A); é com a ação da sacarose que a acumulação de antocianinas
ocorre mais cedo (é a curva que sobe logo a partir do 2º dia) – tópico B. Em alternativa, poderão estabelecer-
se as relações inversas para a glicose, relativamente â sacarose. De seguida, e centrando-se no foco do item,
verifica-se, na figura 2, que o amadurecimento mais rápido dos morangos ocorre com a ação da sacarose, em
resultado da maior acumulação de antocianinas como prevê o texto, o que é coerente com os dados do gráfico
– tópico C.
As larvas do inseto Phyllonorycter blancardella desenvolvem-se nas folhas da macieira Malus domestica,
garantindo a persistência de zonas verdes nas folhas que, no outono, vão amarelecendo. As larvas escavam
galerias, alimentando-se dos tecidos foliares. Este inseto estabelece também uma relação simbiótica com a
bactéria Wolbachia. No sentido de saber se a bactéria Wolbachia está implicada na interação entre o inseto e a
planta hospedeira, efetuou-se o estudo que a seguir se apresenta.
Métodos e resultados:
1 – Em dois conjuntos de placas de Petri, um contendo solução de glucose a 40% e o outro contendo solução
de glucose a 40% e 1% de antibiótico, colocaram-se, durante três dias, insetos fêmeas e insetos machos.
2 – Seguidamente, para a postura dos ovos, fêmeas de cada um dos grupos (fêmeas sujeitas a alimentação
com antibiótico e fêmeas sujeitas a alimentação sem antibiótico) foram colocadas individualmente em folhas de
macieira com três anos de idade. As árvores foram mantidas em estufa, sob condições controladas de
temperatura, humidade, radiância e ciclo natural de dia/ noite, que simulavam o verão. Procedeu-se a rega
diária, até ao aparecimento das larvas.
3 – Ao fim de dez dias, macieiras de cada um dos grupos foram colocadas fora da estufa, sob condições
outonais, para permitir o natural envelhecimento das folhas. As restantes árvores permaneceram na estufa
(sob as condições controladas que simulavam o verão).
4 – Posteriormente, procedeu-se à observação das características dos insetos, que eclodiram dos ovos e que
completaram o seu desenvolvimento, das características das folhas (presença ou ausência de ilhas verdes) e
do estado de infeção por Wolbachia. Os resultados estão expressos na Tabela 1.
5 – Mediram-se, também, os níveis de citocininas* nos tecidos foliares. Os resultados estão registados no
Gráfico 1.
* Hormonas vegetais envolvidas em diversos processos biológicos, como a inibição do envelhecimento, a manutenção da
clorofila e o controlo da mobilização de nutrientes para as folhas.
Sobrevivência
Sobrevivência
, reprodução e
Insetos , reprodução e
desenvolvime
não Si desenvolvime
nto normais (n
sujeitos m nto normais (n
= 20)
a = 15) Presença
(emergiram
antibiótic 18) de ilhas
o verdes
Alta taxa de
Insetos Sobrevivência mortalidade,
sujeitos N , reprodução e modificação do
a ã desenvolvime comportamento
antibiótic o nto normais (n alimentar, reprodução Ausência de
o = 15) baixa (n = 22)
ilhas verdes
(emergiram 3)
Gráfico 1
1400
800
400
200
0
tecidos tecidos
tecidos tecidos
sem galerias sem galerias
com galerias com galerias
(controlo (controlo
(insetos não (insetos
verde) sujeitos a amarelo)
sujeitos a
antibiótico) antibiótico)
23. A situação de controlo desta experiência implicou a
(A) não sujeição dos insetos a antibiótico e a colocação das árvores no exterior.
(B) sujeição dos insetos a antibiótico e a permanência das árvores na estufa.
(C) não sujeição dos insetos a antibiótico e a permanência das árvores na estufa.
(D) sujeição dos insetos a antibiótico e a colocação das árvores no exterior.
26. Relacione a influência do antibiótico com as características das folhas amarelas outonais, de acordo com
os resultados expressos na Tabela 1.
Tópicos de resposta:
A) relação entre a utilização de antibiótico e a ausência de ilhas verdes nas folhas amarelas
outonais;
B) relação entre a ausência de ilhas verdes e a ausência de Wolbachia (ou bactérias).
OU
A) relação entre a utilização de antibiótico e a ausência de Wolbachia (ou bactérias);
B) relação entre a ausência de bactérias e a ausência de ilhas verdes nas folhas amarelas
outonais.
De acordo com o enunciado, a resposta deve centrar-se nos resultados obtidos com os insetos sujeitos a
antibiótico e que, por isso, podem revelar a sua influência nas folhas. Assim, deve partir-se da tabela1
(contexto do item) e verificar que, com os insetos sujeitos a antibiótico, as folhas amarelas não apresentam
ilhas verdes (tópico A). Como o antibiótico limita o crescimento das bactérias simbiontes dos insetos e estes
mantêm as ilhas verdes, então, a ausência daquelas resulta na ausência de ilhas verdes (tópico B).
Em 1961, Marshall Nirenberg e James Matthaei foram os autores do primeiro grande avanço na decifração do
código genético. Nas suas experiências utilizaram extratos celulares da bactéria Escherichia coli e
oligonucleótidos sintéticos, em vez de mRNA natural, como informação padrão para a síntese proteica. Com o
extrato celular de E. coli, preparou-se um sistema de reação completo, com todos os componentes
necessários à síntese proteica, incluindo um RNA sintético formado apenas com nucleótidos de uracilo (poli-
U). Foram realizados vários ensaios, nos quais se testou individualmente cada um dos 20 aminoácidos. Para
tal, o aminoácido testado encontrava-se marcado radioativamente. Na Tabela 1, está registada a incorporação
nas proteínas, em diferentes condições experimentais, do aminoácido fenilalanina marcado radioativamente.
Aos ensaios 2 e 4 não foram adicionados, respetivamente, poli-U e ATP. No ensaio 3 foram extraídos os
ribossomas. Os ensaios 5 e 6 e os ensaios 7 e 8 continham, respetivamente, os antibióticos puromicina e
cloranfenicol e as enzimas hidrolíticas RNAase e DNAase. Noutras experiências, Nirenberg e Matthaei
mostraram que a síntese de um péptido constituído por resíduos do aminoácido lisina estava dependente da
adição de poli-A, um RNA formado apenas com nucleótidos de adenina, ao sistema de reação; o mesmo
acontecia com a adição de poli-C, um RNA formado apenas com nucleótidos de citosina, que era específico
para a síntese de um péptido constituído apenas pelo aminoácido prolina. Gobind Khorana, agraciado com o
Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 1968, tal como Marshall Nirenberg, realizou diversas experiências
que contribuíram definitivamente para a decifração do código genético. A partir de polímeros de
ribonucleótidos, de sequência conhecida, demonstrou que a repetição de dois nucleótidos alternados n vezes,
por exemplo (UC)n, contém informação necessária à síntese do péptido (ser-leu)n, em que UCU codificava a
incorporação do aminoácido serina e CUC codificava a incorporação do aminoácido leucina.
Radioatividade
emitida por mg de
Ensaio Condições experimentais proteína por minuto
(A) ribossomas.
(B) ATP.
(C) DNA.
(D) poli-U.
28. As experiências de Gobind Khorana demonstraram que a informação utilizada diretamente na síntese de
um péptido se encontra na sequência de conjuntos de
A fermentação de vegetais contribui para a sua conservação e para a obtenção de produtos com interesse
nutricional.
A fermentação láctica pode ocorrer por duas vias: a via homoláctica, cujo produto final é o ácido láctico, e a via
heteroláctica, que origina, entre outros, ácido láctico e ácido acético. As culturas bacterianas de arranque
(culturas previamente selecionadas e cultivadas em laboratório) constituem uma alternativa à «flora
microbiana» indígena (que ocorre de forma natural nos vegetais). Entre outros aspetos, a utilização dessas
culturas possibilita o início mais rápido da fermentação, conduzindo a acidificações mais rápidas, que evitam a
deterioração dos vegetais por diminuírem a ação de micro-organismos deteriorantes. Com o objetivo de avaliar
o efeito de diversas bactérias ácido-lácticas na fermentação de uma mistura de vegetais, foi desenvolvida a
investigação seguinte.
Métodos e resultados
1 – Produziu-se uma mistura de vegetais contendo 45% de couve, 20% de cenoura, 10% de cebola, 2% de sal
e 23% de água.
2 – A mistura de vegetais, não sujeita a esterilização, foi submetida a três tratamentos: A – sem inoculação; B
– inoculação com uma cultura bacteriana de arranque mista (contendo mais do que uma espécie bacteriana)
denominada COOP; C – inoculação com uma cultura bacteriana de arranque mista denominada F3.
3 – Cada um dos ensaios foi incubado a 20 °C, durante 72 h, e posteriormente armazenado a 4 °C.
4 – Em cada ensaio, avaliou-se a produção de ácido láctico e de ácido acético aos 0, 1, 3, 7 e 30 dias. Os
resultados constam dos gráficos A, B e C, apresentados na Figura 2.
29. De acordo com o objetivo da investigação descrita, uma das variáveis dependentes em estudo é
(A) no ensaio sem inoculação, a concentração de ácido acético estabilizou a partir do 2.º dia.
(B) a produção de ácido láctico atingiu um valor máximo quando se utilizou a cultura bacteriana F3.
(C) no ensaio com a cultura COOP, a concentração de ácidos aumentou continuamente.
(D) a diminuição da concentração de ácido láctico, nos ensaios B e C, ocorreu ao mesmo tempo.
32. De acordo com alguns investigadores, a otimização da fermentação industrial de uma mistura de vegetais
é atingida quando, além da produção de ácido láctico, ocorre também a produção moderada de ácido acético.
Fundamente a escolha de um dos processos (A, B ou C), em detrimento dos outros, para aplicação na
fermentação industrial de misturas de vegetais, considerando os resultados obtidos nos três ensaios.
Tópicos de resposta:
A – referência à produção de ácido acético no ensaio sem inoculação e no ensaio com a
cultura F3 (ou à não produção de ácido acético no ensaio com a cultura COOP);
B – relação entre o facto de a fermentação (ou a produção de ácidos) se iniciar mais cedo
no ensaio com a cultura F3 (por comparação com o ensaio sem inoculação) e a maior
rapidez de acidificação do meio (ou a melhor conservação dos vegetais) (ver nota 1);
OU
– relação entre a maior rapidez de acidificação no ensaio com a cultura F3 e a melhor
conservação dos alimentos (ver nota 1);
C – referência à escolha da cultura bacteriana F3 (ver notas 2 e 3).
Notas:
1 – A referência a «maior acidificação», em vez de a «maior rapidez de acidificação», deve ser considerada falha na
utilização da linguagem científica.
2 – O tópico C só pode ser considerado se os tópicos A e B estiverem presentes.
3 – Em alternativa, poderá aceitar-se o tópico C, se o tópico A estiver presente e for feita referência ao facto de «a
fermentação se iniciar mais cedo no ensaio com a cultura F3» ou ao facto de ocorrer «maior rapidez de acidificação
do meio no ensaio com a cultura F3». Nesta situação, serão considerados dois tópicos (A e C).
De acordo com o contexto do item, interessa escolher o processo que permita a produção de ácido lático e a
produção moderada de ácida acética, da forma mais eficiente possível, ou seja com a maior rapidez, que
depende da acidificação do meio (ver texto). Apenas os ensaios A (sem inoculação) e C (com F3) revelam a
produção de ácido acético (tópico A), pelo que a escolha será entre A e C. Note-se que a fermentação tem
inicio mais cedo no ensaio C do que no A, pelo que a acidificação do meio atingida no ensaio C também será
mais rápida e, consequentemente, a fermentação será também mais rápida (tópico B). Estas vantagens
justificam a escolha do processo C (tópico C).
Nos mamíferos, a hormona antidiurética, ADH, liga-se a recetores na membrana das células epiteliais dos
tubos coletores e desencadeia uma sequência de reações intracelulares de regulação das aquaporinas, AQP-
2, proteínas membranares que intervêm no transporte da água.
No sentido de se perceber o efeito da ADH nas AQP-2, realizaram-se dois estudos.
Estudo 1
No primeiro estudo, pretendeu investigar-se o modo como a ADH intervém na regulação da permeabilidade
dos tubos coletores.
Métodos e resultados
1 – Isolaram-se tubos coletores de um rim de rato.
2 – Utilizaram-se marcadores para localizar as AQP-2 nas células dos tubos coletores, em diferentes
condições – sem ADH e com ADH.
Sem ADH
Células do Interior do
Células do Interior do tubo coletor
tubo coletor
tubo coletor tubo coletor Com ADH
Vesicula
AQP-2
Estudo 2
No segundo estudo, pretendeu investigar-se a influência da ADH na quantidade de AQP-2 nas células dos
tubos coletores
Métodos e resultados
1 – Utilizaram-se duas linhagens de ratos – ratos normais e ratos incapazes de produzir ADH.
2 – As duas linhagens de ratos foram submetidas a tratamentos com ADH e a tratamentos com moléculas
antagonistas dos recetores de ADH (moléculas que bloqueiam o recetor).
3 – Os valores obtidos, relativos à quantidade de AQP-2 nas células, foram comparados com os valores de
referência obtidos em ratos das duas linhagens não submetidos a qualquer tratamento.
35. A partir da análise dos resultados do segundo estudo, pode inferir-se que
(A) a variação da quantidade de AQP-2 é semelhante nas duas linhagens de ratos quando tratadas com um
antagonista do recetor de ADH.
(B) a ligação de ADH aos recetores da membrana altera a quantidade de AQP-2 nas células dos ratos normais.
(C) a quantidade de AQP-2 nas células depende exclusivamente da ligação de ADH às células-alvo nos tubos
coletores.
(D) a utilização do antagonista do recetor de ADH não influencia a quantidade de AQP-2 nas células dos ratos
incapazes de produzir ADH.
36. Explique, tendo em conta os valores de referência das duas linhagens, em que medida os resultados
obtidos para a linhagem de ratos que não produzem ADH permitem responder ao objetivo do segundo estudo.
Tópicos de resposta:
A – referência ao facto de a linhagem de ratos que não produzem ADH apresentar menor
quantidade de AQP-2 do que a dos ratos normais (ver nota 1);
B – relação entre o tratamento com ADH na linhagem de ratos que não produzem ADH e o
aumento da quantidade de AQP-2 (relativamente aos valores de referência para esta
linhagem) (ver notas 1 e 2);
OU
– relação entre o tratamento com um antagonista do recetor de ADH na linhagem de
ratos que não produzem ADH e a diminuição da quantidade de AQP-2 (relativamente
aos valores apresentados na situação de tratamento com ADH para esta linhagem)
(ver notas 1 e 2);
OU
– relação entre o tratamento com ADH na linhagem de ratos que não produzem ADH e o
aumento da quantidade de AQP-2 (relativamente aos valores apresentados na situação
de tratamento com ADH para a linhagem de ratos normais) (ver notas 1 e 2);
C – relação entre os resultados invocados anteriormente e a conclusão de que a ADH
influencia a quantidade de AQP-2 (ver nota 3).
Notas:
1 – Poderão ser utilizados, de forma comparativa, os valores constantes da Tabela 1.
2 – A referência a «variação da quantidade», em vez de «aumento da quantidade», é considerada falha na utilização
da linguagem científica.
3 – O tópico C só é considerado se os tópicos A e B estiverem presentes
As amibas são protozoários capazes de colonizar grande variedade de ambientes e, na sua forma vegetativa
(trofozoíto), multiplicam-se por fissão binária. Alimentam-se por fagocitose de outros protozoários, de fungos,
de algas e de bactérias. No entanto, algumas bactérias resistem à ação das amibas, evitando a inclusão em
vesículas fagocíticas (fagossomas), ou, quando incluídas, evitando a digestão e utilizando-as como
hospedeiras. Estas bactérias multiplicam-se num fagossoma da amiba, que não se funde com os lisossomas,
podendo ser libertadas para o meio, quer por lise das células hospedeiras, quer através de vesículas. A
coevolução entre as bactérias e as amibas originou espécies bacterianas que se tornaram endossimbiontes
obrigatórios e outras que infetam e destroem os protozoários hospedeiros.
As auxinas são fito-hormonas responsáveis pelo crescimento das plantas, sintetizadas preferencialmente nos
ápices caulinares. Estas fito-hormonas estão envolvidas no aumento de plasticidade da parede celular e na
subsequente deposição de materiais, que leva à expansão das células vegetais. As auxinas induzem o
aumento da concentração de H+ na parede celular, que promove a separação das fibras de celulose e a
inclusão de novos polímeros; seguidamente, as células absorvem água, o que faz aumentar o seu
comprimento, levando a um alongamento dos tecidos.
Em 1926, Frits Went conseguiu demonstrar experimentalmente os efeitos de uma substância, a que deu o
nome de auxina, no crescimento de coleóptilos1 de Avena sativa, na ausência de luz. A Figura 1 traduz
esquematicamente parte do procedimento experimental seguido por Frits Went e os resultados que obteve.
Ápice do coleóptilo
Coleóptilo sem
ápice
40. Indique como procederia para demonstrar experimentalmente que a curvatura do coleóptilo não se deveu à
ação do ágar, tendo como referência a situação experimental apresentada.
Tópicos de resposta:
• referência à utilização de ágar que não tenha estado em contacto com o ápice de um
coleóptilo OU referência à destruição (ou à inibição) da auxina produzida nos ápices;
• referência à colocação do bloco de ágar num coleóptilo sem ápice.
OU
• referência à remoção do ápice do coleóptilo;
• referência à recolocação do ápice do coleóptilo.
OU
• referência à extração da auxina do ápice;
• referência à injeção posterior de auxina num coleóptilo sem ápice.
OU
• referência à utilização de uma substância permeável (ou gelatinosa) distinta do ágar e que
tenha estado em contacto com o ápice do coleóptilo;
• referência à colocação posterior dessa substância num coleóptilo sem ápice.
A vespa Dryocosmus kuriphilus, originária da China, é uma das pragas mais prejudiciais do castanheiro, sendo
atualmente considerada uma ameaça para os soutos1 europeus, pois a população do inseto não é controlada
de forma natural.
As fêmeas induzem a formação de galhas2 na planta, possivelmente através de substâncias existentes na
saliva. As galhas prejudicam o normal desenvolvimento vegetativo do castanheiro, quer através de uma
diminuição do crescimento dos ramos, quer através do impedimento da formação de frutos, podendo conduzir
à morte da planta. Entre junho e julho, as fêmeas adultas depositam, no interior de gomos foliares, os ovos,
que eclodem de 30 a 40 dias depois. As larvas desenvolvem-se lentamente durante o outono e o inverno. Na
primavera, alimentam-se intensamente dos tecidos das galhas, durante 20 a 30 dias, e transformam-se em
pupas. A nova geração de vespas, formadas por partenogénese, emerge entre maio e julho.
O vento e o voo das fêmeas adultas contribuem para a dispersão da praga. Existem, no entanto, algumas
variedades de castanheiros resistentes, como, por exemplo, a resultante do cruzamento entre Castanea sativa
e Castanea crenata. Nestas variedades, não há formação de galhas, as larvas dos insetos não se
desenvolvem, e as folhas apenas apresentam leves deformações.
2 Galhas – estruturas de proteção e alimentação das larvas de alguns insetos, formadas a partir da multiplicação de células dos tecidos
vegetais.
Métodos e resultados
1 – Selecionaram-se 14 fêmeas, que foram distribuídas, aleatoriamente, pelo grupo experimental (7 fêmeas) e
pelo grupo de controlo (7 fêmeas). Os animais foram mantidos ao ar livre, em espaços individuais de 40 m2,
com sombra disponível.
2 – Durante 5 meses (período de aclimatação fisiológica), forneceu-se ao grupo de controlo 2 kg/dia de feno e
4,5 L/dia de água. No grupo experimental, o tratamento iniciou-se com as mesmas quantidades de feno e de
água, que foram reduzidas gradualmente (15% a cada 3 semanas) até se atingir 0,8 kg/dia de feno e 1,2 L/dia
de água.
Pré-aclimatação Pós-aclimatação
9000
TMR (kJ/dia)
8000
7000
6000
72 76 80 84 88 92 96 72 76 80 84 88 92 96
– Grupo experimental
– Grupo de controlo
750
TPTAE (g/dia)
600
450
300
72 76 80 84 88 92 96 72 76 80 84 88 92 96
Nota – não foi possível medir a TMR e a TPTAE de um dos animais do grupo de controlo
44. De acordo com os resultados registados, pode inferir-se que ocorreu _______ considerável da média da
massa corporal no grupo _______.
45. Explique em que medida a metodologia desenvolvida e os resultados obtidos mostram que o órix-da-
-arábia é um animal capaz de ajustar a sua fisiologia às condições do deserto no verão.
Tópicos de resposta:
A) relação entre a progressiva redução de água e de alimento (no grupo experimental) e a
simulação das condições existentes no deserto (durante o verão);
B) relação entre a diminuição da TMR e da TPTAE (ou a diminuição da perda de água através
das fezes e da urina) no grupo experimental, na fase de pós-aclimatação, (por referência
ao grupo de controlo, ou por referência ao grupo experimental, na fase de pré-aclimatação)
e o ajustamento da fisiologia do órix-da-arábia (às condições do deserto, no verão, ou à
escassez de água e de alimento).
O que é solicitado é uma relação entre a metodologia do estudo, os resultados obtidos e a avaliação da
conclusão do estudo. Partindo do protocolo experimental, é necessário reconhecer que a progressiva redução
de água e de alimento no grupo experimental permitiu simular as condições do deserto no verão (tópico A), um
ambiente hostil para o órix-da arábia, pela escassez de água e alimento. Considerando os resultados, deve
reconhecer-se que a TMR e a TPTAE sofrem redução no grupo experimental, na fase de pós-aclimatação,
comparativamente ao grupo de controlo. Verifica-se a mesma variação relativamente ao grupo experimental na
fase de pré-aclimação. Estes factos, e também a diminuição da perda de água através das fezes e da urina
representam a adaptação fisiológica do animal às condições do deserto no verão (tópico B).
Na produção agrícola, podem ser utilizados diversos inseticidas, como o Diclorvos (DDVP) e a Deltametrina
(DTM). Estas classes de inseticidas afetam o sistema nervoso, causando a paralisia dos insetos. Os inseticidas
da classe do DDVP impedem a ação de enzimas, tais como as esterases, que são necessárias à degradação
dos neurotransmissores. Já os inseticidas da classe da DTM atuam nos canais de sódio do axónio, retardando
a repolarização do neurónio.
Com o intuito de avaliar a toxicidade de fórmulas comerciais do DDVP e da mistura deste com a DTM, foi
desenvolvido um estudo de toxicidade em peixes da espécie Danio rerio.
Concentraç
ão DDVP
Mortes (%)
(µg L1)
0,010 0
0,020 0
0,040 100
Tabela 2 – Determinação da toxicidade da mistura dos inseticidas DDVP e DTM em peixes da espécie Danio
rerio
Concentraç Concentraç
ão DDVP ão DTM
Mortes (%)
(µg L1) (µg L1)
47. Refira a diferença das condições a que foram submetidos os grupos de controlo, relativamente àquelas a
que foram submetidos os restantes grupos.
Os peixes do grupo de controlo não foram submetidos ao tratamento com qualquer inseticida (ou as
concentrações de DDVP e de DTM nos grupos de controlo eram nulas)
• a utilização isolada de 0,078 µg L−1 de DTM provoca 50% de mortes em Danio rerio;
• as enzimas esterases catalisam a hidrólise da DTM;
• o DDVP impede a ação das esterases.
Explique a diferença na percentagem de mortes quando se utilizam os inseticidas isoladamente e quando se
utilizam em conjunto.
Na sua resposta, apresente os resultados que permitem confirmar a sua explicação.
Tópicos de resposta:
A) a extração implica a utilização de equipamentos capazes de resistir às condições de
mineração (submarina profunda), por exemplo, pressões elevadas, correntes marinhas,
corrosão, profundidade (...);
B) o processo de mineração (ou de extração) tem impacte ambiental nos ecossistemas
marinhos, por exemplo, turvação da água, introdução de luz artificial, ruído, vibração e
destruição do substrato, aumento da concentração de metais em solução na água (…).
Note-se que o foco do item remete a resposta para a identificação de um problema (tecnológico e ambiental) e
de um exemplo associado a cada um deles.
No caso presente, a exploração de depósitos polimetálicos submarinos cria enormes desafios tecnológicos
devido à grande profundidade a que se encontram, entre os 400 m e os 4000m, sendo necessário ultrapassar
dificuldades como a pressão elevada, as correntes marinhas e a corrosão dos materiais utlizados, entre outras
(tópico A).
A exploração/extração de recursos minerais implica, desde logo, uma intervenção humana sobe os
ecossistemas. Os impactes ambientais provocados pela extração estes depósitos oceânicos/marinhos colocam
problemas como o aumento das concentrações desses elementos metálicos em solução nas águas, o ruído, a
turvação das águas, a utilização de luz artificial a essas profundidades, onde esta não existe naturalmente,
entre outras situações (tópico B).