Alga PDF
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Descrição
São seres avasculares, ou seja, não possuem vasos condutores de seiva. Constituem um grande e diversificado grupo de espécies
autotróficas, ou seja, que produzem a energia necessária ao seu metabolismo através da fotossíntese. Podem ser unicelulares ou
multicelulares. Ainda que algumas apresentem tecidos diferenciados, não possuem raízes, caules ou folhas verdadeiras.
Embora tenham, durante muito tempo, sido consideradas como plantas, apenas as algas verdes têm uma relação evolutiva com as
plantas terrestres (Embriófitas); os grupos restantes de algas representam linhas independentes de desenvolvimento evolutivo
paralelo.
A disciplina da biologia que estuda as algas é a ficologia ou algologia, tradicionalmente uma especialização da botânica.
Algas procariontes
Autótrofos procariotas
As "algas azuis" ou cianofíceas, modernamente classificadas Cyanobacteria como uma divisão dentro do domínio Eubacteria -
bactérias "verdadeiras" (antigo reino Monera) foram dos primeiros seres vivos a aparecerem na Terra, com o mais antigo fóssil
datado em 3800 milhões de anos (Pré-Câmbrico) e acredita-se que tenham tido um papel preponderante na formação do oxigénio
da atmosfera[2].
Estes organismos têm uma estrutura procariótica, sem uma verdadeira membrana nuclear e com os pigmentos fotossintéticos
dispersos no citoplasma.
Cianobacterias. Pertencem ao domínio Bacteria (Prokaryota ou Monera), mas são fotossintéticas e apresentam
clorofila a e ficobilinas como pigmentos auxiliares, ainda que algumas apresentam em seu lugar clorofila b.
Antigamente as cianobactérias foram denominadas "cianófitas" ou "algas azuis", mas actualmente se restringe o
termo alga aos eucariotas, pelo que não é correcto denominar a este grupo como algas azuis.
Alguns outros grupos de bactérias, como Chloroflexia e Chlorobia, realizam formas de fotossíntese anoxigénica ou oxigénica
usando bacterioclorofila em vez de clorofila, mas nunca foram consideradas algas. Também existem arqueas, em concreto
Halobacteria, que realizam reacções fotossintéticas, neste caso usando o pigmento bacteriorodopsina.
Algas eucariontes
Todos os restantes grupos de algas são eucarióticos (com uma verdadeira membrana nuclear) e realizam a fotossíntese usando
organelas chamadas cloroplastos. Os cloroplastos contêm DNA e têm uma estrutura semelhante às cianobactérias – pensa-se que
evoluíram a partir de uma alga mais "primitiva" que era endossimbionte.
Há diferentes tipos de cloroplastos, que podem refletir diferentes eventos endosimbióticos. Existem três grupos de organismos
que têm cloroplastos "primários":
Os restantes grupos de algas têm cloroplastos com clorofilas a e c – que não são conhecidas em nenhum procarionte, nem nos
cloroplastos primários. No entanto, algumas semelhanças genéticas entre estes grupos e as algas vermelhas sugerem que existem
relações evolutivas entre todos. São os seguinte estes grupos:
As "algas verdes" são modernamente agrupadas em duas linhagens dentro do reino Plantae (ou Viridaeplantae):
um grupo que inclui as classes Prasinophyta (que está ainda em estudo, pensando-se que pode ser parafilética),
Chlorophyceae, Trebouxiophyceae (anteriormente considerada a ordem Microthmaniales) e Ulvophyceae.
o outro grupo, o clade Streptophyta, inclui as ordens Chlorokybales, Klebsormidiales, Zygnematales, Charales,
Coleochaetales e os embriófitos, ou seja, as plantas terrestres. Estas ordens estavam anteriormente colocadas
dentro duma classe Charophyceae, dentro da tradicional divisão Chlorophyta, mas estudos filogenéticos
recentes levaram a adotar a presente classificação.
As formas mais complexas encontram-se na ordem Charales, que aparentemente são os parentes mais próximos das plantas
verdes.
Ecologia das algas
As algas têm um importante papel na biosfera (pensa-se que foram elas as primeiras produtoras de oxigénio no nosso planeta). No
presente, elas são responsáveis pela maior parte da produção nos ecossistemas aquáticos: como produtores primários, elas
formam a base da cadeia alimentar desses ecossistemas.
As macroalgas marinhas, ou seja, as que têm dimensões maiores que as do fitoplâncton, como as algas verdes, vermelhas e
castanhas, podem, por vezes colonizar grandes porções do substrato, fornecendo refúgio, alimento e mesmo substrato secundário
a uma grande variedade de organismos, tornando-se num microhabitat específico dentro de um ecossistema maior.
Algumas algas são excelentes indicadores de determinados problemas ecológicos. Por exemplo, quando se vê um tapete de
alfaces-do-mar ou de algas azuis numa zona, isso é normalmente indicador de poluição por excesso de efluentes nitrogenados.
Por vezes, as algas planctónicas multiplicam-se demasiado – normalmente em condições de temperatura óptima e de nutrientes
abundantes – formando o que se chama "flor-da-água". Este fenômeno pode ser uma indicação de poluição, como indicado
acima, e pode levar à destruição da biodiversidade duma massa de água (lago, estuário), uma vez que as algas que morrem são
decompostas, levando à diminuição do oxigénio na água. Mas pode também ser um fenômeno natural, que desaparece quando a
temperatura muda e quando os nutrientes são esgotados pelas algas; nesse caso, a população planctónica normalmente regressa
aos níveis normais.
Um fenômeno semelhante mas mais grave acontece quando, associadas à poluição, o grande acúmulo de nutrientes provoca um
aumento desenfreado das algas Pirrofíceas (Alga Cor-de-Fogo), formando o que se chama maré vermelha. Nesta situação, estes
organismos produzem toxinas avermelhadas e podem provocar a morte de uma grande quantidade de peixes e mesmo de aves ou
outros animais que deles se alimentam.
Muitas diatomáceas, que produzem um esqueleto silicioso, são utilizadas na indústria de tintas e de filtros.
Os nativos Yurok, Hupa, Yuki e os Pomo da Califórnia coletavam a alga marinha do gênero Porphyra spp. e a usavam como
alimento. Os Yurok pressionavam uma quantidade de algas enquanto estavam úmidas dando-lhes a aparência de pão. Os pães
eram secos ao sol e depois ingeridos crus. Os Hupa a apreciavam devido à presença do sal. Os Yuki e os Pomo preferiam assar as
algas, mas também as ingeriam cruas.[5].
Classificação
Na antiga classificação taxonômica de Jussieu, Algae é uma ordem botânica da classe Acotyledones.
Referências
1. de Reviers, Bruno (outubro 2002). Belin, ed. Biologie et phylogénie des algues. Référence:Biologie et phylogénie
des algues, tome 1. Col: Biologie (em francês). 1. Paris: Belin Sup Sciences. 352 páginas. ISBN 2-7011-3083-2.
ISSN 1158-3762 (https://www.worldcat.org/issn/1158-3762)de Reviers, Bruno (fevereiro 2003). Belin, ed. Biologie
et phylogénie des algues. Référence:Biologie et phylogénie des algues, tome 2. Col: Biologie (em francês). 2.
Paris: Belin Sup Sciences. 256 páginas. ISBN 2-7011-3512-5. ISSN 1158-3762 (https://www.worldcat.org/issn/11
58-3762)
2. Fabiana “Divisão Cyanophyta (cianofíceas)” no site InfoEscola.com (http://www.infoescola.com/biologia/divisao-c
yanophyta-cianoficeas/) acessado a 24 de junho de 2009
3. “Os Seres Vivos. Reino das Plantas. Algas pluricelulares, vegetais sem órgãos especializados” no site
PortalBrasil.net (http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_plantas_algas.htm) (mesmo o título está
incorreto, mas tem bastante informação sobre a importância das algas) acessado a 24 de junho de 2009
4. CAVALCANTE, Messias S. Comidas dos Nativos do Novo Mundo. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p.ISBN
9788582020364
5. CAMPBELL, Paul D. Survival skills of native California. Layton, Utah, Gibbs Smith Publisher. 1999, 448 p
Bibliografia
Bicudo, C.E.M. (org.). Flora ficológica do estado de São Paulo. São Carlos, SP: RiMa Editora, 2004–presente.
14 vol.
Bicudo, C.E.M. & Menezes, M. (org.). Gêneros de algas de águas continentais do Brasil. São Carlos, SP: Rima,
2a ed., 2006. [1a ed., 2005; ed. da FUNBEC, 1970, link (https://archive.org/details/Algas_aguas_continentais_br
asileiras).]
Ligações externas
Base de dados das algas (http://www.algaebase.org) (em inglês)
Página das "algas marinhas" (http://www.seaweed.ie/defaulttuesday.html) (em inglês)
Jussieu, Antoine Laurent de (1789). "Genera Plantarum, secundum ordines naturales disposita juxta methodum
in Horto Regio Parisiensi exaratam" (http://books.google.coid=nikkCxpBLm8C)[ligação inativa]
Ordem Algae (http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k98276j/f83.table)
Tudo Sobre Algas Marinhas (http://algasmarinhas.net/)
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