TCC Alessandro Dal Zotto
TCC Alessandro Dal Zotto
TCC Alessandro Dal Zotto
CAXIAS DO SUL
2016
ALESSANDRO DAL ZOTTO
CAXIAS DO SUL
2016
ALESSANDRO DAL ZOTTO
Aprovado em ___/___/___
Banca Examinadora
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
Agradeço em primeiro lugar a Deus por ser a base das minhas conquistas.
Aos meus pais Alexandre Antonio Dal Zotto e Angélica Maria Trentin Dal Zotto, por
acreditarem em milhas escolhas, apoiando-me e esforçando-se junto a mim, para que eu
suprisse todas elas.
Ao Prof. Victor Hugo Velazquez Acosta, pela dedicação em suas orientações prestadas
na elaboração deste trabalho, me incentivando e colaborando no desenvolvimento de minhas
ideias.
“Eu gosto do impossível porque lá
a concorrência é menor”
Wall Disney
RESUMO
The use of arc welding process with protective gas atmosphere, GMAW, is important to the
metalworking industry because it enables the formation of similar and dissimilar joints. This
final project presents a brief study on the influence of filler metal in the process of Union of
stainless steel ASTM A240 and patinável SAC 350 applied to production of railway wagons.
The used concepts addressed two main issues: the weldability of stainless steels and skid able,
as well as the cost of welding process with emphasis on the three classes plus metal used
(ER308LSi, ER309LSi and ER410L). For this experiment, produced six samples similar to the
welded joints in the current process of the company and submitted to radiographic tests,
traction, folding and metallography, in order to qualify a new consumable for the process. The
radiographic test verified the existence of any pores and discontinuities in welded joints in order
to inhibit that a faulty gasket proceed in rehearsals. The destructive test of traction provided
consider and approve the use of the three proposed wires, once they obtained values of breaking
point above the minimum value of the base metal. In relation to the folding test all bodies of
evidence have been approved for not submitting any kind of bite during the experiment.
Metallographic analysis proved all predicted regions in theoretical diagram Shaffer, where both
the fused zone similar joints as dissimilar, presented a predominantly austenitic region to the
ER308LSi and ER309LSi and to the ER410L martensitic. All these essays contributed to the
validation of the wire ER 309LSi currently used in the manufacture of equipment and
qualification of a new filler metal ER 308LSi. However it was possible to observe that the
Martensitic microstructure by ER 410L ally to high values for the hardness of the profile
indicated a potentially fragile region what a possible application would restrict its use to places
with lower mechanical stress. Finally, with the replacement of the filler metal ER 309LSi at ER
308LSi, would it be possible for a reduction of up to 13% on the cost of the wire for the
manufacture of railway equipment.
Figura 1.1 – Vagão ferroviário modelo Gôndola para transporte de minério .......................... 15
Figura 2.2 – Penetração em soldagem GMAW com diferentes gases de proteção .................. 18
Figura 4.7 – Comparativo entre dureza da região soldada para juntas similares ..................... 53
Figura 4.8 – Comparativo entre dureza da região soldada para juntas dissimilares ................. 54
Figura 4.17 – Comparativo entre ensaios das juntas similares e dissimilares .......................... 60
LISTA DE QUADROS
Quadro 4.3 – Descrição diagrama de Schaffler para juntas similares e dissimilares ............... 52
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.4 – Composição química dos metais de adição para realização dos testes ................ 41
Tabela 4.3 – Resultados do ensaio de tração para juntas dissimilares inox-SAC350 .............. 49
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14
1.1 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 14
1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO ......................................................................... 15
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 16
1.3.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 16
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................................ 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 17
2.1 PROCESSOS DE UNIÃO DE METAIS ................................................................... 17
2.2 PROCESSO DE SOLDAGEM GMAW .................................................................... 17
2.2.1 Tipos de transferência metálica .............................................................................. 19
2.2.2 Transferência metálica por curto circuito ............................................................. 19
2.2.3 Transferência metálica globular ............................................................................. 19
2.2.4 Transferência metálica em aerossol ........................................................................ 20
2.2.5 Transferência metálica pulsada .............................................................................. 20
2.3 CHAPAS DE AÇO PARA VAGÕES SOLDADOS ................................................. 20
2.3.1 Aços inoxidáveis........................................................................................................ 21
2.3.2 Aços inoxidáveis ferríticos ....................................................................................... 23
2.3.2.1 Microestrutura da região soldada ............................................................................... 23
2.3.2.2 Soldabilidade do aço inox ferrítico ............................................................................ 25
2.3.2.3 Sensitização ................................................................................................................ 26
2.3.2.4 Fragilização por hidrogênio........................................................................................ 26
2.3.2.5 Fragilização pelo crescimento de grão ....................................................................... 27
2.3.2.6 Consumíveis de soldagem .......................................................................................... 27
2.3.3 Diagramas de Schaeffler e De Long ........................................................................ 28
2.3.4 Aço carbono .............................................................................................................. 30
2.3.5 Aço patinável............................................................................................................. 31
2.3.6 Soldabilidade do aço patinável ................................................................................ 32
2.4 CARBONO EQUIVALENTE ................................................................................... 32
2.5 SOLDAGEM DE JUNTAS DISSIMILARES ........................................................... 33
2.6 DILUIÇÃO ................................................................................................................. 34
2.7 CUSTOS DO PROCESSO DE SOLDAGEM ........................................................... 34
3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL ................................................................... 36
3.1 PROCESSO ATUAL E MATERIAIS ....................................................................... 36
3.2 CORPOS DE PROVA................................................................................................ 39
3.2.1 Processo de soldagem utilizado para a fabricação dos corpos de prova ............. 40
3.2.2 Consumíveis de soldagem ........................................................................................ 41
3.3 ENSAIOS ................................................................................................................... 41
3.3.1 Caracterização visual ............................................................................................... 42
3.3.2 Ensaio radiográfico .................................................................................................. 42
3.3.3 Ensaio de tração........................................................................................................ 42
3.3.4 Ensaio de dobramento guiado ................................................................................. 44
3.3.5 Ensaio metalográfico ................................................................................................ 44
5 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 62
1 INTRODUÇÃO
A crise econômica pela qual o Brasil está passando reflete diretamente nas empresas,
fazendo-as cada vez mais buscar recursos tecnológicos com o intuito de combater gastos
desnecessários e investir em estudos que otimizem os processos de manufatura para que possam
competir de forma inovadora no mercado, baixando custos e elevando a qualidade do produto.
Para a indústria metal mecânica, o processo de soldagem é considerado muito importante, visto
que é responsável por unir as peças que compõe o produto final. Por tal importância este
processo acaba sendo também responsável por grande parte do custo de produção do mesmo.
Boa parte das empresas que atuam no ramo metalúrgico encontram dificuldades para
trabalhar com a soldagem do aço inoxidável devido à complexidade que o processo exige, como
por exemplo a necessidade de aquecimentos e controle de impurezas. Muitos destes problemas
podem estar interligados as técnicas, variáveis, procedimentos e consumíveis escolhidos de
maneira incorreta durante os processos de soldagem (CARVALHO, 2012).
No ramo ferroviário a aplicação do aço inox ferrítico se torna importante quando se
tem componentes que possuem sua superfície diretamente exposta ao desgaste abrasivo. Para
isto o processo utiliza-se da união de aços ao carbono e/ou inoxidáveis.
Em contraste com este cenário, o emprego de juntas dissimilares intensifica-se por
permitir a combinação de aços com baixo e alto valor agregado na fabricação do produto, uma
vez que apenas alguns componentes são expostos ao desgaste abrasivo, podendo assim utilizar
materiais com menor resistência a abrasão para as peças que sofrem menor desgaste. Este
método é muito aplicado na indústria metalúrgica para produção de vagões ferroviários.
O estudo dessas regiões soldadas é importante para as empresas visto que todos os
fenômenos envolvidos no processo de união dos materiais têm profunda relação com a
ductilidade, com o surgimento de trincas e outros problemas relacionados a estrutura do
material, os quais são responsáveis por exercerem grande influência na segurança das estruturas
soldadas (OKUMURA; TANIGUCHI, 1982).
1.1 DESENVOLVIMENTO
Tendo em vista um mercado cada vez mais disputado, onde o principal diferencial das
empresas está diretamente ligado ao menor preço do produto com maior qualidade, o segmento
ferroviário busca desenvolvimento de tecnologias na utilização de diferentes tipos de
16
1.3 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O processo de união de materiais é responsável por dar forma e gerar o produto final
nas mais variadas empresas do mundo. Para tal aplicação divide-se em dois principais grupos,
onde um fundamenta-se na junção das peças por parafusos e rebites, as quais estão baseadas na
ação de forças macroscópicas. De outra forma tem-se a união formada pela interação entre
átomos e moléculas ou ainda pela adição de um metal, como por exemplo a brasagem, soldagem
e colagem que estão submetidas a forças microscópicas (MARQUES; MODENESI;
BRACARENCE, 2006).
A técnica de soldagem cresceu muito nos últimos anos devido a facilidade de emprego
na fabricação dos diversos tipos de produtos. A indústria de implementos rodoviários detém
uma grande parcela da aplicação e isso faz com que as empresas busquem o desenvolvimento
dos equipamentos e consumíveis para proporcionar uma solda de qualidade (WAINER;
BRANDI; MELLO, 1992).
Atualmente o processo de GMAW também conhecido como MIG/MAG, é o método
mais utilizado para união de materiais em todo o mundo. Outros tipos de processos podem ser
citados como a soldagem a plasma, TIG (Tungsten Inert Gas), eletrodos revestidos, solda por
resistência, fricção entre outros (MARQUES; MODENESI; BRACARENCE, 2006).
desta zona fundida é composta do metal de adição e a outra parte é resultado da combinação do
arame consumível e do metal base, caracterizado como diluição (ESAB, 2014).
Poça de Fusão
Material
base
Arco Elétrico
O processo MIG/MAG é caracterizado por formar uma poça de fusão devido à alta
temperatura incluindo um metal de adição. O momento que ocorre a fusão da ponta do eletrodo
até sua transferência para o metal base é muito importante, visto que influencia em algumas
características do processo. Marques, Modenesi e Bracarence (2009) explicam que a
transferência metálica pode afetar a estabilidade do arco, a quantidade de metal absorvido pelo
metal fundido, as posições de soldagem e o nível de respingos gerado. De uma forma geral, a
soldagem GMAW constitui quatro formas de transferência do material de adição do eletrodo
para a peça, as quais são designadas como curto circuito, globular, axial em aerossol (spray) e
axial por corrente pulsada (MACHADO, 1996).
fora de posição, possui média penetração e a passagem do metal fundido para a poça de fusão
ocorre pela ação da gravidade através do arco elétrico formado. Este tipo de transferência é
caracterizado por um número de respingos elevado (MARQUES; MODENESI;
BRACARENCE, 2009).
Este tipo de transferência ocorre quando se eleva a corrente elétrica até um valor
chamado corrente de transição, proporcionando a mudança da transferência globular para
aerossol, combinada com determinados gases ou misturas de proteção (WAINER; BRANDI;
MELLO, 1992). Devido a corrente ser elevada e o diâmetro da gota metálica muito pequena, o
processo é indicado principalmente para a soldagem de chapas grossas devida a alta energia
que a peça é submetida. Também pode ser aplicado a qualquer tipo de posição, já que as gotas
metálicas sofrem ações de várias forças eletromagnéticas, as quais sobrepõem as forças
gravitacionais (MARQUES; MODENESI; BRACARENCE, 2009).
Este tipo de transferência metálica é caracterizado pela variação dos níveis de corrente,
sendo uma muito baixa nomeada corrente de base, ocorrendo apenas no início da fusão do metal
de adição e a outra chamada corrente de pico, cujo valores ultrapassam a corrente de transição
do processo globular, fazendo com que haja a passagem de uma única gota para a peça
(WAINER; BRANDI; MELLO, 1992).
Combinando estes aspectos, a transferência metálica pulsada alcança características
do processo por aerossol, com algumas vantagens em relação a soldagem de chapas mais finas
e por possibilitar a soldagem em todas posições, uma vez que opera com uma corrente inferior
à de transição atribuindo menos energia ao processo de soldagem.
Os aços inoxidáveis são materiais caracterizados por serem altamente ligados em sua
composição química, podendo conter cromo níquel e molibdênio. Neste arranjo de elementos,
o cromo é o principal elemento de liga sendo responsável por garantir boa resistência a corrosão
quando comparado com os aços ao carbono. O material oxida quando entra em contato com o
oxigênio do ar, formando uma película fina e estável de óxido de cromo. Esta camada formada
chama-se camada passiva, a qual deve possuir teor mínimo de 11% de cromo, para que assim
proteja a superfície dos aços contra processos corrosivos (ACESITA, 2006).
De acordo com Karlsson (2005) os aços inoxidáveis são classificados segundo sua
microestrutura em aços inoxidáveis martensíticos, ferríticos, austeníticos e endurecíveis por
precipitação. A definição do tipo de microestrutura de cada aço inoxidável é resultado da
quantidade existente de elementos de ligas em sua composição química. Desta forma alguns
elementos como cromo, silício, molibdênio, titânio e nióbio estabilizam a ferrita enquanto o
níquel, nitrogênio e manganês estabilizam a austenita (ACESITA, 2006). O quadro 2.1 mostra
algumas aplicações para os aços inoxidáveis austeníticos, ferríticos e martensíticos.
(conclusão)
Classificação do aço inox Aplicação
eletrodomésticos (fogões, geladeiras);
Ferrítico (baixo carbono, elevado cromo) moedas, talheres;
indústria ferroviária e automobilística.
Cutelaria;
Martensítico (alto carbono, elevado cromo) instrumentos cirúrgicos;
disco de freio.
Fonte: adaptado de Acesita (2006).
temperaturas, e em aços não transformáveis, caracterizados por conter teor elevado de cromo,
baixa quantidade de elementos intersticiais e uma combinação no balanço entre elementos
alfagênios e gamagênios propiciando que a austenita não se forme em temperatura elevada
(MODENESI, 2001).
Também define que os aços parcialmente transformáveis possuem três regiões em
relação a região soldada: a região bifásica, a região de crescimento de grão e a região de zona
fundida. A região bifásica corresponde a porção da zona afetada pelo calor, a qual foi aquecida
até a formação de austenita e ferrita. A austenita se forma principalmente nos contornos de grão
da ferrita, e após o resfriamento da soldagem acaba se transformando em martensita.
A região de crescimento de grão está diretamente ligada a parte da ZAC que foi
aquecida acima do limite de formação da austenita e ferrita impactando no crescimento intenso
dos grãos além da dissolução e posterior reprecipitação dos carbonetos e nitretos presentes no
aço. Durante o afastamento da poça de fusão ocorre o resfriamento da ZAC e esta região passa
por um campo bifásico proporcionando a formação de austenita nos contornos de grãos. A
temperaturas mais baixas a austenita pode vir a se transformar em martensita.
Na região da zona fundida que ao apresentar composição química igual à do metal
base, apresentará uma estrutura semelhante à da região de crescimento de grão porém
apresentando grãos colunares.
De uma maneira geral a solda do aço inox ferrítico é caracterizada por uma estrutura
de granulação grosseira, apresentando uma rede de martensita junto aos contornos de grão e
precipitados finos de carbonetos e nitretos nos contornos e no interior do grão (MODENESI,
2001). A figura 2.3 ilustra a microestrutura de um aço inox ferrítico soldado não estabilizado.
Por muito tempo a utilização do aço inoxidável ferrítico em estruturas soldadas foi
considerado limitada, devido aos problemas de soldabilidade que o mesmo pode proporcionar.
De acordo com Lee, Kim e Ahn (1999), os aços inoxidáveis ferríticos apresentam uma baixa
soldabilidade, já que a região de solda é caracterizada por baixa ductilidade e tenacidade,
sensibilidade a corrosão intergranular e possivelmente trincas de solidificação na zona fundida.
A soldabilidade dos aços inoxidáveis está diretamente ligada ao tipo de microestrutura
do aço inox, sendo que cada grupo pode apresentar alguns tipos de problemas de soldagem,
tanto metalúrgicas como através de descontinuidades introduzidas no cordão de solda. O quadro
2.2 contempla alguns problemas de soldabilidade metalúrgica que cada tipo de aço inox pode
sofrer, além de uma possível solução para evitar que o defeito ocorra (ACESITA, 2006).
Ferrítico
Fragilização por utilizar procedimento que introduzam pouco
hidrogênio hidrogênio durante a soldagem.
2.3.2.3 Sensitização
d
Austenita
Martensita
b a
Ferrita
onde:
a) Região de crescimento de grão na ZAC acima de 1150 °C;
b) Trinca a frio induzida por hidrogênio;
c) Precipitação de fase sigma entre 600 e 950°C;
d) Trinca de solidificação e liquação.
No entanto durante a década de 70, o diagrama de Schaeffler foi corrigido para
considerar a presença de nitrogênio no teor de níquel equivalente e desta forma De Long
modificou os critérios desenvolvidos por Schaeffler para acrescentar a importante influência do
nitrogênio. A figura 2.7 ilustra o diagrama de De Long.
Para a utilização do diagrama de De Long é necessário calcular o cromo e níquel
equivalente dos materiais que serão usados, através das Equações 3 e 4:
Austenita
Austenita
+ Ferrita
O aço carbono é caracterizado por uma combinação entre uma liga de ferro e carbono,
31
apresentando em sua composição química elementos como silício, manganês, fósforo e cobre.
São classificados de acordo com a quantidade de teor de carbono em: aços de baixo carbono
quando o teor de carbono é inferior a 0,30%, aços de médio carbono quando o teor carbono está
situado entre 0,30% e 0,45% e aços de alto carbono compreendidos entre 0,45% e 1,70% de
teor de carbono (OKUMURA; TANIGUCHI, 1982).
O aço de baixo carbono também chamado “aço doce” é classificado em aço
efervescente, aço semi-acalmado e aço acalmado segundo as condições de desoxidação e o
modo de solidificação. A soldabilidade deste aço é afetado devido a sensibilidade a fraturas
provenientes da soldagem e da resistência a propagação de trincas, a qual pode ser minimizada
diminuindo o teor de carbono e aumentando o teor de manganês, fazendo com que a temperatura
de transição diminua (OKUMURA; TANIGUCHI, 1982).
O aço patinável pode ser facilmente soldado, sendo comparado aos aços estruturais
convencionais, entretanto por se tratar de um material resistente a corrosão deve se usar um
metal de adição que apresente as mesmas composições químicas.
A fissuração pelo hidrogênio é um dos maiores problemas encontrados na soldagem
de aços de baixa liga e alta resistência podendo ser perceptível apenas 48 horas após o processo
de soldagem. Isso ocorre devido a absorção de hidrogênio durante o processo de soldagem, o
qual é facilmente diluído na poça de fusão já que apresenta uma solubilidade maior no metal
líquido do que no metal sólido. Durante o resfriamento, uma parte do hidrogênio é liberado por
difusão da zona fundida para a atmosfera, mas outra parte difunde para a zona afetada pelo
calor. O hidrogênio concentrado na ZAC difunde para descontinuidades na rede enfraquecendo
as ligações metálicas e assim podendo iniciar uma trinca, a qual se propaga e leva a fissuração
da junta soldada (FARIA, 2010).
Aço carbono:
baixa liga Aço inoxidável
média liga
2.6 DILUIÇÃO
Doddy (1992) define diluição como uma alteração na composição do metal de adição
depositado por soldagem causada pela mistura com o metal base sendo considerada como o
percentual de metal base contido no metal de solda. É de grande importância quando há
necessidade de se estimar a composição química de uma solda de materiais dissimilares.
Para Bauly (2000), o controle da diluição é de grande importância para a soldagem de
metais dissimilares na deposição de revestimentos especiais sobre uma superfície metálica e na
soldagem de metais com composições químicas que apresentam altos teores de elementos como
o carbono e o enxofre, os quais prejudicam a zona fundida.
𝐶𝑇 = C1 + C2 + C3 + C4 + C5 + C6 + C7 + C8 (𝑒𝑞. 6)
onde:
C1 é o custo do metal de adição a utilizar;
C2 é o custo de energia elétrica a ser consumida;
C3 é o custo da mão de obra envolvida;
C4 é o custo da manutenção do equipamento;
C5 é o custo da depreciação do equipamento;
C6 é o custo dos produtos protetores tipo anti-respingos;
C7 é o custo do material de proteção (luvas, máscaras);
C8 é o custo do material consumível (bicos e bocais).
O custo do metal de adição (C1) é dado pelo produto da quantidade de solda na junta
pelo preço do metal de adição a ser consumido. Para se calcular o custo da energia elétrica (C2),
e necessário realizar a multiplicação entre a potência de saída do equipamento de solda, o tempo
real de soldagem e o preço da energia, dividindo estes pela eficiência do equipamento. Já o
35
custo da mão de obra (C3), pode ser calculado pelo somatório do custo da mão de obra e dos
encargos sociais, multiplicando pelo tempo de soldagem. Por fim, custos de manutenção (C4)
e depreciação (C5), podem ser calculados pela divisão da despesa mensal de manutenção e
depreciação, sobre a produção mensal. Os demais custos, (C6, C7, C8) podem ser facilmente
calculados através da medição da quantidade utilizada multiplicada pelo preço unitário
(WAINER; BRANDI; MELLO, 1992).
Em termos gerais os fatores que mais influenciam no produto final estão relacionados
ao custo de mão de obra e o custo com consumíveis (MARQUES; MODENESI;
BRACARENCE, 2006).
36
3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL
A tabela 3.1 apresenta as composições químicas dos principais materiais base utilizado
no processo de soldagem do vagão ferroviário.
Os corpos de prova utilizados nos testes, foram cortados com a finalidade de simular
os processos de fabricação da Randon, buscando qualificar um novo consumível de soldagem.
Foram preparadas seis amostras, objetivando a escolha do melhor arame para as juntas
dissimilares e similares.
Os corpos de prova de simulação das juntas de topo dissimilares e similares, foram
cortados em processo de guilhotina em tamanho padrão de 300 mm x 150 mm, na espessura de
4,75 mm com chanfro de 45° (SAC 350 e ASTM A240), como mostra a figura 3.3.
Posteriormente foi retirado de cada amostra soldada, quatro corpos de prova para o ensaio de
tração e dois para o ensaio de dobramento conforme norma ASME IX. A figura 3.4 ilustra as
juntas soldadas.
Além do consumível ER 309LSI utilizado atualmente, foram inseridos mais dois tipos
de metais de adição para soldagem dos corpos de provas, o ER 308LSI e o ER 410L, os quais
são descritos na tabela 3.4.
Tabela 3.4 – Composição química dos metais de adição para realização dos testes
3.3 ENSAIOS
Para este ensaio, foram preparados 24 corpos de prova cortados conforme representado
na figura 3.7 (Norma ASME IX, Artigo I – Requisitos Gerais de Soldagem, QW 151) e
ensaiados conforme norma ASME IX, Artigo I – Requisitos Gerais de Soldagem, QW 153,
tendo os resultados revelados por um software que fornece um relatório padrão com resultados,
dados estatísticos e gráficos.
Neste ensaio foram retiradas pequenas amostras de cada uma das seis juntas soldadas
anteriormente, com o objetivo de relacionar a estrutura íntima do material com as suas
propriedades físicas, com o processo de fabricação e o seu desempenho em suas funções. Estas
seis amostras passaram por um processo de preparação afim de se obter o material para análise.
45
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este procedimento foi realizado logo após o término do processo de soldagem, onde o
orientador de solda inspecionou os cordões de solda efetuados conforme estabelecido no
documento interno da empresa (anexo C).
Após a realização da análise visual todas as seis juntas soldadas apresentaram-se
isentas de qualquer tipo de trincas superficiais, porosidades, mordeduras excessivas e falta de
preenchimento.
Através desse relatório foi possível identificar algumas descontinuidades causada pela
porosidade, as quais foram consideradas insignificativas (já que não excederam inclusões de
6mm ou 1/3 da espessura da solda) e desta forma todos as seis juntas soldadas foram avaliadas
como aprovadas.
A figura 4.1 ilustra os valores de tensão de ruptura agrupados de acordo com o metal
de adição utilizado no processo de soldagem de juntas similares, durante o ensaio de tração. O
valor mínimo de tensão de ruptura aceito para que um corpo de prova fosse aprovado no ensaio
de tração correspondeu a mínima tensão de ruptura do metal base.
Na 4.1 foi possível observar que os três metais de adição obtiveram limite de ruptura
acima do limite mínimo de ruptura do metal base de 515 MPa. Foi verificado também através
da figura 4.2, que o alongamento final apresentou valores semelhantes e já que todos corpos de
prova romperam no metal base, não foi possível estimar o metal de adição com maior
ductilidade. Por fim, os resultados obtidos durante o ensaio de tração para as juntas soldadas
similares, puderam aprovar os três consumíveis utilizados de acordo com a reação dos corpos
de prova ao esforço de tração.
14,44
15 12,68 12,18 13,26 12,32 11,33 11,61
11,53 10,97 11,14
10,36
8,91
(%)
10
5
0
Inox – Inox / ER 308LSi Inox – Inox / ER 309LSi Inox – Inox / ER 410L
Fonte: o autor (2016)
A tabela 4.3 descreve os valores obtidos no ensaio de tração dos corpos de prova
49
A figura 4.3 explana um gráfico com valores de tensão de ruptura agrupados de acordo
com o metal de adição utilizado no processo de soldagem de juntas dissimilares, durante o
ensaio de tração. O limite de ruptura mínimo aceito para este ensaio está vinculado ao metal
base com menor limite de resistência a ruptura, onde neste caso está representado pelo SAC350.
528,77
530 523,28 523,09 523,87 524,17
517,3 516,61
512
515 515
510 505,14 505,92
500 491,51 500
490
470
450
Inox – SAC / ER 308LSi Inox – SAC / ER 309LSi Inox – SAC / ER 410L
Limite de Ruptura do Material Base (Inox ASTM A240) Limite de Ruptura do Material Base (SAC 350)
No ensaio para juntas soldadas dissimilares foi possível observar que os metais de
adição ER 308 LSi e ER 410L obtiveram limite de ruptura acima do limite mínimo de ruptura
do material base de 500 MPa. O arame ER 309 LSi teve um corpo de prova reprovado por não
obter o mínimo limite de resistência a ruptura, entretanto na média dos valores, os ensaios
50
atenderam o limite especificado. Foi verificado também através da figura 4.4, que o
alongamento final apresentou estaticamente valores semelhantes e já que todos corpos de prova
romperam no metal base, não foi possível estimar o metal de adição com maior ductilidade.
Igualmente como no ensaio para juntas similares, os resultados obtidos durante o ensaio de
tração para as juntas soldadas dissimilares, puderam aprovar os três consumíveis utilizados de
acordo com o comportamento dos corpos de prova ao esforço de tração. Já uma provável
explicação para a diminuição do limite de resistência a ruptura, pode estar relacionada a
diferença entre composições químicas dos metais base, o que de fato é explicado por Lundin
(1981), afirmando que a vida útil de uma junta dissimilar é alterada pela migração do carbono
através da interface de solda, causando assim a redução da resistência mecânica.
13,73 13,27
15 12,85 13,69 13,18 13,61 11,94 12,84
Final (%)
10
5
0
Inox – SAC / ER 308LSi Inox – SAC / ER 309LSi Inox – SAC / ER 410L
Fonte: o autor (2016)
Nesta etapa buscou-se identificar o tipo de microestrutura que cada junta soldada iria
possuir, através do método teórico do diagrama de Schaffler. A figura 4.5 ilustra o diagrama
para as juntas soldadas similares. O quadro 4.3 exemplifica o que cada demarcação significa.
Austenita
Martensita
Ferrita
Austenita
Martensita
Ferrita
Após a aplicação do método teórico de Schaffler, foi possível estimar que para as
juntas similares, o consumível ER 308LSi produziria um metal de solda com microestrutura
53
4.6 MICRODUREZA
Figura 4.7 – Comparativo entre dureza da região soldada para juntas similares
550
Microdureza (HV)
500
450
400
350
300
250
200
ZAC Inox ASTM A240 Metal de Solda (ZF) ZAC Inox ASTM A240
150
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Inox - Inox / ER 308LSi Inox - Inox / ER 309LSi Inox - Inox / ER 410L
Fonte: o autor (2016)
Com o ensaio foi possível identificar que os comportamentos da dureza dos três
consumíveis para juntas similares, são praticamente iguais na ZAC do inox ASTM A240. Já a
região do metal de solda apresentou aumento de dureza para o arame ER 410L, resultado
54
Figura 4.8 – Comparativo entre dureza da região soldada para juntas dissimilares
550
Microdureza (HV)
500
450
400
350
300
250
200
ZAC SAC350 Metal de Solda (ZF) ZAC Inox ASTM A240
150
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
SAC - Inox / ER 308LSi SAC - Inox / ER 309LSi SAC - Inox / ER 410L
Fonte: o autor (2016)
Após o ensaio foi possível identificar que os comportamentos da dureza dos três
consumíveis para juntas dissimilares, são praticamente iguais tanto na ZAC do SAC350 como
no inox ASTM A240. Já a região do metal de solda apresentou grande aumento de dureza para
o arame ER 410L o que possivelmente pode caracterizar uma estrutura martensítica conforme
indicado pelo diagrama de Schaffler.
4.7.1 Macrografia
um perfil de solda com penetração total no metal base e ausência de mordeduras. A figura 4.9
ilustra o resultado do ensaio.
4.7.2 Metalografia
Ferrita Ferrita
A figura 4.11, com ampliação de 100x, representa a soldagem da junta similar (inox-
inox) com o consumível ER 308LSi. A metalografia identificou no metal de solda uma estrutura
56
bruta de fusão colunar austenítica . Já a ZAC do metal base apresentou uma região martensítica
(com refinamento do grão à medida que se afasta da zona fundida. Ambas as regiões
comprovaram a eficácia do método de Schaffler que já indicava essas microestruturas.
Martensita
A figura 4.12, com ampliação de 100x, representa a soldagem da junta similar (inox-
inox) com o consumível ER 309LSi. A metalografia identificou no metal de solda uma estrutura
bruta de fusão colunar austenítica . A ZAC do metal base apresentou grãos maiores do que o
ER 308 LSi, mas com refinamento do mesmo à medida que se afasta da zona fundida. Esta
região está caracterizada como martensítica com constituintes de ferrita. Para ambas as regiões
o diagrama de Schaffler previu o resultado encontrado, o que reforçou sua aplicabilidade.
Austenita
Ferrita
Martensita
A figura 4.13, com ampliação de 100x, representa a soldagem da junta similar (inox-
inox) com o consumível ER 410L. A metalografia comprovou as regiões indicadas pelo
diagrama de Schaffler, onde a zona fundida apresentou uma microestrutura totalmente
martensítica, caracterizada por possuir um perfil de dureza elevado, explicando assim o motivo
pelo qual o ensaio de microdureza apresentou valores tão elevados para este tipo de arame. Este
comportamento é resultante principalmente da composição química do ER 410L que apresenta
maior percentual de carbono e menores índices de níquel e cromo quando comparado com o
ER 308Lsi e ER 309LSi.
Este tipo de microestrutura apresentado pela junta soldada requer um certo cuidado
durante o processo de soldagem, uma vez que a estrutura martensítica é indicativo de uma
região frágil. Desta forma sua aplicação necessita ser limitada a partes do implemento
ferroviário que não estejam submetidos a grandes esforços. Em relação a ZAC do metal base,
sua microestrutura está caracterizada em martensita e ferrita.
Martensita
Ferrita
Ferrita
Austenita
Metal de solda
Metal Solda – ER 308L – 100X – (Vilela) SAC350 – ER 308LSi – 100X – (Nital 2%)
Fonte: o autor (2016)
Ferrita
Austenita
Metal de solda
Metal Solda – ER 309LSi – 100X – (Vilela) SAC350 – ER 309LSi – 100X – (Nital 2%)
fundida uma microestrutura predominantemente martensítica e para a ZAC do metal base uma
região ferrítica, possuindo os mesmos descritivos citados na explicação da figura 4.13. A região
da ZAC do inox ASTM A240 também se assemelha a microestrutura da figura 4.13.
Martensita
Ferrita
Metal Solda – ER 410L – 100X – (Vilela) SAC350 – ER 410L – 100X – (Nital 2%)
Junta Similar - Metal Solda – ER 308LSi – 500X – (Vilela) Junta dissimilar - Metal Solda – ER 308LSi – 500X – (Vilela)
Austenita Austenita
Junta Similar - Metal Solda – ER 309LSi – 500X – (Vilela) Junta dissimilar - Metal Solda – ER 309LSi – 500X – (Vilela)
Martensita
Martensita
Junta Similar - Metal Solda – ER 410L – 500X – (Vilela) Junta dissimilar - Metal Solda – ER 410L – 500X – (Vilela)
5 CONCLUSÕES
Com base nos testes realizados, nos resultados obtidos e confrontando o processo atual
com os demais propostos, concluiu-se que para as juntas em aço inox:
a) a soldagem de topo de juntas em inox ASTM A240 com os três tipos de metais de
adição (ER 308LSi, ER 309LSi e ER410L) atenderam o mínimo limite de ruptura
do material base em todas as situações propostas;
b) os corpos de provas submetidos ao ensaio de dobramento foram aprovados já que
atenderam os quesitos mínimos de trincas e descontinuidades para os testes;
c) os arames ER 308 LSi e ER 309 LSi obtiveram valores abaixo de 330 HV, os
quais foram considerados ideais para o perfil de dureza. Através do diagrama
teórico de Schaffler foi estimado uma microestrutura austenítica para a zona
fundida dos dois consumíveis, onde tal região pode ser comprovada no ensaio
metalográfico;
d) o ER 410L, que possui mais carbono e menores percentuais de cromo e níquel,
apresentou um perfil de dureza elevado em relação ao outros consumíveis. Tal
ocorrência foi atribuída a região martensítica indicada no diagrama teórico de
Schaffler, a qual foi confirmada no ensaio metalográfico.
Para as juntas dissimilares foi possível concluir que:
a) a soldagem de topo de juntas dissimilares em inox ASTM A240 e patinável
SAC350 com os três tipos de metais de adição (ER 308LSi, ER 309LSi e ER410L)
atenderam o mínimo limite de ruptura do SAC350 em todas as situações;
b) os corpos de provas submetidos ao ensaio de dobramento foram aprovados já que
atenderam os quesitos de trincas e descontinuidades mínimos para os testes;
c) diferentemente das juntas similares, o ER 308 LSi apresentou um perfil de dureza
um pouco maior que o ER 309 LSi, mas da mesma forma foram aprovados já que
não ultrapassaram o valor máximo de 330 HV. Em suas microestruturas, o
diagrama de Schaffler apontou para a região soldada austenítica, podendo ser
comprovada no ensaio metalográfico;
d) o ER 410L apresentou comportamento semelhante ao processo de soldagem de
juntas similares, ultrapassando o valor ideal para o perfil de dureza e apresentando
tanto para o diagrama de Schaffler como para o ensaio metalográfico, uma
microestrutura martensítica.
63
Desta forma foi possível evidenciar que tanto para as juntas similares como para as
juntas dissimilares, o emprego dos consumíveis ER 308LSi e ER 309LSi na fabricação de
implementos ferroviários foram considerados aprovados sem nenhum tipo de restrição aos
ensaios realizados. Já o arame ER 410L, que apresentou um perfil de dureza elevado devido a
uma região martensítica, indicou ser uma junta frágil e que por motivos de segurança não
poderia ser submetido a cargas de trabalho cíclicas devido à grande possibilidade de ocorrer
uma falha por fadiga.
Por fim é possível reduzir o custo de fabricação do implemento ferroviário em até
13%, substituindo o metal de adição utilizado atualmente no processo (ER 309LSi) pelo ER
308LSi. Isso é possível já que o ER 308 LSi foi aprovado em todos os ensaios realizados durante
os testes das juntas soldadas.
64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASM. Gas-metal arc welding. Welding Handbook, 2.ed., v.6, 1994. p. 569-581.
ATES, H. Prediction of gas metal arc welding parameters based on artificial neural networks.
Materials and Design, 2.ed., v.28, 2007. p. 2015-2023.
AWS. Welding Handbook: Materials and Applications - Part 1. 8 ed. Miami: American
Welding Society, v.4, 1998.
BINGUL, Z.; COOK, G. E.. A real time prediction model of electrode extension for GMAW.
IEEE/ASME Transactions On Mechatronics, 1.ed., v.11, 2006. p. 47-54.
DOODY, T. Intermediate mixed zones in dissimilar metals welds for sour servise. Weld
Journal, 3.ed., v.71, 1992. p. 55-60.
FELDSTEIN, J.G. Dissimilar welds with stainless steel. Metals Handbook, vol.6, ASM.
1993.
LEE,Y. D.; KIM, H.; AHN, S. K.: Effects of microalloying elements on corrosion resistant
and thoughness of 26%Cr ferritic stainless steells. In Stainless steel’99. V. 3, AIM, Italy,
Anais. 1999.
LULA, R. A. Stainless steel. American Society for Metals, Ohio: EUA, 1989
MODENESI, P.J. Soldabilidade dos Aços Inoxidáveis. Osasco: Escola SENAI “Nadir Dias
Figueiredo”, 2001.
WAINER, E.; BRANDI, S.; MELLO, F. Soldagem: processos e metalurgia. São Paulo:
Edgard Blücher, 1992.
66
N° do Alongamento
Tipo da junta / arame Força máxima (N)
ensaio elástico (%)
1 Inox – Inox / ER 308LSi 19,07 66741,31
2 Inox – Inox / ER 308LSi 18,24 67383,45
3 Inox – Inox / ER 308LSi 19,45 64706,04
4 Inox – Inox / ER 308LSi 17,62 67141,13
5 Inox – Inox / ER 309LSi 17,91 66462,7
6 Inox – Inox / ER 309LSi 20,21 65711,62
7 Inox – Inox / ER 309LSi 23,26 65093,7
8 Inox – Inox / ER 309LSi 21,37 64657,6
9 Inox – Inox / ER 410L 21,61 66123,5
10 Inox – Inox / ER 410L 18,78 66729,25
11 Inox – Inox / ER 410L 19,41 67007,86
12 Inox – Inox / ER 410L 19,87 66729,25
13 Inox–SAC350 / ER 308LSi 14,79 64148,73
14 Inox–SAC350 / ER 308LSi 14,24 63530,91
15 Inox–SAC350 / ER 308LSi 12,45 63603,58
16 Inox–SAC350 / ER 308LSi 13,14 63022,04
17 Inox–SAC350 / ER 309LSi 18,54 61883,29
18 Inox–SAC350 / ER 309LSi 14,34 61422,87
19 Inox–SAC350 / ER 309LSi 18,70 61871,13
20 Inox–SAC350 / ER 309LSi 15,17 59787,32
21 Inox–SAC350 / ER 410L 17,67 63821,68
22 Inox–SAC350 / ER 410L 16,83 63022,04
23 Inox–SAC350 / ER 410L 15,88 64984,65
24 Inox–SAC350 / ER 410L 16,15 63967,01
67
Nº Documento: Revisão:
Procedimento de Gestão 00-115
Elaborado por:
00
Data:
Victor Hugo V. Acosta 16/04/2015
Qualificação do Soldador Aprovado por: Data:
Fernando Bortolini 16/04/2015
Descrição do sub processo
INF.